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Usucapião

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Universidade Comunitária Regional de Chapecó
Luan Antônio Fortes
Marina De Fortini
USUCAPIÃO
Chapecó, maio
2017
Introdução
	Usucapião é uma modalidade do código civil qual detém a propriedade móvel ou imóvel alheia em detrimento do uso e gozo de outrem, devendo ter este domínio em um decorrer de tempo em posse, qual tem previsões de diferentes períodos em cada uma das espécies existentes da usucapião, em seu livro Cristiano Chaves de Farias disserta que a usucapião “é modo originário de aquisição de propriedade e de outros direitos reais, pela posse prolongada da coisa, acrescida de demais requisitos legais.” (2008, pg. 258) estes requisitos e também modalidades de usucapião serão devidamente elencadas no decorrer deste trabalho abrangendo com um pouco mais de conhecimento estas espécies.
A usucapião nada mais é que a tradução de sua palavra, que significa tornar a coisa pelo uso. 
Tem como objetivo maior tornar bem que não tinha mais utilidade, ou que devidamente não cumpria com suas funções sociais por seu respectivo dono, em atribuir novamente suas funções, mas por um terceiro. 
 
A posse necessariamente será acompanhada do animus domini. Consiste no propósito de o usucapiente possuir a coisa como se esta lhe pertencesse. O possuidor que conta com animus domini sabe que a coisa não lhe pertence, porém atua com o desejo de se converter em proprietário, pois quer excluir o antigo titular. pag. (FARIAS, Chaves. 2008, pg. 273)
	Assim, com esta premissa, de que usucapião é a vontade de adquirir o bem por meio da posse em um decorrer de tempo necessário, conhecimento este necessário para o entendimento desta modalidade do Código Civil, podemos seguir nosso estudo com maiores informações importantes sobre o tema tratado.
Art. 1.238 do CC. - Usucapião Extraordinária
	A usucapião extraordinária está prevista no código civil brasileiro no art. 1.238, estabelecendo que aquele que possuir bem imóvel por quinze anos sem que haja interrupção ou oposição, e que a ele trate como se possuidor fosse, independente de título ou boa-fé, poderá requerer ao juiz que através de sentença, o declare como titular do bem. Caso construa neste imóvel sua morada principal, a quantidade decorrida do tempo de uso, deverá ser de dez anos.
	Cristiano Chaves de Farias cita em seu livro Direitos Reais (2008, pg 271) “ O mais significativo requisito formal da usucapião extraordinária - como de qualquer outra modalidade de usucapião - é o tempo. O fator tempo é fato fundamental para a conversão da posse em propriedade.”
	Como característica de extrema importância para usucapião extraordinária, encontramos a posse qualificada, pois ela deverá ser mansa, contínua e pacífica. 
	Ao observar os ditames do artigo, percebe-se que não existe importância em haver título ou boa-fé, contrário do que encontra-se na usucapião ordinária e especial, devido que estes requisitos sao imprescindíveis para que exista a posse, da usucapião extraordinária resta apenas que seja bem sem dono ou abandonado. 
Art. 1.242 do CC. - Usucapião Ordinária
	A usucapião Ordinária, diferente da extraordinária, deverá possuir justo título e boa fé, além de que a decorrência de seu tempo para a real posse, deve ser de dez anos ininterruptos, devendo ser diminuída para cinco anos em caso de o imóvel ter sido adquirido onerosamente, desde que aqueles que estiverem sob posse tiverem fixado moradia no imóvel. Possui características da usucapião extraordinária, a forma ininterrupta, a posse mansa e pacífica. A usucapião ordinária é encontrada no art. 1.242, do respectivo código citado.
	Compreendia-se que deveria haver a presença do proprietário no imóvel residindo no mesmo município do bem para que pudesse ter redução do tempo da usucapião. Hoje não visa mais esta necessidade, tendo várias formas de comunicação para que o proprietário saiba do que de fato está ocorrendo em seu imóvel, como diz Cristiano Chaves de Farias (2008, pg. 277): “além da redução dos prazos de quinze e dez anos de posse para dez ou cinco anos, respectivamente, a aferição temporal não mais será produto do fator presença ou ausência do proprietário, e sim da qualidade do justo título do possuidor e da forma de posse por ele praticada.” 
Art. 1.261 do CC - Usucapião de bem Móveis
	Ao contrário do que se possa imaginar, a usucapião de bens móveis também acontece e também tem previsão na lei, com artigos que diferem da usucapião de imóveis, está prevista nos artigos 1.260 e 1.261 do código civil brasileiro, isso acontece devido a crescente aquisição e consumo de bens tecnológicos.
