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Primeira Aula NP2 dia 21 10

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ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM NAS 
ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS 
Profª Renata Teixeira 
•  Promoção da troca gasosa; 
 
Vias aéreas superiores: 
•  Nariz, boca, faringe e laringe. 
 
Vias aéreas inferiores: 
• Traquéia, brônquios direito e 
e s q u e r d o , b r ô n q u i o s 
segmentares e subsegmentares, 
b r o n q u í o l o s t e r m i n a i s e 
alvéolos. 
Ventilação Pulmonar 
•  Inspiração: Aumento da caixa 
torácica, com conseqüente 
redução da pressão interna = ar 
entra. 
 
•  Expiração: Diminuição do 
volume da caixa torácica, com 
conseqüente aumento da 
pressão interna = ar sai. 
Transporte de Gases Respiratórios 
Alvéolos pulmonares: O2 do ar difunde-se para os capilares 
sangüíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a 
hemoglobina, enquanto o gás carbônico (CO2) é liberado para o ar. 
 
Tecidos: processo inverso = O2 dissocia-se da hemoglobina e difunde-
se pelo líquido tissular, atingindo as células. 
Controle da Respiração 
•  Centro respiratório: bulbo 
•  Desse centro partem os nervos responsáveis pela contração dos 
músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). 
 
•  O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto a freqüência como a 
amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui 
quimiorreceptores que são bastante sensíveis ao pH do plasma. 
 
•  Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é 
excitado, aumentando a freqüência e a amplitude dos 
movimentos respiratórios. O aumento da ventilação pulmonar 
determina eliminação de maior quantidade de CO2, o que eleva o 
pH do plasma ao seu valor normal. 
 
•  A respiração é ainda o principal mecanismo de controle do pH do 
sangue. 
Ritmos Respiratórios 
Ritmo normal 
 Ciclos iguais, com inspiração mais duradoura que a 
inspiração. Tem profundidade e ritmo regulares. 
•  Respiração de Kussmaul: respiração profunda, sua 
frequência pode ser rápida, normal ou lenta. Caracteriza-
se por inspirações rápidas e amplas, intercaladas por 
curtos períodos de apnéia e expirações profundas e 
ruidosas. Ocorre: acidose metabólica, cetoacidose 
diabética, insuficiência renal com uremia. 
 
6 
Ritmos Respiratórios Anormais 
•  Respiração de Cheyne- Stokes = dispnéia periódica. 
Períodos de respiração lenta e superficial que gradualmente 
vai se tornando rápida e profunda, alternando períodos de 
apnéia. 
•  Ocorre uma sensibilidade anormal do centro bulbar, pois o 
excesso de CO2 acumulado na apnéia estimula o centro 
respiratório a é a amplitude das incursões respiratórias, 
levando a hipocapnia. Assim, ocorre êdo estímulo do centro 
respiratório e ê da profundidade da respiração. 
•  Ocorre em RNs, pacientes com ICC grave, AVCs, TCEs, 
intoxicações por barbitúricos e opiáceos. 
7 
Ritmos Respiratórios Anormais 
•  Respiração de Biot = atáxica. 
•  Irregular. 
•  As incursões respiratórias podem ser lentas, algumas 
vezes rápidas, profundas ou superficiais, cessando por 
alguns períodos, sem relação constante entre os tipos 
respiratórios. 
•  Causas: depressão respiratória e lesão cerebral (nível 
bulbar). 
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Ritmos Respiratórios Anormais 
Taquipnéia – respiração rápida 
Hiperpnéia – respiração + profunda 
Bradipnéia – respiração lenta 
Hipopnéia – respiração + superficial 
Hiperventilação – aumento da freqüência e profundidade 
Hipoventilação – diminuição da freqüência e profundidade 
Apnéia – ausência de movimento respiratório 
Sons Respiratórios 
• Normais: Murmúrios vesiculares 
• Sons Anormais: 
• Contínuos: 
• Sibilos 
• Roncos 
• Descontínuos: 
• Estertores 
Percussão 
•  Som claro pulmonar – intensidade forte, duração 
prolongada, frequência baixa. 
 
