Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 1 Aula 05 Administração Geral BSC, Indicadores e Processo Professor: Vinicius Ribeiro Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 2 Olá pessoal, vamos seguindo? Tópicos da Aula Gestão de Processos ............................................................................ 02 Questões.............................................................................................. 27 BSC e Indicadores ................................................................................ 37 Questões.............................................................................................. 48 Exercícios Trabalhados ...................................................................... 53 Gabarito ............................................................................................ 61 Gestão de Processos Processo pode ser definido como uma ação continuada, um procedimento, estados intermediários de uma transformação. É sempre bom diferenciar dos projetos, que são caracterizados por possuir tempo determinado de execução. Os processos não, eles são contínuos, sequenciais. Segundo Idalberto Chiavenato, gestão de processos é uma forma de administração focada nos processos. A partir da gestão de processos, a empresa passa a ter uma visão do todo, uma visão sistêmica, podendo interferir positivamente nas suas atividades. A empresa passa a olhar para processos, não para suas funções (marketing, recursos humanos, finanças, produção, etc). Com isso, podemos entender que a gestão de processos não possui foco em uma parte da empresa, como a alta gerência, por exemplo. O foco é a empresa como um todo, na perspectiva de processos. Todos são envolvidos. A gestão por processos utiliza-se da entropia negativa para poder melhorar as operações da organização. Vamos entender dois conceitos: Entropia: Deterioração do sistema Aula 5 Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 3 Negentropia: também conhecida como sintropia ou entropia negativa, é o antídoto da entropia – é a ordenação do sistema. Em uma organização, podemos pensar os processos como uma sequência de atividades que transforma insumos (inputs) em produtos (outputs), gerando valor para o cliente. Vejamos a ilustração. Uma empresa funciona da seguinte forma: ela utiliza seus recursos (humanos, materiais e financeiros) para transformar a matéria-prima ou a ideia em um produto acabado ou em um serviço disponível, respectivamente. Os inputs são os recursos de entrada e os outputs são as saídas da empresa, ou seja, o que a organização produz e expede para o mercado. Se pegarmos o quadro “transformação” e dermos um zoom, veremos que ele é composto por várias etapas. Mas aí, cada empresa possui a sua própria sequência, cada produto requer uma determinada ordem de produção, e por aí vai. É importante saber o seguinte: a cada etapa de produção, dentro do processo de transformação, são agregados valores ao produto. Explicando melhor. Se o produto irá passar por 3 processos diferentes antes de ser acabado, na 1º unidade, ele irá receber algum tipo de transformação. Essa transformação necessariamente agrega valor ao produto. A cana-de-açúcar, ao virar álcool, não está agregando valor? Qual é mais caro? Isso, esse valor é também financeiro. Voltando à explicação, ao sair da unidade 2, o produto terá mais valor agregado do que na unidade de produção 1 e, no fim (3º unidade), ele atingirá o máximo Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 4 de valor que a empresa pretende agregar para então comercializá-lo. Entendido? Outro tema importante em gestão de processos é o mapeamento de processos. Podemos defini-lo como o estudo das atividades que compõem um determinado processo a fim de ordená-las. Com essa organização, gera-se um fluxo das atividades, em um fluxograma. No mapeamento, é possível observar a sequência das atividades, além da especificação daqueles que executam cada tarefa. Fluxograma - Representação gráfica da rotina de um processo por meio de símbolos padronizados. Permite o mapeamento individualizado de cada etapa e, quando necessário, o estudo e racionalização de tempos e movimentos do processo. O fluxograma difere do organograma (representação dos cargos de uma empresa) por ser dinâmico. Veja a ilustração sobre uma gestão de contratos. Uma coisa que podemos notar, a partir da figura do fluxograma, é que todos os símbolos do fluxograma podem ter várias entradas e saídas. O losango “requer licitação?” possui como entrada o círculo alongado “elaborar minuta de contrato” e como saídas o retângulo “elaborar justificativa de inexigibilidade ou dispensa” e o losango “é pregão?”. Contudo, há duas exceções nessa regra de entradas e saídas. O primeiro símbolo nunca terá entradas, já que é o primeiro. Pela lógica também, o último Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 5 símbolo nunca terá saídas, já que representa o fim daquele determinado processo. Quando desenhamos um fluxograma, cada símbolo possui um significado específico. Assim, temos: Círculo alongado: início ou fim; Seta: sentido do processo; Retângulo: ações ou atividades; Losango: questões/alternativas, sempre com duas saídas, pontos de decisão. Vamos conhecer outros símbolos: Documentos utilizados no processo: Demonstra uma espera: Armazenamento: Quando mapeamos um processo e o representamos por meio de fluxograma, podemos identificar onde se situam possíveis problemas. Esses problemas, também chamados de gargalos, uma vez identificados, podem ser solucionados para que os processos voltem ao seu curso (fluxo) normal. Exemplo: suponhamos que a empresa já conhece um problema que está tendo: o produto fabricado está com problemas de especificação (as suas características estão fora do padrão estipulado). Assim, com o mapeamento dos processos, é possível detectar em que momento da fabricação a especificação não foi cumprida. Com a correta identificação desse momento, a solução do problema fica mais clara. 1) (CESPE MPE-PI 2012) Julgue o item que se segue, relativo a funções Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 6 administrativas e ambiente organizacional. O fluxograma é um instrumento adequado para representar graficamente a estrutura de uma organização e seus departamentos. Epa epa. Esse aí é o organograma, que é algo estático, uma foto da estrutura. O fluxograma mostra fluxos de trabalho, algo em movimento. Gabarito: E Fluxogramação Como vimos, o fluxograma é uma representação gráfica com símbolos padronizados, símbolos conhecidos internacionalmente. A fluxogramação é a preparação/montagem de fluxogramas. Nocontexto da fluxogramação, primeiro é preciso coletar dados. A partir dos dados, inicia-se a fluxogramação para que seja criado um fluxograma. Finalizado o fluxograma, é feita a sua análise e apresentado o produto final aos interessados. Vejamos alguns tipos de fluxograma: Vertical: também conhecido como gráfico de análise de processo, é utilizado para descrever um procedimento/rotina que é executado por diversos funcionários, cada um exercendo seu papel, podendo conter também a descrição de rotina que é executada por um funcionário apenas. Foco do fluxograma está na sequência da rotina/processo. Horizontal: o foco está nas pessoas/órgãos envolvidos no procedimento. Quando vários órgãos ou pessoas estão envolvidos, esse fluxograma facilita a visualização do papel de cada um, possibilitando detecções de ausência de equidade na distribuição do trabalho. Atividade 1 Atividade 2 Atividade 3 Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 7 De Colunas Funcional Departamentos Envolvidos Atividades RH Atividade 1 Financeiro Atividade 2 Quando se decide efetuar uma fluxogramação, é preciso definir a melhor técnica. Cada situação determinará a coisa certa a se fazer, que pode ser: Eliminação de passos do processo Criação de passos Alteração de passos Combinação da sequência de passos Essas decisões devem levar em conta os demais processos da empresa, que podem ser impactados pelas alterações implantadas. Cadeia de valor Esse é um conceito que possui estreita relação com a gestão de processos. A cadeia de valor, criada por Michael Porter, é um conjunto de atividades que são desenvolvidas pela empresa, que se inicia na pesquisa e desenvolvimento (do produto) e finaliza-se no pós-venda desse produto. Atividade 1 Atividade 2 Atividade 3 Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 8 Trata-se de um modelo que permite uma visão do todo na empresa, com a demonstração de que cada área