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RESUMO DE ANTIBIÓTICOS

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ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
 
 
Página 1 
 
 ECM 
I. INTRODUÇÃO À ANTIBIOTICOTERAPIA: 
 
1. Classificação e Mecanismo de Ação: 
 
A classificação mais comum baseia-se na 
estrutura química dos antibióticos e no mecanismo de 
ação proposto da seguinte maneira: 
 
Inibem a síntese da parede celular: 
β-lactâmicos; 
Glicopeptídeos; 
Fosfomicina; 
Bacitracina; 
Antifúngicos azóis; 
Aumentam a permeabilidade da membrana 
plasmática: 
Polimixinas; 
Antifúngicos poliênicos (Anfotericina B); 
Inibem a síntese protéica bacteriana: 
Aminoglicosídeos; 
Macrolídeos; 
Lincosamidas; 
Anfenicóis; 
Tetraciclinas; 
Inibem a síntese de ácidos nucléicos: 
Quinolonas; 
Rifamicinas; 
Antimetabólicos: 
Sulfas; 
Diaminopiridinas (Trimetoprim; Pirimetamina). 
Quadro 1 – Classificação dos antimicrobianos quanto ao 
mecanismo de ação 
 
 
Figura 1 – Mecanismos de ação dos antimicrobianos 
 
2. Sensibilidade e Resistência Bacteriana: 
 
Dois conceitos importantes na antibioticoterapia 
são os conceitos de sensibilidade e resistência 
bacteriana. É importante entender que tanto a 
sensibilidade quanto a resistência não são absolutas, 
sendo relativas ao mecanismo de ação do 
antimicrobiano, de sua concentração no sítio de 
infecção, e de sua interação com o microorganismo. 
Tradicionalmente, distinguimos dois tipos de 
efeitos diferentes determinados pelos 
antimicrobianos: 
 
Efeito bacteriostático: Promovido por antimicrobianos 
que inibem crescimento e replicação microbiana. 
Correspondem aos inibidores da síntese protéica 
(exceto aminoglicosídeos) e antimetabólicos. 
 
Efeito bactericida: Promovido por antimicrobianos que 
determinam a morte dos microorganismos sensíveis a 
sua ação. Correspondem aos inibidores da síntese da 
parede celular, inibidores da síntese de ácidos 
nucléicos, aminoglicosídeos (exceção entre os 
inibidores da síntese protéica) e antimicrobianos que 
aumentam a permeabilidade da membrana 
plasmática. 
 
Se o sistema imune estiver intacto e ativo, um 
antimicrobiano bacteriostático pode ser suficiente 
para controlar a infecção e permitir que o sistema 
imune a elimine. No entanto, quando a defesa do 
hospedeiro está comprometida, é preferível o uso de 
antimicrobianos bactericidas, que eliminariam 
totalmente a infecção, pouco dependendo da ação 
imunológica do organismo hospedeiro. 
A relatividade da sensibilidade/resistência deve-
se a dois conceitos relacionados com a farmacocinética 
do antimicrobiano, sua interação com o 
microorganismo e sua interação com o hospedeiro: 
 
Concentração inibitória mínima ou bactericida 
mínima (CIM ou CBM): É a concentração mínima do 
antimicrobiano no sítio de infecção capaz de inibir o 
crescimento e a replicação microbiana (efeito 
bacteriostático) e/ou promover a morte do 
microorganismo (efeito bactericida), respectivamente. 
 
Concentração máxima segura: É a concentração 
máxima do antimicrobiano no organismo segura para o 
próprio, ou seja, que não provoca toxicidade 
significativa ao organismo do hospedeiro. 
 
Assim, a concentração do antibiótico no local da 
infecção deve exceder a concentração inibitória 
mínima, como também deve permanecer abaixo dos 
níveis tóxicos para as células humanas. Se isso for 
conseguido, o microorganismo é considerado sensível 
ao antibiótico, do contrário, este será considerado 
resistente. 
A concentração ótima do antibiótico que pode 
ser atingida no sangue é tipicamente utilizada como 
parâmetro na classificação de um microorganismo 
ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
 
 
Página 2 
 
 ECM 
como suscetível ou resistente nos testes de 
sensibilidade in vitro. No entanto, a concentração no 
local da infecção pode ser consideravelmente menor 
do que as concentrações séricas alcançadas (ex.: 
humor vítreo e LCR), o que pode comprometer a ação 
do fármaco nesses locais. Portanto, a sensibilidade in 
vitro, demonstrada no antibiograma, não deve ser o 
único fator a ser considerado na escolha do 
antimicrobiano, sendo necessário um conhecimento 
da farmacocinética de cada agente. 
 
3. Mecanismos Gerais de Resistência Bacteriana: 
 
Podemos distinguir três categorias de resistência 
bacteriana: 
o Antimicrobiano não atinge o alvo (diminuição da 
permeabilidade ao antimicrobiano; bomba de 
efluxo); 
o Inativação do antimicrobiano; 
o Alteração do alvo. 
 
Diminuição da permeabilidade ao antimicrobiano: O 
antimicrobiano pode não atingir o alvo por uma 
diminuição da permeabilidade da parece celular e/ou 
membrana plasmática a sua entrada na célula 
bacteriana. Em bactérias gram-negativas, por exemplo, 
a maioria dos antibióticos penetra na célula por 
porinas, canais protéicos que permitem a passagem de 
pequenas moléculas polares, sendo que a ausência, a 
mutação ou a perda dos canais de porinas pode reduzir 
a taxa de penetração do fármaco na célula ou impedir 
por completo sua entrada, reduzindo a concentração 
efetiva do fármaco no local-alvo. 
 
Bomba de efluxo: Algumas bactérias, principalmente 
gram-positivas, apresentam mecanismos de bomba de 
efluxo, que bombeiam ativamente o fármaco para fora 
da célula, impedindo sua ação em alvos intracelulares. 
Vide fig. 2, que mostra mecanismo de bomba de efluxo 
em Pseudomonas aeruginosa, conferindo resistência a 
β-lactâmicos. 
 
Inativação do antimicrobiano: Alguns 
microorganismos produzem enzimas capazes de 
inativar o antimicrobiano, impedindo sua ação. Os 
principais exemplos são as enzimas β-lactamases, que 
inativam β-lactâmicos, e enzimas modificadoras de 
aminoglicosídeos. 
 
Alteração do alvo: A alteração do alvo pode ser 
causada por mutação do alvo natural, modificação do 
alvo (proteção ribossômica na resistência aos 
macrolídeos e às tetraciclinas) ou substituição do alvo 
nativo suscetível por um alvo alternativo resistente 
(resistência à meticilina em estafilococos). 
 
A resistência bacteriana a antimicrobianos pode 
ser adquirida por mutação (com posterior seleção de 
cepas resistentes pela própria ação antimicrobiana), ou 
por transferência horizontal de material genético entre 
bactérias (transdução, transformação e conjugação), 
sendo este último envolvido na transferência de 
plasmídios de resistência bacteriana (provável 
mecanismo mais importante na resistência aos 
antimicrobianos). 
 
 
Figura 2 – Mecanismo de bomba de efluxo em P. 
aeruginosa 
 
4. Farmacocinética dos Antimicrobianos: 
 
Absorção: 
A capacidade de um antibiótico de ser absorvido 
por via oral, bem como a influência da alimentação 
nessa absorção são fundamentais para a prescrição de 
antibióticos orais. A administração oral deve ser 
preferida sempre que possível, no entanto, 
recomenda-se habitualmente a administração 
parenteral a pacientes em estado grave, nos quais é 
preciso atingir concentrações previsíveis do fármaco 
(100% de biodisponibilidade). 
 
Distribuição: 
O antibiótico deve ser capaz de atingir o sítio de 
infecção, logo, infecções localizadas no LCR e SNC 
devem ser tratadas por fármacos capazes de 
atravessar a barreira hematoencefálica. Deve-se 
atentar para a possibilidade de um antimicrobiano, 
que normalmente não ultrapassa a barreira 
hematoencefálica, ser capaz de, em condições de 
comprometimento da integridade da barreira como 
em meningoencefalites, penetrá-la e atingir 
concentrações no LCR suficientes para o sucesso 
terapêutico. 
A ligação a proteínas plasmáticas é um fator 
determinante da atividade antimicrobiana de um 
ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
 
 
Página 3 
 
 ECM 
fármaco. Fármacos que se ligam fortemente a 
proteínas plasmáticas podem exibir atividade e 
distribuição reduzida, porque apenas sua fração livre 
exerce atividade e se distribui.Excreção: 
O conhecimento dos mecanismos de eliminação 
de um fármaco é importante no ajuste de dose em 
pacientes com co-morbidades que interfiram nessa 
eliminação. Assim, alguns fármacos eliminados 
preferencialmente por via renal, devem sofrer ajuste 
de dose em pacientes com insuficiência renal, bem 
como fármacos eliminados preferencialmente pela bile 
ou metabolizados pelo fígado devem sofrer ajuste de 
dose em pacientes com insuficiência hepática. 
 
Efeito concentração dependente X Efeito tempo 
dependente: 
Alguns antimicrobianos demonstram maior 
eficácia terapêutica mantendo níveis relativamente 
constantes de concentração no sítio de infecção, desde 
que os níveis sejam superiores à concentração mínima 
efetiva (CIM ou CBM). Classificamos estes fármacos, 
portanto, como de “efeito tempo dependente”. 
Exemplos desses antimicrobianos são os β-lactâmicos e 
os glicopeptídeos. 
Outros antimicrobianos demonstram maior 
eficácia terapêutica quando administrados de maneira 
a proporcionar concentrações máximas pós-
administração seguidas por períodos de atividade 
subinibitória entre as administrações. Classificamos 
estes fármacos, portanto, como de “efeito 
concentração dependente”. Exemplos desses 
antimicrobianos são os aminoglicosídeos, as 
quinolonas e o metronidazol. 
 
Penetração em células do hospedeiro: 
Os agentes infecciosos que residem no interior 
das células fagocíticas (parasitas intracelulares) do 
hospedeiro exigem o emprego de fármacos capazes de 
penetrar nessas células e eliminar o agente infeccioso 
no ambiente intracelular. 
Certos antibióticos como, fluoroquinolonas, 
sulfametoxazol-trimetoprim, rifampicina e isoniazida, 
são capazes de penetrar adequadamente nas células e 
atingir concentrações intracelulares capazes de inibir 
ou matar parasitas intracelulares como Salmonella, 
Brucella, Toxoplasma, Listeria e M. tuberculosis. 
 
5. Seleção do Antimicrobiano: 
 
Os antimicrobianos são utilizados de três 
maneiras gerais: como terapia empírica, como terapia 
definitiva e como terapia profilática. 
Quando usado como terapia empírica, o 
antibiótico deve oferecer cobertura contra todos os 
patógenos mais prováveis, visto que o(s) 
microrganismo(s) ainda não foi identificado. Com 
freqüência utiliza-se a terapia de combinação ou a 
monoterapia com um agente de amplo espectro. 
Uma vez identificado o patógeno, deve ser 
instituída a terapia definitiva, levando em 
consideração a melhor indicação para o patógeno e 
tipo de infecção, efeitos adversos, co-morbidades, 
comodidade posológica e custo financeiro. 
O uso de uma combinação de antimicrobianos 
pode se justificar para: terapia empírica de uma 
infecção de causa desconhecida; tratamento de 
infecções polimicrobianas; aumentar a atividade 
antimicrobiana, havendo sinergismo entre os 
antimicrobianos; ou prevenir o desenvolvimento de 
resistência. 
 
