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OTITES EXTERNAS RESUMÃO!

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Arquivo referente ao slide da aula 3 de patologias da audição
OTITES EXTERNAS
DEFINIÇÃO
Processo inflamatório causado por processos: infecciosos, micóticos, traumas e alergias. Acomete somente a orelha externa e média. Toda infecção no ouvido é chamada de otite.
LOCALIZAÇÃO
Orelha Externa: Revestida por pele e constituída pelo pavilhão auricular e o CAE (conduto auditivo externo) que termina numa membrana chamada tímpano. 
Função: Localizar a fonte sonora, amplifica e a leva até a segunda região, a orelha média.
Não esquecer! Quando a infecção afeta o CAE (conduto auditivo externo), a otite denomina-se externa. Se a infecção se prolonga para além do tímpano, atingindo a bolha timpânica, estamos perante uma otite média. Se a otite for interna é sinal de que a infecção já atinge a cóclea, o vestíbulo e os condutos semicirculares.
TIPOS
Tendo em consideração que algumas inflamações são mais graves que outras, os tipos de otite externa se caracterizam pela extensão do problema, isto é, existem dois tipos conhecidos, sendo que um é mais grave que outro, a otite externa circunscrita e a otite externa difusa.
Otite Externa Difusa Aguda: Consiste na inflamação aguda e difusa da pele que reveste o canal auditivo externo, causada predominantemente por bactérias tendo como sintoma principal a otalgia, que pode ser bastante intensa. Otorréia mucopurulenta, geralmente em pequena quantidade, também pode ocorrer, bem como plenitude auricular, hipoacusia e prurido. Como o conduto é quente, úmido e escuro, pode facilmente ser inflamado ou infectado com fungos ou bactérias. Embora qualquer pessoa possa desenvolver uma otite externa, ela é mais comum em nadadores ou pessoas que frequentam piscinas ou tomam banho de mar.
Quadro Clínico: Caracterizada por dor intensa irradiada para a região temporal e mandibular, sensibilidade à palpação e manipulação da orelha, prurido, perda auditiva condutiva e plenitude auricular por edema do CAE devido ao acúmulo secreções. Ao exame físico, o conduto é eritematoso(lesão) e com infiltração inflamatória que pode progredir para estenose(estreitamento/compreensão).
Sintomas: 
Dores nos ouvidos;
Prurido e irritação dentro ou ao redor do canal auditivo;
Avermelhamento e inchaço no ouvido externo e canal auditivo;
Plenitude Auricular
Descascamento de pele ao redor do canal auditivo;
Escorrimento de pus e água do ouvido;
Otalgia purulenta
Perda auditiva.
Processo inflamatório da pele CAE
Causas: A infecção pode ter várias causas, por exemplo a infecção não bacteriana como a alergia. Mas geralmente ocorrem por infecções pela bactéria ou fungos na pele do canal auditivo. Na maior parte das vezes, esses micro-organismos penetram através de lesões na pele que recobre a orelha externa provocadas por objetos (cotonetes, grampos, por exemplo), por atritos ao coçar ou secar o ouvido e pelo contato com água contaminada (mar, piscina, banhos
Tratamento: O tratamento da otite externa inclui o uso de analgésicos por via oral e de antibióticos ou antifúngicos em gotas, como medicação tópica. Calor local também ajuda a aliviar a dor.  Quando a coceira (prurido) for um sintoma persistente, a conduta indicada é  aspirar a secreção retida que exerce uma pressão dolorosa sobre o tímpano.
Não esquecer! A otite externa aguda difusa pode ser dividida em 2 estágios:
 • Estágio Pré-inflamatório: sensação discreta de dor, edema e plenitude da orelha externa;
 • Estágio Inflamatório: dividido em leve, moderado e severo. Leve: prurido, dor progressiva e edema discreto, com luz do CAE patente.
Moderado: aumento da dor e edema com luz do CAE parcialmente obliterado por edema e secreção.
Severo: é a típica otite externa difusa com dor intensa que piora à mastigação e ao movimento da pele ao redor do pavilhão. 
