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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLEGIADO DO CURSO DE ODONTOLOGIA COMPONENETE CURRICULAR: ESTUDO INTEGRADO XIV HISTOPATOLOGIA BÁSICA DA MUCOSA BUCAL Histologia da Mucosa Bucal Membrana mucosa e mucosa bucal: definição e composição Revestimento úmido do trato gastrointestinal, passagens nasais e outras cavidades corporais que se comunicam com o exterior. Na cavidade oral, o revestimento é denominado de membrana mucosa oral ou mucosa oral. Funções: · Proteção: mecânica, barreira de defesa contra agentes agressores; · Sensorial: devido a presença de receptores específicos a estímulos térmicos, tato e dor, com capacidade variável em relação a regiões anatômicas da cavidade bucal, com destaque para região de língua e lábio; · Secreção: desembocadura dos ductos excretores das glândulas salivares (saliva). Tipos mucosa bucal de acordo com a FUNÇÃO: Dividida, segundo a exposição aos esforços mastigatórios ou à presença de um neuroepitélio. · Mucosa de revestimento: mucosa labial, mucosa jugal, mucosa alveolar, palato mole, assoalho da boca e ventre da língua. · Mucosa mastigatória: palato duro, mucosa gengival · Mucosa especializada: dorso da língua (papilas) 2 Mucosa de revestimento: o Ceratinização varia das regiões interna a externa o Palato mole / ventre lingual / assoalho / jugal e labial → não- ceratinizado o Zona de transição do lábio → Paraceratinizado o Vermelhão do lábio → Ortoceratinizado o Espessura variada (fino a muito espesso); o União entre epitélio e tecido conuntivo. – projeções curtas e irregulares; o Promove maior elasticidade à mucosa Mucosa mastigatória: o Gengiva / palato duro o Revestimento epitelial ceratinizado (Orto ou Paraceratinizado); o Projeções papilíferas bem alongadas para o interior do tecido conjuntivo; o Maior união entre epitélio e tecido conjuntivo – suportar forças durante a mastigação; Mucosa especializada: o Dorso da língua → Espesso / Orto ou Paraceratinizado o Organizado de acordo com tipos de papilas linguais Palato Mole (cor vermelho intenso) o Epitélio: estratificado pavimentoso não-ceratinizado com botões gustativos; o Lâmina própria: denso não modelado; o Submucosa: conjuntivo frouxo e glândulas salivares. 3 Assoalho da boca (cor rosa intensa) o Epitélio delgado: estratificado pavimentoso não-ceratinizado; o Lâmina própria: denso não modelado; o Submucosa: conjuntivo frouxo com glândulas salivares, tecido adiposo e muitos vasos e fibras elásticas. Local de fácil absorção de medicamentos. Fundo do sulco vestibular o Epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado, Lâmina própria densa rica em fibras colágenas. Submucosa com glândulas salivares e muitas fibras elásticas. Lábio o Zonas: pele, transição (vermelhão) e mucosa interna. o Transição: epitélio ceratinizado delgado e córion rico em vasos sangüíneos. o Mucosa: epitélio não ceratinizado espesso, córion denso não modelado, submucosa frouxa com glândulas salivares e adipócitos, e camada muscular externa. Mucosa jugal (bochechas) o Histologia semelhante à mucosa labial, com adição de glândulas sebáceas na submucosa (Grânulos de Fordyce) 4 Mucosa Bucal o Epitélio o Tecido conjuntivo Tipos de epitélio · Estratificado pavimentoso – ortoceratinizado, paraceratinizado, não ceratinizado Células do epitélio – ceratinócitos (queratinócitos) – melanócitos – células claras* * Existem três tipos de células claras: melanócitos sem melanina, células de Merckel e células de Langerhans Ceratinócitos o Maior contingente celular o Proliferação e diferenciação ao longo das camadas – formar ceratina. / apoptose (descamação). o Apoptose: morte celular geneticamente programada, com célula contraída e núcleo condensado e fragmentado. Principal mecanismo pelo qual as células são naturalmente removidas. o Agentes interferentes: vírus, tabaco e agentes químicos e físicos. Melanócitos o Células dendríticas derivadas da crista neural; o Localização: camada basal do epitélio oral; 5 o Função: formação do pigmento de melanina o Distribuição: contidos em maior número na gengiva inserida, seguida da papila gengival, gengiva marginal e mucosa alveolar. Células de Langerhans o Origem: medula óssea; o Localização: camadas superiores do epitélio; o Função: apresentadoras de antígenos; o Morfologia: núcleo lobulado, citoplasma com prolongamentos dendríticos, grânulos em forma de bastão e sem adesão com ceratinócitos; o Numerosas em ep. permeáveis - assoalho e ventre lingual Células de Merckel Células