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* DIREITO DO TRABALHO I Prof. Paulo Cesar Arantes AULA 04 * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DEFINIÇÃO Impossibilidade jurídica de privar-se voluntariamente de uma ou mais vantagens concedidas pelo Direito Trabalhista em benefício próprio. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DEFINIÇÃO Ninguém pode privar-se das possibilidades ou vantagens estabelecidas em seu proveito próprio, ao contrário de outros ramos do Direito. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE FUNDAMENTOS Princípio da indisponibilidade; Princípio da imperatividade das normas trabalhistas; Princípio do caráter de ordem pública; Princípio da limitação a autonomia da vontade. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE Implica a nulidade da renúncia pelo trabalhador, dos benefícios estabelecidos por normas de direito inderrogável; A indisponibilidade assume as modalidades da irrenunciabilidade e intransigibilidade. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE PRINCÍPIO DA IMPERATIVIDADE DAS NORMAS TRABALHISTAS Baseia-se no interesse e na necessidade de organizar a economia e de proteger os hipossuficientes. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE PRINCÍPIO DO CARÁTER DE ORDEM PÚBLICA As partes não podem regulamentar sua conduta, de maneira diversa da que tenha estabelecido o legislador; * PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO A AUTONOMIA DA VONTADE Transcendem a esfera individual daqueles que atuam como sujeitos das relações de trabalho, para interessar a sociedade em geral; Protege-se o trabalho, a liberdade e a dignidade do trabalhador. PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE PROIBIÇÃO DE RENÚNCIA Resulta de um ato unilateral, na qual o titular de um direito dele se despoja; Difere-se da transação, pois nesta as partes fazem concessões recíprocas. Extinguem obrigações litigiosas ou duvidosas. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE ALGUMAS VARIEDADES DE RENÚNCIA Expressa e tácita; Anterior ou posterior ao Direito; Durante ou posterior ao contrato; Efetuadas por meio de convenções coletivas. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE EXPRESSA E TÁCITA A primeira exterioriza de forma clara a vontade de desligar-se de um direito; A segunda pode ser deduzida de certos comportamentos do trabalhador, que evidenciem o propósito de privar-se de certos direitos. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE ANTERIOR OU POSTERIOR AO DIREITO A primeira é nula de pleno direito, salvo se a própria lei a admitir; A segunda é permitida por entender-se que os direitos já confirmados se convertem em verdadeiros direitos de crédito. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DURANTE OU POSTERIOR AO CONTRATO Nega-se veementemente a possibilidade das renúncias durante a vigência do contrato; Admite-se a possibilidade de renúncia após a vigência da relação trabalhista. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE EFETUADAS POR MEIO DE CONVENÇÕES COLETIVAS São válidas desde que: a) modifiquem direitos procedentes de anterior convenção; b) que se estipule a possibilidade de renúncia a direito emergentes das convenções. * PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DIREITOS IRRENUNCIÁVEIS direitos legais; direitos subjetivos, ou seja, outorgados pela lei ao renunciante; direitos que beneficiem o trabalhador, com algumas exceções. * PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Irrenunciabilidade de Direitos: O empregado não pode dispor dos direitos que lhe são conferidos, ou seja, seus direitos são irrenunciáveis (ver artigo 9º, CLT) * artigo 9º, CLT Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. * PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Continuidade das Relações de Emprego: A regra é que os contratos de trabalho devem ser por prazo indeterminado, salvo em alguns casos pontuais onde o contrato será por prazo determinado, matéria que será estudada posteriormente. * PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE FUNDAMENTO Visa não apenas dar segurança ao trabalhador, como também trazer benefícios a própria empresa; Contribui para aumentar o lucro e melhorar o clima social das relações de trabalho. * PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE ALCANCE Existe preferência pelos contratos de duração indeterminada. Justifica-se: a) maior tendência a durar; b) o contrato de duração limitada prescinde da indenização por despedida e obriga mais o trabalhador, pois não existe possibilidade de denúncia. * PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS Nada constando, presume-se que o contrato é de duração indefinida; Quando for de duração determinada, caso prorrogado, converte-se em indeterminado; Ocorrendo a sucessão ininterrupta de contrato determinado, configura-se em indefinido. * PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE CARACTERÍSTICAS Permanência apesar da existência de cláusulas nulas; Permanência apesar da existência de violações; A despedida como anomalia