Otite Externa Circunscrita ou Localizada: Também conhecida como furunculose, é oriunda de 1/3 externo do CAE. É uma doença infecciosa resultante da obstrução ou disfunção ou mesmo trauma da unidade pilossebácea (O folículo pilossebáceo é a associação do pelo (folículo piloso)  e da glândula sebácea que é responsável pela produção do sebo)
Quadro Clínico: Prurido, dor localizada, edema, eritema do CAE e possível ponto de flutuação. Se o edema ou abscesso ocluir o canal, o paciente poderá referir hipoacusia. É comum ocorrer reação linfonodal e infiltração edematosa retroauricular, assemelhando-se a um quadro de mastoidite aguda. A reinfecção é comum.
Sintomas: 
Dor
coceira,
eritema,
diminuição da audição,
pústulas à formação do abcesso;
Causas: Resultante da obstrução, disfunção ou trauma da unidade pilosebácea (O folículo pilossebáceo é a associação do pelo (folículo piloso)  e da glândula sebácea que é responsável pela produção do sebo)
Tratamento: Depende do estágio da infecção: infecção difusa profunda é tratada com calor no local, analgésico e antibiótico oral, enquanto que o furúnculo superficial pode ser tratado com incisão e drenagem, antibióticos tópicos e orais com analgésicos.
Otite Externa Eczematosa: Compreende diversas condições dermatológicas que afetam a orelha externa,
sendo o prurido a manifestação mais comum e, ao exame clínico, observa-se eritema,
edema, descamação, crostas, vesículas ou fissuras na pele do CAE. Entre estas lesões, as mais comuns são: 
Dermatite Atópica
Alteração crônica com prurido intenso, como resposta a alérgenos. A orelha externa está frequentemente acometida em associação com um envolvimento mais generalizado da face, pescoço e outros sítios.
Tratamento: Medidas gerais como controle diário da higiene cutânea com sabões e cremes específicos. O uso de corticosteróides tópicos é a chave do tratamento, mas devem ser usados com cautela em áreas sensíveis como face, orelhas e genitália
Dermatite Seborréica
Inflamação cutânea comum em regiões oleosas da pele. Afeta aproximadamente 3% da população com picos de incidência na infância e em pacientes idosos. Quadros severos são encontrados em pacientes com doença de Parkinson, Síndrome de Down, e outras condições neurológicas, HIV, talvez pelo aumento da secreção sebácea nesta população.
Tratamento: corticosteróides e queratolíticos tópicos, geralmente com shampoos apropriados devido à concomitância de dermatite de couro cabeludo (shampoos com selênio, zinco, coaltar ou piritium).
 Dermatite de Contato
Pode ser dividida de acordo com o mecanismo predominante, se irritativo ou alérgico.
Tratamento: identificação e remoção do agente irritante ou alérgico e o uso de corticosteróides tópicos. Recomenda-se sempre a realização de culturas para excluir uma
infecção adjacente. Em alguns casos recomenda-se corticosteróide oral em breves cursos (2 semanas).
Psoríase
Doença inflamatória e proliferativa crônica de origem idiopática que acomete 2 a 5% da população dos Estados Unidos, com envolvimento auricular em aproximadamente 18% dos casos, e pico de incidência na adolescência, mas que pode ocorrer em qualquer etária, em ambos os sexos
Tratamento: agentes tópicos e o uso de drogas sistêmicas imunossupressoras,
como corticosteróides, metotrexate, hidroxiuréia, ciclosporina, etretinato e a exposição à
radiação ultravioleta (UVA), segundo orientação dermatológica.
Lúpus Eritematoso
Doença autoimune multissistêmica com proeminentes manifestações cutâneas. O envolvimento da orelha é visto na forma discóide.
Tratamento: fotoproteção, corticosteróides tópicos e sistêmicos, segundo orientação reumatológica.
Neurodermatites
 Eczema Infantil
Otite Externa Micótica: Conhecida como otomicose, a otite externa micótica é uma infecção micótica que acomete o meato acústico externo e a membrana timpânica. É uma doença de etiologia mista, sendo que a infecção e a hipersensibilidade têm papel importante. Pode ocorrer quando os processos infecciosos e inflamatórios não são tratados adequadamente. Caracteriza-se por aumento da espessura da pele do CAE, com sinais de ressecamento e alteração da descamação das camadas superficiais. acomete o meato acústico externo e a membranatimpânica.
