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1 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Dr. Júlio César Empinotti, Dr. Hirofumi Uyeda, Dra. Danielle Bonatto, Dra. Márcia Vivan, Dr. Marcos Vinícius Clarindo, Dra. Michele Barros Toccolini Aula 01 – Dr. Júlio César Empinotti INTRODUÇÃO À DERMATOLOGIA Até os anos de 1960, a Dermatologia era uma disciplina predominantemente clínica. Hoje, com o avanço tecnológico, expandiu bastante e se tornou uma especialidade clínica, cirúrgica e estética (cosmética). A dermatologia pode atuar em vários campos, dentre os quais se podem destacar: diagnose e tratamento de afecções cutâneas; profilaxia de lesões cutâneas; conservação da higidez da pele; cirurgia dermatológica (corretiva, oncológica e estética); prevenção do envelhecimento da pele; e, cosmiatria (tópicos e equipamentos). PELE a) Anatomia: É considerada o maior órgão do corpo humano com cerca de 1,5 a 2 m² de área total. Representa cerca de 16% do peso de uma pessoa. É a principal barreira entre o meio homeostático e o ambiente externo (repleto de agressores – traumatismos, bactérias, fungos, radiação UV). É composta por 3 camadas: o Epiderme: epitélio estratificado, de origem mesodérmica. Os queratinócitos compõe 80 a 90% das células da epiderme. A camada basal ou germinativa é a que dá origem aos queratinócitos. Essa camada é formada por células cúbicas, passando por diferenciação estrutural do citoesqueleto e diferenciação metabólica à medida que emergem para camadas superiores. A camada espinhosa ou malpighiana está localizada após a camada basal e é onde se observam os desmossomos, que são as pontes moleculares que promovem a coesão celular. Os desmossomos são semelhantes a espinhos e estão localizados entre as células poligonais, caracterizando a camada espinhosa. A camada granulosa é aquela, na qual, ocorre a diferenciação do citoesqueleto com produção de tonofilamentos de queratina em grânulos intracelulares. As células se encontram com um formato achatado. A camada córnea possui várias espessuras, variando de acordo com o local em que se encontra. Os ceratinócitos perdem seus núcleos, achatam-se e liberam substâncias que formam um cimento intercelular, criando uma barreira. Com a senescência e o contínuo fluxo de células da camada basal à superfície, há descamação dos ceratinócitos para o ambiente. Como a epiderme regenera, não ocorre formação de cicatriz. O ciclo de maturação da pele dura ocorre, em média, em até 4 semanas. Isso porque leva um mês para a célula da camada basal chegar na camada córnea. Em hiperatividade da mitose celular, as células basais chegam rapidamente à camada superficial, e ocorre a psoríase – pele sem aderência, frouxa, imatura, com fácil descamação. Na palma e na planta a epiderme é mais rígida e espessa porque a camada córnea é mais espessa. Células Principais: Queratinócitos – 80-90% Melanócitos – 5-10% - a síntese, de acordo com o estímulo luminoso, de melanossomas, ricos em melanina, que absorve a radiação UV. São células especiais da epiderme, responsáveis por atribuir cor à pele e seu bronzeado. O número de melanócitos não varia de uma raça para a outra; o que difere é a morfologia, atividade e distribuição dos melanossomos. Dermatologia 2 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII o Derme: tecido conjuntivo mesenquimal, que se une à epiderme pela junção dermoepidérmica, repleta de projeções chamadas cones interpapilares. é a parte nobre da pele, composta por tecido conjuntivo. é composta por uma rede complexa de fibras, nas quais se instalam o sistema vascular (linfático, arterial e venoso) e o sistema nervoso da pele. Além disso, abriga os anexos cutâneos (glândulas sebáceas, sudoríparas,...). é composta por três camadas: Papilar: é a região mais superficial, em contato com a membrana basal e com maior celularidade. Perianexial: fica em torno dos anexos e dos vasos. Reticular: é a camada mais profunda. Quando um ferimento atinge a derme, há formação de cicatriz. Há também sangramento, porque é o local da pele onde se encontram os vasos sanguíneos. Se o ferimento atingir só a epiderme, não haverá sangramento. o Hipoderme: abaixo da derme, também chamada de panículo adiposo ou tecido celular subcutâneo. Está situado abaixo da derme reticular e é formada por lóbulos de adipócitos (que formam um coxim ou “manto” de gordura). 3 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Contém as estruturas mais calibrosas, como vasos, estruturas linfáticas e nervosas. Dá mobilidade à pele sobre o músculo, além de ser isolante térmico, depósito de calorias, amortecedor de traumas e possuir função endócrina. Determina, ainda, o relevo ou a silhueta do corpo humano. o Anexos: Encontram-se na derme. A estrutura polissebácea é o principal anexo. Composição: folículo piloso + glândula sebácea + músculo piloeretor. Glândula sebácea: desemboca no poro do pelo e tem a função de lubrificar. Glândula sudorípara: é responsável pela sudorese e pela termorregulação do corpo – perda de calor promovida pelo suor. LESÕES ELEMENTARES São alterações na pele que dirigem o conhecimento para os diagnósticos. Essas alterações são a morfologia diferente da pele normal, induzida por causas físicas, químicas, animadas ou psíquicas. São consideradas o alfabeto da dermatologia. Também podem ser lesões que se percebem na pele quando há algum acometimento sobre esse órgão. Também são chamadas de Eflorescências. Várias doenças podem apresentar uma mesma alteração elementar e muitas alterações elementares podem se somar em uma única doença. As transformações cutâneas são causadas por alterações inflamatórias, degenerativas, tumorais, vasculares, metabólicas e por defeitos congênitos. Várias doenças 1 alteração de pele a) Classificação: o Alterações de Cor 1. Manchas Vásculo-Sanguíneas: Lesões Elementares Sinais Morfológicos Afecção/Síndrome 4 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII São as mais frequentes e decorrem de alterações nos vasos (dilatação, vasoconstrição e extravasamento de hemácias). Além disso, são manchas que não apresentam relevo. a. Eritema: Hiperemia ativa arterial vitopressão positiva o Sinal de Vitopressão: consiste na visualização através do vidro. Procede-se à compressão de uma lesão cutânea com uma lâmina de vidro transparente e observa- se a lesão antes e depois de ser comprimida. É o sinal que permite distinguir uma mancha eritematosa (desaparece com vitopressão) de uma petéquia (a cor permanece e ocorre por extravasamento de hemácias e não por vasodilatação). Exemplo: queimadura do sol. b. Exantema: Manchas eritematosas disseminadas e de aparecimento agudo e efêmero. Característico de infecções de infância (virais e bacterianas). Dois tipos: o Rubeoliforme: pontilhado, com áreas de manchas eritematosas entremeadas com áreas de pele sã. o Escarlatiforme: mancha eritematosa uniforme e difusa. c. Eritema Figurado: Desenhados e localizados. Possui limites bem definidos. Forma e tamanhos variáveis (pensar em um mapa). d. Enantema: É um tipo de eritema que acomete as mucosas. Comum em infecções virais da infância. Exemplo: faringite e língua de framboesa (escarlatina, Streptococcus beta-hemolítico). e. Eritroderma: É um eritema generalizado, crônicoe descamativo. f. Cianose: Também chamado de Cianema. Hiperemia Passiva Venosa atinge as mucosas. Pele fica com aspecto azulado ou arroxeado. Exemplo: Síndrome de Raynaud. g. Rubor: Vasocongestão arterial. Também chamado de Eritema Rubro. Apresenta-se concomitante à elevação de temperatura. h. Lividez: Pálido ou azulado ao frio. Denota isquemia. Se acontecer ao nascimento, chama-se Livedo. i. Mancha Angiomatosa: Lesão com vermelhidão permanente. Apresenta vitopressão positiva. É causada por proliferação endoletial capilar (aumento do número de capilares) ou, ainda, má formação vascular. Exemplo: Hemangioma ou Angioma. j. Mancha Anêmica: Também chamada de Nevo Anêmico. É uma mancha clara (hipocrômica) permanente. Ocorre por agenesia vascular localizada. Leva à diminuição do aporte sanguíneo para a região. Quando o paciente se expõe ao sol, a lesão fica destacada. 5 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII k. Telangiectasia: É um tipo de lesão filamentar, sinuosa. Corresponde a uma dilatação capilar permanente de pequenos vasos. Pode ser secundária à alcoolismo crônico e exposição solar. l. Púrpura: É nome genérico para extravasamento de hemácias para “fora do vaso”. Sufusão hemorrágica. Vitopressão negativa – devido ao extravasamento de hemácias para fora do vaso, no espaço intersticial. Tipos: o Petéquia: < 1 cm. o Equimose: > 1 cm. o Víbice: se formato linear. 