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Direito Civil - Obrigações

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ROTEIRO II
  
MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES
Temos várias modalidades, mas todas correspondem a uma das três espécies já estudadas: Obrigações de dar, fazer ou não-fazer. 
DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
A obrigação é simples quando só possui um objeto. Já quando tem por objeto duas ou mais prestações chamamos de obrigação alternativa. Nesta, somente uma será cumprida como pagamento. Na prática é muito comum por facilitar e estimular negócios. 
Ex. Vendo uma casa por 100 mil ou troco por um terreno no Guarujá. 
Ex: Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor.
Parágrafo único. Compete ao juiz, se as circunstâncias o exigirem, fixar a forma do cumprimento da prestação.
Conclusão: 
1 prestação: obrigação simples
2 ou + prestações: (mas somente 1 será escolhida para pagamento, vem com a disjuntiva “ou”): Obrigação Alternativa
Diferença da obrigação alternativa e de dar coisa incerta: Na obrigação alternativa há dois ou mais objetos; na obrigação de dar coisa incerta o objeto é único, sendo posteriormente determinado quanto a qualidade.
Direito de escolha: em regra, cabe ao devedor (art. 252, caput). Ambos podem convencionar que escolha seja feita por um terceiro, caso este não possa ou não queira, incumbe ao juiz (CC, 252, parág. 4º )
Concentração: Assim como na obrigação de dar coisa incerta, nas obrigações alternativas, cientificada a escolha, dá-se a concentração. A partir daí o objeto fica determinado e não cabe retratação unilateral.
Limitação da escolha: Segundo o § 1o do artigo 252: Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
Ex: Alternativas: 2 barras de chocolate ou 2 bolos de chocolate. Não pode exigir a mistura, 1 barra e 1 bolo de chocolate. 
Obrigação de prestações periódicas: Já segundo § 2o do art. 252: Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. Esta forma é criticada pela doutrina, sob o argumento de que a mudança de prestação gera instabilidade para o credor
Ex: Entrega somente 2 bolos de chocolate e no mês seguinte 2 bolos de chocolate, assim sucessivamente (ainda assim não pode dividir o objeto). 
Prazo para opção: deve constar no contrato, em caso negativo, o credor deverá notificar o devedor, com o intuito de constituição em mora.
Opção do credor: Caso convencionado que a opção de escolha cabe ao credor, mas não conste o prazo, aplica-se o disposto no art. 894 do CPC.
Art. 894. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor o faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito.
Pluralidade de optantes: Segundo § 3o do art. 252, No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Impossibilidade das prestações: Se ocorrer a impossibilidade material de uma das obrigações, prevalece a outra. Ex: Não se fabrica mais Scanner de mão, fica apenas a máquina digital.
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.
Em caso de Inadimplência:
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
	
OBRIGAÇÃO FACULTATIVA
É semelhante, mas não se confunde com a obrigação alternativa. É muito rara, não há capítulo próprio no CC. Há casos na lei, pois as partes não costumam contratar prevendo uma obrigação facultativa.            
Por esta obrigação, o objeto da prestação é único, mas é dado ao devedor o direito excepcional de substituí-lo por outro, diverso e prederminado. É um obrigação com faculdade de substituição. 
Exemplo: art. 1234: Ao invés de pagar a recompensa, tem o devedor a faculdade de dar a coisa ao credor. 
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.
Na obrigação facultativa, ao contrário da alternativa, o credor nunca tem a opção e só pode exigir a prestação principal, pois a prestação devida é única e só o devedor pode optar pela prestação facultativa. Na impossibilidade de cumprimento da prestação principal, a obrigação é extinta, resolvendo-se em perdas e danos. Ex: quem encontrar coisa perdida e não receber a recompensa, somente deverá processar o devedor pelo valor da recompensa.   
OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL OU INDIVISÍVEL
Em comum: a multiplicidade de sujeitos.
Diferença:
Obrigação divisível: são aquelas cuja prestação pode ser dividida entre os sujeitos, sem prejuízo de sua qualidade e valor. (ex: dívida em dinheiro)
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Lembrando que: Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Obrigação indivisível:  ao contrário, a obrigação só pode ser cumprida de forma integral, não sendo possível fracioná-la. (ex. entrega de um boi).
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
 Lembrando que: a indivisibilidade decorre:a) da natureza das coisas; b) por determinação legal (Ex. art. 1386); c) por vontade das partes .
Assim, interessa a indivisibilidade quando houver mais de um credor ou mais de um devedor.  
