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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS Profª Renata Teixeira • Promoção da troca gasosa; Vias aéreas superiores: • Nariz, boca, faringe e laringe. Vias aéreas inferiores: • Traquéia, brônquios direito e e s q u e r d o , b r ô n q u i o s segmentares e subsegmentares, b r o n q u í o l o s t e r m i n a i s e alvéolos. Ventilação Pulmonar • Inspiração: Aumento da caixa torácica, com conseqüente redução da pressão interna = ar entra. • Expiração: Diminuição do volume da caixa torácica, com conseqüente aumento da pressão interna = ar sai. Transporte de Gases Respiratórios Alvéolos pulmonares: O2 do ar difunde-se para os capilares sangüíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico (CO2) é liberado para o ar. Tecidos: processo inverso = O2 dissocia-se da hemoglobina e difunde- se pelo líquido tissular, atingindo as células. Controle da Respiração • Centro respiratório: bulbo • Desse centro partem os nervos responsáveis pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). • O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto a freqüência como a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores que são bastante sensíveis ao pH do plasma. • Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é excitado, aumentando a freqüência e a amplitude dos movimentos respiratórios. O aumento da ventilação pulmonar determina eliminação de maior quantidade de CO2, o que eleva o pH do plasma ao seu valor normal. • A respiração é ainda o principal mecanismo de controle do pH do sangue. Ritmos Respiratórios Ritmo normal Ciclos iguais, com inspiração mais duradoura que a inspiração. Tem profundidade e ritmo regulares. • Respiração de Kussmaul: respiração profunda, sua frequência pode ser rápida, normal ou lenta. Caracteriza- se por inspirações rápidas e amplas, intercaladas por curtos períodos de apnéia e expirações profundas e ruidosas. Ocorre: acidose metabólica, cetoacidose diabética, insuficiência renal com uremia. 6 Ritmos Respiratórios Anormais • Respiração de Cheyne- Stokes = dispnéia periódica. Períodos de respiração lenta e superficial que gradualmente vai se tornando rápida e profunda, alternando períodos de apnéia. • Ocorre uma sensibilidade anormal do centro bulbar, pois o excesso de CO2 acumulado na apnéia estimula o centro respiratório a é a amplitude das incursões respiratórias, levando a hipocapnia. Assim, ocorre êdo estímulo do centro respiratório e ê da profundidade da respiração. • Ocorre em RNs, pacientes com ICC grave, AVCs, TCEs, intoxicações por barbitúricos e opiáceos. 7 Ritmos Respiratórios Anormais • Respiração de Biot = atáxica. • Irregular. • As incursões respiratórias podem ser lentas, algumas vezes rápidas, profundas ou superficiais, cessando por alguns períodos, sem relação constante entre os tipos respiratórios. • Causas: depressão respiratória e lesão cerebral (nível bulbar). 8 Ritmos Respiratórios Anormais Taquipnéia – respiração rápida Hiperpnéia – respiração + profunda Bradipnéia – respiração lenta Hipopnéia – respiração + superficial Hiperventilação – aumento da freqüência e profundidade Hipoventilação – diminuição da freqüência e profundidade Apnéia – ausência de movimento respiratório Sons Respiratórios • Normais: Murmúrios vesiculares • Sons Anormais: • Contínuos: • Sibilos • Roncos • Descontínuos: • Estertores Percussão • Som claro pulmonar – intensidade forte, duração prolongada, frequência baixa. • Som submaciço – intensidade fraca, duração curta, frequência elevada. • Som maciço – menor intensidade, frequência muito elevada, duração muito curta. • Som timpânico – mais ressonante que o som claro, com intensidade, altura e duração variáveis; é um som musical, rico, fundamentalmente reconhecido. • Som hipersonoro – mais intenso, mais grave, mais prolongado que o som claro, porém desprovido de caráter musical do som timpânico. PRINCIPAIS SINTOMAS DAS ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS • Dor torácica: o paciente consegue localizar com precisão. • Tosse: estímulo dos receptores da mucosa das VA (≠s naturezas). • Expectoração: consequência da tosse (avaliar as características: serosa, mucóide, purulenta, hemoptóica). • Hemoptise: eliminação de sangue através da tosse = indica hemorragias brônquicas ou alveolares. § Dispnéia - Atmosféricas (↓O2 atmosf = grandes altitudes). - Obstrutivas (redução do calibre das VAS). - Parenquimatosas (afecções que reduzem a área de hematose). - Toracopulmonares (↓expansividade ou assimetria). - Diafragmáticas (diafragma = 50% da ventilação / paralisia, hérnias, elevações por ascite, hepatoesplenomegalia ou gravidez). - Pleurais (pleurites = dor = ↓expansão pulmonar). - Cardíacas (insuficiência VE = congestão pulmonar). - Relacionadas com o Sistema Nervoso: Psicogênicas (distúrbios emocionais). § Sons anormais. § Tiragem (↑ da retração dos espaços intercostais). 13 PRINCIPAIS SINTOMAS DAS ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS Asma Brônquica • Inflamação crônica das v i a s a é r e a s , o q u e d e t e r m i n a o s e u estreitamento, causando dificuldade respiratória. • Este estrei tamento é reversível e pode ocorrer e m d e c o r r ê n c i a d a exposição a diferentes fatores desencadeantes ( " g a t i l h o s " ) . E s t a obstrução à passagem de ar pode ser revertida espontaneamente ou com uso de medicações. Asma Brônquica 15 Causas Asma Brônquica Sintomas (aparecem de forma cíclica, com períodos de piora): tosse; falta de ar; chiado no peito (sibilância); dor ou "aperto" no peito. Diagnóstico • Exame físico: sibilância pulmonar, principalmente nas exacerbações da doença. • Exames complementares: radiografia do tórax, exames de sangue e de pele (para constatar se o paciente é alérgico) e a espirometria (identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar). Tratamento • Broncodilatadores • Antiinflamatórios ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM • Atentar SSVV (FR e Sat O2); • Manter decúbito elevado a 45º; • Observar aspecto e quantidade da secreção expelida; • Estimular ingesta hídrica – obs. Contra-indicação; • Orientar sobre os possíveis alérgenos que causam crises asmáticas; • Auxiliar no auto-cuidado SN; Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) • É um conjunto de doenças, do qual fazem parte o enfisema, bronquite crônica, asma e bronquiectasias. • Característica mais comum da DPOC: restrição tanto da entrada, como da saída de ar dos pulmões, provocando sensação de falta de ar. • 5ª doença mais letal no Brasil – 30 mil mortes/ano; • Fator de risco principal: tabagismo; • Ambas situações - susceptibilidade à infecção; Fisiopatologia • Bronquite crônica: espessamento da mucosa brônquica (dilatação, edema) - estreitamento crônico dos brônquios – hipertrofia das glândulas mucosas - acúmulo de muco e secreções - bloqueia as VA - dificuldade na troca gasosa. • tosse produtiva na maioria dos dias, por pelo menos três meses ao ano, em dois anos consecutivos. • Enfisema pulmonar: dilatação anormal e permanente de espaços aéreos terminais levando à destruição dos alvéolos (ficam hiperinsuflados – dificuldade na troca gasosa). • muitos alvéolos nos pulmões estão destruídos e os restantes ficam com o seu funcionamento alterado. Causas: anos de tabagismo ou exposição à poeira (em torno de 30anos), levando à danos em todas as vias respiratórias, incluindo os pulmões. • Bronquiectasia - Dilatação irreversível de um ou de vários brônquios na sequência de lesões na parede brônquica. Nessa doença o calibre deles aumenta provocando tosse crônica com expectoração persistente, principalmente pela manhã, e facilidade em desenvolver infecções respiratórias, ocasiões nas quais pode haver escarros com sangue. Pode ter origem congênita (desde o nascimento) ou ser adquirida após uma infecção respiratória grave. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica A passagem de ar é dificultada pela inflamação e pelo espessamento das mucosas As vias respiratórias ficam obstruídas pela expectoração e pelo pus Bronquite crônica Enfisema pulmonar Alvéolos dilatados, devido à destruição das paredes alveolares Alvéolos normais DPOC retentor de CO2 – aumento de dióxido de carbono no sangue arterial (hipercapnia) e menor quantidade de oxigênio (hipoxemia). - Tronco (centro respiratório) - aumento do CO2 e queda do O2 estimula o SNC - regula os níveis através da respiração. - Esse processo não ocorre no DPOC, pois existe uma adap tação do SNC à h ipoxemia (O2 < 60 ) e hipercapnia(CO2 >45). - Se começar ofertar O2 para esse indivíduo o centro respiratório vai entender que ele está com muito oxigênio e vai iniciar um processo de hipoventilação o que vai aumentar ainda mais os níveis de CO2 causando a narcose – intoxicação pelo dióxido de carbono – parada respiratória. DPOC DESCOMPENSADA • Piora da dispnéia, com aumento ou mudança da secreção. • 1 a 2 X/ano. • Outros sintomas frequentes: redução da capacidade de exercitar-se e queixas inespecíficas, como fadiga, insônia e sonolência. • Podem apresentar: hipoxemia, hpercapnia ou ambas. • Infecções virais/bacterianas: >s causas da exarcebação. 23 • AVALIAÇÃO DE GRAVIDADE 24 DPOC DESCOMPENSADA História prévia Sinais/sintomas FEV1 < 50 Uso de musculatura acessória Duração e intensidade dos sintomas Movimento paradoxal da caixa torácica Exacerbações frequentes Cianose central Uso prévio de medicações Edema periférico Co-morbidades Instabilidade hemodinâmica Sinais de IC direita Torpor/sonolência Sintomas • Perda de peso • Tosse produtiva • Dispnéia • Infecções respiratórias freqüentes • Arritmias cardíacas( Fibrilação atrial-FA) • Deformidade de caixa torácica (tórax em barril). • Aumento do diâmetro antero-posterior Diagnóstico • Alterações ventilatórias no exame físico, aliado às alterações referidas pelo paciente e sua longa exposição ao fumo. • Exames de imagem ou de função pulmonar. • Exames de sangue. • Radiografia ou tomografia computadorizada do tórax. • Espirometria: demonstra a função pulmonar. • Gasometria arterial. 26 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO • Broncodilatores beta-2 agonistas de ação rápida (fenoterol, salbutamol) + anticolinérgicos (ipratrópio). • Metilxantinas: medicamentos de 2ª linha, apenas quando há falha de resposta aos broncodilatores inalatórios. • Corticoesteróides: reduzem o tempo da doença e melhoram a função pulmonar e a hipoxemia. Devem ser utilizados como 1ª linha, junto com os broncodilatadores, em pacientes com VEF 1 < 50%. • Antibióticos: em casos de exarcebação de moderada a grave, uma vez que não há evidências de melhora da função pulmonar com o seu uso. 27 Espirometria 28 Função pulmonar: a pessoa puxa o ar fundo e assopra num aparelho que medirá os fluxos e volumes pulmonares. Assistência de Enfermagem: • Oxigenioterapia (nos retentores até 1l/min); • Manter cabeceira elevada a 45º; • Estimular tosse e expectoração; • Observar aspecto e quantidade de secreção; • Observar padrão respiratório; • Aspirar VA s/n; • Estimular movimentação no leito e deambulação; • Controlar SSVV (T, FC, FR, Sat de O2)- estar atento a arritmias cardíacas; • Evitar irritantes respiratórios e tabaco; • Estar atento aos efeitos colaterais dos broncodilatadores (Teofilina, Berotec - taquicardia) e antibióticos (inapetência, alergias cutâneas e diarréias). • Estimular ingesta hídrica(se não tiver restrição); • Estimular ingesta alimentar (proteínas, carboidratos)- manutenção do sistema imune; • Manter higiene oral rigorosa; • Realizar banho de aspersão em cadeira higiênica com oxigênio contínuo ou realizar banho no leito; • Orientações de autocuidado: banho em cadeira, evitar subir e descer escadas, uso de oxigênio domiciliar, comer devagar e dietas de fácil mastigação e digestão, ingerir líquidos, inalações freqüentes com soro fisiológico, procurar serviço de saúde em casos de piora da dispnéia, aumento da secreção