Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC Departamento de Ciências Biológicas Curso de biologia Disciplina: Bioquímica RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA Prática 2 - Hidrólise ácida e enzimática do amido Autores: Antônio Moreno Eduardo Soares Rafael Souza Roseliz Campelo Yasmim Serra Profª: Sônia Melo Ilhéus - BA AGOSTO, 2017 INTRODUÇÃO O amido é a reserva energética das plantas como polissacarídeo. Sua solubilidade em meio aquoso depende da temperatura, sendo insolúvel em água fria e solúvel em água quente, formando solução coloidal (estado intermediário entre o líquido e o sólido) sendo decomposto em amilopectina e amilose. Estas possuem cadeias ramificada e linear, com ligações glicosídicas alfa 1,6 e alfa 1,4, e alfa 1,4, respectivamente. A amilose possui forte afinidade com o iodo, produzindo um tom azulado na solução. A amilopectina possui fraca afinidade com o iodo, tendo um tom vermelho quando miscível. A hidrólise ácida consiste na hidrolisação das ligações glicosídicas da amilose e amilopectina, produzindo dextrinas, oligossacarídeos e monossacarídeos, especialmente glicose. A hidrólise enzimática hidrolisa as ligações glicosídicas lineares através da enzima alfa amilase, mas as ligações das ramificações e a maltose não são alterados, tendo como produtos as dextrinas com seu peso molecular reduzido e teores mínimos de maltose. A beta amilase rompe a segunda ligação pelos finais não redutores das cadeias, liberando maltose. Ligações alfa 1,6 e ligações alfa 1,4 formadas após um resíduo ramificado alfa 1,6. OBJETIVO Demonstrar que um polissacarídeo (amido) pode ser hidrolisado com a produção de açúcares redutores; verificar os dois tipos de catálise: ácida e enzimática (amilase salivar). MATERIAIS Beker de 250, 500 e 1000 mL; Tubos de ensaio; Sistema de aquecimento (Bico de gás, Telas de amianto, Tripés) Pipetas de 2, 5 e 10 mL; Proveta de 25 mL; Erlenmeyer de 100 e 250 mL; Grades para tubos de ensaio; Banho-maria; Conta-gotas; Pêras; Caneta de vidraria. PROCEDIMENTO Hidrólise ácida 1. Colocar em 5 tubos de ensaio (de 1 a 5) 3 gotas de lugol e, em outros 5 tubos (1´ a 5´), 2 mL do reativo de Benedict; 2. Colocar 25 mL de solução de amido em um erlenmeyer de 100 mL. Deixar em banho-maria fervente por 10 minutos para homogeneizar a temperatura; 3. Adicionar à solução de amido em ebulição, 1 mL de ácido clorídrico concentrado (utilizar a pêra para pipetar o ácido); 4. Misturar e retirar, imediatamente, 1 mL da mistura, transferindo 0,5 mL para o tubo 1 e 0,5 mL para o tubo 1´. Manter o erlenmeyer sempre em banho-maria fervente; 5. Aos 5 minutos repetir o passo anterior com os tubos 2 e 2´ e assim por diante, aos 10, 20 e 40 minutos de reação, com os tubos 3/3´, 4/4´ e 5/5´, respectivamente; 6. Colocar então, os tubos de 1´ a 5´ em banho-maria fervente por 3 minutos e observar o aparecimento da coloração vermelho-tijolo. Hidrólise enzimática 1. Preparar os tubos de ensaio conforme item 1 do procedimento anterior; 2. Coletar saliva (mistura de 2 ou 3 doadores) diluída de modo adequado, geralmente 20 vezes com NaCl 5mM; 3. Colocar 25 mL da solução de amido a 1% em um erlenmeyer de 100 mL. Deixar em banho-maria a 37ºC por 10 minutos; 4. Adicionar à solução de amido do erlenmeyer 1 mL de saliva diluída; 5. Agitar e retirar imediatamente 1 mL da mistura, distribuindo 0,5 mL para um dos tubos contendo lugol e 0,5 mL para um dos tubos contendo o Reagente de Benedict; 6. A partir daqui, repetir o procedimento anterior do item 5 em diante. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados encontrados no procedimento da hidrólise ácida, depois de realizar os procedimentos de colocar em 5 tubos de ensaio 3 gotas de lugol e, em outros 5 tubos (1´ a 5´), 2mL do reativo de Benedict, assim como todos os passos seguintes do experimento, foram visualmente analisados pela alteração da coloração na sequência de tubos. Antes de misturar a solução de amido com ácido clorídrico aos tubos de solução lugol e Benedict, pode-se observar um padrão de coloração uniforme em todos os tubos, como mostra a Figura 1. Figura 1. Tubos com a solução de Benedict com coloração uniforme. Os tubos com solução lugol também tinham sua coloração amarelada uniforme entre eles, como mostra a Figura 2. Figura 2. Tubos com a solução de lugol no estágio inicial de coloração uniforme. Depois de iniciar o processo de mistura da solução de amido com ácido clorídrico aos tubos de solução lugol e Benedict, respeitando os horários pré-definidos na metodologia com seus respectivos intervalos até chegar no tubo 5 e 5’, foi possível perceber primeiramente a mudança de coloração gradual nos tubos de lugol, como mostra a Figura 3. Figura 3. Tubos de lugol com alteração gradual na coloração. Em seguida, para analisar a mudança de coloração nos tubos de Benedict, eles foram colocados em banho-maria fervente por 3 minutos e na sequência foi possível observar a alteração de cor gradual com escurecimento, como mostra a Figura 4. Figura 4. Tubos com solução Benedict com alteração gradual na coloração. Em se tratando do experimento realizado no procedimento da hidrólise enzimática, foram inicialmente preparados 10 tubos: 5 (nºs.1 a 5) com adição de 3 gotas de lugol em cada, e, nos outros 5 (denominados 1’ a 5’) inseridos 2 mL do reativo de Benedict em cada tubo (Figuras 1 e 2). Na etapa seguinte, foi coletada saliva de 2 doadores e em seguida, foi diluída em 20 mL de NaCl 5mM. Após isso, foi colocado 25 mL da solução de amido a 1% em um erlenmeyer de 100 mL, que ficou exposto a um banho maria em temperatura média de 37ºC num período de 10 minutos. Em seguida, juntou-se 1 mL de saliva diluída à solução de amido contida no erlenmeyer. Posteriormente, agitou e retirou-se imediatamente 1 mL da mistura, ocasião em que foi distribuído 0,5 mL para o tubo 1 e o tubo 1’. Após, foi repetido o passo anterior, colocando o erlenmeyer de volta no banho maria a 37ºC, e feito o mesmo procedimento com os tubos 2 e 2’ após 5 minutos de banho maria, com os tubos 3 e 3’ após 10 minutos, 4 e 4’ após 20 minutos e com os tubos 5 e 5’ após decorridos 40 minutos (Figuras 3 e 4). Por fim, os tubos 1’ a 5’ foram expostos em banho maria fervente num período de 3 minutos, até surgir o avermelhamento das soluções contidas nos tubos (figura 5). Figura 1 – tubos de 1 a 5, contando-se da esquerda para a direita. Figura 2 – tubos de 1’ a 5’, contando-se da direita para a esquerda. Figura 3 – tubos de 1 a 5, contando-se da esquerda para a direita. Figura 4 - tubos de 1’ a 5’, contando-se da direita para a esquerda. Figura 5 - tubos de 1’ a 5’, contando-se da direita para a esquerda. Ao final dessas etapas, foi percebido na hidrólise enzimática, que a medida em que o amido era exposto ao banho maria e sendo adicionada saliva ao mesmo, mais ele ia liberando amilose e amilopectina. Isso pode ser notado, conforme a figura 5, na qual se percebe que no reagente de Benedict, após apenas 5 minutos de exposição ao banho maria e após a adição de saliva e NaCl (tubo 1’), o amido ainda não consegue liberar seus componentes, através da ausência de mudança de cor, perceptível através da comparação entre o tubo 1’ e 5’, nesse último é perceptível o sucesso da reação. Ressalta-se ainda, a fundamental importância da saliva como aceleradora desse processo, agindo como agente catalisadora na liberação da amilase e amilopectina. CONCLUSÃO A prática pode ser avaliada como bem sucedida, já que tanto na hidrólise ácida como na hidrólise enzimática, foram perceptíveis os resultados finais previstos nos objetivos: de perceber, com a ajuda de reagentes, que os componentes do amido, amilose e amilopectina, o qual tem afinidade pela água quente, são liberados a medida que o tempo de exposição na água quente progride.
Compartilhar