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PATOLOGIA CLÍNICA HEMOGRAMA *Um dos exames mais básicos e mais solicitados *Hemograma completo: Eritograma -> avaliação dos eritrócitos Leucograma -> avaliação dos leucócitos Plaquetas HEMATOPOIESE *Produção de células sanguíneas *Célula tronco presente na medula óssea capaz de se diferenciar em qualquer célula sanguínea, dependendo do estimulo -> eritropoietina *A eritropoietina é produzida no rim -> estimula a célula tronco na MO a se diferenciar em eritrócito *A trombopoietina também é um estimulo e é o fator estimulador de plaquetas *Outros estímulos: interleucinas, fator de necrose tumoral alfa, fator estimulador de colônias - > estimulam a MO a produzir leucócitos ERITROGRAMA *Avaliação dos eritrócitos *Dividido em 3 partes: 1º -> contagem de eritrócitos 2º -> concentração de hemoglobina 3º -> hematócrito -> mais importante, é o que usa para classificar a anemia *Hematócrito: o quanto o paciente tem de eritrócitos em porcentagem *Valor normal cão: 37-55% -> abaixo disso é anemia *Depois das 3 etapas, faz-se o cálculo dos índices: VGM: volume globular médio. Tamanho médio dos eritrócitos CHGM: concentração de hemoglobina globular média *São aplicados quando há anemia FORMAÇÃO DO ERITRÓCITO Eritoblasto -> maturação 24h -> diminui de tamanho e diminui o núcleo -> maturação 24h -> diminui tamanho e diminui núcleo -> maturação 24h -> metarubrócito -> maturação 24h -> reticulócito (perde o núcleo, pouca hemoglobina) -> maturação 24h -> eritrócito adulto (pequeno, anucleado) *Final BLASTO: significa que é a primeira da sua linhagem *O eritrócito transporta oxigênio através da hemoglobina *O eritrócito adulto já sai da MO com hemoglobina -> também é produzida na medula dentro das células da linhagem quando elas perdem o núcleo *Reticulócito tem pouca hemoglobina, carreia pouco oxigênio; eritrócito tem muita hemoglobina, carreia muito oxigênio ANEMIA *Diminuição de eritrócitos, hemoglobina e hematócrito no hemograma *2 tipos: Regenerativa: VGM alto e CHGM baixo. Hemólise, hemorragia Arregenerativa: VGM e CHGM normais. DRC (eritropoietina), aplasia medular (ausência/poucas células tronco), nutricional (ferro, vitaminas do complexo B12, ácido fólico), hormonal (hipotireoidismo) ou anemia da doença crônica (inflamação) *Importante classificar as anemias pois possuem causas e tratamentos diferentes; a maneira de classifica-las é através do VGM e do CHGM *Na anemia regenerativa, tem poucos eritrócitos no sangue, mas a medula óssea responde -> acelera a produção liberando aqueles que estão quase formados -> são maiores que o eritrócito adulto -> VGM alto, assim como possuem pouca hemoglobina -> CHGM baixo. Ocorre sempre por perda de sangue, interna ou externamente *Na anemia não regenerativa há poucos eritrócitos no sangue, mas a medula não compensa -> não produz e nem libera mais do que o normal -> só tem eritrócito adulto na circulação -> VGM e CHGM normais. DRC não há produção de eritropoietina -> não há estimulo para a medula; na aplasia ou hipoplasia de medula não há célula tronco ou há pouca; para que haja maturação eritrocitária na medula, necessita de 3 nutrientes: ferro, vitamina B12 e ácido fólico; o hormônio tireoidiano regula o metabolismo -> no hipotireoidismo a medula funciona devagar; a anemia da doença crônica pode ocorrer em pacientes com inflamações crônicas -> neoplasia -> estimula a medula a produzir leucócitos continuamente desacelerando a produção de eritrócitos VGM *Alto: macrocitose. Anemia macrocítica, ocorre na regenerativa *Normal: normocitose. Anemia normocítica, ocorre na não regenerativa *Baixo: microcitose. Anemia microcítica, é raro *Anisocitose: eritrócitos de tamanhos diferentes na lamina, grandes e normais. Ocorre na regenerativa CHGM *Alto: não existe, é erro -> indica hemólise no momento da coleta *Normal: normocromia. Anemia normocrômica, ocorre na não regenerativa *Baixo: hipocromia. Anemia hipocrômica, ocorre na regenerativa *Policromasia: eritrócitos de cores diferentes, ocorre na anemia regenerativa ANEMIA REGENERATIVA – CAUSAS: *Hemorragia: gastrintestinal (parvovirose, neoplasia), intra-abdominal (trauma), espoliação de ectoparasitas (infestação de pulgas ou carrapatos), traumas (os órgãos mais propensos a sofrerem trauma são baço e fígado por serem friáveis e extremamente vascularizados) *Hemólise: 2 tipos: Intravascular: eritrócitos rompem dentro do vaso Extravascular: eritrócitos rompem em um tecido/órgão *O tecido que mais corre hemólise extravascular é o baço -> fisiologicamente destrói eritrócitos velhos, mas em patologias acaba destruindo também eritrócitos adultos que tenham algum defeito. *Se a hemólise é intravascular significa que há algo no sangue destruindo os eritrócitos -> parasitas (babesia, micoplasma, hemobartonela) ou toxinas (veneno de cobra, aranha marrom, cebola) ou vírus (AIE) *A principal causa de hemólise extravascular é a infecção por uma doença infectocontagiosa *Na lamina pode-se visualizar fragmentos de eritrócitos -> hemólise intravascular *Na hemólise extravascular não há visualização de fragmentos na lamina porque eles não estão rompendo no vaso; o que se visualiza é a