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porque eu disse isso

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Uma jornada para 
você se comunicar 
sem violência
POR QUE
EU DISSE 
ISSO?
POR VIVIANE RIBEIRO
Dedico esse livro às crianças que nós fomos. 
Que ele seja uma contribuição para curá-las.
Sumário
introdução
COMO OBTER O MELHOR DESSE LIVRO
rAÍZES: a HERANÇA QUE RECEBI
SOLO: ONDE MEUS PÉS SE APOIAM
TRONCO: o QUE DIZ MINHA VOZ INTERNA
GALHOS: DO QUE PRECISO?
FOLHAS: UM OLHAR SOBRE O OUTRO
frutos: a herança que quero deixar
semente: para gerar o novo
PARA AMPLIAR MINHA VOZ
...........................................................
..................................
...................
...........
...........
..................................
...........................
.......................
........................
.................
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INTRODUÇÃO
Se você precisa de respostas para perguntas desse tipo:
“Por que eu disse isso quando queria dizer outra coisa?”
“Por que eu me relaciono com os outros dessa forma?”
“Quais caminhos posso percorrer para encontrar novas 
formas de me comunicar que sejam mais saudáveis e me 
ajudem a me conectar ao outro?”
SEJA MUITO BEM-VINDO(A)!
Eu escrevi esse livro especialmente para você, para te apoiar 
a entender a sua forma de se expressar durante os anos.
Há alguns anos, muitos dos meus relacionamentos estavam 
conflitantes e cansativos. Eu estava passando por um des-
gaste emocional imenso com isso, como você deve imaginar. 
Percebi que minha comunicação estava se tornando um 
canal de afastamento e não de conexão, como eu tanto 
queria. Mas nunca me ensinaram a fazer diferente. 
E mesmo eu sendo uma pessoa considerada muito amorosa 
a maior parte do tempo, quando eu estava num conflito 
percebia que eu não tinha muitas estratégias internas para 
dizer ao outro o que eu precisava e o que estava acontecen-
do comigo, então eu só gritava a minha dor. E isso não a juda-
va a cuidar dela. Muito pelo contrário, só a ampliava e ainda 
causava mais dor ao outro.
03
E como sempre gostei bastante de estudar, fui buscar a juda 
em algumas teorias para tentar sair daquela fase. Foi aí que 
encontrei o livro “Comunicação não-violenta”, do Marshall 
Rosemberg e alguns vídeos dele mesmo no Youtube.
E foi um choque. 
E uma alegria, claro.
E também um bálsamo.
E uma esperança.
Passei a ir a encontros, rodas de conversa e cursos sobre esse 
tema e tudo o que ouvia fazia realmente muito sentido. Con-
segui colocar muitas coisas em prática em pouco tempo e já 
estava vendo resultados muito positivos nas minhas relações. 
Mas também fui percebendo que havia uma grande dificuldade 
de não voltar ao meu “padrão original”, vamos dizer assim. Afinal 
de contas, eu sentia que por muitos anos expressei e ouvi dos 
outros uma comunicação violenta, cheia de julgamentos, críticas 
e imposições, e quando os meus sentimentos ficavam mais em-
baralhados, eu me percebia voltando a movimentar em mim 
aquela violência original.
Era muito desgastante ficar lutando contra ela, quando na ver-
dade eu só queria mesmo colocar em prática mais natural-
mente o que eu havia lido, estudado, aprendido. 
Fui atrás, então, de buscar essa naturalidade. E, com isso, apro-
fundei os meus estudos em comunicação e desenvolvimento 
humano. Com a ajuda de um metodologia biográfica, passei a 
investigar a origem, a razão e a função da violência que emergia 
quando eu me via num conflito, quando eu me sentia acuada, 
quando eu era atacada. 
E foi um choque. 
E uma alegria, claro.
E também um bálsamo.
E mais do que uma esperança, um caminho.
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05
Entendi que de nada adiantaria eu tentar quebrar um paradig-
ma tão grande sem que isso partisse de uma intensa busca in-
terna sobre a origem de tudo.
E foi a partir de um diálogo profundo com a minha própria 
história e individualidade que consegui dar um salto da teoria 
para a prática de uma comunicação amorosa e empática, que 
me conecta aos outros, ao invés de me afastar. 
Para que você também possa experimentar isso, criei uma 
metodologia que estou chamado aqui de “árvore relacional” que 
vai ajudar você a entender porque você diz o que diz, porque 
você ouve como ouve, porque você se relaciona com os outros 
dessa forma. 
Quando paramos para pensar nas nossas experiências de infân-
