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CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ART. 205 Exercício de Atividade com Infração de Decisão Administrativa ART.206 Aliciamento para o Fim de Emigração ART. 207 Aliciamento de Trabalhadores de um Local para Outro do Território Nacional Art. 205, do Código Penal “Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa: Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.” Art. 206, do Código Penal “Recrutar Trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. Pena – detenção, de um a três anos e multa.” Art. 207, do Código Penal “Aliciar trabalhadores, com o fim de leva-los de uma para outra localidade do território nacional: Pena – detenção, de um a três anos e multa. §1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem. §2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.” (CP, p. 85) Trata-se de crime próprio, formal, habitual, que NÃO ADMITE A TENTATIVA. Trata-se de crime comum e formal Trata-se de crime comum e formal. Competência: Justiça Estadual. *interesse individual trabalhador Competência: Justiça Federal, pois o interesse é coletivo. Competência da Justiça Federal, pois o interesse é coletivo. Tutela o interesse estatal nas funções de fiscalização exercidas por este. Sendo o Estado, então, o sujeito passivo. Exige-se aqui a repetição da atividade, trabalho, ou profissão. Damázio explica que se o impedimento administrativo estiver em vias de recurso depende do efeito suspensivo para tipificar o delito do art. 205, ou seja, se o recurso tiver efeito suspensivo não será tipificado e caso contrário será tipificado o delito. Objetivo jurídico: dolo, não é possível o crime ser cometido a título culposo e também não é admitida a tentativa. É considerado um delito próprio, pois, o ato só pode ser cometido pela pessoa que agir como o descrito no caput do artigo. (JESUS, p. 53-55) Fraude é o instrumento de ilusão, engano, logro. Trabalhadores: o tipo penal exige mais de um trabalhador: pelo menos 02 (dois). Trabalhadores: PELO MENOS DOIS. § 1º - Trata-se de CRIME PRÓPRIO. Só pode ser praticado por agente recrutador. Exemplo: Trabalhadores da lavoura da cana de açúcar. § 2º - Causas de Aumento de pena. Valem os mesmos comentários despendidos no art. 203, § 2º. Exercer: no sentido de desempenhar = crime habitual; Atividade: médico, engenheiro, advogado etc. Decisão administrativa: CRM, OAB, CRO, CRF etc. Tutela-se aqui, o aliciamento de trabalhadores para que emigrem, sendo que todo estrangeiro tem o direito de trabalhar onde escolher. Desse modo, podemos concluir que a objetividade jurídica trata-se de interesse estatal na permanência do trabalhador no País. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa e o sujeito passivo é o Estado. Recrutar, como diz o caput, quer dizer atrair, aliciar, seduzir, portanto, não é suficiente a emigração, deve haver o aliciamento, a fraude, o sujeito passivo deve enganar o/os trabalhador/es para que saiam do Brasil para outro país. Quando ocorre o aliciamento dentro do país, mas de um local para outro, o delito não é tipificado neste artigo. Para caracterizar o crime, o sujeito ativo deve agir com dolo e exige também o aliciamento com a finalidade descrita no artigo. O crime é de tendência, pois tipifica de acordo com a intenção do agente, a vontade do sujeito passivo é que vai enquadrá-lo no artigo em questão. (JESUS, p. 57-59) Exceções: Suspensão da atividade por decisão judicial = art. 359, CP Suspensão da atividade por decisão administrativa = art. 205, CP Exercício ilegal de atividade = art. 47, LCP Exercício Ilegal de Medicina, Odontologia ou Farmácia = art. 282, CP.
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