formação de RULÔ -> eritrócitos grudados entre si por um complexo antígeno-anticorpo -> quando o paciente entra em contato com uma doença infecciosa em que há um antígeno (por exemplo erliquiose), o antígeno vai se ligar nas células para causar doença e o organismo se defende com imunidade celular e humoral -> produção de anticorpos que se ligam ao antígeno formando um complexo antígeno-anticorpo, não se ligando em outras células; uma célula de defesa fagocita-o mas pode se depositar na membrana de eritrócitos -> forma um ‘’defeito’’ e é destruído pelo baço -> anemia hemolítica imunomediada, hemólise extravascular, visualização de rulô *Esferócitos: quando tem muito eritrócito com complexo antígeno-anticorpo na circulação e o baço não dá conta de destruir tudo, ele ‘’morde’’ retirando apenas o defeito (complexo Ag/Ac) -> volta para a circulação com volume diminuído e a hemoglobina precisa se apertar na hemácia -> perde a concavidade e vira uma esfera -> também indica anemia hemolítica imunomediada *Corpúsculo de Heinz: aparece quando há oxidação da hemoglobina -> intoxicação por cebola é a principal causa; cada eritrócito com corpúsculo de Heinz vai se romper -> hemólise intravascular ANEMIA NÃO REGENERATIVA – CAUSAS: *Doença crônica: doença com mais de 21 dias de evolução, exemplo: neoplasias. Estimulo constante de fatores de estimulação de leucócitos. A anemia é leve -> hematócrito não é inferior a 27% *DRC: por diminuição de EPO ou por meia-vida reduzida -> azotemia leva a diminuição da meia-vida de eritrócitos *Aplasia/Hipoplasia de medula: é mais frequente no Nordeste em regiões quentes -> Leishmaniose -> doença infecciosa que destrói a medula; parvo e cinomose também; estrogênio em excesso; neoplasias intramedulares; quimioterápicos; erliquiose *Deficiência hormonal: hipotireoidismo, diminuição do metabolismo, anemia leve *Nutricional: deficiência de ácido fólico, vitamina B12, ferro por alimento ou verminose. Anemia leve POLICITEMIA *Muitos eritrócitos no sangue *2 tipos: Relativa: pouco plasma -> desidratação -> ao fazer Fluidoterapia volta ao normal. Hemoconcentração, hematócrito não ultrapassa 65% Absoluta: é verdadeira Fisiológica: cidades com alta altitude -> quantidade de oxigênio é menor -> libera mais eritrócitos; liberação de adrenalina (estresse) -> contração esplênica -> sangueque estava armazenado vai para os vasos -> aumento de volume sanguíneo Patológica primária: problema na medula -> Leucemia Eritroide Crônica/Policitemia Vera Patológica Secundária: morte de eritrócitos por falta de oxigênio (garrote), o rim recebe a informação e libera EPO -> policitemia secundária ao garrote; outras causas: neoplasia que obstrui o fluxo de um órgão ou membro, torção de órgãos, pneumonia com baixa oxigenação, obesidade (respira mal), neoplasia funcional produtora de EPO (síndrome paraneoplasica) -> mucosa congesta e seca -> sangue tão viscoso que não consegue fluir normalmente -> oxigena mal -> SNC é o principal órgão que sente a falta de oxigênio -> cães com policitemia podem ter sinais neurológicos LEUCOGRAMA LEUCOCITOSE *Pode ser fisiológica em resposta à liberação de adrenalina ou cortisol *Leucograma de estresse: Adrenalina (estresse agudo): neutrofilia, linfocitose, monocitose e eosinofilia Cortisol (estresse crônico -> HAC, corticoterapia): neutrofilia, linfopenia, monocitose e eosinopenia LEUCOCITOSE REATIVA *Em resposta às doenças *Aumento de um tipo de leucócito determina a causa, tempo de evolução e prognóstico *Para determinar qual a doença, precisa ver qual o tipo de leucócito que está aumentando ou diminuindo 1. NEUTRÓFILO *Célula de defesa que faz fagocitose com maior interesse por bactérias *Se movimenta por diapedese *É bactericida -> dentro do neutrófilo existem vacúolos repletos de enzimas que fazem autólise de bactérias e acabam digerindo o neutrófilo também *Formação do neutrófilo: Mieloblasto -> Prómielócito -> Mielócito -> Metamielócito (núcleo em forma de rim) -> Neutrófilo bastonete -> Neutrófilo segmentado/adulto *O neutrófilo adulto é chamado de neutrófilo segmentado pois já sofreu segmentação do núcleo na sua formação *Neutrófilo é a primeira linha de defesa *Como é a primeira célula de defesa, existem neutrófilos na corrente sanguínea e também marginados na membrana do endotélio vascular; à medida que se deslocam para o tecido, aqueles que estão marginados entram no sangue -> Pool Circulante e Pool Marginal *Possuem o citoplasma transparente e núcleo bem roxo *O normal é encontrar 3-5 segmentos *Neutrófilo Hipersegmentado: neutrófilo muito velho -> significa que não estão conseguindo sair da circulação para ir para o tecido -> quem impede essa deslocação é o CORTISOL -> estresse crônico, HAC, corticoterapia *Bastonetes são liberados na corrente sanguínea pela MO quando há infecção em um tecido que não está sendo contida pelo pool circulante e marginal; quanto mais grave a infecção, mais neutrófilos jovens são liberados -> Desvio Nuclear de Neutrófilos à Esquerda. Principalmente em infecções bacterianas *Neutrófilo Tóxico: liberação de neutrófilos malformados pela MO, indica que está acelerada a produção, alta demanda tecidual. Possuem citoplasma azulado *A sobrevida de um paciente depende da quantidade de neutrófilos jovens no sangue; quanto mais neutrófilos tóxicos -> menor a sobrevida, pior o prognóstico *Corpúsculos de Lentz -> patognomônico para cinomose NEUTROFILIA: bactérias, vírus, protozoários, fungos, queimaduras, traumas, neoplasias, etc. NEUTROPENIA: consumo exacerbado -> endotoxemia (piometra) ou diminuição da produção medular (menos frequente) 2. MONÓCITOS *Segunda linha de defesa *Célula grande, bem azulada *É uma célula jovem -> só amadurece quando está no tecido -> macrófago (células gigantes multinucleadas) *Monócito ativado: maior citoplasma, menos azulado e vacuolizado -> significa que está começando sua maturação em macrófago ainda na circulação porque a demanda tecidual é alta *O macrófago é a segunda célula de defesa porque vem quando os neutrófilos já morreram, para fagocitar os restos de neutrófilos e bactérias que ficaram no tecido *Aumenta a demanda de monócitos quando a infecção já está mais crônica MONOCITOSE: parvovirose, coronavirose, erliquiose, leucemia, afecções crônicas (início da fase crônica) MONOCITOPENIA: não existe -> o valor de normalidade mínima é 0 3. LINFÓCITOS *Terceira linha de defesa *Pequeno, núcleo roxo, citoplasma claro *Quando há injuria, os linfócitos do sangue vão para os órgãos linfoides (linfonodos) -> por isso em pacientes com doenças agudas há lifadenomegalia *Num estágio mais crônico os linfócitos vão até o local da injuria para produzir anticorpos contra o agressor -> fase aguda há linfopenia (linfócitos nos órgãos) e frase crônica há linfocitose *Linfócito reativo: está produzindo anticorpo -> se o paciente foi vacinado há 15 dias pode ser por causa da vacina. Grande, azulado, bastante núcleo LINFOCITOSE: afecções crônicas, pós-vacinal, fase crônica de doenças virais LINFOPENIA: afecções agudas, quilotórax, fase aguda de doenças virais *Quilotórax: ocorre quando há o rompimento de um vaso linfático presente no tórax -> ducto torácico; ocorre mais frequentemente em gatos com trauma 4. EOSINÓFILOS *Célula repleta de grânulos eosinófilos cor-de-rosa *Os grânulos possuem histaminase -> degrada histamina -> recrutados em reações alérgicas para degranular (principal modo de ação) *Outro local que também há bastante histamina é a parede celular de endoparasitas EOSINOFILIA: parasitoses, alergias, mastocitoma, leucemia EOSINOPENIA: sem importância clinica 5. BASÓFILOS *Célula cheia de grânulos roxos, semelhante ao eosinófilo *Mesmo modo de ação dos eosinófilos *É raro, quase não aparece porque o eosinófilo já executa a função que o basófilo executaria BASOFILIA: mesmas causas de eosinopenia BASOPENIA: não existe COAGULAÇÃO *Plaquetas -> resquícios do megacariócito -> célula grande que explode na MO DEFICIÊNCIA NA COAGULAÇÃO: coagula pouco; sangramentos -> epistaxe é o sinal mais comum, mas também podem ocorrer sangramentos na orelha e TGI EXAGEIRO NA COAGULAÇÃO: coagula demais; formação de vários trombos; mais comum em humanos; em animais é mais frequente em gatos em membros pélvicos HEMOSTASIA PRIMÁRIA *Primeira fase da coagulação *Rompe um vaso -> lesão vascular -> proteína tecidual entra no vaso -> Fator Tecidual -> dá início à coagulação; quem percebe o fator tecidual são as plaquetas -> aumentam de tamanho e se fundem umas às outras formando um agregado plaquetário -> se aderem ao local da lesão -> junta uma proteína de ligação -> Fator de Von Willebrand -> Tampão Hemostático (coágulo/trombo) -> instável, necessita da formação de um coágulo estável -> hemostasia secundária HEMOSTASIA SECUNDÁRIA *Mediada por vários fatores de coagulação -> proteínas produzidas pelo fígado que estão presentes no sangue de forma inativa; quando o fator tecidual entra no vaso, ele ativa o primeiro fator de coagulação -> que ativa o segundo -> que ativa o terceiro... -> cascata da coagulação *A última fase da cascata é quando o fibrinogênio é ativado em fibrina -> coágulo estável *A hemostasia terciária é chamada de fibrinólise -> quebra da fibrina HEMOSTASIA TERCIÁRIA – FIBRINÓLISE *Serve para reparo tecidual *Ocorre em torno de 24-48 horas após a formação da fibrina *Também se inicia com o fator tecidual para que não seja formada fibrina em excesso EXAMES SOLICITADOS *Dependem dos sinais clínicos *Epistaxe e petéquias -> problema na hemostasia primária 1. HEMOSTASIA PRIMÁRIA DEFICIENTE: avalia plaquetas ou Fato de Von Willebrand *Plaquetas: Quantidade -> contagem plaquetária (hemograma) Função -> tempo de coagulação e tempo de sangramento da mucosa oral (melhor) *Fator de Von Willebrand:dosagem do fator *Trombocitopenia: diminuição da produção (problema na medula óssea, erliquiose, leishmaniose, fiv/FeLV, quimioterapia), aumento na destruição (erliquiose), sequestro para o baço (baço congesto, pacientes sob sedação/anestesia, incomum) ou consumo (CID) *Trombocitose: aumento da produção (leucemia, pouco frequente), diminuição da destruição (aumento de cortisol no sangue), fisiológica (liberação de adrenalina) *Tempo de retração do coágulo: colhe o sangue e coloca em um tubo sem EDTA -> a cada 1 minuto inverte o tubo para ver se já formou coagulo -> quando coagular para o cronômetro, o normal é 4-9 