cia, na educação que recebemos em casa e na escola, nas pes-
soas que estiveram ao nosso redor e que nos serviram de mode- 
los, nos aproximamos de descobrir quais são os aprendizados 
que hoje regem a nossa forma de nos relacionarmos com os 
outros e, principalmente, nos aproximamos da descoberta de 
outros caminhos que possam fazer mais sentido para estabe-
lecer conexões humanas, relações saudáveis.
Boa jornada!
Viviane Ribeiro,
A autora.
06
como obter o melhor
desse livro
Será que hoje eu ainda me pego repetindo um padrão que 
aprendi quando criança, mesmo já tendo feito escolhas tão dife- 
rentes dos meus pais? Será que me defendo das mesmas coisas 
que eles se defendiam? Reajo ao mundo da mesma forma que 
eles?
Para você obter a melhor experiência da leitura desse livro, tire 
alguns minutos para refletir sobre isso antes de iniciar o desen-
volvimento da atividade principal que será a elaboração da sua 
árvore relacional, na qual você terá a oportunidade de observar 
e entender as origens e funções da forma como você se comuni-
ca hoje.
Perceba que é possível dialogar com o que você aprendeu 
desde a sua infância e que se esses aprendizados não fizerem 
mais sentido para você, é possível aprender novas coisas e 
deixar ir o velho, abrindo espaço para o novo.
É importante entendermos que a forma como nos comunicamos 
tem uma função na nossa vida. Ela nos protege de algo, que na 
maioria das vezes sequer sabemos o que é. 
Então, se temo não ser respeitado, por exemplo, logo acesso os 
padrões que aprendi sobre o que preciso fazer para impor res-
peito. Se tenho medo de me sentir exposto, logo me torno uma 
pessoa mais fechada para não precisar expor os meus senti-
mentos. Se em algum momento fui traído, a minha fala se 
preenche de fúria quando imagino que alguém possa estar
07
novamente me colocando nesse papel que foi tão doloroso para 
mim ocupar. E por aí vai.
Comece a já abrir espaço dentro de si para abordar essas 
questões, para ter um diálogo interno franco, saudável e po-
tente.
Tenha em mente que esse livro foi criado para conduzir você 
por uma atividade que o levará a refletir sobre o que nos propo-
mos.
Como em qualquer momento que exige reflexão, pedimos gen-
tilmente que você se prepare. Isso significa dizer que escolher 
um local tranquilo e um horário em que você não será inter-
rompido(a), é fundamental para o resgate de memórias aconte-
cer de forma fluida e plena.
Tenha sempre papel e caneta em mãos e coloque uma música 
tranquila, que favoreça o relaxamento.
Para começar, quero que você desenhe uma grande árvore, com 
todas as suas partes. Ela vai representar a forma como as suas 
relações são estruturadas. 
A partir do próximo capítulo, vamos pensar no que cada parte 
dessa árvore representa no que diz respeito à forma como você 
se relaciona.
Os próximos capítulos fazem parte do módulo 3 do 
meu curso de comunicação não-violenta com filhos. 
09
RAÍZES: 
A HERANÇA QUE RECEBI
Foque a sua atenção agora nas raízes da árvore que você de-
senhou. 
Pensar nas suas raízes significa pensar na educação que re-
cebeu em casa e na escola, nas interações que teve durante 
a sua infância, e no que, naturalmente, você foi aprendendo a 
partir dos exemplos que teve e da sua própria experiência 
sobre como deveria se relacionar consigo mesmo, com os 
outros e com o mundo.
É necessário ressaltar que é bastante natural replicarmos o 
que aprendemos. Afinal de contas, é o que sabemosfazer. É o 
que nos foi passado, de geração em geração. 
Somos resultado de experiências coletivas, da educação que 
recebemos e somente a partir de um diálogo profundo e 
honesto com essa educação podemos nos perguntar se ela 
ainda nos serve, se faz sentido para nós ou se devemos 
buscar outros caminhos, outros conhecimentos para nos rela-
cionarmos de forma mais saudável e não violenta.
Para iniciar essa jornada rumo a um diálogo com a sua 
própria história, responda às perguntas potentes a seguir.
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PERGUNTA POTENTE 1
Escreva o nome de três pessoas com as quais você conviveu 
e aprendeu coisas significativas na infância. 
Essas pessoas são aquelas que exerceram maior influência 
na sua infância. Certamente são pessoas que cuidaram de 
você em algum momento ou que lhe inspiravam muita 
admiração. 
PERGUNTA POTENTE 2
Como era o tom de voz das pessoas que você listou na 
pergunta 1?
