Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Composição nutricional Especificações Qualidade Os principais constituintes da carne bovina com interesse nutricional são gordura diversas vitaminas e minerais proteínas Cortes magros, cozidos, fornecem cerca de 186 calorias em 100 g; já um corte com maior teor de gordura podem fornecer mais de 300 calorias quando preparados. Dentre as vitaminas, destacam-se: a vitamina B12 (ou cobalamina) a niacina a riboflavina (ou vitamina B2) OUTROS Entre os minerais, ferro zinco. Cerca de 40% do ferro contido nas carnes está na forma conhecida como ferro-heme, sendo o restante como ferro não-heme O ferro-heme é mais eficientemente absorvido do que o ferro não-heme: do total de consumo, cerca de 30% é aproveitado, sendo que a forma não heme apresenta uma absorção próxima a 5% A combinação de alimentos fontes de vitamina C contribui para melhorar a absorção do ferro não- heme, que pode chegar a 15%, contudo em nada interfere sobre o aproveitamento do ferro-heme. Para um adulto do sexo masculino, a dieta deve fornecer cerca de 8 mg de ferro por dia, e 100 g de carne bovina contém cerca de 20% deste total. A recomendação de ferro para mulheres é maior, em função das perdas determinadas pelo ciclo menstrual. Este mineral contribui para o bom funcionamento de diversos sistemas, com destaque para o sistema imunológico e, portanto, para a garantia de mecanismos de resistência a infecções. Carnes são excelentes fontes de zinco: 100g de carne bovina crua contém cerca de 3,5mg, ou seja, 1/3 das necessidades diárias de homens e cerca de 50% das necessidades de mulheres. Na carne, estão presentes boas quantidades dos ácidos palmítico e esteárico (saturados), representando cerca de 27 e 13% do total, respectivamente. Outro tipo de ácido graxo presente na carne é o ácido oléico, conhecido por ser o monoinsaturado mais abundante no azeite de oliva: na carne bovina, ele representa cerca de 40 % do total de ácidos graxos. As carnes bovinas apresentam diferentes teores de gordura, variando de 5% a 25% do seu peso. O consumo de 200 g de carne por dia para um adulto, pode contribuir com 12% a 60% das necessidades diárias de gordura. Em 100 g de carne bovina estão contidos aproximadamente 53 mg de colesterol. Proteína de alto valor biológico 100 g de carne bovina fornecem cerca de 50% das necessidades de proteína de uma pessoa adulta de 60 kg. CARNE A carne pode ser considerada como um alimento nobre para o homem, pois serve para a produção de energia, para a produção de novos tecidos orgânicos e para a regulação dos processos fisiológicos, respectivamente, a partir das gorduras, proteínas e vitaminas constituintes dos cortes cárneos. O grande mérito nutricional da carne é a quantidade e a qualidade dos aminoácidos constituintes dos músculos, dos ácidos graxos essenciais e das vitaminas do complexo B presentes, tendo também importância o teor de ferro. A proteína miofibrilar da carne apresenta elevado valor biológico pela disponibilidade em aminoácidos essenciais e pela digestibilidade dos mesmos, sendo que o tecido conjuntivo apresenta menor valor biológico. A digestibilidade da fração protéica da carne varia de 95% a 100% e a proteína da carne contém todos os aminoácidos essenciais ao ser humano. Existem variações no teor protéico da carne em relação aos cortes cárneos, idade, alimentação, sexo e raça do animal, embora não sejam significativas. Existe grande variação no teor de lipídeos presentes na carne bovina e essa é influenciada por vários fatores, tais como sexo, raça e alimentação do animal, assim como do corte cárneo. O valor energético da gordura da carne é da ordem de 8,5 cal/g. A gordura da carne, além do aspecto energético, é importante pelos ácidos graxos essenciais, colesterol e vitaminas lipossolúveis, sendo também indispensável para os aspectos organolépticos de sabor e uso culinário. A digestibilidade da gordura varia em função dos ácidos graxos constituintes, sendo que a gordura interna (mais saturada) tem digestibilidade em torno de 77% enquanto a externa (peito) chega a 98%. A carne apresenta todas as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), as hidrossolúveis do complexo B (tiamina, riboflavina, nicotinamida, piridoxina, ácido pantotênico, ácido fólico, niacina, cobalamina e biotina) e um pouco de vitamina C. Existem variações do teor vitamínico em relação à idade. Animais jovens apresentam níveis menores de B12, enquanto aqueles na fase de acabamento apresentam maiores teores de vitaminas lipossolúveis. Especificações de qualidade No caso da carne bovina, ao lado de medidas físicas, químicas e microbiológicas escolhidas, procura-se juntar informações obtidas em análises sensoriais, destinadas a detectar diferenças entre amostras, e a comparar escores atribuídos por equipes de provadores treinados, que atuam como “instrumentos de medida”, sempre com base em escalas construídas por especialistas. Em seu livro “Meat Science An Introductory Text”, Warriss, P.D. (2000) define qualidade como uma serie de componentes: Rendimento e composição – quantidade de produto comercializável, proporção de carne magra e gordura o tamanho e a forma dos músculos. Aparência e características tecnológicas – cor e textura da gordura, quantidade de marmorização no tecido magro cor e capacidade de retenção de água composição química do músculo. Palatabilidade – textura, maciez, suculência, sabor e aroma. Integridade do produto – qualidade nutricional, segurança química e biológica. Qualidade ética – questões relacionadas ao bem estar