•  Som submaciço – intensidade fraca, duração curta, 
frequência elevada. 
•  Som maciço – menor intensidade, frequência muito 
elevada, duração muito curta. 
•  Som timpânico – mais ressonante que o som claro, com 
intensidade, altura e duração variáveis; é um som 
musical, rico, fundamentalmente reconhecido. 
•  Som hipersonoro – mais intenso, mais grave, mais 
prolongado que o som claro, porém desprovido de caráter 
musical do som timpânico. 
PRINCIPAIS SINTOMAS DAS ALTERAÇÕES 
RESPIRATÓRIAS 
• Dor torácica: o paciente consegue localizar com 
precisão. 
 
• Tosse: estímulo dos receptores da mucosa das VA 
(≠s naturezas). 
• Expectoração: consequência da tosse (avaliar as 
características: serosa, mucóide, purulenta, 
hemoptóica). 
• Hemoptise: eliminação de sangue através da tosse 
= indica hemorragias brônquicas ou alveolares. 
§ Dispnéia 
-  Atmosféricas (↓O2 atmosf = grandes altitudes). 
-  Obstrutivas (redução do calibre das VAS). 
-  Parenquimatosas (afecções que reduzem a área de 
hematose). 
-  Toracopulmonares (↓expansividade ou assimetria). 
-  Diafragmáticas (diafragma = 50% da ventilação / paralisia, 
hérnias, elevações por ascite, hepatoesplenomegalia ou 
gravidez). 
-  Pleurais (pleurites = dor = ↓expansão pulmonar). 
-  Cardíacas (insuficiência VE = congestão pulmonar). 
-  Relacionadas com o Sistema Nervoso: Psicogênicas 
(distúrbios emocionais). 
§ Sons anormais. 
§ Tiragem (↑ da retração dos espaços intercostais). 
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PRINCIPAIS SINTOMAS DAS ALTERAÇÕES 
RESPIRATÓRIAS 
Asma Brônquica 
•  Inflamação crônica das 
v i a s a é r e a s , o q u e 
d e t e r m i n a o s e u 
estreitamento, causando 
dificuldade respiratória. 
 
•  Este estrei tamento é 
reversível e pode ocorrer 
e m d e c o r r ê n c i a d a 
exposição a diferentes 
fatores desencadeantes 
( " g a t i l h o s " ) . E s t a 
obstrução à passagem de 
ar pode ser revertida 
espontaneamente ou com 
uso de medicações. 
Asma Brônquica 
15 
Causas 
Asma Brônquica 
Sintomas (aparecem de forma cíclica, com períodos de piora): 
tosse; falta de ar; chiado no peito (sibilância); dor ou "aperto" 
no peito. 
 
Diagnóstico 
•  Exame físico: sibilância pulmonar, principalmente nas 
exacerbações da doença. 
•  Exames complementares: radiografia do tórax, exames de 
sangue e de pele (para constatar se o paciente é alérgico) e a 
espirometria (identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar). 
 
Tratamento 
•  Broncodilatadores 
•  Antiinflamatórios 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
•  Atentar SSVV (FR e Sat O2); 
 
•  Manter decúbito elevado a 45º; 
 
•  Observar aspecto e quantidade da secreção expelida; 
 
•  Estimular ingesta hídrica – obs. Contra-indicação; 
 
•  Orientar sobre os possíveis alérgenos que causam crises 
asmáticas; 
•  Auxiliar no auto-cuidado SN; 
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) 
•  É um conjunto de doenças, do qual fazem parte o 
enfisema, bronquite crônica, asma e bronquiectasias. 
 
•  Característica mais comum da DPOC: restrição tanto da 
entrada, como da saída de ar dos pulmões, provocando 
sensação de falta de ar. 
 
•  5ª doença mais letal no Brasil – 30 mil mortes/ano; 
 
•  Fator de risco principal: tabagismo; 
•  Ambas situações - susceptibilidade à infecção; 
 
Fisiopatologia 
 •  Bronquite crônica: espessamento da mucosa brônquica 
(dilatação, edema) - estreitamento crônico dos brônquios – 
hipertrofia das glândulas mucosas - acúmulo de muco e 
secreções - bloqueia as VA - dificuldade na troca gasosa. 
•  tosse produtiva na maioria dos dias, por pelo menos três 
meses ao ano, em dois anos consecutivos. 
 
•  Enfisema pulmonar: dilatação anormal e permanente de 
espaços aéreos terminais levando à destruição dos alvéolos 
(ficam hiperinsuflados – dificuldade na troca gasosa). 
•  muitos alvéolos nos pulmões estão destruídos e os restantes 
ficam com o seu funcionamento alterado. 
 