minutos; pouco sensível *Tempo de sangramento da mucosa oral: paciente contido sem sedação/anestesia, fazer lesão na mucosa oral acima do canino, conta o tempo até parar de sangrar, não pressionar *Dosagem do fator: exame caro, não feito na rotina. Se tem deficiência do fator, é doença congênita -> sinais clínicos em animal jovem -> cai dente de leite e não para de sangrar. Cão com epistaxe e petéquias e todos os exames de coagulação normais -> doença de von willebrand *Equimoses, hematomas, hemartoses -> problema na hemostasia secundária (sinais clínicos que não antecedem trauma) 2. HEMOSTASIA SECUNDÁRIA DEFICIENTE: avalia fatores de coagulação e fibrinogênio *Fibrinogênio: dosagem fácil. Avalia quantidade de proteínas do plasma, deixa o plasma em banho maria em temperatura alta por 3 minutos e conta de novo as proteínas, faz a diferença de valores. Normal 0,2-0,5 *Fatores de coagulação: TP: tempo de protrombina. Via extrínseca e via comum da coagulação TTPA: tempo de protrombina parcial ativada. Via intrínseca e via comum Dosagem dos fatores: caro, não feito no brasil Avaliação hepática Avaliação vitamina K: 4 fatores de coagulação são dependentes de vitamina K. Deficiência de vitamina K está relacionada com intoxicação por rodenticida URINÁLISE *É o melhor exame para avaliar início de doença renal *Só tem azotemia quando ¾ dos nefrons estiverem afuncionais EXAME FÍSICO *Volume: mínimo 5 ml, ideal 10ml *Cor: normal amarela Azul: intoxicação por azul de metileno (comum, quando o proprietário acha que o animal está com cistite e dão Pirydium, acaba intoxicando) Esverdeada: infecção por Pseudomonas (gera pigmento verde) Alaranjada: urina concentrada Vermelha: hematúria (sangue, cistite, trauma, neoplasia), hemoglobinúria (hemoglobina, hemólise intravascular) ou mioglobinúria (mioglobina, lesão muscular) Marrom: melanina, sulfonamidas, mercúrio ou os 3 anteriores (urina cor de Coca-Cola) Amarelo ouro: bilirrubina Branco: cristais de fosfato (mais comum em equinos) *Aspecto: normal límpida Turva: muita coisa, célula ou cristal, descobrir o que é na sedimentoscopia *Densidade: relação entre soluto e solvente. Cão normal 1030 (1020 – 1045), gato normal 1035 (1035-1060, urina mais concentrada), grandes animais normal 1025 (1015-1030) O nefron possui a capsula de Bowman, que recebe a urina e o sangue que será filtrado; depois tem o túbulo contorcido proximal, onde há reabsorção de tudo que precisa voltar para o sangue; depois tem a alça de henle, o túbulo contorcido distal que desemboca no ducto coletor que coleta a urina formada. Na capsula de Bowman está o glomérulo, uma estrutura porosa; quando o sangue chega na capsula, as estruturas grandes não conseguem passar pelo glomérulo; agua, gordura e eletrólitos passam, e são chamados de ultrafiltrado glomerular (UFG); conforme o UFG vai passando pelo túbulo, vai reabsorvendo para um vaso que acompanha; a agua é reabsorvida até que a densidade da urina chegue aos valores normais para a espécie (1020 – 1045); se o paciente tem a densidade diminuída, significa que há um problema tubular -> não consegue reabsorver; é a primeira alteração do doente renal. A densidade do UFG é 1008-1012; se a densidade da urina for algo entre esses valores, por exemplo 1010, indica ISOSTENÚRIA -> significa que toda agua da urina não está sendo reabsorvida, péssimo prognóstico EXAME QUÍMICO *Química seca -> tiras de urina *pH: sofre variações fisiológicas durante o dia por causa da alimentação; carnívoros possuem pH mais ácido (em torno de 6,0), herbívoros pH mais alcalino (em torno de 8,0). Alterações no pH indicam alteração alimentar ou infecção urinária *Proteína: proteinúria geralmente indica um problema renal e pode ser pré, renal ou pós- renal. A proteína não passa normalmente pelo glomérulo. Proteinúria Pré-renal: estresse, febre (desnaturação proteica -> diminui tamanho da proteína -> passa pelo glomérulo), exercício muscular intenso Proteinúria renal: glomerulopatias (lesão glomerular deixando a proteína passar -> glomerulonefrite) Proteinúria Pós-Renal: hematúria -> a proteína está no sangue e vai junto -> infecção, neoplasia, trauma *Glicose: a glicose passa livremente pelo glomérulo, porém é reabsorvida por inteiro nos túbulos. Os túbulos possuem um limite máximo para reabsorção de glicose -> limiar de exceção renal da glicose -> cão 180 e gatos 240; quando glicemia maior que esses valores -> glicosúria. Se a glicemia está em valores normais e ainda assim há glicosúria -> túbulos não estão reabsorvendo corretamente, o paciente tem uma tubulopatia, problema renal *Corpos cetônicos: são produtos da lipólise -> principalmente quebra de triglicerídeos -> são ácidos voláteis. Há lipólise e formação de corpos cetônicos em jejum prolongado e diabetes mellitus *A tira de urina também serve para diferenciar se há hemoglobina ou hemácia na hematúria. Se não tem fita, centrifuga a urina -> se as células precipitarem, é hematúria; se ficar tudo vermelho, é hemoglobinúria *Nitrito: é formado na urina quando existem bactérias que transformam nitrato (normal na urina) em nitrito. Positivo -> diagnóstico de infecção urinária; Negativo -> não descarta infecção urinária, pois