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APRENDER BRINCANDO 4.1 Tema/temática A professora que seguindo PIAGET (1967) citado por, “o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”., pois através dele o aluno processa a construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório.Desde pequenas, as crianças estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvendo à lógica. Com o jogo as crianças são motivadas a usar a sua inteligência, pois querem jogar bem, esforçam-se para superar obstáculos tanto cognitivos como emocionais, desenvolvendo como ser humano. 4.2 Turma Primeiro período da Educação Infantil do Centro de Educação Infantil “Criança Feliz” (Professsora Mariuza) 4.3 Duração: 40 horas 4.4 Justificativa Visualizando as carências da comunidade escolar, buscamos alternativas que veicule momentos de alegria, felicidade através de brincadeiras saudáveis e educativas, aumentando a auto-estima e descontração dos alunos despertando o desenvolvimento escolar através do lúdico. 4.5 Objetivo Geral Promover o aprendizado através de brincadeiras educativas e prazerosa para o aluno. 4.6 .Objetivos Específicos · Aumentar a auto-estima das crianças da comunidade; · Valorizar a cultura da música, dos brinquedos e brincadeiras de antigamente; · Oferecer ao educando um dia de felicidade; · Elevar o nível de desenvolvimento através das brincadeiras; · Incluir as crianças socialmente através de brincadeiras de grupo. 4.6 Referencial Teórico do Projeto Os brinquedos são sublimes lembranças que carregamos dos tempos de criança, Passando geração em geração. A brincadeira é o primeiro aprendizado adquirido pela criança, diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação intima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização. (KISHIMOTO, 1994) A palavra “brinquedo” tem uma dimensão cultural e técnica, será sempre vinculada as lembranças do adulto sendo referência de sua infância quando associadas a um aprendizado será eternizada na memória. A brincadeira gera a oportunidade da criança experimentar descobrir, inventar habilidades, estimulando a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia despertando o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, concentração e atenção, oportunizando a formação da criança de hoje ser o cidadão de amanhã. Um divertimento típico da infância, uma atividade natural da criança sem compromissos, planejamento e seriedade envolvendo comportamentos espontâneos que oferecem alegria e bem-estar e aprendizado. A criança faz exercícios, constrói seu conhecimento aprendendo a conviver com seus amiguinhos socializando-os socialmente. Segundo VYGOTSKY, a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra, estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz-de-conta, como ainda nas que exigem regras (BERTOLDO, RUSCHEL). Os três aspectos citados permitem uma primeira compreensão do jogo, diferenciando significados atribuídos por culturas diferentes, pelas regras e objetos que o caracterizam, capazes de determinar a aquisição e desenvolvimento do conhecimento. O jogo simbólico desperta o imaginário da criança, predominado a fantasia, a atividade psicomotora exercida acaba por prender a criança à realidade. As características dos jogos simbólicos são: * liberdade de regras (menos as criadas pela criança); * desenvolvimento da imaginação e da fantasia; * ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança; * lógica própria com a realidade; * assimilação da realidade ao "eu". Piaget,definia quatro estruturas básicas de jogos infantis, que vão se sucedendo e se sobrepondo nesta ordem: Jogo de exercício, Jogo simbólico/dramático, Jogo de construção, Jogo de regras. A importância do jogo de regras, é que quando a criança aprende a lidar com a delimitação, no espaço, no tempo, no tipo de atividade válida, o que pode e o que não pode fazer, garante certa regularidade que organiza a ação tornando-a orgânica. O valor do conteúdo de um jogo deve ser considerado em relação ao estágio de desenvolvimento em que se encontra a criança, isto é, como a