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RESUMO N2 – TIP Classificação das respostas: Determinante Movimento Nas respostas de movimento, além da forma, o examinando projeta cinestesia nas figuras vistas. Essa “empatia cinestésica” entre o examinando e a figura percebida, necessária para a classificação como uma resposta de Movimento, é expressa, por vezes, na própria postura corporal de examinando. Em muitos casos o examinando inicia o movimento descrito na resposta para exemplificá-lo, ou tem uma nítida tensão muscular semelhante à descrita na sua associação. Classificações das respostas de Movimento Movimento Humano — M: A classificação de M é atribuída para as respostas de forma humana, real ou fictícia, em movimento tipicamente de um ser humano, que tenha controle sobre esse movimento, ou de postura que envolva uma nítida tensão muscular. Para ser classificada como M, sempre que a resposta se referir a seres fantásticos ou mitológicos, a característica humana deve ser prevalente. Para considerarmos M, o movimento realizado tem que ser necessariamente específico de seres humanos, e que jamais poderiam ser executados por animais. Personagens tais como Tio Patinhas, Mickey, etc, quando em atividade, também são classificados como M, pois apesar de ser tratarem de animais, são totalmente humanizados. Movimento Animal — m: São respostas que envolvem figuras de animais em movimentos característicos do animal, ou que possa ter sido treinado para realizá-lo, desde que o animal tenha controle sobre o movimento ou em postura que envolva nítida tensão muscular. Serão classificadas como m, todas as respostas referentes à: Animais, reais ou fictícios, vistos de corpo inteiro, como agentes de uma ação. Partes animais vistas isoladamente, em movimento, não são classificadas como m. Um animal realizando uma atividade tipicamente humana, no entanto, esta pode ser aprendida pelo animal (geralmente macacos, animais circenses, etc.) através de treinamento. Movimento Subjetivo — m’: O que caracteriza este tipo de movimento é que ele independe da figura vista. O movimento se dá pela ação de forças externas ao percepto, sendo este incapaz de modificar esta ação. O movimento subjetivo pode referir-se tanto ao movimento de seres inanimados, forças da natureza ou abstratas = m’. A figuras humanas ou animais, que neste caso, deixam de ser os agentes ativos da ação e passam a agentes passivos = m’2. m’ corresponde a uma atividade cognitiva, enquanto que o m’2 refere-se predominantemente a uma atitude emocional, com teor ansioso. Classificamos como m’ sempre que houver: 1 — Objetos inanimados em movimento = uma bandeira que balança com o vento. 2 — Objetos, seres humanos ou animais caindo = Nestes casos o movimento ocorre em função da ação da gravidade, não podendo ser interrompido espontaneamente (Os sujeitos são passivos). 3 — Seres humanos ou animais em ações contidas ou bloqueadas = ser humano ou animal preso/enjaulado. 4 — Movimento atribuído à conceitos abstratos = magia em movimento. Partes do corpo vistas isoladamente, em movimento, não são consideradas como RM; pois segundo Aníbal Silveira, referem-se apenas a uma interpretação ideativa, ou um modo de descrever o segmento interpretado. Assim sendo, quando este tipo de resposta aparecer classificamos como Forma. Para manter a expressão facial percebida pelo examinando, é necessário tensão muscular. Porém, se a expressão facial representar uma força abstrata (raiva), classificamos como Forma. As figuras são descritas como ‘engraçadas’, ‘grotescas’ ‘desagradáveis’, devido a um detalhe. Neste caso também classificamos como Forma e não como M. Se o movimento é mencionado apenas no inquérito, ou seja, o examinando durante a associação não menciona o movimento, precisamos esclarecer se o movimento foi percebido durante a associação ou não. Se a resposta à pergunta do examinador for que ‘o movimento já tinha sido percebido antes’, classificamos: G m A V. Caso o sujeito diga que só percebeu a cinestesia durante o inquérito, o movimento é classificado como determinante adicional: GF+(m) A V. Tipo de movimento Consideramos dois tipos principais de movimento: extensor, que exprime a expansão do corpo no espaço; e o flexor, que exprime o retraimento ou contração do corpo no espaço. Classificação das respostas: Determinante Perspectiva