nem todas as bactérias fazem essa transformação *Bilirrubina: quando há bilirrubinúria, clinicamente o paciente está ictérico, e a icterícia pode ser pré, hepática ou pós-hepática SEDIMENTOSCOPIA *A urina é centrifugada e tudo que precipitar é visualizado no microscópio Sedimentos inorgânicos: cristais Sedimentos orgânicos: células descamativa, eritrócitos, leucócitos, cilindros, espermatozoides, parasitas *Células: podem aparecer 3 tipos de células Células da pelve renal: quando há lesão da pelve -> -pielonefrite Células de transição: compõe o epitélio da vesícula urinária, podem aumentar e diminuir de tamanho, liberadas quando há cistite Células de descamação: comum, podem ter vindo de qualquer parte do trato urinário, é uma célula envelhecida Célula caudada da uretra: igual a célula da pelve renal, significa que houve lesão uretral; se a urina foi coletada por cistocentese, não é da uretra, é da pelve; se foi por sondagem, é da uretra *Sangue: Eritrócitos > 4-5 -> hemorragia Leucócitos > 5-8 -> inflamação *Leucócitos e bactérias: bacilos ou cocos. Bacilos mais comuns encontrados: E. coli *Cilindros: o cilindro sempre se forma quando há uma lesão glomerular. Se tem cilindro na urina -> significa que há proteinúria renal -> problema glomerular. As proteínas se depositam no fundo da alça de henle -> se aderem -> obstrução tubular -> pressão aumenta dentro do túbulo -> sai tudo junto -> cilindro hialino. Se começar a passar células sanguíneas, elas se juntam com o cilindro do túbulo, assim como leucócitos, formando o cilindro celular. Se o cilindro celular ficar muito tempo no túbulo, as hemácias morrem formando o cilindro granuloso, cheio derestos celulares -> é o pior, significa que o glomérulo já está lesionado há muito tempo. Quando os grânulos dissolvem e o cilindro perde água, sai uma estrutura retangular com rachaduras -> cilindro céreo -> dano glomerular grave e crônico. *Cristais: formados a partir da liberação de sair na urina vindos da alimentação. Possuem capacidade de se agregar formando cristais -> também podem se juntar formando urólitos. Importante realizar manejo alimentar e hídrico para evitar a formação de cristais e diluir a urina. Cristais de bilirrubina: comum. Cristais de biurato de amônio: insuficiência hepática Cristais de cistina: indica problema hepático Cristais de amoxicilina: tratamento com amoxi RIM *Avaliação renal e muscular porque estão intimamente ligados CREATININA E UREIA *Creatinina: catabólito de proteínas musculares *Ureia: catabólito de proteínas alimentares *Quando aumentados -> AZOTEMIA -> é comum estar ligado a um problema renal, mas nem sempre é causado por ele Azotemia pré-renal: aumento de alimentação proteica, aumento de exercício físico. Só aumenta uma das duas, não as duas juntas Azotemia renal: o rim não está filtrando as duas corretamente, as duas estão aumentadas Azotemia pós-renal: obstrução urinária, reabsorve ureia e creatinina, as duas estão aumentadas 1. AZOTEMIA PRÉ-RENAL *Mais frequente que a azotemia renal *Causas: desidratação (aumenta muito principalmente ureia), alta ingestão proteica (aumento principalmente de ureia), aumento de massa muscular (aumento de creatinina), febre (aumenta creatinina, desnaturação proteica), exercícios prolongados (aumento de creatinina), sepse (aumento de creatinina, lesão muscular), doença cardiovascular (aumento de ureia) 2. AZOTEMIA RENAL *Ocorre quando há ¾ dos nefrons afuncionais (mais de 75%) -> exame tardio *Causas: IRA (oliguria/anuria, sem anemia ou anemia regenerativa) e DRC (PU/PD, anemia arregenerativa) 3. AZOTEMIA PÓS-RENAL *Falta de eliminação de urina *Sinais clínicos: anuria/oliguria, vesícula urinaria repleta -> na IRA a vesícula está vazia. *Causas: obstrução urinária -> urólitos (cães), plugs (gatos, principalmente machos castrados - > urina muito concentrada), coágulos pós-trauma, neoplasias MÚSCULO *No interior da fibra muscular existe a enzima CK -> creatinina quinase -> responsável por fornecer ATP para o musculo contrair e relaxar *Ainda dentro do musculo existe a mioglobina, com função de transportar oxigênio no musculo *Lesão muscular -> CK e mioglobina extravasam para o sangue -> a mioglobina é nefrotóxica, pode levar à doença renal *Para saber qual a gravidade da lesão muscular é dosado o CK, porque não tem como dosar mioglobina *Causas de aumento de CK: miopatias inflamatórias, miopatias traumáticas, miopatias tóxicas, miopatias isquêmicas *Paciente intoxicado por organofosforados -> mioclonias (fasciculações musculares) -> pode gerar lesão muscular que pode levar a lesão renal -> sempre internar, fluidoterapia para proteger o rim *Gatos com tromboembolismo arterial com os 2 membros pélvicos necrosados -> fluidoterapia BIOQUÍMICO *Tubo sem anticoagulante, centrifuga e avalia o soro PERFIL PROTEICO *Avaliação das proteínas séricas 1. PROTEÍNA TOTAL *Albumina mais globulinas (alfa, beta e gama) *Eletroforese proteica -> avalia cada tipo de proteína Albumina Principal proteína produzida pelo fígado -> avalia função hepática -> hipoalbuminemia apenas quando 60-80% de perda de função hepática -> exame tardio, apesar de ser um bom exame. É carreadora -> transporta substancias