Causas: anos de tabagismo ou exposição à poeira (em torno 
de 30anos), levando à danos em todas as vias respiratórias, 
incluindo os pulmões. 
•  Bronquiectasia - Dilatação irreversível de um ou de 
vários brônquios na sequência de lesões na parede 
brônquica. Nessa doença o calibre deles aumenta 
provocando tosse crônica com expectoração persistente, 
principalmente pela manhã, e facilidade em desenvolver 
infecções respiratórias, ocasiões nas quais pode haver 
escarros com sangue. Pode ter origem congênita (desde 
o nascimento) ou ser adquirida após uma infecção 
respiratória grave. 
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica 
A passagem de ar é 
dificultada pela 
inflamação e pelo 
espessamento das 
mucosas As vias 
respiratórias ficam 
obstruídas pela 
expectoração e 
pelo pus Bronquite crônica 
Enfisema pulmonar 
Alvéolos dilatados, 
devido à destruição 
das paredes 
alveolares 
Alvéolos normais 
DPOC retentor de CO2 – aumento de dióxido de carbono 
no sangue arterial (hipercapnia) e menor quantidade de 
oxigênio (hipoxemia). 
 
- Tronco (centro respiratório) - aumento do CO2 e queda do 
O2 estimula o SNC - regula os níveis através da respiração. 
 
 
- Esse processo não ocorre no DPOC, pois existe uma 
adap tação do SNC à h ipoxemia (O2 < 60 ) e 
hipercapnia(CO2 >45). 
 
- Se começar ofertar O2 para esse indivíduo o centro 
respiratório vai entender que ele está com muito oxigênio e 
vai iniciar um processo de hipoventilação o que vai 
aumentar ainda mais os níveis de CO2 causando a narcose 
– intoxicação pelo dióxido de carbono – parada respiratória. 
DPOC DESCOMPENSADA 
•  Piora da dispnéia, com aumento ou mudança da 
secreção. 
•  1 a 2 X/ano. 
•  Outros sintomas frequentes: redução da capacidade 
de exercitar-se e queixas inespecíficas, como fadiga, 
insônia e sonolência. 
•  Podem apresentar: hipoxemia, hpercapnia ou ambas. 
•  Infecções virais/bacterianas: >s causas da 
exarcebação. 
23 
•  AVALIAÇÃO DE GRAVIDADE 
 
24 
DPOC DESCOMPENSADA 
História prévia Sinais/sintomas 
FEV1 < 50 Uso de musculatura acessória 
Duração e intensidade dos 
sintomas 
Movimento paradoxal da 
caixa torácica 
Exacerbações frequentes Cianose central 
Uso prévio de medicações Edema periférico 
Co-morbidades Instabilidade hemodinâmica 
Sinais de IC direita 
Torpor/sonolência 
Sintomas 
• Perda de peso 
• Tosse produtiva 
• Dispnéia 
•  Infecções respiratórias freqüentes 
• Arritmias cardíacas( Fibrilação atrial-FA) 
• Deformidade de caixa torácica (tórax em barril). 
•  Aumento do diâmetro antero-posterior 
Diagnóstico 
• Alterações ventilatórias no exame físico, aliado 
às alterações referidas pelo paciente e sua longa 
exposição ao fumo. 
• Exames de imagem ou de função pulmonar. 
• Exames de sangue. 
• Radiografia ou tomografia computadorizada do 
tórax. 
• Espirometria: demonstra a função pulmonar. 
• Gasometria arterial. 
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TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
•  Broncodilatores beta-2 agonistas de ação rápida 
(fenoterol, salbutamol) + anticolinérgicos (ipratrópio). 
•  Metilxantinas: medicamentos de 2ª linha, apenas 
quando há falha de resposta aos broncodilatores 
inalatórios. 
•  Corticoesteróides: reduzem o tempo da doença e 
melhoram a função pulmonar e a hipoxemia. Devem 
ser utilizados como 1ª linha, junto com os 
broncodilatadores, em pacientes com VEF 1 < 50%. 
•  Antibióticos: em casos de exarcebação de moderada 
a grave, uma vez que não há evidências de melhora 
da função pulmonar com o seu uso. 
27 
Espirometria 
28 
Função pulmonar: a pessoa puxa o ar fundo e assopra num 
aparelho que medirá os fluxos e volumes pulmonares. 
Assistência de Enfermagem: 
•  Oxigenioterapia (nos retentores até 1l/min); 
•  Manter cabeceira elevada a 45º; 
•  Estimular tosse e expectoração; 
•  Observar aspecto e quantidade de secreção; 
•  Observar padrão respiratório; 
•  Aspirar VA s/n; 
•  Estimular movimentação no leito e deambulação; 
•  Controlar SSVV (T, FC, FR, Sat de O2)- estar atento a 
arritmias cardíacas; 
•  Evitar irritantes respiratórios e tabaco; 
•  Estar atento aos efeitos colaterais dos broncodilatadores 
(Teofilina, Berotec - taquicardia) e antibióticos 
(inapetência, alergias cutâneas e diarréias). 
•  Estimular ingesta hídrica(se não tiver restrição); 
 