Silveira destaca nas respostas de Perspectiva a expressão da noção do mundo exterior sob a forma de espaço tridimensional: processo cognitivo mobilizado pelo indivíduo no curso de sua integração à realidade social. O examinando projeta tridimensionalidade, profundidade ou distância nas figuras. Ps - o examinando utiliza tridimensão, profundidade ou distância em figuras de forma definida, precisa, bem elaborada. Organização de perspectiva linear em torno da percepção de estruturas diferentes, distribuídas na linha do horizonte, com consideração da posição e proporção das diferentes áreas. Nestes casos, há um esforço intelectual maior de construção por indução. Disposição simétrica das manchas em tomo de um eixo vertical com apreensão da noção de afastamento ou proximidade através dos contrastes de luminosidade. Apreensão da simetria da mancha, originando respostas de reflexo. Respostas onde as variações de luminosidade e a proporção das áreas contribuem para a associação de uma imagem percebida à distância ou com diferentes níveis de profundidade. As respostas Ps que apresentam maior grau de elaboração e organização da imagem são aquelas que abrangem duas ou mais áreas distintas, interpretadas como conteúdos diferentes que compõem uma cena complexa. Grande parte destas respostas devem ser desdobradas em duas ou mais classificações de modo a permitir a representação adequada dos processos psíquicos envolvidos. O diferencial para se notar Ps é o uso do espaço. Por exemplo, a resposta “cadeia de montanhas porque esta diferença de tons me faz pensar na sucessão das várias montanhas como se fosse uma cadeia” tem como determinante F (1). Por outro lado, uma resposta “cadeia de montanhas porque vejo uma montanha mais próxima e atrás outra e depois mais outra” recebe a classificação Ps. Nas respostas de reflexo é importante que exista a percepção e a utilização do espaço fisico. É fundamental que a percepção de uma outra dimensão espacial esteja presente na resposta, não bastando simplesmente a referência à simetria ou ao reflexo. O inquérito deve se certificar que a distância foi percebida. ps – neste determinante, a forma é vaga, imprecisa, de maneira que a perspectiva tem papel mais acentuado. Classificamos como ps toda vez que a forma, ainda que delimitada, perde-se na percepção da distância, tornando-se vaga e difundindo-se no espaço. Este tipo de resposta concentra-se em duas ou três categorias de conteúdo como fumaça, nuvem ou correlatos. ps`- neste determinante, apenas os elementos da perspectiva se encontram presentes, sem qualquer participação da forma. Classificamos como ps’ sempre que na construção da imagem não houver participação da configuração formal, impondo-se apenas a noção de espaço. São respostas onde se destaca a difusão pura sem limites. O espaço é percebido como profundo e sem limites sendo, portanto, uma classificação ps’. Enquanto as respostas que se utilizam das diferenças de tons (Luminosidade) marcam uma reação afetiva íntima, tais modalidades de respostas, que implicam o uso do espaço na formação da imagem, representam uma construção predominantemente Intelectual. Mecanismo inusual de reação do ângulo de visão Não se pode confundir a classificação de perspectiva com o mecanismo inusual de reação do ângulode visão. Nestes casos, não existe a busca do espaço mas um modo diferente de contemplar a realidade. O mecanismo ângulo de visão aponta para uma tendência a uma elaboração próxima àquela implícita no determinante perspectiva mas, se mostra insuficiente na capacidade de elaboração construtiva. CRITÉRIOS PARA A INTERPRETAÇÃO DO TIPO DE TRABALHO MENTAL TIPO DE TRABALHO MENTAL: analisa a maneira típica do individuo captar o ambiente, elaborar os seus dados e se adaptar à realidade percebida, ou seja, como o indivíduo observa, elabora e comunica o resultado de seu trabalho intelectual (funções intelectuais e seu modo de expressão). 1) Capacidade Associativa e Tempo de Produção de Respostas - CAPACIDADE ASSOCIATIVA: x É analisada a partir do numero total de respostas (R), número totais de respostas das pranchas monocromáticas (Rm) e das coloridas (Rc). Indica a produtividade intelectual; a quantidade de processos mentais mobilizados durante a prova para a elaboração de cada resposta. - VELOCIDADE DO PROCESSO MENTAL – T/R: Avalia o ritmo associativo espontâneo do examinando ao efetuar um trabalho mental, através da análise da expressão da primeira associação (TRI) e do tempo total de produção das respostas (TT). Analisa a estabilidade no ritmo temporal do trabalho mental e o tempo médio transcorrido para a elaboração do protocolo (T/R). 