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trabalho de ludicidade e metodologia do ensino de litera inf juvenil

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Centro Universitário Internacional Uninter
PORTFÓLIO NÚCLEO COMUM MÓDULO C - FASE I – 2016 
Ludicidade e Metodologia do Ensino de Literatura Infanto Juvenil.
ÉTICA, ESTÉTICA E LUDICIDADE. 
O BOM E O BELO NA MINHA CIDADE: A PARTIR DE PLATÃO.
Gisele Rodrigues Bonin¹
Yanka Alexia Corrêa² 
Resumo
As pesquisas de Lev Vygotski trouxeram relevantes conhecimentos para a utilização da ludicidade no processo de ensino, concluindo que por meio dos jogos e de contação de histórias há a fantasia e a imaginação, forma pela qual a criança se apropria de seu próprio lugar social, bem como aquele das pessoas que a rodeiam. O presente trabalho tem como objetivo apresentar a pesquisa da Prática Pedagógica, que teve como objetivo levar atividades lúdicas, brincadeiras e contação de histórias como uma estratégia de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Lúdico, Contação de Histórias e Brincadeiras, Aprendizagem.
Introdução 
Não se pode conceber a vida sem o brincar e esse não pode ser prática apenas da infância ou de um momento da aprendizagem, esse deve ser compreendido no ciclo vital de todo ser humano. Mesmo antes de dar os primeiros passos, o bebe observa todo o mundo a sua volta, gesticula e tenta pinçar todo e qualquer objeto e tem uma interação tátil tremenda com o mundo externo. Dessa forma pode responder a ritos estabelecidos com a mãe ou outra pessoa de seu convívio, como esconder-se atrás de um objeto, bater palmas ou reagir diante de palavras ou gestos determinados.
 À medida que avança em anos, a criança vê-se imersa em um emaranhado de situações em que o lúdico está sempre presente. Assim, dos contos de fada ao mundo virtual a que um contingente cada vez maior de crianças tem acesso desde os anos iniciais, o brincar faz parte da vida infantil. 
ÉTICA, ESTÉTICA E LUDICIDADE.
MÓDULO C – Fase I: O BOM E O BELO NA MINHA CIDADE: A PARTIR DE PLATÃO.
Mesmo em meio a tanta evolução em todas as áreas da vida humana, uma toalha pode se transformar a qualquer momento na capa de um super-herói, um cabo de vassoura ou uma caixinha podem ser um cavalo ou um foguete, uma boneca parece ter vida própria nas mãos de uma menina; enfim, a imaginação leva crianças a manter sempre vivo o lúdico nas situações do cotidiano.
Desde o nascimento, o sujeito passa a se valer da percepção do meio onde convive para se apropriar de instrumentos que lhe permitam identificar e reconhecer sons, imagens, cheiros, toques, e desenvolver dos mecanismos interativos para superar etapas de seu estágio evolutivo. Assim, o bebê, logo aos primeiros dias de vida longe do conforto uterino, percebe que o choro é sua forma básica de comunicação com o mundo externo. Por vezes, contudo, até na idade adulta esta estratégia é utilizada para obter as coisas de que necessita, quando a evolução emocional fica prejudicada.
A aprendizagem, como componente intrínseco à vida humana, configura-se como um amplo processo que deve ser contemplado em todas as instâncias do convívio em sociedade. Embora este trabalho aborde a aprendizagem no âmbito do ensino fundamental – não se pode desconsiderar que suas ramificações estão presentes em todas as esferas de interação social e cultural.
Dada sua amplitude, o ensino/aprendizagem deve buscar mecanismos que os configurem como uma organização efetivamente significativa, inovadora e empreendedora. A maioria das escolas e universidades, contudo, se distanciam rapidamente das reais necessidades e conquistas da sociedade e das demandas atuais, sobrevivendo apenas, porque se vêem como espaços obrigatórios e legitimados pelo Estado.
A aprendizagem só é, de fato, significativa quando se insere de forma ativa na realidade. Intervir no real é o fim último da aprendizagem e sua condução passa pela atitude do professor no sentido de levar o aluno a tal, inclusive ao lhe possibilitar simular sua ação num contexto real.
LÚDICO: ESSÊNCIA DA INFÂNCIA
 Seja na condução de brincadeiras, ou ao assumir papéis imaginários, as crianças estão sempre às voltas com o lúdico. Os diferentes papéis desempenhados pelos adultos estão muitas vezes presentes nas brincadeiras infantis. Assim, o filho imita o pai ao dirigir, a menina repete gestos e ritos da mãe, seja nas tarefas diárias, nos passeios, no ato de maquiar-se ou em posição de destaque, sobre saltos altos. As fantasias na brincadeira simbólica fazem parte de todo um conjunto de ações que precisam ser estimuladas no intuito de promover um desenvolvimento sadio e equilibradas. Reforça-se, porém, que o lúdico não se materializa apenas nos brinquedos ou nas brincadeiras, mas belas artes, arquitetura, design, comida, etc.
