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10 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS I

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CURSO DE DIREITO UDC 
DIREITO CIVIL IV – CONTRATOS 
PROFESSOR: ME. LUIS MIGUEL BARUDI DE MATOS 
 
BIBLIOGRAFIA: 
- GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: contratos – tomo I e II. Vol. IV. São Paulo: Saraiva 
- GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: contratos e atos unilaterais. Vol. III. São Paulo: Saraiva 
- TARTUCE, Flávio. Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. Vol. 2. São Paulo: Método 
- TARTUCE, Flávio. Direito civil: Teoria geral dos contratos e contratos em espécie. Vol. 3. São Paulo: Método 
O PRESENTE MATERIAL SERVE DE ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO QUE DEVE SER EMBASADO NA 
BIBLIOGRAFIA INDICADA 
 
EXTINÇÃO DO CONTRATO I 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO 
 
 Os contratos possuem um período de existência: nasce com sua formação, desenvolve-se pela 
execução e morre com a extinção. 
 
 Como método de estudo se utiliza a classificação dada pelos MOTIVOS DETERMINANTES DA 
EXTINÇÃO. 
 
 A forma de extinção natural do contrato se dá pelo seu cumprimento pelas partes do que foi 
pactuado ou pela ocorrência de eventos previamente indicados e que levam a sua extinção. 
 
 Entretanto existem outras situações fáticas que levam à extinção do contrato, 
independentemente de haverem sido inseridas no instrumento contratual. 
 
 Essas situações de fato só são verificáveis posteriormente, mesmo que suas causas sejam 
anteriores, contemporâneas ou supervenientes à formação do contrato. 
 
 A legislação muitas vezes utiliza termos diferentes como sinônimos: 
 
- extinção, resilição, resolução e rescisão 
 
 A melhor doutrina prefere maior rigor terminológico: 
 
- gênero: extinção, dissolução ou desfazimento 
 
- espécies: resilição, resolução, rescisão ou morte do contratante 
 
EXTINÇÃO NATURAL DO CONTRATO 
 
 Todas as situações fáticas em que a relação contratual se dissolve pela verificação de uma 
circunstância prevista pelas partes e tida como razoavelmente esperada. 
 
 
 
CUMPRIMENTO DO CONTRATO OU EXAUSTÃO DO SEU OBJETO 
 
 Realizada a prestação, na forma pactuada, extingue-se o contrato entre as partes, com efeitos ex 
nunc. 
 
 Nessa situação, em regra, exaure-se também o objeto do contrato (contratos instantâneos / 
execução imediata ou diferida). 
 
 Ex.: venda de coisa móvel - pagamento do preço e tradição da coisa. 
 
 Exceção está nos contratos de prestações continuadas (contratos de duração). 
 
EXAURIMENTO DO OBJETO POR LIMITAÇÃO NATURAL OU JURÍDICA 
 
 desaparecimento da situação jurídica que deu origem ao contrato (ex.: contrato de manutenção 
de veículo quando o contratante deixa de ser proprietário do bem ou do estabelecimento) 
 
 limitação natural (ex.: limitação de oferta pelo estoque existente) 
 
VERIFICAÇÃO DE FATORES EFICACIAIS 
 As partes de um contrato podem estabelecer elementos limitadores de sua duração, prevendo 
antecipadamente sua extinção. 
 
 Decurso do tempo ou ocorrência de evento futuro e incerto. 
TERMO E CONDIÇÃO 
 
CONDIÇÃO: evento FUTURO e INCERTO que condiciona o início ou término dos efeitos do negócio 
jurídico. A condição suspensiva gera expectativa de direito, pois, suspende tanto a aquisição como o 
exercício do direito. A condição resolutiva põe fim aos efeitos do negócio jurídico. 
 
TERMO: evento FUTURO e CERTO que condiciona o início ou término dos efeitos do negócio jurídico. O 
termo suspensivo (inicial ou dies a quo), gera direito adquirido ao titular, posto que impede somente o 
seu exercício, mas não a sua aquisição. O termo resolutivo (final ou dies ad quem) coloca fim aos 
efeitos do negócio jurídicos. 
 
