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FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS WANDA EMÍLIA BOFF GESTÃO DOS CONTROLES INTERNOS: AUDITORIA INTERNA DOS PROCESSOS DA EMPRESA OESTEFOZ LTDA. Foz do Iguaçu - PR 2008 WANDA EMÍLIA BOFF GESTÃO DOS CONTROLES INTERNOS: AUDITORIA INTERNA DOS PROCESSOS DA EMPRESA OESTEFOZ LTDA. Projeto de Conclusão de Curso apresentado ao programa de Graduação em Administração de Empresas da Faculdade Dinâmica das Cataratas, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Administração de Empresas. Orientador: Prof.ª Áurea C. M. Niada. Foz do Iguaçu - PR 2008 TERMO DE APROVAÇÃO Wanda Emília Boff GESTÃO DOS CONTROLES INTERNOS: AUDITORIA INTERNA DOS PROCESSOS DA EMPRESA OESTEFOZ LTDA. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade União Dinâmica das Cataratas, curso de Administração de Empresas, para obtenção do grau de Bacharel em Administração, aprovado pela banca examinadora formada por: ________________________________________ Orientador: Prof.: Áurea C. M. Niada. ________________________________________ Profº............................................................. ________________________________________ Profº............................................................ Foz do Iguaçu, 14 de novembro de 2008. Dedico este trabalho a Deus, pelo que em palavras não se pode mensurar; à minha família pelo apoio incondicional durante toda a jornada acadêmica, e a todos aqueles que torcem por mim. AGRADECIMENTOS Estendo meus mais sinceros agradecimentos a estas pessoas que de maneira ímpar contribuíram para o meu desenvolvimento como acadêmica e profissional. Agradeço ao meu namorado Marcelo pelo carinho, incentivo e apoio nos momentos difíceis; à minha mãe Enoeli pelo “colinho de mãe”, além da força e garra; ao meu pai Bruno pela confiança depositada em mim e pelo discernimento na tomada de decisão; aos meus irmãos Bruna e Mário pelo incentivo e carinho no dia-a-dia; à minha avó Wanda pela imensa ternura e preocupação com meu bem-estar; aos meus colegas por compartilharem comigo angústias e alegrias no decorrer da graduação; à minha orientadora Áurea e à minha colega de trabalho Aline pelo comprometimento em melhorar o trabalho desenvolvido na OesteFoz. Também, a todos os que de alguma forma contribuíram para a realização deste projeto de pesquisa que, com certeza, contribuirá para o crescimento da empresa OesteFoz. “Vem vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Geraldo Vandré RESUMO BOFF, Wanda E. Gestão dos Controles Internos: Auditoria Interna dos Processos da Empresa OesteFoz Ltda. 2008. Foz do Iguaçu. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) Programa de Graduação em Administração de Empresas, UDC. A avaliação do ambiente interno da empresa OesteFoz é tomada por objeto de estudo neste projeto de pesquisa. Com o objetivo de melhorar os processos administrativos desempenhados é que buscou-se identificar como se desenvolvem os controles internos da organização, implicando na auditoria dos processos em cada setor em que se subdivide a empresa. Optou-se, então, pela identificação do nível de satisfação dos clientes e dos funcionários da empresa, por meio de pesquisa probabilística, como forma de se avaliar o seu desempenho efetivo. Ao fim dos levantamentos pôde-se identificar os principais pontos que necessitam de estratégias de melhoria as quais são sugeridas neste projeto. Palavras chaves: controles internos, auditoria, ambiente organizacional. ABSTRACT BOFF, Wanda E. Gestão dos Controles Internos: Auditoria Interna dos Processos da Empresa OesteFoz Ltda. 2008. Foz do Iguaçu. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) Programa de Graduação em Administração de Empresas, UDC. The objective of this article was to evaluate the overall environment inside the building of OesteFoz. In order to improve the administrative procedures performed this research identified how the intern controls are developed within the company. An audit was also performed in every section that the company in question is divided. The option was to identify the customer’s and the employee’s ´s level of satisfaction through a probabilistic survey in order to evaluate its effective performance. After the data collection, it was possible to identify all the main issues that are in need strategic improvements that were suggested on this article. Key words: internal control, audit, organizational environment. LISTA DE FIGURAS Figura 2: Fluxo de produção. ....................................................................................62 Figura 3: Fachada interna da OesteFoz na concessionária......................................80 Figura 4: Fachada externa da OesteFoz...................................................................81 Figura 5: Organograma funcional da empresa OesteFoz. ........................................86 Figura 6: Layout interno da empresa OesteFoz – área administrativa e de atendimento ao cliente. ..........................................................................90 Figura 7: Layout interno da empresa OesteFoz – área administrativa......................90 Figura 8: Layout interno da empresa OesteFoz – área administrativa e de atendimento ao cliente. ..........................................................................91 Figura 9: Layout interno da empresa OesteFoz – recepção. ....................................91 Figura 10: Cotações on-line. .....................................................................................96 Figura 11: Logo da empresa OesteFoz.....................................................................97 Figura 12: Cotação de seguro.................................................................................123 Figura 13: Fluxograma do processo de emissão de apólice/seguro. ......................125 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Processos de administração financeira....................................................57 Quadro 2: Indicadores da situação econômico-financeira. .......................................61 Quadro 3: Atribuições da equipe de trabalho da empresa OesteFoz. ......................88 Quadro 4: Recursos organizacionais. .......................................................................89 Quadro 5: Resultados do levantamento quanto à descrição do cargo....................110 Quadro 6: Análise SWOT........................................................................................127 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Perfil dos clientes da empresa OesteFoz – Sexo. ....................................98 Gráfico 2: Perfil dos clientes da empresa OesteFoz – Idade. ...................................98 Gráfico 3: Perfil dos clientes da empresa OesteFoz – Ocupação.............................99 Gráfico 4: Captação de clientes. .............................................................................100 Gráfico 5: Visão do cliente sobre a empresa OesteFoz..........................................101 Gráfico 6: Avaliação do atendimento do vendedor. ................................................101 Gráfico 7: Desempenho do vendedor em relação a explicação do produto............102 Gráfico 8: Recebimento do manual do segurado....................................................103 Gráfico 9: Nível de clientes que leram o manual.....................................................103 Gráfico 10: Qualidade do material...........................................................................104 Gráfico 11: Nível de conhecimento do cliente das cláusulas do manual e apólice. 105 Gráfico 12: Prazo de chegada dos boletos. ............................................................105 Gráfico 13: Prazo de chegada do manual e apólice. ..............................................106 Gráfico 14: Nível de conhecimento dos produtos da OesteFoz. .............................107 Gráfico 15: Atributos que a empresa mais valoriza, na visão dos funcionários. .....112 Gráfico 16: Nível de satisfação dos funcionários. ...................................................112 Gráfico 17: Remuneração percebida pelos funcionários vs. satisfação de suas necessidades........................................................................................113 Gráfico 18: Opinião dos funcionários em relação às reuniões da equipe. ..............114 Gráfico 19: Como os funcionários caracterizam a OesteFoz. .................................114 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 4P´s – Mix de marketing (produto, promoção, preço e praça) IRB – Instituto Brasileiro de Resseguros QFD – Quality Function Deployment (desdobramento da qualidade) LER – Lesão por Esforço Repetitivo PIB – Produto Interno Bruto SINCOR – Sindicato dos Corretores SUSEP – Superintendência de Seguros Privados SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................20 1.1 Tema...................................................................................................................21 1.2 Apresentação do Problema..............................................................................21 1.3 Objetivos ............................................................................................................22 1.3.1Objetivo Geral ...................................................................................................23 1.3.2 Objetivos Específicos .......................................................................................23 