de Merckel o Origem: epitelial; o Localização: camada basal; o Não apresentam dendritos o Grânulos citoplasmáticos que liberam substâncias neurotransmissoras o Função: relacionada com o sistema nervoso; o Morfologia: núcleo com invaginação profunda, citoplasma sem prolongamentos dendríticos e com adesão aos ceratinócitos. Camadas do epitélio normal: córnea, granulosa, espinhosa e basal Camada basal: o 1 a 3 camadas de células colunares ou cúbicas o Subdividida em: porção basal / porção suprabasal o Grande atividade mitótica o Camada germinativa ou proliferativa Camada granulosa: 6 o 3 a 6 camadas de células, em geral achatadas e paralelas à superfície o Grânulos citoplasmáticos de ceratohialina o Conteúdo dos grânulos: lipídeos / glicoproteínas / enzimas lisossomais o Função: impermeabilidade epitelial Membrana basal: lençol de macromoléculas entre tecidos de diferentes origens Principais componentes: colágeno IV e VII; laminina; moléculas de adesão Funções: filtro específico; barreira física e química; estimulante da diferenciação celular e modificadora da morfologia. Tecido conjuntivo - Lâmina Própria - Submucosa Lâmina própria Tipos: Papilar Reticular Submucosa: abaixo da mucosa oral, onde podem ser visualizados vasos sanguíneos de maior calibre, glândulas salivares (ácinos), fibras nervosas, musculares e células adiposas. VARIAÇÕES DA MUCOSA NORMAL Alterações histológicas do epitélio de revestimento da mucosa oral Hiperqueratose: espessamento da camada de queratina ou surgimento dessa camada em superfície onde normalmente não se encontra. Sinônimos: 7 queratose, hiperortoqueratose Hiperparaqueratose: espessamento da camada de paraqueratina ou surgimento dessa camada em superfície onde normalmente não se encontra. Sinônimo: paraqueratose. Acantose: espessamento da camada espinhosa do epitélio Acantólise: perda de contato entre as células do epitélio. Hipergranulose: espessamento da camada granulosa do epitélio Hiperplasia: aumento do número de células de um tecido. Hiperplasia Pseudo-Carcinomatosa (Pseudo-Epiteliomatosa): acantose intensa que imita um carcinoma, ou seja, aparenta invasão do conjuntivo Atrofia: diminuição do número de células, com conseqüente diminuição de espessura do epitélio Hipertrofia: refere-se tanto ao aumento do número de células, como pelo aumento de volume dessas células. Metaplasia: formação de um tecido em um local que não é o seu de origem.Ex: estratificação do trato respiratório. Espongiose: edema intercelular da camada espinhosa Edema Intracelular (degeneração hidrópica): acúmulo de água no citoplasma das células, provocandoáreas vazias no mesmo. Exocitose: presença de células inflamatórias no epitélio. Coilocitose: aparecimento de um halo esbranquiçado no espaço perinuclear. Refere-se geralmente a invasão viral. Atipia Celular: é a perda de uniformidade das células individualmente, assim como a perda da arquitetura dos tecidos. Displasia/atipia: Atipia refere-se a células, enquanto que a displasia refere-se ao tecido como um todo. Pela classificação de 2005 da Organização Mundial da Saúde, os critérios usados para o diagnóstico da displasia epitelial são: Arquiteturais: 1. Estratificação epitelial irregular 2. Perda da polaridade das células da camada basal (perda de maturação progressiva em direção a superfície) 8 3. Projeções epiteliais em forma de gota 4. Aumento do número de figuras de mitose 5. Mitoses em camadas altas do epitélio (acima da parabasal) 6. Queratinização prematura em células isoladas (disqueratose) 7. Pérolas de queratinas nas projeções epiteliais (coleções redondas e focais de células queratinizadas em camadas concêntricas) Citológicas: 1. Variação anormal do tamanho do núcleo (anisonucleose) 2. Variação anormal do tamanho da célula (anisocitose) 3. Variação anormal da forma do núcleo (pleomorfismo nuclear) 4. Variação anormal da forma da célula (pleomorfismo celular) 5. Proporção núcleo/citoplasma aumentada 6. Aumento do tamanho do núcleo 7. Figuras de mitose atípicas (mitoses tripolares ou em forma de estrela ou figuras mitóticas acima da camada basal) 8. Aumento do tamanho e do número de nucléolos 9. Hipercromatismo nuclear (núcleos excessivamente escuros) REFERÊNCIAS 1. BARNES, L. Pathology and genetics of head and neck tumours: World Health Organization; 2005. 2. JUNQUEIRA,LC; CARNEIRO,J. Histologia Básica. 11ª ed. Guanabara- Koogan, 2008. 3. KUMAR et al. Robbins & Cotran - Fundamentos de Patologia. 8 ed. Elsevier, 2012.
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