O PROCESSO DA PRESCRIÇÃO RACIONAL DE 
MEDICAMENTOS (os seis passos) 
 
Passo 1 - DEFINIR O PROBLEMA DO PACIENTE. 
 
Passo 2 - ESPECIFICAR O OBJETIVO TERAPÊUTICO. 
Definir qual será o objetivo terapêutico (vai tratar para 
quê?). 
 
Passo 3 - VERIFICAR SE O SEU TRATAMENTO É 
ADEQUADO PARA O PACIENTE EM QUESTÃO. 
Inventário das estratégias terapêuticas (não 
medicamentosas X medicamentosas); seleção de 
grupos de medicamentos mais utilizados no 
tratamento específico; conhecer os medicamentos 
mais escolhidos e efeitos colaterais mais freqüentes de 
cada medicamento. Os critérios devem ser EFICÁCIA, 
SEGURANÇA, CONVENIÊNCIA / APLICABILIDADE, 
CUSTO. 
 
Passo 4 - FAZER A PRESCRIÇÃO. Deve constar nome do 
medicamento escolhido (da sua escolha; dê 
preferência a um medicamento genérico); nome 
genérico; forma farmacêutica; via de administração; 
esquema de administração. 
A PRESCRIÇÃO DEVE SER CLARA, LEGÍVEL E INDICANDO 
COM PRECISÃO O QUE DEVE SER FORNECIDO AO 
PACIENTE. 
 
Passo 5 - FORNECER INFORMAÇÕES, INSTRUÇÕES E 
RECOMENDAÇÕES. Você deverá fornecer informações 
e recomendações ao paciente. Para melhorar a adesão 
ao tratamento você deverá: prescrever um tratamento 
adequado; criar uma boa relação médico-paciente; 
ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
 
 
Página 4 
 
 ECM 
gastar um tempo da consulta para fornecer 
informações, instruções e recomendações. 
Os seis pontos abaixo deveriam orientar a 
informação a ser fornecida aos seus pacientes: 
 Efeitos do medicamento. Por que o medicamento 
é necessário; quais sintomas desaparecerão; qual a 
importância de tomar o medicamento, o que 
acontece se não o tomar; 
 Efeitos colaterais: Quais efeitos colaterais podem 
ocorrer; como reconhecê-los; por quanto tempo 
durarão; o que fazer se eles ocorrerem; qual a 
seriedade deles; 
 Instruções: Quando e como tomar; como guardar; 
por quanto tempo o tratamento deve continuar; o 
que fazer em caso de problemas; 
 Avisos: O que não fazer (dirigir, operar máquinas, 
se for o caso); dose máxima (intoxicação); 
 Próxima consulta: Quando voltar (ou não); o que 
fazer com as sobras de medicamento; 
 Tudo claro? Tudo foi compreendido; repetir 
informação; alguma outra pergunta. 
 
Passo 6 - MONITORIZAR (INTERROMPER?) O 
TRATAMENTO.
ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
 
 
Página 5 
 
 ECM 
II. β-LACTÂMICOS 1 - PENICILINAS: 
 
Os antibióticos β-lactâmicos compartilham uma 
estrutura e um mecanismo de ação em comum. 
Apresentam o anel β-lactâmico em sua estrutura e são 
bactericidas por promoverem a inibição da síntese da 
parede celular bacteriana formada por peptidioglicano. 
O grupo é formado por quatro classes de 
antibióticos: penicilinas, cefalosporinas, 
carbapenêmicos e monobactâmicos. 
 
1. Características Gerais das Penicilinas: 
 
As penicilinas constituem um dos mais 
importantes grupos de antibióticos na prática clínica. 
Correspondem hoje a várias diferentes subclasses com 
usos clínicos diversos. 
 
Estrutura Química: 
A estrutura básica das penicilinas, como 
mostrada na fig. 3, consiste em um anel tiazolidínico 
(A), um anel β-lactâmico (B) e uma cadeia lateral ou 
radical (R). 
Sua atividade antimicrobiana está diretamente 
ligada ao seu núcleo (A+B), estando a alteração de 
estrutura ligada a perda da ação antimicrobiana, como 
ocorre pela ação de penicilinases (β-lactamases) 
bacterianas. 
A cadeia lateral (R) é o componente variável da 
molécula que determina as propriedades 
farmacológicos das diferentes variedades de 
penicilinas e muitas de suas características 
antibacterianas. As alterações na cadeia lateral foram 
induzidas laboratorialmente na formação de novas 
penicilinas, chamadas semi-sintéticas, obtendo 
variedades mais resistentes à degradação por 
penicilinases, com espectro aumentado e com 
variações em suas propriedades farmacológicas. 
 
 
Figura 3 – Estrutura das penicilinas e produtos de sua 
hidrólise enzimática 
 
Mecanismo de Ação: 
Assim como os demais β-lactâmicos, as 
penicilinas apresentam a ação de inibir a síntese da 
parede celular bacteriana, estrutura fundamental para 
o crescimento e replicação da bactéria. A parede 
celular defeituosa provoca um desequilíbrio osmótico 
com lise da bactéria (AÇÃO BACTERICIDA). 
As penicilinas ligam-se às PBPs (penicilin bind 
protein), proteínas bacterianas de estrutura 
semelhante que exercem funções diversas, em graus 
de afinidade variados. A principal PBP bacteriana é a 
transpeptidase, enzima cuja inibição pela penicilina 
causa um defeito na formação da parede celular 
bacteriana de peptidioglicano, havendo desequilíbrio 
osmótico e consequente lise. Pode haver também uma 
destruição não-lítica da bactéria pela ligação a outras 
PBPs, que provocam colapso do potencial de 
membrana. 
A maior sensibilidade de bactérias gram-
positivas a penicilinas deve-se, em parte, a maior 
dependênciado peptidioglicano para a constituição de 
sua parede celular, quando em comparação com 
bactérias gram-negativas. Além disso, as gram-
negativas apresentam uma membrana externa 
relativamente impermeável a β-lactâmicos, sendo a 
eficácia destes dependente da permeabilidade dos 
canais de porinas da membrana externa, visto que os 
fármacos precisam atingir o espaço periplasmático 
para se ligarem a PBPs e promoverem sua ação 
bactericida. Compare as estruturas de parede 
bacteriana em gram-positivas e gram-negativas, figs. 4 
e 5. 
 
Mecanismos de Resistência: 
A resistência a penicilinas, bem como aos 
demais β-lactâmicos, é promovida pelos quatro 
mecanismos de resistência já discutidos 
anteriormente: 
o Diminuição da permeabilidade ao 
antimicrobiano: É observada naturalmente em 
bactérias gram-negativas, que apresentam 
estrutura de parede mais complexa e cuja 
sensibilidade a β-lactâmicos depende da 
permeabilidade destes pelos canais de porinas 
da membrana externa. Ex.: P. aeruginosa. 
o Bomba de efluxo: Algumas bactérias 
apresentam proteínas de membrana que 
promovem o bombeamento ativo de β-
lactâmicos para fora da bactéria. Ex.: Gram-
negativos (P. aeruginosa; E. coli; N. 
gonorrhoeae). 
o Inativação do antimicrobiano: Muitas bactérias 
são capazes de produzir penicilinases (β-
lactamases) capazes de inativar as penicilinas. 
Esse mecanismo de resistência é mais difundido 
em bactérias gram-positivas, que secretam 
ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
 
 
Página 6 
 
 ECM 
grande quantidade de β-lactamases no meio 
extracelular, mas também pode ser encontrado 
em bactérias gram-negativas que secretam e 
concentram pequenas quantidades de β-
lactamases no espaço periplasmático. Ex.: Gram-
positivos (S. aureus; Bacillus sp.; M. tuberculosis) 
e Gram-negativos (P. aeruginosa; E. coli; 
Proteus; Bacterioides sp.). 
o Alteração do alvo: Algumas bactérias gram-
positivas apresentam PBPs alteradas, exibindo 
menor afinidade à ligação com β-lactâmicos. 
Como esses antibióticos inibem muitas PBPs 
diferentes, é preciso que ocorra uma redução da 
afinidade de várias PBP para que o 
microorganismo se torne resistente. Ex.: Gram-
positivos (S. aureus (MRSA); Streptococcus do 
grupo viridans; Streptococcus pneumoniae). 
 
 
Figura 4 – Parede Bacteriana em Gram-positivos 
 
 
Figura 5 – Parede bacteriana em Gram-negativos 
 
Efeito tempo dependente: 
A eficácia do tratamento com β-lactâmicos 
depende do tempo de tratamento, sendo necessário 
manter a concentração do fármaco relativamente 
constante e acima da concentração bactericida mínima 
(CBM). 
A intensidade e a duração necessária da terapia com 
penicilina para abortar ou curar infecções 
experimentais em animais aumentam com a duração 
da infecção. O motivo básico é que as bactérias já não 
estão se multiplicando tão rapidamente quanto o 
fazem em uma infecção incipiente e a ação dos β-
lactâmicos é dependente da síntese de parede celular. 
Logo, esses antibióticos mostram-se mais ativos na 
fase logarítmica de replicação e exercem pouco efeito 
sobre as bactérias na fase estacionária, quando não há 
necessidade de sintetizar componentes da parede 
celular. 
 
2. Classificação e Propriedades Terapêuticas das 
Penicilinas: 
 
Podemos classificar as penicilinas em gerações, 
que apresentam estrutura química e espectro de ação 
semelhantes. 
A evolução farmacológica das penicilinas, a 
partir das penicilinas naturais, objetivou, 
primeiramente, maior resistência às β-lactamases (2ª 
geração – Meticilina e Oxacilina) e aumento de seu 
espectro de ação (2ª geração – Ampicilina e 
Amoxicilina), principalmente para gram-negativos, e 
mais tardiamente para o tratamento de infecções por 
Pseudomonas aeruginosa (3ª e 4ª gerações). 
 
Classificação das Penicilinas em Gerações: 
o 1ª Geração – Penicilinas Naturais 
(Benzilpenicilinas): 
- Penicilina G Cristalina; 
- Penicilina G Procaína; 
- Penicilina G Benzatina; 
- Penicilina V; 
o 2ª Geração - “Penicilinase-resistentes”: 
- Meticilina; 
- Nafcilina; 
- Isoxazolil-penicilinas: Oxacilina; Cloxacilina; 
Dicloxacilina; 
o 2ª Geração - Penicilinas de Espectro Ampliado 
(Aminopenicilinas): 
- Ampicilina (+ Sulbactam); 
- Amoxicilina (+ Clavulanato); 
o 3ª Geração - Antipseudomonas 
(Carboxipenicilinas): 
- Carbenicilina; 
- Ticarcilina (+ Clavulanato); 
o 4ª Geração - Antipseudomonas 
(Ureidopenicilinas): 
- Mezlocilina; 
- Piperacilina (+ Tazobactam). 
 
ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
 
 
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 ECM 
 
Quadro 2 – Estrutura Química e Principais Propriedades das Penicilinas 
 
ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
 
 
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 ECM 
As penicilinas semi-sintéticas, com exceção das 
“penicilinase-resistentes”, estão comumente 
associadas com inibidores da β-lactamase bacteriana, 
que ampliam o espectro dessas penicilinas para 
bactérias produtoras de β-lactamase. 
 
 Penicilinas Naturais (1ª Geração): 
 
Podemos diferenciar as penicilinas naturais por 
sua via de administração e algumas propriedades 
farmacocinéticas diferenciadas: 
o Penicilina V: Apresenta excelente estabilidade 
no trato gastrointestinal, sendo administrada 
por via oral; 
o Penicilina G Cristalina: Penicilina relativamente 
instável no trato gastrointestinal, sendo 
administrada por via intravenosa; 
o Penicilina G Procaína e Benzatina: São 
penicilinas G de depósito (ésteres de penicilina 
G), sendo administradas por via intramuscular, e 
são liberadas lentamente na corrente sanguínea, 
mantendo relativamente constante a 
concentração da penicilina por longos períodos 
(importante para manter efeito tempo 
dependente). A procaína mantém níveis 
terapêuticos por 4-5 dias, enquanto a benzatina 
mantém níveis terapêuticos por até 26 dias. 
 
Espectro: 
o Cocos Gram-positivos: 
- Streptococcus sp.* (grupos A, B, C, D, G e 
viridans; incluindo S. pneumoniae e S. 
pyogenes); 
- Enterococcus sp.*; (penicilina + gentamicina) 
o Bacilos Gram-positivos: 
- Corynebacterium diphteriae; 
- Listeria monocytogenes; 
o Espiroquetas: 
- Lepstopira interrogans; 
- Treponema pallidum; 
o Cocos Gram-negativos: 
- Neisseria meningitidis; 
- Neisseria gonorrhoeae; 
o Bactérias anaeróbias: 
- Bacterioides sp. (exceto B. fragilis); 
- Clostrídios; 
o - Outros: Veillonella; Fusobacterium (algumas 
cepas); Peptococcus; Peptostreptococcus; 
Actinomicetos. 
* Muitas cepas apresentam PBPs resistentes. 
 
Absorção: 
Já discutida anteriormente, devemos destacar a 
instabilidade da penicilina G em meio ácido na 
administração por via oral, sendo preferível a 
administração parenteral deste fármaco, e a 
estabilidade da penicilina V. 
 
Via de administração: 
o Penicilina V VO; 
o Penicilina G Cristalina IV; 
o Penicilina G Procaína IM; 
o Penicilina G Benzatina IM. 
 
Distribuição: 
o Distribuem-se bem pela maioria dos tecidos 
(exceto próstata e olho). 
o Cerca de 60% da penicilina G no plasma liga-se 
reversivelmente à albumina. 
o Embora a probenecida aumente as 
concentrações plasmáticas de penicilina, por 
inibir sua secreção tubular, também provoca 
uma redução significativa em sua distribuição 
(volume aparente de distribuição). 
o A penicilina não penetra facilmente no LCR 
quando as meninges estão normais, entretanto 
quando ocorre inflamação aguda das meninges, 
a penicilina penetra com mais facilidade, sendo 
a penicilina G cristalina a variante que melhor 
penetra. A probenecida também aumenta a 
disponibilidade de penicilina no LCR por inibir 
uma proteína que bombeia ativamente a 
penicilina do LCR de volta para a corrente 
sanguínea. 
 
Eliminação: 
o Renal: Filtração glomerular (10%) e secreção 
tubular (90%). 
o A probenecida bloqueia asecreção tubular, 
aumentando o tempo de meia-vida de cerca de 
30 minutos para 10 horas. 
o A dose de penicilina deve ser ajustada em 
situação de insuficiência renal, visto que sua 
eliminação é, principalmente, renal. Como a 
penicilina também sofre metabolização 
hepática, também deve sofrer ajuste em 
pacientes com insuficiência hepática. 
 
Efeitos Colaterais: 
o Hipersensibilidade (será discutida a seguir); 
o Efeitos irritativos no músculo devido à injeção 
(abscesso asséptico); 
o Efeitos irritativos nos vasos devido à injeção 
(flebite); 
o Efeitos tóxicos no SNC (raros, podendo estar 
associados com o uso da probenecida); 
o Intolerância digestiva na administração por via 
oral (5% dos casos). 
 
Reação de Jarish-Herxheimer: Ocorre em 70-90% dos 
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pacientes com sífilis secundária, e, menos 
comumente, com outras formas de sífilis. Consiste em 
um quadro de febre, cefaléia, calafrios, artralgia e 
mialgia, em resposta uma grande liberação de 
endotoxinas a partir da ação bactericida efetiva inicial 
que ocorre entre 8-24 hs após a administração de 
penicilina G benzatina. 
 
Usos Clínicos: 
o Pneumonia pneumocócica: Penicilina V 500mg 
6/6h por 7-10 dias; 
o Meningite Meningocócica: Penicilina G cristalina 
20-24 milhões UI IV por 5 dias (97% sensível); 
o Faringite estreptocócica: 
- Penicilina V 500mg 6/6h por 10 dias; 
- Penicilina G procaína IM 600.000 UI por 10 
dias; 
- Penicilina G benzatina IM 1.200.000 UI em dose 
única; 
o Sífilis: 
- Recente e latente até um ano: Penicilina G 
benzatina 2.400.000 UI IM e repetir em 7 dias; 
- Latente após um ano e tardia: Penicilina G 
benzatina 2.400.000 UI IM 1x/sem por 4 sem; 
o Uretrite Gonocócica: Penicilina G procaína 
4.800.000 UI IM em dose única (1 dose em cada 
nádega) (+ Probenecida); 
o Abscessos cerebrais: Penicilina G cristalina 20 
milhões UI IV (+ Metronidazol); 
o Erisipela; 
o Impetigo; 
o Leptospirose; 
o Outros: Actinomicose; Difteria; Gangrena gasosa 
e Tétano; Doença de Lyme; Listeriose; Antraz; 
Erisipelóide. 
 
Usos Profiláticos: 
o Profilaxia de recidiva de febre reumática 
(Penicilina G Benzatina IM 1.200.000 UI 
1x/mês); 
o Parceiros de sifilíticos; 
o Procedimentos cirúrgicos em paciente com 
cardiopatia valvar. 
 
 Penicilinas “penicilinase-resistentes” (2ª geração): 
 
As penicilinas resistentes à penicilinase 
correspondem a: meticilina; nafcilina; oxacilina; 
cicloxacilina; dicloxacilina. 
Seu uso deve ser restrito ao tratamento de 
infecções por estafilococos produtores de β-
lactamase (ou em casos de forte suspeita). Esses 
fármacos são muito menos ativos que a penicilina G 
contra outros microorganismos não produtores de 
penicilinases. 
 
Oxacilina (Stafcilin N®): 
o Absorção: Em geral, não apresenta boa 
absorção por VO. Uso parenteral de 4/4 ou 6/6 
horas. 
o Eliminação: A oxacilina, assim como as demais 
isoxazolil-penicilinas, é rapidamente eliminada 
por via renal, mas também pode ser eliminada 
por via hepática, sendo desnecessário o ajuste 
de dose na insuficiência renal. 
o Resistência: Cerca de 30-60% dos S. aureus já 
são resistentes (ORSA). 
o Usos clínicos: Impetigo bolhoso; furunculose; 
broncopneumonias; osteomielites; meningites; 
sepses; abscessos; artrite séptica; endocardite; 
celulite flegmonosa; síndrome de pele escaldada 
e outras infecções estafilocócicas. 
 
 Penicilinas de Espectro Ampliado (Aminopenicilinas 
– 2ª Geração): 
 
As penicilinas de espectro ampliado 
correspondem a: amoxicilina; ampicilina; 
bacampicilina; pivampicilina; tavampicilina; ciclacilina. 
Esses agentes têm atividade antibacteriana 
semelhante e espectro de ação mais amplo do que as 
penicilinas naturais e as penicilinase-resistentes, 
atingindo também bacilos gram-negativos. No entanto, 
todos são destruídos por β-lactamases bacterianas, o 
que exige comumente uma associação com inibidores 
da β-lactamase. 
 
Ampicilina: 
o Absorção: É estável em meio ácido, o que 
permite absorção por VO, mas a alimentação 
diminui sua absorção. 
o Distribuição: Apresenta boa concentração no 
líquor. 
 
Amoxicilina: 
o Absorção: É estável em meio ácido, 
apresentando ótima absorção VO não 
influenciada por alimento. 
o Distribuição: Apresenta concentração 
plasmática 2-2,5 x maior que a ampicilina. 
Apresenta boa concentração em secreção 
brônquica, seios nasais, ouvido médio e bile, 
mas não concentra bem no líquor. 
 
As aminopenicilinas são alternativas para o 
tratamento de infecções causadas por bactérias 
produtoras de β-lactamase (exceto estafilococos), 
como: H. influenza, E. coli, Proteus mirabilis, entre 
outros; desde que associadas com inibidores da β-
lactamase: Clavulanato, tazobactam e sulbactam. 
ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
 
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 ECM 
Ex: Amoxicilina + Clavulanato (Clavulin®) / Ampicilina + 
Sulbactam (Unasyn®). 
 
Usos Clínicos: 
o Infecções de VAS: Sinusite, otite média, 
bronquite aguda e epiglotite; 
o Mordidas (1ª escolha); 
o ITU não-complicadas: E. coli, Enterococcus; 
o Infecção por Salmonella e Shigella (ampicilina é 
melhor). 
 
 Penicilinas Anti-pseudomonas (3ª e 4ª Gerações): 
 
As carboxipenicilinas (carbenicilina; ticarcilina - 
3ª geração) e as ureidopenicilinas (mezlocilina; 
piperacilina - 4ª geração) são penicilinas de espectro 
ampliado para algumas espécies de gram-negativos, 
especialmente Pseudomonas, mas com menor 
atividade contra gram-positivos e sensíveis a β-
lactamases. Os dois principais representantes dessas 
gerações são, respectivamente, a ticarcilina e a 
piperacilina. 
 
Ticarcilina (3ª Geração): 
o A ticarcilina é uma alternativa no tratamento de 
Pseudomonas aeruginosa, sendo 2-4 x mais ativa 
do que a carbenicilina (protótipo dessa geração), 
mas menos ativa do que a piperacilina. 
o É comumente associada ao clavulanato 
(Ticarcilina + Clavulanato = Timentin®) para 
expandir o espectro para bactérias produtoras 
de β-lactamase. 
o Associada a efeitos adversos específicos: 
disfunção plaquetária; neurotoxicidade; 
sobrecarga de sódio. 
 