•  Estimular ingesta alimentar (proteínas, carboidratos)-
manutenção do sistema imune; 
 
•  Manter higiene oral rigorosa; 
•  Realizar banho de aspersão em cadeira higiênica com 
oxigênio contínuo ou realizar banho no leito; 
 
•  Orientações de autocuidado: banho em cadeira, evitar 
subir e descer escadas, uso de oxigênio domiciliar, comer 
devagar e dietas de fácil mastigação e digestão, ingerir 
líquidos, inalações freqüentes com soro fisiológico, 
procurar serviço de saúde em casos de piora da dispnéia, 
aumento da secreção pulmonar e alteração da coloração, 
presença de febre. 
Pneumonia 
•  Fisiopatologia: 
 Invasão de microorganismos(bactérias, fungos, vírus) no 
parênquima pulmonar por falha dos mecanismos de defesa 
(filtração da nasofaringe,ação mucociliar). 
 
 Fatores de risco: 
•  Imunossupressão (patologias - câncer, medicamentos-
quimioterapia, desnutrição); 
•  Extremos de idade; 
•  Acamados; 
•  Em ventilação mecânica; 
•  Reflexo de tosse diminuído ou disfagia (comum pneumonias 
em HTD); 
 
Adquiridas na Comunidade – ocorrem no ambiente 
comunitário ou dentro das primeiras 48hs de hospitalização; 
Ex: streptococcus pneumoniae (pneumococo) coco gram 
positivo que coloniza o trato respiratório superior e pode invadir 
o trato respiratório inferior em algumas situações; 
 
•  Adquiridas no hospital ou nosocomial - início dos sintomas 
após 48hs da admissão; Ex: pseudomonas aeroginosa - 
bacilo gram negativo possui capacidade de invadir os vasos 
sangüíneos, causando hemorragia e infarto pulmonar. Cepas 
resistentes paciente deve ser isolado – isolamento de 
contato . 
Classificação de 
pneumonias 
Sinais e Sintomas 
 
• Febre c/ ou s/ calafrios; 
• Taquicardia; 
• Dor torácica que se agrava com a respiração; 
• Tosse produtiva- escarro purulento; 
• Taquipnéia/dispnéia; 
•  Inapetência; 
• Cansaço e mal-estar; 
 
Diagnóstico Clínico 
•  Anamnese; 
•  Exame físico (ausculta: crepitação local, roncos, sibilos); 
•  Rx de tórax; 
•  Hemograma – avaliar células brancas (leucócitos, bastões, 
segmentados, mielócitos, metamielócitos); 
•  Outros: Hemocultura em casos de bacteremia (toxinas 
bacterianas circulante) e cultura de escarro. 
•  PAV: critérios diagnósticos são vagos; aparecimento ou 
progressão do infiltrado pulmonar + febre + leucocitose, em 
pacientes sob VM > 48h. 
•  PAV precoce: associada a bactérias da comunidade 
(Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e 
Staphylococcus aureus). 
•  PAV tardia: bactérias MR (Pseudomonas spp, Acinetobacter 
baumanni, S. Aureus MR). 
TRATAMENTO FARMACÓLOGICO 
 
ATB (infecções bacterianas) + analgésicos + 
antipiréticos + hidratação. 
 
1)PAC: 
•  Macrolídeos: Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina.
 
 OU 
•  Quinolona respiratória: Ciprofloxacina, Enoxacina, 
Norfloxacina, Ofloxacina 
 OU 
§ Amoxicilina. 
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2) Pneumonia Hospitalar: 
ATB (infecções bacterianas) + analgésicos + antipiréticos + 
hidratação endovenosa. 
 