Entre em contato com as suas lembranças e pense no que o 
tom de voz dessas pessoas despertava em você.
1
2
3
11
Pense nos sentimentos e sensações que esse tom de voz 
estimulava. Por exemplo: o tom suave da sua mãe, que lhe 
transmitia calma quando você se machucava. Ou o tom mais 
irônico da sua tia que fazia você se sentir mal ou 
inadequado(a) algumas vezes. Ou ainda o tom de voz alto do 
seu pai que muitas vezes lhe transmitiu segurança, mas que 
também causava medo quando você fazia algo errado, por 
exemplo.
PERGUNTA POTENTE 3
Como as pessoas que você listou na pergunta 1 viam o 
mundo? Quais medos sentiam? A que reagiam? Do que se 
protegiam?
Responda a essa questão com bastante calma. Pense em 
cada traço da personalidade das pessoas que você listou. 
Faça um exercício de empatia e tente imaginar o que se 
passava com essas pessoas.
Essa questão é importante para você entender como era a 
estrutura interna das pessoas que influenciavam você, 
quando criança. Muitas vezes, absorvemos seus medos, sua 
forma de ver o mundo, seus valores e se dar conta dessa 
influência é fundamental para começarmos a separar o que 
12
hoje – sendo você a pessoa que é – faz sentido ser replicado 
ou não.
PERGUNTA POTENTE 4 
Quais histórias contavam a você?
13
Pense aqui não só em histórias infantis, daquelas que liam 
para você no livro colorido. Resgate também o que te 
contavam. Sobre o que conversavam com você? Pergunte 
para a sua criança interior.
A proposta é analisar aqui como essas histórias impactaram 
você.
PERGUNTA POTENTE 5 
A quem você recorria quando tinha um problema?
Certamente essa pessoa foi a maior influenciadora da sua 
infância, uma vez que pedimos a juda e conselhos a pessoas 
que acreditamos que sabem se proteger e podem nos a judar 
a nos proteger também.
PERGUNTA POTENTE 6
O que escutava comumente essa pessoa dizer nessas 
situações?
14
Quais eram os conselhos que você recebia? Nessa parte, 
pense no seguinte: esses conselhos foram a contribuição 
dessa pessoa para que eu me fortalecesse e isso foi útil em 
determinada fase da minha vida.
E agora? Ainda é? Quando você está resolvendo um 
problema ainda escuta internamente esses conselhos? Eles 
fazem sentido e contribuem para que você se sinta bem e 
tenha bons relacionamentos? Ou não?
PERGUNTA POTENTE 7
Os adultos com os quais você convivia pediam para você 
tomar cuidado e se proteger de quê?
Aqui cabe lembrar desde o “olhe para os dois lados ao 
atravessar a rua” até o “o mundo está cheio de gente má, 
tome cuidado”.
Olhe bem para as frases que você resgatar e pense nas 
crenças que foram sendo criadas a partir delas. 
15
PERGUNTA POTENTE 8
Com quem você mais gostava de conversar e por quê?
Aqui você entra em contato com as suas afinidades. 
Geralmente, gostamos de conversar com pessoas que nos 
divertem, que pensam parecido com a gente em alguns 
aspectos, que dizem o que queremos ouvir... e por aí vai.
Por que era tão bom conversar com essa pessoa? Pensar 
nisso aproxima você de descobrir quais costumam ser as 
suas necessidades numa relação. 
Por exemplo: se tenho necessidade de ser o centro das 
atenções, tendo a escolher me relacionar com pessoas mais 
introvertidas, que não entrem em competição comigo. Ou se 
tenho necessidade de estar no controle, tendo a escolher me 
relacionar com pessoas que têm dificuldade para tomar 
decisões. Ou ainda, se preciso estar sempre certo, tendo a 
escolher me relacionar com pessoas que têm dificuldade de 
argumentação ou subservientes.
Quase sempre essa escolha não acontece de forma 
consciente, mas é interessante observarmos que se temos 
uma necessidade, há uma tendência a escolhermos nos 
relacionar com alguém que possa nos ajudar a ter ou manter 
aquilo de que precisamos tanto.
16
PERGUNTA POTENTE 9
Escreva três frases que você ouvia muito de pessoas 
próximas.
Essas frases costumam dialogar com a forma como vamos 
compondo a nossa autoimagem e como passamos a 
enxergar os outros e o mundo.
Por exemplo, uma criança que ouviu durante toda a sua 
infância que era feia tende a não se achar bonita quando 
adulta, mesmo todos ressaltando a sua beleza. Ou aquela 
que ouviu que homem não presta tende a construir essa 
imagem masculina e passa a se defender dessa crença, se for 
mulher ou a validar determinados comportamentos 
inadequados se for homem. Afinal de contas, se sou homem e 
nenhum homem presta, estou apenas fazendo o meu papel.
 