Piperacilina (4ª Geração): 
o A piperacilina estende o espectro da ampicilina 
para incluir a maioria das cepas de P. aeruginosa 
(apenas 8% de resistência), as 
Enterobacteriaceae (não-produtoras de β-
lactamase), Klebsiella pneumoniae, e muitas 
espécies de Bacteroides. Contra P. aeruginosa e 
K. pneumoniae, é 35 a 100 vezes mais ativa que 
a carbenicilina. 
o Em combinação com um inibidor da β-lactamase 
(Piperacilina + Tazobactam = Tazocin®), a 
piperacilina tem o maior espectro entre as 
penicilinas. 
o Eliminação: É eliminada por via renal e hepática 
(através da bile), sendo esta última em grau 
considerável. 
o Usos clínicos: São agentes importantes para o 
tratamento de pacientes com infecções graves 
causadas por bactérias gram-negativas, 
comumente adquiridas em ambiente hospitalar, 
sendo útil a associação com um aminoglicosídeo. 
São utilizadas em: bacteremias; pneumonias; 
infecções após queimaduras; infecções de trato 
urinário. 
 
3. Reações Alérgicas a Penicilinas: 
 
Reações de Hipersensibilidade: 
o Incidência de 1 a 10%; 
o Possibilidade de reação cruzada com 
vancomicina, aminoglicosídeos, ciprofloxacina, 
sulfametoxazol-trimetoprim, eritromicina, e, 
especialmente, cefalosporinas; 
o São classificadas em: Imediatas, Aceleradas e 
Tardias; 
Imediatas: Desencadeadas até 30 minutos após 
administração do antibiótico. São as mais perigosas. Os 
sintomas seguem a liberação de histamina pelos 
mastócitos e basófilos, que incluem: urticária, 
angioedema, rinite, asma, edema de laringe, anafilaxia 
com hipotensão e raramente (0,02%) morte. 
Aceleradas:Surgem 1 a 72 horas após 
administração. Em geral, não põem a vida em perigo, a 
menos que ocorra edema de laringe e asfixia. Sintomas 
observados: eritema, prurido, urticária, angioedema, 
rinite, além do edema laríngeo. 
Tardias: São as mais freqüentes. Aparecem dias 
a semanas após o início da terapia com a penicilina, 
sendo a erupção morbiliforme a manifestação mais 
comum. Pode-se ainda observar: urticária associada à 
artralgia, ou associada ao angioedema e à doença do 
soro. 
Outras reações que se acredita terem origem 
alérgica incluem nefrite, hepatites, leucopenia, anemia 
hemolítica e exantemas graves, como a Síndrome de 
Stevens-Johnson. Tais reações não são mediadas por 
IgE e testes cutâneos não são preditivos de sua 
ocorrência. 
 
4. Interações Medicamentosas: 
 
Principalmente relacionados ao uso de 
ampicilina: 
o Ampicilina com anovulatórios provoca 
hemorragia de escape e falha de ação 
anovulatória, com chance de gravidez; 
o Ampicilina + Alopurinol: Pacientes tornam-se 
mais predispostos aos exantemas; 
o A biodisponibilidade do Atenolol é reduzida 
quando é administrado simultaneamente com a 
Ampicilina VO; 
o A neomicina oral reduz a absorção da Penicilina 
V. 
 
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III. β-LACTÂMICOS 2 - CEFALOSPORINAS: 
 
1. Características Gerais das Cefalosporinas: 
 
As cefalosporinas são antibióticos β-lactâmicos 
semi-sintéticos, derivados de substâncias naturais 
produzidas por Cephalosporium acremonium. 
Apresentam muitas características comuns aos demais 
β-lactâmicos, e características próprias como sua 
resistência a penicilinases (não a β-lactamases de 
espectro aumentado) e estabilidade em meio ácido. 
 
Estrutura Química: 
A estrutura básica das cefalosporinas, como 
mostrada na fig. 6, consiste em um anel diidrotiazina 
(A), um anel β-lactâmico (B) e duas cadeias laterais ou 
radicais (R1,2). 
Sua atividade antimicrobiana está diretamente 
ligada ao seu núcleo ativo (A+B) ou núcleo cefêmico, o 
ácido 7-aminocefalosporânico, estrutura que confere 
estabilidade em meio ácido e alta resistência à 
penicilinases (não a β-lactamases de espectro 
aumentado), independentemente de suas cadeias 
laterais. 
Alterações na cadeia lateral R1 (posição 7 do 
anel β-lactâmico) estão associadas a mudanças na 
atividade antimicrobiana, enquanto alterações na 
cadeia lateral R2 (posição 3 do anel diidrotiazina) estão 
associadas a mudanças no metabolismo e nas 
propriedades farmacocinéticas dos fármacos. 
As cefamicinas são semelhantes às 
cefalosporinas, mas contêm um grupo metoxi na 
posição 7 do anel β-lactâmico. 
 
 
Figura 6 – Estrutura do núcleo ativo das cefalosporinas 
 
Mecanismo de Ação: 
Assim como os demais β-lactâmicos, as 
cefalosporinas apresentam a ação de inibir a síntese 
da parede celular bacteriana, estrutura fundamental 
para o crescimento e replicação da bactéria. A parede 
celular defeituosa provoca um desequilíbrio osmótico 
com lise da bactéria (AÇÃO BACTERICIDA). A descrição 
completa da ação dos β-lactâmicos é discutida a cerca 
das penicilinas e também é válida para as 
cefalosporinas. 
 
Mecanismos de Resistência: 
A resistência a cefalosporinas, bem como aos 
demais β-lactâmicos, é promovida pelos quatro 
mecanismos de resistência já discutidos 
anteriormente: 
o Diminuição da permeabilidade ao 
antimicrobiano; 
o Bomba de efluxo; 
o Inativação do antimicrobiano: Mecanismo mais 
prevalente de resistência às cefalosporinas. 
Promovido por cefalosporinases (específicas 
para cefalosporinas) e β-lactamases de espectro 
ampliado (mas não por penicilinases); 
o Alteração do alvo. 
 
Efeito tempo dependente: Semelhante aos demais β-
lactâmicos. 
 
Espectro de Ação: 
O espectro antimicrobiano das cefalosporinas 
varia de acordo com a geração. No geral, a 1ª geração 
apresenta maior cobertura de gram-positivos, 
enquanto a 2ª e 3ª gerações vão perdendo a cobertura 
de gram-positivos e aumentando a cobertura de gram-
negativos. A 4ª geração é a de maior espectro sendo 
efetiva tanto contra gram-negativos quanto contra 
gram-positivos. A generalização do espectro 
antimicrobiano é demonstrada graficamente na fig. 7 e 
na tabela 1. 
É importante destacar que as cefalosporinas não 
são confiáveis contra: S. pneumoniae (resistente à 
penicilina); Staphylococcus sp. (resistentes à 
meticilina; coagulase-negativos); Enterococcus; 
Listeria monocytogenes; Legionella sp.; C. difficile; 
Xanthomonas maltophila; Campylobacter e 
Acinetobacter. 
 
Via de administração: 
As cefalosporinas são estáveis no trato 
gastrointestinal, podendo ser administradas por via 
oral. Também podem ser administradas por via 
parenteral (IV ou IM). 
 
Eliminação: 
Em geral, são eliminadas pela urina por 
secreção tubular ativa sensível à probenecida (que 
inibe essa secreção). As doses precisam ser alteradas 
em pacientes com insuficiência renal. 
 
Distribuição: 
Várias cefalosporinas penetram no LCR em 
concentração suficiente para o tratamento de 
ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
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meningoencefalites (exceto 1ª geração). Ex.: 
cefuroxima; cefotaxima; ceftriaxona; cefepime; 
ceftizoxima. 
As cefalosporinas também atravessam a 
placenta, e são drogas seguras na gestação. 
Concentram bem nos líquidos sinovial e 
pericárdico. 
 
 
Figura 7 – Espectro das cefalosporinas 
 
Geração ATB G+ G- Pseudomonas 
 
1ª 
Cefalotina 
+++ 
 
+ 
 
- Cefazolina 
Cefalexina 
Cefaclor 
2ª Cefuroxima ++ ++ - 
Cefoxitina 
3ª Cefotaxima + +++ - 
Ceftazidima ++ 
Ceftriaxona - 
4ª Cefepime +++ +++ ++ 
Cefpiroma 
Tabela 1 – Espectro das Cefalosporinas 
 
Efeitos Adversos: 
o Reações de hipersensibilidade: Os efeitos 
colaterais mais comuns consistem em reações 
de hipersensibilidade (rash cutâneo, eosinofilia, 
prurido e febre) que parecem ser idênticas às 
causadas por penicilinas, e, de fato, pode haver 
sensibilidade cruzada entre os dois grupos (10% 
dos casos). 
o Reações locais à injeção: flebite (IV) e dor 
muscular intensa (IM). 
o Lesão renal: São agentes potencialmente 
nefrotóxicos, mas que, usados isoladamente, 
raramente apresentam nefrotoxicidade. No 
entanto, o uso associado com aminoglicosídeos 
e furosemida pode causar lesão renal. 
o Discrasias sanguíneas: Hipoprotrombinemia; 
trombocitopenia e/ou disfunção plaquetária. 
Sendo recomendada a administração de 
vitamina K nesses casos. 
 
Cefalosporinas e Álcool: 
Algumas cefalosporinas de 3ª geração 
(cefamandol, cefotetano, cefoperazona), que 
apresentam o grupo MTT, inibem a aldeído-
desidrogenase hepática, induzindo o “efeito 
dissulfiram-like” em caso de ingestão de álcool, sendo, 
portanto, desaconselhável o consumo de álcool. 
 
2. Classificação e Propriedades Terapêuticas das 
Cefalosporinas: 
 
Podemos classificar as cefalosporinas em 
gerações, que apresentam espectro de ação 
semelhantes. A classificação em gerações e sua relação 
com o espectro de ação são apresentados na tabela 1. 
 
 Cefalosporinas de 1ª Geração: 
 
Espectro: 
o Gram-positivos: Pneumococos (exceto 
resistentes a penicilinas); estreptococos; 
estafilococos (exceto MRSA; coagulase-
negativos); 
o Gram-negativos: E. coli; Klebsiella; Proteus; 
Salmonella; Shigella; 
o Anaeróbios: Apenas da cavidade oral (não cobre 
B. fragilis). 
 
Usos clínicos: 
o Pneumonia comunitária; 
o Infecções de pele e tecidos moles; 
o ITU não-complicada; 
o Profilaxia cirúrgica. 
 
Cefalotina (Keflin®/Cefalin®): 
o É a mais resistente ao ataque da β-lactamase 
estafilocócica! 
o Via de administração: Parenteral (IM ou IV). 
Não é bem absorvida por via oral. 
o Distribuição: Atravessa placenta, mas não 
atravessa barreirahematoencefálica. 
o Doses Usuais: 1-2 g 3-4x/dia IM ou IV. 
 
Cefazolina (Kefazol®): 
o Maior comodidade posológica! 
o Via de administração: Parenteral (IM ou IV). 
Não é bem absorvida por via oral. 
o Distribuição: Atravessa placenta, mas não 
atravessa barreira hematoencefálica. Apresenta 
maior tempo de meia-vida e atinge 
concentrações maiores no plasma, devido a sua 
maior ligação a proteínas plasmáticas e 
depuração renal mais lenta. 
o Doses Usuais: 250-1000 mg 3-4x/dia IM ou IV. 
 
