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Aula - Livramento Condicional

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DIREITO PENAL II
AULA 12 - LIVRAMENTO CONDICIONAL
HISTÓRICO
O instituto do Livramento Condicional tem sua origem na França na 2ª metade do séc. XIX.
Se consolidou como a última fase do sistema penitenciário progressivo instituída na Inglaterra e na Irlanda (1857). Nesta fase outorgava-se a liberdade provisória que poderia ser revogada ou convertida em definitiva de acordo com o bom comportamento do apenado.
Posteriormente foi acolhido pela maioria dos países europeus. Porém, foi nos EUA que alcançou seu maior desenvolvimento. 
No Brasil, surge no Código Penal de 1890, permanecendo no Código Penal de 1940.
Hoje, o ordenamento encontra-se nos arts. 83 a 90 do CP e nos arts. 131 a 146 da LEP.
CONCEITO
Livramento condicional consiste na liberação do condenado após o cumprimento de parte da sanção penal aplicada em estabelecimento penal, desde que observados determinados pressupostos e condições.
NATUREZA JURÍDICA
O livramento não se trata de liberdade antecipada, mas de um estágio do sistema penitenciário, que importa na progressiva adaptação do condenado. 
A concessão do livramento não é automática. Pode ser feita pelo juiz da execução (art. 66 III, e, LEP), presentes determinados requisitos e ouvido o MP.
REQUISITOS
São necessários requisitos objetivos e subjetivos. 
Requisitos objetivos são aqueles relativos ao cumprimento da sanção penal aplicada, sua natureza e quantidade, assim como a reparação do dano causado.
REQUISITOS OBJETIVOS
1 – é preciso que se trate de pena privativa de liberdade (reclusão, detenção ou prisão simples). Não se estende às penas restritivas de direitos e à pena de multa. 
	A pena deve ser não superior a 2 anos (art. 83 CP). Admite-se a soma das penas que correspondam a infrações diversas (art. 84 CP). Para a pena inferior a 2 anos cabe tanto o sursis quanto o livramento condicional. 
	2 – o condenado deve ter cumprido parte da pena. 
	Caso o réu não seja reincidente em crime doloso, e tenha bons antecedentes, é possível a concessão do livramento condicional cumprido mais de 1/3 da pena (art. 83 I CP). 
	Se for reincidente em crime doloso, exige-se o cumprimento de mais da metade da pena (art. 83 II CP).
Se o réu for condenado por crime hediondo ou crime equiparado a hediondo (tortura, tráfico e terrorismo), terá o direito à progressão para o livramento condicional apenas após 2/3 da pena, se não for reincidente em crimes dessa natureza (art. 83, V, CP). 
REQUISITOS SUBJETIVOS
São concernentes à pessoa do condenado. 
É preciso ter bons antecedentes. 
Requer bom comportamento durante a execução da pena. Não se concede p.e. na hipótese de cometimento de falta grave (art. 50 LEP).
Para o condenado por crime doloso cometido com violência ou grave ameaça o livramento ficará subordinado à constatação, pelo juiz, de condições que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir (art. 83 § único CP). Não exige para tanto exame pericial. 
CONCESSÃO
Se preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos, admite-se a concessão do livramento condicional mediante requerimento do apenado, de seu cônjuge ou por parente em linha reta, por proposta do diretor do estabelecimento prisional ou pelo Conselho Penitenciário (art. 712 CPP).
O livramento é concedido pelo juiz de execução, desde que observados os requisitos necessários e ouvido o MP. A sentença deverá ser fundamentada pelo magistrado. 
Após a cerimônia de concessão do livramento, na qual será informado das condições estipuladas, o apenado fica sob observação cautelar e proteção do Serviço Social Penitenciário ou do Conselho da Comunidade (art. 139 LEP).
CONDIÇÕES
A sentença concessiva do livramento deverá especificar as condições – obrigatórias e facultativas – estabelecidas para o benefício (art. 85 CP). Tais condições buscam garantir a reinserção social do apenado. 
Condições obrigatórias (art. 132 § 1° LEP):
a) Obter ocupação lícita dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho
b) Comunicar periodicamente o juiz sobre sua ocupação.
c) Não mudar do território da comarca do Juízo de Execução sem prévia autorização deste. 
Condições facultativas (art. 132, § 2° LEP):
Não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade responsável pela observação cautelar e proteção.
Recolher-se à habitação em hora fixada 
Não frequentar determinados lugares
	Tais condições poderão ser modificadas pelo juiz, de ofício, a requerimento do MP ou mediante representação do Conselho Penitenciário, desde que o liberado declare aceitação das novas obrigações (art. 144 LEP).
REVOGAÇÃO
A revogação do livramento pode ser obrigatória ou facultativa.
A revogação será obrigatória quando houver (art. 86 CP):
a) Condenação do réu a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível, por crime cometido durante o benefício. 
	Revogado o livramento, o liberado deverá cumprir integralmente o restante da pena. Não é computado o tempo em que esteve solto (art. 142 LEP).
	É vedada a concessão de novo livramento condicional na mesma pena imposta (art. 88 CP). 
Condenação do liberado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível, por crime anterior ao benefício. 
	Nesta hipótese, o livramento será revogado, mas será computado o período de prova como tempo de pena cumprida. 
	É possível, para concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 penas (art. 141 LEP). 
A revogação facultativa fica a critério do juiz, nas hipóteses previstas no art. 87 CP:
a) Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações da sentença.
Se o liberado for condenado, em sentença irrecorrível, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. 
Em caso de revogação facultativa (art. 87 CP), o tempo em que esteve solto será abatido da pena, e não será permitido novo livramento sobre a mesma pena (art. 142 LEP). 
Tanto a revogação obrigatória quanto a facultativa será decretada a requerimento do MP, mediante representação do Conselho Penitenciário ou de ofício pelo juiz, após ouvido o liberado (art. 143 LEP).
PRORROGAÇÃO
Se o réu responder a processo criminal por crime cometido durante o período do livramento condicional, o prazo será prorrogado até a sentença do processo em questão (art. 89 CP).
 O período de prova será suspenso, e a revogação do livramento ou extinção da pena dependem do resultado da sentença (art. 145 LEP).
EXTINÇÃO
A pena será extinta se, ao término do período de prova, não ocorreu revogação do livramento condicional. Assim, o juiz de ofício ou requerimento do MP ou do Conselho Penitenciário, declarará a extinção da pena privativa de liberdade imposta (arts. 90 CP e 146 LEP).
JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA SUSPENSÃO CONDICIONAL
STF - HABEAS CORPUS : HC 128846 PE - PERNAMBUCO 0003582-94.2015.1.00.0000
HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL MILITAR. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA. PERÍODO DE PROVA. EQUIPARAÇÃO À PENA CUMPRIDA: IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. INDULTO. REQUISITO DE ORDEM OBJETIVA NÃO ATENDIDO. ORDEM DENEGADA.
1. O adimplemento do período de prova do sursis não se equipara à pena cumprida: precedentes.
2. Inexistindo efetivo cumprimento de pena, incabível a concessão do indulto por falta de atendimento ao requisito de ordem objetiva.
3. Ordem denegada.

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