jurídica; Estabilidade. * PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE PERMANÊNCIA APESAR DA EXISTÊNCIA DE CLÁUSULAS NULAS Existindo cláusulas contrárias ao ordenamento jurídico, será preservado a relação, substituindo-se a cláusula viciada; Reconhece-se todos os direitos ainda que nascidos de um trabalho ilícito. * PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE PERMANÊNCIA APESAR DA EXISTÊNCIA DE VIOLAÇÕES Existindo inadimplemento ou violação por parte do empregador, cabe ao trabalhador optar pela continuidade do contrato ou pretender a caracterização da despedida indireta, invocando a culpa patronal. * PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE DESPEDIDA COMO ANOMALIA JURÍDICA Principal expressão deste princípio; Consiste na resistência a que o empregador possa romper o contrato por sua vontade exclusiva. * PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE ESTABILIDADE Consiste no direito de não ser despedido arbitrariamente. O empregador não tem o direito de despedir senão quando haja causa justificada. * PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE CLASSIFICAÇÃO DA ESTABILIDADE Absoluta: determina a ineficácia da despedida e garante a reintegração efetiva; Relativa: subdivide-se em própria e imprópria. * PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE ESTABILIDADE RELATIVA Própria: considera nulo o ato da despedida, permanecendo intacta a relação contratual; Imprópria: não afeta a eficácia da despedida. Sanciona o inadimplemento contratual com indenizações administrativas. * PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Primazia da Realidade: Para o Direito do Trabalho a realidade dos fatos prepondera sobre qualquer realidade contratual, formal, sobre qualquer situação imposta para fins de fraudar a relação trabalhista. * PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE CARACTERÍSTICAS Estabelece a primazia dos fatos sobre as formas, as formalidades ou aparências; Entre o que ocorre no mundo real dos fatos efetivos e o mundo formal dos documentos deve prevalecer o primeiro; * PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE FUNDAMENTAÇÃO A) Princípio da Exigência de boa fé; B) Princípio da Dignidade da pessoa humana; C) Princípio da Desigualdade das partes; D) Princípio da Interpretação racional da vontade das partes. * PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE PRINCÍPIO DA EXIGÊNCIA DE BOA-FÉ A realidade reflete sempre e necessariamente a verdade; A documentação pode refletir a realidade, porém por vezes a dissimula; A boa-fé representa exigência indispensável a idéia de justiça. * PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA ATIVIDADE HUMANA O Direito do Trabalho regula o trabalho, isto é, a atividade, não o documento; Havendo divergência entre ambos os planos, interessa o real e não o formal. * PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE PRINCÍPIO DA DESIGUALDADE DAS PARTES Devido a distância econômica e cultural entre as partes o Direito do Trabalho procura compensar com desigualdade jurídica a desigualdade econômica inicial. * PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO RACIONAL DA VONTADE DAS PARTES Os fatos revelam a vontade real das partes; Os atos posteriores ao contrato servirão para explicar a verdadeira intenção das partes ao celebrá-lo. * PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA Segundo o artigo 468 da CLT, somente é permitida a alteração contratual por mútuo consentimento das partes, sendo proibida a alteração que venha a causar prejuízos ao trabalhador. * Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. * PRINCÍPIOS DA INTANGIBILIDADE SALARIAL - Este princípio deriva do princípio da irredutibilidade salarial, o qual assegura a impossibilidade de redução de salários. Porém este tem maior amplitude, visto que proíbe condutas abusivas do próprio empregador, de possíveis credores. Vale frisar que é permitida, por exceção, a redução temporária de salários por acordo coletivo. * PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE DEFINIÇÃO Consiste na afirmação de que o ser humano deve proceder conforme a razão; A premissa é que o homem age razoavelmente e não arbitrariamente. * PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE FORMAS DE APLICAÇÃO Necessidade de analisar, em concreto, cada caso em que esse critério se aplica; O enfoque flexível e elástico com que deve ser manejado; Necessidade de uma certa proporcionalidade entre a ação e a reação. * PRINCÍPIO DA BOA-FÉ DEFINIÇÃO Constitui um ingrediente de ordem moral indispensável para o adequado cumprimento das relações trabalhistas; Suposição de que ambas as partes devem cumprir lealmente suas obrigações. * PRINCÍPIO DA BOA-FÉ FORMAS DE MANIFESTAÇÃO POR PARTE DO EMPREGADO impedido de revelar segredos; abster-se de fazer concorrência desleal; evitar todas as formas de corrupção; reservar ao empregador todo o tempo ajustado * BIBLIOGRAFIA MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2012; DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed. São Paulo: LTR, 2012; *