1.4 Justificativa........................................................................................................23 2 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................25 2.1 A Administração, Os Administradores e As Organizações...........................26 2.2 O Processo Administrativo ..............................................................................27 2.2.1 Planejamento ...................................................................................................28 2.2.2 Organização .....................................................................................................28 2.2.3 Direção.............................................................................................................30 2.2.4 Controle............................................................................................................30 2.3. O Controle e a Administração .........................................................................31 2.3.1 O Controle e os Controles................................................................................32 2.3.2 As Características dos Controles .....................................................................32 2.3.3 Os Controles e a Estratégia Organizacional ....................................................35 2.3.3.1 Definição de padrões de controle..................................................................36 2.3.3.2 Aquisição de informações .............................................................................36 2.3.3.3 Comparação e ação corretiva .......................................................................36 2.3.3.4 Recomeço do ciclo de planejamento ............................................................37 2.3.4 A Posição do Controle no Organograma .........................................................37 2.4 O Controle e As Áreas Funcionais da Empresa .............................................38 2.4.1 Função: Marketing............................................................................................38 2.4.1.1 Etapas no processo de administração de marketing ....................................39 2.4.1.2 O controle na função de marketing ...............................................................43 2.4.1.3 Matriz SWOT.................................................................................................43 2.4.2 Função: Recursos Humanos............................................................................44 2.4.2.1 Etapas no processo de administração de RH ...............................................45 2.4.2.2 O controle na função de RH..........................................................................53 2.4.3 Função: Financeira...........................................................................................55 2.4.3.1 Etapas no processo de administração financeira..........................................57 2.4.3.2 O controle na função financeira ....................................................................58 2.4.4 Função: Produção............................................................................................61 2.4.4.1 Etapas no processo de administração de produção .....................................62 2.4.4.2 O controle na função produção.....................................................................71 3 METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................74 3.1 Caracterização da Pesquisa.............................................................................74 3.2 Definição da População e Amostra .................................................................76 3.2. Coleta e Tratamento dos Dados......................................................................77 3.4 Análise e Interpretação.....................................................................................78 4 ANÁLISE DO AMBIENTE ORGANIZACIONAL ....................................................79 4.1 Caracterização da Empresa .............................................................................80 4.2 Breve Histórico..................................................................................................81 4.3 Estrutura Organizacional..................................................................................82 4.3.1 Arranjo Físico (layout) ......................................................................................90 4.4 Função: Marketing ............................................................................................91 4.4.1 Ambiente político e econômico ........................................................................92 4.4.2 Ambiente social e cultural ................................................................................92 4.4.3 Ambiente tecnológico.......................................................................................93 4.4.4 Mix de Marketing ..............................................................................................93 4.4.4.1 Produto..........................................................................................................93 4.4.4.2 Preço.............................................................................................................954.4.4.3 Praça.............................................................................................................96 4.4.4.4 Promoção......................................................................................................96 4.4.5 Clientes ............................................................................................................97 4.4.5.1 Captação de clientes.....................................................................................99 4.4.5.2 Pesquisa de satisfação do cliente ...............................................................100 4.4.5.3 Relacionamento com o cliente ....................................................................106 4.4.6 Fornecedores .................................................................................................107 4.4.7 Concorrentes..................................................................................................108 4.5 Função: Recursos Humanos..........................................................................108 4.5.1 Agregar pessoas ............................................................................................109 4.5.2 Aplicar pessoas..............................................................................................109 4.5.2.1 Resultados do levantamento de descrição de cargos.................................110 4.5.3 Recompensar pessoas...................................................................................111 4.5.3.1 Resultados da pesquisa de satisfação junto aos funcionários....................111 4.5.4 Desenvolver pessoas .....................................................................................115 4.5.5 Manter pessoas..............................................................................................115 4.5.6 Monitorar pessoas..........................................................................................116 4.6 Função: Finanças............................................................................................117 4.6.1 Atividades Contábeis......................................................................................117 4.6.2 Planejamento e Controle Financeiro ..............................................................118 4.6.3 Situação Econômico-Financeira.....................................................................118 4.7 Função: Produção/Prestação de Serviços....................................................119 4.7.1 Caracterização do Processo de Operações...................................................119 4.7.2 Planejamento e Controle do Processo de Operações ...................................120 4.7.2.1 Capacidade de Produção............................................................................122 4.7.3 Layout das Operações ...................................................................................122 4.7.3.1 Início da prestação de serviços...................................................................122 4.7.3.2 Processo da prestação de serviços ............................................................123 4.8 Análise SWOT ..................................................................................................126 5 PROPOSIÇÕES DE MELHORIA.........................................................................128 5.1 Estrutura Organizacional................................................................................128 5.2 Marketing .........................................................................................................129 5.3 Recursos Humanos.........................................................................................130 5.4 Finanças...........................................................................................................132 5.5 Produção..........................................................................................................132 5.6 Expectativas com as Propostas ....................................................................133 6 CONCLUSÃO ......................................................................................................134 