2. Manchas Pigmentares ou Discromias: Ausência, diminuição ou aumento de pigmentação da pele, que pode ocorrer da alteração da melanina, caroteno, bilirrubina (causando icterícia) e por ingestão de medicamentos. Essas manchas podem ser orgânicas ou artificiais. a. Leucodermias: Manchas brancas por redução ou ausência de melanina. Tipos: o Hipocromia: mancha branca por redução/ausência parcial de melanina. o Acromia: mancha por ausência total de melanina. b. Hipercromias: Aumento dos pigmentos endógenos ou exógenos que se manifestam na pele. Pigmentos endógenos da pele propriamente dita – melanodermia: aumento da melanina. Hiperbilirrubinemia: coloração amarelada, especialmente de mucosas. Hipercarotenodermia: coloração laranja, por excesso de beta-caroteno. 6 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Dermatite ocre: coloração ferrugem devido à oxidação de ferro das hemácias. Pigmentos exógenos: tatuagens (estéticas ou acidentais) e farmacodermias (antimaláricos, clofazimina, nitrato de prata). o Formações Sólidas Processo inflamatório, neoplásico, que pode atingir isoladamente, ou em conjunto, a epiderme, a derme e a hipoderme. 1. Pápula: < 1 cm Lesões sólidas, circunscritas e elevadas 2. Placa Papulosa: Altura < 1 cm Formada por extensão ou coalescência de pápulas. 3. Nódulo: 1 a 3 cm 4. Nodosidade ou Tumor: > 3 cm Não é necessariamente maligno Não é sinônimo de câncer 5. Goma: Nódulo que sofre evolução em 4 fases: o Endurecimento: infiltração celular da hipoderme o Amolecimento: necrose central o Esvaziamento: fistulização/úlcera o Reparação: fibrose com cicatriz. 6. Vegetação: Lesão esbranquiçada Pedunculada Aspecto de Couve-flor 7 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Sangra facilmente Hipertrofia da camada espinhosa (acantose) ou das papilas dérmicas (papilomatose). 7. Verrucosidade: Lesão sólida Elevada Superfície dura, inelástica e amarelada Ocorre devido à hipertrofia da camada córnea (hiperceratose). 8. Elevações Edematosas: Urtica ou Ponfo: o Elevação efêmera o Irregular na forma e nas cores (branco-róseo ao vermelho) o Pruriginosa. o Ocorre devido ao extravasamento do plasma (transudato) o Forma edema circunscrito o Ponfo também é chamado de Pápula Serosa, que é uma pápula encimada por uma vesícula ou bolha o Exemplo: lesão de picada de inseto, dermografismo. Edema Angioneurótico: o Edema circunscrito o Subcutâneo o Ocasiona tumefação da superfície. o Formações com Conteúdo Líquido São coleções líquidas que podem conter serosidade, sangue ou pus. 1. Vesícula: Elevação circunscrita < 1 cm Contém líquido, inicialmente, claro (seroso). 2. Bolha ou Flictena: Elevação circunscrita 8 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII > 1 cm Contém, inicialmente, líquido claro (seroso). 3. Pústula: Elevação de até 1 cm Contém pus – vesícula infectada Exemplo: acne juvenil, Herpes Zoster. 4. Abscesso: Formação circunscrita Tamanho variável Proeminente ou não Engloba tecidos além da derme Contém líquido purulento Contém sinais de inflamação aguda 5. Hematoma: Coleção de sangue na pele e tecidos adjacentes Potencialmente infeccioso Pode se tornar hemorrágico-purulento Sofre evolução rápida devido à metabolização das hemácias Mutação nas cores vermelha, arroxeada, esverdeada, amarelada e acastanhada Com volume de sangue muito maior do que a púrpura. o Alterações de Espessura 1. Ceratose ou Queratose: Espessamento da epiderme por aumento da camada córnea Apresenta-se como uma superfície áspera, seca, dura, inelástica e de aspecto amarelado ou acastanhdo. Exemplo: calosidades 2. Liquenificação: Espessamento da pele Sulcos e cor da pele acentuados Ocorre pelo aumento da camada Malpighiana (espinhosa) 9 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Linhas de força da pele se tornam mais visíveis 3. Edema: Elevação depressível Decorre do extravasamento de plasma na derme/hipoderme 4. Infiltração: Alteração da espessura difusamente Aumento da consistência da pele Menor evidência dos sulcos Limites imprecisos Resultado de infiltrado celular na derme Vitopressão pode adquirir coloração de fundo café-com-leite Pode ser acompanhada de vasodilatação e edema. Exemplo: Lepra de Lapati ou Lepra Bonita Ps: a infiltração celular da derme não é por extravasamento de líquido, mas, sim, por proliferação celular. 5. Esclerose: Aumento da consistência da pele Pele adquire um aspecto coriáceo ou lenhoso Independente da espessura, o pregueamento da pele é difícil ou impossível. Podem existir hipocromias ou hipercromias acompanhando o quadro Resulta de fibrose do colágeno Exemplo: Esclerodermia. 6. Atrofia: Diminuição da espessura da pele Pele se torna adelgaçada e facilmente pregueável Resulta do volume e do número de constituintes teciduais Víbice: atrofia linear da pele. o Perdas e Reparações Teciduais São lesões oriundas da destruição patológica e da reparação dos tecidos cutâneos. 1. Escama: Massa que se desprende da pele por alterações de queratinização Lâminas epidérmicas secas pelo exagero de ceratina, normal ou defeituosa, formando uma massa que se desprende da pele Tipos: o Furfurácea o Foliácea (ex: Pênfigo Foliáceo) o Lamelar (Placas e retalhos da pele que se desprendem) 2. Erosão ou Exulceração: Perda superficial 10 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Atinge somente a epiderme 3. Escoriação: Erosão traumática Linear Geralmente, causada por excesso de coçar. 4. Ulceração: Perda circunscrita da epiderme e da derme Pode atingir a hipoderme e tecidos subjacentes. Exemplos: Leishmaniose. Tipos: o Fagedêmica: Alastramento superficial Plana e ampla Cresce como se fosse “comendo as bordinhas” o Tenebrante: Alastramento profundo Mais profunda e agressiva Atinge derme, tecidos subcutâneos, músculos e ossos. 5. Fissura ou Ragádia: Perda linear e estreita da epiderme e da derme por continuidade Desencadeia uma lesão rígida e sem flexibilidade Pode ser genital, oral (fissura de comissura labial ou queilite angular), perianal e, é comum, também, em regiões intertriginosas (pescoço, axilas, cotovelo, espaço interdigital) É mais profunda que a escoriação. 6. Fístula: É uma solução de continuidade de trajeto linear, em geral, podendo ser sinuoso Forma, na maioria das vezes, um conduto de ligação de focos infecciosos, coleção de líquidos e tecidos necróticos da hipoderme e tecidos subjacentes ao meio externo Exemplo: drenagem de focos infecciosos. 7. Crosta: Pode ser do tipo serosa, purulenta ou hemorrágica Ocorre devido ao dessecamento da serosidade/pus/sangue juntamente com os restos epiteliais Realiza uma concreção em área da perda tecidual Exemplo: Crosta melicérica, no Impetigo. 8. Escara: Ulceração por necrose tecidual Ocorre pela falta de circulação Geralmente, acomete indivíduos com pouca mobilidade. Área de cor lívida ou preta, limitada por necrose tecidual. 9. Cicatriz: Reparação de processos destrutivos da pele Associa-se com a atrofia ou a hipertrofia ou, ainda, as discromias. o Atrófica: cicatriz fina, pregueada e papirácea. o Hipertrófica: cicatriz nodular, elevada, vascularizada e com excessiva proliferação fibrosa. A cicatriz hipertrófica não dói. Somente o queloide é doloroso. 11 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII PIODERMITES IMPETIGO Aula 02 – Dra. Danielle Bonatto É uma infecção cutânea primária causada por bactérias piogênicas, com ou sem formação de pus. Agentes Etiológicos principais: S. aureus e S. pyogenes (BGP) O Antibiótico de escolha para tratar o S. aureus é a Cefalezina. Flora Cutânea Normal Bactérias Residentes o A pele é utilizada como habitat e nela se multiplicam bactérias comensais o As principais bactérias são classificadas como Cocos Gram Positivos (S. epidermidis), difteróides (Corynebacterium e Bravibacterium) e bastonetes anaeróbios (Propionibacterium – que é o agente causador da acne). Bactérias Transitórias: o Ocasionalmente podem colonizar a pele o Demonstram grande patogenicidade em distúrbios da integridade da pele o As principais bactérias são Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes. o As bactérias que habitam a pele ficam na camada córnea ou no folículo piloso. Staphylococcus: são numerosas espécies de não-patógenos descritas. São eles: S. epidermidis, S. hominis, S. saprophyticus. S. aureus: Patógeno mais importante causador de infecções cutâneas 20% das pessoas saudáveis possuem colonização permanente na narina anterior, especialmente trabalhadores da área da saúde 60% das pessoas saudáveis possuem colonização ocasional nas axilas, na faringe, no períneo e nas mãos. Streptococcus: geralmente não encontrados na orofaringe e raramente são vistos em pele sadia. Propionibacterium acnes: é um anaeróbio que habita o folículo pilo-sebáceo. o BGN: Os principais exemplos são a E. coli, Enterobacter e Klebsiella. Raramente colonizam a pele sadia e estão mais associados a infecções. Contudo, podem estar presentes em áreas intertriginosas (regiões de fricção – axilas, virilha) em indivíduos normais. Mecanismos de Defesa da Pele Proteção mecânica da cama córnea: integridade da pele impede a penetração das bactérias Baixo pH (5,5): a acidez do pH impede a penetração e o crescimento de certos tipos de bactérias Quanto mais alcalino, mais