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LP. Enfermagem - UFRJ. 2017.1 OBESIDADE BALANÇO ENERGÉTICO POSITIVO - Acúmulo de tecido adiposo localizado ou generalizado, provocado por desequilíbrio nutricional associado ou não a distúrbios genéticos ou endócrino-metabólicos. ETIOLOGIA - Multifatorial ► Genética ►Ambiente Diagnóstico e classificação - Grau de adiposidade Risco de complicações metabólicas associadas com a obesidade utilizando a circunferência da cintura. Consequências da obesidade -Doenças cardiovasculares -Alguns tipos de câncer -Esteatose hepática -Doenças músculo-esqueléticas -Síndrome de ovário policístico -Hipotireoidismo -Doenças gastrointestinais -Diabetes mellitus tipo 2 Avaliação nutricional - Laboratorial, dietética, avaliação clínica (exame físico). TRATAMENTO DA OBESIDADE: Opções terapêuticas mais utilizadas: Dieta hipocalórica equilibrada e variada Prática de exercício físico Tratamento farmacológico Tratamento cirúrgico PREVENÇÃO E CONTROLE DA OBESIDADE: Evitar o excesso de alimentos ricos em calorias, Considerar qualidade e quantidade dos alimentos. Micronutrientes na obesidade: Vigiar o estado nutricional das vitaminas A, D, E, C, B12, ácido fólico. Vigiar o estado nutricional dos minerais cálcio, ferro, zinco, magnésio, selênio. Importância do exercício físico: Aumenta o gasto energético total e basal, Modifica a composição corporal e os hábitos alimentares, Modula o apetite, Melhora fatores de risco associados com a obesidade, Apresenta efeitos psicológicos positivos durante a perda de peso Tratamento Farmacológico: Ações desejáveis de um fármaco: Permitir perda efetiva de gordura corporal, Manter do peso perdido em longo prazo, Não afetar as reservas protéicas, Não apresentar efeitos secundários nem propriedades aditivas, Ser efetivo durante todo o tratamento Serotoninérgico - Efeitos colaterais: cefaléia, sonolência, insônia, ansiedade e libido, lesões de válvulas cardíacas. Catecolinérgicos - Efeitos colaterais: boca seca, insônia, taquicardia e ansiedade. Sibutramina - Aprovado pela ANVISA. Proibido uso por pacientes com obesidade e doença cardio ou cerebrovascular, e DM2, desde 2010. Inibidores da absorção de lipídios - Efeitos colaterais: esteatorréia, inibição da absorção de vitaminas lipossolúveis. Qsymia (Fentermina + topiramato) - Aprovado pelo FDA em 2012, ainda não aprovado pela ANVISA. Liraglutida – agonista do GLP-1 Aprovado pelo FDA em 2014 – alto custo ANVISA – 02/2016. Belvic - lorcaserina Aprovado pelo FDA em 2012 Aprovado pela ANVISA em 12/2016 Ação em receptor de serotonina. Aprovados pela ANVISA, atualmente: Sibutramina Orlistate Lorcaserina Liraglutida Bupropiona – anti-depressivo (inibidor da recaptação de serotonina). Naltrexona (anticonvulsivante). Glicinia cambogia - fitoterápico. Tratamento cirúrgico - CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: Índice de Massa Corporal (> 40kg/m2 ou > 35 kg/m2 com comorbidades). Idade (16-18 anos; 18-64 anos; > 65 anos). Outros aspectos a serem avaliados (tempo de doença, insucesso no TTO anteriores, risco operatório aceitável, consentimento do paciente). CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO: Limitação intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado. Quadro de transtorno psiquiátrico não controlado. Endocrinopatias não tratadas. Neoplasia não curada. Nefropatia ou hepatopatia severas. Enfermidades infecciosas. Enfermidades digestivas interferentes. Dependência de álcool e/ou drogas. Cirurgia bariátrica: Cirurgia Bariátrica e Metabólica reúne técnicas com respaldo científico destinadas ao tratamento da obesidade e doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ela. Somente 4 técnicas são aprovadas no Brasil. Tipos de cirurgias: DIABETES Diabetes mellitus - Definição É um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia (SBD, 2015- 2016). O diabetes mellitus ocorre quando existe o rompimento da homeostase ou controle inadequado da glicemia sanguínea. Regulação das concentrações glicemicas Classificação -Diabetes mellitus (DM) tipo 1 (5 a 10% dos casos) - DM tipo 2 (90 a 95% dos casos) - Diabetes gestacional - Tipos específicos devido a causas como Síndromes monogênicas (DM neonatal e jovens) – MODY; doenças do pâncreas exócrino (fibrose cística); medicamentos que induzem DM (glicocorticoides, tratamento para HIV/AIDS e após transplante de órgão). Diabetes mellitus tipo 1 - É uma doença sistêmica, metabólica e crônica. Resultado da destruição das células - pancreáticas com consequente deficiência de insulina, podendo ser imunomediada ou idiopática. Fatores etiológicos: # Infecções virais # Fatores nutricionais (introdução precoce do leite de vaca) # Deficiência de vitamina D. Fatores etiológicos: O leite de vaca. A exposição precoce ao leite de vaca pode se associar fortemente com o DM1 (Medeiros et al., 2003). - A seqüência de aminoácidos da albumina bovina é semelhante à proteína P69 (Gimeno e Souza, 1998; Medeiros et al., 2003). Os indivíduos com diabetes mellitus possuem altas [anticorpos anti-albumina bovina] (Pardini