	A usucapião de bens móveis pode ser dividida em duas espécies de uso, como ordinária e extraordinária, pois assemelha-se muito a usucapião de bens imóveis, por isso a importância de compreender estes dois aspectos que já foram tratados à cima.
A estrutura de usucapião sobre móveis assemelha-se à incidente sobre a propriedade imobiliária. Certamente ainda predomina a importância da usucapião de bens imóveis, porém a semelhança entre as duas modalidades é quase que absoluta. Assim, será necessária a satisfação dos pressupostos de direito material à aquisição da titularidade. (FARIAS, Chaves. 2008, pg. 339)
	Dispõe no artigo 1.260 a posse de usucapião ordinária, qual está transcrita: “Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.” Com isto, ao possuidor que requerer ao judiciário após 3 anos ininterruptos da coisa móvel, poderá ser dono de fato da coisa.
	Quanto ao artigo 1.261, observa-se: “Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé.” Significa então que a ininterrupção da posse por cinco anos, devendo esta ser mansa e pacífica, mesmo não havendo adentrado com pedido ao judiciário, a posse transfere aquele que possuir a coisa, qual no decorrer destes cinco anos agiu como se dono fosse. 
Art. 1.379 do Código Civil - Usucapião de Servidão
	
	A Servidão pode ser encontrada em dois institutos, a Servidão predial ou de pessoas. A servidão pessoal seria a de uma pessoa ter o compromisso permanente com um imóvel. Esta servidão já não é mais utilizada.
A de servidão predial é o exemplo de quando existem vários prédios próximos e um deles é aquele que serve aos outros, tendo requisitos básicos para os de mais ele será o prédio proveniente, aumentando as condições de uso para os outros prédios.
Aquele prédio que dependa de outro o trata como uma espécie de serviente, enquanto aquele que fornece de bens indispensáveis é tratado como dominante, pois de certa forma compreende que existe a dependência do serviente com o dominante para que ele possa existir.
Esta condição de servidão vai ser imprescindível ao uso do prédio serviente, por isso caso após dez anos de uso contínuo do benefício que o prédio dominante exerce, é possível que se peça em sentença a usucapião deste desta servidão contínua. 
Ainda, se não houver pedido de título, após vinte anos de uso contínuo, entende-se que a obstrução do prédio dominante não se opõe ao que é de fato utilizado, que o bem pode ser usucapido pela continuidade do uso. “O uso prolongado de uma servidão sem oposição faz presumir a inércia do proprietário vizinho. O registro da sentença produzirá a necessária publicidade. ” (FARIAS, 2008, pg. 563)
Nos termos do Código Civil de 2002, descrito no art. 1.379: “O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. ”
	 
Art. 1.391 do Código Civil - Usufruto
	O usufruto pode recair sobre bem móvel ou imóvel, ele se concede através do direito de uso de coisa alheia, qual durante um certo tempo tenhafeito uso e gozo do bem. O tempo estipulado para usufruir um bem deve estar registrada em cláusula de contrato, ou podendo também ser executada como doação em cartório ou até mesmo de forma testamentária. 
Pode ser conceituado como direito real temporário concedido a uma pessoa para desfrutar um objeto alheio como se fosse próprio, retirando suas utilidades e frutos, contudo sem alterar-lhe a substância. Assim, o domínio é fracionado, pois, enquanto o usufrutuário percebe os frutos naturais, industriais e civis e retira proveito econômico da coisa, remanesce em poder do nu-proprietário o conteúdo do direito (FARIAS, pg. 270)
	Durante o período em que o indivíduo estará usufruindo da coisa, o real proprietário perde então os direitos relacionados ao domínio, mas mesmo diante dessa posição não perde o direito de substância, pois como usufrutuário não requerer direito de venda, mas pode ter frutos do bem, como por exemplo o aluguel de imóvel.
	O direito ao usufruto, presente do código civil brasileiro pode ser encontrado a partir do artigo 1.390.
	Adentrando o que diz respeito ao artigo 1.391 do respectivo código que assim denomina: “ o usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis. ” Significa dizer que através do usufruto poderá usucapir bem imóvel e que através deste irá obter para si registro em cartório de imóveis, podendo dar sequência a inscrição da propriedade. 
	A diferença de usucapião de usufruto e usucapião de propriedade se consiste na característica de que esta não acontecerá pelo animus, mas sim porque existiu a real vontade ser possuir a coisa como usufrutuário. Devendo então na sentença deste pedido limitar o beneficiado no domínio do bem. 
Art. 3° da Lei 6.969 de 1981- Usucapião rural.
