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PATOLOGIA ESPECIAL PATOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR DEFEITOS CONGÊNITOS *COMUNICAÇÃO INTERATRIAL/INTERVENTRICULAR: facilita a mistura do sangue arterial e venoso levando à hipóxia *PERSISTENCIA DO DUCTO ARTERIOSO: também pode dificultar oxigenação sanguínea comprometendo o rendimento do animal *ESTENOSE AÓRTICA DÉBITO CARDÍACO *Manutenção do fluxo sanguíneo adequado *Oxigênio e nutrientes, remoção de gás carbônico e catabólitos, distribuição de hormônios, manutenção da termorregulação e pressão de filtração glomerular *A partir do momento em que há diminuição do DC, se instalam os mecanismos compensatórios -> dilatação cardíaca, hipertrofia miocárdica, aumento da frequência cardíaca, aumento da resistência periférica, aumento do volume sanguíneo, redistribuição do fluxo sanguíneo INSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVA *Frequente *Se inicia pelo desenvolvimento da doença cardíaca ou pelo aumento da carga de trabalho associada a doença pulmonar, renal ou vascular *O mecanismo de compensação pode ser a hipertrofia concêntrica, com espessamento do septo interventricular e parede do ventrículo esquerdo, ou dilatação cardíaca com aumento das câmaras e diminuição da espessura da parede ventricular CARDIOMIOPATIA DILATADA *Estiramento das miofibras para aumentar a força contrátil *O estiramento excessivo causa dilatação *MA: paredes delgadas, miocárdio flácido, coração globoso *MO: insuficiência de válvulas atrioventriculares CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA *Hipertrofia concêntrica *Aumento da espessa da parede ventricular e diminuição da luz das câmaras *Causas: estenose valvular, doença pulmonar, tamponamento cardíaco *VD e VE com aumento de espessura principalmente do septo interventricular *MO: miócitos sofrem hipertrofia para compensar CONSEQUENCIAS DA ICC ICC DIREITA *Congestão generalizada *Fígado em noz moscada -> patognomônico *Hidrotórax, hidropericárdio, Hidroperitôneo ICC ESQUERDA *Congestão e edema pulmonar PERICÁRDIO *Acumulo de liquido -> hidropericárdio e hemorragia pericárdica *Hemorragias pericárdicas: normalmente é proveniente de estados agônicos -> antes do óbito do animal *Hemopeicardio: proveniente da ruptura de qualquer vaso ou do miocárdio *Tamponamento cardíaco: interfere no preenchimento cardíaco e no retorno venoso, leva a diminuição do DC; o liquido presente no espaço pericárdico pode ser sangue ou liquido de edema *Gota úrica: defeito metabólico, pode levar ao deposito de sais de urato no pericárdio, semelhante a pó de giz; se estabelece um processo inflamatório -> pericardite -> acaba tornando a membrana do pericárdio firme (era extensível); isso também ocorre na pericardite fibrinosa *Pericardite fibrinosa: infecção bacteriana via hematógena; aspecto ‘’pão com manteiga’’; a tendência é evoluir para pericardite constritiva -> caso o animal sobreviva a fibrina depositada serve como molde para deposição de tecido conjuntivo fibroso -> retração e constrição; a formação do exsudato fibrino-purulento no espaço pericárdico leva à coagulação da fibrina -> aspecto rugoso *Pericardite purulenta-supurativa traumática: pode se desenvolver pela reticulopericardite traumática por corpos estranhos; distensão do saco pericárdico por acumulo de exsudato purulento ENDOCÁRDIO *Cistos: se localizam principalmente nas válvulas atrioventriculares comprometendo o fluxo sanguíneo *Tromboendocardite valvar degenerativa: há dano na valva com consequente deposição de sangue -> formação de massas aderidas na superfície das valvas -> material friável que pode se fragmentar e ser levado pela circulação -> êmbolos -> obstrução ou formação de abcessos em diferentes órgãos. Formação das massas em aspecto de couve-flor. As massas também podem se depositar na parede -> trombos murais -> também causam transtornos no fluxo sanguíneo *Mineralização do endocárdio: causas: ingestão de plantas calcinogênicas (solanum malacoxylon) ou endocardite urêmica em cães por insuficiência renal; a calcificação/mineralização é uma alteração irreversível -> perda de elasticidade e batimento cardíaco *Endocardiose -> fibrose valvular: comum em animais senis; fechamento inadequado das valvas com hipertrofia concêntrica compensatória MIOCÁRDIO *Necrose do miocárdio: causas: deficiência de vitamina E e selênio -> suínos -> coração de amora -> além da necrose faz hemorragia; intoxicação por gossipol -> toxina presente na semente de algodão -> ingestão da semente in natura ou neutralização ineficiente na produção *Infarto: necrose isquêmica; pode ocorrer em áreas diferentes do miocárdio e o comprometimento depende da quantidade de áreas afetadas *Miocardites: processos inflamatórios do miocárdio; causas: bactérias (purulenta), vírus como parvovirose e febre aftosa (linfocítica), parasitária (sarcosporidiose, cisticercose) ou por tromboembolismo *Dirofilariose: o parasita leva à lesão mecânica -> mecanismos compensatórios e obstrução dos vasos NEOPLASIAS CARDIACAS *Rabdomioma e rabdomiossarcoma: neoplasia primaria do musculo estriado, incomum *Hemangiossarcoma: neoplasia de vasos; alto grau de malignidade -> a célula endotelial é a célula neoplásica e produz canais vasculares sendo carrada para diferentes órgãos -> normalmente é uma neoplasia disseminada. Comum. *Linfoma: pode causar constrição e obstrução de qualquer vaso da base ou no átrio. Comum. *Quimodectoma: neoplasia que deriva dos órgãos quimiorreceptores presentes nos vasos da base cardíaca; é benigna, mas por sua localização tem caráter maligno -> o aumento de volume que faz pode leva à obstrução dos vasos da base -> colapso. Comum. DOENÇAS VASCULARES *Hipertrofia arterial: secundário a sobrecarga de pressão e volume prolongados sobre o