§ Cefalosporina de 3 geração: somente na apresentação 
parenteral (Ceftriaxona, Cefotaxima e Ceftazidima) + 
macrolídeo (Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina) 
 
 OU 
• Imipenem (Imipenem, Meropenem e Ertapenem) + 
macrolídeo (Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina) 
 OU 
• Quinolona respiratória (Ciprofloxacina, Enoxacina, 
Norfloxacina, Ofloxacina) 
36 
TRATAMENTO FARMACÓLOGICO 
Assistência de Enfermagem 
•  Oxigenioterapia (conforme PM).•  Manter cabeceira elevada - posição fowler/ semi-fowler. 
•  Estimular tosse e expectoração. 
•  Atentar/auxiliar na higiene oral. 
•  Observar aspecto e quantidade de secreção. 
•  Realizar inalações com ar comprimido. 
•  Observar padrão respiratório. 
•  Aspirar VAS/ TOT/TQ s/n. 
•  Estimular movimentação no leito e deambulação (estar 
atento a área de opacidade pulmonar – relação V/Q 
prejudicada). 
•  Controlar SSVV (T, FC, FR, sat de O2). 
•  Acompanhar evolução clínica (exames laboratoriais, 
exames de imagem). 
•  Estar atento aos efeitos colaterais dos fármacos (ATB- 
diarréia, náuseas, inapetência, erupções cutâneas). 
 
•  Estimular ingesta hídrica (se não tiver restrição)- repor 
perdas insensíveis e fluidificar secreção. 
•  Estimular ingesta alimentar (proteínas, carboidratos) – 
averiguar necessidade de suporte de oxigênio durante a 
ingestão. 
•  Encaminhar ao banho de aspersão. 
•  Realizar banho no leito ou em cadeira higiênica com 
oxigenioterapia c/ auxílio. 
Edema Pulmonar 
 Acúmulo anormal de líquido nos tecidos dos pulmões. 
 
Causas 
•  Problemas cardíacos; como cardiomiopatia, IAM ou 
problemas nas válvulas do coração (principais causas do 
edema pulmonar). 
•  Infecção pulmonar ou sepse. 
•  Diminuição de proteínas circulantes no sangue, seja por 
problema nos rins ou no fígado. 
•  Reações alérgicas por uso de medicações. 
•  Extubação precoce. 
•  Mudança rápida de altitude. 
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Edema Pulmonar 
Sintomas 
•  Expansibilidade torácica diminuída; Ortopnéia; Tosse; 
Taquicardia; Aumento da pressão arterial; Dor torácica; Sons 
Anormais no pulmão; Cianose; Ansiedade. 
 
Diagnóstico 
•  Questionar a presença prévia de doença cardíaca ou 
pulmonar. 
•  Radiografia de tórax confirma excesso de líquido nos 
pulmões. 
 
Tratamento 
•  Oxigenioterapia (cateter de O2, nebulização, BIPAP, VM); 
•  Diuréticos; 
40 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 • Manter via aérea pérvia; 
 
• Atentar SSVV (FC e Sat O2); 
 
• Administração de O2 SN; 
 
• Manter decúbito elevado; 
 
• Manter acesso venoso periférico pérvio; 
 
• Manter controle hídrico rigoroso; 
 
• Auxiliar na higiene; 
•  INSUFICIENCIA RESPIRATORIA: É uma condição patológica 
primária ou secundária a outras condições não pulmonares. 
•  Definição: é a incapacidade dos pulmões de exercerem suas 
funções básicas de ventilação e oxigenação, resultando em 
prejuízo das trocas gasosas, que leva `a hipoxemia e/ou 
hipercapnia. 
•  Causa frequente de internação hospitalar, provocando aumento 
dos dias de internação. 
•  Sinais/sintomas: 
-  Taquidispnéia 
-  Uso de musculatura acessória 
-  Respiração paradoxal 
-  Dificuldade para falar. 
•  Pode ocorrer de forma rápida (aguda) ou lenta (crônica). 
•  Diagnóstico: através da coleta de gasometria arterial. 
GASOMETRIA ARTERIAL – EM AR 
AMBIENTE 
pH 7,35 – 7,45 
PaO2 80 a 100 mmHg 
PaCO2 35 a 45 mmHg 
HCO3 22 a 26 mEq/L 
BE -2 a +2 mEq/L 
Sat O2 92 a 100% 
Hipoxemia PaO2 ≤ 60mmHg 
Hipercapnia PaCO2 ≥ 45 mmHg 
VALORES NORMAIS DE 
GASOMETRIA EM AR AMBIENTE 
•  CLASSIFICAÇÃO: 
 
