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Plantas que causam perturbações nervosas

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PLANTAS TÓXICAS
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Plantas que causam perturbações nervosas
Prosopis juliflora 
Conhecida como "algarobeira", "algaroba"
Cara torta, fica mastigando,lesiona o núcleo do nervo trigemio e lesiona a língua, atrofia do masseter, – nordeste
Mastigação costante, podendo ter prolemasruminais
-Malacia nos globos pálidos e na substancia nigra – quadro associado a flacidez de mandíbula (C.?? diagnostico diferencial)
Polygalaklotzschii 
Conhecida como "laranjinha" e "limãozinho", porque suas folhas parecem de laranja/limão. Essa planta tem uma particularidade, tem um princípio tóxico que é capaz de controlar certos cânceres do sistema linfático (linfomas). Na intoxicação é fácil reconhecer porque todo sistema linfático tem necrose coagulativa: linfonodos, baço, placas de peyer. Essa planta necrosa as células do intestino (enterócitos) e mata o tecido linfóide, provavelmente tem lesão de medula óssea. Não tem muita importância econômica.
É uma planta que causa sintomatologia nervosa, animal apresenta quedas, movimentos horizontais com a cabeça, instabilidade, tentativas de levantar e contrações musculares. Só que apesar disso não tem lesão no sistema nervoso. Mata o animal com aproximadamente 24 horas, dependendo da dose (evolução aguda a super aguda).
Importância: seu princípio tóxico é capaz de controlar populações neoplásicas de certos linfomas. O efeito dessa planta é sobre células que se multiplicam. Nas células das criptas do intestino também há uma multiplicação constante.
Princípio tóxico: podofilotoxinas (5-metox-podofilotoxinas)
Parvovírus canino: essa planta faz a mesma coisa que o parvovirus -> enterite hemorrágica. Isso ocorre porque o vírus se multiplica nas células das criptas intestinais, tem tropismo por essas células porque tem uma capacidade de multiplicação alta (mitoses constantes) e o vírus precisa dessas células com essa capacidade para se replicar. Acaba matando e não tem célula para repor o epitélio do intestino, com isso os capilares começam a sangrar.
É um vírus que tem efeito radiomimético, a radiação tem efeito sobre células que tem capacidade alta de multiplicação, por isso que a medula óssea é lesada em casos de intoxicação por samambaia ou quando a pessoa é muito exposta a radiação. O parvovírus na MO faz uma depleção (diminuição dessa quantidade) porque mata as células dessa MO, assim como também mata as células das criptas do intestino
Panleucopenia felina: o parvovírus vírus vai na MO e mata as células, os precursores dos leucócitos. Tem efeito radiomimético e também ocorre as lesões no intestino
Condições para que ocorra: os animais só comem essa planta quando tem fome.
Localização: São Paulo e Mato Grosso do Sul
Necropsia: lesões principalmente nas placas de peyer (hemorragia) e linfonodos congestos/necrosados (as vezes).
Diagnóstico Diferencial: DVB, causa hemorragia macroscópicas nas placas de peyer em bovinos e lesões no sistema hematopoiético na microscopia.
Microscopia: Lesão no sistema linfóide. 
Bambusa vulgaris
É o bambu comum. Existe praticamente só na amazônia e a intoxicação depende do ser humano, no Pará a maioria dos capins disponibilizados para os animais é Brachiaria, mas o cavalo odeia. Eles colocam os cavalos e os bovinos nos mesmos pastos, eles acabam comendo qualquer coisa menos a Brachiaria, então acabam comendo o bambu. Lá tem bambu porque os proprietários plantam no meio do pasto para dar sombra, desenvolvendo a doença no SNC dos equinos. Se parar de ingerir a planta em 1 semana não tem mais os sintomas, é reversível, não é uma doença fatal. Se comer a somente essa planta, com 2-3 semanas já começa a sintomatologia, não pode ser alimentação exclusiva. Bovino come a planta e não dá sintomas, nos equinos quando não é alimentação exclusiva não da nada. 
Necropsia: não tem lesão macroscópica/necrospsia/histopatologia. 
Diagnóstico Diferencial: leucoencefalomalacia, MPE
Sintomatologia: problemas de locomoção, desequilíbrio, sonolento, indiferente ao meio, perde tônus da língua, mas o animal fica totalmente atento. 
Ricinus communis 
Conhecida como "mamona", "carrapateira". Em terrenos baldios, onde tem material orgânico e lixo cresce muito bem. É plantada no Nordeste para tirar o óleo (combustível - óleo de ricinus). Muitas vezes é a única coisa verde que tem na época de seca, animais invadem as lavouras e se intoxicam pela folha, que é o que predomina. Os cães as vezes se intoxicam pelas sementes.
Tem 2 princípios tóxicos: 
- Nas folhas tem ricinina, afeta o SNC e mata o animal em horas, é rápido. Os bovinos se intoxicam comendo as folhas quando estão com fome, desenvolvendo um quadro neuromuscular. Evolução é super aguda, entre 4-16h podem morrer. DD: Polygala
- Nas sementes tem ricina, que é uma toxialbumina. Esse PT causa uma gastroenterite hemorrágica. Mata cães e crianças (3 sementes)
Sintomatologia: tremores musculares, sialorréia, leve timpanismo na fase agônica.
OBS.: Psilocybe. Esse cogumelo só cresce em fezes de bovinos ou búfalos.