VENCIMENTO DO TERMO 
 
 Hipótese de extinção do contrato que independe do seu regular e/ou integral cumprimento. 
 
 Contratos que são celebrados com a estipulação de um prazo (termo). 
 
 Ex.: assistência técnica 
 
IMPLEMENTO DE CONDIÇÃO RESOLUTIVA 
 
 Podem as partes estipular que a duração do contrato seja limitada à ocorrência de um evento 
futuro e incerto (condição resolutiva). 
 
 A ocorrência do evento indicado enseja a extinção automática do contrato. 
 
 Ex.: estipulação de cláusula que indica o inadimplemento como extintiva do vínculo jurídico 
(cláusula resolutiva expressa) 
 
FRUSTRAÇÃO DE CONDIÇÃO SUSPENSIVA 
 
 As partes podem estipular ainda condição suspensiva da eficácia, quando o contrato só se 
aperfeiçoará com a ocorrência de dito evento. 
 
 Ex.: o contratante convenciona a venda de determinado bem desde que o receba por herança. 
 
EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM CUMPRIMENTO 
 
 Divide-se em dois grupos segundo critério temporal: 
 
- causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato 
 
- causas posteriores à formação do contrato 
 
CAUSAS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS À FORMAÇÃO DO CONTRATO 
 
 Toda forma de extinção que não seja pelo cumprimento da obrigação deve ser considerada 
ANORMAL. 
 
 Essas causas anormais podem ter origens anteriores ou contemporâneas à formação do 
contrato. 
 
 Entretanto, mesmo sendo causa anterior ou contemporânea, sua verificação é posterior, não 
elidindo a existência do acordo como pressuposto. 
 
NULIDADE OU ANULABILIDADE 
 
 A ocorrência de nulidade (absoluta ou relativa), anterior à formação do contrato, contamina o 
negócio jurídico de tal maneira que impede a produção válida de seus efeitos. 
 
 Nulidade = ofensa a determinados requisitos legais (pressupostos de validade) 
 
 Gradação da nulidade (absoluta/relativa). 
 
 Absoluta = normas de ordem pública 
 
 Relativa = normas de proteção de interesses privados 
 
 Partindo do pressuposto de existência do negócio jurídico, as nulidades ou anulabilidades devem 
ser declaradas pelo Poder Judiciário. 
NORMAS DE ORDEM PÚBLICA 
 
 São normas de aplicação imperativa que visam tutelar os interesses primordiais da coletividade. 
 A ordem pública consiste num agrupado de princípios fundamentais, refletidos em normas de 
direito privado e que predominam sobre as convenções privadas. 
 No Direito Civil a expressão é utilizada quando se estabelecem limites à autonomia da vontade 
privada ante valores que o ordenamento quer preservar (capacidade das pessoas, em matéria 
de disposição de bens). 
 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício 
próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do 
direito ou da obrigação comum. 
 
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar 
antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. 
 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua 
celebração. 
 
REDIBIÇÃO 
 
 A ocorrência de um vício redibitório PODE ensejar a extinção do contrato, restando a faculdade 
da parte escolher entre esta e a diminuição do preço. 
 
 
 
DIREITO DE ARREPENDIMENTO 
 
 A regra é que as partes, ao celebrar um contrato, tenham certeza do que querem. 
 
 Como exceção, persiste a possibilidade de que, em determinados contratos, as partes 
convencionem, no momento da celebração (CONTEMPORÂNEA), a possibilidade de se 
arrependerem, com estabelecimento de um prazo de carência e assim desfazer o contrato sem 
maiores ônus. 
 
 Previsão deve ser expressa (autonomia da vontade). 
 
 Podem as partes estabelecer penalidades para o arrependimento (arras penitenciais- art. 420). 
 
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras 
ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da 
outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá 
direito a indenização suplementar. 
 
MULTA / ARRAS PENITENCIAL ≠ CLÁUSULA PENAL 
Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de 
cumprir a obrigação ou se constitua em mora. 
 
Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode 
referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. 
 
CAUSAS SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO DO CONTRATO 
 
 Parte-se do pressuposto que o contrato, nessas situações, se concretizou plenamente, no plano 
da validade, existência e eficácia. 
 
 Sem vícios ou previsão de arrependimento. 
 
RESILIÇÃO 
 
 A resilição é a extinção do contrato por iniciativa de uma ou ambas as partes. 
 
 Essa modalidade de extinção não retroage (ex nunc), mesmo nos contratos sucessivos nos quais 
as prestações cumpridas não serão restituídas. 
 
 A regra é a resilição bilateral (distrato), sendo exceção a unilateral. 
 
 
RESILIÇÃO BILATERAL / DISTRATO 
 
 Se a autonomia da vontade dos contratantes serviu para celebrar o contrato, deve servir 
também para desfazê-lo. 
 
 O distrato é novo negócio jurídico que extingue o anterior e indica efeitos e consequências do 
desfazimento. 
 
 Deve ser realizado pela mesma forma do contrato (art. 472). 
 
RESILIÇÃO UNILATERAL 
 
 Só se admite a resilição unilateral em casos de autorização legal explícita ou implícita (conforme 
natureza do contrato) e sempre com a prévia comunicação à outra parte. 
 
 É de direito a liberdade de contratar e de não mais seguir com o contrato, desde que se 
assumam os ônus dessa decisão. 
 
 Opera pela "denúncia" do contrato. 
 
 Necessidade de compensação de investimentos realizados (função social, boa-fé objetiva e 
dignidade da pessoa humana). 
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera 
mediante denúncia notificada à outra parte. 
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos 
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido 
prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. 
 
FORMAS ESPECIAIS DE RESILIÇÃO UNILATERAL 
 
 Algumas modalidades de contrato permitem a resilição unilateral com nomes especiais. 
 
REVOGAÇÃO: 
- mandato (arts. 682 a 687) 
- doação (arts. 555 a 564) 
 
RENÚNCIA: 
- mandato (art. 688) 
 
RESGATE: 
- retrovenda (art. 505 e 506) 
 
 
RESOLUÇÃO 
 
 Extinção do contrato por descumprimento do acordado. 
 
 Descumprimento: culposo ou involuntário / inexecução absoluta ou relativa. 
 
 A resolução é faculdade da parte contrária que pode optar pela resolução ou pela tutela 
específica. 
 
INEXECUÇÃO 
 
 Voluntária: recusa do devedor em cumprir a obrigação. 
 
 Involuntária: fatos alheios à sua vontade (caso fortuito / força maior) 
 
 Razoabilidade para verificação da responsabilidade do devedor. 
 
 Exceção de contrato não cumprido. 
 
 Onerosidade excessiva. 
 
 Cláusula resolutiva. 
 
CLÁUSULA RESOLUTÓRIA OU RESOLUTIVA 
(EXPRESSA OU TÁCITA) 
 
 As partes podem prever no próprio instrumento de contratação que o descumprimento gera a 
extinção do contrato (cláusula resolutiva expressa). 
 
 Mesmo que não haja estipulação expressa, os contratos bilaterais (interdependência das 
prestações) o descumprimento CULPOSO enseja a resolução do contrato. 
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação 
judicial. 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir 
exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
 
 
RESCISÃO 
 
 Tecnicamente, rescisão é a extinção do contrato que tenha sido celebrado em estado de perigo 
ou com a presença de lesão. 
 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a 
pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente 
onerosa. 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá 
segundo as circunstâncias. 
 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se 
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi 
celebrado o negócio jurídico. 
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte 
favorecida concordar com a redução do proveito. 
 
MORTE DO CONTRATANTE 
 
 A morte de um dos contratantes só é causa de extinção do contrato naqueles que são 
personalíssimos em função da pessoa do contratante. 
 
 A extinção se opera ex nunc. 
 
 Nas demais situações, as obrigações contratuais e os direitos serão transmitidos aos herdeiros do 
de cujus.

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