IRpA PaO2 PaCO2 Exemplos 
TIPO I OU 
HIPOXEMICA 
êêê ê ou normal 
 
EAP, SDRA 
TEP,BCP 
TIPO II OU 
VENTILATORIA 
ê 
 
ééé DPOC, asma 
grave, OVAS. 
•  FISIOPATOLOGIA 
-  IRpA Hipoxêmica: a hipoxemia é explicada pelo desequilíbrio 
entre a ventilação alveolar (V) e o fluxo sanguíneo do capilar 
pulmonar (Q), tal como presença de shunt (Q preservada e V 
comprometida), efeito espaço morto (Q comprometida e V 
preservada), hipoventilação ou alteração da difusão dos gases na 
membrana alveolocapilar. 
 
-  IRpA Ventilatória: a retenção de CO2 é decorrente da 
hipoventilação alveolar (diminuição da ventilação que participa 
das trocas gasosas de forma eficaz e consequente retenção de 
CO2. 
•  Se o paciente apresentar sinais de desconforto 
respiratório acentuado tanto na IRpA hipoxêmica quanto 
na hipercápnica, a instituição de uma via aérea artificial 
(COT) e VM sao determinantes no tratamento. 
•  CATETER NASAL FIO2 % 
1L/min 24 
2 L/min 28 
3 L/min 32 
4 L/min 36 
5 L/min 40 
6 L/min 44 
Para cada litro, aumenta-se 
aproximadamente 4% da FIO2 do ar 
ambiente •  É relativamente confortável. 
•  Pode ressecar mucosas e provocar epistaxe se o fluxo for alto. 
•  A umidificação é opcional, visto que a oro ou a nasofaringe 
provém adequada umidificação até 4L/min. 
•  É indicado para pacientes com hipoxemia leve ou pacientes que 
nao podem receber altos fluxos de oxigênio (DPOC). 
•  Não é recomendado para pacientes que respiram pela boca. 
•  FIO2 é pouco confiável. 
MÁSCARA FACIAL SIMPLES 
FIO2 % 
5 – 6 L/min ≅ 40 
6 – 7 L/min ≅ 50 
7 – 8 L/min ≅ 60 
•  O reservatório de O2 é aumentado pelo volume acumulado na 
máscara, possibilitando maior FIO2. 
•  O fluxo deve ser de pelo menos 5L/min para prevenir acúmulo de 
CO2 exalado na máscara e possível reinalação. 
•  Simples e leve, é ajustado sobre o nariz e a boca e afixada com 
fitas elásticas. 
•  A umidificação é recomendada. 
•  Alguns pacientes sentem-se claustrofóbicos e a retiram 
constantemente. 
•  É desconfortável em casos de lesões na face. 
•  Pode causar ressecamento ou irritação nos olhos por vazamentos. 
•  FIO2 é pouco confiável. 
MÁSCARA FACIAL COM RESERVATÓRIO 
FIO2 % 
6 L/min ≅ 60 
7 L/min ≅ 70 
8 L/min ≅ 80 
9 – 10 L/
min 
≅ 80 - 100 
•  É semelhante `a máscara simples, com uma bolsa reservatório 
acoplada na sua porção inferior. 
•  O reservatório de O2 é aumentado pelo volume da bolsa, 
possibilitando a oferta de FIO2 mais elevada. 
•  A umidificação é recomendada. 
•  O fluxo deve ser suficiente para nao colabar o reservatório durante 
a inspiração, devendo permanecer ligeiramente insuflado. 
•  Um fluxo insuficiente pode causar reinalação de CO2 . 
•  Pode gerar claustrofobia. 
•  Pode provocar ressecamento ou irritação dos olhos. 
MÁSCARA DE VENTURI 
•  FIO2 de 24% a 60% (4 a 15L/min), conforme o fluxo e o orifício 
do adaptador. Quanto maior o fluxo, maior a FIO2 . 
•  As válvulas fornecem FIO2 variáveis, de acordo com o tamanho 
do seu orifício interno. 
•  Uma grande vantagem é a maior precisão da FIO2 , visto que, ao 
passar pelo orifício sob pressão, o oxigênio aspira o ar ambiente, 
promovendo uma mistura fixa de ar/O2, de acordo com o fluxo e 
a válvula. 
•  Alguns fabricantes recomenda não utilizar um sistema de 
umidificação quando um fluxo mais baixo for utilizado, uma vez 
que esse sistema aumentaria a resistência ao fluxo de oxigênio, 
comprometendo a FIO2. 
•  As cores dos adaptadores não são universais, podendo variar 
conforme o fabricante. 
•  É o suporte ventilatório aplicado com pressão positiva aplicado 
sem a utilização de uma aérea artificial. 
•  A VNI reduz a morbi-mortalidade, diminui custos hospitalares, 
diminui tempo de internação, reduz PAV e melhora qualidade de 
vida, principalmente em pacientes com DPOC. 
•  Também é utilizada em casos de IRpA hipoxêmica (EAP de 
origem cardiogênico). 
 