fácil a penetração de bactérias Secreção sebácea: constituída de ácidos graxos insaturados com propriedades antibacterianas Sequidão da pele: impede a proliferação de bactérias gram negativas. Quanto mais úmida, mais fácil a multiplicação de bactérias Interferência bacteriana: efeito supressor de cepas bacterianas resistentes contra outras cepas. Exemplos: Staphylococcus epidermidis é um não-patógeno presente na pele, que impede o crescimento de Staphylococcus aureus através da produção de ácidos graxos. As bactérias residentes produzem ácidos graxos com propriedades antibacterianas, suprimindo outras cepas. Fatores imunológicos: imunidade humoral (Linfócitos B) e imunidade celular (Linfócitos T). Em indivíduos imunocomprometidos não há barreira imunitária para contenção do agente, desenvolvendo, assim, um processo infeccioso mais intenso. A principal defesa dos Staphylococcus é a fagocitose realizada pelos neutrófilos. É uma infecção cutânea superficial 12 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII ECTIMA Causada, principalmente, por Staphylococcus; em menor frequência, por Streptococcus É uma doença comum e mais prevalente em crianças Agentes Etiológicos e Formas: o Bolhoso: S. aureus o Não-bolhoso: 70% dos casos Streptococcus grupo A (é o S. pyogenes) e S. aureus A patogenia está relacionada com a colonização da pele em associação com a solução de continuidade. É mais comum em áreas expostas periorificiais e extremidades Em crianças, principalmente, as lesões são periorais e perinasais Para a infecção ocorrer, é necessário que ocorra a colonização inicial da mucosa nasal pois a bactéria precisa de uma porta de entrada. Essa porta de entrada só é possível em indivíduos com higiene precária A infecção começa a se apresentar como uma mácula eritematosa – com exulceração e pápulas satélites; depois, evolui para uma crosta amarelada – crosta melicérica, que é muito característica do impetigo –; as lesões satélites podem confluir As lesões são pequenas, múltiplas e em vários estágios evolutivos Essas lesões não comprometem o estado geral do indivíduo, que geralmente se apresentam assintomáticos Não deixam cicatrizes, por se tratarem de lesões superficiais As lesões satélites são comuns, podendo coalescer ou não, deixando um aspecto circinado Diagnóstico é clínico porque as lesões são muito características O impetigo estreptocócico é um tipo de impetigo de forma não-bolhosa. Ele pode evoluir para uma Glomerulonefrite Difusa Aguda (GNDA) cerca de 3 a 6 semanas após a infecção de pele, porque algumas cepas do Streptococcus são nefritogênicas e podem causar síndrome nefrítica no paciente (tríade: hipertensão + hematúria + edema) Tratamento: o Limpeza e remoção das crostas com água morna e sabão neutro o Pomadas de antibióticos – mupirocina e ácido fusídico o Antibioticoterapia oral (lesões disseminadas ou bolhosas) o Tratamento dos focos nasais Lesão inicial semelhante ao impetigo, porém mais profunda Possui vesícula e pode até iniciar com apresentação de pústula Forma uma úlcera mais profunda do que o impetigo Pode ser uma complicação do impetigo É uma vésico-pústula que se rompe e dá origem à úlcera superficial, com crostas espessas. É ainda mais profunda que o impetigo, podendo apresentar secreção Deixa cicatriz 13 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII ERISIPELA É mais frequente nos membros inferiores É uma doença associada ao baixo nível socioeconômico e à má higiene É mais observado em adultos, mas pode acometer crianças também Diagnóstico Diferencial:Úlcera de Estase e de Insuficiência Venosa, além de Leishmaniose Tegumentar Em lesões múltiplas e/ou extensas se faz necessário realização de biópsia Tratamento: o Antibiótico sistêmico: cefalexina, amoxicilina É uma infecção aguda Acomete derme e tecido subcutâneo – atinge, então, a camada mais profunda da pele Agente Etiológico: Streptococcus pyogenes – Streptococcus beta-hemolítico do grupo A Clinicamente, caracteriza-se pela presença de eritema, edema e dor, acompanhados de febre e sintomas gerais inespecíficos As lesões possuem limites definidos e avançam progressivamente Acomete, mais frequentemente, extremidades inferiores e face. Quando há erisipela facial, o paciente deve ser internado Patogenia: o Streptococcus penetra na solução de continuidade na pele – porta de entrada. Esse processo é facilitado por fatores de risco (insuficiência venosa, infecções cutâneas por fungos, edema crônico – linfedema – Diabetes melittus, obesidade, imunossupressão e alcoolismo Quadro: placas eritemato-edematosas, bem delimitadas, dolorosas, acompanhadas de linfangites, crescimento progressivo, podendo exsudar e formar bolhas e adenopatia regional. Pode evoluir com hipercromia residual de linfedema crônico além de lesões verrucosas Tratamento: o Repouso o Analgésicos o Cuidados gerais o Antibioticoterapia sistêmica o Profilaxia: Penicilina Benzatina – 1.200.000 UI a cada 3 semanas 14 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII CELULITE SÍNDROME DA PELE ESCALDADA ESTAFILOCÓCICA Em geral, é um tipo de infecção estafilocócica Atinge a derme profunda e a hipoderme Quadro: semelhante ao da erisipela – tanto que é muito difícil fazer diagnóstico diferencial entre as duas – porém sua localização é mais profunda As lesões possuem limites imprecisos Apresenta eritema difuso O diagnóstico de celulite é clínico O estado geral do paciente é mais comprometido. Pode evoluir para necrose – fasciíte necrotizante Complicações: abscessos e necrose Tratamento: antibioticoterapia sistêmica Causada por toxinas esfoliativas produzidas por cepas de S. aureus (esfoliatina B) Por falta de imunidade às toxinas e imaturidade renal em crianças, a doença leva à eliminação deficiente de toxinas Prevalência: 98% - crianças < 6 anos o Adultos é mais grave, porém menos prevalente o Taxa de mortalidade Crianças: 4% Adultos: > 60% Adulto: o Imunossupressão ou insuficiência renal o Quando atinge adultos, investigar as causas da síndrome Foco infeccioso pode ser advindo de otite, conjuntivite, faringite. Não penetra diretamente na pele Quadro: febre e eritema difuso – bolhas flácidas que se rompem facilmente causando grandes áreas erosivas Não acomete mucosas O Sinal de Nikolsky está presente o Nikolsky positivo: deslocamento em placas mais externas da pele quando esfregadas levemente O diagnóstico é totalmente clínico Tratamento: o A terapia, geralmente, requer hospitalização e antibióticos intravenosos em adultos – normalmente está imunossuprimido o Os pacientes com doença limitada podem ser manejados em casa, com antibióticos orais o A cura ocorre entre 7 e 10 dias o A reepitelização é rápida 15 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII FOLICULITE Definida pela presença de células inflamatórias no interior da parede e óstios dos folículos pilosos, criando uma pústula folicular A inflamação pode ser superficial, confinada à parte superior do folículo piloso, ou pode se estender a todo o folículo piloso Agente Etiológico mais comum: S. aureus Tipos: o Foliculite Superficial: Pústula pequena e frágil fácil rompimento Não interfere no crescimento do pelo Condições predisponentes: Barbear frequente Diabetes Mellitus Roupas Oclusivas Curativos Ambientes quentes e úmidos Imunossupressão o Foliculite Profunda: Pústula centrada por pelo Pode deixar cicatriz É um tipo de pústula maior que a da foliculite superficial Localização: Área da barba e Lábio superior Se não tratada, pode cronificar e causar cicatrizes Pode estar associada à tínea da barba – infecção fúngica – que deve ser tratada em conjunto Doença extensa que deve ser tratada com uso de antibioticoterapia oral o Pseudofoliculite: “Pêlo encravado” Pápulas eritematosas e pústulas Atinge mais homens de cabelos crespos e mulheres, na região pubiana Os pêlos são ulotríquios (recurvados) 16 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII FURÚNCULO Não é causada por bactérias O próprio pêlo penetra a pele e causa um processo inflamatório Tratamento: loções calmantes para pele e laser de depilação Infecção estafilocócica da unidade pilo-sebácea É mais profunda que é a foliculite Apresenta-se como um nódulo ou abscesso doloroso, quente, vermelho e profundo, que se pode se desenvolver a partir de uma foliculite estafilocócica Pode drenar exsudato purulento O principal fator de risco para as furunculoses é a história familiar positiva Junto ao quadro, considerar: anemia, antibioticoterapia prévia, diabetes mellitus, internação prévia, higiene pessoal e doenças de pele associadas Agente Etiológico principal: S. aureus Tratamento: o Drenagem para aliviar a dor do paciente o Descolonização da família: se todas as pessoas da família apresentarem lesões ou se a pessoa tiver muitas recidivas, alguém pode estar transmitindo. o O tratamento é feito com uma semana de uso de sabonete anti-séptico e antibiótico tópico – muporicina – no interior das narinas, axilas e virilhas. o Essas medidas devem ser tomadas mesmo quando os pacientes não apresentem a lesão, pois a colonização por S. aureus não é benigna. 