et al., 1996). Peso ao nascer (< 2,5 kg e > 4,5 kg). Definição de DM tipo 2 - É caracterizado pelo aumento da produção hepática de glicose (PHG) no período pósabsortivo, e redução da habilidade da insulina de suprimir a PHG (SBD, 2015-2016). Perda progressiva da secreção de insulina frequentemente associada com a resistência à insulina (ADA, 2017). Fatores de risco: - Envelhecimento (após 40 anos) - História familiar de diabetes mellitus - Excesso de peso corporal e sedentarismo - HDL-colesterol baixo ou triglicerídeos elevados - Hipertensão arterial sistêmica - Diabetes gestacional prévio. Diagnóstico Valores de glicose plasmática (mg/dL) para diagnóstico de diabetes mellitus e seus estágios pré-clínicos. Categoria Jejum* 2h após 75g de glicose Casual** Glicemia normal < 100 < 140 Tolerância à glicose diminuida < 100 a < 126 140 a < 200 Diabetes mellitus Maior ou igual 126 Maior ou igual 200 Maior ou igual200*** * Mínimo de 8h.,** Realizada a qualquer hora do dia, *** Sintomas clássicos – poliúria, polidipsia e perda não explicada de peso. Avaliação do controle glicêmico - HbA1C ou A1C– conjunto de substâncias formadas com base em reações entre hemoglobina e alguns açúcares. Relação entre hemoglobina glicada e glicemia dos últimos dois a três meses. Diagnóstico e avaliação do controle glicêmico (SBD, 2015-2016; Stern et al, 2005) Resistência à insulina: HOMA-IR > 4,65 OU IMC > 28,9 kg/m2 OU HOMA-IR > 3,6 e IMC > 27,5 kg/m2. Avaliação - anamnese Histórico médico; Idade e características do DM; Padrão alimentar, hábitos de atividade física, estado nutricional, histórico de peso corporal, crescimento e desenvolvimento no caso de crianças e adolescentes; Revisão de tratamentos prévios e resposta à terapia (A1c); Tratamento atual (medicação e aderência à mesma); Resultados do monitoramento da glicemia; Frequência, severidade e causa da hiper e hipoglicemia; Histórico de complicações do DM (microvascular: retinopatia, nefropatia, neuropatia, e macrovasculares: DCV, doenças cerebrovasculares); Avaliação de problemas psicosocias Exame físico (altura, peso, IMC, pressão arterial, fundoscopia, palpação tireoidiana, exame na pele e pés, dentes); Avaliação laboratorial (A1C (2 a 3 meses), perfil lipídico, testes de função hepática, excreção urinária de albumina, taxa de albumina para creatinina, creatinina sérica, TSH no DM1 ou mulheres acima de 50 anos; Acompanhamento de oftalmologista, nutricionista, dentista e profissional de saúde mental;Planejamento familiar para mulheres em idade reprodutiva. Tratamento - Objetivos do tratamento do DM: Recomendações de controle glicêmico para adultos, segundo diferentes sociedades médicas: Metas para tratamento do DM: Lipemia Colesterol total < 200 mg/dL HDL-colesterol > 35 mg/dL LDL-colesterol < 100 mg/dL Trigliderídeos < 150 mg/dL (ADA) < 200 mg/dL (AHA) Tratamento dietético - conduta Redução calórica, em casos de excesso de peso Carboidratos – normoglicídica (45-60% VET), < 10% de sacarose. Dar preferência àqueles ricos em fibras. Adoçantes não calóricos Proteínas – normo a hiperproteica (individualizada) Lipídios – 25-35% VET, reduzindo os AGS (<10%), priorizando os AGPI (<10%)e AGMI (5-15%) Até 2000 mg de sódio/dia (cautela na recomendação. Fibras – mínimo 14g/1000 kcal (DM2 30 a 50g/dia). Dieta mediterrânea e dieta DASH. Tratamento dietético - (SBD, 2015-2016; ADA, 2017) 2 a 3 porções de frutas/dia (pelo menos 1 rica em Vitamina C). 3 a 5 porções/dia de hortaliças cruas e cozidas. Sempre que possível , alimentos integrais. Limitar consumo de sódio (6 g de sal/dia - <2300 mg de sódio/dia). Restrição de bebidas alcoólicas (se consumir, que seja de 1 dose ou menos/dia - 360 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 45 ml de bebida destilada) fracionamento de 6 vezes/dia, reduzindo o volume. Tratamento dietético - conduta O FDA aprovou o consumo de acessulfame K, neotame, aspartame, sacarina sódica, estévia e sucralose (seguros quando consumidos pelo público em geral, incluindo com DM e gestantes, quando a ingestão diária aceitável (IDA) é respeitada). ANVISA – sorbitol, manitol, isomaltitol, sacarina, ciclameto, aspartame, estévia, acessulfame K, sucralose, neotame, taumatina, lactitol, xilitol e eritritol (disponível: www.abiad.org). Exercício físico – DM1 - Melhora o controle glicêmico (controversos. Reduz risco cardiovascular. Melhora a autoestima. Recomendação: - Programa adaptada a resposta metabólica – insulinização para ajustar o exercício. - Maior risco de hipoglicemia. Monitorização glicêmica (antes, durante a após quando a duração do exercício for superior a 45 min.). Exercício físico – DM2 - Melhora o controle glicêmico (reduz RI) e risco CV; Contribui para redução de peso corporal; Melhora a autoestima. Recomendações para DM1 e DM2: - 2 a 3 vezes / semana de exercício de resistência em dias não consecutivos. - Treinos de flexibilidade também são recomendados, 2-3 vezes por semana para adultos com mais idade. - Pelo menos 150 min./semana de intensidade moderada.
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