2) Observação da Realidade – Tipo de Percepção (PERC) Por meio do Tipo de Percepção, podemos verificar como o examinando distribui sua atenção pelo ambiente, o que ele capta dos fatos e das situações. Qual o estilo perceptual do sujeito. O tempo de produção das respostas, para cada prancha, indica a rapidez do processo mental. Na prova de Rorschach, a avaliação do tempo de produção fornece informações sobre o RITMO ASSOCIATIVO ESPONTÂNEO do examinando ao efetuar um trabalho mental, e não propriamente a habilidade em produzir com maior ou menor rapidez as respostas, aspecto apenas estudado nos psicotestes para avaliação do nível de inteligência (QI). - O que deverá ser avaliado é: a) a estabilidade no ritmo temporal do trabalho mental no protocolo total, e em separado, nos conjuntos monocromático e colorido; b) o tempo médio transcorrido para a elaboração das respostas do protocolo (T/R), incluindo o exame diferencial entre os T/R do conjunto monocromático e colorido. NÍVEL DA OBSERVAÇÃO DA REALIDADE Tipo de Percepção: Índice Perceptual Este índice indica o estilo perceptual do examinando, ou seja, o modo com que habitualmente ele distribui sua atenção na observação dos diferentes eventos do ambiente. MODALIDADES PRINCIPAIS G. RESPOSTA GLOBAL - Indica capacidade em compreender as situações como um todo, em apreciar as situações de modo amplo, em examinar o ambiente em sua totalidade, o que implica em capacidade de planejar a partir da observação mais ampla das experiências e da associação dos fatos em um contexto mais geral. P. PORMENOR PRIMÁRIO - Desde que são áreas frequentemente percebidas pelas pessoas, revela capacidade em captar os elementos óbvios, evidentes, essenciais das situações, implicando em inteligência prática e concreta. p. PORMENOR SECUNDÁRIO - Na medida em que são áreas da prancha que são percebidas com pouca frequência pelas pessoas, denota capacidade em captar as minúcias, detalhes, os aspectos menos evidentes das situações, implicando em atitude de análise e pesquisa. MODALIDADES SECUNDÁRIAS E - RESPOSTA DE ESPAÇO - De modo geral indica tendência à oposição, necessidade de defesa de autonomia, preocupação com os obstáculos do ambiente e com os aspectos negativos das situações. GE GLOBAL COM ESPAÇO - Na medida em que o probando é capaz de elaborar uma resposta em toda a prancha, incluindo os espaços contidos nela, implica em elevada capacidade de planejamento e abstração, capacidade em integrar os aspectos positivos e negativos das situações o que, entretanto, provoca desgaste de energia. Uma modalidade terá qualidade positiva quando a imagem correspondente tiver uma forma bem vista (F+) como determinante, ou quando tiver frequência vulgar mesmo que elaborada a partir de outros fatores determinantes. Quando o fator determinante for uma forma negativa, (F-), a modalidade que a acompanha será considerada como de má qualidade formal. No protocolo geral, o total de cada modalidade principal (G, P, p) deverá ter sua qualidade formal positiva ser pelo menos três vezes maior em relação à negativa. 3) Processo de Adaptação à Realidade: índice RMI - Segundo Silveira visa avaliar a maneira pela qual o indivíduo adapta-se, ou integra-se intelectualmente à realidade externa. Este índice está relacionado à capacidade do indivíduo em aceitar os limites, as exigências e solicitações do meio de modo satisfatório e adequado. %F: grau de contato com a realidade, indicando que o examinando volta-se para o meio satisfatoriamente para percebê-lo. % F+: capacidade de atenção e concentração satisfatória que possibilitam a percepção objetiva da realidade externa e a capacidade e controle e retardamento dos processos impulsivos e afetivos. % A: revela o quanto o indivíduo se envolve emocionalmente com as situações. % V: reflete a capacidade de assimilação das normas e padrões sociais, indicando o quanto aceita os padrões da coletividade. O interesse de Hermann Rorschach, portanto, não se apoiou tanto no que o sujeito via, mas muito mais na maneira com que ele manuseava o