17 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII INFECÇÕES FÚNGICAS SUPERFICIAIS DA PELE* Aula 03 – Dra. Márcia Vivan Micoses Superficiais* São afecções causadas por fungos, acometendo as camadas superficiais da pele, dos pêlos e as unhas. As micoses superficiais se limitam ao extrato córneo composto por queratina. Algumas micoses causam infiltrado inflamatório nas camadas da derme e em outras camadas da epiderme a partir de análise histopatológica. MICOSES SUPERFICIAIS PROPRIAMENTE DITAS Também chamadas de Ceratofitoses São não-queratinofílicas (comensais) Vivem na camada córnea ou sobre a haste livre dos pêlos Não determinam reações inflamatórias por parte do organismo, mas em imunodeprimidos podem se tornar patógenos com fungemia e acometimento de órgãos internos Em imunocompentes são, geralmente, assintomáticos. 1. Pitiríase Versicolor Localização: Pele e Cabelo É o tipo mais comum de Micose Superficial Agente Etiológico principal: Tinea nigra No cabelo, chama-se “Piedra Branca”, “Piedra Preta” Outras nomenclaturas: “Pano Branco”, “Micose de Praia” É uma infecção da camada córnea, causada por leveduras lipofílicas do gênero Malassezia. Ps.: a levedura mais comum é Malassezia furfur É extremamente comum Faz parte da microbiota normal da pele Predominam em áreas ricas em glândulas sebáceas, como couro cabeludo e tronco superior Jovens e adultos, ambos os sexos: levedura lipofílica. Esse tipo de levedura poupacrianças e idosos. Ps.: Maior incidência em áreas seborreicas da pele Fatores predisponentes: o Idade/clima/cosméticos aumentam a oleosidade da pele o Hiperidrose o Predisposição genética – especialmente em pitiríase de repetição, em pessoas com características seborreicas Clínica: o Múltiplas máculas/placas, bem delimitadas, com coloração variável o Lesões podem iniciar pequenas e coalescerem até atingir grandes áreas o Descamação fina o Sinal da Unha ou Besnier: descamação fina (ou descamação furfurácea) quando se atrita a unha o Sinal de Zileri: quando se estica a pele, há uma descamação da mácula sinal patognomômico o Diagnóstico Diferencial: Hanseníase indeterminada, na qual o Sinal de Zileri é negativo o Troncos, ombros, pescoço, braços, face e couro cabeludo são os locais em que a pele é mais oleosa/seborreica. o Antebraços e membros inferiores: raro o 90% das pessoas já possuem o fungo na pele, a doença só se manifesta e dificilmente será transmitida. Em grande maioria, o indivíduo é assintomático o O fungo não causa lesão inflamatória na pele, não há dor ou prurido 18 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII o Coloração é variável com fototipos mais altos, que representam lesões mais hipocrômicas; já nos pacientes de fototipos mais baixos, as lesões podem ser eritematosas ou acastanhadas Diagnóstico o Clínica: idade característica, sinal de Zileri positivo o Luz de Wood: ajuda a diferenciar Pitiríase versicolor de Vitiligo – o vitiligo não muda de cor e na pitiríase a coloração fica com aspecto dourado/esverdeado o Micológico direto/raspado com KOH: pseudo-hifas curtas e células leveduriformes esféricas – padrão “espaguete com almôndegas” o É uma doença que pode ser recidivante ou crônica Tratamento o Tópico: Imidazólicos, 2-3 semanas – cetoconazol, isoconazol, tioconazol o Associação de shampoo antifúngico e cetoconazol o Sistêmico: casos resistentes ou muito extensos – imidazólicos raros o Profilaxia: casos recidivantes – orientar o paciente que há a possibilidade de haver recidiva; lembrar ao paciente da importância de não ficar suado e nem ficar com a pele oleosa o Contagioso? Não. o Exposição ao sol: colabora com a hipocromia. 2. Dermatofitoses (Queratinofílicos): Micoses superficiais cutâneas que parasitam locais queratinizados ou semiqueratinizados da pele, da epiderme, pêlos, unhas (fungos queratinofílicos) As dermatofitoses poupam as mucosas a) TINHAS: o São classificadas de acordo com os gêneros de dermatóficos: Mycrosporum Trichophyton – pele, pêlo e unha Epidermophyton – não atinge o pêlo o Agente Etiológico mais comum: Trichophyton rubrum Principal espécie responsável pelas onicomicoses do pé, tinhas do corpo, tinhas inguinais o São antropofílicos, zoofílicos e geofílicos o São mais adaptados à pele humana, tornando-os mais difíceis de tratar o Transmissão: contato direto ou indireto – fômites A colonização depende muito da imunidade do hospedeiro o Epidemiologia Doença universal Transmissão: contato direto ou indireto Regiões mais acometidas: zonas tropicais e subtropicais Distribuição 19 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Crianças apresentam mais tinhas no couro cabeludo – raro em adultos – e adultos têm mais inguiocriram Imunidade População fechada – creches o Formas clínicas 1. Tinha do Couro Cabeludo: Agente Etiológico: Tinea capitis É mais comum em crianças Possui estreita relação com condições sociais e falta de higiene O cabelo é infectado pelo fungo e quebra perto da vase, formando uma alopecia focal Transmissão: indivíduos ou animais infectados Gênero: Mycrosporum – lesão única – e Tricophyton – múltiplas lesões São resistentes ao tratamento tópico, porque não penetra no folículo piloso. o Para isso, utilizar o tratamento com antibiótico oral Exemplos: o Tinha Tonsurante Microscópica Agente Etiológico: Mycrosporum canis – só forma uma placa Tricofítica Agente Etiológico: Trichophyton tansurans Placas de tonsura – cotos pilosos (alopecia regional) e descamação. Essas placas podem ser únicas ou múltiplas – dependendo do agente etiológico Pode ou não apresentar eritema É um tipo de doença crônica Diagnóstico Diferencial: alopecia areata – não apresenta cotos o Forma aguda Agente Etiológico: Kerion celsi Placa elevada, geralmente única, delimitada Apresenta-se com eritema, dor, pústulas – microabscessos – e pode haver prurido Diagnóstico Diferencial: piodermites Tratamento: tópico, podendo ser necessária a realização de drenagem, em caso de formação de abscesso o Tinha Favosa Forma crônica e grave, porém é um tipo raro Apresenta-se com lesões crostosas, crateriformes em torno do óstio folicular Faz descamação e supuração – escútula fávica ou Godet Resultado de microendemias rurais/interior provocadas pelo agente etiológico Trichophyton schoenleinii As lesões são graves, formam cicatrizes e alopecia definitiva pelo acometimento do bulbo capilar Tratamento: antifúngico oral 20 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII 2. Tinha da Barba: Agente Etiológico: Tinea barbae Tinha clássica na região da barba Clínica: mancha eritemato-papulo-escamosas com formato anular, com vesículas nas bordas; cicatrizes em centro e mais características em bordas Forma sicosiforme: indistinguível de uma foliculite. Essa forma se apresenta com pústulas foliculares com formação posterior de crostas 3. Tinha do Corpo: Agente Etiológico: Tinea corporis Tinha da pele glabra – sem cabelos – também pode ser chamada Impingem Pode ter prurido Forma de placa o Apresentação em forma de placa eritemato-descamativa sem tendência a cura central. o Diagnóstico Diferencial: psoríase Forma inflamatória o Clínica: vesícula, pústula e dor importante Forma típica o Apresentação em forma de lesões eritemato-papulosas que crescem centrifugamente com cura central. o Lesões podem ser múltiplas e confluentes 4. Tinha Inguinal: Agente Etiológico: Tinea cruris Também chamada de Coceira de Dhobi Localização: região perineal ou inguinocruiral – acomete períneo, coxa proximal, glúteos e abdome Mais comum em homens, obesos e diabéticos Poupa bolsa escrotal e não apresenta lesões satélites Apresentação: placas eritemato-descamativas circinadas com bordas definidas; prurido intenso, apresentação bilateral – após prurido, paciente coça e a pele se torna liquenificada, formando um espessamento com acentuação dos sulcos e da cor 21 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Para o tratamento, importante orientar condições de higiene 5. Tinha do Pé: Agente Etiológico: Tinea pedis Outros agentes: Trichophyton rubrum, Trichophyton mentagrophytes, Epidermophyton floccosum Também conhecido como “Pé-de-Atleta” ou “Frieira” Prevalente em homens jovens no verão e em diabéticos Pode servir de porta de entrada para S. pyogenes Forma intertriginosa o É a mais comum o Causa maceração, pode ter eritema e levar a fissuras e descamação na região interdigital Forma escamosa o É crônica o Apresenta-se em forma de lesões eritemato-descamativas o As descamações são do tipo mocassim Bilateral, na região plantar e na região dorsal, como se fosse um sapato Pode causar um espessamento da pele e prurido Costuma ser mais resistente e mais recidivante Forma vésico-bolhosa/inflamatóriao Apresenta-se com lesões vesiculosas, com intenso prurido o Pode apresentar bolhas e pústulas 6. Tinha da Mão: Agente Etiológico: Tinea manuum Muito incomum Geralmente, unilateral e com comprometimento ungueal Apresentação: placas eritemato-descamativas, podendo ou não ser pruriginosas Localização: sulco das mãos 22 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII 7. Tinha das Unhas: Agente Etiológico: Tinea unguium Cuidado! O termo onicomicose engloba outros tipos de fungos São raras na infância – crianças praticamente não apresentam essa forma É bastante comum em idosos São difíceis de tratar, porque as medicações não têm boa penetração ungueal Apresentação: alteração de cor, atrofia, hiperqueratose da lâmina ungueal e descolamento subungueal – a unha se torna grossa, opaca, com tonalidade amarelo-esverdeada, frágeis, com sulcos e irregularidades Diagnóstico Diferencial: psoríase, líquen plano-ungueal. Em caso de acometimento de bordas, suspeitar de infecção por Candida Formas Clínicas o Subungueal Distal/Lateral Mais comum Apresenta-se, comumente, pós-trauma Pode apresentar queratose ungueal e descolamento (onicólise) o Subungueal proximal Comum em imunocomprometidos o Superficial branca Comum em imunossuprimidos Atinge somente a superfície, não aprofunda o Distrófica total Acometimento total da unha O tratamento se faz com uso de antimicótico oral o Onicomicose subungueal bilateral Fatores predisponentes: idosos, diabetes mellitus, história familiar, trauma da lâmina ungueal, tabagismo Diagnóstico 23 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII o Clínica o Micológico Direto – fácil execução, determina o gênero do agente etiológico Coleta adequada – raspagem de lâmina de bisturi, corte da unha e pinçamento dos cabelos KOH 20% Não fornece a identificação do dermatófito Tratamento o Cuidar com cosméticos que aumentam a oleosidade da pele o Manter a pele e os pés sempre secos o Tempo de tratamento é variável de acordo com o local e a forma clínica o Terapêutica pode utilizar antifúngico tópico, sistêmico ou combinado o Uso tópico de amplo espectro, derivados imidazólicos, amorolfina, cicloexilamina, terbinafina o Uso sistêmico para tinha do couro cabeludo é indicação absoluta o Griseofulvina é o tratamento preferido e possui menores efeitos colaterais o Terbinafina é mais específico para dermatofitoses extensas e refratárias à terapêutica tópica ou tinha de unha, com acometimento extenso b) CANDIDOSES: Estão relacionadas com as leveduras Está presente em parte da microbiota normal da boca, flexuras, orofaringe, intestino, vagina e escarro (50% das pessoas) o Pode ocorrer após o uso de antibióticos, por exemplo Atinge mucosas Agentes Etiológicos o Candida albicans é a principal espécie patogênica do grupo o Candida tropicalis, Candida glabrata, Candida krusei, Candida parapilosis, Candida guilliermondii também são agentes etiológicos das candidoses As infecções oportunistas estão relacionadas com a imunocompetência do indivíduo As infecções das candidoses podem ser localizadas ou sistêmicas o A esofágica é muito comum em pacientes imunodeprimidos Fatores predisponentes o Idade – crianças, muito comumente, pode ter na boca. Em idosos, costuma ter por serem imunodeprimidos o Umidade local – dermatite das fraldas e intertrigo (região das dobras) o Gravidez o Antibioticoterapia, corticoterapia e uso de citostáticos o Doenças imunológicas: linfomas, tumores malignos, AIDS o Uso de dentadura o Imunodeficiências primárias o Endocrinopatias – diabetes mellitus, principalmente Classificação o Superficial Não-hematogênica ou mucocutânea o Profunda Decorrente da disseminação hematogênica Clínica 1. Candidíase Oral: Forma mais comum Pode acometer palato, língua, mucosa jugal É o “sapinho” do neonato Caracteriza-se por uma estomatite – placas branco-escamosas, facilmente removíveis 24 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Comum em pacientes imunossuprimidos 2. Queilite Angular: Apresenta-se após contaminação por Candida Localização: ângulo da boca Comum em pacientes que fazem uso de prótese, que não oclui bem o lábio 3. Candidíase Vulvovaginal: Apresenta-se com prurido intenso, leucorreia com corrimento – esbranquiçado, grumoso do tipo queijo cottage. Lesões eritematosas e/ou esbranquiçadas na vulva e na mucosa vaginal Fatores predisponentes: contraceptivos orais, antibioticoterapia prolongada, diabetes mellitus, gravidez, irritação mecânica ou química da mucosa vaginal Tratamento: cremes intravaginais ou Fluconazol – dose única – via oral 4. Candidíase Balanoprepucial ou Balanopostite: Quadro inicial: irritação, maceração e eritema Acomete prepúcio e glande Apresenta lesões eritemato-erosivas na glande, recobertas, ou não, por secreção esbranquiçada No prepúcio, há eritema, edema, ador e prurido Fatores predisponentes: idosos, fimose, secagem insuficiente, cuidados de higiene 25 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Transmissão sexual: não é exclusiva, mas pode ocorrer por essa via 5. Candidose Intertriginosa: Acomete região de dobras – axila, inguinal, interglútea, submamárias Apresenta lesões eritematosas, úmidas, exsudativas, prurido, eritema, maceração, mau cheiro Fatores predisponentes: obesidade, diabetes mellitus, má higiene e umidade Auxílio de diagnóstico por lesões satélites – o intertrigo simples não é ocasionado por infecção fúngica e não apresente lesões satélites 6. Candidíase das Fraldas: Lesões satélites fora da região mais acometida Lesões entre as nádegas fala a favor de candidíase 26 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII 7. Candidose Interdigital da mão/Intertriginosa: Precisa ter mão úmida Exemplos: doméstica, lavadeira, pessoas que ficam com a mão na água 8. Paroníquia Crônica ou Onicomicose: Também chamada de Candidose Ungueal Paroníquia crônica também apresenta dermatofílicos e bactérias (Staphylococcus, Streptococcus, P. aerugynosa) Comum em diabéticos, desnutridos, pessoas que retiram a cutícula e por motivos ocupacionais (mão em contato com água) Paroníquia por Candida apresenta eritema e edema doloroso em torno da matriz ungueal Tratamento o Identificar fatores predisponentes o Orientar os pacientes a evita-los o Terapia tópica: Nistatina, Imidazólicos – cetoconazol, isoconazol, clotrimazol o Terapia sistêmica: refratária, com necessidade de melhora rápida e em casos mais graves Imidazólicos: fluconazol e itraconazol Nistatina em casos de candidíase vulvovaginal refratária e em outros casos mais graves 27 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII INFECÇÕES FÚNGICAS PROFUNDAS DA PELE* Aula 04 – Dr. Hirofumi Uyeda Micoses Profundas* São comuns e tratáveis, em sua maioria As micoses profundas rompem a barreira queratinizada da pele e se instalam na derme São processos infecciosos que podem parasitar desde as camadas mais superficiais do tegumento até os órgãos internos Chegam pelas vias aéreas ou por implantação transcutânea A presença de fungos promove uma resposta imune celular. Na pele, há mobilização da imunidadecelular, com formação de granulomas Fisiopatologia o Os granulomas se formam a partir de doenças infecciosas, nas quais ocorrem reações predominantemente celulares o Inicialmente, ocorre a proliferação dos macrófagos na tentativa de eliminar o agente agressor o Uma falha na eliminação – pela incapacidade de fagocitar o agente agressor – determina a diferenciação dos macrófagos em células epitelióides o As células epitelióides se dispõem ao redor dos antígenos e dos macrófagos, podendo se fundir o Ao se fundir, perdem a membrana e formam células gigantes multinucleadas (granulomas) o Esse processo granulomatoso é circundado pelos linfócitos As micoses profundas são lesões crônicas, infiltradas, endurecidas e de aspecto pontilhado, inicialmente. Na fase mais desenvolvida, torna-se ulcerada O granuloma das micoses é do tipo não-caseoso Em síntese: As micoses profundas são lesões granulomatosass com ulcerações infiltradas, sem secreção e de evolução crônica ou subaguda; causadas por fungos dimórficos; geralmente são assintomáticas ou com pouco prurido SÍNDROMES GRANULOMATOSAS A evolução dessas síndromes é crônica e as não tem formação de secreção Para o diagnóstico diferencial de doenças que podem cursar com a formação de lesões ulcerovegetantes, pensar em BLECT ou PLECT B Lastomicose* L eishmaniose E sporotricose C romomicose T uberculose *Desde a década de 90, a nomenclatura Blastomicose está praticamente em desuso. Por isso, utilizar no lugar de Blastomicose PARACOCCIDEOIDOMICOSE 28 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII PARACOCCIDEOIDOMICOSE CA epidermóide simula uma lesão verrucosa As síndromes verrucosas são: L eishmaniose E sporotricose C romomicose T uberculose Diagnóstico o Pesquisa direta: análise da característica morfológica Não fornece gênero e nem espécie o Cultura: identificação do agente etiológico o Microcultivo: identificação microscópica de acordo com o tipo de brotamento o Sorologia: não confirma, mas dá indícios de contato com o