possui a sua importância no lucro da empresa, todos devendo trabalhar em conjunto, alinhados com os objetivos organizacionais. Dentro dessas duas etapas, devemos considerar as seguintes atividades (chamadas de primárias ou subprocessos) como componentes de uma cadeia de valor: logística interna, operações, logística externa, marketing e vendas, e serviços ao cliente. Todas essas atividades criam valor para a empresa, pois, à medida que elas são executadas, o produto fabricado vai ganhando valor (financeiro), o que será agregado ao preço de venda. Além das primárias, temos também atividades de apoio (suporte). Vejamos: aquisição de recursos, desenvolvimento tecnológico, administração (infraestrutura) e administração de recursos humanos. Vejamos a figura que representa a cadeia de valor, demonstrando que essas atividades geram margem (lucro) para a empresa. É importante notar que tanto clientes (saídas) quanto fornecedores estão abrangidos na figura, uma vez que eles se relacionam com a empresa. Os Atividades de apoio Margem Infraestrutura da empresa Operações Logística Externa Marketing e Vendas Serviço Atividades de apoio Margem Ma rg em Infraestrutura da empresa Gerência de Recursos Humanos Desenvolvimento de Tecnologia Aquisição Logística Interna Atividades Primárias Operações Logística Externa Marketing e Vendas Serviço Ma rg emLogística Interna Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 9 clientes estão presentes no marketing, vendas e no serviço. Os fornecedores estão presentes na aquisição. 2) (CESPE ANAC 2012) A gestão por processos tem sido aceita como um bom instrumento para melhorar a gestão da organização. Em relação à gestão por processos, julgue o próximo item. Um processo, que deve ser planejado para agregar valor, pode ser definido como um conjunto de atividades inter-relacionadas que transformam entradas (insumos) em saídas (produtos). Os processos devem sempre agregar valor, transformando entradas em saídas. Como exemplo, temos o couro bovino (insumo) sendo processado, gerando um estofado (produto) para carros. Gabarito: C Níveis de detalhamento dos processos Dentro da teoria que envolve os processos, podemos fazer uma separação didática em 4 níveis de detalhamento. Vamos dar uma olhada nisso: Nível 1 – Processos: são os macro-processos da empresa. São os maiores processos existentes na empresa, que definem como os demais processos consolidam a interação entre a empresa e o ambiente externo. Ex.: Todo o processo de gestão da área de recursos humanos. Nível 2 – Subprocessos: trata-se da decomposição dos processos em seus componentes principais. Ex.: subprocesso de recrutamento e seleção de pessoal. Nível 3 – Atividades: demonstra a decomposição dos subprocessos nas principais atividades. Não há detalhamento das operações. Ex.: atividade de entrevistar candidatos. Nível 4 – Tarefas: detalhamento das operações das atividades. Ex.: tarefa de perguntar sobre as experiências profissionais anteriores. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 10 Maturidade de Processos No contexto dos processos, temos a maturidade de processos no âmbito de duas visões: CBOK (Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio) e SDPS (Sociedade para a Ciência de Design e de Processos). Vamos conhecer um pouco sobre isso. CBOK: existe um ciclo de vida de um processo que se inicia na sua descoberta, indo até a implementação. O modelo de maturidade de processos de negócio chamado “Bussiness Process Maturity Model” divide- se em cinco níveis. Vamos conhecer: o 1 - Inicial: execução de modo ad-hoc (aqui e agora). Resultados não são fáceis de serem previstos. Gerenciamento não é consistente. o 2 - Gerenciado: aqui existe um equilíbrio de esforços nas unidades de trabalho, existe um procedimento a ser repetido. Há compromissos primários dos grupos de trabalho. Apesar disso, é possível que diferentes unidades executem tarefas similares de maneiras distintas. o 3 - Padronizado: padrões são consolidados tendo como base as melhores práticas. Os processos padronizados geram economia de escala e base para o aprendizado. o 4 - Previsível: desempenho dos processos é gerenciado estatisticamente durante todo o fluxo de trabalho. As variações são controladas para se prever os resultados inclusive em estados intermediários. o 5 - Otimizado: melhorias proativas e oportunistas buscam inovação para resolver lacunas entre a capacidade requerida e a atual. SDPS: os níveis do ciclo dizem respeito às diferentes etapas do conhecimento das equipes envolvidas: o 1 - Processos modelados: identificação dos processos se dá pelos seus valores, impactos, motivações, características, papéis, das sincronias e de seus efeitos colaterais. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 11 o 2 - Processos simulados: ocorre a simulação dos processos por meio da introduçãode dados estimados, gerando cenários distintos. Os riscos da implantação são diminuídos. o 3 - Processos emulados: a emulação ocorrer a partir de dados da realidade junto a dados estimados, com um melhor refinamento dos cenários e seus impactos. o 4 - Processos encenados: realização dos processos conforme o modelo. As observações geram adequações. o 5 - Processos interoperados: execução de processos ocorre além das fronteiras organizacionais, gerando cadeias de valor. Ferramentas de mapeamento Temos importantes ferramentas que auxiliam no mapeamento de processos: fluxograma, 5w2h e diagrama de causa e efeito. Vamos ver os dois últimos. 5w 2h - Formulário para execução e controle de tarefas que atribui responsabilidades e determina as circunstâncias em que o trabalho deverá ser realizado. Recebeu esse nome devido à primeira letra das palavras inglesas: what (o que), who (quem), when (quando), where (onde), why (por que), e das palavras iniciadas pela letra H, how (como), how much (quanto custa). Vejamos um exemplo de um Plano de Ação, constante do Livro “Ação Empreendedora”, organizado por Fernando Lenzi, Marcio Kiesel e Fabricia Zucco: Que Ação? (What) Quem? (Who) Onde? (Where) Quando? (When) Por quê? (Why) Como? (How) Quanto Custa? (How much) Liderar uma equipe de ao menos dez pessoas durante dois anos Eu mesmo. Na empresa em que trabalho atualmente Conseguir a oportunidade nos próximos seis meses Preciso desenvolver a competência de liderança Deixar clara para a empresa meu objetivo de desenvolver essa Não há custo algum Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 12 competência Diagrama de causa e efeito - O diagrama de causa e efeito, também chamado de diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe, é uma ferramenta muito importante na administração. Ishikawa foi o engenheiro que propôs o diagrama, mas essa espinha de peixe, como funciona? Vejam o desenho. Viram a razão do apelido? Essa ferramenta nos permite relacionar todos os problemas em uma organização. É um brainstorming (chuva de palpites) de problemas, que detecta suas causas e também os efeitos e o seu peso, ou seja, a sua contribuição para o problema. Da estruturação do diagrama, poderíamos perguntar, por exemplo: de que forma o déficit de recursos humanos está influenciando no desempenho da empresa? Ainda sobre o brainstorming, imagine uma reunião de desenvolvedores de produto. Há um momento no começo da reunião em que as pessoas presentes começam a “jogar” várias ideias para criar um produto. Nesse momento, não há limites nem restrições. É uma chuva de ideias (brainstorming) que ocorre. Numa etapa posterior, as pessoas irão ponderar aquilo que poderá ser levado a efeito. Podemos considerar os seguintes passos no mapeamento de um processo: Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 13 1. Identificação dos objetivos. 2. Identificação das saídas. 3. Identificação dos clientes. 4. Identificação das entradas e componentes. 5. Identificação dos fornecedores. 6. Determinação dos limites. 7. Documentação do processo atual. 8. Identificação das melhorias necessárias. 9. Estabelecimento de consenso acerca das melhorias que serão aplicadas. 10. Documentação do processo já revisado/aprimorado. 