Divisibilidade e indivisibilidade nas obrigações de dar, fazer e não fazer: 
Obrigações de dar: depende do próprio objeto, se divisível ou indivisível. Ex: saco de feijão, um animal.
Obrigação de fazer: Depende do serviço, se pode ou não ser dividido. Ex: construir uma casa.
Obrigação de não fazer: Depende, a abstenção permite ou não a divisão. Ex: não vender e não alugar.
Efeitos:
Obrigação divisível: presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. (art. 257); Ou seja, cada devedor só deve sua quota parte. 
Obrigação indivisível:Havendo pluralidade de devedores: Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
Havendo pluralidade de credores: Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Recebimento apenas por um credor: Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Se um dos credores remitir (perdoar) a dívida: Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Perecimento com culpa do devedor: Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Obs: Tanto na indivisibilidade como na solidariedade, embora concorram várias pessoas, cada credor pode reclamar a prestação por inteiro, e cada devedor responde também pelo todo (259 e 264). 
Conceito legal de Solidariedade: Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. (Art. 264)
Espécies de solidariedade: ativa ( dois ou mais credores) e passiva (dois ou mais devedores)
Origem da solidariedade: da lei (Ex; art. 942) ou da vontade das partes, não se presume.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Pluralidade de credores ou devedores: Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Características das obrigações solidárias: a) pluralidade de credores, ou de devedores, ou de uns e de outros; b) integralidade da prestação; c) co-responsabilidade dos interessados.
Solidariedade ativa
Configura-se pela presença de vários credores, sendo que todos têm o mesmo direito de exigir integralmente a dívida ao devedor comum. O devedor que pagar a um deles fica liberado da obrigação.
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Solidariedade ativa: é rara, nosso ordenamento prevê somente um caso, previsto no art. 12 da Lei. 209/48, que trata da forma de pagamento dos débitos dos pecuaristas. Quando existe, está previsto em contrato. Nesta, se o devedor paga a um dos credores solidário, já fica desobrigado, e se o credor que recebeu for desonesto, os demais não poderão reclamar do devedor, somente do credor que deu causa ao dano.
Ação de cobrança: Enquanto um dos credores não ingressar com ação de cobrança contra o devedor comum, este poderá pagar para qualquer dos credores. Se ingressar, o devedor deve pagar somente para o autor da ação.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Pagamento feito a um dos credores solidários: extingue a dívida até o montante pago.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Falecimento de um dos credores solidários: se deixar herdeiros, este só terá direito a exigir a quota de crédito que corresponder ao autor da herança, salvo em se tratando de obrigação indivisível, pois esta pode ser exigida na totalidade.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Conversão da prestação em perdas e danos: a solidariedade é mantida
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Credor que perdoou ou recebeu o pagamento: responderá aos outros pela parte que lhes caiba, pois o devedor fica liberado.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Julgamento: se contrário a um dos credores solidários, não atinge os demais; se favorável, atinge.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
Solidariedade passiva
 Como vimos, nesta temos dois ou mais devedores, o que facilita a cobrança e aumenta a chance de pagamento, pois o credor poderá cobrar de vários devedores.Quanto mais crédito, mais se compra, e assim a economia cresce.
Conceito: ocorre a solidariedade passiva quando mais de um devedor se obriga ao pagamento da dívida toda.
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Exemplos de solidariedade passiva decorrente da lei: responsabilidade civil (932), comodato (585) e na gestão de negócios (pú do 867).
Escolha do credor: O credor escolhe  se quer processar um ou todos os devedores.
Art. 275...
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Direito de regresso: Aquele devedor que pagar integralmente a dívida terá direito de regresso contra os demais coobrigados. Ex: devedor que paga toda a dívida, tem direito de regresso contra os demais devedores, sendo que cada um deverá pagar a sua parte. Se um deles for insolvente, a cota deste divide-se entre os demais.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
 Falecimento de um dos devedores solidários: Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Pagamento parcial: se o pagamento for total, extingue a obrigação, se parcial, a solidariedade permanece pelo remanescente.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Alteração posterior ao contrato estipulada entre um dos devedores solidários e o credor: , não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Impossibilidade da prestação por culpa de um dos devedores: subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado ( a culpa é pessoal). Se os devedores não tiverem culpa, a obrigação se extingue. 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Juros de mora: Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, aindaque a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Defesa do devedor: O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais (Vicio de consentimento, por exemplo) e as comuns a todos (ilicitude do objeto, por ex.) ; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor (ex. erro).
 Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Renúncia da solidariedade pelo credor em favor de um, alguns ou todos os devedores: se total, cada credor passar a responder por sua quota parte; se parcial, divide-se a obrigação, uma parte fica somente para o devedor favorecido, e a remanescente permanece solidária com os demais.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Dívida solidária contraída em benefício de um só devedor: Aquele devedor que pagar integralmente a dívida, contraída somente em favor de um, terá direito de regresso contra este. Ex: avalista que paga toda a dívida, tem direito de regresso contra o devedor que se beneficiou do empréstimo e não dos demais co-avalistas.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
DIFERENÇA: OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA E INDIVISÍVEL
SOLIDÁRIA
INDIVISÍVEL
Cada devedor solidário pode ser obrigado a pagar sozinho a dívida toda.
O codevedor só deve a sua parte. Pode ser compelido a pagar a totalidade somente porque é impossível fracioná-lo. 
Não deixa de haver a solidariedade se resolver em perdas e danos.
Pede a qualidade de indivisível se resolver em perdas e danos.
Vem da lei ou contrato
Resulta da natureza do objeto
Em regra, o contrato vem com a expressão : “pelo todo”, “in solidum” , “por inteiro” , “solidariamente”.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES PELO OBJETO: (CONTINUAÇÃO)
OBRIGAÇÃO EM DINHEIRO (OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS) E DÍVIDAS DE VALOR
Dentro do estudo das obrigações de dar, encontra-se a obrigação de dar certa quantia em dinheiro (obrigações pecuniárias). Nesta, o objeto da obrigação não é um coisa, mas uma prestação em dinheiro.
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.
Princípio do nominalismo: Foi o adotado pelo CC, segundo o qual se considera o valor da moeda aquele que foi atribuído pelo Estado, quando de sua emissão. Segundo ensina o Professor Carlos Roberto Gonçalves:
“De acordo com referido princípio, o devedor de uma quantia em dinheiro libera-se entregando a quantidade de moeda nacional mencionada no contrato ou título da dívida, e em curso no lugar do pagamento, ainda que desvalorizada pela inflação, ou seja, mesmo que a referida quantia não seja suficiente para a compra dos mesmos bens que podiam ser adquiridos, quando contraída a obrigação”. ( Direito Civil Brasileiro, 5ed., Vol. II, São Paulo: Saraiva)
Teoria da imprevisão: Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Aumento progressivo: Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
Pagamento em ouro ou moeda estrangeira: Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.
Exceção: Lei 9069/95, que disciplina o Plano Real: permite a estipulação em moeda estrangeira nos contratos referentes a importação e exportação de mercadorias e naqueles em que o credor seja pessoa domiciliada no estrangeiro.
DÍVIDAS DE VALOR: enquanto na obrigação em dinheiro a prestação é o próprio dinheiro (Ex. empréstimo bancário, o tomador obriga-se a devolver a quantia levantada), na dívida de valor o dinheiro não é propriamente a prestação, mas apresenta seu valor, por isso é chamada de dívida de valor (Ex. a obrigação de indenizar decorrente de ato ilícito, cujo montante refere-se ao bem lesado; desapropriação, a indenização corresponde ao valor do bem desapropriado; obrigação alimentar).
OBRIGAÇÕES PROPTER REM OU REAIS (obrigações ambulatórias)
Trata-se de uma obrigação EM RAZÃO DA COISA (propter rem ). Não resulta da vontade das partes, mas da propriedade sobre um bem. Quem adquire determinado bem, automaticamente adquire essa obrigação real, que decorre da cosia (real = res = coisa). O adquirente do bem torna-se devedor independentemente de sua vontade, pela simples condição de dono desse bem. 
 Exemplo: 
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
Ou seja, segundo o art. 1345, quem compra um apartamento com dívida de condomínio assume esta obrigação, embora tenha sido o dono anterior que não pagou a taxa. Como se vê, a obrigação está vinculada à coisa, por isso chama-se obrigação real (res = coisa). 
É também chamada de obrigação mista porque apresenta características de Direito das Coisas (Direito Real) e de Direito das Obrigações ( Direito Pessoal). 
OBS: As Obrigações reais derivam somente da lei (não do contrato), como é a lei que determina o devedor não pode a seu livre arbítrio deixar de cumprir.
Mudança de dono: caso a coisa mude de dono, o devedor da obrigação real também vai mudar, passando a ser o atual. Vale dizer que, quem se tornar titular de um direito real assume eventual obrigação real sobre bem objeto de propriedade. 