17
RESUMO
Estabeleça uma relação entre o que ensinaram a você sobre 
si mesmo, o outro e o mundo e a forma como você se 
relaciona com essa tríade (você, o outro o mundo). Escreva 
sobre como esses aprendizados podem ter se transformado 
em crenças que te limitam e padrões destrutivos, que não lhe 
servem mais.
Escreva também sobre o que foi positivo e te fortalece.
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solo: 
onde meu pés 
se apoioam
O solo da sua árvore relacional representa a forma como 
você se comunica, passando pelos três aspectos:
 
 • A forma como você compreende a si mesmo, o outro 
 e o mundo.
 • A forma como expressa suas necessidades e limites.
 • A forma como resolve conflitos.
 
 
PERGUNTA POTENTE 1
 
Suas palavras comumente são janelas ou paredes?
Isso significa pensar se a forma como você se comunica ajuda 
você a permitir que o outro entenda o que vamos chamar aqui 
de seu Universo particular. Ou seja, se você consegue 
comumente mostrar para o outro quem você é, comunicar seus 
pensamentos, sentimentos, suas ideias, necessidades e limites.
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Por exemplo, se alguém fala algo que te ofende você pode 
simplesmente abrir uma janela e dizer como se sentiu e o que 
espera que a pessoa faça (ou não faça!) ou...
 
Você pode criar uma parede entre vocês fazendo uma cara 
feia e se fechando, imaginando que o outro precisa perceber 
que te ofendeu sem você dizer a ele que aquilo é algo que te 
ofende.
 
Veja a diferença:
 
Janela:
- Quando você diz que sou preguiçosa, me sinto irritada. 
Preciso que você reconheça que faço o que está ao meu 
alcance nesse momento. Não gostaria de ouvir isso de novo 
porque me sinto mal.
 
Aqui você está a judando o outro a entender o que se passa 
com você e como resolver aquela questão junto contigo.
 
Parede:
Um longo silêncio, precedido por um “você nem imagina 
mesmo porque eu estou emburrada? Faça-me o favor!”
 