REFERÊNCIAS.......................................................................................................135 APÊNDICE A – CHECKLIST DE VERIFICAÇÃO DA ARH....................................138 APÊNDICE B – CHECKLIST SOBRE AÇÕES MERCADOLÓGICAS ...................140 APENDICE C – VERIFICAÇÃO DA ÁREA DE FINANÇAS....................................142 APENDICE D – VERIFICAÇÃO DA ÁREA DE PRODUÇÃO/SERVIÇOS..............143 APENDICE E – PESQUISA DE SATISFAÇÃO (QUESTIONÁRIO) .......................144 APENDICE F – PESQUISA DE SATISFAÇÃO AOS FUNCIONÁRIOS .................147 APENDICE G – DESCRIÇÃO DE CARGOS ..........................................................149 ANEXO A – CHECKLISTS INTERNOS DA EMPRESA .........................................151 ANEXO B – MANUAL DE PROCEDIMENTOS INTERNOS DA OESTEFOZ ........152 ANEXO C – ARRANJO FÍSICO DA OESTEFOZ ...................................................153 ANEXO D – INSTRUÇÕES AO SEGURADO.........................................................154 ANEXO E – FOLDER OESTEFOZ .........................................................................156 1 INTRODUÇÃO A constante pressão sofrida pelas empresas em relação ao elevado índice de competitividade do mercado faz com que estas intensifiquem a busca pela eficiência organizacional. Um dos pontos-chave para alcançar tal propósito é a sinergia entre os processos empresariais de todos os departamentos em que se subdivide determinada organização. O setor de seguros pode ser destacado como um dos ramos de atividades que mais tem sofrido com tais exigências, à medida que se trata de uma área de atuação que envolve um elevado índice de padronização dos processos como forma de minimizar riscos operacionais que possam acarretar em prejuízos tanto financeiros quanto da imagem da empresa. Desta maneira, ressalta-se a função do administrador de empresas frente à tomada de decisão e estruturação no âmbito empresarial, haja vista que somente este profissional tem os predicados necessários à gestão de negócios. De acordo com observação preliminar, pôde-se constatar que o setor de seguros cresceu fortemente no Brasil nos últimos anos, tanto pela expansão da base de consumidores como pela criação de outras modalidades de seguros para proteger pessoas e bens contra as incertezas futuras. Neste processo de crescimento, é preciso se atentar para a importância dos processos organizacionais das empresas desse ramo. Uma análise das atividades desempenhadas pela empresa pode contribuir para a credibilidade e o crescimento da eficiência do setor como um todo, à medida que se obtêm um desempenho superior por meio da promoção da eficiência operacional. Nesta perspectiva é que se insere este estudo. A análise tem por objetivo fim identificar os pontos positivos e negativos em relação aos aspectos de estrutura organizacional, de marketing, financeiros, de pessoal e de produção, ou seja, analisar o ambiente organizacional interno da empresa OesteFoz com vistas a sugerir estratégias que venham a enfatizar os pontos positivos e melhorar os aspectos negativos. Para tanto, o presente projeto encontra-se estruturado da seguinte maneira: � No capítulo 1, apresenta-se um esboço acerca dos objetivos do estudo, justificando-o a partir da problemática evidenciada no ambiente organizacional; � No capítulo 2, relaciona-se o embasamento teórico, ou seja, o elenco de idéias de autores e pesquisadores em relação à temática deste estudo; � No capítulo 3, se explica a metodologia de pesquisa aplicada ao estudo; � O capítulo 4 apresenta a análise do ambiente organizacional interno;� Por fim, no capítulo 5 esclarecem-se os resultados obtidos; � E, no capítulo 6 apresenta-se o resumo do estudo, ressaltando os pontos mais importantes da pesquisa. A seguir delimita-se a abordagem do estudo em: tema, apresentação do problema e objetivos da pesquisa, além de sua justificativa. 1.1 TEMA Neste estudo será realizada uma auditoria organizacional interna, ou seja, uma avaliação interna da organização OesteFoz, em relação aos aspectos de sua estrutura organizacional e áreas em que se desdobram suas funcionalidades (marketing, RH, finanças e produção), por meio da identificação dos processos administrativos e controles internos adotados, com o objetivo de fornecer informações relevantes ao processo de controle estratégico da organização. Não obstante, paralelamente desenvolve-se pesquisa de satisfação junto aos clientes e aos funcionários da empresa. 1.2 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA O controle estratégico se concentra na avaliação do processo de administração estratégica como forma de garantir que esteja funcionando apropriadamente. No entanto, para que a empresa possa realizar tal avaliação ela necessita identificar qual a situação atual do ambiente organizacional interno. Para tanto, a auditoria interna trata-se do ferramental que fornece uma visão a respeito dos principais pontos positivos e negativos em relação à organização do ambiente interno da empresa. A auditoria organizacional interna engloba a avaliação dos processos desenvolvidos pela empresa. Tal avaliação leva em consideração os princípios fundamentais da administração em que a avaliação dos controles internos permite determinar a qualidade dos mesmos para corrigir aspectos falhos e/ou vulneráveis, culminando em uma abordagem sistêmica de todos os processos, obtendo-se um relatório minucioso de todas as atividades desenvolvidas e, conseqüentemente, podem-se identificar possíveis falhas ou mesmo poder-se-á determinar melhorias no desempenho de tais atividades (processos), com o objetivo de obter maior eficiência operacional. No caso a ser estudado, tem-se que a organização nunca realizou uma avaliação interna de seus processos, isto implica em afirmar que a organização desconhece a efetividade de sua estratégia administrativa adotada. Dentro deste contexto, pode-se estabelecer para o presente estudo o seguinte problema, tendo em vista a necessidade da empresa em desenvolver o processo de controle estratégico: - Como encontra-se estruturado o ambiente organizacional interno da empresa OesteFoz, levando-se em consideração os controles internos adotados? 1.3 OBJETIVOS Com vistas a delimitar a abrangência da presente pesquisa é que foram determinados os objetivos: geral e específicos, de acordo com o que se segue. 1.3.1Objetivo Geral Avaliar a atual situação do ambiente organizacional interno da empresa OesteFoz, considerando os aspectos estruturais e funcionais (marketing, finanças, pessoal e produção), ressaltando os controles adotados em tais processos, com a intenção de fornecer informações relevantes ao processo de controle estratégico da empresa. Paralelamente, desenvolve-se pesquisa de satisfação junto aos clientes e aos funcionários da empresa, como forma de se identificar o desempenho da empresa. 1.3.2 Objetivos Específicos São objetivos específicos: a) identificar a estrutura organizacional da empresa; b) descrever o funcionamento das principais atividades desenvolvidas no âmbito de cada setor da empresa; c) identificar os principais pontos positivos e negativos do ambiente organizacional interno da empresa; d) realizar pesquisa de satisfação junto aos clientes e aos funcionários da empresa; e) sugerir estratégias que enfatizem os pontos positivos e melhorem os negativos em relação ao ambiente organizacional interno da empresa. 1.4 JUSTIFICATIVA Para uma empresa no setor de seguros manter-se competitiva no mercado, deve esta apresentar uma sólida imagem perante seus stakeholders, e é a partir dos processos desempenhados internamente a esta que se pode alcançar um nível maior de eficiência diminuindo os erros e falhas que podem sucumbir com a imagem de qualquer organização, à medida que transparece um elevado grau de incerteza nas operações desempenhadas. Desta maneira, descrever e analisar as atividades de determinada organização em relação aos controles internos é uma forma de se construir um ciclo de melhoria contínua, que culmina com a satisfação dos clientes e o aumento de lucratividade para a empresa. Ao se realizar uma auditoria interna nos atuais processos administrativos desempenhados pela empresa OesteFoz, em relação a cada departamento organizacional, poderá se contribuir para a melhoria de tais processos, a partir de pesquisa bibliográfica sobre o tema. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Vive-se em uma era de crescente globalização e liberalização dos mercados, o que influencia diretamente o desenvolvimento das organizações. Segundo Kotler (1999): As empresas nem sempre percebem que seus mercados estão sempre mudando. O livro Migração do valor registra como as exigências do cliente e as forças competitivas mudam significativamente, a cada período de poucos anos, (...). A estratégia vitoriosa do ano anterior pode ser hoje o caminho mais certo para o fracasso. Como alguém observou, há dois tipos de empresas: aquelas que mudam e aquelas que desaparecem. (KOTLER, 1999, p. 15) Mudanças implicam revisão dos processos, pois do contrário a empresa está fadada à falência, de acordo com o exposto por Kotler (1999). Para tanto, tendo em mente a importância de se reavaliar a empresa como um todo, é que a auditoria de processos se apresenta como uma ferramenta propicia. Trata-se de uma modalidade ampla que examina todas as funções gerenciais e áreas da empresa, possibilitando o crescimento desta, pois, como afirma Kwasnicka (1995, p. 256), “(...) uma empresa que não tem preocupação em crescer de uma forma ou de outra tende a desaparecer”. A auditoria é o mecanismo pelo qual a existência de controles internos são verificados e avaliados, à medida que são instrumentos que desempenham funções de maior relevância no mundo dos negócios; são necessidades impostas àqueles que buscam a eficiência e a eficácia organizacional. A eficiência operacional implica estabelecimento de padrões e métodos adequados que permitam a todos os departamentos da empresa desenvolver suas funções de forma racional, harmônica e integrada às premissas globais da organização. (CRESTO, 2004, p. 66) Ainda, de acordo com Aurélio da Silva (2005, p. 74), a aplicação da administração se dá por meio de, ao que ele denomina ‘caixa de ferramentas’, que funcionam criando processos de suporte ao desenvolvimento da reflexão por parte da alta gerência quanto à tomada de decisão; como exemplo o autor cita o diagnóstico organizacional. Nesta perspectiva, a presente contextualização discutirá os princípios de administração aplicados aos processos das principais áreas funcionais da empresa (função de produção, de finanças, de marketing e de recursos humanos), enfatizando os controles internos adotados. Busca-se, desta forma, uma maior relevância da presente contextualização acadêmica quanto à realidade organizacional. 2.1 A ADMINISTRAÇÃO, OS ADMINISTRADORES E AS ORGANIZAÇÕES O mais importante e consistente uso do termo administração é aquele em que ele é visto como um processo integrativo fundamental, buscando a obtenção de resultados específicos. (KWASNICKA, 1995, p. 17) (AURÉLIO DA SILVA, 2005, p. 19) Verifica-se que embora o processo administrativo seja importante em qualquer contexto de utilização de recursos, a razão principal para estudá-lo é seu reflexo sobre o desempenhodas organizações, já que estas são constituídas a partir da alocação de recursos (materiais e humanos) e sofrem a influência tanto do ambiente externo quanto do ambiente interno. Torna-se óbvia a justificativa da prática administrativa na ação gerencial, considerando que “o desempenho e a sobrevivência da entidade depende do desempenho da sua administração”, a quem cabe a tomada de decisão em direção ao cumprimento dos pressupostos de sua existência. (AURÉLIO DA SILVA, 2005, p. 12) A administração é necessária nas organizações porque sem ela as pessoas estariam entregues a si próprias e trabalhariam para a obtenção de seus objetivos, independentemente das demais. Sem administração nas organizações, o esforço seria desperdiçado. (AURÉLIO DA SILVA, 2005, p. 16) Chiavenato (2004) sintetiza as finalidades da administração assim, A administração visa ao alcance de objetivos organizacionais de maneira eficiente e eficaz. E o administrador procura utilizar os recursos organizacionais no sentido de obter eficiência e eficácia, bem como alto grau de satisfação entre as pessoas que fazem o trabalho e o cliente que o recebe. (CHIAVENATO, 2004, p. 4) Neste ponto é importante destacar a função dos processos dentro da organização, à medida que estes são os responsáveis pela transformação dos recursos em resultados. Na seqüência explicita-se como se dá o processo administrativo. 2.2 O PROCESSO ADMINISTRATIVO De acordo com Chiavenato (2004, p. 15), o “processo significa uma seqüência de ações que se sucedem para chegar a um determinado ponto. Uma maneira sistemática de fazer as coisas”. A estratégia é levada a cabo por meio da ação empresarial, que, para ser eficaz precisa ser planejada, organizada, dirigida e controlada. O planejamento, a organização, a direção e o controle constituem o chamado processo administrativo. Quando considerados separadamente, planejamento, organização, direção e controle constituem funções administrativas; quando tomados em conjunto na sua abordagem global, para o alcance de objetivos, formam o processo administrativo. (CHIAVENATO, 2000, p. 131) Por meio desta explanação pode-se concluir que o processo administrativo nada mais é do que um meio de integrar diferentes atividades para a execução da estratégia empresarial. Ressalta-se, no entanto, o exposto por Kwasnicka (1995, p. 167), que tais funções do processo administrativo devem ser utilizadas como um quadro geral ao estudo da administração, destacando que nenhuma dessas funções é mais importante do que as outras, pois qualquer que seja executada sem critério afetará a eficiência da organização. “O que pode haver são diferenças de aplicação nos vários níveis das unidades organizacionais”. Adiante, relacionam-se as principais características em relação a cada uma das funções do processo administrativo. 2.2.1 Planejamento O planejamento trata-se da primeira atividade a ser executada no âmbito do processo administrativo. Kwasnicka (1995, p. 166) e Maximiano (2000, p. 190) concordam entre si ao afirmarem que, após definidos os objetivos a serem perseguidos, os meios necessários para o seu alcance são apresentados em forma de plano, os quais determinam o curso de ação e fornecem uma base para estimar o grau do sucesso provável para se atingir os objetivos propostos. “Esta primeira função administrativa é que define os objetivos para o futuro desempenho organizacional e decide sobre os recursos e tarefas necessários para alcançá-los adequadamente”. (CHIAVENATO, 2004, p. 14) O processo de planejar compreende três etapas principais, de acordo com Maximiano (2000, pp. 190-191): a definição de objetivos (planejamento estratégico), a definição dos meios de execução e definição dos meios de controle (planejamento tático e operacional). Por fim, a partir do momento em que a empresa possui um planejamento de atuação definido, faz-se necessário organizar os processos de execução das atividades da empresa. 2.2.2 Organização A função de organização contribui decisivamente para o sucesso da empresa, uma vez que enuncia e descreve as atividades necessárias ao empreendimento. (AURÉLIO DA SILVA, 2005, p. 105) Isto implica em dizer que a organização é a função administrativa relacionada com a atribuição de tarefas em equipes ou departamentos e a alocação dos recursos necessários, o que constitui a estrutura organizacional. (CHIAVENATO, 2004, p. 15) Para Chiavenato (2004, pp. 287; 291) a estrutura organizacional trata-se da “maneira pela qual as atividades da organização são divididas, organizadas e coordenadas”, sendo “eficaz na medida em que facilita o alcance dos objetivos pelas pessoas e é eficiente na medida em que o faz com os mínimos recursos ou custos”. O desenho organizacional cuida da determinação da estrutura organizacional, cuida da determinação da estrutura organizacional mais adequada à estratégia, pessoas, tecnologia e tarefas da organização. (...) Nela prevalece à especialização vertical e a horizontal. A primeira é chamada de estrutura vertical e refere-se à hierarquia administrativa, envolvendo a divisão do trabalho vertical e a cadeia de comando. A hierarquia se assenta na autoridade, na responsabilidade e na delegação. Por outro lado, existe a autoridade de linha (realização da missão organizacional) e a staff (assessoria interna). Nesse quadro sobressai a amplitude administrativa: o numero de pessoas que deve subordinar-se a um administrador. A amplitude estreita tende a formatar organizações verticalizadas e altas, enquanto a larga tende a formatar organização horizontalizadas e achatadas. A tendência moderna é horizontalizar as organizações. O grau de centralização ou descentralização refere-se ao quanto ou dispersa na base da organização. A tendência moderna é descentralizar o processo decisorial. (CHIAVENATO, 2004, pp. 310-311) Tem-se, então, que o processo de organização inclui o desenvolvimento da estrutura organizacional que, por sua vez, é determinada de acordo com o planejamento dos objetivos a serem alcançados. Pode-se concluir, com o exposto por Chiavenato (2004), que não existe uma estrutura perfeita que garanta o sucesso organizacional. “O que torna a estrutura organizacional ‘boa’ são os problemas que ela deixa de criar”. (DRUCKER, 1998, p. 679) Neste ponto é importante destacar-se a importância da alta administração no desempenho organizacional, pois os princípios de administração são instrumentos; e nenhum instrumento é bom ou mau por si só. “Eles podem ser usados correta ou incorretamente; e isso é tudo”. (DRUCKER, 1998, p. 680) Por tanto, o planejamento da estrutura organizacional deve partir de uma visão clara que se concentre nas atividades básicas que se façam necessárias para produzir resultados básicos, pois, de acordo com Drucker (1998, pp. 679–681), “a estrutura organizacional mais simples que dê conta do recado será a melhor de todas para a organização”, considerando-se que “a organização é um meio voltado para um fim, não um fim em si mesma”. Por tanto, ressalta-se o aspecto de condução da equipe em torno do alcance dos objetivos organizacionais é de importância ímpar, cuja justificativa se verificará no tópico que se segue: direção. 