pulmonar e alteração da coloração, presença de febre. Pneumonia • Fisiopatologia: Invasão de microorganismos(bactérias, fungos, vírus) no parênquima pulmonar por falha dos mecanismos de defesa (filtração da nasofaringe,ação mucociliar). Fatores de risco: • Imunossupressão (patologias - câncer, medicamentos- quimioterapia, desnutrição); • Extremos de idade; • Acamados; • Em ventilação mecânica; • Reflexo de tosse diminuído ou disfagia (comum pneumonias em HTD); Adquiridas na Comunidade – ocorrem no ambiente comunitário ou dentro das primeiras 48hs de hospitalização; Ex: streptococcus pneumoniae (pneumococo) coco gram positivo que coloniza o trato respiratório superior e pode invadir o trato respiratório inferior em algumas situações; • Adquiridas no hospital ou nosocomial - início dos sintomas após 48hs da admissão; Ex: pseudomonas aeroginosa - bacilo gram negativo possui capacidade de invadir os vasos sangüíneos, causando hemorragia e infarto pulmonar. Cepas resistentes paciente deve ser isolado – isolamento de contato . Classificação de pneumonias Sinais e Sintomas • Febre c/ ou s/ calafrios; • Taquicardia; • Dor torácica que se agrava com a respiração; • Tosse produtiva- escarro purulento; • Taquipnéia/dispnéia; • Inapetência; • Cansaço e mal-estar; Diagnóstico Clínico • Anamnese; • Exame físico (ausculta: crepitação local, roncos, sibilos); • Rx de tórax; • Hemograma – avaliar células brancas (leucócitos, bastões, segmentados, mielócitos, metamielócitos); • Outros: Hemocultura em casos de bacteremia (toxinas bacterianas circulante) e cultura de escarro. • PAV: critérios diagnósticos são vagos; aparecimento ou progressão do infiltrado pulmonar + febre + leucocitose, em pacientes sob VM > 48h. • PAV precoce: associada a bactérias da comunidade (Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Staphylococcus aureus). • PAV tardia: bactérias MR (Pseudomonas spp, Acinetobacter baumanni, S. Aureus MR). TRATAMENTO FARMACÓLOGICO ATB (infecções bacterianas) + analgésicos + antipiréticos + hidratação. 1)PAC: • Macrolídeos: Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina. OU • Quinolona respiratória: Ciprofloxacina, Enoxacina, Norfloxacina, Ofloxacina OU § Amoxicilina. 35 2) Pneumonia Hospitalar: ATB (infecções bacterianas) + analgésicos + antipiréticos + hidratação endovenosa. § Cefalosporina de 3 geração: somente na apresentação parenteral (Ceftriaxona, Cefotaxima e Ceftazidima) + macrolídeo (Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina) OU • Imipenem (Imipenem, Meropenem e Ertapenem) + macrolídeo (Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina) OU • Quinolona respiratória (Ciprofloxacina, Enoxacina, Norfloxacina, Ofloxacina) 36 TRATAMENTO FARMACÓLOGICO Assistência de Enfermagem • Oxigenioterapia (conforme PM).• Manter cabeceira elevada - posição fowler/ semi-fowler. • Estimular tosse e expectoração. • Atentar/auxiliar na higiene oral. • Observar aspecto e quantidade de secreção. • Realizar inalações com ar comprimido. • Observar padrão respiratório. • Aspirar VAS/ TOT/TQ s/n. • Estimular movimentação no leito e deambulação (estar atento a área de opacidade pulmonar – relação V/Q prejudicada). • Controlar SSVV (T, FC, FR, sat de O2). • Acompanhar evolução clínica (exames laboratoriais, exames de imagem). • Estar atento aos efeitos colaterais dos fármacos (ATB- diarréia, náuseas, inapetência, erupções cutâneas). • Estimular ingesta hídrica (se não tiver restrição)- repor perdas insensíveis e fluidificar secreção. • Estimular ingesta alimentar (proteínas, carboidratos) – averiguar necessidade de suporte de oxigênio durante a ingestão. • Encaminhar ao banho de aspersão. • Realizar banho no leito ou em cadeira higiênica com oxigenioterapia c/ auxílio. Edema Pulmonar Acúmulo anormal de líquido nos tecidos dos pulmões. Causas • Problemas cardíacos; como cardiomiopatia, IAM ou problemas nas válvulas do coração (principais causas do edema pulmonar). • Infecção pulmonar ou sepse. • Diminuição de proteínas circulantes no sangue, seja por problema nos rins ou no fígado. • Reações alérgicas por uso de medicações. • Extubação precoce. • Mudança rápida de altitude. 