ECM FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS ANTIBIÓTICOS 
 
 
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Cefalexina (Keflex®): 
o Pode ser administrado por VIA ORAL! 
o Via de administração: Via oral. Alimentos 
retardam a absorção. 
o Distribuição: Não atravessa barreira 
hematoencefálica e pouco atravessa a placenta. 
o Doses Usuais: 250-1000 mg 4x/dia por VO. 
 
 Cefalosporinas de 2ª Geração: 
 
Espectro: 
o 1ª geração + espectro ampliado para gram-
negativos: hemófilos; Enterobacter; M. 
catarrhalis; Neisseria gonorrhoeae; Neisseria 
meningitidis. 
 
Cefuroxima (Zinacef®): 
o Importante em infecções de vias aéreas 
superiores e ITU! 
o Via de administração: VO ou IV. 
o Distribuição: Atravessa parcialmente a barreira 
placentária, e, em condições normais, não 
ultrapassa a barreira hematoencefálica (mas 
atravessa em casos de meningoencefalites). 
o Usos clínicos: 
- Amigdalite; 
- Faringite; 
- Sinusite; 
- Otite média; 
- Meningoencefalite (por hemófilo, pneumococo 
ou meningococo); 
- ITU; 
- Gonorréia. 
o Doses Usuais: 0,5-1,5 g IV 3x/dia; 125-500 mg 
VO 2x/dia. 
 
Cefoxitina (Mefoxin®): 
o CEFAMICINA DE AÇÃO CONTRA ANAERÓBIOS! 
o Via de administração: IM. 
o Espectro: 2ª geração + Bacterioides fragilis; 
Serratia. 
o Usos clínicos: 
- Doença inflamatória pélvica (DIP); 
- Abscesso pulmonar; 
- Peritonites; 
- Infecções abdominais agudas cirúrgicas; 
- Profilaxia para cirurgia abdominal. 
Obs.: Deve ser usada em associação nas 
infecções graves, pois pode induzir resistência. 
o Doses Usuais: 1-2 g IM 3-4x/dia. 
 
 Cefalosporinas de 3ª Geração: 
 
Espectro: 
o Gram-negativos (↑): Ampla atividade contra 
gram-negativos (inclusive contra espécies 
produtoras de β-lactamase); Pseudomonas 
aeruginosa (ceftazidima); 
o Gram-positivos (↓): Espectro diminuído quando 
comparado a 1ª e 2ª gerações. 
 
Cefotaxima (Claforan®): 
o Importante contra ENTEROBACTÉRIAS! 
o Via de administração: Parenteral (IM ou IV). 
o Distribuição: Atinge SNC, sendo útil em 
meningoencefalites. 
o Usos clínicos: 
- Infecções por enterobactérias; 
- Pneumonia; 
- Meningoencefalite; 
- ITU; 
- Infecções de trato biliar. 
o Doses Usuais: 1-2g IV ou IM 3-4x/dia. 
 
Ceftriaxona (Rocefin®): 
o Maior comodidade posológica! 
o Via de administração: Parenteral (IM ou IV). 
o Distribuição: Atinge SNC, sendo útil em 
meningoencefalites. Apresenta maior tempo de 
meia-vida. 
o Eliminação: 60% Renal; 40% Bile. 
o Usos clínicos: 
- Pneumonia; 
- Meningoencefalite; 
- Gonorréia. 
o Doses Usuais: 500-1000 mg 2x/dia IV 
(pneumonias);.2 g 2x/dia IV (meningite). 
 
Ceftazidima (Fortaz®): 
o Cefalosporina de eleição ANTIPSEUDOMONAS! 
o Via de administração: Parenteral (IM ou IV). 
o Distribuição: Atinge SNC, sendo útil em 
meningoencefalites por Pseudomonas. 
o Usos clínicos: 
- Infecções por Pseudomonas (exclusivamente), 
sendo mais eficaz que as penicilinas 
antipseudomonas. 
Obs.: Associação comum com aminoglicosídeos. 
o Doses Usuais: 1-2 g 2-3x/dia IV ou IM. 
 
 Cefalosporinas de 4ª Geração: 
 
Espectro: 
o Gram-negativos (↑): Ampla atividade contra 
gram-negativos (inclusive contra espécies 
produtoras de β-lactamase); Pseudomonas 
aeruginosa; enterobactérias; 
o Gram-positivos (↑): Espectro aumentado 
comparável à 1ª geração (inclusive estafilococos 
e estreptococos – exceto os resistentes à 
meticilina e penicilina, respectivamente); 
o Anaeróbios (↓). 
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Cefepime (Maxcef®): 
o Maior espectro entre as cefalosporinas! 
o Via de administração: Parenteral (IM ou IV). 
o Distribuição: Penetra muito bem no SNC, tendo 
maior atividade que a ceftazidima no 
tratamento da meningoencefalite por P. 
aeruginosa. 
o Usos clínicos: 
- Infecções hospitalares por enterobactérias; 
- Meningoencefalite por Pseudomonas 
aeruginosa. 
 
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IV. β-LACTÂMICOS 3 – CARBAPENÊMICOS 
E MONOBACTÂMICOS: 
 
Foram desenvolvidos agentes terapêuticos 
importantes com uma estrutura β-lactâmica, que não 
são penicilinas nem cefalosporinas. 
 
1. Carbapenêmicos: 
 
Os carbapenêmicos são os β-lactâmicos de 
maior espectro de ação e os mais resistentes à 
hidrólise por β-lactamases. São originados da 
tienamicina, antibiótico natural instável produzido por 
Streptomyces cattleya. São representantes dessa 
classe: Imipenem; meropenem; ertapenem. 
 
Estrutura Química: 
Apresenta um anel β-lactâmico (B) fundido a um 
sistema de anel de 5 membros (A), que difere das 
penicilinas por ser insaturado e conter um átomo de 
carbono em lugar de um átomo de enxofre (fig. 8). 
 
 
Figura 8 – Estrutura dos carbapenêmicos 
 
Mecanismo de Ação: 
Assim como os demais β-lactâmicos, os 
carbapenêmicos apresentam a ação de inibir a síntese 
da parede celular bacteriana (AÇÃO BACTERICIDA), 
também por ligação a PBPs. 
 
Espectro: 
o Gram-positivos: Estreptococos; pneumococos; 
estafilococos oxacilina-sensíveis (incluindo 
produtores de β-lactamases); 
o Gram-negativos: Hemófilos; gonococos; 
meningococos; E. coli; Morganella; Shigella; 
Salmonella; K. pneumoniae; Proteus; 
Pseudomomas; 
o Anaeróbios: Incluindo Bacterioides fragilis. 
Obs.: Algumas cepas podem ser resistentes pela 
produção de carbapenases: B. fragillis; Klebsiella; 
Pseudomonas; Serratia. 
 
Farmacocinética: 
o Via de administração: Não é absorvido por via 
oral devido à instabilidade com o suco gástrico, 
sendo administrado por via parenteral (IV ou 
IM). 
o Distribuição: Atravessa barreira 
hematoencefálica atingindo concentração de 
20% a do sangue no LCR. Atravessa barreira 
placentária, dando concentração terapêutica no 
feto e no líquido amniótico. 
o Metabolismo: O imipenem é rapidamente 
metabolizado por uma dipeptidase renal, sendo 
necessária a administração concomitante de 
cilastatina (inibor da dipeptidase). O 
meropenem é resistente a essa peptidase, não 
sendo necessária a administração de cilastatina. 
o Eliminação: Eliminado via renal tanto por 
filtração como por secreção tubular (70% como 
fármaco ativo e 30% como metabólito). Uso de 
probenecida aumenta concentração sérica e 
prolonga o tempo de circulação. Deve ser feito o 
ajuste da dose nos casos de insuficiência renal. 
 
Usos Clínicos: 
o Infecções graves hospitalares por 
microrganismos com resistência selecionada a 
outros medicamentos; 
o Infecções respiratórias, urinárias, 
osteoarticulares, ginecológicas e intra-
abdominais; 
o Resultados favoráveis em pacientes com 
meningoencefalites bacterianas; 
o Infecções graves em neonatos e lactentes por 
gram-negativos. 
 
Obs.: Contra pseudomonas, não deve ser usado em 
monoterapia, por induzir resistência durante o 
tratamento. 
 
Dose habitual: 
o Imipenem (Tienam®): 
- Adultos: 500mg, 6/6h, diluído em 50 a 100ml 
de SG em 20 a 30 min; 
- Crianças: 50mg/Kg/dia de 6/6h; 
- Neonatos: 20mg/Kg/dia de 12/12h. 
o Meropenem (Meronem®): 
- Adultos: 500 a 1000 mg IV de 8/8h em 30 min 
(máx 6g); 
- Crianças: até 40 mg/Kg/dia de 8/8 h. 
 
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Obs.: O meropenem apresenta maior atividade contra 
P. aeruginosae H. influenzae, quando comparado ao 
imipenem, e não precisa ser administrado com 
cilastatina. 
 
Efeitos Adversos: TGI (náuseas e vômitos); convulsões 
(↑ doses); reação cruzada com outros β-lactâmicos. 
 
2. Monobactâmicos: 
 
O representante dessa classe é o Aztreonam, 
composto β-lactâmico monocíclico. Também age por 
ligação a PBPs, induzindo a formação de longas 
estruturas bacterianas filamentosas. 
 
 
Figura 9 – Estrutura química do aztreonam 
 
Sua atividade antimicrobiana difere dos demais 
β-lactâmicos, exibindo maior semelhança com a de um 
aminoglicosídeo. 
Seu espectro de ação é totalmente diferente dos 
demais β-lactâmicos, sendo efetivo apenas contra 
gram-negativos, especialmente enterobactérias e P. 
aeruginosa. 
Como não apresentam reação cruzada com os 
demais β-lactâmicos, seu principal uso clínico é no 
tratamento de infecções por gram-negativos que 
normalmente seriam tratadas por β-lactâmicos, não 
fosse a história de reação alérgica prévia. 
 
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V. GLICOPEPTÍDEOS: 
 
1. Vancomicina: 
 
A vancomicina é um antibiótico produzido 
naturalmente pelo Streptococcus orientalis. Sua maior 
importância clínica é no tratamento das cepas de 
estafilococos resistentes à oxacilina (meticilina). 
 
Estrutura Química: 
É um glicopeptídeo tricíclico complexo e 
incomum, cuja fórmula estrutural segue na fig. 10. 
 
 
Figura 10 – Estrutura química da vancomicina 
 
Espectro: 
A vancomicina é primariamente ativa contra 
bactérias gram-positivas: Estafilococos (inclusive 
MRSA); estreptococos; enterococos; clostrídios; cocos 
anaeróbicos; actinomicetos; Corynebacterium. 
 