pulmão -> devido aos alvéolos do parênquima, qualquer estrutura maior acaba fazendo compressão dos alvéolos perdendo superfície pulmonar para trocas gasosas *Arteriosclerose: proliferação de tecido conjuntivo fibroso na parede da artéria -> onde há tecido conjuntivo fibroso há perda de elasticidade -> pode haver ruptura com hemorragia. Placas arteriosclerosas -> lipídios, tecido fibroso e cálcio na camada muscular ou elástica; superfície rugosa da luz do vaso demonstrando que houve deposição de lipídios. Área com perda de elasticidade. Pode haver obstrução total do vaso -> interrupção do fluxo -> infarto *Calcificação estelifome: comum em equinos; deposição de sais de cálcio na luz das artérias -> limita a distensão do vaso; animais senis *Trombose: causada pela formação de trombos a partir de alteração no endotélio, alteração do fluxo sanguíneo ou alteração na composição do sangue; as plaquetas se aderem à lesão e os outros componentes do sangue também vão se adicionando formando uma massa que pode causar obstrução total do vaso -> consequências: TROMBOEMBOLISMO -> séptico ou asséptico -> ISQUEMIA (a fragmentação e formação de êmbolos podem ir para vasos de pequeno calibre levando à isquemia) -> INFARTO em diferentes órgãos *Aneurisma: dilatação focal em área fragilizada de artéria ou veia; hereditário; pode levar a ruptura *Arterite verminótica: há proliferação de tecido conjuntivo e perda de elasticidade COÁGULO X TROMBO *Coágulo: formado por elementos sanguíneos, adquire a forma da cavidade em que se encontra, se forma quando cessa o fluxo sanguíneo ou quando extravasa da cavidade ou do vaso *Trombo: se forma na parede de vasos, nas valvas atrioventriculares ou parede, formado por elementos sanguíneos, aspecto friável, acinzentado DOENÇAS VENOSAS *Flebectasia: dilatação venosa em paredeenfraquecida; pode ser generalizada ou localizada (varizes, varicose), interna ou externa (visível) *Onfaloflebite: inflamação dos vasos umbilicais. Consequência -> pneumonia abcedante, artrite purulenta (múltipla ou focal) -> aumento de volume da articulação expressivo VASOS LINFÁTICOS *Linfangiectasia: dilatação dos vasos linfáticos *Linfangite: processo inflamatório normalmente associado com compressão -> neoplasia, obstrução NEOPLASIAS DE VASOS *Hemangioma, hemangiossarcoma, linfangioma, linfangiossarcoma. PATOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO RINITE E SINUSITE *Origem: alérgenos, bactérias, fungos, vírus, trauma *Tipos: serosa, catarral, purulenta, fibrinosa, granulomatosa 1. SINUSITE: *Causas: rinite (extensão), Oestrus ovis (parasitas), periodontite (importante avaliar cavidade oral), descorna e fraturas *Consequências: atrofia e Metaplasia do epitélio até meningite *Todas as estruturas da cabeça estão interligadas -> qualquer alteração em qualquer parte pode se estender ao SNC. PULMÕES *Calcificação pulmonar: causas: pneumopatia urêmica (DRC), hipercalcemia, hiperadrenocorticismo (incomum). Perda de elasticidade, irreversível BRÔNQUIOS E BRONQUÍOLOS *Corpos estranhos: material solido, poeira, sangue; quadro inflamatório e obstrutivo *Atelectasia: não expansão alveolar; congênita ou adquirida -> compressão ou obstrução de bronquíolos e brônquios terminais; áreas escuras e deprimidas no parênquima; aproximação das paredes alveolares como que empilhados *Enfisema: expansão alveolar por ruptura das paredes alveolares; MA: áreas mais pálidas com projeção na superfície. *Edema pulmonar: preenchimento dos espaços alveolares por liquido vindo dos capilares alveolares -> obstrução e impedimento das trocas gasosas. MA: liquido serobolhoso na superfície de corte do parênquima pulmonar e na luz da traqueia; distensão dos septos alveolares e dos alvéolos; MO: conteúdo róseo na luz do alvéolo (liquido), é rosado pela presença de proteína. Congestão passiva -> ICC esquerda ou bilateral -> hipertensão pulmonar -> edema. Presença de macrófagos alveolares (células de falência cardíaca). Causas: Aumento de pressão hidrostática: cardiogênico ou por hipervolemia Aumento de permeabilidade vascular: contato com gases e toxinas, causa anafilaxia e inflamação Hipoalbuminemia Obstrução linfática PNEUMONIAS *Caracterizadas por aumento do fluxo sanguíneo -> pulmão mais avermelhado *Edema por aumento de permeabilidade vascular 1. BRONCOPNEUMONIA *Origem: junção bronquíolo-alveolar *Causa: agentes infecciosos (bactérias e micoplasma) via aerógena *Inflamação purulenta e fibrinosa *MA: áreas claras intercaladas com áreas escuras -> padrão tabuleiro de xadrez *Fatores predisponentes: confinamento, defesas reduzidas *Complicações: atelectasia e fibrose, abcessos que podem causar pleurite e pneumotórax 2. PNEUMONIA INTERSTICIAL *Origem: septos alveolares *Causa: via hematógena -> viremia, septicemia, parasitemia, fumaça, uremia, gases tóxicos *Localização no parênquima variável *MO: densa concentração de células preenchendo os alvéolos -> não há troca gasosa 3. PNEUMONIA GRANULOMATOSA *Causas: tuberculose, aspergilose, migração errátil de larvas *Múltiplos granulomas com conteúdo necrótico e caseoso *Presença de células gigantes mononucleadas *Aspergilose: formação de aglomerados do fungo -> aspecto aveludado no parênquima; frutificação do fungo 4. PNEUMONIA PARASITÁRIA *Dictyocaulus *Desenvolvimento de granulomas parasitários 5. PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO *Aspiração de leite, conteúdo ruminal, exsudato ou vomito 6. PNEUMONIA GANGRENOSA *Aspiração de material estranho contaminado com bactérias saprófitas e putrefativas *Obstrução do parênquima *O tecido necrótico pode causar Toxemia 7. PNEUMONIA EMBÓLICA *Proveniente de outros locais -> êmbolos bacterianos disseminados *Formação de múltiplos abcessos com colônias bacterianas PIOTÓRAX *Extensão de qualquer lesão pulmonar *Formação