3) (CESPE ANAC 2012) Julgue o item, que versa sobre modelagem organizacional, técnicas de mapeamento de processos, notações de processos e construção e mensuração de indicadores de processos. O diagrama de causa e efeito é ferramenta útil à análise e à melhoria dos processos em geral. De fato, o diagrama contribui para a melhoria dos processos ao enumerar causas e efeitos na espinha, permitindo aos gestores o atendimento mais rápido dos problemas, aperfeiçoando os processos. Gabarito: C Notação A notação pode ser definida como o material gráfico que é visto na modelagem de processos. É ela que vai descrever os modelos de processos. Destacamos as seguintes notações que têm sido utilizadas no mercado: Diagramas de fluxo da UML (Unified Modeling Language – Linguagem Unificada de Modelagem); Diagramas de atividades da UML; Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 14 Notação de Modelagem de Processos de Negócio (em inglês: Business Process Modeling Notation – BPMN), mantido por um grupo chamado Object Management Group. Vejamos os elementos de notação: Atividades: são os passos individuais ou partes de trabalho que devem ser completos para executar o processo, podendo ser simples tarefas ou decompostas em subprocessos. Decisões: representam as bifurcações em que o fluxo pode seguir para dois ou mais fluxos. Eventos: ocorrem fora do escopo* (conteúdo) de um processo, podendo ser fruto de ações tomadas, mensagens recebidas ou da passagem do tempo. Os eventos podem criar, interromper ou finalizar processos. *Escopo é aquilo que contém o processo, são os limites do processo, contendo inclusive a missão do processo. Fluxo: demonstra a direção da sequência do trabalho. É um passo a passo. Geralmente, o desenho dos fluxos é feito de cima para baixo ou na direção da leitura, indicando a passagem do tempo. Papéis: são um tipo de pessoa ou grupo. Cada papel requer um conjunto determinado de habilidades e conhecimento, além de possuir responsabilidades específicas, desempenhando certos tipos de trabalho. Os papéis possuem diferentes tipos de relacionamento com outros papéis dentro da organização. Raias e Piscinas: raias são secções (verticais ou horizontais) que apresentam como as atividades são desempenhadas por um determinado papel. Quando o fluxo de trabalho ultrapassa uma raia, a responsabilidade daquele trabalho passa para outro grupo ou pessoa dentro da empresa. A piscina é a fronteira da organização, podendo conter várias raias. É comum que a “piscina do cliente” esteja inclusa nos processos. Pontos Terminais: são o início ou o fim de um processo, ou de um fluxo de processo. Esse ponto, em geral, representa algum tipo de evento. Vejamos a figura abaixo: Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 15 Modelagem de Processos Processos de negócio são, conforme HAMMER e CHAMPY, “um conjunto de atividades cuja operação conjunta produz um resultado de valor para o cliente”. Outra definição interessante consta do Livro “Gestão por Processos”, de José Sordi: “fluxos de trabalhos que atendem a um ou mais objetivos da organização e que proporcionam agregação de valor sob a óptica do cliente final”. Smith aponta as seguintes características de um processo de negócio: Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 16 Modelos AS-IS: Maneira de representar os processos como eles são, ou seja, o processo existente. Esse modelo olha o presente, o status, a situação real. O Modelo AS IS considera os erros e acertos, é uma representação real.Modelos SHOULD-BE: representa os processos como eles deveriam ser. Modelos TO-BE: Maneira de representar os processos como eles vão ser. São processos desejáveis, redesenhados, alterados. Esse modelo olha para o futuro, projeta uma situação ideal. Quando falamos em processos e suas melhorias, mapeamentos e modelagens, podemos destacar as seguintes etapas: •grande variedade de fluxos de informação Extensos e Complexos •a agilidade é necessária para atender demandas e mudanças Extremamente Dinâmicos •há várias aplicações nas diferentes realidades das empresas, operando em diferentes plataformas tecnológicas Distribuídos e Segmentados •as execuções podem levar meses Duradouros •executados por computadores Automatizados •a inteligência das pessoas são exigidas Dependentes de Pessoas •em algumas empresas, os processos não são percebidos e explicitados de forma fácilDifícil Compreensão Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 17 Iniciação e planejamento: definição de escopo, stakeholders, mobilização de equipe. Mapeamento de processo: coleta de informações e documentos, análise dos sistemas existentes, definição de notação e modelagem. Modelagem de processo: desenho do diagrama AS-IS, com a validação do modelo. Redesenho de processo: desenho do diagrama TO-BE, com a validação do modelo. Implementação: implementar o modelo TO-BE, realizando treinamentos. Encerramento: determinação do ciclo de melhoria contínua. UML A Linguagem de Modelagem Unificada (Unified Modeling Language) é uma linguagem que unifica notações, diagramas e maneiras de representação presentes em diferentes técnicas de modelagem. Trata-se de uma linguagem visual que serve para modelar processos. Na prática, a UML funciona como se fosse aquela caixa de ferramentas de um marceneiro. Enquanto esse profissional utiliza para construir um armário, por exemplo, essa linguagem é utilizada para a construção da modelagem dos processos. Em cada elemento gráfico da UML estão presentes: Sintaxe: forma (predeterminada) para se desenhar o elemento. Semântica: relaciona-se com a definição do significado do elemento e o objetivo da sua utilização. UML 1.x: o fluxo de atividades simula uma série de transições que ocorrem entre um momento inicial e final. UML 2.x: Redes de Petri (permite a representação de sequências de estados e as transições) passou a ser a base do diagrama de atividades, conferindo maior flexibilidade para a modelagem de fluxos que são mais complexos. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 18 Rede Petri - instrumento para se modelar fluxos de processos de negócios. Ela é formada por quatro elementos: lugares (estado), transições (indicadas por barras horizontais ou verticais), arcos e tokens (fichas/marcadores). BPEL (Business Process Execution Language): linguagem que serve para especificar processos de negócio. É a chamada linguagem de expressão de processos de negócio, que permite a representação de um processo na linguagem XML. Diagrama de Máquinas de Estado: demonstra os eventos e estados importantes de um objeto, além de ilustrar o comportamento de um objeto em resposta a um evento. System Dynamics e EPC System Dynamics: método de modelagem que se baseia em simulações feitas no computador com o fito de determinar organizações e políticas mais efetivas. Esse sistema pode complementar um mapeamento de processos. EPC (Event Process Management – Processo de Gestão de Eventos) é um tipo de modelagem de processos. A ilustração se dá na forma de uma cadeia de eventos e funções. O Controle de Processos Qual é a importância de se ter controle sobre os processos existentes em uma empresa? Se eu não os controlar, haverá impacto? O que muda? Vamos imaginar dois exemplos diferentes: Exemplo 1: o processo de atendimento de clientes de uma companhia aérea. Quais aspectos existentes? Temos as prioridades de atendimento, as demandas específicas, as dúvidas comuns, o perfil do cliente, a sazonalidade, etc. Se a empresa tem tudo isso de forma mapeada, ela racionalmente estabelece um processo organizado de atendimento de clientes, com metodologia de abordagem, script com respostas a perguntas frequentemente realizadas, escala de prioridades, acompanhamento do atendimento, etc Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 19 A tendência é que, havendo os recursos necessários (funcionários, equipamentos), o atendimento transcorra dentro da normalidade. Exemplo 2: o processo de construção de uma casa. Imagine que um casal comece a construir sua casa e contrata arquiteto, pedreiros, etc. O processo de construção passa a ocorrer sem o controle dos donos, que não moram na mesma cidade. O que vai acontecer? O material de construção sairá mais caro, a casa não ficará pronta no prazo, o projeto da casa sofrerá modificações indesejadas, etc. Tragédia total. Comparando os dois exemplos, percebemos claramente em qual processo há controle, há domínio sobre os acontecimentos. É claro que imprevistos acontecem. Mas, a companhia aérea tem ingerência nos processos, consegue intervir neles, sabe o que está acontecendo. O casal não tem a mesma “sorte”. Os procedimentos simplesmente acontecem, sem o domínio dos eventos. É lógico que, entre o controle absoluto (nós controlamos o processo) e a falta de controle (processos nos controlam), existe um meio termo. As empresas devem buscar o ideal do alto controle, traçando objetivos claros, identificando processos, gerando indicadores de desempenho, estruturando o trabalho das pessoas, etc. Técnicas de análise e simulação de processos Para analisar um processo e estabelecer um modelo TO BE, pode-se efetuar uma simulação de processo. Nessa simulação é possível descobrir a duração de atividades, os problemas existentes, os recursos necessários, os custos que serão incorridos. Simulando um processo eu consigo, por exemplo, determinar quantos funcionários são requeridos em um banco para atendimento dos clientes sem gerar fila e nem ociosidade. Existem dois modelos de simulação: Estático: demonstram o estado de um processo em um momento, sem considerar um período de tempo. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 20 Dinâmico: demonstram as alterações no processo em um determinado período de tempo. Estudos Etnográficos e a Análise de Processos A etnografia é oriunda da antropologia. Ela consiste na análise vivenciada de um grupo e do seu saber por parte de um terceiro. É uma forma de percepção externa daquilo que está sendo feito e pensado por um grupo de pessoas. Esse tipo de análise é totalmente aplicável à análise de processos. Trata-se de uma inserção na realidade dessas pessoas para que se possa tirar conclusões de aspectos sociais e organizacionais, analisando relação entre equipes, cotidiano, etc. Em geral, aquilo que é descrito como a maneira de se executar um processo difere daquilo que realmente os funcionários fazem. A observação, por um terceiro, da execução desses processos pode detectar essa distorção, sempre presumindo a competênciadas pessoas na realização do trabalho. Essas análises acabam por mostrar que o trabalho de fato executado é mais complexo/rico se comparado às definições de processos constantes nos manuais. Normalização A normalização ou normatização é um conceito bastante utilizado pela ISO (International Organization for Standardization – Organização Internacional para Padronização/Normalização). Segundo essa Organização, a normalização é um “processo de formulação e aplicação de regras para atingir o desenvolvimento ordenado de uma atividade específica, para o benefício e com a cooperação de todos os envolvidos e, em particular, para a promoção de uma economia global, levando em consideração condições funcionais e requisitos de segurança”. Mas essas normalizações não se iniciaram somente com a criação da organização internacional. Iniciativas anteriores (inclusive na Antiguidade) foram fundamentais no processo. Veja: Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 21 As pirâmides do Egito foram construídas com blocos de pedra com dimensões unificadas; No Século IV a.C., na Grécia, foram definidas regras de construção de obras públicas; Adoção de sistema métrico, no final século XVIII, na França; Com a Revolução Industrial e, posteriormente, com a industrialização nos EUA baseada na produção em série, as normalizações foram ganhando ainda mais força. Por fim, durante a Segunda Guerra Mundial, as dificuldades de cooperação técnica e militar entre países suscitaram a necessidade de definição de padrões internacionais. Vejamos algumas das vantagens de se normalizar algo: Redução do tempo de um projeto; Economia de matéria-prima e de tempo de produção; Melhoria da organização e coordenação da produção; Proteção do interesse dos consumidores, por meio de garantias de qualidade, de adequação, etc.; Melhoria na especificação de produtos, o que culmina na diminuição da necessidade de amostras no comércio; Promoção de qualidade de vida: proteção ao meio ambiente, saúde e segurança Promoção do comércio internacional com a supressão de obstáculos de comércios locais. A formatação de uma normalização dependerá do contexto em que se insere a norma. Cada departamento da empresa possui sua particularidade, cada empresa possui suas características, cada momento requer determinadas ações. Essas situações definem a maneira de se fazer a padronização. As normas devem ser definidas por consenso, devendo haver o respaldo de um organismo reconhecido, como a ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas é uma entidade privada, sem fins lucrativos, responsável pela normalização técnica no Brasil, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 22 Cabe falar também do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que é autarquia federal que objetiva fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e serviços. Tipologia (Classificação) de Normas Vejamos alguns tipos de normas existentes: Estrutural: distingue norma de meios (insumos de um objeto) e norma de resultados (objeto em si). Funcional: de acordo com o conteúdo. Possui a seguinte subclassificação: o Base: disposições gerais como princípios relativos a grandezas e unidades. o Terminologia: refere-se a termos com suas definições. o Produtos: requisitos de um produto. o Ensaios: verificação da adequação de um produto. o Segurança: prescrições de garantia de segurança de pessoas, bens e animais. o Serviço: requisitos de um serviço. o Engenharia: reflete o cálculo, a realização, a implantação de materiais, de estruturas, etc. o Interface: compatibilidade de produtos e serviços. o Eficiência: adequação dos produtos às suas finalidades. o Descritiva: referente a características descritivas de um produto. Administrativa: apenas de cunho indicativo, podendo ser: o De empresa: normas da Ambev, por exemplo. o De indústria: normas de um ramo, como a indústria farmacêutica. o Nacionais: normas ABNT. o Internacionais: normas ISO. o Regionais: normas de uma região específica. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 23 ISO A International Organization for Standardization (Organização Iternacional para Padronização) é uma organização mundial não governamental criada na Suiça após a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente em 1947. O objetivo da ISO é o desenvolvimento e a difusão de normas a serem utilizadas pelos países. A representação do Brasil na ISO é feita pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, a famosa ABNT. A ISO se preocupa com a padronização de procedimentos relacionados a atividades tidas como importantes no mercado mundial. Dentro da organização internacional, existem algumas séries, como as 9000, que visam o auxílio a empresas nos seus planejamentos e gerenciamentos da qualidade dos produtos/serviços. O foco é fazer com que as empresas se tornem mais competitivas seguindo certos procedimentos. Vale destacar que procedimentos são normas específicas, que tratam minunciosamente de tarefas, de rotinas. Temos 8 princípios da qualidade quando falamos em ISO 9000. Vejamos: 1. Foco no cliente; 2. Liderança; 3. Envolvimento das pessoas; 4. Abordagem de processos; 5. Abordagem sistêmica de gestão; 6. Melhoria contínua; 7. Abordagem factual para a tomada de decisão; 8. Relacionamento benéfico com fornecedores. Dentro da ISO 9000, temos a seguinte ramificação: o 9001: garantia de qualidade de projeto o 9002: produção e instalação o 9003: inspeção e ensaios finais o 9004: elementos do sistema de qualidade (diretrizes) o 9005: serviço público Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 24 Além das ISO 9000, temos também ISO 14000 (gestão ambiental) e ISO 18000 (gestão da segurança e higiene ocupacional). Para obter quaisquer dessas certificações (9000, 14000 e 18000), as empresas precisam passar por uma série de etapas que visam garantir que os procedimentos serão adotados corretamente. Obter certificações ISO geram diferencial para as empresas. Há negociações que só ocorrem se o fornecedor demonstrar ser detentor de certificação ISO. Por isso a importância de as empresas terem preocupação na obtenção desse tipo de certificado. Além da ISO, temos também outro organismo importante nessa área: a IEC (International Eletrotechnical Comission), que é a Comissão Eletrônica Internacional, que trata da padronização de tecnologias. Avaliação de Processos Para analisar resultados dos processos, é possível utilizar um sistema de medição de desempenho, para que se possa ter em mente a tendência desses processos. Trata-se de um processo que subsidia a tomada de decisão. Essa análise pode ser feita comparando-se com um referencial externo (ocorrências similares externas ao órgão/empresa). Com a avaliação desses processos, é possível empreender ações de: o Calibragem: trata-se de um ajuste na faixa de aceitaçãodos indicadores, fazendo o alargamento ou redução do intervalo existente entre os limites superior e inferior, deixando a tolerância com o resultado mais rigorosa ou mais benevolente. Quando um resultado é almejado, é preciso que exista um intervalo para mais ou para menos que seja aceitável. o Aperfeiçoamento: trata-se de um redesenho, com a implementação de melhorias que foram detectadas durante o monitoramento do processo. Performance Prism (Prisma de Desempenho) Trata-se de uma medida de performance e um framework inovador (desempenho) idealizada por Neely, Adams, e Crowe, que possibilita a avaliação Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 25 da organização. A atuação ocorre em duas frentes que denotam um relacionamento recíproco com os stakeholders: o Considera o que os stakeholders necessitam o Considera, de forma excepcional, o que a organização necessita dos stakeholders. A Reciprocidade é palavra-chave quando falamos de Performance Prism. Outro termo que você pode associar numa prova: via de mão dupla. Termos que não se associam com Performance Prism: unilateral, via única, apenas de um lado. O sistema de medição Performance Prism tridimensional baseia-se em 5 perspectivas (faces do prisma). Vamos conhecê-las frisando que elas devem ocorrer nesta ordem. 