Mecanismo de Ação: 
A vancomicina inibe competitivamente a 
síntese da parede celular de bactérias sensíveis por 
meio da sua ligação de alta afinidade à extremidade 
terminal D-alanil-D-alanina de unidades precursoras da 
parede celular, impedindo a polimerização do 
peptidioglicano (vide fig. 11). O fármaco é 
BACTERICIDA para os microorganismos em divisão. 
Parece exercer efeitos secundários sobre a síntese 
protéica e alterando o protoplasma. 
 
Obs.: Apresenta efeito tempo dependente. 
 
Mecanismo de Resistência: 
A resistência à vancomicina resulta de uma 
alteração do alvo D-alanil-D-alanina, com sua 
substituição por D-alanil-D-lactato ou D-alanil-D-
serina, que exibem ligação precária à vancomicina. 
Esse mecanismo de resistência foi observado em 
enterococos (VRE – ainda podem ser sensíveis à 
teicoplanina), mas o mecanismo de resistência dos 
estafilococos (VRSA) ainda não foi bem elucidado. Em 
geral, as cepas são consideradas: 
o Sensíveis: quando CIM ≤ 4 µg/ml; 
o Resistência intermediária: CIM = 8-16 µg/ml; 
o Resistentes: CIM ≥ 32 µg/ml. 
 
 
Figura 11 – Mecanismo de ação da vancomicina 
 
Farmacocinética: 
o Via de administração: VO ou IV. Pouco 
absorvida após administração oral, havendo 
excreção de grande quantidade nas fezes. Na 
terapia parenteral, deve ser administrada por via 
IV, nunca por via IM. 
o Distribuição: Apresenta ampla distribuição, 
concentrando bem em: líquido sinovial; líquido 
pericárdico; líquido pleural; líquido ascítico; 
fígado; pulmão; coração; meninges inflamadas 
(variável); ossos; abscessos. 
o Eliminação: Não sofre metabolismo hepático. 
Eliminação basicamente por via renal (90% por 
filtração glomerular), sendo necessário o ajuste 
de dose em pacientes com insuficiência renal 
(exceto no uso oral). 
 
Usos Clínicos: 
o Infecções por estafilococos resistentes à 
meticilina (ou alérgicos à penicilina); 
o Endocardite por enterococos e estafilococos 
(MRSA) (em associação com aminoglicosídeo); 
o Colite pseudomembranosa (2ª escolha – por via 
oral); 
o Infecções graves por pneumococo; 
o Granulocitopenia febril. 
 
Efeitos Adversos: 
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o Molécula altamente irritativa, não devendo ser 
administrada por via IM, e deve ser lentamente 
infundida por via IV (por pelo menos 60 
minutos), devido ao risco de flebite. 
o Síndrome do Pescoço Vermelho: Reação 
eritematosa, com prurido e hipotensão, 
acometendo face, pescoço e tronco. Apresenta 
relação com doses altas e maior velocidade de 
infusão da droga. 
o Síndrome de Stevens-Johnson; 
o Leucopenia e eosinofilia. 
o Nefrotoxicidade e ototoxicidade 
(potencializados pela administração com 
aminoglicosídeos, diuréticos de alça). 
 
Interações Medicamentosas: 
o Aumento de nefrotoxicidade e ototoxicidade da 
vancomicina quando associada a: gentamicina, 
amicacina, polimixinas, cisplatina, diuréticos de 
alça, bacitracina, anfotericina B, anestésicos 
gerais. 
o Vancomicina pode aumentar o bloqueio 
neuromuscular de suxametônio e vecurônio. 
 
2. Teicoplanina: 
 
A teicoplanina é um antibiótico glicopeptídeo 
produzido naturalmente pelo Actinoplanes 
teichomyetius. Assemelha-se à vancomicina quanto à 
estrutura química, ao mecanismo de ação, ao 
espectro de atividade e à via de eliminação 
(basicamente renal). 
No entanto, devemos determinar as principais 
diferenças entre esses dois fármacos. Diferenças estas 
principalmente referentes à farmacocinética. 
 
 
Figura 12 – Estrutura da teicoplanina 
 
Farmacocinética: 
o Via de administração: Pode ser administrada 
por via IV ou IM, por ser menos irritativa do que 
a vancomicina; 
o Distribuição: Distribuem-se tão bem quanto a 
vancomicina, exceto no SNC (não penetra pela 
barreira hematoencefálica). Apresenta maior 
tempo de meia-vida, devido a sua maior ligação 
a proteínas plasmáticas (90-95%) e depuração 
renal mais lenta, apresentando MELHOR 
COMODIDADE POSOLÓGICA! 
o Eliminação: Eliminação basicamente por via 
renal mais lenta do que a vancomicina, sendo 
necessário o ajuste de dose em pacientes com 
insuficiência renal. 
 
Efeitos Adversos: 
o São semelhantes aos da vancomicina, mas 
menos frequentes; 
o Não apresenta reações irritativas, o que 
permite sua administração IM. 
 
 
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VI. INIBIDORES METABÓLICOS – 
SULFONAMIDAS E TRIMETOPRIMAS: 
 
As sulfonamidas são utilizadas primariamente no 
tratamento de infecções do trato urinário e, em 
combinação com o trimetoprim, também são 
empregadas frequentemente no tratamento da otite, 
da bronquite, da sinusite e das pneumonias por 
Pneumocystis carinii.O desenvolvimento de resistência 
limitou sua utilidade em outras situações. 
 
1. Características Gerais das Sulfonamidas: 
 
Estrutura Química: 
As sulfonamidas são derivados da para-
aminobenzenossulfonamida (sulfanilamida). Nota-se 
em comum na estrutura química das sulfonamidas o 
anel de benzeno ligado diretamente a um átomo de 
enxofre e um grupo NH2 na extremidade oposta. Vide 
fig. 13. 
 
 
Figura 13 – Estrutura química das sulfonamidas 
 
Espectro: 
As sulfonamidas apresentam amplo espectro de 
atividade antimicrobiana, tanto contra gram-positivos 
quanto contra gram-negativos. As sulfonamidas 
apresentam ainda atividade contra fungos 
(pneumocistose; paracoccidioidomicose) e 
protozoários (toxoplasmose; malária). Na verdade, 
todos os microorganismos que sintetizam seu próprio 
ácido fólico a partir do ácido para-aminobenzóico 
(PABA) deveriam ser sensíveis às sulfonamidas (exceto 
os que já adquiriram resistência). No entanto, 
bactérias capazes de utilizar o folato pré-formado não 
são afetadas, assim como as células humanas. 
 
Mecanismo de Ação: 
As sulfonamidas são análogos estruturais e 
antagonistas competitivos do PABA, impedindo assim 
sua utilização normal na síntese de ácido fólico. Mais 
especificamente, são inibidoras competitivas da 
enzima microbiana diidropteroato-sintase. O ácidofólico é fundamental para a multiplicação dos 
microorganismos, de maneira que sua falta promove 
AÇÃO BACTERIOSTÁTICA. 
 
Sinergismo com trimetoprimas: 
O trimetoprim é um poderoso inibidor 
competitivo seletivo da diidrofolato redutase 
microbiana, enzima que reduz o diidrofolato (ácido 
fólico) ao tetraidrofolato (ácido folínico), exercendo 
um efeito sinérgico quando associado a uma 
sulfonamida, pois ambas atuam inibindo duas reações 
sequenciais de uma mesma via metabólica, como 
exibido na fig. 14. 
 
 
Figura 14 – Via de síntese dos ácidos fólico e folínico 
 
Mecanismos de Resistência: 
Os mecanismos de resistência às sulfonamidas 
envolvem, além dos quatro já descritos anteriormente 
para os β-lactâmicos, mais dois mecanismos extras, 
sendo esses os principais. São eles: 
o Diminuição da permeabilidade ao 
antimicrobiano; 
o Bomba de efluxo; 
o Inativação do antimicrobiano; 
o Alteração do alvo (enzima); 
o Via metabólico alternativa para a síntese de um 
metabólito essencial: Alguns microorganismos 
são resistentes às sulfonamidas por produzirem 
ácido fólico e folínico por uma via independente 
da inibida pelas sulfonamidas; 
o Produção aumentada de um metabólito 
essencial ou de um antagonista de um fármaco: 
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Alguns estafilococos adquiriram resistência às 
sulfonamidas por produzirem uma quantidade 
de PABA 70 vezes maior que a normal, 
ganhando a competição e anulando o efeito do 
fármaco. 
 
Farmacocinética: 
o Via de administração: Em geral, as sulfonamidas 
apresentam boa absorção por via oral, sendo 
preferencialmente usadas por essas vias. No 
entanto, algumas sulfonamidas podem ser 
administradas por via tópica e parenteral. 
o Distribuição: Apresentam ampla distribuição 
pelo organismo, inclusive no LCR e placenta 
(sendo necessário cuidado por sua potencial 
toxicidade para o feto). Ligam-se em graus 
variáveis às proteínas plasmáticas, sobretudo à 
albumina. 
o Metabolização: Sofre metabolização hepática 
(acetilação) com inativação do fármaco, que não 
exerce mais seu efeito antimicrobiano e, no 
entanto, mantém suas propriedades tóxicas. 
o Eliminação: São eliminadas por todas as 
secreções do corpo (inclusive leite materno), 
mas principalmente pela urina, a partir de 
filtração glomerular. Pequena quantidade é 
eliminada pela bile e pelas fezes. É necessário o 
ajuste da dose em pacientes com insuficiência 
renal. 
 
Reações Adversas: Cristalúria (sulfadiazina e 
sulfametoxazol); distúrbios hematopoiéticos (anemia 
hemolítica, anemia aplásica, agranulocitose, 
trombocitopenia); reações de hipersensibilidade 
(diversas, incluindo a Síndrome de Stevens-Johnson e 
a dermatite esfoliativa); kernicterus em neonatos 
(pode deslocar a bilirrubina da albumina plasmática). 
 
Interações Medicamentosas: 
o Importante sinergismo com macrolídeos e 
derivados pirimídicos (pirimidina e 
trimetoprima); 
o Co-administração com antiácidos diminui a 
absorção; 
o Inibe a metabolização hepática de certas drogas, 
potencializando seus efeitos: álcool; 
anticoagulantes orais; fenitoína; metotrexato; 
hipoglicemiantes orais; 
o Estimula a metabolização hepática de certas 
drogas, diminuindo seus efeitos: ciclosporinas; 
anticoncepcionais orais. 
 
2. Classificação e Propriedades Terapêuticas das 
Sulfonamidas: 
 
A principal forma de classificação das 
sulfonamidas é baseada em suas propriedades 
farmacocinéticas: 
o Agentes absorvidos e excretados rapidamente: 
Sulfissoxazol (6 horas); Sulfadiazina (10 horas); 
sulfametoxazol (11 horas); 
o Agentes absorvidos rapidamente e de excreção 
muito lenta: Sulfadoxina (4-9 dias); 
o Agentes não absorvíveis (ou pouco absorvíveis): 
Sulfatalidina; sulfassalazina; 
o Agentes para uso tópico: Sulfacetamida; 
sulfadiazina de prata. 
 