A educação lúdica, assim entendida qualquer ação da família ou da escola, ou mesmo de outro grupo social a que o sujeito se integre, não pode ser considerada como um passatempo ou diversão superficial, já que, o brincar é uma ação natural da criança. Assim, faz-se necessário que o professor tenha clareza quanto à importância das brincadeiras na instituição de educação infantil. Os jogos e brincadeiras têm uma importância fundamental na construção do equilíbrio emocional das crianças. Na realidade, as brincadeiras favorecem a criança, o processo de separação e integração de eu com o outro, principalmente num ambiente que lhe dê condições não só de interagir, mas também de brincar a adquirir conhecimentos do mundo ao seu redor. O universo lúdico abrange, de forma mais ampla os termos brincar, brincadeira, jogo e brinquedo. O brincar caracteriza tanto a brincadeira como o jogo e o brinquedo como objeto suporte da brincadeira e/ou do jogo.
Na concepção de Vygotsky (1997), a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz-de-conta, como ainda nas que exigem regras. Por meio do jogo a criança libera e canaliza suas energias; busca transformar uma realidade difícil; libera suas fantasias; além de representar uma grande fonte de prazer.
Piaget (1998) identificou três estágios na brincadeira das crianças pequenas - a brincadeira prática, a brincadeira simbólica e os jogos com regras – que são paralelos aos três estágios do desenvolvimento intelectual identificados por ele: o pensamento sensório-motor, o pré-operacional e o operacional concreto. A brincadeira prática inclui as brincadeiras de manipulação dos bebês e das crianças até a idade de começarem a caminhar. A brincadeira simbólica pode ser vista nos jogos dramáticos das crianças de jardim de infância e pré-escola.
Os jogos são uma forma tipicamente humana de brincar envolvendo a ritualização de papéis e a regulação de determinados cenários. Os jogos estão presentes na história humana desde os primórdios e possui várias formatações e aplicabilidades. Nos jogos as sequências imprevisíveis características das brincadeiras são transformadas em um ciclo repetitivo e ritualizado de ação com início, meio e fim. Em conjunção com este processo, a alternação informal de papéis característica da brincadeira é transformada em uma alternação regularizada entre competidores e grupos.
CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
Muitos educadores buscam alternativas para alcançar ou proporcionarem uma aprendizagem significativa aos seus alunos. Com isso, a contação de historia tornou-se uma grande aliada do docente para fomentar à leitura, isto é , uma forma talvez mais interessante de se aprender. Um grande fator de desinteresse dos alunos é o déficit da leitura e escrita com autonomia, isto é, uma leitura não como decodificação e sim em compreensão. Em outras palavras, a criança compreende o que lê e escreve. 
Sendo assim, diversos educadores e pais buscam na contação de historia, um instrumento de ensino que contribui significativamente no gosto pela leitura e primordialmente no desenvolvimento cognitivo do educando. A contação de historia oportuniza aos discentes possibilidades do mesmo tornar-se sujeito critico e atuante pormeio das fantasias, criações, entre outros. 
Mas há diferença em contar e ler uma história?
Na perspectiva cênica, o contar historia requer técnicas que aproxima o contador de situações imaginativas, criativas ao ponto de descaracterizar a voz, utilizar adereços, vestimentas e utensílios que darão maior ênfase no texto utilizado. A historia quando contada, possibilita uma criatividade mais significativa para a criança compreender. Haja vista que, a finalidade dessa arte é justamente instigar o aluno a criar o habito de adentra r nas letras dos livros, no mundo encantado da literatura, no fantástico castelo de palavras, enfim ler o livro que pode estar nas bibliotecas, livrarias, na rede, entre outras. 
Em suma, é de grande valia para a criança ter a oportunidade de ouvir historias, escuta-las posto que, é o inicio da aprendizagem para tornar-se um leitor ativo. 
O JOGO SEGUNDO PIAGET 
Jean William Fritz Piaget foi um grande epistemólo, contribuindo muito para o estudo do desenvolvimento cognitivo. Em todas as suas obras sempre enfatizou a importância do lúdico para o desenvolvimento das crianças. 