39 Edema Pulmonar Sintomas • Expansibilidade torácica diminuída; Ortopnéia; Tosse; Taquicardia; Aumento da pressão arterial; Dor torácica; Sons Anormais no pulmão; Cianose; Ansiedade. Diagnóstico • Questionar a presença prévia de doença cardíaca ou pulmonar. • Radiografia de tórax confirma excesso de líquido nos pulmões. Tratamento • Oxigenioterapia (cateter de O2, nebulização, BIPAP, VM); • Diuréticos; 40 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM • Manter via aérea pérvia; • Atentar SSVV (FC e Sat O2); • Administração de O2 SN; • Manter decúbito elevado; • Manter acesso venoso periférico pérvio; • Manter controle hídrico rigoroso; • Auxiliar na higiene; • INSUFICIENCIA RESPIRATORIA: É uma condição patológica primária ou secundária a outras condições não pulmonares. • Definição: é a incapacidade dos pulmões de exercerem suas funções básicas de ventilação e oxigenação, resultando em prejuízo das trocas gasosas, que leva `a hipoxemia e/ou hipercapnia. • Causa frequente de internação hospitalar, provocando aumento dos dias de internação. • Sinais/sintomas: - Taquidispnéia - Uso de musculatura acessória - Respiração paradoxal - Dificuldade para falar. • Pode ocorrer de forma rápida (aguda) ou lenta (crônica). • Diagnóstico: através da coleta de gasometria arterial. GASOMETRIA ARTERIAL – EM AR AMBIENTE pH 7,35 – 7,45 PaO2 80 a 100 mmHg PaCO2 35 a 45 mmHg HCO3 22 a 26 mEq/L BE -2 a +2 mEq/L Sat O2 92 a 100% Hipoxemia PaO2 ≤ 60mmHg Hipercapnia PaCO2 ≥ 45 mmHg VALORES NORMAIS DE GASOMETRIA EM AR AMBIENTE • CLASSIFICAÇÃO: IRpA PaO2 PaCO2 Exemplos TIPO I OU HIPOXEMICA êêê ê ou normal EAP, SDRA TEP,BCP TIPO II OU VENTILATORIA ê ééé DPOC, asma grave, OVAS. • FISIOPATOLOGIA - IRpA Hipoxêmica: a hipoxemia é explicada pelo desequilíbrio entre a ventilação alveolar (V) e o fluxo sanguíneo do capilar pulmonar (Q), tal como presença de shunt (Q preservada e V comprometida), efeito espaço morto (Q comprometida e V preservada), hipoventilação ou alteração da difusão dos gases na membrana alveolocapilar. - IRpA Ventilatória: a retenção de CO2 é decorrente da hipoventilação alveolar (diminuição da ventilação que participa das trocas gasosas de forma eficaz e consequente retenção de CO2. • Se o paciente apresentar sinais de desconforto respiratório acentuado tanto na IRpA hipoxêmica quanto na hipercápnica, a instituição de uma via aérea artificial (COT) e VM sao determinantes no tratamento. • CATETER NASAL FIO2 % 1L/min 24 2 L/min 28 3 L/min 32 4 L/min 36 5 L/min 40 6 L/min 44 Para cada litro, aumenta-se aproximadamente 4% da FIO2 do ar ambiente • É relativamente confortável. • Pode ressecar mucosas e provocar epistaxe se o fluxo for alto. • A umidificação é opcional, visto que a oro ou a nasofaringe provém adequada umidificação até 4L/min. • É indicado para pacientes com hipoxemia leve ou pacientes que nao podem receber altos fluxos de oxigênio (DPOC). • Não é recomendado para pacientes que respiram pela boca. • FIO2 é pouco confiável. MÁSCARA FACIAL SIMPLES FIO2 % 5 – 6 L/min ≅ 40 6 – 7 L/min ≅ 50 7 – 8 L/min ≅ 60 • O reservatório de O2 é aumentado pelo volume acumulado na máscara, possibilitando maior FIO2. • O fluxo deve ser de pelo menos 5L/min para prevenir acúmulo de CO2 exalado na máscara e possível reinalação. • Simples e leve, é ajustado sobre o nariz e a boca e afixada com fitas elásticas. • A umidificação é recomendada. • Alguns pacientes sentem-se claustrofóbicos e a retiram constantemente. • É desconfortável em casos de lesões na face. • Pode causar ressecamento ou irritação nos olhos por vazamentos. • FIO2 é pouco confiável. MÁSCARA FACIAL COM RESERVATÓRIO FIO2 % 6 L/min ≅ 60 7 L/min ≅ 70 8 L/min ≅ 80 9 – 10 L/ min ≅ 80 - 100 • É semelhante `a máscara simples, com uma bolsa reservatório acoplada na sua porção