de um lugar para outro. Por exemplo: na anestesia com Propofol, é ela que carreia para ter efeito, por isso é importante avaliar função hepática antes de anestesias Responsável pela pressão oncótica -> mantem a agua do sangue dentro do vaso; baixa albumina -> extravasa agua -> ascite Proteína de inflamação negativa -> na fase aguda da inflamação a albumina tende a diminuir não significando lesão hepática Hipoalbuminemia: diminuição da ingesta (não come proteína), diminuição da absorção (enterite, insuficiência pancreática), diminuição na produção (problema hepático), aumento de perdas (problema renal) Hiperalbuminemia: desidratação (o fígado não produz mais do que precisa, se tem em excesso é porque está concentrada porque tem pouca agua) Globulina Alfa e Beta: sintetizadas pelo fígado; proteínas da fase aguda da inflamação positiva -> 2-5 dias; aumentadas durante a inflamação porque são mediadores Gama: produzidas pelos linfócitos -> imunoglobulinas -> anticorpos Não dosa as 3 -> globulina = PT – albumina Hipoglobulinemia: é raro; falta de colostro, doença hepática cônica, imunodeficiência, hemorragias, desnutrição Hiperglobulinemia: comum; inflamação em geral, doenças autoimunes, pré-parto, inflamações, neoplasias, síndrome nefrótica FÍGADO HEPATÓCITO *Dupla membrana plasmática fosfolipidica *Possui mitocôndria *Possui 3 enzimas: ALT: Alanina Aminotransferase; livre no citoplasma AST: Aspartatotransferase; dentro da mitocôndria FA: Fosfatase alcalina; dentro da MP GGT: Gamaglutaniltransferase; dentro da MP *Lesão/necrose hepática: ruptura do hepatócito. A primeira enzima que extravasa é a ALT; se a lesão continua com lesão da mitocôndria, extravasa AST também. ALT aumentada -> lesão hepática; AST aumentada -> lesão hepática grave *Colestase: membrana degenerada, extravasa FA e GGT *Pode ter lesão hepática e colestase juntas 1. COLESTASE *O ducto colédoco leva a bile da vesícula biliar até o intestino delgado para digerir a gordura *O fígado produz a bile pelos hepatócitos e pelos canalículos biliares presentes no fígado é levada até a VB onde é armazenada *A obstrução do colédoco é comum, por cálculo ou parasita (gato, Platynossomum) ou neoplasia -> a bile fica presa dentro da VB, os canalículos ficam cheios em contato direto com os hepatócitos -> a bile digere a MP externa do hepatócito porque ela é fosfolipidica (tem gordura) -> COLESTASE. *A colestase é um evento que envolve a bile digerindo a MP do hepatócito, com obstrução como causa principal *Leva ao aumento de enzimas hepáticas: FA: não é hepatoespecífica -> presente em musculo, rim, placenta, intestino, osso... GGT: hepatoespecífica em felinos especialmente *Causas: neoplasias, lipidose, colangite, corticosteroide, colagiohepatite, doença biliar extra- hepática *Diminuição das enzimas -> cirrose hepática 2. LESÃO HEPÁTICA/NECROSE *Leva ao aumento das enzimas hepáticas: ALT: meia-vida de 21 dias -> pode ver aumento de ALT até 21 dias após a lesão -> não precisa repetir exame todo dia AST: meia-vida 12 horas -> dosar com mais frequência; avalia a gravidade da lesão. A AST também está presente no musculo, importante para equinos atletas pois pode mostrar lesão muscular *Causas: neoplasias, lipidose, colangite, colagiohepatite, medicamentos, toxinas, sepse, drogas, doenças infecciosas, corticosteroides, etc. *Diminuição das enzimas: cirrose hepática. *Lesões hepáticas ainda podem levar a alterações no hemograma como anemia, codocitose, acantocitose e microcitose FUNÇÃO HEPÁTICA *Solicitar o que o fígado produz: albumina, glicose, triglicerídeos, colesterol, ureia, bilirrubina 1. BILIRRUBINAS *Seu aumento sérico leva à icterícia *Importante dosá-la porque é possível fracionar -> conjugada e não conjugada -> identificar a causa da icterícia *Plasma é o primeiro lugar a ficar ictérico *Nos felinos o palato é o primeirotecido que fica ictérico HIPERBILIRRUBINEMIA *Nem sempre um paciente ictérico tem problema hepático; para definir onde está o problema é necessário dosar as frações da bilirrubina *A bilirrubina é produzida no baço quando fagocita eritrócitos velhos, da degradação da hemoglobina, é fisiológico. A medida que é produzida a bilirrubina, ela é excretada -> entra no sangue e é carreada até o fígado pela albumina para ser conjugada e poder ser excretada *A conjugação é a soma de 2 bilirrubinas + ácido glicurônico *A bilirrubina vai para a VB e é excretada no ID pela bile *Antes de chegar no fígado é chamada de bilirrubina não conjugada/indireta e depois é chamada de bilirrubina conjugada/direta *ICTERÍCIA PRÉ-HEPÁTICA: problema no baço. Ele está fagocitando também eritrócitos defeituosos, por exemplo com complexos antígeno-anticorpo, fazendo muita hemólise, formando muita BNC, que quando chega no fígado será conjugada formando muita BC, porém consegue ser excretada, então dependendo do momento que faz o exame a BC pode estar aumentada ou normal. O paciente apresenta hemólise, anemia -> associar hemograma. *ICTERÍCIA HEPÁTICA: problema no fígado, ele não conjuga por algum problema. O baço fagocita apenas eritrócitos velhos produzindo BNC normal, porém ela não é conjugada e não é excretada, aumentando BNC e diminuindo BC. O