de pus na cavidade torácica que pode comprometer pulmão, coração e diafragma PLEURITE *Inflamação da pleura *Pleurite fibrinosa é importante -> pode fazer aderência em superfície pela fibrose -> limitação pulmonar e do pericárdio NEOPLASIAS *Adenocarcinoma nasal: a partir de células glandulares de cavidade nasal que podem fazer invasão do encéfalo por lise do osso craniano *Neoplasias pulmonares: Primárias: Adenocarcinoma broncogênico Metastáticas: carcinoma mamário, melanoma, hemangiossarcoma, osteossarcoma, linfossarcoma PATOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO ALTERAÇÃO PÓST-MORTEM *Avaliação da coloração da mucosa oral e dentes (qualidade, manutenção, integridade) *Observar conteúdo gástrico e intestinal (consistência, coloração) *Observar presença de gases *Nos compartimentos gástrico e intestinal a autólise é rápida CAVIDADE ORAL *Placa bacteriana/cálculos: placas mineralizadas -> doença periodontal. Pode leva à exposição da furca e formar abcessos, além de destruição da gengiva e do osso alveolar. A presença de placas pode levar a lesões hepáticas, cárdicas e renais quando as bactérias são liberadas na circulação -> nefrite crônica e dilatação da pelve, endocardite valvular vegetativa séptica, hepatite abcedante (formação de múltiplos abcessos), pneumonia tromboembólica *Palatosquise: fenda palatina; consequência -> aspiração do leite/conteúdo alimentar *Queilosquise: fissura labial *Prognatismo: interfere na mastigação alimentar e desgaste dentário, assim como o braquinatismo; é a projeção da mandíbula *Braquinatismo: projeção da maxila superior NEOPLASIAS DA CAVIDADE ORAL *Epúlide: neoplasia de ligamento periodontal, interfere na mastigação *Carcinoma espinocelular: pode levar à formação de ulceras que podem comprometer a cavidade nasal podendo se estender até o SNC *Melanoma: mais frequente, alto grau de malignidade, relacionado com o melanoma em outros tecidos *Fibrossarcoma *Linfoma: comprometimento da deglutição ESTOMATITES *Químicas, traumáticas, por fotossenssibilização *Estomatite ulcerativa: síndrome urêmica *Estomatites vesiculares: ação de vírus epiteliotroficos; formação de vesículas e bolhas -> se rompem -> ulceras; infeção bacteriana secundária -> endotoxemia. Febre aftosa, picornavirus, ruminantes e suínos GLANDULAS SALIVARES *Funções da saliva: lubrificação da cavidade oral, umidificação da ingesta, controle da população microbiana, alfa-amilase inicia a digestão de carboidratos *Quando há lesão, as funções são suprimidas *Sialoadenite: raiva, cinomose, salmonela tiphysuis (parótida em suínos) *Rânula: distensão cística do ducto da glândula sublingual ou submaxilar. Dor acentuada, diminuição da ingesta, comprometimento da dieta *Mucocele salivar: concentração de saliva no subcutâneo com aumento de volume na região cervical LÍNGUA *Actinobacilose: causada por glossite piogranulomatosa, inoculação do actinobacilo -> Actinobacillus lignieresii (gram negativo) -> bactéria presente no solo -> a partir de fragmentos vegetais contamina o bovino. Quando existe a formação de um granuloma em um órgão tão friável como a língua, compromete sua movimentação e apreensão alimenta ESÔFAGO *Espirocercose: infecção por Spirocerca lupi -> forma um granuloma parasitário na parede do esôfago que pode evoluir para osteossarcoma ou fibrossarcoma *Carcinoma de células escamosas: consequente a ingestão crônica de samambaia (Ptiridium aquilinum); diminuição ou dificuldadena deglutição e dependendo do tamanho da massa pode impedir totalmente CORPO ESTRANHO *Presente em cavidade oral, esôfago, estomago ou intestinos *Consequências: obstrução, necrose, inflamação, perfuração ou ruptura RETICULOPERICARDITE TRAUMÁTICA *Ingestão de corpo estranho que perfura o retículo, diafragma e pericárdio atingindo o coração *Há colonização por bactérias ruminais -> pericardite e peritonite DILATAÇÃO GASTRICA AGUDA *Distensão gástrica por gases, liquido ou alimento associado a obstrução do cárdia e do piloro *A distensão exagerada acaba alterando a localização natural de alguns órgãos como o baço, além de poder causar compressão de órgãos e de vasos -> hipóxia -> isquemia -> necrose/Toxemia TORÇÃO GASTRICA/VOLVO/VOLVULO *Rotação gástrica sobre seu próprio eixo *Causas: excesso de alimento, exercício pós-prandial *Consequências: torção vascular, compressão, hipóxia/anóxia, necrose, choque GASTRITE E ENTERITE ULCERATIVAS *Causas: CE, parasitas, estresse, dieta, mastocitoma (cão) *Ulcera aguda ou crônica (bordos endurecidos -> fibrose) *Os processos inflamatórios da cavidade gástrica decorrem na formação de ulceras Ulcera duodenal: pode levar a quadro de peritonite Gastrite hemorrágica: decorrente de ulcera ou derivados cumarinicos (substancias toxicas anticoagulantes) Enterite hemorrágica: parvovirose, coronavirose, rotavirose, parasitas hematófagos, bactérias, CE, dieta TORÇÃO INTESTINAL *Congestão e distensão das alças HÉRNIAS *Interna: deslocamento do intestino através de um orifício normal ou patológico na cavidade abdominal *Externa: há formação de um saco herniario pelo peritônio parietal externamente à cavidade abdominal. Exemplo: umbilical, diafragmática, inguinal. PERITONITE *Presença de exsudato na cavidade peritoneal que pode ser purulento ou fibrinopurulento *A fibrina pode levar à aderência dos parênquimas dos órgãos prejudicando a motilidade INTUSSUSCEPÇÃO *Penetração de um segmento intestinal na porção imediatamente distal do próprio intestino *Causas: hipermotilidade e CE *Consequências: obstrução e necrose OBSTRUÇÃO INTESTINAL *Enterolito, parasitas, CE, fecaloma NEOPLASIAS *Leiomioma/leiomiossarcoma: neoplasia de musculo liso de órgãos tubulares. Raro *Linfoma: forma mais comum, linfoma alimentar *Carcinoma de células escamosas: esôfago PATOLOGIA DO SISTEMA HEPÁTICO *Funções do fígado: síntese e secreção de bile, excreção da bilirrubina, síntese de proteínas, gliconeogênese, desaminação de aminoácidos, conjugação e degradação química de xenobióticos, hematopoese *Veia porta: produtos absorvidos para serem metabolizados *Veia hepática: elimina os produtos do metabolismo *Microscopicamente o fígado se compõe de lóbulos; eles possuem um ramo da veia centrolobular (VCL); os hepatócitos se compõe de forma radial a partir da VCL; os espaços porta estão compostos por um ramo do ducto biliar, de uma artéria e uma veia *Espaço porta: a partir da veia porta pode haver comprometimento dos hepatócitos *Fluxo biliar: é oposto ao fluxo sanguíneo. Sangue -> espaço porta -> VCL ALTERAÇÃO POST-MORTEM *Autólise rápida *Proliferação de bactérias de putrefação evidente *Impregnação biliar CISTOS HEPÁTICOS *Na maioria das vezes são congênitos *São ductos biliares dilatados *Podem se romper -> a parede fica fina -> peritonite MELANOSE *Não compromete sua função RUPTURA TRAUMÁTICA *Extravasamento e distensão do parênquima *Pode cicatrizar, dependendo do trauma, sem haver alterações funcionais *Para haver perda de função hepática, precisa estar mais que 70% comprometido DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA *Causas: Hipóxia -> MO: hepatócitos perilobulares intactos Substancias tóxicas: MO: hepatócitos centrolobulares intactos *A avaliação histopatológica é importante para definir a causa LIPIDOSE/ESTEATOSE/DEGENERAÇÃO GORDUROSA *Presença/retenção de triglicerídeos no interior dos hepatócitos *Fígado amarelo e friável *Formação de vacúolos em hepatócitos *Pode levar à necrose de hepatócitos FÍGADO EM NOZ MOSCADA *ICCD *Congestão centrolobular evidenciada por áreas mais escuras NECROSE DE HEPATÓCITOS *Causas: Hipóxia: necrose de hepatócitos centrolobulares e os perilobulares estão preservados Substancias tóxicas: necrose dos hepatócitos perilobulares e preservação dos centrolobulares Agentes infecciosos ou trombose: necrose difusa HEPATITE VIRAL *Necrose hepática multifocal *Corpúsculo de inclusão intranuclear em hepatócitos e células endoteliais *Hepatite infecciosa canina e herpes vírus *HIC: edema de VB, congestão hepática, petéquias e equimoses em tronco cerebral HEPATITE BACTERIANA *Formação de abcessos e granulomas *Origem: veia porta, Onfaloflebite, AH, ascendente via sistema biliar, migração parasitária (comum), extensão de processo infeccioso adjacente *Visualização de focos múltiplos de bactérias e tecido necrosado Salmonelose: áreas puntiformes difusas no parênquima Leptospirose: lesão hepática e renal; áreas difusas de necrose. MO: necrose dos hepatócitos e dissolução dos cordões dos hepatócitos Tuberculose: formação de granuloma calcificado; lesões calcificadas primárias é tuberculose, independente do histórico. MO: presença de células gigantes mononucleadas Fascilose: presença de parasitas se desenvolvendo na VB; ductos biliares dilatados e bem evidentes pela inflamação *Outras hepatites parasitárias causadas por migração ou presença de parasitas -> causam reação inflamatória no parênquima que podem levar à calcificação PLANTAS TÓXICAS *Lesões agudas ou crônicas Dama da Noite: principalmente pequenos animais; necrose hepática Confrei Senecio: qualquer espécie Micotoxina: hepatite crônica proliferativa HEPATITE CRONICA PROLIFERATIVA *Todas as causas já vistas podem levar a este quadro *MO: proliferação de tecido conjuntivo fibroso, megalocitose, hepatócitos binucleados, hiperplasia de ductos biliares, infiltração linfoplasmocitária *MA: graus variados de irregularidade no parênquima pelo acumulo/proliferação de tecido fibroso e formação de nódulos de regeneração HEPATITE TÓXICA *MO: megalocitose, necrose, hepatócitos binucleados, infiltração linfoplasmocitária, proliferação de ductos biliares -> para eliminar bile e agente infeccioso/tóxico *Onde há tecido fibroso não há hepatócito -> comprometimento funcional CIRROSE *Processo difuso caracterizado por fibrose e transformação da arquitetura normal do fígado em lóbulos irregulares *MO: poucos hepatócitos entre tecido conjuntivo fibroso e estão necrosados/degenerados *Causas: sempre proveniente de um processo crônico -> intoxicação crônica (hepatotoxinas), colangite e/ou obstrução biliar crônica, congestão passiva crônica, hepatite crônica *As formações nodulares podem ser confundidas por neoplasia em ultrassom, por isso é importante realizar o exame histopatológico *Regeneração nodular: é a tentativa do fígado de suprir a perda de hepatócitos NEOPLASIAS HEPATICAS *Podem se desenvolver numa sequela da hepatite crônica proliferativa, da cirrose ou podem ser primárias *Carcinoma colangiocelular: origem de ductos biliares *Carcinoma hepatocelular: origem de hepatócitos *Metástases: frequentes LITÍASE BILIAR *Podem interromper o fluxo biliar podendo causar icterícia obstrutiva ou compressão e necrose do parênquima COLECISTITE *Lesão inflamatória da vesícula biliar INSUFICIENCIA HEPATICA *Caracterizadapor icterícia *Consequências: ascite, hipoalbuminemia, diátese hemorragia (fígado é responsável pela produção dos fatores de coagulação), fotossenssibilização secundária (o fígado não consegue metabolizar substancias fotoativas, se manifestam na pele e são ativadas pelo sol e causam lesão) COLESTASE *Áreas amarelo alaranjadas na superfície de corte -> ductos biliares contendo bile *Formação de moldes biliares, estruturas filiformes amarelas entre os hepatócitos PATOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO RIM *O rim é composto pela camada cortical e camada medular *Camada cortical: glomérulos *Camada medular: túbulos, alça de henle e desemboca no ureter NÉFRONS *Unidade funcional do rim *Composto pelo glomérulo e túbulos *Para haver um quadro de insuficiência renal os 2 rins devem estar