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Resumo Estatuto do Desarmamento

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ESTATUTO DO DESARMAMENTO – Lei n.º 10.826/03 
 
 
 
O Estatuto do Desarmamento instituído pela Lei n.º 10.826/03 foi 
posteriormente regulamentado pelo Decreto n.º 5.123/04. A Lei n.º 10.826/03 trata 
de armas de fogo, munições, acessórios para armas, artefatos explosivos e/ou 
incendiários, os quais são os objetos materiais da lei. 
 
Os crimes inscritos no Estatuto do Desarmamento podem ser praticados por 
qualquer pessoa, não sendo, por consequência, crimes próprios. Contudo, calha 
lembrar que os crimes previstos nos artigos 14 a 18, terão a sua pena aumentada, 
conforme a regra do artigo 20, quando praticados por uma das pessoas elencadas 
nos artigos 6º, 7º e 8º, desde que tais pessoas estejam no exercício de suas 
funções. 
 
Nos crimes elencados no Estatuto do Desarmamento o bem jurídico protegido 
é a incolumidade pública representada pela necessidade de proteção da segurança 
e da paz das pessoas no convívio social. Desta forma, estamos diante de crimes 
vagos nos quais o sujeito passivo é a coletividade. 
 
Os crimes elencados no Estatuto do Desarmamento são considerados crimes 
de perigo abstrato. Nesta trilha, temos que o perigo é presumido de forma absoluta 
pelo legislador (é presunção iuris et de iure), sempre que há uma arma em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar (arma sem registro; arma com 
registro, mas portada sem autorização para porte etc.). A partir desta natureza 
jurídica, calha perceber que a lei presume (de forma absoluta) que a existência de 
uma arma em desacordo com determinação legal ou regulamentar lesiona a 
segurança pública. 
 
Não obstante, não se deve esquecer a necessidade da aplicação do princípio 
da lesividade naqueles casos em que se atesta a partir de exame pericial – exame 
de potencialidade lesiva do instrumento - a relativa ou absoluta ineficácia da arma, 
quando esta é apreendida sem munição e o agente não dispõe de munição próxima. 
Desta feita, no momento da apreensão não há como a arma produzir disparo e pode 
ser aplicado o princípio acima nominado. 
 
O controle de armas de fogo é realizado através do registro e da autorização 
para porte. Atualmente, o controle é federal - Polícia Federal e Exército. 
 
A Lei n.º 11.706, de 19 de junho de 2008, alterou o art. 32 do Estatuto do 
Desarmamento, criando uma nova causa de extinção da punibilidade, que é a 
entrega espontânea de qualquer tipo de arma de fogo à autoridade policial. Para 
essa entrega, a lei não previu prazo. 
 
 
 
 
 
 
Competência para processo e julgamento 
 
A competência para processo e julgamento dos crimes previstos no Estatuto 
do Desarmamento é da Justiça Estadual, salvo no caso do tráfico internacional de 
armas de fogo previsto no artigo 18, quando a competência desloca-se, por força do 
artigo 109 da Constituição Federal de 1988, para a Justiça Federal. 
 
Diferença entre a posse ilegal e o porte ilegal de arma de fogo. 
 
Incorre em posse ilegal de arma de fogo aquele que possui arma no interior 
de sua residência, sem estar a mesma registrada; em porte ilegal, aquele que, 
embora possuindo a arma registrada, a retira de sua residência para levá-la consigo, 
sem a autorização da autoridade competente. Esta última conduta é prevista no 
artigo 14, que trata do porte ilegal de arma. 
 
Exame pericial 
 
Outro ponto a ser observado diz respeito ao exame pericial, se este é ou não 
indispensável para a configuração do delito. O exame pericial da arma de fogo é 
indispensável, uma vez que compete à autoridade policial informar acerca das 
características da arma, sua potencialidade lesiva e recenticidade de disparos. Pelas 
características da arma saberemos se ela é de uso proibido ou permitido. Pela 
potencialidade lesiva saberemos se ela está em funcionamento ou se é obsoleta. E, 
pela recenticidade de disparo, saberemos se ela foi utilizada para a configuração do 
delito autônomo de disparo de arma de fogo. 
 