paciente tem hipoalbuminemia, associar função hepática. *ICTERÍCIA PÓS-HEPÁTICA: não consegue excretar. Produz normal e conjuga normal, mas não é excretada, tendo BNC normal e BC aumentada. O paciente tem obstrução -> colestase, associar dosagem de FA e GGT. GLICOSE *A glicose é produzida pelo fígado, que vem dos alimentos ingeridos Alimentos -> intestino -> sangue -> fígado -> uma parte neoglicogênese e outra parte glicogenólise *Neoglicogênese: o fígado reserva uma parte da glicose formada nele mesmo formando o glicogênio hepático. Se ainda tem glicose em excesso após a neoglicogênese, o fígado a transforma em gordura e escota em adipócitos *Glicogenólise: se está faltando glicose na alimentação, o fígado vai quebrar o glicogênio hepático através de glicogenólise e também quebra gordura- *Para mensurar a glicose, coleta-se o sangue em um tubo de tampa cinza com anticoagulante fluoreto -> mantem a glicose estável para ser dosada em até 24 horas *Muitas clinicas não utilizam mais a dosagem em laboratório por possuírem o glicosímetro -> possui um limite, não dosa <60 nem >450-500 *A glicemia também é mediada por hormônios: Hipoglicemiantes: insulina, produzida pelo pâncreas, tira glicose do sangue e joga dentro das células Hiperglicemiantes: cortisol, progesterona, adrenalina, GH e glucagon *O jejum antes de mensurar a glicemia é essencial -> pelo menos 12 horas *Hiperglicemia: pós-prandial (não fez jejum antes de mensurar), DM (não produz ou não funciona a insulina), hiperadrenocorticismo (adrenal produz muito cortisol), hipotireoidismo (a tireoide produz poucos hormônios tireoidianos -> não gasta muita energia -> não gasta muita glicose), pancreatite aguda (não se sabe ao certo a razão), estresse de coleta (adrenalina) *Hipoglicemia: jejum prolongado (principalmente filhotes, sinais neurológicos -> o primeiro órgão a sofrer a falta de glicose é o SNC), hipoadrenocorticismo (pouco cortisol), insulinoma (tumor pancreático que produz muita insulina), síndrome paraneoplasica (células neoplásicas malignas quebram glicose por fermentação -> 2 ATP -> precisam de muito -> hipoglicemia, caquexia do câncer), doença hepática crônica (fígado não funciona), sepse (bactérias consomem a glicose do organismo para se multiplicar; paciente com sepse e hipoglicemia -> prognostico ruim) FRUTOSAMINA *Avalia a média de glicose do paciente num período de 15-21 dias atrás -> confirma DM *Para gatos é fundamental *Essencial para diagnóstico e monitoramento da DM LIPÍDEOS *Dosagem de colesterol e triglicerídeos *Colesterol: a partir de gordura animal; síntese de hormônios e membranas celulares; 2 tipos: LDL (ruim, tem a capacidade de formar aterosclerose; em animais é a fração que sempre eleva, por isso não é comum dosar as outras frações de colesterol) e HDL (bom, usado para membrana celular) *Triglicerídeos: estocado no tecido adiposo; vem a partir de carboidratos, açucares e massas; capacidade de depósito no ducto pancreático -> pancreatite *O aumento de triglicerídeos leva ao soro lipêmico *Hiperlipidemia: pós-prandial (não fez jejum antes de coletar o sangue), obesidade (problema alimentar ou genético -> Schnauzer, Cocker), pancreatite, endócrino -> HAC, DM, hipotireoidismo *Hipolipidemia: cirrose hepática PÂNCREAS AMILASE E LIPASE *Enzimas produzidas pelo pâncreas e liberadas diretamente no duodeno -> quase não tem no sangue *Se estão aumentadas na circulação, indicam LESÃO nas células pancreáticas -> PANCREATITE *Pancreatite necrotizante: pode se transformar em um paciente diabético devido à lesão nas células produtoras de insulina *Hiperamilasemia/hiperlipasemia: cães com pancreatite -> aumentadas em 7 a 10 vezes, porem ocorre muito falso negativo -> AMILASE PANCREÁTICA ESPECÍFICA -> método ELISA, 2% de falso negativo. Snap test. HEMOGASOMETRIA *Avaliação dos gases sanguíneos *O pH sofre alterações fisiológicas -> importância da manutenção do pH -> equilíbrio *O pH sanguíneo reflete o pH dos tecidos, se algum tecido tiver o pH alterado -> pH sanguíneo também altera *Até mesmo processos fisiológicos desviam o pH sanguíneo -> existem mecanismos de defesa contra essa variação para manter o equilíbrio do pH -> SISTEMA TAMPÃO -> independentes entre si, mas cooperativos Proteínas plasmáticas, hemoglobina, fosfato-ácido fosfórico e bicarbonato – ácido carbônico (mais importante) 1. PROTEÍNAS PLASMÁTICAS *Todas têm uma mesma estrutura -> uma molécula de nitrogênio, 2 moléculas de carbono, hidrogênio, oxigênio, um radical e um grupamento carboxila onde a proteína age como tampão; o que muda é a composição do radical *Se o pH está alto, significa que tem poucos íons H+ no sangue; o íon H+ do grupamento carboxila da proteína plasmática é dissociado/solto para o sangue; dessa forma o pH volta à neutralidade *Se o pH está baixo, tem muitos íons H+ no sangue, então a proteína faz o contrário, associando íons H+ em seu grupamento carboxila, neutralizando o pH sanguíneo 2. HEMOGLOBINA *Age de 2 maneiras: A hb é uma proteína plasmática, também tendo a capacidade de associar ou dissociar íons H+ Produz a ANIDRASE CARBÔNICA -> enzima que liga CO2 com H20 formando H2CO3, um ácido -> acidifica o sangue; se está com o pH baixo, a