1. Satisfação dos stakeholders: envolve todas as partes interessadas. 2. Estratégias: após definir os stakeholders e como se fará para satisfazê- los, por meio de indicadores, chega o momento de traçar a estratégia. 3. Processos: definição dos processos críticos para cumprir as estratégias. 4. Capacidades: definir as capacidades exigidas para operar os processos. 5. Contribuição dos Stakeholders: o que esperar dos stakeholders. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 26 É importante destacar que o Performance Prism não é a “salvação da lavoura”. No entanto, o sistema fornece estrutura consistente e detalhada focada na solução de problemas/desafios relacionados ao desempenho da organização. Por fim, vale dizer que o modelo baseia-se em três premissas: o O foco não deve recair apenas sobre os stakeholders tradicionais (acionistas e clientes). É preciso olhar para todas as partes interessadas. o Capacidades, estratégias e processos precisam estar alinhados para que se possa entregar valor aos stakeholders. o É preciso reconhecer o relacionamento de reciprocidade entre empresa e stakeholder. Matriz B.A.S.I.C.O A matriz BASICO é uma ferramenta bem oportuna, utilizada para a priorização de processos e para definição dos tipos de recursos que precisarão ser alocados. Ela é bastante útil quando os administradores que se deparam com impasses (trade-offs), ou seja, quando há opções de escolha com benefícios para cada opção. Uma escolha acarretará a perda dos benefícios da opção não escolhida. Nessas situações de dúvida, a priorização é fundamental. Na matriz BASICO, são elencados seis critérios de avaliação que recebem conceitos que vão de 1 a 5. Após a avaliação, um somatório é feito para a definição da priorização. A opção cujo valor for maior será a prioridade. Vejamos os critérios: 1. Benefícios para a organização; 2. Abrangência dos resultados; 3. Satisfação do cliente interno; 4. Investimento requerido; 5. Cliente externo satisfeito; 6. Operacionalidade simples. Vejam que as iniciais dos critérios formam o nome dessa matriz: BASICO. Vejamos um exemplo: Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 27 MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO DE ALTERNATIVAS Alternativas de Processos Pontuação Total Prioridade B A S I C O Processo 1 3 4 5 2 4 1 19 3º Processo 2 2 4 2 3 5 1 17 4º Processo 3 5 4 5 3 4 5 26 2º Processo 4 5 5 5 4 4 4 27 1º Gerenciamento pelas Diretrizes (GPD) Esse é um pequeno tema dentro da gestão estratégica. Esse gerenciamento busca auxiliar a empresa em um ambiente de concorrência acirrada, por meio da relação ambiente e empresa, considerando suas crenças e valores. A ideia é fazer com que todos auxiliem no processo. Esse gerenciamento se divide em: Gerenciamento Funcional: trata da manutenção e melhoria contínua de rotinas. É um controle de qualidade. Gerenciamento Interfuncional: preocupa-se em resolver problemas prioritários da alta administração. Questões No processo de capacitação de servidores de uma organização, os conteúdos programáticos, o número de servidores capacitados, bem como as notas obtidas pelos servidores na avaliação são dados utilizados pelo analista administrativo para, com base nas normas de avaliação e treinamento e no regulamento interno sobre capacitação da empresa, emitir o certificado e o histórico dos servidores egressos. Considerando essas informações, julgue os próximos itens, relativos à gestão de processos. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 28 4) (CESPE MPU 2010) Histórico dos egressos constitui exemplo de entrada. Uma empresa funciona da seguinte forma: ela utiliza seus recursos (humanos, materiais e financeiros) para transformar a matéria-prima ou a ideia em um produto acabado ou em um serviço disponível, respectivamente. Os inputs são os recursos de entrada e os outputs são as saídas da empresa, ou seja, o que a organização produz e expede para o mercado. Trazendo para o exemplo da questão, o histórico de egressos de uma capacitação constitui exemplo de saída (output). É o produto gerado na capacitação: são pessoas capacitadas, pessoas que adquiriram determinado conhecimento fundamental para o seu desenvolvimento no trabalho. Gabarito: E 5) (CESPE MPU 2010) O certificado do curso configura-se como saída. Um dos produtos gerados pela capacitação é, de fato, o certificado do curso, ou seja, é uma típica saída. Ao final do curso, os alunos que concluíram a capacitação nos termos determinados receberão o certificado. Gabarito: C 6) (CESPE MPU 2010) O servidor capacitado constitui exemplo de cliente. O objetivo do evento é capacitar os servidores. Sendo assim, esses funcionários são os clientes internos da ação denominada capacitação. São eles que serão beneficiados pelo evento. Não devemos restringir o conceito de cliente para aquele que não está dentro da empresa. Esses são os clientes externos: nós, como consumidores, somos clientes externos da TIM, do Carrefour, das Casas Bahia, etc. Além do cliente externo, existem os clientes internos. Esses clientes estão dentro da própria empresa. Há momentos em que essas pessoas são clientes e há situações em que elas são fornecedoras. Exemplo: o contador é fornecedor de informações contábeis, mas é cliente da área de recursos humanos, quando necessita adquirir vale-transporte. Gabarito: C Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 29 7) (CESPE ANAC 2012) Julgue o item, que versa sobre modelagem organizacional, técnicas de mapeamento de processos, notações de processos e construção e mensuração de indicadoresde processos. Uma ferramenta utilizada para desenvolver o mapeamento do processo é o organograma, que procura apresentar o processo passo a passo, ação por ação. A ferramenta correta é o fluxograma. Organograma: instrumento que representa uma organização, que tira a foto da estrutura de uma organização, com as linhas hierárquicas e as ligações entre os departamentos. Organograma é isso aqui: Gabarito: E 8) (CESPE AGU 2010) Com o mapeamento de processo, é possível estudar o fluxo operacional de cada atividade de uma organização, identificando-se os chamados gargalos produtivos. Mapear processo significa estudá-lo e descrevê-lo, com a finalidade de entender o funcionamento e detectar problemas para solucioná-los posteriormente. Esses problemas são os gargalos. Por exemplo: uma máquina que esteja funcionando com apenas 50% da sua capacidade. Existe um gargalo que é comumente citado, quando se fala em desenvolvimento brasileiro. É o gargalo logístico: qualidade das estradas, dos portos, ausência de ferrovias e hidrovias. São problemas que “travam” o crescimento, que poderia ser maior. Outro gargalo para o desenvolvimento do Presidente Diretor de RH Treinamento Recrutamento e Seleção Diretor Financeiro Contas a Pagar Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 30 Brasil é a corrupção. No mapeamento, é possível observar a sequência das atividades, além da especificação daqueles que executam cada tarefa. Gabarito: C Julgue os itens subsequentes, relativos à gestão de processos. 