Para Piaget o jogo é essencial para o desenvolvimento infantil; “a atividade lúdica é o berço das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável à pratica educativa. Piaget afirma que “os jogos são admiráveis instituições sociais” porque ao jogar as crianças desenvolvem suas habilidades sociais e criam um relacionamento grupal. O relacionamento social desenvolve-se na vivencia de situações estratégicas de liderança e cooperação, onde a criança começa a perceber quais seus limites e os limites dos outros. Os jogos atuam também como redutores das tensões do grupo, permitindo a participação e integração negociada.
Segundo Piaget, ao brincar a criança apreende a realidade, pois tem a oportunidade de recriar situações vividas na vida real.
Jogar também potencializa o desenvolvimento afetivo, pois a criança aprende a aceitar e submeter seus impulsos e desejos às exigências do jogo, também aprende a conviver com frustrações e alegrias, além de aprender a aceitar os outros e as suas atitudes.
Ao criar soluções que lhe permitam jogar, a criança toma consciência das suas potencialidades, pois ao jogar é necessário raciocinar, julgar, argumentar e chegar a um consenso.
Ao brincar a criança desenvolve o pensamento lógico e o cognitivo, pois jogar permite o treino das operações do pensamento como a criatividade, a capacidade de associar, discriminar, analisar, bem como as habilidades estratégicas.
No desenvolvimento motor, o jogo permite melhorar as aptidões motoras, elevando as capacidades de força, velocidade, resistência, flexibilidade, coordenação, lateralidade, estruturação das noções de tempo e espaço etc.
Os jogos infantis caracterizam-se pela simplicidade de organização e pela pouca ou nenhuma necessidade de materiais, mas para a obtenção de resultados positivos, o planejamento é fundamental. Os professores não devem encarar o brincar apenas como uma atividade recreativa de distração, pois como Piaget defendia, a atividade lúdica é essencial para o desenvolvimento integral das crianças, por isso jogos e brincadeiras devem ser inseridos nas práticas educativas. Todos os jogos e brincadeiras devem ser devidamente planejados, os objetivos a serem alcançados devem ser bem definidos. Toda a atividade lúdica deve ter por finalidade o desenvolvimento e a aprendizagem da criança.
Para Piaget, o jogo possui estreita relação com a construção da inteligência. Ressaltando que o prazer que resulta do jogo espontâneo motiva a aprendizagem.
Piaget classifica os jogos em três tipos de acordo com as estruturas mentais. Representa a forma inicial do jogo na criança, refere-se ao estágio sensório-motor.
É aqui que ela toma consciência de suas novas capacidades, pois cada nova aprendizagem que faz, ela volta a utilizar estes jogos que acabam por formar novos esquemas de ação ou de conduta.
O jogo de exercício caracteriza-se pelo puro prazer que por sua vez, traz um significado a ação.
Apesar de estes jogos aparecerem nos primeiros anos de vida, eles reaparecem durante toda a infância e muitas vezes até na idade adulta.
Refere-se ao período pré-operatório dos dois aos sete anos aproximadamente. Nesta fase a criança ainda encontra o mesmo prazer dos jogos anteriores, porém neste momento ela passa a usar os símbolos. 
Há então a presença do faz-de-conta onde a criança utiliza outros objetos para simbolizar que está comendo, ou dormindo, ou fazendo qualquer outra atividade.
PRÁTICA
Brincadeiras 
Contação de Histórias 
 
Conclusão 
Ao lançar um novo olhar para o lúdico como suporte para a aprendizagem humana em diferentes estágios de evolução, este estudo permitiu verificar que o brincar é elemento vital ao desenvolvimento humano, seja pelo ato de manusear um brinquedo ou pela participação em jogos ou brincadeiras, contemplar ou produzir arte, experimentar uma criação gastronômica, observar uma criação arquitetônica, etc. Não é possível acreditar no lúdico apenas como brincadeira, mas, é necessário saber que existe uma grande gama de possibilidades lúdicas na existência humana e que o jogo e o brinquedo são apenas duas das infinitas formas lúdicas. Da forma como o lúdico é concebido no processo de formação, a criança pode tornar-se um adulto vulnerável ou seguro de si, como os heróis e vilões das fantasias de hoje e sempre.
Referências
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/15660/concepcao-do-jogo-segundo-piaget
http://www.efdeportes.com/efd195/jogos-para-piaget-wallon-e-vygotski.htm
BENJAMIN, W. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo: Summus, 1984. 
¹ GIZELE RODRIGUES BONIN, RU: 1269175 PEDAGOGIA.
²YANKA ALEXIA CORRÊA, RU: 1281398 PEDAGOGIA. 
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