Seguem abaixo alguns aspectos que 
devem receber destaque a cerca de cada tipo 
de sulfonamida: 
 
Sulfadiazina: 
o Via de administração: VO ou IV; 
o Deve-se garantir uma ingestão de líquidos 
adequada ao paciente em uso de sulfadiazina, 
devido ao seu potencial de precipitação em 
urina ácida, promovendo a formação de 
cálculos. 
o Usos clínicos: 
- Toxoplasmose: Sulfadiazina + pirimetamina. 
 
Sulfadoxina: 
o Via de administração: VO ou IM; 
o Apresenta ação prolongada, com meia-vida de 
aproximadamente uma semana; 
o Sempre em associação com a pirimetamina; 
o Usos clínicos: Toxoplasmose; pneumocistose; 
malária (tratamento e profilaxia). 
 
Sulfassalazina: 
o Via de administração: VO; 
o É pouco absorvida pelo trato gastrointestinal, 
sendo utilizada no tratamento das doenças 
inflamatórias intestinais (enterocolite 
ulcerativa), enterite regional, colite 
granulomatosa; 
o A sulfassalazina é degradada por bactérias 
intestinais em sulfapiridina e 5-aminossalicilato, 
sendo este último o agente eficaz na doença 
inflamatória intestinal, enquanto o outro está 
ligado à toxicidade; 
o Em até 20% dos pacientes, ocorrem náuseas, 
febre, artralgia e erupções cutâneas. 
 
Sulfadiazina de prata: 
o Via de administração: Tópica; 
o Inibe o crescimento in vitro de quase todas as 
bactérias e fungos patogênicos, incluindo 
algumas espécies resistentes às sulfonamidas; 
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o Uso tópico na profilaxia de infecções em grandes 
queimados e feridos; 
o Não deve ser utilizada no tratamento de uma 
infecção profunda estabelecida; 
o Pode ser considerada BACTERICIDA, porque a 
prata lentamente liberada apresenta atividade 
tóxica aos microorganismos. 
 
Cotrimoxazol (Sulfametoxazol + Trimetoprim): 
o Via de administração: VO. 
o Efeito sinérgico: O sulfametoxazol e o 
trimetoprim apresentam espectros semelhantes 
contra a maioria dos gram-positivos e gram-
negativos. No entanto, a administração dos dois 
fármacos isoladamente pode induzir resistência 
e não ser eficaz, o que não é observado quando 
ambos são co-administrados. Bactérias que 
seriam resistentes a esses fármacos 
isoladamente podem mostrar-se sensíveis à 
associação. 
o Farmacocinética: Os perfis farmacocinéticos do 
sulfametoxazol e do trimetoprim estão 
estreitamente combinados, ainda que não 
perfeitamente, para se obter uma relação de 
20:1 no sangue e nos tecidos. O trimetoprim 
apresenta atividade antibacteriana 20-100 vezes 
maior que o sulfametoxazol. 
o Não há evidências de que o sulfametoxazol-
trimetoprim, quando administrado nas doses 
recomendadas, possa induzir o desenvolvimento 
de deficiência de folato em indivíduos normais. 
No entanto, nos pacientes idosos ou em 
pacientes com história de deficiência de ácido 
fólico podem ocorrer alterações hematológicas 
indicativas de deficiência de ácido fólico 
(megaloblastose, leucopenia ou 
trombocitopenia). Estas manifestações podem 
ser revertidas com a administração de ácido 
folínico. 
o Usos clínicos: 
- Pneumonia por P. carinii em pacientes com 
SIDA; 
- Bronquite (exacerbações agudas); 
- Otite média; 
- Enterite por Shigella, Salmonella; 
- ITU crônicas e recorrentes (E coli, Proteus, 
Klebsiella, Pseudomonas, Enterobacter); 
- Prostatite; 
- Síndrome uretral aguda (clamídia, gonorréia, 
Gardnerella); 
- Outros: Brucelose; Nocardiose; actinomicose; 
malária; paracoccidioidomicose; isosporíase; 
pediculose. 
 
 
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VII. QUINOLONAS: 
 
As quinolonas são antibióticos sintéticos 
comumente empregados no tratamento de diversos 
tipos de infecções, principalmente infecções do trato 
urinário. As formas recentemente desenvolvidas de 
fluoroquinolonas estão associadas com um número 
relativamente pequeno de efeitos colaterais e baixa 
capacidade deinduzir resistência bacteriana. 
 
1. Características Gerais das Quinolonas: 
 
Estrutura Química: 
A estrutura química das quinolonas segue na fig. 
15, sendo composta por um núcleo quinolônico, ligado 
a três radicais (R1, R6 e R7) diferentes entre as 
variedades de quinolonas, e responsáveis por suas 
características individuais. O átomo X8 dentro do anel 
de benzeno também varia entre as quinolonas. Vale 
destacar que as fluoroquinolonas apresentam um 
átomo de flúor no R6. 
 
 
Figura 15 – Estrutura química das quinolonas 
 
Mecanismo de Ação: 
As quinolonas agem inibindo as enzimas 
bacterianas DNA girase (topoisomerase II) e 
topoisomerase IV. Entre as bactérias gram-positivas, o 
mecanismo mais comum é a inibição da topoisomerase 
IV, enquanto nas gram-negativas o mais comum é a 
inibição da DNA girase. Ambos os mecanismos inibem 
a duplicação efetiva do DNA bacteriano, o que impede 
a replicação bacteriana. As consequências dessa 
inibição são: alongamento bacteriano; produção de 
exonucleares; degradação cromossomial; e 
consequente morte celular (AÇÃO BACTERICIDA). 
 
Mecanismos de Resistência: 
Os mecanismos de resistência às quinolonas 
envolvem: 
o Diminuição da permeabilidade ao 
antimicrobiano; 
o Bomba de efluxo: Mecanismo responsável pela 
resistência de muitos S. aureus e P. aeruginosa; 
o Alteração do alvo (enzima ou subunidade 
enzimática): Algumas bactérias podem adquirir 
resistência a quinolonas por mutações no gene 
de codificação da subunidade A da DNA girase 
(topoisomerase II) ou da topoisomerase IV 
(principalmente em gram-positivos), sendo essa 
resistência comumente desenvolvida durante a 
terapia antimicrobiana. 
 
Espectro: 
o Gram-positivos: Streptococcus pyogenes; 
Streptococcus pneumoniae; Staphylococcus 
aureus; 
o Gram-negativos: E. coli; Proteus; K. pneumoniae; 
Enterobacter; Salmonella; Morganella; Shigella; 
Bordetella; Campylobacter; P. aeruginosa; 
Neisseria; clamídias; 
o Anaeróbicos: Clostridium; Bacterioides fragilis; 
cocos anaeróbicos. 
 
Farmacocinética: 
o Via de administração: VO ou IV; 
o Absorção: São bem absorvidas por 
administração oral, e o alimento não 
compromete a absorção, embora retarde o 
alcance da concentração sérica máxima. A 
absorção oral é comprometida por precipitação 
com cátions divalentes (antiácidos). 
o Distribuição: Apresentam ampla distribuição 
pelo organismo, com concentração em urina, 
bile, pulmão e células fagocíticas maior do que 
no sangue, e concentração em osso, próstata e 
LCR menor. As quinolonas de 3ª e 4ª gerações 
(levofloxacina, moxifloxacina, trovafloxacina) 
apresentam maior tempo de meia-vida, e, 
consequentemente, maior comodidade 
posológica. 
o Eliminação: Em geral, as quinolonas 
apresentam eliminação por via renal (secreção 
tubular e filtração glomerular), exceto a 
trovafloxacina e a moxifloxacina. Essas de 
eliminação não-renal são contra-indicadas em 
pacientes com insuficiências hepática, enquanto 
aquelas de eliminação renal devem ter suas 
doses ajustadas na insuficiência renal. As 
quinolonas não são removidas por diálise. 
 
Efeitos Adversos: 
o As quinolonas são, em geral, bem toleradas e 
induzem poucos efeitos adversos, sendo os 
mais comuns sintomas digestivos (náuseas, 
vômitos, diarréia e dor abdominal). 
o Podem causar lesões em cartilagens e tendões, 
havendo artralgia (indicação direta para 
suspender o antibiótico) e ruptura do tendão de 
Aquiles. 
o Por induzir malformações ósseas e cartilaginosas 
é contra-indicada em gestantes e lactantes 
(excretada no leite). 
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o As reações de hipersensibilidade também 
podem ocorrer, havendo urticária, eosinofilia, 
febre e erupção maculopapular. 
o Raramente causa lesão renal e hepática. 
o Alguns efeitos adversos estão mais associados a 
quinolonas específicas, como: 
o Ciprofloxacina: Inibição dos receptores de 
GABA, havendo sonolência, insônia, cefaléia, 
fadiga e depressão; 
o Perfloxacina: Associada à fotossensibilidade, 
havendo escurecimento da pele, principalmente 
em idosos. Está relacionada à eliminação da 
quinolona pelo suor; 
o Gatifloxacina: Gera hiperglicemia em pacientes 
com diabetes e hipoglicemia naqueles em uso de 
hipoglicemiantes orais, sendo retirada do 
mercado; 
o Esparfloxacino ( Moxifloxacino): Aumento do 
intervalo QT ao ECG, devendo haver cautela na 
administração concomitante com antiarrítmicos 
e outros medicamentos que aumentem QT, e 
em pacientes com hipocalemia. 
 
Interações Medicamentosas: 
o Inibe o metabolismo hepático de warfarina, 
teofilina e digoxina, aumentando o risco de 
intoxicação por essas drogas; 
o Diminuição de sua absorção por precipitação 
com cátions divalentes (antiácidos, complexos 
vitamínicos com Fe+2 e Zn+2); 
o Probenecida aumenta sua concentração sérica, 
por inibir a secreção tubular de quinolonas; 
o Cautela no uso de quinolonas em pacientes em 
uso de antiarrítmicos (amiodarona, 
procainamida, quinidina). 
 
2. Classificação e Propriedades Terapêuticas das 
Quinolonas: 
 
Podemos classificar as quinolonas em gerações, 
que apresentam características estruturais, espectro 
de ação e usos clínicos semelhantes. 
 
 Quinolonas de 1ª Geração: 
 
As quinolonas de 1ª geração correspondem a: 
ácido nalidíxico (protótipo das demais quinolonas); 
ácido oxolínico e ácido pipemídico. Em geral, são 
utilizadas no tratamento de infecções urinárias por 
gram-negativos entéricos com sensibilidade 
comprovada. 
 
Ácido Nalidíxico (Wintomylon®): 
o Foi a primeira quinolona sintetizada! 
o Espectro: 
o - Bactérias gram-negativas: E. coli; P. mirabilis; 
Klebsiella; Enterobacter; Morganella morganii; 
- Pseudomonas aeruginosa é resistente. 
o Usos clínicos: 
- ITU por enterobactérias; 
- Profilaxia de ITU recidivante. 
 
Ácido Oxolínico (Urilin®): 
o Também atinge estafilococos! 
o Espectro: 
- Bactérias gram-negativas: E. coli; P. mirabilis; 
Klebsiella; Enterobacter; Morganella morganii; 
- Bactérias gram-positivas: Estafilococos; 
- Pseudomonas aeruginosa continua resistente. 
o Usos clínicos: 
- ITU agudas, crônicas e recidivantes. 
 