agente agressor – imunidade humoral – através da identificação do anticorpo contra o fungo. Tem valor preditivo negativo, porém, se positivo, não confirma o Biópsia com Punch: anatomopatológico – pesquisa a formação de granulomas Na vigência de um granuloma, há visualização de células gigantes que fazem a fagocitose dos agentes infecciosos A coloração com Grocott-Gomori (GMS) – Metenamina de Prata – permite avaliar melhor o aspecto fúngico o Intradermorreação: avalia a imunidade celular Assim como o PPD > 5 mm é positivo Significa, apenas, que o paciente teve contato com o agente agressor (fungo) o Exames sorológicos: ELISA, Western-Blot, Imunodifusão dupla, Imunoinfluorescência Indireta, Reação de Fixação de Complemento São usados para titulação, em busca da eficiência do tratamento Também conhecida como Blastomicose Agente Etiológico: Paracoccidioides brasiliensis o Também pode ser causada por outros agentes etiológicos, porém muito menos comuns É o tipo de micose profunda mais comum no Brasil – Blastomicose Sul-Americana Foi descrita em 1808, por Lutz Localização: América do Sul, principalmente Brasil, Venezuela e Argentina Prevalência o Idade: 20-40 anos o Sexo: 9 homens : 1 mulher Estrogênio é fator de proteção o Origem: Zona Rural ou Locais com Plantação Patogenia o A infecção não faz aparecem sintomas o Pode evoluir para a cura ou permanecer latente Diagnóstico: Intradermorreação Positiva ou Paracoccideoidoidina Positiva o Infere cura ou latência: indica que houve contato com o agente agressor 29 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII o Existem falsos negativos, principalmente em pacientes anérgicos – reagem imunologicamente Portanto, não excluir o diagnóstico mesmo com índices positivos o Em áreas endêmicas, a maioria das IDRs são positivas. Por isso, que a IDR não é um exame diagnóstico, apenas presuntivo Pode acometer qualquer órgão Vias de penetração o Mucosa orofaríngea – hábito de mascar plantas, capim o Ingestão do fungo o Vias respiratórias o Mucosa intestinal – ingestão do fungo o Inoculação direta – pela pele, por lesão Tipos evolutivos o Aguda/Subaguda Perfil: Jovens Clínica: Febre, artralgia, mal-estar, adenomegalia Características: mais agressiva, linfadenopatia generalizada, hepatoesplenomegalia, comprometimento da medula óssea. Não há presença de muitas lesões cutâneas o Crônica Perfil: Adultos > 20 anos Clínica: Quadro pulmonar Características: mais arrastada, com presença de lesões cutâneas únicas e múltiplas Pode ser Unifocal: mais comum e que acomete apenas um órgão Multifocal: aquela que apresenta imunidade celular e humoral deprimida com comprometimento de vários órgãos o Deve-se fazer diagnóstico diferencial com tuberculose O acometimento cutâneo é mais comum na forma crônica, na qual predominam as lesões gengivais e da orofaringe Formas Clínicas 1. Tegumentar Mucosas: Oral – estomatite moriforme: erosão com pontilhado hemorrágico Apresentação de lesão característica – estomatite moriforme Podem apresentar, ainda, lesões ulcero-vegetantes Aspecto granuloso de amora – Amoriforme: mucosa gengival com pontilhado hemorrágico infiltrado e levando ao amolecimento e queda dos dentes o Diagnóstico diferencial com Leishmaniose Mucosa – Cruz Esfúngica de Escomel Causa disfonia – e também afonia por descer para a orofaringe –, acomete linfonodos regionais, amolece gengivas e causa queda dos dentes 2. Tegumentar Cutânea: Infrequente Transmissão pode ser por via hematogênica ou por inoculação direta A face é o local mais acometido Características: lesões úlcero-crostosas, secas, com infiltração e granulação moriforme. Apresenta, ainda, linfonodomegalia. Além disso, essas características são acompanhadas de lesões pulmonares pela disseminação hematogênica 3. Linfonodulares: Pode ser do tipo primitiva (A) ou secundária disseminada 30 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII O pescoço é a região mais acometida 4. Viscerais: O órgão mais acometido é o pulmão – 50 a 80% Características: infiltrado em forma de asa de borboleta Pode atingir também: intestino (variável), ossos (osteolíticas). Outros sinais: hepatoesplenomegalia Doenças associadas: Síndrome de Addison – comprometimento supra-renal Comprometimento neurológico por causa da associação de tuberculose com paracoccideoidomicose em até 30% dos pacientes Laboratório o Exame direto Micológico direto – raspado das lesões a fresco Aspecto de Mickey Mouse – 2 brotamentos Aspecto de Roda de Leme – múltiplos brotamentos Cultura – 20 a 30 dias Análise dos brotamentos Aspecto Leveduriforme de Pipoca Estourada Biópsia Tecidos com microabscessos de neutrófilos Quadro granulomatoso com encontro do parasito Aspecto de Roda de Leme – multibrotamentos o Pesquisa Indireta Intradermorreação (IDR) – 87% dos casos é positivo Paciente pode não estar doente – falso positivo Pode ser positivo apenas pelo contato com o fungo e negativo pelo paciente ser imunossuprimido Sorologia Cai quando o paciente é tratado Imunoinfluorescência Indireta Útil para acompanhar o tratamento Anticorpo anti-paracoco É um teste quantitativo Tem alta taxa de positivo no início do tratamento Com a evolução do tratamento, a sorologia tem seus índices diminuídos Controle de Cura Cura clínica – resolução dos sinais e sintomas Cura radiológica – estabilização das imagens cicatriciais em duas radiografias com intervalos de 3 meses Cura imunológica – negativação ou estabilização dos títulos de imunodifusão em duas amostras com intervalo de 6 meses Tratamento o Sulfas – quando os pacientes tem impossibilidade de utilizar os imidazólicos o Anfotericina B – deve ser utilizado em ambiente hospitalar, nos casos mais graves. Por isso, o paciente deve ser internado o Derivados Imidazólicos – Cetoconazol, Fluconazol, Itraconazol (é a principal escolha) o O tratamento deve ser realizado de 6 a 12 meses e o paciente deve ser acompanhado por 2 anos através de exames clínicos, radiológicos e sorológicos durante e pós-tratamento 31 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII CROMOMICOSE o Novos antifúngicos sistêmicos: Derivados Triazólicos Voriconazol – Via Oral e Intravenoso Posaconazol Equinocandinas Casponfungina Micafungina Anidulafungina Agentes Etiológicos: Fonsecaea pedrosoi, Fonsecaea compacta, Closdoporium carrionii Todos os agentes etiológicos levam a um mesmo quadro clínico Produzem pigmento de coloração acastanhada. Por isso, são chamados de Fungos Demácios Reprodução por septações que dão origem a estruturas arredondadas chamadas Corpos Fumagóides Transmissão: inoculação dos fungos através de ferimentos e traumas, no meio rural – NÃO há transmissão inter-humana Apresentação mais comum nos membros inferiores, unilaterais, podendo se estender. Tem importante desfiguração Os fungos transmissores vivem em solo, vegetais e produtos vegetais em decomposição Prevalência: maior em trabalhadores do meio rural e profissionais que trabalham com solos ou plantas O estado geral do paciente fica inalterado. Alguns meses após o trauma, surgem pápulas ou nódulos que evoluem e se tornam placas verrucosas (vegetantes) da confluência de lesões verrucosas. Além disso, apresentam aspecto bocelado, infiltrado, com pontos enegrecidos (black dots) e mau odor Disseminação hematogênica ou linfática são raras e não interferem na sobrevida do paciente Diagnóstico o Exame Direto: o pus e a secreção da lesão são diluídos em uma ou duas gotas de KOH a 10% - revela, ao microscópio, presença de corpos fumagóides, cor de charuto acastanhado, no raspado o Biópsia: processo inflamatório, infiltrado e granulomatoso, com corpo cor de charuto Diagnóstico Diferencial: Leishmaniose o Cultura: coloração escura o NÃO tem intradermorreação Tratamento 32 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII ESPOROTRICOSE o Depende do comportamento biológico do fungo, da produção de lesões circunscritas, da eliminação ou destruição da parte contaminada, desde que seja compatível com lesões únicas e pequenas o Criocirurgia, com aplicação de nitrogênio líquido a -198°C: destrói a lesão – aplicar em acometimento tópico e não sistêmico o Cirurgia para exérese: retirada da placa o Eletrocirurgia com bisturi elétrico: passagem de corrente elétrica pela lesão o Medicamentoso Itraconazol – droga de escolha Porém, a resposta às drogas antifúngicas isoladas não é boa! Terbinafina e Anfotericina B – alternativas ao Itraconazol Agente Etiológico: Sporothrix schenckii o Saprófitos da natureza, encontrados no solo e em vários vegetais Transmissão por inoculação direta através de ferimento com material contaminado – manejo de plantas. Além disso, pode haver contaminação a partir do contato com gatos Pode acometer tanto homens quanto animais Localização: geralmente em membros superiores e face. A frequência é menor em membros inferiores e tronco Formas o Cutânea Linfática: É mais comum – representa cerca de 70% dos casos O aparecimento dos sinais e sintomas