Sintomas: 
Descarga da orelha (cinza-verde, amarelo, marrom)
Inflamação da pele da orelha
Zumbido, pobres audibilidade
Cerume aparência
Dor, coceira
Ouvido hipersensibilidade
Dor de cabeça
Causas: Otomicoses maioria das vezes atinge pessoas cujo sistema imunológico está enfraquecido por várias razões. Se você tem uma pequena orelha ferida invisível ou crack, também são propensas ao aparecimento de inflamação. Além disso, o fungo na orelha ocorre devido ao uso prolongado de antibacterianos ou agentes hormonais , que, quando não controlada ajuda receptora reduzir as defesas do organismo.
Otomicoses aparecem devido a esses motivos:
• Oncologia
• AIDS, diabetes
• lesões do ouvido
• Doenças do ouvido externo
• Água na orelha
• paixão para a limpeza de ouvidos
• O não cumprimento de regras elementares de higiene pessoal
Tratamento: Consiste em aspiração - pelo médico - dos micélios fúngicos e da administração de medicação anti-fúngica, que deverá ser tópica. Além disso - e a critério do médico assistente - deverá ser associado um medicamento sistêmico, como coadjuvante do tratamento.
Corpos Estranhos
Os corpos estranhos do CAE são sobretudo frequentes em crian- ças e devem ser removidos rapidamente. Podem ser animados (organismos vivos) ou inanimados (material inerte ou organismos mortos). Acima de tudo é importante ter a noção que não se deve tentar remover um organismo vivo do CAE sem o imobilizar primeiro. Pode-se optar por utilizar um material viscoso, como óleo de amêndoas doces ou vaselina líquida, e não uma substância alcoólica agressiva, uma vez que provoca agitação do organismo com consequente aumento dos danos no CAE. A remoção pode ser depois tentada com uma micropinça. No caso de um corpo estranho inanimado deve-se tentar a remoção com um gancho e nunca com uma micropinça porque pode provocar o deslizamento do mesmo para o fundo do CAE. Em algumas situações pode ser necessária anestesia geral para remoção do corpo estranho.
Rolha de Cera
O cerume impactado é a presença de cerume que oclui o conduto auditivo externo (canal externo do ouvido). O cerume é uma mistura de descamação da pele do conduto auditivo externo e secreções destas células. O cerume age como barreira protetora e lubrificante do ouvido. Possui em sua composição algumas enzimas e pH baixo que ajuda a evitar a infecções por microrganismos
. 
Causas: Existe a eliminação constante e lenta do cerume através do orifício do ouvido. Em algumas pessoas, no entanto, existe o desbalanço entre a produção e a eliminação do cerume, causando o acúmulo desta substância, ou seja, o cerume impactado. Em outras pessoas o cerume impactado ocorre pela oclusão do orifício do ouvido, que pode acontecer devido a:
Uso de fones de ouvidos ou protetores auditivos tipo plugs intra-articulares e moldes de silicone (usado por alguns nadadores)
Utilização de hastes flexíveis com algodão na ponta, que ajudam a empurrar para dentro o cerume, facilitando seu acúmulo.
Quadro Clínico: Feita a suspeita clínica devido à história de redução da audição, o diagnóstico de cerume impactado é simples. O exame de otoscopia (visualização do ouvido através do otoscópio) é suficiente para o diagnóstico. Quando o aparelho é inserido no conduto auditivo externo é visualizado o cerume impactado, não permitindo que se veja a membrana timpânica.
Fatores de Risco: Pessoas que utilizam de equipamentos que ocluam o conduto auditivo externo e hastes flexíveis com algodão na ponta são mais suscetíveis a apresentar cerume impactado.
Tratamento: Há 3 formas de tratamento: limpeza da cera do ouvido por lavagem com água morna, extirpação da cera por aspiração e, através da utilização de pequena cureta. Isso varia em função da consistência da cera, do paciente e da experiência do médico. Em alguns casos, o paciente pode ser orientado a usar medicação por um período aproximado de 7 dias. Essa medicação deverá amolecer a cera e facilitar sua remoção.

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