Ácido Pipemídico (Balurol®): 
o Também atinge Pseudomonas aeruginosa! 
o Espectro: 
- Bactérias gram-negativas: E. coli; P. mirabilis; 
Klebsiella; Enterobacter; Morganella morganii; 
P. aeruginosa; 
- Bactérias gram-positivas: Estafilococos. 
o Usos clínicos: 
- ITU por microorganismos resistentes ao 
nalidíxico e oxolínico; 
- Prostatite aguda. 
 
 Quinolonas de 2ª Geração: 
 
As fluoroquinolonas são significativamente mais 
potentes e exibem um espectro muito mais amplo de 
atividade antimicrobiana, quando comparadas às 
quinolonas de 1ª geração. 
As quinolonas de 2ª geração são úteis no 
tratamento de infecções sistêmicas, principalmente do 
trato urinário, tendo representantes muito ativos 
contra Pseudomonas aeruginosa (ciprofloxacina) e 
contra micobactérias (ofloxacina). 
 
Norfloxacina (Floxacin®/Floxinol®/Uritrat®/Norf®): 
o Foi a primeira fluoroquinolona liberada para 
uso clínico! 
o Espectro: 
- Bactérias gram-negativas: E. coli; P. mirabilis; 
Klebsiella; Enterobacter; Salmonella; 
Morganella; Shigella; Legionella pneumophila; 
Moraxella catarrhalis; Bordetella pertussis; 
Neisseria; Haemophilus; Bordetella; 
Campylobacter; Vibrio cholerae; 
- Bactérias gram-positivas: S. aureus (inclusive 
MRSA); Staphylococcus coagulase-positivo e 
coagulase-negativo e S. aureus (inclusive MRSA); 
- É pouco efetivo contra Streptococcus 
pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa. 
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o Usos clínicos: 
- ITU agudas, crônicas e recidivantes; 
- Prostatites agudas e crônicas por E. coli;- Infecções gonocócicas (uretrite e cervicite); 
- Infecções gastrintestinais (incluindo febre 
tifóide e diarréia dos viajantes). 
 
Ofloxacina (Ofloxan®/Floxtat®): 
o Mais forte contra MICOBACTÉRIAS! 
o Espectro: 
- Semelhante à Norfloxacina +micobactérias. 
o Usos clínicos: 
- ITU baixas (uretrites e cervicites); 
- Tuberculose; 
- Micobacterioses atípicas; 
- Infecções diversas (respiratórias, 
dermatológicas, biliares, ginecológicas e 
entéricas). 
 
Ciprofloxacina (Cipro®/Ciflox®/Proflox®): 
o Mais potente da 2ª geração: 4-8x mais ativa 
contra enterobactérias e, principalmente, 
PSEUDOMONAS! 
o Crianças de 1 a 6 anos metabolizam mais 
rapidamente a ciprofloxacina do que os adultos, 
necessitando doses maiores e intervalos 
menores; 
o Espectro: 
- Semelhante à Ofloxacina+ P. aeruginosa; 
- Falhas: estreptococos (inclusive pneumococo); 
enterococos; anaeróbios; clamídia e 
micoplasma. 
o Usos clínicos: 
- Infecções por Pseudomonas aeruginosa; 
- Osteomielite; 
- ITU agudas e crônicas; 
- Prostatite; 
- Tuberculose e micobacterioses atípicas; 
- Infecções gastrintestinais (salmoneloses e 
shigeloses); 
- Infecções respiratórias (por hemófilos, 
enterobacter e pseudomonas); 
- DSTs (Cancróide; gonorréia); 
- Endocardite estafilocócica; 
- Infecções sistêmicas (sepse, intra-abdominal, 
meningoencefalite). 
Obs.: Geralmente, reserva-se a ciprofloxacina para o 
tratamento das infecções por P. aeruginosa. 
 
 Quinolonas de 3ª Geração: 
 
As quinolonas de 3ª geração são úteis no 
tratamento de infecções respiratórias, visto que, ao 
contrário das quinolonas de 2ª geração, apresentam 
boa atividade contra pneumococos e mantêm a boa 
atividade contra hemófilos e demais patógenos 
respiratórios. Essas quinolonas também mantêm uma 
ação antipseudomonas, porém inferior à 
ciprofloxacina. 
 
Levofloxacina (Levaquin®/Tavanic®/Tamiram®): 
o Isômero levógiro da Ofloxacina! 
o Via de administração: VO ou IV (em dose única 
diária – comodidade posológica); 
o Distribuição: Não atravessa a barreira 
hematoencefálica; 
o Espectro: 
- Gram-positivos: Streptococcus sp. (inclusive S. 
pneumoniae); Staphylococcus sp.; 
- Gram-negativos: Enterobactérias; 
- Patógenos respiratórios: K. pneumoniae; 
Mycoplasma pneumoniae; Chlamydia 
pneumoniae; H. influenzae; H. parainfluenzae; 
M. catarrhalis; Legionella pneumophyla; P. 
aeruginosa. 
o Usos clínicos: 
- Infecções respiratórias; 
- ITU; 
- Infecções cutâneas; 
- Osteomielite; 
- Artrite séptica 
 
Moxifloxacina (Avalox®): 
o Mais efetiva contra ANAERÓBICOS e 
PNEUMOCOCO! 
o Metabolismo: Apresenta metabolismo 
hepático, sendo contra-indicado em pacientes 
com insuficiência hepática; 
o CUIDADO! Interação com antiarrítmicos e 
medicamentos que aumentam intervalo QT! 
o Espectro: 
- Semelhante à Levofloxacina + anaeróbios; 
o Usos clínicos; 
- Infecções respiratórias; 
- Infecções por anaeróbios (abdominais e de 
cabeça e pescoço); 
- Infecções mistas (aeróbios+anaeróbios); 
- Sinusites crônicas; 
- ITU; 
- Infecções cutâneas. 
 
 Quinolonas de 4ª geração: 
 
As quinolonas de 4ª geração apresentam maior 
espectro para anaeróbios, mantendo ação contra 
gram-positivos e gram-negativos. Também apresentam 
atividade contra pseudomonas, porém menor do que a 
ciprofloxacina. Seus principais representantes são: 
Trovafloxacina (Trovan®); esparfloxacina; 
clinafloxacina; sitafloxacina. 
 
Usos clínicos: 
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o Pneumonia hospitalar e comunitária; 
o Sinusite; 
o Infecções pós-cirúrgicas abdominais e 
ginecológicas; 
o Gonorréia e prostatite; 
o Infecções de pele e tecidos moles. 
 
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 ECM 
VIII. TETRACICLINAS: 
 
As tetraciclinas são antibióticos de amplo 
espectro com atividade contra gram-positivos, gram-
negativos aeróbios e anaeróbios, riquétsias, 
micoplasmas e clamídias. 
 
Estrutura Química: 
As tetraciclinas, como o próprio nome sugere, 
apresentam uma estrutura com quatro cadeias cíclicas 
fusionadas, sendo uma delas um benzeno. A maioria 
das tetraciclinas são derivados semi-sintéticos da 
clortetraciclina e oxitetraciclina, substâncias naturais 
produzidas por certas espécies de Streptomyces. Vide 
fig. 16. 
 
 
Figura 16 – Estrutura química das tetraciclinas 
 
Espectro: 
As tetraciclinas apresentam, potencialmente, 
amplo espectro de ação, incluindo gram-positivos, 
gram-negativos e bactérias intracelulares (riquétsias, 
micoplasmas, clamídias e micobactérias), que não são 
sensíveis aos inibidores da síntese da parede celular. 
Demonstram maior atividade contra gram-
positivas do que contra gram-negativas, e a limitação 
em seu emprego deve-se ao desenvolvimento de 
resistência dessas bactérias. Sendo assim, cabe-nos 
identificar a confiabilidade das tetraciclinas no 
tratamento de cada microorganismo: 
o Não é confiável contra: Enterococos (50% das 
cepas são resistentes); S. aureus (apenas 65% ou 
menos permanecem sensíveis); enterobactérias 
(a maioria já é resistente); Pseudomonas 
aeruginosa (90% das cepas são resistentes); 
Neisseria sp. 
o É confiável contra: S. pneumoniae; H. 
influenzae; H. ducreyi (cancróide); Brucella; 
Vibrio cholerae; Legionella pneumophila; 
Campylobacter jejuni; Helycobacter pylori; 
Actinomyces; riquétsias; espiroquetas (Borrelia 
recurrentis; Borrelia burgdorferi; Treponema 
pallidum; Leptospira interrogans); Chlamydia; 
Mycoplasma; algumas micobactérias. 
 
Mecanismo de Ação: 
As tetraciclinas inibem a síntese de proteínas 
bacterianas através de sua ligação com o ribossomo 
30S da bactéria, impedindo a replicação da bactéria 
(AÇÃO BACTERIOSTÁTICA). O transporte de 
tetraciclinas para dentro da célula bacteriana pode ser 
feito por difusão passiva e/ou bombeamento ativo. 
Em concentrações muito maiores, as 
tetraciclinas podem inibir a síntese protéica de células 
eucarióticas, o que é dificultado pela ausência do 
sistema de transporte ativo do fármaco para dentro da 
célula eucariótica, e pela pouca afinidade das 
tetraciclinas pelos ligantes em ribossomos 
eucarióticos. 
 
Mecanismos de Resistência: 
A resistência a tetraciclinas é promovida pelos 
quatro mecanismos de resistência já discutidos 
anteriormente: 
o Diminuição da permeabilidade ao 
antimicrobiano; 
o Bomba de efluxo; 
o Inativação do antimicrobiano; 
o Alteração do alvo: O ribossomo é protegido pela 
ligação de uma proteína produzida pela bactéria, 
que diminui a afinidade da subunidade 30S pelo 
antibiótico. 
 
Farmacocinética: 
o Vias de administração: VO, IV e tópica. A 
absorção das tetraciclinas é variável, sendo 
maior quanto mais novo é o fármaco. Admite-
se que: oxitetraciclina, demeclociclina e 
tetraciclina apresentem 60-80% de absorção 
oral; enquanto a doxiciclina apresenta 90% e a 
minociclina 100%. Essa absorção é diminuída 
pela administração concomitante de cátions 
divalentes e trivalentes, laticínios, salicilatos e 
colestiramina. A absorção é maior em jejum. 
o Distribuição: Apresentam ampla distribuição. 
Atravessam barreira placentária, mas não 
concentram bem no LCR, nem mesmo em casos 
de meningoencefalites. Apresenta especial 
afinidade por deposição em áreas calcáreas, 
causando impregnação dentária (manchas 
amarronzadas). A minociclina e a doxiciclina (2ª 
geração) alcançam altos níveis na bile, secreções 
brônquicas, seios da face, próstata e aparelho 
reprodutor feminino. 
o Eliminação: As tetraciclinas são 
preferencialmente excretadas pelos rins, a 
partir da filtração glomerular (60%), mas 
apresentam metabolismo hepático parcial 
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significativo e são eliminadas também

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