Outros exemplos: 
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita.
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos.
OUTRAS ESPÉCIES DE OBRIGAÇÕES
Quanto ao conteúdo: 
a) obrigação de meio e b) de resultado c) de garantia
OBRIGAÇÀO DE MEIO: A obrigação de meio é aquela em que o devedor se obriga a exercer sua atividade com diligência e cuidado, utilizando-se de toda técnica necessária, mas sem garantir o resultado esperado. Ex: As obrigações do médico (não pode garantir a cura) e advogado ( não pode garantir êxito no processo). 
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO: Além da obrigação acima, o devedor se obriga a produzir o resultado esperado pelo credor. Ex: a obrigação do transportador de transportar o passageiro ao seu destino sã e salvo.
OBRIGAÇÃO DE GARANTIA: A obrigação de garantia visa eliminar os risco sofrido pelo credor. Trata-se, por exemplo, dos contratos de seguro e fiança, onde estes assumem a função de garantidor. Também encontramos exemplo no art. 441, que diz que o alienante responde pelos vícios redibitórios (Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor).
Quanto à exigibilidade: 
a) civis e b) naturais 
OBRIGAÇÀO CIVIL: é aquela que, uma vez não havendo o pagamento voluntário, o credor pode exigi-la judicialmente, por meio de ação.
OBRIGAÇÃO NATURAL: Ao contrário da civil, obrigação natural é desprovida de exigibilidade. Ou seja, caso não haja o pagamento voluntário, o credor não pode exigi-la. Porém, uma vez cumprida, o devedor não tem direitoà repetição (devolução).
Disposição no Código Civil:
Pagamento de dívida prescrita: “Art.882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível”
Pagamento de dívida de jogo: 
“Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
§ 1o Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
§ 2o O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos.
§ 3o Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares.”
Quanto ao momento em que devem ser cumpridas:
Obrigações de execução instantânea: são aquelas que se consumam num único ato; Ex: compra e venda à vista
Obrigações de execução diferida: também se consumam num só ato, mas em momento futuro; Ex: compra com a entrega do objeto em data posterior ao pagamento;
Obrigações de execução continuada ou de trato sucessivo: são aquelas que se cumpre por meio de atos reiterados. Ex: compra e venda a prazo.
Quanto aos elementos acidentais
Puras e simples: São aquelas não sujeitas a condição, termo ou encargo.
Condicionais: São aquelas cujo efeito esta subornado a um evento futuro e incerto. Da ocorrência depende a extinção ou nascimento de um direito.
A termo: é aquela que subordina o negocio jurídico a evento futuro e certo.
Modais: é aquela que possui cláusula que impões ao beneficiário de negócio gratuito uma obrigação ou ônus.
Quanto à liquidez
Líquida: Nesta obrigação, há certeza quanto a existência e objeto determinado. O Valor vem devidamente determinado. (art. 397, art. 407, por ex)
Ilíquida: é aquela que depende da apuração do seu valor para ser exigida. 
Reciprocamente consideradas
Principais: subsistem por si; não depende de outra. Ex: contrato de compra e venda;
Acessórias: depende, para sua existência, da existência da obrigação principal, por isso é acessória. Ex: fiança, que depende da existência de contrato de locação.
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
NCC: No titulo da “transmissão das obrigações”, trata da cessão de crédito e da assunção de dívida (cessão de débito).
CESSÃO DE CRÉDITO
CONCEITO: “cessão de crédito é o negócio jurídico bilateral pelo qual o credor (creditor) transfere ou aliena a outra pessoa sua qualidade creditória junto ao devedor, implicando a transferência do direito de crédito e de seus acessórios e de suas garantias”.�
PARTES NA CESSÃO DE CRÉDITO: credor ou cedente (aquele que cede) e o cessionário (o que recebe, adquire o crédito). O Devedor ou cedido não participa da cessão, não há necessidade de sua concordância. 
SUJEITO ATIVO (credor): o credor ou cedente é substituído pelo cessionário, que se torna novo credor. A relação não se extingue, é mantida na forma originária, porém com o novo credor.
REQUISITOS PARA A CESSÃO (CC, art. 104, I a III): agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável, forma prescrita em lei.
NATUREZA JURÍDICA: contratual, pode ser total ou parcial; gratuita (doação) ou onerosa (compra e venda). Ou seja, o credor pode vender, doar ou trocar seu crédito, sem necessidade de autorização do devedor, isto porque o crédito, assim como outros bens, também pode ser objeto a ser negociado. A mais comum é a cessão onerosa.