começam a aparecer 03 semanas após o trauma – a lesão ocorre no ponto de inoculação Características: lesão pápulo-nodular no ponto de inoculação e cadeia linfática que drena a área Cordão de linfangite ao longo do qual se encontram nódulos ou gomas que podem se ulcerar, apresentando aspecto comparável a um rosário. As pápulas seguem o trajeto linfático e pode haver eliminação de material purulento O diagnóstico é possível de inferir pelo quadro clínico quando há característica de trajeto linfático o Cutânea Localizada: É relativamente comum 33 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Acomete, geralmente, face e mucosa orofaríngea NÃO tem linfangite Apresenta vários tipos de lesão: lesões localizadas, com crescimento centrífugo, por contiguidade Lesões Pápulo: nodular que evolui para ulceração e eliminação do exsudato purulento Ulcerosa: faz diagnóstico diferencial com paracoccideoidomicose Verrucosa: Associar com as síndromes (LECT). Não é tão comum o Cutânea Disseminada: É rara Em imunodeprimidos, após a inoculação transcutânea, há disseminação hematogênica Apresenta lesões cutâneas nodulares ou gomosas disseminadas Há disseminação hematogênica do parasito Diagnóstico Diferencial: forma cutânea linfática e leishmaniose Na esporotricose, tem marcado o acometimento linfático Diagnóstico o Fazer isolamento do fungo a partir do tecido ou do exsudato o Cultura: 3-5 dias – crescimento rápido e fácil Colônias castanho-enegrecidas com uso do ágar Sabouraud o Exame direto – raspado À fresco Não reconhece o fungo Geralmente é NEGATIVO o Biópsia – histopatológico Identifica processo granulomatoso com corpos asteroides – fenômeno de Splendori- Hoeppli o Intradermorreação Uso de esporotriquina – é específica Não tem finalidade diagnóstica porque a negatividade só indica que não há resposta celular ao fungo o Provas sorológicas Fixação do complemento Imunodifusão Imunoinfluorescência indireta Soroaglutinação do Látex Tratamento o Solução saturada de Iodeto de Potássio – Via oral: gosto metálico e ruim na boca o Anfotericina B: casos mais graves e gestantes o Itraconazol: droga de escolha o Fluconazol e Sulfa: alternativa o Controle de cura: farmacoterapia deve ser mantida por 01 mês após a cura clínica e realizar cultura da lesão para confirmar sua negativação o Novos tratamentos Voriconazol, Posaconazol: Derivados Triazólicos Capsofungina, Micafungina, Anidulafungina: Equinocandinas 34 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Lembrar que entre os três tipos de micoses profundas NÃO se faz intradermorreação na cromomicose e que, na esporotricose, NÃO se encontram resultados no exame direto 35 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII DERMATOSES CAUSADAS POR VÍRUS HERPES VÍRUS Aula 05 – Dra. Márcia Vivan Na infância, as viroses transmitidas por via respiratória ou pelo contato entre as crianças são predominantes. Destacam-se: varicela, rubéola, mononucleose infecciosa e o sarampo No adulto, muitas viroses são transmitidas pelo contato íntimo ou sexual, como no caso do herpes e do HPV Agente etiológico: Herpes viridae o A família do agente etiológico é formada por vírus de DNA e seu único reservatório é o ser humano. o Portanto, são chamados de Herpes Vírus Humanos (HHV) o Exemplos: Vírus Herpes Simples (HSV-1 e HSV-2), Vírus Varicela-Zóster(VZV), Citomegalovírus (CMV), Vírus Eipstein-Barr (EBV), Vírus Herpes 6 (Agente do exantema súbito) e Vírus Herpes 8 (agente do Sarcoma de Kaposi) Todos possuem capacidade de permanecer longo tempo em latência na célula do hospedeiro o HSV-1: infecções orais e no tronco Muito relacionado à gengivomastite, ao Herpes Orolabial e ao Herpes Cutâneo o HSV-2: infecções genitais Muito relacionado ao Herpes Genital Obs: Embora os tipos de herpes simples estejam amplamente relacionados com tipos de manifestações específicas, ambos podem causar qualquer uma das manifestações – 10-15% dos casos ocorre ao contrário Obs. 2: O sexo oral é geralmente o responsável pelo Herpes Oral por HSV-2 e pelo Herpes Genital por HSV-1 Fases o Infecção Primária: estabelece-se em um gânglio Vírus se replica no local da infecção primária o Infecção Secundária: doença é recorrente no mesmo local Infecção Assintomática: o Títulos elevados de IgG – indica apenas contato com o vírus Transmissão o Gotículas respiratórias o Contato direto com a lesão ativa o Contato com o líquido contendo vírus Secreção do colo uterino Vírions são transportados por neurônios para os gânglios da raiz dorsal (latência) Sintomas o 3-7 dias após o contato o Dor, parestesia leve e queimação o Sintomas prodrômicos na primo-infecção Linfadenopatia Cefaleia 36 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Febre Localização: em qualquer local da pele Lesões o Vesículas agrupadas sobre base eritematosa o Tamanho uniforme o Persistem por 2-4 semanas o Curam, geralmente, sem cicatriz INFECÇÕES PELO HSV-1 – HERPES ORAL Transmissão: contato pessoal, próximo ou íntimo o Indivíduos portadores do HSV-1 transmitem o vírus pela saliva ou qualquer secreção infectada (líquido contendo o vírus), por gotículas respiratórias, por contato direto com a lesão ativa Por não resistir à secagem e à temperatura ambiente, a transmissão por fômites ou aerossóis é difícil 70% dos adultos com mais de 40 anos são soropositivos para HSV-1 e muitos o excretam para fora intermitentemente na saliva ou nas secreções – mesmo quando assintomáticos Os vírions – partículas virais – penetram as mucosas e pequenas soluções de continuidade da pele – abrasões – em qualquer local da pele, atingem a epiderme e a derme e multiplicam-se. Após, atingem as terminações nervosas locais, “caminham” pelos axônios neurais e ganham os corpos celulares dos neurônios do gânglio da raiz dorsal – geralmente do nervo trigêmeo – e o genoma se apresenta em estado latente incorporado ao genoma celular “A qualquer momento o vírus pode voltar a se replicar nos neurônios do gânglio e descer pelos nervos periféricos e terminações nervosas, para, novamente, atingir a pele e causar lesões” Em 75% dos casos, pacientes são assintomáticos e a infecção permanece subclínica mesmo que os títulos de IgG estejam elevados Principal característica do vírus: persistência no organismo do hospedeiro porque ele não é eliminado Na primo-infecção primária herpética o Imaturidade do sistema imunológico específico contra o vírus com diversas manifestações floridas e prolongadas, que podem ou não aparecer. o Essas manifestações podem estar associadas ao aparecimento de sintomas prodrômicos (linfadenopatia, dor de garganta, mialgia, cefaleia, mal estar e febre alta, seguidos de aparecimento de lesões vesiculares dolorosas e múltiplas em lábios, região perioral e cavidade bucal). o Essas manifestações ocorrem cerca de 3-7 dias após a infecção Lesões clássicas o Vesículas agrupadas sobre base eritematosa o Tamanho uniforme o Persistem por 2-4 semanas – autolimitada o Rompem-se, evoluindo para pequenas lesões ulceradas com formação de pequenas crostas o Curam sem formação de cicatriz As lesões, às vezes, podem ficar infectadas devido à infecção secundária, que é a porta de entrada para fungos e bactérias o Quando as lesões atingem o palato e a faringe, pode apresentar odinofagia e a desidratação passa a ser uma complicação comum o A reativação herpética é mais comum em adultos e é desencadeada pela exposição solar, trauma, estresse emocional ou infecção respiratória febril 37 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Inicia-se com um pródromo de dor em queimação/ardência/parestesias na região labial/perilabial – 24 hora antes de surgirem as lesões (vesículas agrudapadas com base eritematosa e unilateral) O quadro clínico é mais brando pelo uso da memória imunológica – sem presença de sinais e sintomas sistêmicos – com manifestações de lesões localizadas As lesões regridem em até 5 dias Infecções recorrentes o Reativação do vírus o Motivações: traumas da pele, fissuras, exposição solar, febre, fadiga e menstruação o É um fecção focal típica sem sintomas sistêmicos o Evolução: eritema pápula vesícula crosta Crostas caem em 8 dias INFECÇÕES PELO HSV-2 – HERPES GENITAL Transmissão: contato sexual É uma doença sexualmente transmissível (DST) A maior parte causada pelo HSV-2 Apresentam-se com infecções leves ou, até mesmo, assintomáticas – o que as diferencia das lesões por HSV-1 é que nessa última as lesões clínicas se manifestam quase sempre Propagam o vírus de forma intermitente no trato genital o 20-50% dos adultos com vida sexual ativa sejam portadores do vírus e podem transmiti-lo quando assintomáticos – o vírus pode ser transmitido na ausência de lesão clínica o É importante orientar o paciente sobre o uso do preservativo, visto que, assim, não apresentará lesão clinicamente visível, mas será um transmissor do vírus do herpes A infecção por HSV-2 também é persistente, com o vírus se mantendo no estado de latência nos gânglios