2.2.3 Direção Dirigir ou liderar pode ser visto, de acordo com Kwasnicka (1999, p. 166), como o processo de encorajar, interpretar políticas, delinear instituições, aconselhar; fazendo com que atividades relacionadas com o quadro organizacional em funcionamento, continuem em direção aos objetivos. Direção adequada é indispensável para qualquer organização à medida que mantém toda a organização focada nos objetivos pré-determinados. “Para que o planejamento e a organização possam ser eficazes, elesprecisam ser complementados pela orientação a ser dada às pessoas por meio da comunicação e habilidade de liderança e motivação”. (CHIAVENATO, 2000, p. 279) 2.2.4 Controle Esta é a última fase do processo administrativo, contudo está presente em todos os níveis departamentais de determinada organização, seja no aspecto estratégico, tático ou operacional. Controlar trata-se da função que mede o desempenho presente em relação aos padrões esperados, e, como resultado de tal comparação, pode-se determinar se há a necessidade de ação corretiva, em que existe a necessidade de revisão dos planos, sendo considerada, por isso, como parte de um ciclo contínuo das demais funções administrativas. (KWASNICKA, 1999, p. 167) O controle trata-se, de acordo com Chiavenato (2004, p. 16), do “processo de assegurar que as atividades atuais da organização estejam em conformidade com as atividades planejadas”. Para tanto, a função de controle apresenta meios de aplicação, ou seja, todas as atividades desenvolvidas pela empresa precisam ter seu desempenho avaliados como forma de se avaliar sua eficiência e controlar seu desempenho. 2.3. O CONTROLE E A ADMINISTRAÇÃO As organizações são instituições desenvolvidas para atingir objetivos próprios. No entanto, se apresentam em um contexto complexo de atuação, tanto em relação ao ambiente externo quanto ao interno, em que se denotam conflitos de interesses neste último. Para tanto, a função de administração se apresenta como elemento fundamental à subsistência dessas organizações. De acordo com o contextualizado até este ponto, verifica-se a estrutura organizacional como sendo o resultado de um planejamento prévio em relação aos objetivos pré-determinados pela organização tendo em vista sua atuação no mercado. Assim, “as organizações procuram desenvolver seus negócios e operações de uma maneira coerente e consistente por meio de estratégias que garantam seu pleno sucesso nessa empreitada”. (CHIAVENATO, 2004, p. 574) Neste âmbito é que se destacam os princípios de administração: planejamento e controle, pois se apresentam muito relacionados. “Um planejamento representa uma antecipação da ação; que é um conceito passivo até o momento de sua execução. Controle é um processo ativo que procura manter o planejamento dentro de seu curso inicial”. (KWASNICKA, 1999, p. 209) Em fim, o controle administrativo na esfera empresarial constitui um meio de se verificar se o que foi planejado foi realmente alcançado, isto resulta diretamente na avaliação do desempenho da empresa, que, de acordo com Drucker (1998, p. 155), se “constituirá cada vez mais o grande desafio à área da administração (...), bem como sua maior necessidade”. Os controles internos constituem aptidões para se administrar organizações, pois por meio destes é que se poderão identificar as atividades efetivas que estão de acordo com as atividades planejadas ou verificar quais as falhas que estão ocorrendo e tomar medidas corretivas. Isto nos remete a análise das atividades desempenhadas pela empresa, ou seja, seus processos. O processo empresarial, conforme exposto anteriormente, se estabelece em todos os níveis da organização, uma vez que são estes os responsáveis pelo desempenho organizacional. Portanto, sua análise é de grande valia, principalmente em relação aos controles adotados, pois, como dito, por meio destes ferramentais é que será possível identificar se existem falhas ou erros nos processos administrativos. No entanto, de acordo com Drucker (1998), há que se diferenciar controle de controles. 2.3.1 O Controle e os Controles Em um primeiro momento temos que, no ambiente empresarial, não é através de um maior número de controles que necessariamente se chega a um controle maior. Observemos o que expõe Drucker (1998). [...] Os controles ligam-se aos fatos, isto é, a acontecimentos ocorridos anteriormente. O controle relaciona-se com expectativas, isto é, com o futuro. Os controles são analíticos, preocupam-se com o que era e o que é. O controle é normativo e diz respeito àquilo que deve ser. (DRUCKER, 1998, p. 503) Portanto, pode-se afirmar que os controles constituem os meios para se atingir determinado fim, qual seja o de elevar o nível de desempenho organizacional, à medida que por meio dos controles pode-se identificar se os processos administrativos estão atingindo o padrão de desempenho determinado. 2.3.2 As Características dos Controles De acordo com Chiavenato (2004, p. 528), um sistema eficaz de controle precisa reunir os seguintes aspectos: a) orientação estratégica para resultados: os controles devem apoiar planos estratégicos e focalizar as atividades essenciais que fazem a real diferença para a organização; b) compreensão: os controles devem apoiar o processo de tomada de decisões apresentando dados em termos compreensíveis. O controle deve evitar relatórios complicados e estatísticas enganosas; c) orientação rápida para as exceções: os controles devem indicar os desvios rapidamente, através de uma visão panorâmica sobre onde as variações estão ocorrendo e o que deve ser feito para corrigi-las adequadamente; d) flexibilidade: o controle deve proporcionar um julgamento individual e que possa ser modificado para adaptar-se a novas circunstâncias e situações; e) autocontrole: o controle deve proporcionar confiabilidade, boa comunicação e participação entre as pessoas envolvidas; f) natureza positiva: o controle deve enfatizar o desenvolvimento, mudança e melhoria. Deve alavancar a iniciativa das pessoas e minimizar o papel da penalidade e das punições; g) clareza e objetividade: o controle deve ser imparcial e acurado para todos. Deve ser respeitado como um propósito fundamental: a melhoria do desempenho. Para Drucker (1998, pp. 505-508), tais características explicitam que nas organizações humanas, os controles não podem ser nem objetivos nem neutros haja vista que, em uma situação perceptiva complexa como a que se apresenta a empresa comercial, o ato de medir não é objetivo nem neutro; ele é subjetivo, e necessariamente sofre influências. Eles fixam metas e valores, e devem concentrar- se nos resultados. Eles são necessários tanto em relação aos acontecimentos mensuráveis como em relação aos não-mensuráveis. Portanto, o administrador precisa estar ciente de que os controles influenciam diretamente o desempenho organizacional, no entanto, sua implementação demanda uma série de particularidades, considerando que tais processos se dão em organização composta por seres humanos, cuja avaliação de desempenho se dá por meio de fatos mensuráveis e, também, não mensuráveis. Assim, o administrador precisa estar capacitado à tomada de decisões em relação aos controles internos da empresa, levando em consideração as características expostas até este ponto, como também compreender os requisitos relativos ao exercício do controle no âmbito organizacional. De acordo com Drucker (1998, pp. 508-509), para que o administrador possa exercer controle, os controles internos devem atender a sete requisitos. Os controles devem ser: a) econômicos: a primeira pergunta que o administrador deve fazer ao utilizar um sistema de controles é: “Quais são as informações mínimas de que necessito para exercer o controle?”; b) expressivos: os controles devem sempre relacionar-se com os objetivos básicos e com as prioridades a estes conferidas; c) adequados: os controles devem ser adequados ao caráter e à natureza dos fenômenos que se medem, para que forneçam um panorama correto e a base para medidas eficazes; d) congruentes: cabe ao administrador julgar o tipo de mensuração apropriado ao fenômeno que quer medir; e) oportunos: as mensurações freqüentes não proporcionamnecessariamente melhor controle; é necessário que a dimensão temporal dos controles corresponda à duração temporal do fato medido; f) simples: os controles complicados só confundem, desviam a atenção daquilo que deve ser controlado, para a mecânica e a metodologia do controle em si; g) operacionais: os controles devem concentrar-se sobre a ação, pois a ação, e não a informação constitui sua finalidade. É importante ressaltar neste contexto a importância do desempenho da atuação do administrador, pois este necessitará dirigir de maneira coerente os controles em relação ao desempenho organizacional, com a estratégia global da empresa, levando em consideração as características e os requisitos à adoção dos controles internos. 2.3.3 Os Controles e a Estratégia Organizacional Drucker (1998) discorre sobre a importância de se mensurar acontecimentos assim: O fato de podermos quantificar determinada coisa não é razão suficiente para que a meçamos. O ponto é: “É isto que o administrador deve considerar importante?” “É sobre isto que deve concentrar-se a atenção do administrador?” “É este ângulo correto para exercer o controle, ou seja, para se conseguir uma direção eficaz com a máxima economia de esforços?” (DRUCKER, 1998, p. 509) Enfim, para Drucker (1998), os controles internos devem acompanhar a estratégia da organização. Isto implica em afirmar que, uma vez definidos os objetivos da organização, a cúpula administrativa deve adotar uma política definida em relação à atuação presente e futura, necessitando orientar a estrutura organizacional para a concretização de tais finalidades. Neste aspecto, os controles internos se inserem como forma de garantir o desempenho organizacional, fornecendo feedback em relação às decisões tomadas pela alta administração da empresa. A informação produzida pelo processo de controle permite tomar decisões sobre novos objetivos e novos padrões de controle. Isto caracteriza o recomeço do ciclo de planejamento, pois será possível planejar a partir de informações de controle, ou seja, sobre o desempenho obtido cuja avaliação se dá por meio do processo de controle. (MAXIMIANO, 2000, p. 465) Os elementos que compõem o processo de controle e, por conseguinte, o processo de planejamento estratégico da organização, será explicitado nos próximos tópicos. 