Aqui você está apenas se fechando. 
PERGUNTA POTENTE 2
 
Quais são as suas dificuldades atuais de conexão com o outro?
21
Aqui vale pensar no que te impede de se relacionar com os 
outros de forma plena. Tente pensar em medos, traumas, 
julgamentos e na sua própria percepção sobre si. Muitas 
vezes não conseguimos nos conectar com o outro porque não 
nos achamos bons o suficiente, por exemplo. 
 
PERGUNTA POTENTE 3
 
Como você imagina que precisa se comunicar para ser 
respeitado?Após responder, pense no seguinte: essa forma de 
comunicação gera conexão com o outro ou te desconecta? Se 
te conecta, maravilha. Se te desconecta, significa que você 
está utilizando uma estratégia que te afasta das pessoas e 
que mesmo que elas façam o que você quer, não significa 
que te respeitam, percebe? 
 
Aqui vale lembrar de tudo o que você resgatou lá nas suas 
raízes e pensar se você realmente gostaria de se comunicar 
dessa forma para ser respeitado ou se pode encontrar outras 
maneiras mais saudáveis e não violentas.
 
Como você imagina que precisa se comunicar para ser uma 
pessoa querida e aceita pelos outros?
22
Sempre que você quer ser aceito num grupo, por exemplo, 
como fica a sua comunicação? Você consegue expressar 
quem realmente você é? Se não, vale pensar em como anda 
a sua auto aceitação e na razão de ser tão importante para 
você pertencer a esses grupos.
 
PERGUNTA POTENTE 4
 
Como você costuma se comunicar para resolver problemas?
 
 
Pense aqui na última vez que vivenciou um conflito. A forma 
como você se comunicou fez o outro se conectar ao seu 
pedido ou se desconectar de você? Por que imagina que isso 
aconteceu?
 
 
PERGUNTA POTENTE 5
 
Você se sente compreendido quando expõe o que pensa?
 
Quando não se sente compreendido, o que acontece? Analise 
se você está conseguindo ter clareza das suas necessidades 
e limites, por exemplo, e se consegue expressar isso nas suas 
relações, sempre que necessário.
23
pressar isso nas suas relações, sempre que necessário.
PERGUNTA POTENTE 6
 
Você tem facilidade em compreender o outro? 
 
 
A empatia é fundamental aqui. Você se percebe como uma 
pessoa empática? E a sua escuta, como anda?
 
PERGUNTA POTENTE 7
 
Como lida com críticas, julgamentos e ofensas? O que sente 
nesses momentos?
 
 
É importante mapear o que você sente quando passa por 
uma situação em que é criticado, julgado ou ofendido. Esses 
sentimentos costumam nos mover para ações que não 
cuidam das nossas relações. Por exemplo, se alguém te 
critica e você fica com raiva, a tendência é que queira 
descontar essa sua raiva no outro, criticando ele também. 
Isso não cuida nem da raiva que foi sentida e nem da relação 
com o outro.
 
É necessário se perguntar porque você está se sentindo 
daquela forma. O que aquela fala do outro despertou em 
você? Por que doeu tanto? Muitas vezes estamos reagindo a
24
lembranças dolorosas parecidas com aquela experiência 
presente. E o que poderia ter sido resolvido com uma 
conversa, vira algo muito maior, de difícil solução.
PERGUNTA POTENTE 8
 
E quando é você a criticar, dar sugestões julgar e ofender? O 
que sente nesses momentos?
 
 
Mapeie esses sentimentos levando em consideração o que 
você espera nesses momentos e o que leva você a se 
comunicar dessa forma.
 
 
25
RESUMO
Com base nas respostas que deu, escreva como você avalia 
que as suas relações estão e o que você gostaria de fazer 
para torná-las melhores e mais saudáveis.
 
Escreva também a relação que você vê entre a forma como 
você se relaciona hoje e alguma experiência que tenha sido 
traumática.
27
tronco: 
o que diz minha
voz interna
Nessa parte, o convite à reflexão gira em torno do que 
costuma alimentar, nutrir o seu diálogo interno.
 