sacrais Lesões o Dolorosas o Vesiculares o Com base eritematosa o Evolução: úlceras soro-hemorrágicas, sem formação de crostas o Homens: lesão na glande e no prepúcio o Mulheres: lesão nos grandes e pequenos lábios, clitóris e colo uterino 38 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII VARICELA Também chamada de Catapora Infecção viral altamente contagiosa Agente Etiológico: Vírus Varicela-Zóster (VZV) o Família do Herpes Vírus É uma doença febril, que apresenta exantema vesicular disseminado, de curso benigno – na maioria das vezes – e que resulta na permanência do vírus em estado latente nos neurônios dos gânglios sensoriais A reativação do Vírus Varicela-Zóster latente resulta em Herpes Zóster o Varicela: primo-infecção pelo Vírus Varicela-Zóster o Herpes Zóster: reativação do Vírus Varicela-Zóster É altamente contagioso Transmissão: contato direto com as secreções das vesículas ou, ainda, por gotículas de secreção respiratória Taxa de ataque: 90% - percentual de contaminados após o contato com indivíduo infectado o Ao entrar em contato com alguém que tenha, dificilmente não desenvolverá a doença também Período de Incubação: 2-3 semanas Evolução: um indivíduo infectado passa a eliminar o vírus cerca de dois dias antes do início da erupção – um transmissor antes mesmo de expressar os sinais e sintomas clínicos – e cessa no momento em que todas as lesões estiverem sob a forma de crostas Sintomas o Prodrômicos: febre, cefaleia, anorexia e mal estar o Exantema o Lesões Vesículas o Formação de pus e vesículas Localização: predominantemente no tronco o O exantema inicia no couro cabeludo, face e pescoço, disseminando para o tronco e extremidades 39 Bernardode Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII Polimorfismo de lesões – coexistência de lesões em vários estágios de desenvolvimento – é um aspecto muito característico da doença: Só se observa essa característica na VARICELA É uma doença comum em crianças o Primo-infecção ocorre antes do 15 anos Duração: 2-3 semanas Pode haver sintomatologia e formação de cicatrizes – infecção bacteriana secundária Confere imunidade permanente o Após a primeira infecção, não há uma segunda A vacina também confere imunidade o Confere eficácia superior a 95% em adultos e crianças o 02 doses Criança: intervalo de 4 anos Adulto: intervalo de 1 mês Imunossuprimidos o Varicela progressiva Envolvimento visceral com lesões hemorrágicas e necróticas Apresenta risco de encefalite e pneumonia – complicações raras em crianças mas que podem ocorrer na primo-infecção dos adultos e em imunossuprimidos Infecção no primeiro trimestre de gestação pode levar ao desenvolvimento de Síndrome da Varicela Congênita – SVC – que é uma embriopatia, que evolui para a microftalmia, catarata e atrofia cortical O vírus pode permanecer em latência no gânglio nervoso de qualquer gânglio da medula espinhal ou dos pares cranianos Adultos o Erupção mais extensa, com maior risco de pneumonia e complicações do sistema nervoso central o Se o adulto nunca teve contato com o vírus e não tomou a vacina, é indicada a imunização Gestantes e Imunodeprimidos o Se entrarem em contato com o vírus, deve-se fazer prevenção com a imunoglobulina para a Varicela-Zóster em até 96 horas Diagnóstico o Clínico o Manifestações: exantema típico e história epidemiológica de contato o Teste de Tzanck Pode auxiliar no diagnóstico Citologia realizada a partir do raspado das lesões Permite a identificação de células gigantes e multinucleadas – típicas da infecção pelo Vírus Herpes e Varicela – apesar de não identificar qual dos dois tipos de infecção é. o Sorologia Pesquisa de IgM Aumento dos títulos em mais de 10 vezes Útil para identificar infecção aguda o Tratamento Sintomático Analgésicos: paracetamol Antitérmicos Anti-histamínicos: diminuem o prurido Fazer o tratamento e aguardar o curso da doença: benigno e autolimitado 40 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII HERPES ZÓSTER Evitar o uso de AAS: aumento do risco de Síndrome de Reye Deve-se orientar o paciente a se afastar das atividades até que todas as lesões estejam em fase de crosta É um tipo de infecção cutânea viral que envolve a pele de um dermátomo Apresenta-se como uma erupção unilateral, que raramente ultrapassa a linha média, seguindo o trajeto de um nervo: principal característica da doença – as lesões tornam-se crostas e tendem a desaparecer de 2-4 semanas o Dermátomo: área cutânea inervada por um nervo em específico Trata-se de uma lesão elementar A incidência aumenta com a idade. É mais comum após os 40 anos de idade, especialmente em idosos o A incidência se relaciona com o aumento da idade porque há redução da imunidade celular o Em pacientes jovens, se a lesão for extensa, deve-se investigar imunossupressão Clínica: paciente refere pródromo de dor em queimação, prurido ou ardência na área do dermátomo, acometido; 4-5 dias depois, surgem as lesões o A dor é intensa e decorrente da necroinflamação do gânglio reativado, podendo simular pleurisia, infarto agudo do miocárdio, abdome agudo e enxaqueca A complicação mais comum é a infecção bacteriana secundária A principal complicação é a neuralgia pós-herpética o Atinge 20% dos pacientes o Dor intensa e persistente (> 30 dias), em queimação o Disestesia da área afetada mesmo com o desaparecimento das lesões Decorre de lesão dos nervos periféricos, que leva a um menor limiar de ativação da dor A doença é mais grave em indivíduos com doenças sistêmicas, linfomas, transplantados e HIV, com acometimento extenso por mais de um dermátomo o Pode ser o primeiro sinal clínico da AIDS. Por isso, solicitar anti-HIV o Não confere imunidade duradoura e não é tão recidivante quanto o herpes simples. Geralmente, o paciente apresenta três episódios durante a vida O tratamento da dor é feito com corticoides ou ADT o Aciclovir – 800mg/dia – Via Oral – 5 dias 41 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII MOLUSCO CONTAGIOSO Comprimidos de 200mg Paciente deve tomar 4 comprimidos por dia Deve ser iniciado nas primeiras 72 horas É um tipo de infecção viral da pele Comum na infância Agente Etiológico: Poxvírus Transmissão: contato interpessoal ou individual o Auto-inoculação o Arranhaduras o Disseminação Localização: mais comum, tronco e membros Apresentação: lesões papulosas, rosadas, umbilicadas – umbilicação central – de aproximadamente 0,5cm, geralmente agrupadas e sem base eritematosa A maioria das apresentações são autolimitadas – 6 a 9 meses Prevalência: em adultos é rara e, quando ocorre, atinge a região genital, pois sua transmissão é sexual – é uma DST – e não costuma atingir tronco e face. Se isso ocorrer, investigar HIV Tratamento: curetagem é o método de escolha para o tratamento. pode-se optar por uso de Nitrogênio Líquido 42 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII HPV VERRUGA VULGAR Neoplasias epidérmicas Agente Etiológico: HPV – Vírus Papiloma Humano o Vírus de DNA o Família: Papovavírus Infecta células epiteliais da pele e mucosas, gerando neoplasias malignas e benignas Existem mais de 200 subtipos de HPV – um grupo infecta a pele e é responsável pelas verrugas e o outro infecta a genitália e causa condiloma acuminado, neoplasia intraepitelial e carcinoma de colo uterino, vulva, pênis e ânus É uma papilomatose da pele o Verruga é uma lesão lisa que evolui para papulovegetante – verrucosa – hiperceratósica, de tamanho variável, decorrente de hiperproliferação epitelial localizada – HPV induz a hiperplasia e a hiperqueratose o As verrugas podem ser únicas ou múltiplas, com presença de vasos sanguíneos trombosados (patognomônico) que são vistos por meio de dermatoscópio como pontos enegrecidos Calos não apresentam os vasos Agente Etiológico: HPV subtipos 1, 2 e 4 Apresentação: prevalência de verrugas maior em crianças e, principalmente, em adolescentes e diminui com a idade Transmissão: contato direto interpessoal, por autoinoculação ou por fômites – piscinas e recintos esportivos As lesões predominam em locais de trauma – mãos e plantas o Podem ser permanentes mas a maioria desaparece espontaneamente, com remoção de até 2/3 em dois anos A verruga vulgar é o tipo de verruga humana mais comum e clássico Fatores predisponentes 43 Bernardo de Lima – Medicina – UNIOESTE – Cascavel/PR – Turma XVIII VERRUGAS GENITAIS o Crianças com dermatite atópica o Imunossupressão – principalmente em adultos o Reservatórios são os pacientes com infecção clínica ou subclínica Diagnóstico é, principalmente, clínico Tratamento o Destruição total da verruga, juntamente com pequena parte da epiderme sã logo abaixo da lesão – redução do risco de recidiva da virose o Destruição com crioterapia – nitrogênio líquido – e ácido salicílico 16,5% – por dois meses É um tipo de condiloma acuminado Agente Etiológico: HPV 6, 11, 16 e 18 Transmissão: sexual – É um tipo de DST É a manifestação
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