9) (CESPE MPU 2010) Os processos organizacionais prescindem de alinhamento com a estratégia da organização. Prescindir é um verbo bastante utilizado em concursos. O significado dele é: não depende, não necessita, dispensa. Quando se elabora uma estratégia organizacional, é preciso que toda a empresa e os seus processos estejam alinhados com a estratégia. É como se existisse uma subordinação para garantir que todos “remem na mesma direção”. Os processos refletem questões operacionais que devem seguir o que foi traçado no planejamento estratégico, sempre mirando o alcance dos objetivos traçados. Vejamos o que um bom alinhamento pode fazer na empresa. Podemos imaginar cada seta sendo um funcionário. Vejam que na empresa não alinhada, cada um caminha em uma direção diferente. Não há rumo, é uma “barata tonta”. Já a empresa alinhada, que beleza, todo mundo caminhando junto, para o mesmo caminho, ou seja, os esforços são concentrados para o mesmo foco. Gabarito: E 10) (CESPE CNJ 2013) Acerca de modelagem e análise de processo, julgue os itens a seguir. Com alinhamento Sem alinhamento Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 31 Estudos etnográficos podem ser utilizados como uma das técnicas de análise de processo. Perfeito. A etnografia é uma forma de percepção externa daquilo que está sendo feito e pensado por um grupo de pessoas. Essas observações podem ser bastante úteis na análise de processo. Gabarito: C 11) (CESPE CNJ 2013) Na modelagem de processos, os modelos devem ser dedicados exclusivamente às atividades de processo, em detrimento das informações de controle que dirigem a execução do processo. O controle é fundamental. A modelagem também se preocupa com o futuro, com resultados. Sendo assim, as informações de controle têm importante papel. Gabarito: E 12) (CESPE TCE-ES 2012) Com relação à gestão dos processos inerentes à prestação de serviços, julgue o item seguinte. O foco no processo, a promoção de uma visão sistêmica da organização e a melhor compreensão da cadeia de valor da organização caracterizam a gestão por processos. Isso mesmo. Analisando processos, os gestores passam a ter uma visão do todo (visão sistêmica), compreendendo melhor a cadeia de valor, identificando aquilo que agrega valor. Gabarito: C 13) (CESPE TRE-MS 2013) A gestão de processos a) tem como foco a alta gerência. b) possibilita uma visão mais ampla e horizontal do negócio. c) dificulta o balanceamento do uso dos recursos. d) impede o envolvimento dos funcionários de todos os níveis. e) privilegia a visão funcional da organização. A gestão de processos confere uma visão sistêmica da empresa, ou seja, uma visão mais ampla e horizontal do negócio. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 32 Vejamos as alternativas erradas. a) a gestão de processos tem foco na empresa como um todo, não somente a alta gerência. c) a análise permite melhorar o balanceamento do uso dos recursos. d) todos são envolvidos no processo. e) a visão é de processos. Não é de funções. Gabarito: B 14) (CESPE TJ-RR 2012) Com relação ao gerenciamento de projetos e processos, julgue o item subsequente. Por meio da abordagem por processos buscam-se melhorias estruturais e consistentes na dinâmica de produtividade de uma instituição, utilizando-se da entropia para a análise e a melhoria contínua do fluxo de trabalho da organização. Entropia é desordem. Estaria correto se estivesse escrito entropia negativa, que é foco da abordagem por processos. Gabarito: E 15) (CESPE ANS 2013) Julgue o item que se segue, relativo à gestão de processos. O processo primário não entrega valor direto ao cliente, mas apenas agrega valor aos colaboradores que lidam com clientes. Considerando as atividades da empresa, devemos realizar a separação entre primárias e de apoio. O processo primário envolve: logística interna, operações, logística externa, marketing e vendas, e serviços ao cliente. Todas essas atividades criam valor para a empresa, pois, à medida que elas são executadas, o produto fabricado vai ganhando valor (financeiro), o que será agregado ao preço de venda. Além das primárias, temos também atividades de apoio (suporte). Vejamos: aquisição de recursos, desenvolvimento tecnológico, administração (infraestrutura) e administração de recursos humanos. Gabarito: E 16) (CESPE TELEBRÁS 2013) Em relação à gestão de processos, julgue Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 33 o próximo item. O processo reúne um conjunto de atividades que são desenvolvidas temporariamente e com características únicas e exclusivas para cada momento em que são desempenhadas. Perfeito, se estivesse falando de projeto. Processo é atividade contínua, não é temporária. Gabarito: E 17) (CESPE TRT 10ª 2013) Acerca de noções de administração, julgue o item. Os macroprocessos organizacionais definem como os diversos projetos distribuídos pela estrutura da organização consolidarão a interação entre a organização e seus mercados ou ambientes. Erro da questão: “diversos projetos”. Estaria correto se fossem “diversos processos”. Macroprocessos são os maiores processos existentes na empresa, que definem como os demais processos consolidam a interação entre a empresa e o ambiente externo. Gabarito: E 18) (CESPE TJ-AC 2012) No que diz respeito à gestão de processos, julgue os seguintes itens. O diagrama de Ishikawa permite a identificação das causas que geram efeito negativo em um processo. Isso mesmo.O diagrama de causas e efeitos serve para estabelecer esses vínculos entre problemas e suas consequências. Gabarito: C 19) (CESPE TJ-AC 2012) A abordagem por processos considera que um processo é um conjunto de atividades ou comportamentos desenvolvidos e executados por pessoas ou máquinas para alcançar uma ou mais metas. Processo, de fato, é um conjunto de atividades executados por pessoas ou máquinas, sempre com algum fim, algum objetivo. Comportamento também se Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 34 insere nessa realidade. Veja: O comportamento de uma pessoa que atende diretamente ao público é retrato de um processo previamente traçado, como um “script”. Tudo aquilo que é falado pelo operador de telemarketing e seus comportamentos são prescritos, seguindo a lógica de um processo. Gabarito: C 20) (CESPE TJ-AC 2012) O losango é utilizado no fluxograma como símbolo do início ou do final de um processo. Esse é o círculo alongado. Quando desenhamos um fluxograma, cada símbolo possui um significado específico. Assim, temos: Círculo alongado: início ou fim; Seta: sentido do processo; Retângulo: ações; Losango: questões/alternativas, sempre com duas saídas, pontos de decisão. Gabarito: E 21) (CESPE ANAC 2012) Julgue o item, que versa sobre modelagem organizacional, técnicas de mapeamento de processos, notações de processos e construção e mensuração de indicadores de processos. Como forma de identificar os vários processos da organização, o gestor não deve utilizar a modelagem organizacional. Deve utilizar sim a modelagem. Essa modelagem é utilizada para que se obtenha uma representação gráfica de um processo em uma organização. Gabarito: E 22) (CESPE TJ-ES 2011) Caso se deseje descrever, passo a passo, o processo de tramitação entre as seções e as ações realizadas em cada atividade, bem como as situações e as condições necessárias para a realização dessas atividades, a ferramenta de qualidade ideal é o organograma. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 35 Para demonstrar um passo a passo, um processo, usamos o fluxograma. Fluxograma – Representação gráfica da rotina de um processo de produção através de símbolos padronizados. Permite o mapeamento individualizado de cada etapa e, quando necessário, o estudo e racionalização de tempos e movimentos do processo. Gabarito: E 23) (CESPE MS 2010) O diagrama de causa e efeito permite identificar as causas dos defeitos de um processo. O diagrama de causa e efeito, também chamado de diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe, é uma ferramenta muito importante na administração. Ishikawa foi o engenheiro que propôs o diagrama, mas essa espinha de peixe, como funciona? Essa ferramenta nos permite relacionar todos os problemas em uma organização. É um brainstorming (chuva de palpites) de problemas, que detecta suas causas e também os efeitos e o seu peso, ou seja, a sua contribuição para o problema. Da estruturação do diagrama, poderíamos perguntar, por exemplo: de que forma o déficit de recursos humanos está influenciando no desempenho da empresa? Assim, o diagrama de Ishikawa facilita a visualização de causas e efeitos de problemas, ou seja, essa ferramenta permite sim identificar defeitos em um processo. Gabarito: C 24) (CESPE MPU 2010) Gestão de processos e ações de gestão de qualidade, como as preconizadas pelas normas ISO, não guardam entre si qualquer correlação. Muito pelo contrário. Um dos focos das normas ISO (International Organization for Standardization – Organização Internacional para