É importante pensar que dialogar com o outro também é 
dialogar com a nossa própria visão de mundo, com os nossos 
traumas, com os receios... e por aí vai. 
 
Quanto mais clareza obtemos desse diálogo interno, mais 
possibilidades ganhamos de resolvermos ou ressig- 
nificarmos essas questões e, com isso, melhorarmos nossas 
relações.
PERGUNTA POTENTE 1
 
Qual é a sua visão atual do mundo e do ser humano?
 
 
28
Perceba que ao responder essa questão, você está 
evidenciando alguns dos julgamentos que você carrega sobre o 
mundo e sobre o outro. Quando nos comunicamos, tendemos a 
responder a esses julgamentos de alguma forma e isso gera 
desconexão, desentendimentos, dor.
 
Por exemplo, se eu avalio o mundo como um local inseguro, 
há uma tendência a julgar as outras pessoas como perigosas 
e, dessa forma, levar para as minhas relações a noção de que 
preciso me proteger porque posso ser atacado(a) a qualquer 
instante. 
 
Ao identificar essa sua visão de mundo e do ser humano, a 
proposta é você dialogar com ela e racionalizar se realmente 
faz sentido analisar as coisas dessa forma. Além disso, 
verificar se há alguma questão que pode ser cuidada com 
auxílio de algum especialista, um psicólogo, por exemplo, 
para que você possa ressignificar algumas experiências.
PERGUNTA POTENTE 2
 
Quais são os maiores traumas e dores que viveu?
 
Essa questão complementa a primeira. Certamente a visão 
de mundo e do ser humano que você tem, estabelece relação 
com essas dores e traumas.
 
Por exemplo, uma pessoa que foi traída tende a desconfiar 
dos outros enquanto não resolve os sentimentos e questões 
trazidas por essa experiência traumática. Após cuidar disso, 
ganha mais possibilidades de se libertar dessa experiência e 
seguir em frente.
29
PERGUNTA POTENTE 3 
 
Como é o seu diálogo interno? Predominantemente de amor 
e compaixão ou de culpa e desvalorização?
 
 
Aqui você irá analisar de maneira mais profunda a forma 
como tem se relacionado com você mesmo.
PERGUNTA POTENTE 4
 
O que você não consegue aceitar em si mesmo? E no outro?
 
Segundo pressupostos da comunicação não-violenta, quando 
não aceitamos algo em nós mesmos ou no outro entramos 
num estado de julgamento que gera desconexão e não 
contribui em nada para que possamos nos relacionar bem. 
Os princípios da comunicação não-violenta – que, 
inclusive é uma das bases desse livro – contribuem 
para que esses sentimentos possam ser identificados 
e nomeados. Recomendamos esse estudo.
30
A ideia é identificarmos essa não-aceitação e nos 
perguntarmos: eu não aceito isso por que preciso de quê? E 
entender que há uma necessidade sua que está camuflada ou 
mal comunicada. Ao descobrir isso, fica mais fácil comunicar 
essa necessidade ao outro ao invés de apenas se relacionar 
levando em consideração os julgamentos.
PERGUNTA POTENTE 5
 
Qual é a sua postura física, mental e emocional ao escutar 
alguém?
 
 
Ao se observar, tenderá a descobrir como anda a sua escuta, 
que é parte fundamental no processo de comunicação. Se 
você não consegue manter uma postura ativa física, mental e 
emocionalmente para ouvir o outro por estar se sentindo 
desconfortável com aquela relação ou por se perder em 
diálogos internos, é importante que se observe e tente 
praticar uma escuta ativa.
 
Escutar ativamente significa estar pleno naquela relação, 
mantendo uma postura de atenção e compaixão.
 
 
31
RESUMO
 
O que você observou no que diz respeito ao seu diálogo 
interno ao entrar em contato com essas questões que 
acabou de estudar?
03
33
galhos: 
do que preciso?
Até o momento, nós olhamos para o passado e para o 
presente. Nos galhos, passamos a nos debruçar sobre o que 
esperamos do futuro.
 