2.3.3.1 Definição de padrões de controle Os padrões de controle podem ser objetivos ou padrões de comportamento, que fornecem os critérios para a avaliação do desempenho. (MAXIMIANO, 2000, p. 458) Os objetivos, como já visto, representam padrões dentro dos quais o sistema deve se manter. Por outro lado, os padrões de comportamento podem ser definidos como padrões de conduta, podendo também ser entendidos como normas ou leis que são utilizadas à inibição ou estímulo do comportamento humano. (MAXIMIANO, 2000, p. 458) 2.3.3.2 Aquisição de informações O processo de controle depende de informações sobre o comportamento do sistema e sobre os padrões de controle. Assim, para que se possa avaliar o desempenho do sistema, o processo de controle necessita de informações. Para tanto, é preciso definir qual a informação deve ser produzida (a partir da observação dos objetivos pré-determinados em relação à função, para que se possam considerar as variáveis que influenciam o processo), como adquirir tais informações (os meios ou instrumentos de coleta e apresentação da informação sobre o sistema e os objetivos, tais como: relatórios, gráficos, mapas, escalas, inspeção visual, entre outros), em que momento tais informações devem ser produzidas (se no momento em que antecede, ocorre ou no fim do processo ou atividade). (MAXIMIANO, 2000, pp. 459-463) 2.3.3.3 Comparação e ação corretiva “Na etapa final do processo de controle, a informação sobre o desempenho real é comparada com os objetivos ou padrões. Com base nesta comparação, pode- se iniciar uma ação para corrigir ou reforçar a atividade”. (MAXIMIANO, 2000, p. 464) 2.3.3.4 Recomeço do ciclo de planejamento “Assim como o controle complementa o planejamento, o inverso também ocorre (...). Freqüentemente só é possível planejar a partir de informações de controle, e não de projeções ou previsões sobre o futuro”. (MAXIMIANO, 2000, p. 465) 2.3.4 A Posição do Controle no Organograma Segundo Kwasnicka (1995, p. 221) e Aurélio da Silva (2005, p. 159), para que a função controle tenha um bom funcionamento e não enfrente muitas resistências dentro da organização, é importante a sua adequação dentro da estrutura organizacional. Também, é importante que à medida que a estrutura se amplie com o crescimento da empresa, a função de controle acompanhe esse crescimento, introduzindo elementos de controle que aumentem a eficiência do mesmo. Considerando o exposto no item 2.3, sobre a interligação entre os processos de planejar e controlar, é que se pode destacar a existência de tendência em separar essas funções dentro do organograma, dando ao controle maior autonomia e flexibilidade para funcionar como órgão de investigação. Contudo, isso pode gerar atrito entre as funções, podendo ser amenizado dando à “função controle uma conotação mais conselheira e não com o poder de exercer autoridade sobre o órgão controlado”. (AURÉLIO DA SILVA, 2005, p. 159) [...] ao julgar o realizado e o planejado e ao se constatarem desvios, as ações que devem ser tomadas (...) deveriam ser indicadas como sugestões pela função controle. Como o objetivo de todos os membros da organização é executar o seu trabalho da forma mais eficiente e como essas sugestões são feitas com o intuito de beneficiar o desempenho organizacional, é certo que elas serão observadas. (KWASNICKA, 1995, p. 221) Estas são observações muito importantes para tornar o processo de controle eficaz em todas as áreas funcionais de determinada empresa. Tais áreas e sua relação com o controle serão explicitadas no tópico a seguir. 2.4 O CONTROLE E AS ÁREAS FUNCIONAIS DA EMPRESA Tem-se que nas várias áreas funcionais da organização (finanças, marketing, produção e pessoal) existem certos aspectos essenciais que devem ser controlados, que dão uma idéia básica do desempenho da área. (AURÉLIO DA SILVA, 2005, p. 156) Os controles internos administrativos são os responsáveis pelo acompanhamento e avaliação dos processos desenvolvidos em cada área funcional em que se desdobra determinada organização. Para tanto, adiante serão analisadas as principais tarefas de cada área e como o processo de controle se apresenta em cada uma das funções. 2.4.1 Função: Marketing As organizações, buscando um nível superior de desempenho, acabam descobrindo a importância de se orientar pelas necessidades e exigências do mercado, sendo nesta perspectiva que se apresenta a função do marketing, pois se trata de “mais do que uma forma de sentir o mercado e adaptar produtos ou serviços – é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas”. (COBRA, 1992, p. 29) O conceito de Marketing Societal define a tarefa da organização como sendo determinar necessidades, desejos e interesses de participação de mercado e proporcionar a satisfação desejada mais efetiva e eficiente do que a concorrência de forma a preservar ou aumentar o bem-estar do consumidor e da sociedade. (KOTLER apud COBRA, 1992, p. 35) Por tanto, o papel do marketing é então identificar necessidades não satisfeitas, colocando no mercado produtos ou serviços que proporcionem satisfação dos consumidores, gerem resultados lucrativos aos acionistas e ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas em geral. Objetivamente, de acordo com o exposto por Kwasnicka (1995, p. 124), a função de marketing deve preocupar-se com: a) localizare medir a demanda de um ou mais grupos de consumidores para algum tipo de produto ou serviço em determinado espaço de tempo; b) traduzir essa demanda em produtos ou linha de produtos; c) desenvolver e implementar um plano que torne o produto disponível. Para tanto, os profissionais de marketing desenvolvem sua função por meio de etapas, que consistem na implementação das iniciativas em marketing. Disto tratará o próximo tópico. 2.4.1.1 Etapas no processo de administração de marketing Kotler (1999, p. 46) lista as principais etapas no processo de administração de marketing: a) pesquisa de mercado; b) segmentação, definição de público-alvo e posicionamento; c) mix de marketing (produto, preço, praça e promoção); d) implementação; e) controle. O marketing eficaz começa com a pesquisa (...). A pesquisa em um mercado vai revelar vários segmentos (...), que consistem em compradores com diferentes necessidades. A empresa sensata definiria para si apenas aqueles segmentos (ou o público-alvo) que pudesse atender com a mais alta eficiência. Para cada segmento definido como alvo a empresa terá que posicionar seus produtos/serviços, de modo que os clientes-alvo possam perceber como essas ofertas diferem daquelas dos concorrentes. A segmentação, a definição do público-alvo e o posicionamento representam o pensamento estratégico da empresa. A partir daí a empresa desenvolve, no nível tático, o mix de marketing, que consiste nas decisões relativas a produto, preço, praça e promoção. Ela então implementa seu mix de marketing e, por fim, utiliza medidas de controle para monitorar e avaliar resultados e melhorar sua estratégia de segmentação e posicionamento e sua tática de mix de marketing. (KOTLER, 1999, p. 47) Pesquisa de Mercado O processo de tomada de decisão em marketing depende em larga escala da quantidade e da qualidade de informação disponível. Por tanto, a pesquisa é o ponto inicial para o marketing, pois é a fonte de informações sobre o ambiente mercadológico, frente a qual a empresa terá de traçar estratégias de atuação. (COBRA, 1992, p. 198) A pesquisa levará a empresa a reconhecer que os compradores em qualquer mercado diferem em suas necessidades, percepções e preferências. (KOTLER, 1999, p. 48) Para tanto, a pesquisa de mercado constitui o sistema de informação mercadológica da empresa, à medida que busca fornecer ao administrador de empresas as informações básicas quanto ao meio ambiente em que se encontra inserida a empresa (características demográficas, socioculturais, econômicas, entre outras). (COBRA, 1992, p. 152) Por fim, o uso do sistema de informações em marketing revela-se importante ferramenta de trabalho para o planejamento e o controle das ações mercadológicas, considerando que auxilia o papel do marketing no direcionamento da gestão estratégica do negócio por meio da identificação das necessidades dos clientes, assim como também fornece uma visão acurada em relação às forças externas que influenciam o desempenho do negócio. (HOOLEY, 2005, p. 20) (COBRA, 1992, p. 198) Segmentação, definição de público-alvo e posicionamento Visto que a pesquisa é capaz de revelar vários segmentos de clientes, a gerência tem que decidir quais segmentos perseguir. Segundo Hooley (2005, p. 198), “a segmentação de mercado descreve como os profissionais de marketing podem dividir o mercado em grupos de clientes similares”. A empresa, então, deve “definir para si aqueles segmentos nos quais atuaria com um ‘poder de fogo’ superior”. (KOTLER, 1999, p. 48) A empresa então inicia a estratégia de posicionar os seus produtos/serviços na mente dos clientes. Segundo Hooley (2005, p. 199), “o posicionamento competitivo é o ato de criar as ofertas e a imagem da empresa para que