FORMA e EFICÁCIA CONTRA TERCEIROS: entre credor cedente e cessionário não se exige forma especial, porém, para que seja eficaz perante terceiros, deve ser celebrado por escrito (particular ou por instrumento público). Se particular, deve estar revestido das solenidades previstas no § 1o , art. 654, quais seja: indicação do lugar onde foi passado, a qualificação das partes, a data, seu objetivo e conteúdo, sendo indispensável o registro do ato, para que produza efeito erga omnes.
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do art. 654.
§ 1o , art. 654: : O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.
Bens imóveis, cessão de direitos hereditários (bem imóves): Se de imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País, deve ser feita mediante escritura pública.
Crédito hipotecário: além de exigida escritura pública, deve ser registrado (termo mais correto, segundo a doutrina, é “registro” e não “averbação”) no registro do imóvel.
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
OBJETO DA CESSÃO DE CRÉDITO: em princípio, qualquer direito de crédito pode ser objeto de cessão.
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
Não podem ser cedidos: 
a) pela natureza da obrigação: os direitos personalíssimos (nome, honra, intimidade etc) ou quando destinados à manutenção da vida humana, como os direitos alimentares.
b) em razão da lei , temos como exemplo:
- impossibilidade de cessão de herança de pessoa viva. 
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
- impossibilidade de cessão de obrigação de fazer personalíssima.
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
- arts. 520; 1749, II; 
c) pela vontade do credor e devedor, de acordo com o interesse e conveniência. No entanto, a proibição deve constar expressamente no instrumento da obrigação, para que o cessionário tome conhecimento da vedação. Comete ato ilícito o cedente que oculta do cessionário a proibição da cessão. 
Ex: João transfere o crédito a favor de Pedro, que não sabia da proibição (no instrumento originário não estava expresso, somente em aditamento, que era desconhecido de Pedro). Como Pedro agiu de boa-fé e estavam presentes os requisitos legais, a cessão é válida. Tendo em vista que João agiu de má-fé, o devedor poderá ajuizar ação de indenização por perdas e danos caso demonstre que sofreu prejuízo.
ESPÉCIES DE CESSÃO DE CRÉDITO: 
Convencional : de acordo com a vontade do cedente e cessionário;
Legal: decorre da lei; Ex: herança. 
Judicial: resulta de decisão do Juiz.
Como afirma Álvaro Villaça, “em verdade, a única cessão que se deve considerar é a convencional, por que resulta do negócio espontâneo, do querer dos interessados.”
ACESSÓRIOS: Os acessórios do crédito cedido seguem o principal, como os juros, salvo convenção em contrário. 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios.
NOTIFICAÇÃO DO DEVEDOR: 
Para ter efeito perante o devedor, este deve ser notificado. A notificação poderá ser feita judicial ou extrajudicial (Cartório de Títulos e Documentos), ou ainda com assinatura de recebimento na cópia de carta notificatória. O importante é que se possa provar a ciência inequívoca do devedor por escrito.Nada impede que o devedor assine como testemunha o instrumento de cessão, assim não pode alegar desconhecimento. 
Exemplo: Se A cede o seu crédito B, para eficácia do ato de transmissão deverá notifica, judicial ou extrajudicialmente, o devedor C, para que este tome ciência e possa efetuar o pagamento ao novo credor.
Exemplo: Por outro lado, no exemplo acima, se o devedor C, por escrito público ou particular se declarar ciente da cessão realizada, dispensa-se a notificação.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
Pagamento pelo devedor ao credor primitivo, antes de ser notificado: é válido, pois agiu de boa-fé. No entanto, com relação ao credor cedente, além de responder criminalmente, responde por perdas e danos pelo ato ilícito doloso.
Pagamento pelo devedor ao credor primitivo, depois de ser notificado: não houve satisfação do débito.
Se várias cessões notificadas: Por segurança, o devedor deverá pagar ao credor que entregar o instrumento originário do crédito, junto com o da cessão do crédito. Se o crédito constar de escritura pública: prevalece a prioridade da notificação.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
DEFESAS DO DEVEDOR: Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
Exemplo: o devedor pode alegar que já pagou o débito; que o instrumento originário estava eivado de vício (erro, dolo, coação).
RESPONSABILIDADE DO CEDENTE: 
Quanto ao crédito: 
Cessão onerosa: o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu. Ou seja, o cedente garante a existência do crédito, sua qualidade de credor. E denominada de cessão pro soluto.