Isso significa dizer que vamos nos aprofundar um pouco mais 
na busca de suas necessidades e limites. Isso porque ter 
clareza sobre essas questões é fundamental para você não 
só entender como você chegou a se comunicar, a se 
relacionar da forma como você se relaciona hoje, mas 
também gera um movimento rumo a novos caminhos, mais 
saudáveis e felizes.
 
 
PERGUNTA POTENTE 1
 
Do que você precisa atualmente para se sentir feliz e em paz 
em seus relacionamentos?
 
 
A proposta aqui é pensar no que você precisa. Quais são as 
suas necessidades afetivas? Do que você não pode abrir mão 
para se sentir bem numa relação?
34
PERGUNTA POTENTE 2
 
Essas necessidades estão ligadas a quem?
Na questão anterior, você listou as suasnecessidades para 
estar feliz e em paz nas suas relações. Quando pensa em 
tê-las atendidas, quais pessoas passam pela sua cabeça? 
Após listar essas pessoas, pense no seguinte: será que eu 
comuniquei a elas o que preciso? E siga para a próxima 
questão.
 
 
PERGUNTA POTENTE 3
 
Como costuma comunicar necessidades como essas?
 
 
Quando você se vê dizendo ao outro o que você precisa, 
como costuma ser? Nesse ponto, é importante pensar que é 
bastante comum associarmos afeto e interesse ao fato do 
outro entender o que se passa conosco e o que precisamos, 
mesmo sem falarmos, mesmo sem pedirmos.
 
Aqui convidamos você a buscar outro caminho: o da 
comunicação autêntica, dizendo ao outro que necessidades 
são essas, de forma que ele possa escolher atendê-las ou não.
35
PERGUNTA POTENTE 4
 
Como imagina a sua vida no futuro se conseguir o que 
precisa?
 
Essa questão tem o objetivo de mostrar a você como as suas 
relações podem mudar se você conseguir ter clareza sobre o 
que precisa e também sobre os seus limites. 
 
Comunicar essas necessidades e limites de forma clara e 
não-violenta é fundamental para chegar a esse futuro que 
imagina.
 
36
RESUMO
 
Ao chegar até aqui, você já deve ter mais clareza sobre suas 
necessidades. Escreva livremente sobre elas, guiado (a) pela 
pergunta: 
 
“Do que eu preciso?”
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folhas: 
um olhar
sobre o outro
Na parte das folhas, convidamos você a movimentar empatia 
pelas pessoas com as quais se relaciona.
 
A empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar de 
outra pessoa e entendermos as razões de determinados 
comportamentos e atitudes, sem julgamentos.
 
PERGUNTA POTENTE 1
 
Pense em 3 pessoas que você tem dificuldade de se relacionar. 
Do que essas pessoas precisam? 
 
 
Lembra que você também respondeu algo sobre as suas 
necessidades? Quando fez isso, deve ter percebido que quando 
não temos essas necessidades atendidas tendemos a nos 
comportar de forma a obtê-las e isso pode significar algumas 
atitudes desesperadas, violentas e inadequadas quando o 
objetivo é se conectar com o outro. 
39
PERGUNTA POTENTE 2
 
O que você imagina que elas precisam comunicar a você? 
 
 
Se essas pessoas fossem fazer pedidos a você sobre si 
mesmas, fossem falar de suas dores e dificuldades num 
momento de vulnerabilidade, o que te diriam? 
Pensar nisso pode apontar alguns caminhos de conexão com 
essas pessoas por meio da empatia.
 
PERGUNTA POTENTE 3
 
Como acolher as dores e necessidades delas sem ultrapassar 
os seus próprios limites?
 
 
Pense que ao fazer isso, você derruba a tal parede e abre 
uma janela. Mas isso precisa ser feito sem você se violentar, 
ou seja sem ultrapassar os seus próprios limites.
 