material de estimulação. Diante das manchas do Rorschach, o indivíduo busca um significado, não unicamente devido às instruções da prova, se não também em função de uma tendência comum a todos os seres humanos, que se revela sempre que se confrontam com situações desconhecidas. A necessidade de atribuir significado às experiências. RORSCHACH O objetivo é apreender o universo mental do indivíduo e sua estrutura, organizações mais ou menos patológicas, de modo a orientar condutas terapêuticas que levem em conta as capacidades e limitações de cada um. Poder integrar as diversas contribuições originadas dos vários enfoques representa uma possibilidade de ampliar o conhecimento sobre o indivíduo, otimizando as perspectivas de ajuda. Teoria da Personalidade da Prova ESFERAS DA PERSONALIDADE -Funções da afetividade (análise das respostas de COR): primeiros contatos do indivíduo com a realidade externa e são essenciais a sobrevivência. * Reúne as funções subjetivas: instintos e sentimentos – estimulam o ser humano a satisfazer suas necessidades e ampliar suas relações interpessoais. As funções da esfera afetiva estimulam continuamente as funções conativas de modo a mobilizar o desencadeamento de atos indispensáveis à sobrevivência física e social do ser humano. Essa interação se expressa como MOTIVAÇÃO. As funções da esfera afetiva também estimulam a esfera intelectual, no sentido do indivíduo buscar no ambiente as informações indispensáveis à satisfação de impulsos e sentimentos e também para ele comunicar suas necessidades e desejos. Essa interação se expressa como INTERESSE. -Funções Conativas (análise das respostas de FORMA): coordenam a expressão de pensamentos e sentimentos. * Antecedem o cpto explícito e dirigem o trabalho mental. * Possibilita a transição de nossas disposições afetivas e intelectuais para o ambiente externo -> ação explícita. Esferas da Conação: Iniciativa: elemento subjetivo que desencadeia a ação explícita, estimula percepção e raciocínio. Manutenção: estabilidade, mantém a atenção, dando continuidade aos atos. Inibição: seleciona as reações mais adequadas refreando os impulsos não pertinentes. É fundamental que exista HARMONIA CONATIVA – harmonia entre iniciativa, manutenção e inibição. As funções da esfera conativa atuando sobre as da esfera intelectual permitem a coordenação seletiva e estável, tanto dos processos de observação e de elaboração de ideias, como de sua comunicação através da linguagem. Essa interação se expressa através da ATENÇÃO. -Funções Intelectuais (análise das respostas de movimento e das respostas de perspectiva): amadurece plenamente apenas nas fases mais avançadas do desenvolvimento da criança com o pensamento lógico. * Estabelece adaptação lógica e captação dos fenômenos externos, subordinando o trabalho mental às exigências da realidade externa. * Captação dos dados da realidade através da observação podendo ser concreta – raciocínio indutivo; abstrata – raciocínio dedutivo. * Elaboração * Comunicação (mínima, gráfica ou abstrata) As funções intelectuais são estimuladas pelas funções afetivas e conativas A percepção e a linguagem produz impacto sobre as funções afetivas, provocando a EMOÇÃO. As funções intelectuais intervém sobre as funções conativas, dirigindo seus processos de acordo com os significados e exigências da realidade. Esse controle se expressa como ORIENTAÇÃO (TEMPORAL E ESPACIAL). NÍVEIS DE DETERMINANTES 1 – Pelo contato com a realidade objetiva: modo estatisticamente mais freqüente na população média. 2 – Menor subordinação ao ambiente: freqüência ainda aferível estatisticamente. 3 – Predomínio do pólo subjetivo: reação muito pessoal ao estímulo do ambiente. Interpretação do trabalho mental > 3 etapas cognitivas 1. Observação – modo como o examinando distribui sua atenção no ambiente, isso é feito através do índice de percepção (Perc). 2. Elaboração – extensão com que articula suas experiências atuais e passadas para formalizar suas concepções. Isso apenas se completa mediante atribuição de um CONTEÚDO explícito, que resulta da categorização da experiência através de signos. 3. Comunicação – resultado do trabalho mental. São as categorias de conteúdo que expressam este aspecto indicado, ao mesmo tempo, a faixa de interesse dominante em cada examinando.
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