essas ocupem uma posição competitiva significativa e única nas mentes dos clientes-alvo”. Tais iniciativas de segmentação e posicionamento visam orientar a empresa ao mercado e ao desempenho de longo prazo, uma vez que possibilitam às organizações mudar ou adaptar-se à medida que surgem novas oportunidades ou ameaças no mercado. (HOOLEY, 2005, p. 4) Mix de marketing Os chamados 4P´s (produto, promoção, preço e praça) visam satisfazer às necessidades dos consumidores, uma vez que os produtos a serem ofertados precisam ser atrativos. Por tanto, os 4P´s são as ferramentas que garantem a qualidade do produto/serviço, que as características atendam aos gostos dos consumidores, com boas opções de modelos e estilos, com nome atraente de marca, acondicionados em embalagens sedutoras, em variados tamanhos de produto, com serviços e quantias ao usuário que proporcionem adequados retornos financeiros à organização. (COBRA, 1992, p. 43) Mais especificamente, Kotler (1999, p. 49) esboça a função de cada um dos 4P´s: a) produto: a oferta ao mercado em si, especialmente um produto tangível, sua embalagem e um conjunto de serviços que o comprador irá adquirir com a compra; b) preço: o preço do produto, junto com os encargos como entrega, garantia, etc. c) praça: as atividades que tornam o produto prontamente disponível e acessível no mercado-alvo; d) promoção: as atividades de comunicação, como propaganda, promoção, mala direta e publicidade, para informar o mercado-alvo, persuadi-lo ou lembrá-lo da disponibilidade e dos benefícios do produto. Por fim, tem-se que o mix de marketing trata-se do composto de interface entre a empresa e os seus meios ambientes internos e externos. Importante “interação envolve então as ferramentas de marketing para a consecução dos objetivos de uma organização em consonância com a sua missão de negócio”. (COBRA, 1992, p. 42) Implementação Este trata-se do estágio em que todas as áreas ou departamentos da empresa entram em ação, à medida que após realizar o planejamento estratégico e tático, a empresa deve então gerar o produto definir seu preço, distribuí-lo e promovê-lo. (KOTLER, 1999, p. 49) Ainda, de acordo com este autor, nesta fase podem ocorrer vários problemas, resultantes de um relacionamento inadequado entre o gerenciamento de produto e a equipe de vendas em campo e, também, o atendimento ao cliente. Constata-se que de nada valerá uma estratégia bem definida em que sua implementação seja um fracasso. Por tanto, para que a empresa seja realmente orientada por marketing é preciso que ela pratique uma filosofia de marketing; por meio de estratégias de comunicação interna, pois é preciso que todos os componentes da equipe de trabalho estejam preparados para satisfazer o consumidor. (COBRA, 1992, p. 33) 2.4.1.2 O controle na função de marketing De acordo com Aurélio da Silva (2005, p. 157), na área de marketing a lucratividade (volume de vendas e penetração no mercado) é uma unidade importante de medida no controle. Outros tipos de controle também são mencionados por este autor, tais como: o controle da linha de produto para verificar em que estágio da curva da vida o produto se apresenta e esforço de vendas por produto e por cliente, que serve para identificar quais os produtos/clientes são lucrativos ou não; o controle sobre o esforço de propaganda fornece informações para a tomada de decisão em dois pontos básicos da mídia utilizada: um é a penetração da propaganda até o cliente e o outro é para onde deve ir o maior volume do orçamento de propaganda. Tem-se, deste modo que “um marketing de qualidade funciona segundo o princípio cibernético de pilotar um barco monitorando constantemente sua posição em relação ao destino”. (KOTLER, 1999, p. 51) 2.4.1.3 Matriz SWOT Segundo Cobra (1992, p. 79), a empresa precisa conhecer bem os ambientes, tanto internamente quanto externa à organização. Desta forma, a análise SWOT, que eminglês significa Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats), compreende a análise de tais ambientes em que a empresa encontra-se inserida. A necessidade de conhecer tais ambientes resulta de que somente desta forma se terá condições para poder avaliar com discernimento as competencias organizacionais de um lado e a atratividade das oportunidades ambientais de outro. (COBRA, 1992, p. 79) 2.4.2 Função: Recursos Humanos A função de administrar Recursos Humanos (RH) representa todo o esforço da empresa no que se refere a atrair profissionais do mercado de trabalho, prepará- los, adaptá-los, desenvolvê-los e incorporá-los ao ambiente organizacional, pois na moderna gestão estratégica de pessoas de “pouco adiantam idéias brilhantes se o gerente não tiver uma equipe preparada e motivada para implementá-las”. (LIMA, 2000, p. 39) (KWASNICKA, 1995, p. 140) É importante destacar-se que a administração de RH sofreu muitas alterações em decorrência do advento da globalização. A esse respeito Pereira (2003), expõe que: Na esteira da globalização intensificaram, entre outros fatores, o uso maciço do capital estrangeiro, o desenvolvimento e o emprego crescente de tecnologias de informação e comunicação, o incremento da automação industrial e de serviços e o convívio com diversas culturas. Esse contexto vem impondo a revisão de estruturas e práticas organizacionais. (PEREIRA, 2003, p. 11) Neste sentido se apresenta a moderna gestão de pessoas que busca atuar estratégica e corporativamente, por meio do direcionamento de processos, programas e projetos para a implantação da gestão de competências, norteando a captação, seleção e manutenção de talentos e contribuindo, ainda, para a valorização da cultura, essencial para os processos de mudança organizacional. (PEREIRA, 2003, p. 34) Assim, tem-se que o desafio da área de RH trata-se de exercer quatro principais exigências, de acordo com Pereira (2003, pp. 32-33): a) parceiro estratégico: por meio da definição da arquitetura da empresa, conduzindo uma consultoria de negócios, modificando a arquitetura empresarial para que facilite a implantação da estratégia e, definindo claramente suas próprias prioridades; b) agente de mudanças: por meio do aumento da capacidade da organização de se engajar e capitalizar as mudanças, traduzindo a visão da empresa em atitudes e atividades que levarão à sua real concretização, criando um modelo de transformação e tornando-se o arquiteto de novas culturas; c) especialista administrativo: por meio da identificação e otimização dos processos da área, otimizando os processos que contribuirão para aumentar a credibilidade do setor de RH e redefinindo os demais processos da empresa; d) defensor de funcionários: garantindo que os funcionários estejam totalmente comprometidos com a empresa, orientando e treinando os gerentes para que eles compreendam a importância de ter funcionários motivados, representando os funcionários durante reuniões com a gerência, oferecendo oportunidades de crescimento pessoal e profissional aos funcionários, suprindo os funcionários com os recursos necessários para atingir as metas definidas. No entanto, o primeiro passo a ser dado em direção a tais premissas trata- se de focar a área de RH em relação às estratégias organizacionais, pois de acordo com Chiavenato (2004, pp. 93-94), o planejamento de RH deve nascer a partir do planejamento estratégico da organização. Desta maneira, as ações de RH buscarão atender os preceitos básicos da organização, em termos de sua missão e visão de funcionamento, culminando com uma gestão de pessoas estratégica. Portanto, compreender as principais ações de administração de RH ajuda a avaliar os processos desenvolvidos em determinada organização, à medida que pode-se identificar as principais falhas que possam estar prejudicando a ação da gestão estratégica das pessoas na organização. Neste âmbito os próximos tópicos relacionam como se desenvolvem os processos na função de RH. 2.4.2.1 Etapas no processo de administração de RH Optou-se por explanar as etapas do processo de administração de RH a partir da visão de Kwasnicka (1995), pois esta aborda este processo de maneira objetiva e clara, por meio de uma análise sistêmica das funções. Não obstante, serão relacionadas as opiniões de outros autores em relação aos temas abordados. Os processos e suas respectivas atividades são elencados igualmente por vários autores. De acordo com Kwasnicka (1995, p. 147) tem-se o seguinte esquema: De acordo com Chiavenato (2004, p. 15), “todos esses processos estão bastante relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente”. Emprego Inicialmente tem-se a atividade de agregar pessoas, ou mesmo, empregá- las a organização. Antes, porém é necessário identificar quais as necessidades, termos de recursos humanos, que a empresa apresenta. A esta atividade Kwasnicka (1995) denomina planejamento da mão-de-obra, onde: Para ser eficiente, o planejamento de mão-de-obra deve focalizar não somente as pessoas envolvidas, mas também as condições de trabalho e relacionamento no trabalho. Deve definir políticas bem como os programas de administração de pessoal. (KWASNICKA, 1995, p. 147) Para Pereira (2003) tal processo de identificação das necessidades da organização deve focar ao que ele denomina competências. PROCESSO Emprego • Determinação das necessidades • Seleção • Recrutamento Desenvolver • Avaliação de Desempenho • Treinamento • Promoção • Transferência Utilização • Eficiência • Eficácia • Desligamento • Aplicação das normas Compensação • Estudo cargo • Estudo