A usucapião especial, denominado também como usucapião rural, aplicava-se na Lei 4.504, de 30 abril de 1964, denominado Estatuto da Terra, sendo regulamentado pela Lei 6.969, de 1981, modificando a regulamentação a aquisição de bens rurais. 
A nova lei, regulamentava que, qualquer um que não fosse proprietário até o momento de bem rural ou urbano, e habitasse por cincos anos contínuos, sem oposição, a área rural continua, que não tivesse tamanho maior de 25 hectares, onde o indivíduo por vontade própria tornasse a terra produtiva, e ainda construísse moradia sobre ela, teria o direito de adquirir domínio , independente se fosse por meios justos ou de boa fé, desta forma, o juiz por meio de sentença denominava como novo proprietário.
Entretanto, na Constituição de 1988, mais especifico no seu Art. 191, teve um aumento significativo do tamanho da área rural, permitindo-se que fosse ocupado uma área de cinquenta hectares. Além de, no seu parágrafo único esta expressamente proibido a aquisição de imóveis públicos por usucapião. 
Justamente no Art. 191, paragrafo único é estabelecido que todo o imóvel público, não poderá ser adquirido de pela forma de usucapião, motivo pela qual a usucapião só será admitida em terras particulares. Contudo, os bens públicos da união podem ser classificados como bens hídricos, tais como águas correntes, ou seja, rios, mar, riachos entre outros, também se classificam bens de aguas dormentes, como lagos, lagoas, açudes e potencias de energias hidráulicas; e por fim bens terrestres, o solo e subsolo. 
Entretanto, a proibição da usucapião existe também, no Decreto n.87.040/82, vedando usucapir de imóveis das forças armadas ou destinados a tais fins, assim como também terrenos da marinha, ou qualquer outra terra publica não devoluta. 
Todavia, na Lei 6.969 de 1981, Art. 3° sucede que nem todas as áreas particulares podem ser adquiridas por meio da usucapião, submetendo-se a prescrição aquisitiva pro labore, como por exemplo, as áreas indispensáveis à segurança nacional, as terras habitadas por silvícolas, as áreas ecológicas como reservas biológicas e florestais, além de todos os parques municipais, estaduais e federais. 
 Consequentemente, fica vedado a qualquer individuo, que tenha por interesse usucapir os elementos dispostos no Art. 3° da Lei 6.969 de 1981. Impossibilitando o cultivo da terra e construção de moradia, por serem protegidos por órgãos superiores.
Lei nº 10.931 de 2004 – Usucapião tabular
O usucapião tabular ou covalência registral atualmente expresso na Lei 10.931, de Agosto de 2004, contendo como principais matérias estão os direitos reais como patrimônio de afetação, e também disposto na lei, às células de credito imobiliário e de crédito bancário entre outros. A atual lei, que veio expressa na nova redação dada ao Art. 214 da lei 6.015 de 1973, lei de registro Público-LRP, que passa a decretar em seu § 5, que não ocorrera à nulidade se for atingindo terceiro de boa fé que já tiver preenchido as condições de usucapião.
O usucapião tabular, que surge do direito real, tem como principal duvida em relação ao seu similar, o usucapião ordinário, se é necessária ou não a inscrição do titulo, para que ocorra a aquisição do direito, caso for verídico, só poderá ocorrer com títulos legítimos. Todavia, se o titulo não for legitimo, seja pelos motivos previstos, a aquisição será anulada pelo titular do direito lesado, que terá o direito de cancelar o registro em ação própria. 
Poderá ser evitada essa consequência se, os efeitos do usucapião tabular forem validados, fazendo com que a titularidade jurídica coincida com a titularidade registral. Por consequência, os efeitos tem eficácia ex tunc, excluindo todos os vícios de origem do registro.
O Usucapião tabular atua principalmente nos direitos sobre coisas alheias e servidões prediais, sem abrir espaço para a hipoteca ou direito de resgate, entre outros. Entretanto, sua maior atuação é em relação à propriedade, que ocorre com a transformação da propriedade putativa em propriedade real, porém apenas existira quando o verdadeiro proprietário deixar de transcorrer o prazo de cinco anos, sem executar uma ação de retificação do registro ou reivindicatória.
Art. 183 da CF – urbana
Usucapião Especial Urbano, voltou a fazer parte de nosso ordenamento na Carta Magma da Constituição de 1988, oferecendo a oportunidade de usucapir de bens urbanos, desde que cumprisse todas as normas regulamentadoras. A nova política urbana, veio através da Lei n° 10.257, que teve como fundamento as novas regulamentações do usucapião urbano.