animal. Cor Sabor Maciez Suculência Escolha do consumidor baseado no corte modo de preparo (cozimento) Satisfação na refeição (aparência, distribuição da gordura, firmeza, cor) Fatores que influenciam na cor da carne fresca: Espécie, idade e sexo do animal Corte de carne Capacidade de retenção de água Ressecamento da superfície da carne Grau de deterioração da superfície da carne Comprimento de onda da luz que atinge a superfície da carne Carnes PSE (Pálida, Flácida e Exsudativa) - problemas de estresse no momento do abate levam a um acúmulo de lactato (redução de pH) que, juntamente com a temperatura alta do músculo, provocam um estado em que a carne libera água, torna-se flácida e com coloração amena. Carnes DFD (Escura, Firme e Seca) - problemas de estresse prolongado antes do abate podem esgotar as reservas de glicogênio, impedindo que o pH decline; dessa forma, o músculo passa a reter mais água (seco), ficando estruturado (firme) e de coloração escura tanto pela menor refração de luz quanto pela maior ação enzimática, com gasto periférico do oxigênio. Depende da quantidade de água retida no produto acabado. Aumenta o sabor, ajuda a amaciar a carne, tornando-a fácil de ser mastigada, e estimula a produção de saliva. A retenção de água e o conteúdo de gordura determinam a suculência. A marmorização e a gordura ao redor das bordas ajudam a manter a umidade. A maturação pode auxiliar a retenção de água e portanto aumenta a suculência. A utilização dos métodos apropriados de cozimento, como cozimento lento e/ou com calor úmido, podeaumentar a suculência. O cozimento além da medida pode ressecar a carne. A melhor maneira de incrementar a suculência da carne é aprender o melhor método de cozimento A maciez está ligada a diversos fatores: idade do animal, sexo ou localização do músculo. Quando o animal fica mais maduro, o tecido conectivo do músculo fica mais grosso, portanto num animal mais velho os produtos obtidos não são tão macios Os machos tendem a ter mais tecido conectivo do que as fêmeas e o músculo mais usado (ex: músculos dos membros) tem também mais tecido conectivo. Animais jovens, com crescimento rápido e com uma dieta de alta qualidade são mais macios Sabor e aroma estão interligados criando a sensação que o consumidor tem durante o consumo de alimentos. Estas percepções se baseiam no aroma que penetra pelo nariz e nas sensações de salgado, doce, azedo e amargo na língua Estas dizem respeito aos vários aspectos relacionados à obtenção do produto: Refrigeração espessura da gordura de certos cortes pH cor do músculo e da gordura origem e histórico da produção Embalagem armazenamento transporte e ainda informações de comercialização, inspeção e do sistema de codificação da EAN-UCC. Refrigeração - As carnes podem estar resfriadas ou congeladas e a manutenção da temperatura por toda a cadeia a fim de assegurar uma temperatura interna uniforme do produto deve ser mantida. Carnes resfriadas: produtos mantidos rigorosamente a temperaturas entre -1,5 e +70C por todo o tempo seguido do processo pós-morte de resfriamento. Carnes congeladas: produtos mantidos a temperaturas menores que –120C após congelamento. Carnes super congeladas: produtos mantidos a temperaturas menores que –180C após congelamento. Umidade Proteínas Carboidratos Cinzas Gorduras Gorduras saturadas Sódio Colesterol pH Presença de aditivos (fosfatos) Corantes artificiais Nitritos Resíduos pesticidas Hormônios Antibióticos Pesquisa de substâncias antioxidantes (mascarar processos de deterioração) Contaminantes inorgânicos: arsênio, estanho, chumbo Decorrem principalmente de modificação e/ou degradação de proteínas e lipídeos Provocada por ação de agentes naturais Oxigênio Enzimas hidrolíticas endógenas Ou substâncias produzidas por microrganismos (enzimas, peptídeos, aminas) É utilizada para evidenciar o início das alterações deteriorativas da carne, que pode resultar de reações oxidativa ou enzimática Indica o estado de conservação de alimentos protéicos – a liberação de amônia indica o início da degradação A amônia reage com o ácido clorídrico formando o cloreto de amônio (sob a forma de vapores brancos) É a prova para “ranço” na gordura, válida para produtos cárneos e partes gordurosas de carnes Rancidez é o nome que se dá às alterações no odor e sabor dos óleos e gorduras A floroglucina reage em meio ácido com os produtos da oxidação dos triacilgliceróis, formando um composto de coloração rósea de intensidade proporcional à oxidação O formaldeído é uma substância conservante de material biológico. Sua adição é proibida em alimentos A floroglucina reage com o formaldeído em meio alcalino produzindo o derivado hidroximetilado, de coloração salmão fugaz A determinação do amido é feita por meio de análise espectrofotométrica A adição de amido é permitida em algumas classes de salsichas, mortadelas e outros produtos cárneos,, respeitados os limites estabelecidos pela legislação vigente Auxilia na determinação das alterações das características sensoriais de aparência, odor, textura e sabor Nitritos de sódio e potássio são conservadores usados em produtos cárneos. Estão relacionados com a obtenção de cor e sabor e com as atividades antioxidantes e antimicrobianas, contudo SÃO PROIBIDOS EM CARNES FRESCAS E CONGELADAS No organismo infantil os nitritos interagem com a hemoglobina afetando o transporte de oxigênio, resultando em condição patológica denominada METEMOGLOBINEMIA Determinação feita pela reação de Griess- Ilosvay- diazotação dos nitritos com ácido sulfanílico – coloração rósea
Compartilhar