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aula 9 análise de Foucault sobre a avaliação

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Como analisa Foucault (1989, p. 154) 
“O exame combina as técnicas da hierarquia que vigia e as da sanção 
que normaliza. É um controle normalizante, uma vigilância que 
permite qualificar, classificar e punir. 
 
A partir da década de 60, a avaliação incorpora nuances de 
cientificidade sob forte influência da Psicologia Experimental e dos 
estudos da Psicometria sobre a mensuração do comportamento 
humano. Os debates no campo da avaliação educacional também 
passam a centrar-se nos aspectos técnicos e instrumentais da 
avaliação, tendo como fundamentação as produções norte-
americanas de Tyler, Bloom, Ebel, Ausubel, entre outros. A tradução 
das intenções de ensino e aprendizagem em objetivos curriculares 
facilmente observáveis e mensuráveis chega às escolas brasileiras 
para ficar, sob a égide do positivismo, fazendo do campo educacional 
sua tradução pragmática. 
 
Essa representação da avaliação, e as práticas dela oriundas, como o 
uso dos testes, provas e demais instrumentos apenas (grifo meu) 
para a aferição do aproveitamento escolar, hierarquização e 
classificação dos estudantes segundo o seu desempenho, passa a ser 
a lógica avaliativa dominante na cultura escolar e persiste até hoje 
com grande força nos diferentes níveis de ensino. (GATTI, 2002; 
ESTEBAN, 2000; LUCKESI, 1996, 2005) 
Esses aspectos históricos nos possibilitam compreender melhor como 
os mecanismos de seleção presentes nos processos de avaliação se 
relacionam com a lógica capitalista de sucesso e fracasso, perda e 
ganho, empenho e recompensa. Servem, essencialmente, como 
mecanismo de controle e adaptação de condutas sociais, mascarando 
a dimensão social da seletividade escolar e passam a se incorporar no 
 
 
discurso e nas práticas dominantes da cultura escolar, naturalizando-
se. 
Nas décadas de 70, a abordagem de Bourdieu e Passeron (1975) 
coloca em evidência o caráter reprodutor da escola e a violência 
simbólica por ela exercida. Suas ideias têm grande influência, nas 
décadas de 70, 80 e 90, na produção acadêmica sobre o papel da 
escola contribuindo para a problematização do fracasso escolar e para 
direcionar o foco dos debates sobre avaliação para os aspectos sociais 
e políticos a ela relacionados. Nessas produções, são abordadas as 
relações entre currículo, avaliação e poder. Conforme apontam 
Moreira e Silva (2001, p. 7/8): 
[...] o currículo não é um elemento inocente e neutro de 
transmissão desinteressada do conhecimento social. O currículo 
está implicado em relações de poder, o currículo transmite 
visões sociais particulares e interessadas, o currículo produz 
identidades sociais. O currículo não é um elemento 
transcendente, atemporal – ele tem uma história, vinculada a 
formas específicas e contingentes de organização da sociedade 
e da educação.

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