Ao acolher dores e necessidades dos outros, saíamos daquele 
padrão de reagirmos somente ao julgamento. 
40
RESUMO
 
Como a empatia pode ajudar você a se relacionar melhor 
com as pessoas? Escreva sobre isso.
frutos: 
a herança 
que Quero deixar
42
Aqui vamos pensar nas suas competências e habilidades de 
se relacionar, levando em consideração que quanto mais 
você tiver clareza delas e movimentá-las, melhores as suas 
relações serão.
 
PERGUNTA POTENTE 1
 
Pense em um episódio em que conseguiu lidar bem com um 
conflito. Quais estratégias usou? 
 
Que tal usar essas estratégias nas demais relações que estão 
difíceis para você?
 
43
PERGUNTA POTENTE 2
 
Como se sentiu no episódio da pergunta 1?
 
Quando somos bem sucedidos, costumamos nos sentir bem. 
Relembre os sentimentos e sensações desse episódio e 
pense que você pode senti-los novamente.
 
PERGUNTA POTENTE 3
 
Como as pessoas envolvidas reagiram? 
 
 
Perceba o seu impacto no outro quando adota estratégias 
não-violentas de resolução de conflitos.
 
PERGUNTA POTENTE 4
 
O que você aprendeu com essa experiência?
O que você pode fazer agora com esse aprendizado, então? 
44
RESUMO
 
O que você aprendeu sobre si mesmo? Escreva sobre isso.
46
semente: 
para gerar o novo
Para finalizar a sua árvore, vamos pensar na semente. Essa 
semente não é a que germinou a sua árvore, mas sim a que 
está dentro dos frutos. Ou seja, trabalhando com a metáfora 
da árvore, ela é a origem das suas novas relações. 
 
Por essa razão as três perguntas potentes estão aqui para 
você encerrar essa descoberta pensando no que você preci-
sa cuidar em si para conseguir se relacionar da forma que 
gostaria.
 
PERGUNTA POTENTE 1
 
Qual é a dor maior que você carrega e precisa comunicar ao 
mundo? 
 
 
47
PERGUNTA POTENTE 2
Qual é o grito que está preso na sua garganta? 
PERGUNTA POTENTE 3
 
Quais são os sentimentos e experiências que você precisa 
deixar ir para se comunicar de forma mais profunda e 
empática?
 
 
Ao ter clareza sobre essas questões, separe-as numa tabela 
com 3 colunas. A primeira nomeada “coisas que posso cuidar”, 
a segunda “coisas que posso estudar”, a terceira “coisas que 
preciso de apoio profissional para realizar”.
 
E... 
 
Cuide. Estude. Procure apoio.
COISAS QUE 
POSSO CUIDAR
COISAS QUE 
POSSO ESTUDAR
COISAS QUE 
PRECISO DE APOIO 
PROFISSIONAL 
PARA REALIZAR
TABELA
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para ampliar
minha voz
Esse ebook foi criado para levar uma experiência que consid-
ero transformadora sob muitos aspectos para o maior 
número de pessoas.
Se você se beneficiou com essa experiência, quero pedir a 
sua a juda para que possamos alcançar mais pessoas.
 
Como ajudar?
 Você pode me enviar um depoimento sobre o que 
 achou do livro e quais benefícios ele trouxe para a sua vida. 
Assim, posso divulgar para outras pessoas e dar a elas mais 
um motivo para se permitirem ter acesso a esse conteúdo 
também.
 Você também pode postar no seu facebook o link de 
 divulgação do ebook. Assim, mais pessoas saberão que 
ele existe. 
 Você pode divulgar o minicurso gratuito de comunicação 
 não-violenta com filhos que criei para todas as mães e pais 
que você conhecer. Com isso, elas poderão ter o primeiro 
contato com essa forma de se comunicar que nos conecta. O 
link é esse aqui: http://cnvpais.teapoio.com.br/
 
Se quiser falar comigo, me escreve! 
Meu e-mail é eu@teapoio.com.br
 
Muito obrigada e até a próxima!
 
Com carinho,
Viviane Ribeiro.
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