criança adquire conhecimento e raciocina. Através do jogo a criança: libera e canaliza suas energias; tem o poder de transformar uma realidade difícil; propicia condições de liberação da fantasia; é uma grande fonte de prazer. O jogo é, por excelência, integrador, há sempre um caráter de novidade, o que é fundamental para despertar o interesse da criança, e na medida em que joga ela vai conhecendo melhor, construindo interiormente o seu mundo. Esta atividade é um dos meios propícios à construção do conhecimento. Quando o aluno aprende com prazer ele não esquece os conhecimentos adquiridos, ao longo da sua vida escolar é capaz de enriquecer cada vez mais o seu intelecto a cada nova aprendizagem. Trabalhar com projetos exige muita reflexão sobre a ação pedagógica e é sua realização que desenvolvemos e aprendemos a ensinar com prazer e sentido, tornando a compreensão pelo aluno mais rápido e fácil. Observando as crianças podemos perceber o que o ato de brincar envolve emoções, tensões, dificuldades, descobertas entre outros em todos os momentos de vida a criança tem necessidade de brincar e com o tempo cada vez mais tomado por exercícios escolares, ela tem menos espaço para realizar essas atividades. Durante a vida escolar a criança mostra grande necessidade de expressar efetivamente, no mundo imaginário e divertido e com isso a sua imaginação inventa histórias, pois facilita o crescimento corporal, intelectual, desenvolve o lúdico, a coordenação motora, aumenta a resistência física, promove valores sócio-morais que favorecem a lealdade, liderança, respeito e colaboração. Além de contribuir para um melhor aprendizado das disciplinas escolares e estimular o desenvolvimento das capacidades físicas naturais, através do movimento. 4.8. Conteúdos Propostos Incentivar a criança no conhecimento das letras e numerais iniciando a alfabetização através dos jogos. 4.9. Metodologia Com o auxílio de toda equipe pedagógica a professora planejou as aulas reservando uma hora no final de cada dia para apresentar competições diversas, trazendo a diversão para a escola, utilizou também brinquedos como: pula-pula, tobogãs, brindes, prendas que possam fazer uma criança feliz no seu dia. Dia 06/06/2011 – primeira aula. Após todas as atividades de rotina, foi realizado um concurso de dança, onde o vencedor seria o aluno que dançasse mais ritmos. A professora colocava músicas de várias épocas, falava o nome do cantor e tecia explicação sobre ritmo. A apresentação foi realizada no pátio da escola, e os alunos das outras turmas eram os jurados, já que como público julgava as crianças e aplaudiam definindo assim os vencedores. No final do aula foi vencedor a aluna Ana Clara e Tales, pela desenvoltura, alegria, descontração e motivação que contagia o publico com sua alegria. Receberam como prêmios CDs e DVDS de vários cantores. Dia 07/06/2011 – Segunda aula Foi realizado uma competição de boliche. O boliche foi feito de garrafa Pet, desta vez apenas a sala de aula participou. Os alunos iam sendo eliminados a cada três jogadas. A professora ensinava os alunos a contar os pinos que caiam, despertando o conhecimento dos números. Comentava quantos alunos estavam fora do jogo e quantos permaneciam jogando. A turma foi divida em dois grupos de meninos e meninas. No final, o vencedor do grupo de meninos foi Jean e a Vencedora do grupo de meninas foi Maria Rita. O menino levou uma bola de futebol como prêmio e a menina uma boneca. Neste jogo além de aprender a contar, perceberam que a vida é feita de vencedores e perdedores, mas o importante e o divertido é competir. Dia: 08/06/2011 – Terceira aula Uma competição de corrida com ovos na colher. Foi muito divertido. Mas esta competição instigou os alunos a conscientizar que a coordenaçãomotora, a habilidade em andar e correr são essenciais para a formação do individuo. O vencedor desta competição foi João Pedro que levou para casa uma cesta recheada de brindes diversos. Dia : 09/06/2011 – Quarta aula Um festival de canção no karaokê foi organizado. Mais uma vez a apresentação foi realizada no pátio da