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ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR Nutrição Materno-infantil 2013 CONCEITOS Reação adversa aos alimentos: qualquer reação indesejável após ingestão de um alimento normalmente tolerado pela maioria dos indivíduos causada por alergia ou intolerância alimentar. Alergia alimentar ou hipersensibilidade aos alimentos: reação adversa aos alimentos que envolve mecanismos imunológicos. Intolerância alimentar: qualquer reação adversa aos alimentos de caráter não imunológico. EXEMPLOS DE REAÇÕES NÃO-IMUNOLÓGICAS RELACIONADAS À INGESTÃO ALIMENTAR . Causa Alimentos associados Sintomas Deficiência enzimática (lactase) Alimentos que contêm lactose e leite Flatulência, diarréia e dor abdominal Fenilcetonúria Os que contêm fenilalanina Níveis elevados de Fenilalanina, retardo mental ALERGIA ALIMENTAR Reações de hipersensibilidade a alimentos, onde há um mecanismo imunológico envolvido indivíduo predisposto contato com proteínas sensibilização novos contatos reações alérgicas. mediada por IgE reação imunológica a exposição a proteína alimentar minutos ou horas após a exposição, com gravidade variando de suave a fatal. Reações tardias (não-mediadas por IgE) até dias após contato. ALERGIA ALIMENTAR sintomas cutâneos, respiratórios e gastrointestinais urticária e choque anafilático em indivíduos muito alérgicos. sintomas digestivos crônicos. reações por ingestão, inalação e contato dérmico. prevalência com a idade Crianças < 3 anos: 6% Adultos: 3,5% Lactentes (< 2 anos) – grupo de risco FATORES DE RISCO hereditariedade idade permeabilidade gastrointestinal precocidade do contato com antígenos Fator protetor: AM por período prolongado fatores ambientais, potencial alergênico dos alimentos e estado imunológico da criança. PRINCIPAIS ALÉRGENOS ALIMENTARES conteúdo protéico (origem vegetal ou marinha) amendoim, nozes, frutos do mar e peixes, soja, trigo, leite de vaca e ovos de galinha. Lactentes/crianças: amendoim, trigo, leite de vaca, ovos, peixe e soja. Adultos: amendoim, castanhas, nozes, frutos do mar, peixe e trigo. Alergenicidade pode ser alterada por aquecimento e processamento DIAGNÓSTICO Identificação do alimento suspeito provar que o alimento causa resposta adversa verificação do envolvimento imunológico História clínica (sintomas e alimentos mais suspeitos) - descrição dos sintomas; - TEMPO ingestão ao início dos primeiros sintomas; - quantidade necessária à produção da reação; - medicamentos, AF e álcool. História familiar e exame físico (peso, altura e perímetro cefálico do lactente) evolução; padrão de crescimento. DIAGNÓSTICO Registro alimentar (7 a 14 dias): horário, tipo e quantidade de alimento consumido + medicamentos + sintomas apresentados. Testes cutâneos para alergia + exames laboratoriais (anticorpos específicos) Testes cutâneos, imunológicos e provocação oral. Dietas de exclusão Diagnóstico e Tratamento. Empregar alimentos de baixa alergenicidade por 2 a 3 semanas, com reintrodução dos alimentos suspeitos após determinado tempo (exceto em casos de reações graves). TRATAMENTO Exclusão do alimento desencadeante das manifestações clínicas e seus derivados manter registro alimentar nessa fase (assegurar eliminação de alimentos suspeitos e adequação dieta). Fórmulas ou dieta de baixa alergenicidade para os lactentes. Abstenção total do alérgeno alimentar + orientações e sugestões para evitar e substituir os alimentos restritos. Objetivo: evitar a progressão da doença/sintomas e garantir adequado crescimento e desenvolvimento. TRATAMENTO IMPORTANTE: Listas e leitura de rótulos. CUIDADO: alérgeno “escondido” alimento “seguro” contaminado. Monitorar eficácia da restrição dietética e a aceitação do paciente Sintomas persistem com adesão à dieta? pesquisar outras causas. Alergênicos ricos em nutrientes reintroduzir a cada 6/12 meses. PREVENÇÃO Estimular o aleitamento materno exclusivo até 6 meses de idade; Evitar a exposição a antígenos (gravidez e lactação); Retardar a introdução de alimentos sólidos. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev bras alerg imunopatol. 2008;31(2):64-89. Disponível em: http://www.funcionali.com/php/admin/uploaddear tigos/Consenso%20Brasileiro%20sobre%20Alergi a%20Alimentar.pdf