inferior. • O reservatório de O2 é aumentado pelo volume da bolsa, possibilitando a oferta de FIO2 mais elevada. • A umidificação é recomendada. • O fluxo deve ser suficiente para nao colabar o reservatório durante a inspiração, devendo permanecer ligeiramente insuflado. • Um fluxo insuficiente pode causar reinalação de CO2 . • Pode gerar claustrofobia. • Pode provocar ressecamento ou irritação dos olhos. MÁSCARA DE VENTURI • FIO2 de 24% a 60% (4 a 15L/min), conforme o fluxo e o orifício do adaptador. Quanto maior o fluxo, maior a FIO2 . • As válvulas fornecem FIO2 variáveis, de acordo com o tamanho do seu orifício interno. • Uma grande vantagem é a maior precisão da FIO2 , visto que, ao passar pelo orifício sob pressão, o oxigênio aspira o ar ambiente, promovendo uma mistura fixa de ar/O2, de acordo com o fluxo e a válvula. • Alguns fabricantes recomenda não utilizar um sistema de umidificação quando um fluxo mais baixo for utilizado, uma vez que esse sistema aumentaria a resistência ao fluxo de oxigênio, comprometendo a FIO2. • As cores dos adaptadores não são universais, podendo variar conforme o fabricante. • É o suporte ventilatório aplicado com pressão positiva aplicado sem a utilização de uma aérea artificial. • A VNI reduz a morbi-mortalidade, diminui custos hospitalares, diminui tempo de internação, reduz PAV e melhora qualidade de vida, principalmente em pacientes com DPOC. • Também é utilizada em casos de IRpA hipoxêmica (EAP de origem cardiogênico). • OBJETIVOS DA VNI: - Aliviar sintomas. - Reduzir o trabalho respiratório. - Melhorar ou estabilizar as trocas gasosas. - Proporcionar conforto respiratório. - Promover melhor sincronia paciente-ventilador. - Minimizar riscos associados `a via aérea artificial. - Evitar a IOT. • INDICAÇÕES: Pacientes em IRpA que apresentem pelo menos 2 dos critérios abaixo são candidatos `a VNI: - Desconforto respiratório com dispnéia moderada ou severa, uso de musculatura acessória, respiração paradoxal. - pH < 7,35 e PaCO2 > 45 mmHg ou PaO2 /FIO2 < 200; - Frequência respiratória > 25rpm (adulto). • CONTRA-INDICAÇÕES DA VNI- PCR - Instabilidade hemodinâmica grave (hipotensão/choque grave, arritmias cardíacas graves). - Diminuição da consciência, sonolência, confusão. - Pacientes que recusam o tratamento ou não colaboram com ele. - Pós-operatório de cirurgia facial ou esofágica recente. - Trauma ou queimadura facial. - Risco de aspiração ou dificuldade de manipulação de secreções. - Incapacidade de manter a permeabilidade da via aérea (tosse ineficaz, obstrução de via aérea superior). - Distensão abdominal, náuseas ou vômitos. - Incapacidade de deglutição. - Sangramento digestivo alto. - Alterações anatômicas faciais. - Indicações relativas: secreção excessiva, cirurgia gástrica, gravidez, SDRA com hipoxemia grave. • EFEITOS ADVERSOS ASSOCIADOS `A VNI - Desconforto e pressão nasal. - Vermelhidão ou úlcera por pressão na região nasal. - Irritação nos olhos. - Secura na boca. - Dor ao redor da máscara ou das tiras de contato. - Ressecamento, frio, irritação ou sangramento da mucosa nasal. - Congestão nasal. - Dor de ouvido ou nos seios paranasais. - Claustrofobia. - Aerofagia ou distensão gástrica. - Broncoaspiração. - Hipotensão. - Pneumotórax. MÁSCARAS • Devem ser leves e transparentes, proporcionar boa vedação e possuir um sistema que minimize a pressão excessiva sobre os locais de contato com a pele, evitando lesões faciais e desconforto. MÁSCARA NASAL • Pacientes crônicos. • É menor e, portanto, diminui a sensação de claustrofobia. • Permite que o paciente se comunique, expectore e degluta nos momentos que desejar. • Paciente deve ser plenamente cooperativo e consciente para lembrar-se de respirar apenas pelo nariz. MÁSCARA ORONASAL (FULL FACE) • Deve ser de tamanho adequado para melhor adaptação `a face, porem não muito grande para evitar a reinalação de CO2. • Sensação de claustrofobia e impossibilidade de falar, deglutir e expectorar. • O mau funcionamento do