Cessão gratuita: a responsabilidade é a mesma, se de má-fé.
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
Quanto a solvência do devedor:
Salvo convenção, o cedente não responde pela solvência do devedor. 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
Se assegurar a solvência do devedor, por este ficará responsável, no entanto, a responsabilidade não poderá ultrapassar ao valor recebido, com os juros, pela cessão. Terá ainda o cedente que ressarcir ao cessionário as despesas da cessão e as despesas feitas com a cobrança, se houver. Trata-se da denominada cessão pro solvendo.
 Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
Cessão de crédito PRO SOLUTO e PRO SOLVENDO: pro soluto em que o cedente, uma vez transferido o crédito, deixa de ter responsabilidade do crédito, e, a pro solvendo, quando o cedente continua responsável pelo pagamento do crédito, caso o cedido não o faça.
CRÉDITO PENHORADO:
Se o crédito tiver sido penhorado, e o credor tiver conhecimento da penhora, não poderá mais transferir, já que o crédito encontra-se indisponível. 
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.(grifamos)
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA (cessão de débito)
CONCEITO: É um negócio jurídico pelo qual um terceiro (assuntor) assume a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor. Trata-se de substituição do sujeito passivo (devedor), a relação obrigacional permanece a mesma.
ESPÉCIES: 
Quanto ao pólo passivo
Privativa ou liberatória: é aquela que libera o devedor. Esta foi a espécie adotada pelo NCC.
Cumulativa ou de reforço, é aquela em que mais de um devedor passa a ser devedor, esta pode ser adotada pelos interessados, não esta expressa no NCC. (pode ser convencionada pelas partes)
Quanto à participação do credor
Por expromissão: ocorre sem o consentimento do devedor, o credor realiza sozinho o negócio com o terceiro. O expromitente (terceiro) assume a responsabilidade pela dívida. O devedor originário pode ser liberado ou não. Em outras palavras, é um negócio que é realizado entre o terceiro (expromitente) e o credor, sem a participação do devedor.
Por delegação: com o consentimento do credor, um terceiro substitui o devedor ou se soma a ele. Ocorre delegação liberatória, quando o devedor é substituído (foi a adotada pelo art. 299 do CC); ocorre a cumulativa, se o terceiro soma-se ao devedor. Em outras palavras, ocorre mediante negócio realizado entre terceiro (delegado) e devedor (delegante), com a concordância do credor (delegatário).
Segundo o Enunciado 16, aprovado pelo Conselho Nacional da Justiça Federal na I Jornada de Direito Civil, “O art. 299 do Código Civil não exclui a possibilidade da assunção cumulativa da dívida quando dois ou mais devedores se tornam responsáveis pelo débito com a concordância do credor.” 
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
ASSUNÇÃO EXIGE O CONSENTIMENTO DO CREDOR: qualquer das partes poderá interpelar o credor para, em determinado prazo, expresse seu consentimento, o silencio será interpretado como recusa, conforme parágrafo único do art. 299.
EFEITOS DA ASSUNÇÃO
Quanto as garantias especiais originariamente dadas pelo devedor ou terceiro ao credor: salvo manifestação em contrário do credor, consideram-se extintas. 
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
Quanto as exceções (defesas) pessoais que competiam ao devedor primitivo: extinguem-se, não sendo possível a oposição pelo novo devedor.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Quanto ao adquirente de imóvel hipotecado: quem adquire um imóvel hipotecado pode fazer o pagamento do débito com o objetivo de liberar o bem da hipoteca. Neste caso, ocorre o consentimento tácito do credor se, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito. 
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.
REFERÊNCIAS:
- DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria das Obrigações. Contratuais e Extracontratuais. 24. ed. , v. . Sao Paulo: Saraiva, 2008.
- GAGLIANO, P. S. Novo Curso de Direito Civil: Direito das Obrigações. , v. 2. Sao Paulo: Saraiva, 2014.
GONCALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: TeoriaGeral das Obrigações. 9. ed. , v. 2. Sao Paulo: Saraiva, 2012.
Azevedo, A.V. Teoria Geral das Obrigações e Responsabilidade Civil. 11. ed. ,. Sao Paulo: Atlas, 2008.
VENOSA, S. S. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 8. ed. , v. 4. Sao Paulo: Atlas, 2010.
� Azevedo, Álvaro Villaça. Teoria geral das obrigações e responsabilidade civil. 11ed., São Paulo:Atlas,2008.
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