Padronização/Normalização) é o estabelecimento de critérios para a gestão da qualidade nos processos (ISO 9000). Além disso, gestão de processos e gestão de qualidade andam sempre juntos. Gabarito: E Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 36 25) (CESPE MPOG 2015) Acerca da gestão de processos, julgue os próximos itens. A gestão de processos mantém maior enfoque no produto ou no serviço oferecido aos clientes da organização, que na forma pela qual o trabalho é realizado. Na verdade, o foco é na forma de se executar um processo. É lógico que tudo deve estar direcionado ao melhor produto/serviço prestado ao cliente, mas o “como fazer” é a característica da gestão de processos. Gabarito: E 26) (CESPE MPOG 2015) Tendo em vista que há diversos tipos de fluxogramas passíveis de utilização nas organizações, o gerente deve escolher o modelo de fluxograma que melhor se adapte a sua forma de conduzir e que, também, seja mais adequado ao processo em estudo. Isso mesmo. É preciso verificar o fluxograma que melhor se adapta ao contexto da organização e de suas operações. O fluxograma horizontal, por exemplo, deve ser utilizado quando se quer dar foco nas pessoas e órgãos envolvidos no procedimento. Gabarito: C 27) (CESPE MPOG 2015) Uma das etapas para se estudar um processo produtivo consiste no levantamento detalhado de todas as fases do trabalho que cada indivíduo executa na organização. Isso. Esse mapeamento de processos é fundamental para se iniciar uma boa gestão de processos. Gabarito: C 28) (CESPE ANTAQ 2014) Com relação a gestão de processos e de qualidade, julgue o item a seguir. Qualquer atividade que utilize recursos para transformar entradas em saídas pode ser caracterizada como processo. Com certeza. Cuidado com os dogmas do Cespe: palavras que “deixam” a questão errada, como “qualquer”. Nem sempre é assim. No caso dessa questão, Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 37 o enunciado está certo. Processo é caracterizado por uma atividade que transforma inputs (entradas) em outputs (saídas), agregando-se valor. Gabarito: C BSC e Indicadores Indicadores são ferramentas utilizadas para a medição de resultados. Em outras palavras, são medidas de comparação utilizadas para verificar se o trabalho está sendo bem executado. Eles são fundamentais em uma gestão que se prioriza resultados, pois auxiliam a cumprir aquilo que foi traçado. Os indicadores podem abranger os seguintes aspectos: Financeiros – servem, por exemplo, para avaliar a empresa, podendo ser dividido em alguns grupos, como: estrutura de capital; a relação capital próprio (patrimônio líquido) e de terceiros (passivo) colocados na empresa; indicadores de liquidez (capacidade de pagamento); indicadores de rentabilidade (mede o retorno alcançado); Operacionais – relação entre a quantidade de trabalho a ser realizada em relação ao tempo; Custos – mensuração dos gastos na execução da atividade produtiva; Um dos principais indicadores utilizados é o Balanced Scorecard. O BSC inicialmente era utilizado como um modelo de avaliação e performance empresarial, evoluindo-se, posteriormente, para uma metodologia de gestão estratégica. Vejamos os papéis dos indicadores: Transmitir as necessidades e expectativas dos clientes; Viabilizar o desdobramento das metas do negócio; Dar suporte à analise crítica dos resultados do negócio, às tomadas de decisão e ao novo processo; Contribuir para a melhoriados processos e produtos. Os indicadores possuem atributos/características fundamentais. Vejamos. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 38 Os indicadores possuem uma certa hierarquização. Eles são macros quando lidam com o nível estratégico (acompanhados pelos diretores); são intermediários quando lidam com o nível tático (acompanhado pelos gerentes); e são elementares quando lidam com o nível operacional (acompanhado pelos supervisores). Os indicadores estratégicos geram as informações relacionadas ao quanto a empresa se encontra na direção da consecução de seus objetivos/missão/visão. Os indicadores táticos refletem a evolução dos processos intermediários, subordinados a determinado macroprocesso, sendo a média gerência a responsável. Os indicadores operacionais indicam o avanço ou as discrepâncias entre o planejado e o executado, referente aos processos operacionais. São os itens de Adaptabilidade •capacidade de resposta às mudanças - flexibilidade. Representatividade •cobertura nas etapas mais importantes e críticas. Simplicidade •facilidade de ser compreendido e aplicado. Rastreabilidade •facilidade para identificação da origem dos dados. Disponibilidade •facilidade de acesso para a coleta. Economia •baixo custo de obtenção de dados. Praticidade •garantia de funcionamento na prática. Estabilidade •permanece ao longo do tempo. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 39 controle (se controlam os efeitos do processo) e os itens de verificação (se controlam as causas dos efeitos do processo). Existe também outra classificação de indicadores. Vejamos. Os indicadores quantitativos, que costumam medir algo, devem ser simples, confiáveis, de baixo custo, estáveis. Já os indicadores qualitativos, que mostram alterações, devem ser criativos e inovadores. Quando os indicadores medem a produtividade, eles dizem respeito ao modo de utilizar os recursos, medindo a eficiência (foco nos esforços, indicando “como” fazer). O seu denominador (na divisão) reflete o fator a ser avaliado. Na construção dos indicadores, temos quatro variáveis possíveis: custo, tempo, quantidade e qualidade. No caso do custo, esse pode ser unitário ou total. O tempo pode ser um prazo estabelecido ou um tempo por tarefa. A quantidade pode ser da demanda ou da produção. Por fim, a qualidade pode estar relacionada à satisfação do cliente ou a padrões de qualidade estabelecidos. Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 40 Exemplo de indicador: custo total dividido pelo total de clientes atendidos; total de produtos fabricados dividido pelo total de consumo de matéria-prima. Quando os indicadores medem a qualidade, eles se relacionam à satisfação dos clientes, medindo a eficácia (foco nos resultados, indicando “o que” fazer). Eles expressam o grau de aceitação de uma determinada característica. A construção de sistemas de indicadores para uma política pública é fundamental tanto no momento da implementação, auxiliando no diagnóstico e contextualização de uma questão social, por exemplo, quanto na etapa de monitoramento e avaliação da política pública, subsidiando a análise dos resultados. Assim, os indicadores podem, de um lado, retratar as necessidades sociais existentes, as diferenças regionais e as oportunidades de ação dos gestores. Por outro lado, é possível dar suporte à análise crítica dos resultados da implantação de um programa social e contribuir para a melhoria da política pública e uma nova implementação. Atualmente, a gama de informações disponíveis aos gestores é um fator positivo para o êxito de uma política pública. A geração de informações estatísticas no país está consolidada por meio de órgãos como o IBGE e também mediante banco de dados como o DATASUS, voltado para o tema saúde. Apesar disso, nem sempre a escolha dos indicadores por parte dos gestores é bem sucedida. É preciso respeitar a peculiaridade de cada política para se ter a melhor opção de um indicador. Não existem indicadores que são ideais para qualquer situação. Tendo em vista que cada indicador possui suas propriedades e sua natureza, é preciso optar por aquele que melhor preenche a necessidade do gestor para retratar uma situação social ou para demonstrar a alteração promovida pela política pública, ou seja, os impactos gerados na sociedade. Além da melhor escolha do indicador, é preciso ficar claro que o uso desse tipo de ferramenta não esgota a análise de problemas ou a avaliação de políticas públicas implantadas. Os indicadores devem ser encarados como uma Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 41 importante ferramenta, mas ela não é e não pode ser a única a ser utilizada. Um grande exemplo é o uso da geoinformação como complementaridade. Trata- se de outra maneira de visualizar resultados que utiliza a cartografia como ferramenta. 