comprometidos *Sempre que houver falha em 1, o outro sofre hipertrofia e hiperplasia assumindo as funções do rim comprometido *Componente vascular: arteríola aferente, sistema capilar glomerular, arteríola intralobular, arteríola eferente, sistema capilar peritubular, sistema de túbulos e ducto coletor *Componente tubular: capsula de Bowman (coleta do filtrado glomerular), túbulo proximal (reabsorção de agua, proteína e aminoácidos, glicose e carboidratos), alça de Henle (criação de gradiente de hipertonicidade entre os ductos coletor e o interstício), túbulo distal (equilíbrio acidobásico e hídrico, absorção de agua, sódio e bicarbonato, excreção de potássio e hidrogênio), túbulo e ducto coletor (reabsorção controlada de agua sob influência do ADH) ALTERAÇÃO POST-MORTEM *Autólise rápida do rim pela presença da urina *Desprendimento do epitélio de revestimento das mucosas de diferentes porções do trato urinário *Deterioração rápida da urina RIM CISTICO OU POLICÍSTICO *Congênito ou adquirido *Os cistos são túbulos dilatados repletos de urina, se houver ruptura há uroperitôneo, focal ou difuso CONGESTÃO RENAL *Causas: ICCD, neoplasias (principalmente metástases), trombose de veia cava ou veia renal HEMORRAGIA RENAL *Causas: bactérias e vírus, cumarinicos, traumatismo INFARTO RENAL *Triangulo invertido, ápice é o ponto inicial da isquemia e toda ramificação do vaso sofre necrose *Áreas mais pálidas que serão preenchidas por tecido conjuntivo fibroso formando cicatrizes renais *Quando é recente, há hemorragia pela lesão nos vasos PROCESSO INFLAMATORIO RENAL *É descrito pelos componentes histológicos comprometidos: (Glomérulo) Nefrite Purulenta ou Nefrite Intersticial Aguda -> neutrófilos íntegros e degenerados, restos celulares e macrófagos (Glomérulo) Nefrite Tromboembólica -> origem de trombose, Tromboendocardite valvular; colônias bacterianas em glomérulos, neutrófilos íntegros e degenerados, restos celulares e macrófagos. Pielonefrites -> componente medular e cortical; neutrófilos íntegros e degenerados, restos celulares e macrófagos Nefrite Granulomatosa -> múltiplos granulomas no parênquima; centro necrótico, agente, neutrófilos, células epiteloides e capsula fibrosa envolvendo INSUFICIENCIA RENAL *Azotemia: elevação plasmática de resíduos nitrogenados (ureia e creatinina) *Uremia: sinais clínicos multissistemicos da azotemia: estomatite necrótica, gastrite ulcerativa, edema pulmonar, mineralização de tecidos moles, osteodistrofia fibrosa, anemia NEFROSE/NECROSE TUBULAR AGUDA *Degeneração e necrose de células epiteliais tubulares *Os túbulos contorcidos são revestidos por epitélio, que sofre regeneração porque é descamado de forma constante; quando há um caso grave de necrose tubular aguda, haverá uma manifestação renal importante *Há regeneração desde que a membrana basal esteja intacta Necrose tubular isquêmica: severa hipotensão e choque Necrose tubular nefrótica exógena: introdução de substancias toxicas no organismo; chumbo (tintas), arsênio (herbicidas), micotoxinas, agentes antibacterianos e antifúngicos, monensina (equinos) Necrose tubular nefrotóxica endógena: causada por: Nefrose hemoglobinúrica: excesso de hemoglobina na circulação; intoxicação crônica por cobre (ovinos), leptospirose, hemoparasitas, anemia hemolítica autoimune Nefrose mioglobinúrica: necrose de musculatura esquelética -> excesso de exercício; rabdomiolise aguda (equinos), miopatia de captura, traumatismo muscular acentuado NEFROCALCINOSE *Deposição de cálcio ou formação de microcalculos no interior dos túbulos contorcidos *Causas: hiperparatireoidismo, aumento de cálcio e fosforo, neoplasias osteoliticas *Processo crônico *Observado em animais senis LITÍASE *Podem se formar na pelve ou na medular, que podem levar à obstrução GOTA ÚRICA *Uratos são depositados nos órgãos (gota úrica visceral) ou nas articulações (gota úrica articular) *Defeito no metabolismo *Serosas dos tecidos revestidos por material semelhante a po de giz *Induz reação inflamatória severa *Deformação e fixação da articulação pela proliferação de tecido conjuntivo fibroso pela reação inflamatória *Lesão irreversível NEFRITE INTERSTICIAL AGUDA *Inflamação dos rins com presença de células inflamatórias comprometendo o espaço entre os glomérulos e os túbulos, relacionada com neutrófilos *Causas: septicemias virais e bacterianas -> leptospirose, HIC NEFRITE TROMBOEMBÓLICA *Abcessos sépticos múltiplos em ambos os rins -> origem hematógena a partir de outros focos purulentos -> abcessos hepáticos por exemplo; não necessariamente da Tromboendocardite valvular vegetativa NEFRITE VIRAL *Causas: peste suína, herpsevirus canino -> hemorragias puntiformes petequeais na superfície do rim NEFRITE GRANULOMATOSA *Normalmente unilateral Parasitaria: parasitas renais -> Stephanurus dentatus (gordura perirrenal) e Dictiophyma renale (normalmente unilateral, podem perfurar o parênquima e desencadear peritonite PIELONEFRITE *Inflamação da pelve *Origem ascendente -> trato urinário inferior (cistite) *Bilateral, assimétrica *Comprometimento da medular e da cortical *Causa obstrução urinária NEFRITE INTERSTICIAL CRONICA *Se desenvolve com a idade -> contato direto com substancias nefrotóxicas *O rim não tem capacidade regenerativa, o rim cicatriza, formação de tecido conjuntivo fibroso HIDRONEFROSE *Desenvolvida a partir de obstrução *Dilatação da pelve renal por urina por diminuição da vazão de seu fluxo com obstrução total NEOPLASIAS RENAIS *Primarias: nefroblastoma, carcinoma e adenoma renal *Metástases: mais frequentes; Adenocarcinoma mamário, linfossarcoma, Adenocarcinoma adrenal, mesotelioma -> neoplasia de mesotelio que reveste a cavidade abdominal *Linfoma: mais comum- TRATO URINARIO INFERIOR *Hemorragia vesical: causas -> urolitíases, septicemia e