No entanto, a Lei 10.257 apresenta em seu Art. 4° inciso V, alínea J, referindo-se ao Usucapião Especial de imóvel Urbano que, reunida por vários outros institutos e mecanismos que efetivarão uma urbanização centrada, respeitando o homem e o meio ambiente. 
De acordo com a Constituição Federal em seu Art. 183 “aquele que possuir como sua área urbana até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, interruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família , adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de imóvel urbano ou rural”, esse artigo tem como fundamento regulamentar o usucapião urbano, delimitando o tamanho do terreno, qualificando que deve existir uma força maior com vontade de constituir uma moradia com família presente, no entanto, deve existir a condição de não ter nenhuma propriedade em seu nome, seja ela urbana ou rural.
 Em seu § 1° diz que “ O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos a homem ou a mulher, ou a ambos, independente do estado civil”. Vale ressaltar que, no primeiro parágrafo do Art. 183 da constituição, deixa claro que tanto o homem quanto a mulher, sem influência do estado civil poderão ter o direito de uso e concessão da propriedade garantidos pela constituição.
Ainda no Art. 183, §2° diz que “Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez”, ou seja, nenhuma pessoa poderá usucapir mais de uma vez, até mesmo por que, após usucapir uma vez, ela terá já uma propriedade em seu domínio, e ferira o do Caput do Art. 183 onde diz que “desde que não seja proprietáriode imóvel urbano ou rural”, além de, o legislador não concordar com a pratica de usucapir pela mesma pessoa várias propriedades. 
Por conseguinte, em seu último parágrafo, em especifico o §3° “Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião” isto é, que não será permitido usucapir imóveis de cunho público, toda aquela propriedade destinada a uso, do município e estado, diante da ocupação de propriedade pública, o Tribunal tem entendido em na maioria de suas sentenças, que deve ocorrer a desocupação da propriedade, e assegurar o Art. 183 por completo.
Art. 10 da lei 10.257 – urbana coletiva
 No usucapião Especial Urbano, como já visto anteriormente, existe a modalidade individual, no entanto, uma modalidade diferente, à coletiva, inclusa na Lei 10.257 em seu Art.10° acolhendo a função social da propriedade. 
O Atr. 10° em seu caput “As áreas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.” Tal Artigo tem como principal objetivo a função regulamentar o usucapião coletivo, ou seja, assegurar o limite de tamanho da propriedade, e garantir que seja adquirida por pessoa de baixa renda. No Brasil, atualmente a baixa renda é composta pelas classes C, D e E, classes que vivem de maneira humilde, podendo ser considerada após muitos debates, baixa renda aquelas famílias que vivem com renda per capita menor de meio salário mínimo. 
Ainda no Art. 10 da lei 10.257, expressa que para que ocorra o usucapião coletivo, é necessário que tenha um divisão já existe entre as propriedades, e veda a possibilidade de usucapião por aquelas que já possuírem propriedades, sejam elas urbanas ou rurais.
No § 1° onde diz que “O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.” O parágrafo primeiro se referindo a contagem do tempo, onde a existência da opção de somar o tempo do sucessor com o antecessor, desde que, sejam moradias continuas, sem interrupções de tempo.
No entanto, no § 2° se refere que só será permitido usucapião por sentença feita pelo juiz, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. Adiante no § 3°, o juiz irá delimitar o tamanho ideal que cada proprietário irá adquirir, porém se houver acordo escrito entre as partes, ou seja entre os condôminos, poderá ser feito reajustes nos tamanhos.
O condomínio será considerado indivisível, não havendo a opção que de ser extinto, a não ser que, seja uma decisão tomada por mais de dois terços do total de condôminos ou, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio.
Art. 33 da lei 6.001 de 73 – indígena.
 Como todo o usucapião esta modalidade especial também esta prevista em lei, mais especificamente na Lei 6.001 de 1973, aonde expressa de maneira mais clara seu fundamento no Art. 33.
Expondo em seu texto que o “Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra inferior a cinquenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena”, ou seja, todo aquele individuo indígena que esteja vinculado a uma comunhão nacional, após o período de 10 (dez) anos poderá entrar juntamente com a ajuda da FUNAI para pedido de usucapião, desde que seja de maneira pacifica porém, tal propriedade não pode ter tamanho maior que cinquenta hectares. 
No entanto, estava previsto apenas usucapir de propriedades rurais, e não a nada especifico à usucapião de área Urbana, e sendo um direito apenas ao povo indígena, não se tradando automaticamente não terá direito ao uso desta lei. 