Arma desmuniciada 
 
O fato de o agente trazer a arma desmuniciada e desmontada já caracteriza a 
conduta incriminada: transportar, possuir e manter sob guarda, eis que a lei passou 
a considerar crime a figura de transportar munição ou acessório, os quais, 
desacompanhados da arma, não podem ser prontamente utilizados, não se podendo 
alegar isto para afastar o perigo tutelado pela norma jurídica em questão. Contudo, 
será necessário comprovar, por exame pericial a eficácia da munição ou do 
acessório, os quais se imprestáveis, não põem em risco o bem jurídico tutelado, já 
que não há crime sem lesão ou ameaça de lesão a bem jurídico tutelado. 
 
Crimes em espécie 
 
Artigo 12 – Posse irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido: Trata da posse 
ou guarda irregular de arma de fogo de uso permitido. Refere-se à prática de tais 
condutas intramuros (dentro de casa, no local de trabalho, neste caso, desde que 
seja o titular ou responsável legal da empresa, pois, caso contrário o crime será o do 
art. 14). Se as condutas descritas no art. 12 forem praticadas extramuros e, se a 
arma for de uso permitido, o crime praticado será o do art. 14 do Estatuto. Caso a 
 
 
 
 
arma de fogo seja de uso restrito, não se aplica o art. 12, nem o art. 14. Nesse caso 
aplica-se o art. 16, caput do Estatuto. 
 
Art. 13 – Omissão de Cautela: Trata-se do único crime previsto na Lei 10.826/03, 
de menor potencial ofensivo, pois a pena é a de detenção de 1 a 2 anos e, portanto, 
aplica-se a Lei n.º 9.099/95. Portanto, é admissível a suspensão condicional do 
processo (não admite composição civil por tratar-se de crime vago – sujeito passivo 
indeterminado). Pune aquele que não tem cuidado na guarda da arma e deixa que 
esta chegue às mãos de menor de 18 anos de idade ou deficiente mental (crime 
culposo). O parágrafo único do artigo 13 pune a conduta do sujeito que tem sua 
arma roubada, seja ela de uso restrito ou permitido, e não toma as providências de 
registros de B.O. na Polícia Civil e comunicação do fato à Policia Federal. 
 
Art. 14 – Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido: trata das armas de fogo 
de uso permitido. É crime de ação múltipla ou de conteúdo variado e, portanto, a 
prática de mais de uma conduta, dentre as descritas no tipo, dentro de um mesmo 
contexto fático, não configura concurso de crimes, mas sim crime único. 
 
Art. 15 – Disparo de arma de fogo: prevê o crime de disparo de arma de fogo em 
via pública ou acionamento de munição. A pena é de 2 a 4 anos de reclusão e multa. 
Há previsão de subsidiariedade expressa, pois, somente se aplica o crime do art. 15 
do Estatuto do Desarmamento se o agente não tem por finalidade a prática de outro 
crime (homicídio, por exemplo). 
 
Art. 16 – Posse ou Porte de Arma de Fogo de Uso Restrito: nesse tipo só muda o 
objeto material dos artigos 12 e 14 do Estatuto, pois passa a ser arma, acessório, 
munição de uso restrito. O parágrafo único traz figuras equiparadas em seus incisos. 
Atenção: o parágrafo único é independente de seu artigo 16 nele englobam-se as 
armas de uso permitido e as de uso restrito. 
 
Art. 17 – Comércio Ilegal de Arma de Fogo: pune-se o comércio ilegal de arma de 
fogo. É necessária habitualidade na conduta. 
 
Art. 18 – Tráfico Internacional de Arma de Fogo: trata do comércio internacional 
de arma de fogo, munição ou acessório. Competência da justiça federal para 
processar e julgar a matéria. 
 
Art. 19: indica causas de aumento de pena a serem aplicadas nos crimes previstos 
nos artigos 17 e 18. 
 
Art. 20: indica causas de aumento de pena a serem aplicadas nos crimes previstos 
nos artigos 14,15,16,17 e 18 quando praticados por intermédio dos integrantes dos 
art. 6°, 7º e 8º. 
 
Art. 21: Foi declarado inconstitucional pela ADIN n.º 3.112, pois fere o princípio da 
presunção de inocência – art. 5º, LVII, da CF/88, além de ofender também a 
 
 
 
 
disposiçãodo art. 5º, LXVI, da CF/88 que determina que ninguém será preso quando 
a lei admitir liberdade provisória.

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