Halimium brasiliensis
É uma planta que afeta praticamente só ovinos e acima de 2 anos de idade (jovens não). Ela associa sintomas nervosos, da doença do armazenamento e junto fotossensibilização. Os animais tem crises epileptiformes (cai no chão e depois volta ao normal - "chilique"). Ela armazena ceroide linfocina, é a única que produz um tipo especial de doença do armazenamento chamada de ceroide linfocinose, ocorre em humanos e cães por problemas hereditários. Mas os ovinos que comem essa planta desenvolvem essa doença do armazenamento com acúmulo de ceroide linfocina nos neurônios.
A característica química desse princípio tóxico é ser fluorescente, essa fluorescência determina quando esse PT vai na pele, por isso causa fotossensibilização. Causa tbm lesão na face. 
Doença: ceroide linfocinose
Diagnóstico Diferencial: intoxicação por I. asarifolia (não tem no Sul), claviceps paspali (tem no Sul) - síndromes tremogênicas. 
OBS.: síndromes tremogênicas - animais apesentam sintomatologia nervosa caracterizada por tremores marcados e eventualmente quedas ao solo, muitos fungos e toxinas de fungos causam isso, como exemplo o claviceps paspali. Animal se intoxica porque come o fungo que está intoxicando a planta. Existem outros fungos (endófilos) que crescem dentro da planta e podem produzir toxinas que intoxica os animais, no caso do claviceps paspali não é endófilo porque infecta o ovário da planta que é externo. NÂO CAI NA PROVA
Pteridium aquilinum - Samambaia (PROVA)
Pode produzir além do principio radiomimético a tiaminase tipo 2, quando essa tiaminase tipo 2 é ingerida por equinos pode dar um quadro neurológico. Então a samambaia pode ter um segundo princípio tóxico (tiaminase tipo 2) e que é responsável por sintomatologia nervosa.
Phalaris sp
É cultivada na região do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. É um capim que produz grande quantidade de massa verde, mas eventualmente pode dar intoxicação e causar sintomatologia nervosa. Inclusive da uma pigmentação no cérebro do bovino. Então além da toxina que afeta o cérebro tem um pigmento especial, na macroscopia é observado a alteração da coloração na base do encéfalo. Coloração azulada na necropsia ou acinzentada no tronco encefálico, na base do cérebro.
Aparentemente não é uma deficiência de cobalto que leva a essa doença, mas quando o animal recebe grande quantidade de cobalto ele não adoece, isso está relacionado com o funcionamento das bactérias do rúmen.
Princípio tóxico: Triptamina
Phytolaca decandra 
Usada muito na homeopatia, principalmente para tratamento de infecções de faringe/nasofaringe.
Da sintomatologia nervosa mas também necrosa a mucosa do rúmen. Tem oxalatos e outras substâncias
Erythroxylum coca (PROVA)
A cocaína é extraída dessa planta, causa intoxicação natural em ovinos na região Sul. Conhecida como "cocão", encontradano Sul. Animal que come essa planta "pira", o efeito no sistema nervoso é violento. As folhas são maiores do que as da coca. Animais comem quando não tem outra opção (fome).
Espécie sensível: principalmente ovinos. Os animais comem os frutos maduros e os brotos, principalmente quando há algum déficit de alimentação
Sintomatologia: Depressão, sonolência, salivação, incoordenação, desequilíbrio (adota posição de cavalete - cerebelo lesado), sinais pioram após movimentação.
Necropsia: sementes no rúmen
OBS.: As vezes encontra bezerros com 1 mês e meio com raiva, altera a vocalização, salivação, corpúsculo de Negri na microscopia. Intoxicação por chumbo também afeta o SN mas simula mais a poliencefalomalácia e infecção por Herpesvírus tipo 5, causa necrose no cérebro (áreas fluorescentes) e a lesão inicial é edema. 
Fungos
Claviceps paspali (PROVA)
É um fungo que da em uma grama chamada Paspalum notatum e dilatatum. Tem em Seropédica mas não tem a doença, não ocorre quando não tem a proliferação do fungo por causa do clima. Do paraná pra baixo já tem surtos, porque o fungo lá tem condições climáticas para produzir a sua toxina e infectar.
Esse fungo parasita o ovário desses capins, ocorre em toda parte do mundo. Causa ataques elipeptiformes periódicos que duram pouco tempo, depois animal levanta e sai caminhando, se tirar o animal do pasto ele fica normal. A toxina do fungo simula o que outras plantas fazem. Quando o capim está infectado o ovário fica cinza-amarelado. 
Corynebacterium ratae -> Bactéria que parasita um nematóide que infecta a planta, as larvas vivem dentro do capim. Quando animal come o capim, se tiver a larva infectada por essa bactéria ele come essa toxina produzida pela bactéria. 
Diplodia maydis 
É um fungo que da no milho e pode afetar principalmente bovinos. Não da lesão no SN.
Aspergillus clavatus (PROVA)
É um fungo que da principalmente em cevada, na nossa região é muito importante por causa da produção de cerveja. O subproduto ou resto dessa cevada úmida ou seca é vendida para estabelecimentos de produção de leite principalmente, as vacas de leite comem essa cevada com substrato rico (energia), o fato é que quando essa cevada é mal armazenada pode mofar (emboloramento) e há a proliferação do fungo. Esse fungo produz uma toxina muito potente, a maioria das vacas morrem.
Dicas prova: clínica, patologia, DD, patogênese.

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