salário • Pagamento • Beneficio Manutenção • Aconselhame nto • Orientação • Segurança e higiene Figura 1: Processos de RH. Fonte: Kwasnicka (1995, p. 147). Para Looy, Dierdonck e Gemmel (1999), competências são características humanas relacionadas com a eficácia e a eficiência profissionais. A análise dessas características, segundo os autores, permite prever certos comportamentos e desempenhos dos funcionários, possibilitando aos profissionais de RH e demais responsáveis pela gestão de pessoas correlacionar certos desempenhos profissionais com competências individuais. A correlação e a previsibilidade do comportamento e desempenho dos funcionários possibilitam não só generalizações de comportamentos diante de certas situações, mas também a construção de sistemas de controle de entrada e saída de talentos e a avaliação de desempenho profissional baseado em competências, além da identificação de gaps na formação e qualificação dos funcionários. Desta forma, pode-se compatibilizar competências e desempenhos individuais com os objetivos e a estrutura da organização. (PEREIRA, 2003, pp. 36-37) Portanto é possível afirmar-se que o que as organizações buscam são pessoas capacitadas, tanto em termos de habilidades quanto em termos de desenvolvimento cognitivo (responsabilidade, comprometimento, mobilidade, entre outros). (PEREIRA, 2003, pp. 40-41) Com o intuito de captar tais pessoas, a organização, em primeira instância, recruta (divulga no mercado as oportunidades de trabalho existentes na empresa) e então seleciona as mais capacitadas ao cargo. O desafio principal do recrutamento é agregar valor à organização e às pessoas. Portanto, a avaliação dos resultados do recrutamento deve ser observada, para se poder verificar se o recrutamento está realmente cumprindo a sua função e a quecusto (observar o item sobre o controle na função RH). (CHIAVENATO, 2004, p. 121) Por sua vez, o processo de selecionar pessoas, segundo Marras (2000, p. 79), baseia-se fundamentalmente na análise comparativa de dois campos: a) exigências do cargo: são as características que o cargo exige do profissional em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes para o bom desempenho das funções; b) características do candidato: é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que cada candidato possui para desempenhar as suas tarefas. Após a seleção das pessoas a comporem o quadro de funcionários de determinada organização, passa-se então a aplicá-las, o que envolve o desenvolvimento em relação ao desempenho esperado do então empregado. Desenvolvimento O desempenho humano é o ato de executar determinada missão ou meta, sendo a sua avaliação um instrumento gerencial, permitindo ao administrador mensurar os resultados obtidos por um empregado. Neste processo verifica-se, além do desempenho técnico do indivíduo, o comportamento do mesmo no ambiente de trabalho, tanto como indivíduo como grupo. (KWASNICKA, 1995, p. 148) [...] pode-se pensar a avaliação de desempenho como um poderoso meio para identificar os potenciais dos funcionários, melhorar o desempenho da equipe e a qualidade das relações dos funcionários e superiores, assim como estimular os funcionários a assumir responsabilidades pela excelência dos resultados empresariais. (PEREIRA, 2003, p. 80) No entanto, para que a avaliação de desempenho possa ser mensurável, de acordo com Pereira (2003, p. 84), é aconselhável que metas e indicadores de desempenho sejam estabelecidos para os funcionários. Para este autor é fundamental, também, que a avaliação seja realizada em um clima de respeito e credibilidade; tal avaliação norteará os seguintes fatores: produtividade, iniciativa, cooperação, absenteísmo e autodesenvolvimento. A análise destes fatores, ou seja, do desempenho do empregado, dará suporte para a tomada de decisão sobre promoção, remanejo, dispensa e identificação de talentos, além de funcionar como ferramenta à identificação do incentivo mais adequado aos funcionários estimulando, assim, a produtividade, em fim, dará suporte à avaliação da eficácia das iniciativas de RH tomadas pela organização. (PEREIRA, 2003, p. 80) Ainda, tratando da aplicação do indivíduo na empresa, tem-se o seu treinamento para as atividades a serem desempenhadas, mas não somente isso, pois o treinamento é uma técnica que consiste no conhecimento adicional que é dado ao funcionário com a finalidade de melhorar seu desempenho. Isto se obtém à medida que: [...] O treinamento e desenvolvimento constituem processos de aprendizagem, isto é, de alteração comportamental das pessoas por meio de quatro tipos de mudanças: transmissão de informações, desenvolvimento de habilidades, de atitudes e de conceitos. (CHIAVENATO, 2004, p. 357) À medida que o funcionário for se desenvolvendo é possível que este seja promovido. De acordo com Kwasnicka (1995, p. 149), promoção trata-se da oportunidade que o empregado tem para progredir. Isto é feito em função da avaliação do indivíduo e seu comportamento na organização. A promoção e a transferência são atividades que possibilitam o recrutamento de pessoas internamente à organização, à medida que são atividades que mudam os cargos desempenhados pelo funcionário. Utilização Kwasnicka (1995, p. 149) caracteriza este processo como a análise do indivíduo em contato direto com o seu trabalho, ou seja, desempenhando-o. Esta perspectiva possibilita a identificação das competências de cada funcionário, já que trata de identificar se o indivíduo alcançou os objetivos de seu cargo e se os cumpriu de maneira eficiente. Ainda de acordo com esta autora, para a avaliação do funcionário em termos de eficácia e eficiência, é necessária a definição de parâmetros de medida, além de normas e regulamentos que funcionarão como diretrizes para a condução do comportamento do indivíduo na organização. A este respeito Lima (2000, p. 29) considera em seu discurso que o objetivo preconizado pelas organizações em seus planos de excelência estratégica é o de obter o comprometimento do funcionário, ou seja, que o funcionário ‘vista a camisa’ da organização. Para tanto, “o principal papel dos gerentes é vender a compreensão e a crença, na espera de obter comprometimento”. Desta maneira, para Lima (2000), tem-se que: [...] as empresas podem construir uma cultura organizacional em que as pessoas pensem e ajam estrategicamente, se projetarem e desenvolverem processos contínuos, nos quais as pessoas, em todos os níveis decisórios, em todas as funções, possam falar sinceramente sobre o que realmente lhes importa, além de serem escutadas pela alta direção e umas pelas outras. (LIMA, 2000, p. 29) Portanto, Se considerarmos que a gestão de processos e a satisfação dos clientes constituem os Elementos de Integração (...) que asseguram o Direcionamento Estratégico do Fator Humano, entendido como desenvolvimento contínuo das pessoas, acreditamos que o grau de Fator Resistência à Mudança (...) das pessoas será baixo nas empresas, fazendo com que os valores causais operantes Visão (...) e Missão (...) e as Diretrizes para a prática do Direcionamento Estratégico (...) gerem os impactos pensar (...), por meio do estabelecimento de metas e objetivos, e agir (...), por intermédio da execução de tarefas, estrategicamente das pessoas nas empresas, tornando-as colaboradoras e, portanto, comprometidas com a excelência da gestão empresarial (...). (LIMA, 2000, p. 30) Desta forma, deve-se ressaltar o anteriormente exposto por Chiavenato (2004), que existe a necessidade de se desenvolver um planejamento estratégico consistente em que todos os objetivos de atuação estejam amplamente difundidos, pois a partir deste planejamento é que será possível a viabilização do planejamento de RH. Assim, é possível afirmar que o planejamento estratégico da organização funcionará como parâmetro para o desempenho dos funcionários, uma vez que estes poderão ser avaliados de acordo com o nível de eficiência e eficácia com que atingem aos resultados esperados em relação ao desempenho de seu cargo. À medida que o funcionário apresente um bom desempenho, ele deve ter seu esforço reconhecido, sobre isto tratará o próximo tópico. Compensação Tendo em vista que não basta remunerar as pessoas pelo seu tempo dedicado à organização, “é preciso incentivá-las continuamente a fazer o melhor possível, a ultrapassar o desempenho atual e a alcançar metas e resultados desafiantes formulados para o futuro”. (CHIAVENATO, 2004, p. 288) Recompensar pessoas, de acordo com Pereira (2003, p. 69), é o processo que trata do reconhecimento por parte da empresa em relação ao esforço do funcionário. A eficácia de um sistema de reconhecimento se concretiza quando os talentos percebem a correlação de seus esforços com os benefícios que recebem. As empresas alinhadas com as novas formas de reconhecimento e remuneração de seus talentos vêm elaborando um conjunto de mecanismos tais como: prêmio em viagem; participação em comissões técnicas representando a gerencia ou a empresa; elogios por escrito; ‘destaque do mês’; participação na patente; título ou função de consultor; recompensas financeiras; programa de autopromoção salarial (o funcionário decide o seu salário); bolsas de estudo; participação em congressos; oportunidade de ministrar aulas. (MENDONÇA apud PEREIRA, 2003, p. 70) À perspectiva de recompensa inclui-se a análise de cargo e salários. Segundo Chiavenato (2004), remuneração do quadro de funcionários deve levar em
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