ventilador ou a presença de vômitos podem causar asfixia no paciente se não houver um profissional para o pronto atendimento nestas situações. • A compressão entre a máscara e a face pode causar grande desconforto, lesões e necrose. • Recomenda-se utilizar placas protetoras nos locais de maior compressão. MÁSCARA TOTAL FACE • É uma opção em pacientes menos colaborativos. • Recobre totalmente a face. • A vedação é obtida por meio de uma película de silicone que adere e adorna toda a região periférica do rosto. • É fixada com faixas ao redor da cabeça, de forma que as extremidades são presas `a máscara lateralmente com tiras de tecido aderente (tipo velcro), que permitem a remoção rápida e fácil, caso seja necessário. • Evita pontos de compressão, proporcionando maior conforto e menor vazamento, e permite que o paciente respire tanto pela boca quanto pelo nariz. VENTILADORES E MODOS VENTILATÓRIOS • CPAP (continuous positive airway pressure): - É um tratamento que usa pressão positiva para manter as vias aéreas abertas. - Apnéia do sono. - Envolve uma máquina que tem 3 partes: 1. Uma máscara ou outro dispositivo que acople ao nariz e boca. 2. Correias mantém a máscara no lugar. 3. Um tubo que conecta a máscara `a máquina. - São atualmente silenciosos, pequenos e leves. • BIPAP (Bi level positive airway pressure) - Apnéia do sono. - Tal qual o CPAP, é uma máquina semelhante a um compressor de ar, que tem a capacidade de gerar fluxo para o paciente, fazendo com que a pressão nas vias aéreas do indivíduo fique sempre positiva. - Desta forma, evita-se o fechamento das vias aéreas e por consequência, o evento de apnéia. - O que diferencia o BIPAP para o CPAP é a capacidade de gerar dois diferentes níveis de pressão durante o ciclo respiratório, de tal maneira que na inspiração tem-se uma pressão mais elevada do que na expiração. - O CPAP, ao contrário, gera pressões positivas que são iguais tanto na inspiração quanto na expiração. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Potter, PA; Perry, AG. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004 • Guyton, AC; Hall, JE. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997. • Brunner e Suddarth. Tratado de Enfermagem Médico- Cirúrgica; 67 EXERCÍCIOS - NANDA • IDENTIFICAÇÃO: Homem de 58 anos, tabagista crônico, com história de enfisema de longa data, apresenta-se no consultório com intensa falta de ar, dificuldade de se locomover, utilizando oxigênio suplementar a 2 litros/ minuto. • H.P.M.A.: Paciente relata que é tabagista de longa data (fuma há 30 anos, maço/dia). Refere que houve piora da dispneia nos últimos 2 meses, com limitação para atividades de vida diária (como alimentar-se, tomar banho, vestir-se). Refere ainda que não consegue caminhar por mais de 50 metros, devido ao cansaço extremo. 68 EXERCÍCIOS - NANDA • AO EXAME FÍSICO: paciente emagrecido, com 173 cm de altura e peso de 57 kg. Frequência respiratória de 20 irpm, com fase expiratória prolongada. O exame de tórax mostra aumento do diâmetro ântero-posterior, hipertimpanismo à percussão, sibilos expiratórios nas bases. Cianose de extremidade e labial. Suas medicações de uso domiciliar i nc luem sa lbu tamo l , b rometo de ip ra t róp io e beclometasona. • Após ser avaliado pelo médico, é prescrito inalação com broncodilatadores e que o paciente seja colocado sob monitorização contínua. 69 EXERCÍCIOS - NANDA • ROTEIRO DE ESTUDO 1. Revisão de fisiopatologia: Enfisema pulmonar, com os principais sinais/sintomas, diagnóstico e tipos de tratamento. 2. Revisão de exame físico: o que focar no indivíduo portador de Enfisema Pulmonar. 3. Elabore um plano de cuidados para este paciente, com 4 possíveis diagnósticos de enfermagem e a prescrição de enfermagem para cada diagnóstico de enfermagem. 4. Revisão de farmacologia dos medicamentos de uso domiciliar: classificação, mecanismo de ação, efeitos adversos, cuidados de enfermagem. • 70
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