hemoglobina pega o ácido carbônico e tira um íon H+ associando em sua estrutura formando HCO3 -> bicarbonato -> alcaliniza o sangue 3. BICARBONATO – ÁCIDO CARBÔNICO *Sistema tampão mais importante *O bicarbonato pega um íon H+ do sangue e leva até o rim onde será excretado na urina *O ácido carbônico tem a capacidade de integrar íons H+ em sua estrutura para a hemoglobina ou para o rim 4. FOSFATO DE SÓDIO – ÁCIDO FOSFÓRICO *É o menos importante, representa 1% do sistema tampão *Relacionado com a formação de ácido fosfórico quando o pH está alcalino ou formação de fosfato de sódio, uma base, quando o pH está ácido MECANISMOS REGULADORES DO PH *Sistema respiratório e sistema renal -> 2 grandes órgãos que agem na manutenção do pH sanguíneo *Os pulmões atuam realizando as trocas gasosas (CO2). O sistema respiratório vai tentar manter o pH sanguíneo aumentando ou diminuindo a frequência respiratória do paciente -> CO2 é um ácido, se o paciente está emacidose metabólica, o pulmão vai tentar eliminar mais CO2 -> taquipneia. O pulmão é o primeiro órgão que inicia a tentativa de equilibrar o pH sanguíneo em um caso de acidose ou alcalose metabólicas, porem quem equilibra de fato são os rins *Os rins promovem trocas metabólicas -> eliminam H+ na urina na acidose metabólica ou retêm H+ para formar bicarbonato na alcalose metabólica *Coleta para Hemogasometria -> sangue arterial -> artéria femoral, seringa e agulha heparinizadas, coletar em ângulo de 90º DISTÚRBIOS ÁCIDO-BASE Alcalose Metabólica -> pH sanguíneo alto, para compensar -> pCO2 alto, HCO3 alto Acidose Metabólica -> pH sanguíneo baixo, para compensar -> pCO2 baixo, HCO3 baixo Alcalose Respiratória -> pH sanguíneo alto, pCO2 baixo, HCO3 baixo Acidose Respiratória -> pH sanguíneo baixo, pCO2 alto, HCO3 alto *Os distúrbios ácido-base ocorrem quando há alteração no pH sanguíneo, por um problema respiratório (pulmão) ou metabólico (bicarbonato ou rins) *Se o resultado de um paciente em alcalose metabólica estiver com pCO2 normal significa que não está conseguindo compensar *Alterações respiratórias podem ser compensadas tanto pela excreção quanto pela reabsorção ou síntese de bicarbonato pelos rins 1. ACIDOSE RESPIRATÓRIA *pH sanguíneo baixo, pCO2 alto *O aumento de pCO2 promove acidose respiratória e pode compensar alcalose respiratória *Ocorre em qualquer situação em que o paciente tenha muito CO2 -> não consegue eliminar - > fratura na costela por exemplo (não expande corretamente o tórax) *Determinada por doenças que impedem a eliminação de CO2: depressão do centro respiratório (anestesia), afecções respiratórias (pneumonia, efusão pleural), obstrução das vias aéreas (CE, neoplasia), movimentos do tórax reduzidos (fratura de costela, bandagem apertada) *Nunca usar bicarbonato -> vai pegar íons H+ e transformar em ácido carbônico e piorar o quadro *Tratamento: hiperventilação -> o paciente precisa respirar para eliminar o excesso de CO2 2. ACIDOSE METABÓLICA *Distúrbio mais frequente na rotina *Causas: CAD (formação de corpos cetônicos -> ácidos), insuficiência renal, acidose lática (choque ou exercício extremo), toxinas exógenas (etilenoglicol), acidificantes urinários, diarreia (perde muita base), inibidores da anidrase carbônica (alguns tipos de diuréticos) *Causada pela diminuição de bicarbonato e é compensada rapidamente pela diminuição de pCO2 *Paciente apresenta taquipneia -> tentativa de eliminar mais CO2 *Se a causa for insuficiência renal, não há possibilidade de compensação -> paciente precisará de uso continuo de bicarbonato *Tratamento: reposição de bicarbonato -> fórmula a partir da Hemogasometria -> EB (excesso de base ou déficit de base, o quanto está sobrando ou faltando de base) x 0,3 x peso = miliequivalentes *Paciente em acidose metabólica apresenta déficit de base *A reposição é feita utilizando 1/3 do valor final em bolus IV lento e o resto diluído em solução fisiológica durante 1 hora 3. ALCALOSE METABÓLICA *Ocorre quando há perda de ácido ou excesso de base *Causas: vomito gástrico puro (perde HCL), sobredose de bicarbonato de sódio, diminuição de fluido extracelular (desidratação), hipocalemia, hipoalbuminemia *Para a alcalose metabólica os sistemas tampão são pouco eficientes, não existe um tratamento de fato, apenas suporte -> fluidoterapia *Por isso é importante que o tratamento da acidose metabólica seja feito com base no resultado da Hemogasometria, e não empiricamente, para evitar excesso de dose 4. ALCALOSE RESPIRATÓRIA *O paciente tem hiperventilação -> tem pouco CO2, eliminou muito *Não é compensada pelo aumento da excreção de bicarbonato *Causas: calor, ansiedade, medo, dor, lesões neurológicas, anemia pronunciada, ventilação mecânica aumentada *Tratamento: tratar a causa 5. DISTURBIOS MISTOS *Doenças concomitantes que desviam o pH *Exemplo: vomito (aumenta o pH) e diarreia (diminui o pH) ou então insuficiência renal e vomito *O processo primário determina o pH. Pode até estar neutro, pois um pode compensar o outro Créditos: Aula ministrada por Ana Laura D’Amico Fam, resumo desenvolvido por Estela Dall’Agnol Gianezini, MV. Pela UFPR – setor Palotina.
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