escola. E o júri eram os alunos e funcionários de toda a escola. Desta vez a vencedora foi Vanessa que cantou a música “Abecedário da Xuxa”, e recebeu como premio uma linda boneca que cantava. Dia 10/06/2011 – Quinta aula Os alunos jogaram tiro ao alvo, onde o vencedor levou para casa um jogo de damas. Também jogaram basquetes, onde o jogador que fez mais cestas levou para casa uma bola de basquete. No final da aula a professora organizou uma confraternização a todos os seus alunos e familiares, onde cada aluno trouxe um prato de salgado e a professora ofereceu refrigerante a todos. Os alunos estavam todos muito felizes por terem participado de uma semana de aula diferente, alegre, onde puderam realizar o aprendizado através das brincadeiras. Dia 13/06/2011 – Sétima aula Uma competição de jogos de damas. Foi muito divertido, pois a professora ensinou as regras do jogo. E a cada rodada era eliminada uma criança. Ficando apenas uma dupla, que jogaria em uma rodada de 3 jogos, a criança que vencesse por 2 vezes era a vencedora. Como recompensa levaria um jogo de damas, ludo e trilhas para casa. O aluno vencedor saiu todo sorridente e satisfeito. Dia 14/06/2011 – Oitava aula Esta aula foi divertida, pois desafiava o aluno a pensar. A armação de uma pirâmide de copos destacou o aprendizado, onde as crianças montavam a pirâmide, aprendendo formas geométricas, aprendiam matemática, contando copos, e desenvolviam sua habilidade motora. O aluno que montasse em menos tempo seria o vencedor, Ana Clara mostrou toda a sua habilidade e não deixou cair nenhum copo, foi a vencedora. Dia 15/06/2011 – nona aula Duas equipes montadas para realizar as atividades do dia. A professora regente montou um tapete de alfabeto em EVA, e os alunos jogavam os dados, onde o dado parava a equipe tinha que falar a letra e palavras que começava com a aquela letra. Como as crianças não estão alfabetizadas, elas trocavam a letra D com T, C com S, faziam uma verdadeira salada de frutas. Mas a professora aproveitava a oportunidade para que todos repetissem a letra e pronunciassem as palavras corretamente, efetivando o aprendizado. A turma vencedora foi a dos meninos. Dia 16/06/2011 – Décima aula Esta aula foi toda brincadeira. A professora realizou a brincadeira de sentar na cadeira quando a música para de tocar. Estátua, estimulando o lado sensório motor. E para encerrar realizou um jogo de bingo das vogais. As crianças completavam as cartelas com as vogais sorteadas. Os vencedores recebiam pequenos prêmios como: caixa de lápis de cor, jogos de canetinha, cadernos coloridos. 4.10. Relato da Prática de Estágio: Análise e Considerações sobre a Docência A prática da docência levou-me ao descobrimento de um novo mundo, o mundo onde a aprendizagem é realizada com liberdade de expressão, com observação do ambiente escolar e social. Atualmente, os alunos já carregam certo conhecimento, e eles freqüentam a escola na busca por novos e inovadores saberes. O professor que antigamente passava a matéria no quadro, explicava para seus alunos e estes eram obrigados a aceitar o ensinado sem criticar, interrogar, participar, hoje é levado a capacitação constante, pois os alunos são críticos e participativos, são da geração em que a globalização inovou a educação. Este projeto atingiu metas através de uma metodologia simples e criativa despertando o interesse ao conhecimento. As competições foram realizadas num clima de paz, alegria e descontração, tornando o ambiente escolar e a prática da docência algo mais fácil de executar. “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina alguma coisa a alguém.” (Paulo Freire, 1996,p.23) Vale relatar que a professora Mariusa, é uma pessoa simples, capaz e com extremo conhecimento e grande capacidade no desenvolvimento da sua profissão, que demonstra verdadeira paixão em ensinar, um modelo a ser seguido. 