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Aula 8 ruminantes

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Aula 8 – Neonatologia em Ruminantes – Clinica de Grandes Animais
Doenças em neonatos
Doenças Pré-parto: São aquelas doenças que causam monstruosidades, inviáveis a vida.
Doenças Pós-Parto imediatas: Asfixia Neonatal e FTIP (Falha de Transferência de Imunidade Passiva)
Doenças durante período neonatal: Diarreias, pneumonia, onfalites e traumas (atropelamento por vacas).
Asfixia Neonatal
Condição decorrente de hipóxia e anóxia que costumam acontecer no momento do parto. Normalmente em partos distócicos – o bezerro não consegue sair de modo correto pela pelve materna que é por posição cervico-sacral, com pernas primeiro e depois sai a cabeça e restante do corpo, tipo um “mergulho”. 
Diagnóstico: Método Modificado de Apgar. Em geral é o peão que faz porque veterinário não está presente em todos os partos. 
Avaliação de APGAR
1º avaliação - Movimentação da cabeça sobre estimulo de água fria. Joga pouquinho de água no rosto dele, para medir apatia
2º avaliação – Reflexo interdigital e óculo-palpebral. Apertar com força Inter digito, e se ele puxar é satisfatório e depois tenta colocar o dedo nos olhos dele, se piscar está também satisfatório. Ambos métodos são para avaliar reflexos presentes.
3º avaliação – Respiração. Verificar se ela está imperceptível, lenta e regular (entrecortada, como criança quando está finalizando o choro) ou rítmica e profunda. 
4º avaliação – Mucosas. Hipocoradas, normocoradas com fundo cianótico, normocoradas. 
Cada avaliação vai ganhando uma pontuação, e no fim soma tudo e verifica em outra tabela para saber se é animal viável ou não. 
Consequências: Baixa oxigenação (oxigenioterapia – com colar elisabetano e filme plástico fechando, coloca sonda no colar e faz uma abertura no papel filme para liberar CO2) – animal em acidose (bicarbonato, não se usa Ringer Lactato porque o ruminante não consegue fazer com rapidez a metabolização para transformar lactato em bicarbonato), se for muito intensa ele para de respirar. Difícil adaptação na vida extrauterina – hipotermia (soro aquecido, lavar bem o animal com detergente ao acabar de nascer porque aqueles fluidos advindos do parto impermeabilizam e não consegue penetrar o calor e depois secar. Também há um produto chamado ADENOSINA que gera calor metabólico). Hipoglicêmico (Glicose 5%, forçar dar o colostro).
DMSO é um anti-inflamatório do SNC que atravessa a barreira hematoencefálica utilizado para animais que apresentam sintomas neurológicos importantes.
FTIP – Falha de Transferência de Imunidade Passiva (Falha de imunoglobulina circulante)
É uma condição na qual a imunidade passiva advinda do colostro materno não irá chegar ao neonato. Para ter certeza que o animal tem falha na transferência de imunidade passiva, fazer a mensuração sérica de imunoglobulinas no bezerro (através do sangue). Se animal estiver com menos de 600mg/dL ele realmente tem falha de transferência. Apesar de ser um método eficaz o custo dele é caro, e para rebanho torna-se inviável, somente pesquisadores utilizam essa técnica.
Indicativos que auxiliem a chegar no diagnóstico de FTIP: Dados de manejo (se a mãe deixou mamar, se é novilha ou não), avaliar a qualidade do colostro (medir a densidade com auxílio do refratômetro – colostro deve estar acima 1,046), capacidade do bezerro de absorver imunoglobulinas (processo ativo). 
Se a densidade estiver abaixo não importa a capacidade de absorção do bezerro, ele terá FTIP, porque não há disponibilidade suficiente e não importante o quanto o processo de absorção seja bom. Se estiver na dúvida se tem ou não FTIP trata, pois, o tratamento não fará mal. O animal não tem imunoglobulina circulante, então trata ele com colostro – volume normal (não importa se está absorvendo ou se já não adequado com relação as imunoglobulinas), transfusão de sangue – 20 a 40ml/kg (não precisa ser da mãe, pode ser de uma vaca sadia, que não tenha problemas sanguíneos) - pode ter reações da transfusão, mas é difícil de acontecer. Dar cálcio antes de uma transfusão porque ajuda na estabilidade da membrana plasmática. Pode colocar duas gotas do soro a ser transfundido no olho do animal que receberá. Se houver reação o olho vai ficar vermelho no mesmo instante. Também pega o sangue total e mistura com soro do outro animal e coloca na lâmina, e observa se ocorre aglomerações, ou seja, se o sangue tenta coagular.
Onfalites
Inflamação das estruturas umbilicais. 
Estrutura do umbigo – 2 artérias e 1 veia umbilicais (ligados ao sistema circulatório) e úraco (sistema urinária – ligado a bexiga). 
Classificação das Onfalites:
Onfaloflebite – Inflamação na veia
Onfaloarterite - Inflamação nas artérias
Panofalite - Inflamação nas artérias, veia e úraco.
Uraquite – Inflamação do úraco. Ocorre a persistência do úraco – ao nascer tem que ser fechado esse cordão, se não fechar fica aberto do sistema circulatório e do sistema urinário. Quando não fecha, o animal fica pingando urina pelo cordão umbilical e entra via coto umbilical as bactérias, podendo ter uma sepse porque vai estar em todo organismo pois foi para circulação sanguínea. 
Pré-disposição para ter Onfalites: doenças de causas imediatas, mal cura do umbigo, FTIP, Asfixia Neonatal, navel suckling.
Os ruminantes têm tendência de fazerem processos infecciosos locais, porém, circunscreve o processo infeccioso, forma o abcesso acabou, porque esses animais estão acostumados a viverem em locais contaminados. 
Diagnostico para Onfalites – Podem utilizar as técnicas semiológicas, como a inspeção (na onfalite tem secreção, porem a hérnia umbilical pode confundir no diagnostico) e a palpação.
Onfalite – é quente, dói muito e a hérnia não dói e não esquenta. ATB tem problemas grandes em passar abcessos. Geralmente dá um de largo espectro como a gentamicina.

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