endotoxemia (lesões que acometem o endotélio), peste suína, hematúria enzootica (ingestão de samambaia), neoplasias, ruptura de bexiga *Cistite, ureterite e uretrite: causas -> retenção urinaria, traumatismo de mucosa, micção incompleta, uretra curta *Cistite hemorrágica: causas -> ingestão de cumarinicos, alteração em outros órgãos também *Hematúria enzootica: causas -> ingestão de broto de samambaia. Hematúria persistente, anemia, cistite hemorrágica, neoplasias na forma crônica -> papiloma vesical e carcinoma de células escamosas UROLITIASE *Pelve renal, ureter, bexiga ou uretra *O comprometimento depende de seu formato, textura e rigidez *Atrito na mucosa -> cistite *Podem obstruir a uretra *Hiperplasia prostática -> obstrução -> impede o esvaziamento vesical-> urolitíases *Fatores predisponentes: pH da urina, infecção bacteriana, alimentos ricos em fosforo, plantas com oxalato, deficiência de vitamina A (aumento da descamação do epitélio), ingestão baixa de agua *Consequências: necrose e ulceração da mucosa, estase urinaria, cistite e pielonefrite, estranguria, disúria e hematúria SIDROME UROLÓGICA FELINA *Gatos alimentados com dietas comerciais ricas em magnésio tentem a formar cálculos de estruvita em associação com o processo inflamatório NEOPLASIAS DE BEXIGA *Papiloma e carcinoma de células transicionais (primário) *Carcinoma de células escamosas *Fibrossarcoma *Metástases PATOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL *Substancia branca: ‘’leuco’’; axônios mielinizados e oligodendrocitos (células da glia). Não tem corpo celular *Substancia cinzenta: ‘’pólio’’; corpos de neurônios, dendritos, porção não mielinizada dos axônios e células da glia. Tem sinapses *Células da glia: astrocitos (cicatrização glial), micróglia (células de defesa) e oligodendrócitos (axônios) LIPOFUSCINOSE *Acumulo de lisossomos coalescentes (Lipofuscina) no citoplasma de neurônios *Pode comprometer o neurônio *É um processo fisiológico que vai ocorrendo durante a vida do animal GLIOSE *Proliferação de astrocitos em caso de necrose do parênquima encefálico (cicatriz glial) *Não existe proliferação de tecido conjuntivo fibroso no tecido nervoso; os astrocitos fazem o preenchimento do espaço necrosado DEGENERAÇÃO E REGENERAÇÃO DO TECIDO NERVOSO *Neurônio: não se regenera *Células da glia, células de Schwann: grande capacidade regenerativa *Nervo seccionado -> a parte proximal do neurônio se regenera e a distal degenera -> por isso que quando há uma área de ferida, no início ela perde a sensibilidade e vai voltando de forma gradual ALTERAÇÃO PÓST-MORTEM *Amolecimento do tecido devido à alta concentração de lipídeos que há no sistema nervoso *Aumento do liquido cefalorraquidiano (LCR) com turbidez por descamação celular -> se houver a necessidade de análise e puncionar o LCR, deve ser feito ante-mortem ANOMALIAS *Anencefalia: ausência na formação do cérebro *Dicefalia: formação de 2 cérebros, com 2 crânios ou não *Microcefalia e Hidrocefalia: cérebro pequeno, neste caso associado à hidrocefalia *Hidrocefalia congênita: dilatação de ventrículos com compressão praticamente total do encéfalo *Hipoplasia cerebelar: pode ocorrer como resultado do vírus da FeLV *Meningocele: abertura craniana com exposição da meninge DISTURBIOS CIRCULATORIOS *Edema cerebral: pode se desenvolver a partir de qualquer processo patológico; retenção de LCR pelo espaço submeningeal *Hidrocefalia adquirida: retenção de LCR tanto nos ventrículos quanto no espaço submeningeal (interno e externo); a diferença para a congênita é que na adquirida o cérebro está com tamanho normal *Hemorragia: compressão do tecido nervoso com perda de função devido à necrose. Causas: vasculite, septicemia, endotoxemia, trauma (mais comum) Hemorragia subdural: ocorre no espaço suubaracnóide e também faz compressão do parênquima com necrose *Infarto: causas -> isquemia (lenta por aterosclerose -> há anastomose; ou rápida por trombo/embolia -> necrose), parada cardíaca, hipotensão súbita, diminuição ou ausência de oxigenio no ar inspirado, alteração da função da hemoglobina (intoxicação por monóxido de carbono), inibição da respiração tecidual (intoxicação por cianureto), toxinas e venenos; leva à MALAECIA -> necrose de liquefação. MO: espongiose INFLAMAÇÕES *Células inflamatórias predominantes: Bactérias: manguito perivascular neutrofilico Vírus: manguito perivascular linfoplasmocitário Parasitas: manguito perivascular eosinofílico *Meningite purulenta: sempre associada à infecção bacteriana; acumulo de pus -> perda da transparência da meninge. Infiltrado neutrofilico *Encefalite tromboembólica: associada com endocardite valvular vegetativa *Abcesso cerebral/paravertebral TOXINAS BACTERIANAS *Colibacilose enterotoxêmica ou doença do edema: suínos 4-8 semanas. Principal ação -> angiopatia (afeta os vasos) -> edema. Malacea (comprometimento da irrigação -> necrose). MO: necrose vascular cerebral com infiltração da parede do vaso por linfócitos e macrófagos MENINGOENCEFALITE *Inflamação do encéfalo e meninges *E. coli em bovinos LISTERIOSE *Listeria monocytogenes *Silagem com pH > 5,4 ENCEGALITE GRANULOMATOSA PARASITARIA *Inflamação do encéfalo com formação de granulomas parasitários MIELOENCEFALITE PARASITARIA *Inflamação da medula e do encéfalo *Sarcocystis neurona TOXICOSES QUÍMICAS *Intoxicação por organofosforados: pesticidas, fungicidas, herbicidas e rodenticida. MA: congestão generalizada, edema pulmonar, enfisema e atelectasia (podem ser consequências do edema pulmonar e da agonia em respirar). Se o quadro for agudo, não se observam lesões porque não dá tempo *Leucoencefalomalacea: necrose de liquefação da substancia branca do encéfalo. Doença do milho mofado. Fusarium verticilloides -> fumonisina B1. MO: espongiose e edema. *Polioencefalomalacea: necrose de liquefação da substancia cinzenta do encéfalo. Deficiência de Tiamina (B1). Em ruminantes há necrose cérebro-cortical por diminuição da tiamina ruminal; causas -> ingestão de samambaia (tiaminase), diminuição da absorção ou aumento de exceção renal. Em carnívoros pode ocorrer pela deficiência na alimentação -> dieta com peixe (tiaminase) ou baixo nível de desnaturação pelo calor *Intoxicação por cloreto de sódio: comum em suínos e aves; síndrome da privação de agua; congestão e edema cerebral, necrose neuronal cérebro cortical, infiltração eosinofílica perivascular (patognomônico). ENCEFALITES VIRAIS *Cinomose: corpúsculo de Lentz intranuclear em neurônios *Raiva: corpúsculo de Negri intracitoplasmático *Encefalopatia espongiforme: ação de príon sobre neurônios -> vacuolização de neurônios NEOPLASIAS *Em geral são benignas, mas a condição clinica é ruim pela localização *Meningioma, ependimoma, meduloblastoma *Metástases: Adenocarcinoma pulmonar, hemangiossarcoma NEOPLASIAS *Novo crescimento *Proliferação anormal de células que tem crescimento autônomo e tendem a perder a diferenciação (células neoplásicas) *É um processo hiperplásico, pois ocorre proliferação celular e consequentemente aumento do volume do tecido/órgão comprometido -> aumento de volume pode ser palpado ou visualizado no exame cito/histopatológico *Composição da neoplasia: células neoplásicas geneticamente anormais no parênquima com um estroma fibrovascular normal -> porem, existem neoplasias que a proliferação celular é tão rápida que acaba não existindo estroma, estando associado à necrose causada pelas células inflamatórias *Transformação/evolução da célula neoplásica: Agressões causam alterações genéticas nas células normais -> os genes são alterados para fatores de crescimento, receptores para fatores de crescimento, transdução do sinal e regulação da transcrição -> célula transformada -> proliferação descontrolada - > neoplasma NOMENCLATURA *Oma -> benigno *Carcinoma -> maligno de origem epitelial *Sarcoma -> maligno de origem mesenquimal *Blastoma -> neoplasia com características embrionárias *Teratoma -> neoplasias com tecidos diferentes (pelos, pele, osso, dente) *Hemartoma -> lesão semelhante a tumores; tecido maduro encontrado em localização anatômica diferente da sua origem TECIDO BENINA MALIGNA Cartilagem Condroma Condrossarcoma Ep. GlandularAdenoma Adenocarcinoma Ep. Pavimentoso Papiloma Carcinoma espinocelular Células sanguíneas - Leucemia Histiócito Histiocitoma Histiocitoma maligno Linfático Linfangioma Linfangiossarcoma Mastócito Mastocitoma Mastocitoma maligno Melanócito Melanoma Melanoma maligno Glandula+osso+cartilagem Tumor misto benigno Tumor misto maligno ou tumor complexo DIFERENCIAÇÃO *Função especializada da célula normal *Célula benigna: diferenciada em grau semelhante àquela da célula de origem, com a respectiva função *Célula maligna: graus diferenciados de diferenciação Bem diferenciado Pouco diferenciado Anaplasico -> não reconhece a celular COMPROMETIMENTO CLINICO DA NEOPLASIA CARACTERISTICA BENIGNA MALIGNA Índice mitótico Baixo ou ausente. Exceção: histiocitoma Alto Limite de crescimento Circunscrito Sem restrições Modo de crescimento Expansivo Invasivo Diferenciação Boa; células uniformes Graus variados; pelomorfismo celular e nuclear Estroma Abundante Escasso Metástase Nenhuma Frequente Recidiva Rara Frequente Prognostico Bom Reservado-ruim Efeitos Compressão e função endócrina Dano e destruição do tecido afetado CARACTERISTICAS MORFOLOGICAS DAS CELULAS NEOPLASICAS *Avaliação citopatólogica *Também é aplicado na histopatologia *Pleomorfismo celular: variação no tamanho e forma das células *Pleomorfismo nuclear: variação no tamanho e forma dos núcleos *Hipercromasia nuclear: aumento da densidade da coloração nuclear *Aumento da relação núcleo/citoplasma: aumento desproporcional do tamanho do núcleo com relação ao citoplasma *Quanto mais evidentes as características morfológicas das células neoplásicas (mais indiferenciadas), maior o grau de malignidade -> quanto mais distante da célula normal *Considera-se: forma, citoplasma, coloração do citoplasma, núcleo (tamanho, local e forma), cromatina, evidencia de núcleo ou não, presença de vacúolos PROLIFERAÇÃO *Ligada diretamente ao ciclo celular G0: células quiescentes G1: pré-sintese S: síntese do DNA G2: pré-mitose M: mitose ATIVIDADE PROLIFERATIVA TECIDUAL *Tecidos lábeis: com divisão continua *Tecidos quiescentes: baixo nível de replicação *Tecidos permanentes: não se dividem *Todas essas células possuem os ciclos que podem ser alterados e leva-los a proliferação BIOLOGIA DAS NEOPLASIAS 1. DISPLASIAS *Células que apresentam algumas características citológicas de neoplasias mas ainda não é considerada neoplásica *Maior número de mitoses, relação núcleo/citoplasma elevada, perda da arquitetura normal do tecido *As áreas de displasia em um tecido são consideradas pré-neoplásicas 2. NEOPLASIA IN SITU *Neoplasia já estabelecida *Estágio anterior ao da invasão *Perda evidente da arquitetura do tecido MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO 1. GENES CONTROLADORES DO DESENVOLVIMENTO CELULAR *Oncogenes: estimulam o crescimento anormal das células *Genes supressores de tumor/anti-oncogenes: responsáveis pela produção de proteínas inibidoras de crescimento celular *Substancias carcinogênicas alteram diretamente o sequenciamento do DNA dos genes supressores de tumor e oncogenes -> mutação dos genes supressores -> desaparecem proteínas inibidoras do crescimento -> célula divide-se continuamente *Tudo isso associado com mutação de oncogenes -> excesso de oncogenes -> permite a célula a se desenvolver sob condições em que não deveria *Excesso de oncogenes e/ou ausência de proteínas supressoras de tumor fazem com que se