4.11. Recursos Utilizados Foram utilizados neste projeto: · Jogos diversos · Aparelho de som · CD · Ovo · Colher · Dança 4.12. Avaliação Conclui que este estágio revelou a necessidade de obedecer a regras, um respeito fiel às normas, mas não como uma ditadura, mas sim em forma de colaboração mútua, fazendo da sociedade um lugar agradável de conviver. A cooperação permite à criança “a compreensão do objetivo e da origem das regras”, a democracia é um regime político que permite a liberdade de expressão, mas não elimina os limites e as regras a serem seguidos, pois deles dependem a ordem na sociedade. Consegui com esse projeto aprender que a ensinar é um saber que se adquiri com as convivências em sociedade sendo uma fonte inacabável, podendo ser sempre acrescentado, nunca esquecido. O que se aprende, jamais será esquecido. 4.13 Referências Bibliográficas do Projeto DUSKA, Ronald., WHELAN, Mariellen. O desenvolvimento moral na idade evolutiva: um guia a Piaget e Kohlberg. São Paulo: Edições Loyola, 1994. FÁVERO, Alcemira M. O desenvolvimento do juízo moral na criança segundo Jean Piaget – reflexões sobre moralidade infantil. In: FÁVERO, Altair Alberto (Org.). Temas de filosofia da ciência. Passo Fundo: Clio, 2002. PIAGET, Jean. O juízo moral na criança. Trad. Elzon Lenardon. São Paulo: Summus, 1994. FREIRE Paulo, 1996,p.23 ULBRA, universidade Luterana do Brasil livros do curso de pedagogia. FÁVERO, Alcemira M. O desenvolvimento do juízo moral na criança segundo Jean Piaget – reflexões sobre moralidade infantil. In: FÁVERO, Altair Alberto (Org.). Temas de filosofia da ciência. Passo Fundo: Clio, 2002. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Poder colocar em prática o que se aprende na teoria é o primeiro aprendizado que vou levar comigo para o resto da vida. Saber a teoria não basta é necessário saber o que o aluno deseja aprender, suas necessidades, curiosidades o que incentiva e motiva o aprendizado. É necessário transmitir a teoria transmitindo o conhecimento com criatividade, disciplina, capacidade e segurança. Possibilitou-me descobrir que o ato de ensinar e aprender são uma troca infinita de saberes. A relação entre aluno e professor é quase um ato sagrado, baseado pelo compromisso e respeito mutuo. Observei que muitas crianças aqui no Centro de Educação se expressam com facilidade, porque são induzidas pela regente a isso, a convivência com os colegas são de extrema lealdade, sentem-se seguras, fazem da instituição seu segundo lar. Portanto, acredito que mais que teoria e prática na profissão de educadora é necessário amor pelo que se faz, isto eu tenho de sobra. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO RELATÓRIO BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto. Seção I – Da Educação, 1988. Artigos 205 a 214. Coll, César. Piaget, o construtivismo e a educação escolar: onde está o fio condutor? In: Substratum: Temas Fundamentais em Psicologia e Educação, v.1, n.1 (Cem Anos com Piaget). Porto Alegre, Artes Médicas, 1997. p.145-164. Barth, Leite (2005, p.753) DUSKA, Ronald., WHELAN, Mariellen. O desenvolvimento moral na idade evolutiva: um guia a Piaget e Kohlberg. São Paulo: Edições Loyola, 1994. FÁVERO, Alcemira M. O desenvolvimento do juízo moral na criança segundo Jean Piaget – reflexões sobre moralidade infantil. In: FÁVERO, Altair Alberto (Org.). Temas de filosofia da ciência. Passo Fundo: Clio, 2002. PIAGET, Jean. O juízo moral na criança. Trad. Elzon Lenardon. São Paulo: Summus, 1994. FREIRE, P. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d’agua, 1997. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular para a Educação Infantil.Brasilia:MEC/SEF, 1998 BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. ParâmetrosCurriculares Nacionais – Educação Infantil. Brasília: Mec/ SEF, 1997 KRAMER, Sonia. Currículo de Educação Infantil e a Formação dos Profissionais de Creche e Pré-escola: questões teóricas e polêmicas. In: MEC/SEF/COEDI. Por uma política de formação do profissional de Educação Infantil. Brasília-DF. 1994a FÁVERO, Alcemira M. O desenvolvimento do juízo moral na criança segundo Jean Piaget – reflexões sobre moralidade infantil. In: FÁVERO, Altair Alberto (Org.). Temas de filosofia da ciência. Passo Fundo: Clio, 2002.
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