A FUNAI é um órgão Publico, vinculado ao ministério da justiça, que tem como dever defender e garantir os diretos dos índios, cabe a fundação promover estudos de identificação e delimitação, demarcação, regularização fundiária e registro das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, além de monitorar e fiscalizar as terras indígenas. 
Lei n° 12.424/2011 – Usucapião conjugal
 O usucapião conjugal, também conhecida como usucapião familiar, esta presente na Lei 12.424 de 2011, expressando em seu Art. 1.240 a matéria de abandono do lar, que acarreta um usucapião. 
Em sua redação diz que “Art. 1.240-A – Aquele que exercer por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250 m2 (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.” Para que ocorra o usucapião será necessário muita atenção do legislador nesse artigo.
No texto do Art. 1.240 tem como requisito que a propriedade seja das duas partes, independente se forem atuais, ex-cônjuges, ou até mesmo companheiros, além de que, devera ser expresso alcance do benéfico aos companheiros, sendo obrigação do legislador a maior atenção possível a esta matéria.
Como toda matéria referente ao usucapião essa não será diferente, existe uma limitação do tamanho da propriedade, que não devera ser superior a 250 m2, justamente esta limitação, foi criada pelo legislador com o intuito de não ocorrer exageros, nem grandes prejuízos de propriedades de alto valor.
Um ponto polêmico nesse usucapião, seria o chamado “abandono de lar”, ou seja, o fato de uma das partes, sair, abandonar, deixar de demonstrar interesse pela propriedade, que pode acarretar duvidas em seu conceito.
Porem, a saída de um dos cônjuges, ou companheiros, independente de sua vontade pelos demais motivos alheios não podem ser considerados abandono de lar, tais como motivos de mudança por troca de emprego, motivos internação por problemas de saúde, são motivos evidentes que não iram gerar abandono de lar.
No entanto, quando ocorrer o abandono de lar, devera ser levado em consideração o tempo de dois, sem interrupções para que ocorra a ação de usucapir. Em seu § 1°, “O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez”. Como todo o direito de usucapião, esse não poderia ser diferente, é expressamente proibido usucapir de propriedade mais de uma vez, será apenas permitido uma vez por pessoa, e vedado aquelas que já possuírem propriedades.
Usucapião Cartorária Extrajudicial – novo CPC
O novo código de processo civil introduz em seu ordenamento jurídico uma nova modalidade de usucapião, o usucapião extrajudicial, encontrado na lei 13.105 de 2015, tendo o diferencial, de ser possível requerer o usucapião perante um registro de imóveis.
Essa nova modalidade será um tanto quanto abrangente, pois irá regulamentar todo usucapião material presente na legislação brasileira. O procedimento será mais fácil pois irá facilitar a aquisição da propriedade, que tenha cunho de tempo prolongado, desta forma, o individuo deverá comparecer com um advogado, juntamente a um requerimento instruído com uma ata notória, planta e memorial descritivo do imóvel, certidões negativas entre outros documentos necessários.
Ao decorrer desse procedimento, será cabível o pedido ao registro de imóveis determinando o local de interesse de usucapir. Desta forma, será protocolado e só assim tomada as devidas providencias para que seja ocorra a usucapião.
O início do procedimento só ocorre após ser feita a ata notarial lavrada por tabelião de nota, que indicara a localização da propriedade, tudo isso previsto no Art. 384, além de que, a ata notarial ser capaz de comprovar o tempo de posse, par só assim ser concebido o usucapião. 
Além do diferencial de ser extrajudicial, terá um limite diferente referente a celebridade, limite será estimado entre noventa a sento e vintedias, uma vez que se assemelha à retificação consensual prevista nos artigos 212 e 213 da Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/1973).
Conclusões 
O usucapião de maneira especial é uma matéria um tanto quanto polemica, por abranger não só a moradia aonde o individuo constituiu família, que é muito importante, mas também como, tudo pode mudar, a partir do principio de boa fé. Por mais que na atualidade seja difícil a aquisição de uma propriedade, e o surgimento aparente do Estado criando diversos meios para facilitar a compra do bem, ainda sim, não é acessíveis a todos, acarretando muitas vezes a má fé, ocasionado ocupações ilegais, e tentativas frustradas de usucapião.
No entanto, o ordenamento jurídico brasileiro, se preocupou em garantir que o usucapião seja desenvolvido na maneira mais justa possível, delimitando em todas as modalidades a metragem da propriedade, posicionando um tempo padrão em que o possuidor deve estar na propriedade, sem interrupções, e vedando expressamente que todo aquele que já possuir propriedade seja ela rural ou urbana, não terá direito a usucapião, e será permitido apenas um usucapião por pessoa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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