•  OBJETIVOS DA VNI: 
-  Aliviar sintomas. 
-  Reduzir o trabalho respiratório. 
-  Melhorar ou estabilizar as trocas gasosas. 
-  Proporcionar conforto respiratório. 
-  Promover melhor sincronia paciente-ventilador. 
-  Minimizar riscos associados `a via aérea artificial. 
-  Evitar a IOT. 
•  INDICAÇÕES: 
 
 
Pacientes em IRpA que apresentem pelo 
menos 2 dos critérios abaixo são 
candidatos `a VNI: 
 
-  Desconforto respiratório com dispnéia 
moderada ou severa, uso de 
musculatura acessória, respiração 
paradoxal. 
 
-  pH < 7,35 e PaCO2 > 45 mmHg ou 
PaO2 /FIO2 < 200; 
 
-  Frequência respiratória > 25rpm 
(adulto). 
•  CONTRA-INDICAÇÕES DA VNI-  PCR 
-  Instabilidade hemodinâmica grave (hipotensão/choque grave, 
arritmias cardíacas graves). 
-  Diminuição da consciência, sonolência, confusão. 
-  Pacientes que recusam o tratamento ou não colaboram com 
ele. 
-  Pós-operatório de cirurgia facial ou esofágica recente. 
-  Trauma ou queimadura facial. 
-  Risco de aspiração ou dificuldade de manipulação de 
secreções. 
-  Incapacidade de manter a permeabilidade da via aérea (tosse 
ineficaz, obstrução de via aérea superior). 
-  Distensão abdominal, náuseas ou vômitos. 
-  Incapacidade de deglutição. 
-  Sangramento digestivo alto. 
-  Alterações anatômicas faciais. 
-  Indicações relativas: secreção excessiva, cirurgia gástrica, 
gravidez, SDRA com hipoxemia grave. 
•  EFEITOS ADVERSOS ASSOCIADOS `A VNI 
 
-  Desconforto e pressão nasal. 
-  Vermelhidão ou úlcera por pressão na região nasal. 
-  Irritação nos olhos. 
-  Secura na boca. 
-  Dor ao redor da máscara ou das tiras de contato. 
-  Ressecamento, frio, irritação ou sangramento da mucosa 
nasal. 
-  Congestão nasal. 
-  Dor de ouvido ou nos seios paranasais. 
-  Claustrofobia. 
-  Aerofagia ou distensão gástrica. 
-  Broncoaspiração. 
-  Hipotensão. 
-  Pneumotórax. 
MÁSCARAS 
•  Devem ser leves e transparentes, proporcionar boa vedação e 
possuir um sistema que minimize a pressão excessiva sobre os 
locais de contato com a pele, evitando lesões faciais e 
desconforto. 
MÁSCARA NASAL 
•  Pacientes crônicos. 
•  É menor e, portanto, diminui a sensação de claustrofobia. 
•  Permite que o paciente se comunique, expectore e degluta nos 
momentos que desejar. 
•  Paciente deve ser plenamente cooperativo e consciente para 
lembrar-se de respirar apenas pelo nariz. 
MÁSCARA ORONASAL (FULL FACE) 
•  Deve ser de tamanho adequado para melhor adaptação `a 
face, porem não muito grande para evitar a reinalação de 
CO2. 
•  Sensação de claustrofobia e impossibilidade de falar, deglutir 
e expectorar. 
•  O mau funcionamento do ventilador ou a presença de 
vômitos podem causar asfixia no paciente se não houver um 
profissional para o pronto atendimento nestas situações. 
•  A compressão entre a máscara e a face pode causar grande 
desconforto, lesões e necrose. 
•  Recomenda-se utilizar placas protetoras nos locais de maior 
compressão. 
MÁSCARA TOTAL FACE 
 
•  É uma opção em pacientes menos colaborativos. 
•  Recobre totalmente a face. 
•  A vedação é obtida por meio de uma película de silicone que 
adere e adorna toda a região periférica do rosto. 
•  É fixada com faixas ao redor da cabeça, de forma que as 
extremidades são presas `a máscara lateralmente com tiras 
de tecido aderente (tipo velcro), que permitem a remoção 
rápida e fácil, caso seja necessário. 
 