reproduzam constantemente -> após etapas sucessivas de mutação e expansão, a célula neoplásica se desprende da colônia -> METASTASE *Outros mecanismos: sempre ligados ao DNA: Agentes carcinogênicos desativam o gene separados de DNA Agentes carcinogênicos causam aberrações cromossômicas que vão se acentuando a cada geração PROGRESSAO DA NEOPLASIA *Na fase inicial todas as células apresentam as mesmas anormalidades genéticas *As mutações somáticas continuam a ocorrer, resultando em expressão adicional de oncogenes ou perda dos genes supressores de tumor *Há o desenvolvimento de clones celulares com constituição genética variada; alguns desenvolvem capacidade de metastizar e outras de aumentar a capacidade proliferativa celular *As células bem diferenciadas e de crescimento lento morrem e as pouco diferenciadas e de baixo crescimento constituem a massa tumoral *Após a quimioterapia a massa tumoral é destruída e somente as células resistentes sobrevivem -> o reaparecimento do tumor resulta dessas células PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DA NEOPLASIA MALIGNA *Crescimento mesmo na ausência de sinais de avance -> simulam suas próprias mensagens pró-crescimento *Crescimento continuo apesar dos comandos de pare emitidos pelas células adjacentes; emitido após compressão pela expansão neoplásica *Evasão de mecanismos autodestrutivos (apoptose) *Habilidade para estimular angiogênese *Imortalidade efetiva -> forçam o limite reprodutivo *Capacidade de metástases METÁSTASES *Neoplasia maligna secundária formada a partir de células neoplásicas que se desprenderam do sitio primário *Vias de disseminação: Invasão local -> por extensão Via linfática -> linfonodos Via hematógena -> veias (parede mais fina que artéria) Via transcelomica -> cavidade pleural ou peritoneal DISSEMIINAÇÃO *A célula deve ter mobilidade e capacidade migratória, características desenvolvidas por mutações genéticas constantes *A célula neoplásica bloqueia o efeito das antiproteases que são recrutadas pelas células do estroma *A célula neoplásica secreta proteases que permitem a passagem através da membrana basal *Quando atravessa já está capacitada para fazer invasão e migração ESTROMA DO TUMOR *Composição: tecido conjuntivo extracelular, proteínas, glicoproteínas, matriz de proteoglicanos, vasos sanguíneos e células inflamatórias ANGIOGENESE *Em algumas neoplasias, principalmente as mais malignas, existem extensas áreas de necrose - > não houve condições de promover a angiogênese de forma tão rápida quanto a proliferação celular *Recrutamento de células endoteliais, proliferação e maturação -> broto capilar EFEITOS DAS NEOPLASIAS 1. EFEITOS LOCAIS: *Dependem da localização e do volume do tumor *Obstrução de ductos ou estruturas tubulares, compressão e deslocamento de estruturas ou órgãos *Ulceração e contaminação secundária *Hemorragia aguda ou crônica *Necrose 2. EFEITOS SISTEMICOS *Podem ser traduzidos em transtornos metabólicos, caquexia (fraqueza, anemia e emagrecimento) e síndromes paraneoplasicas (manifestações clinicas associadas a neoplasia) SINDROMES PARANEOPLASICAS I. Endocrinopatias: *Mastocitoma -> heparina e histamina -> ulcera gastrointestinal, ulcera cutânea, tendência a hemorragia, edema *Adenoma de tireoide: aumento de produção de T3 e T4 -> hipertireoidismo *Adenoma/carcinoma renal -> aumento da produção de eritropetina -> policitemia *Insulinoma -> aumento da produção de insulina -> hipoglicemia *Sertolioma -> aumento da produção de estrógeno -> síndrome da feminização e alopecia endócrina II. Alterações hematológicas: policitemia, anemia, hipercoagulabilidade (trombose, CID, endocardite valvular vegetativa asséptica) III. Manifestação neurológica: degeneração cerebral e cerebelar, demência, atrofia muscular por comprometimento do estimulo nervoso, perda de visão e audição GRADUAÇÃO TUMORAL *Diagnostico cito e histopatológico (melhor) *Direciona o tratamento*Características histopatológicas: grau de diferenciação, extensão do pelomorfismo e frequência de mitoses Grau I: células muito diferenciadas, bem ordenadas e com poucas ou nenhumas mitoses. Grau mínimo Grau II e III: malignidade intermediaria Grau IV: células pouco diferenciadas (anaplasicas), pleomorficas e com muitas mitoses. Grau máximo *Um grau baixo indica um tumor de crescimento lento com baixa tendência de invasão e metástase, portanto com um bom prognóstico MARGEM CIRÚRGICA *Também avaliada pela histopatologia *Margem lateral e de profundidade -> indica presença ou ausência de células neoplásicas que direciona a probabilidade de recidiva ou não ETIOLOGIA DO CANCER *Células geneticamente herdadas (células germinativas) -> síndromes familiares *Mutações somáticas adquiridas: fatores intrínsecos e extrínsecos: Intrínsecos: lesão de DNA e replicação celular. Erros de DNA polimerase, recombinações ilegítimas, adição inapropriada de nucleotídeos. Se esses erros não forem corrigidos, a célula se mantem podendo sofrer outras mutações até que se torne uma célula neoplásica Extrínsecos: interagem com o DNA. Agentes mutagênicos (originam mutações), carcinogênicos (causam o câncer). Muitas mutações são carcinogênicas; Exemplo: químicas (pesticidas, samambaia), radiação (solar, RX), vírus oncogenicos *Vírus oncogenicos: retrovírus (integração do genoma viral ao genoma da célula hospedeira) - > leucose enzootica bovina, leucose aviaria, FIV. DIAGNÓSTICO *Investigação clinica *Exames de imagem *Exames laboratoriais -> citologia, histopatologia, imunohistoquímica _______________”________________”________________”_______________” Créditos: - Aula ministrada pela Profª. Drª. Sivana Maris Cirio - Resumo desenvolvido por Estela Dall’Agnol Gianezini, medica veterinária pela UFPR – Setor Palotina.
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