29) (FCC AFR-SP 2013) Dentre os diversos tipos de indicadores de gerenciamento, aquele que visa mensurar a proporção de recursos consumidos com relação às saídas dos processos é chamado de indicador a) estratégico. b) de qualidade. c) de efetividade. d) de produtividade. e) de capacidade. A relação entre recursos consumidos e o respectivo resultado (saídas) caracteriza a medição da produtividade. Gabarito: D Balanced Scorecard Desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton, no princípio da década de 90, o Balanced Scorecard, ou simplesmente BSC, é uma metodologia de medição e gestão de desempenho baseada em indicadores. Trata-se de uma ferramenta bastante difundida para uso no acompanhamento da estratégia traçada pela empresa por meio de equilíbrio de perspectivas. Esse método, que avalia o desempenho de uma organização, é baseado em 4 perspectivas: financeira, clientes, processos internos e aprendizado e crescimento. Vejamos a figura abaixo: Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 42 Trata-se de um projeto lógico de um sistema de gestão genérico para organizações, onde o administrador de empresas deve definir e implementar (através de um Sistema de informação de gestão, por exemplo) variáveis de controle, metas e interpretações para que a organização apresente desempenho positivo e crescimento ao longo do tempo. Outra tradução do BSC é Indicadores Balanceados de Desempenho, ou ainda, para Campos (1998), Cenário Balanceado. O termo “Indicadores Balanceados” se dá pelo fato de a escolha dos indicadores de uma organização não se restringirem unicamente no foco econômico-financeiro. A suficiência das quatro perspectivas do BSC para as organizações se dá na medida em que essa ferramenta considera o balanceamento de diferentes áreas, conferindo um caráter estratégico. Esse equilíbrio na análise sobrepõe o insuficiente controle financeiro tradicional. As organizações também se utilizam de indicadores focados em ativos intangíveis como: desempenho de mercado junto a clientes, desempenho dos processos internos e pessoas,inovação e tecnologia. A somatória desses fatores é que alavancará o desempenho desejado pelas organizações, consequentemente criando valor futuro. Trata-se de um equilíbrio de indicadores. Financeira Visão Processos Internos Aprendizado e Crescimento Clientes Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 43 Segundo os autores, o Balanced Scorecard reflete o equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo, entre medidas financeiras e não-financeiras, entre indicadores de tendências e ocorrências e, ainda, entre as perspectivas interna e externa de desempenho. Esse conjunto abrangente de medidas serve de base para o sistema de medição e gestão estratégica por meio do qual o desempenho organizacional é mensurado de maneira equilibrada sob as quatro perspectivas. Dessa forma contribui-se para que as empresas acompanhem o desempenho financeiro, monitorando, ao mesmo tempo, o progresso na construção de capacidades e na aquisição dos ativos intangíveis necessários para o crescimento futuro. Portanto, a partir de uma visão balanceada e integrada de uma organização, o BSC permite descrever a estratégia de forma muito clara, por intermédio das quatro perspectivas: financeira; clientes; processos internos; aprendizado e crescimento. Sendo que todos se interligam entre si, formando uma relação de causa e efeito. As quatro perspectivas clássicas do BSC (financeira, clientes, aprendizagem e desenvolvimento, e processos internos) devem ser implementadas a partir de um diagnóstico da situação atual do órgão, sempre considerando as diretrizes estratégicas estabelecidas. Um problema enfrentado pelo BSC é a subjetividade das perspectivas não financeiras. Nessas perspectivas, o número de indicadores é menor, tendo em vista a dificuldade de implementá-los. Mapa Estratégico Ainda tratando do BSC, outro conceito importante é o de mapa estratégico. O mapa, que pode ser utilizado tanto na iniciativa privada quanto na administração pública, é uma ferramenta que serve como base para priorização de recursos, explicitando também relações de causa e efeito entre ações individuais e resultados para a empresa. Normalmente, através do mapa estratégico, fica claro como ativos intangíveis geram valores tangíveis. O grande propósito do mapa estratégico é equilibrar ideias contraditórias, Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 44 baseando-se em proposições diferenciadas de valores para os clientes. Além disso, visa fornecer as reais estratégias do negócio, auxiliando também na viabilização da união de forças para superação de problemas e dificuldades referentes a mudanças do cenário. O mapa estratégico, para nós que vimos o Balanced Scorecard, é moleza. Por quê? Simplesmente porque ele utiliza as mesmas ferramentas do BSC. Nesse sentido, o objetivo é fornecer um modelo para representação da organização, por meio das perspectivas do aprendizado e crescimento, dos processos internos, dos clientes e do aspecto financeiro. O mapa estratégico, porém, acrescenta mais uma camada ao BSC, pois demonstra a dimensão temporal da estratégia, além de adicionar um nível de detalhe que aprimora a clareza e o foco. Podemos dizer que o BSC traduz os objetivos do mapa estratégico em indicadores e metas. Vejamos os princípios que norteiam o mapa estratégico: A estratégia equilibra forças contraditórias – balanceamento das contradições; A estratégia fundamenta-se na proposição de valores diferenciada para os clientes; Os processos internos geram valor; Dentro da estratégia, existem temas complementares e simultâneos, sendo que o alinhamento estratégico determina o valor dos ativos intangíveis. Vamos visualizar o mapa estratégico e, ao mesmo tempo, comparar o processo na iniciativa privada e na administração pública. Iniciativa Privada Estratégia Perspectiva Financeira Como é a percepção dos acionistas em caso de êxito Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 45 É importante fixar que o BSC é aplicável ao setor público (lógico, com Cliente Como tratar os clientes para desenvolver a visão Processos Internos Quais processos deverão ser foco para se tornarem excelentes Aprendizado e Crescimento Como a organização deve aprender e melhorar Setor Público Missão Perspectiva Financeira Como cuidaremos dos contribuintes, em caso de êxito Cliente Como cuidar dos nossos clientes para realizar a visão Processos Internos Em que processos de negócios devemos ser excelentes Aprendizado e Crescimento Como a organização deve aprender a melhorar Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 46 adaptações). Os autores dessa ferramenta não desencorajam essa utilização de maneira alguma. Na abordagem do BSC, é preciso respeitar a ordem de análise das perspectivas. Assim, primeiro temos a perspectiva financeira, depois a de clientes, em terceiro os processos internos e, por fim, o aprendizado e crescimento. Vejamos perspectiva por perspectiva. Financeira: descreve os resultados tangíveis da empresa em termos financeiros tradicionais. Um equilíbrio deve ser feito: entre as forças de longo prazo, que abrange a profundidade, e as de curto prazo, com foco na lucratividade Cliente: inclui vários indicadores para o acompanhamento de resultados de uma estratégia bem formulada/implementada: Satisfação do cliente; Retenção dos clientes; Rentabilidade dos clientes; Participação de mercado (share); Participação nas compras dos clientes. Processos Internos: há dois componentes vitais: Valor para o cliente; Melhorar os processos e reduzir custos para a dimensão produtividade da perspectiva financeira. Há 4 agrupamentos de processos: Gestão Operacional; Gestão de Clientes; Inovação; Regulatórios e sociais. Aprendizado e Crescimento: aqui são descritos os ativos intangíveis e o papel deles na organização. Há três categorias: Capital Humano: talento, know how; Capital da Informação: a plataforma deve ser complexa para evitar cópias. A interface do usuário, entretanto, deve ser simples; Curso Regular de Administração Geral Aula 05 – Processos, BSC e Indicadores Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 47 Capital da Organização: toda organização focada nas mudanças, com a cultura difundida pelos empregados. 30) (FCC TJ-PE 2012) Um significado do Balanced Scorecard (BSC), de forma objetiva para os colaboradores de uma organização, é a) um sistema de controle gerencial. b) um conjunto de indicadores financeiros. c) um sistema que traduz a estratégia em objetivos, medidas, metas e iniciativas. d) um painel de informações gerenciais. e) uma lista de indicadores-chave de performance. A grande aplicação do BSC é a tradução da estratégia da empresa em objetivos, medidas, metas e iniciativas. É uma maneira de alinhar o dia a dia da empresa com a estratégia estipulada.
Compartilhar