•  Evita pontos de compressão, proporcionando maior conforto 
e menor vazamento, e permite que o paciente respire tanto 
pela boca quanto pelo nariz. 
VENTILADORES E MODOS 
VENTILATÓRIOS 
 
•  CPAP (continuous positive 
airway pressure): 
-  É um tratamento que usa 
pressão positiva para manter as 
vias aéreas abertas. 
-  Apnéia do sono. 
-  Envolve uma máquina que tem 3 
partes: 
1.  Uma máscara ou outro 
dispositivo que acople ao nariz e 
boca. 
2.  Correias mantém a máscara no 
lugar. 
3.  Um tubo que conecta a máscara 
`a máquina. 
-  São atualmente silenciosos, 
pequenos e leves. 
 
 
•  BIPAP (Bi level positive airway pressure) 
-  Apnéia do sono. 
-  Tal qual o CPAP, é uma máquina semelhante a um compressor 
de ar, que tem a capacidade de gerar fluxo para o paciente, 
fazendo com que a pressão nas vias aéreas do indivíduo fique 
sempre positiva. 
-  Desta forma, evita-se o fechamento das vias aéreas e por 
consequência, o evento de apnéia. 
-  O que diferencia o BIPAP para o CPAP é a capacidade de gerar 
dois diferentes níveis de pressão durante o ciclo respiratório, de 
tal maneira que na inspiração tem-se uma pressão mais elevada 
do que na expiração. 
-  O CPAP, ao contrário, gera pressões positivas que são iguais 
tanto na inspiração quanto na expiração. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
•  Potter, PA; Perry, AG. Fundamentos de enfermagem. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004 
•  Guyton, AC; Hall, JE. Fisiologia humana e 
mecanismos das doenças. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 1997. 
•  Brunner e Suddarth. Tratado de Enfermagem Médico-
Cirúrgica; 
67 
EXERCÍCIOS - NANDA 
•  IDENTIFICAÇÃO: Homem de 58 anos, tabagista crônico, 
com história de enfisema de longa data, apresenta-se no 
consultório com intensa falta de ar, dificuldade de se 
locomover, utilizando oxigênio suplementar a 2 litros/
minuto. 
 
•  H.P.M.A.: Paciente relata que é tabagista de longa data 
(fuma há 30 anos, maço/dia). Refere que houve piora da 
dispneia nos últimos 2 meses, com limitação para 
atividades de vida diária (como alimentar-se, tomar banho, 
vestir-se). Refere ainda que não consegue caminhar por 
mais de 50 metros, devido ao cansaço extremo. 
68 
EXERCÍCIOS - NANDA 
•  AO EXAME FÍSICO: paciente emagrecido, com 173 cm de 
altura e peso de 57 kg. Frequência respiratória de 20 irpm, 
com fase expiratória prolongada. O exame de tórax mostra 
aumento do diâmetro ântero-posterior, hipertimpanismo à 
percussão, sibilos expiratórios nas bases. Cianose de 
extremidade e labial. Suas medicações de uso domiciliar 
i nc luem sa lbu tamo l , b rometo de ip ra t róp io e 
beclometasona. 
•  Após ser avaliado pelo médico, é prescrito inalação 
com broncodilatadores e que o paciente seja colocado sob 
monitorização contínua. 
69 
EXERCÍCIOS - NANDA 
•  ROTEIRO DE ESTUDO 
1.  Revisão de fisiopatologia: Enfisema pulmonar, com os 
principais sinais/sintomas, diagnóstico e tipos de 
tratamento. 
2.  Revisão de exame físico: o que focar no indivíduo 
portador de Enfisema Pulmonar. 
3.  Elabore um plano de cuidados para este paciente, com 4 
possíveis diagnósticos de enfermagem e a prescrição de 
enfermagem para cada diagnóstico de enfermagem. 
4.  Revisão de farmacologia dos medicamentos de uso 
domiciliar: classificação, mecanismo de ação, efeitos 
adversos, cuidados de enfermagem. 
•  
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