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Academismo Brasileiro

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História do Academismo Brasileiro
O termo “arte” em muitos momentos da história da humanidade foi usado para designar tanto trabalhos de intenção histórica, como trabalhos que se referia a determinados ofícios e ocupações. Só a partir do século XIX é que a palavra Arte passou a significar exclusivamente a criação estética e as “belas-artes”, momento em que o tema passa a ter mais ênfase a nível educacional.
O Academismo foi a expressão institucionalizada de todo o sistema de arte que prevaleceu no Brasil do início do séc. XIX até o início do séc. XX, baseado nos princípios das academias de arte europeias. Surgiu com a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios criada por Dom João VI em 1816 por incentivo da Missão Artística Francesa, floresceu com a Academia Imperial de Belas Artes e o mecenato de Dom Pedro II e encerrou-se com a incorporação de sua sucessora republicana, a Escola Nacional de Belas Artes, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1931. 
O Academismo é, precisamente falando, um método de ensino artístico profissionalizante de nível superior, equivalente ao ensino universitário moderno. No Brasil tal sistema foi introduzido no período de vigência do Neoclassicismo, estilo do qual foi um dos principais motores de difusão, e depois absorveu estéticas românticas, realistas, simbolistas e outras que deram o tom à virada do séc. XIX para o XX, expurgando delas o que não se enquadrasse na formalidade da Academia.
A estreita ligação da arte acadêmica brasileira com o poder constituído ampliou o significado do termo fazendo do Academismo nacional tanto um sistema de ensino quanto um movimento filosófico e um ato político, como um laboratório para a formulação de importantes símbolos da identidade nacional e uma vitrine para a sua divulgação, contribuindo para tornar o seu tempo de vigência um dos mais ricos, complexos, movimentados e interessantes da história da arte brasileira. Seu maior legado em arte permanece significante até os dias de hoje. Apesar de o termo Academismo se aplicar mais comumente na História da Arte brasileira ao período acima delimitado, o sistema acadêmico de ensino sobreviveu aos atropelos do Modernismo e das correntes vanguardistas do século XX, embora se tenha modificado, inserindo-se no ambiente das escolas de arte das modernas universidades, que hoje produzem e teorizam a arte em alto nível e são filhas diretas da Escola fundada por Dom João e os franceses.
Livro Arte-Educação no Brasil (Ana Mae Barbosa)
Há vários anos que a disciplina de Artes vem sendo obrigatória nas escolas de primeiro e segundo grau no Brasil, porem esta conquista não foi dos arte-educadores brasileiros e sim um acordo criado através de educadores americanos que reformulou a educação brasileira estabelecendo os objetivos e o currículo configurado na Lei federal n◦ 5692 denominada Diretrizes e Bases da Educação.
O currículo de Licenciatura em Educação artística pretende formar um professor de arte em apenas dois anos; um tempo questionável, se levarmos em consideração a complexidade que é lecionar artes.
Exige-se muito que o educador de arte seja dinâmico e que ande de mãos dadas com as novas tecnologias e etc. Mas ironicamente, os livros para estes educadores são apenas modernizações na aparência e conteúdos defasados. 
Com esta contradição e a falta de correspondência entre os objetivos e a pratica real na sala de aula, conclui-se que objetivos são apenas palavras escritas nos programas ou estatutos que nem de longe tem sido postos em pratica.
Os professores de arte tem que tomar muito cuidado para não transformar uma leitura de obra de arte em um simples questionário, pois os professores estão reduzindo a analise ou a apreciação artística num simples jogo de questões e respostas, e não é isso o que queremos. Precisamos formar cidadãos conscientes do que a arte representa neste mundo contemporâneo.
O professor de arte tem sim o dever de repassar noções de arte para os alunos, mas, além disso, ele precisa formar cidadãos conscientes e reflexivos.
Desenvolver a criatividade somente não pode ser visto como único objetivo de seu ensino, e é o que a maioria dos professores defendem até então; isso porque a maioria deles não têm tido a oportunidade de estudar as teorias da criatividade ou disciplinas similares nas universidades, porque estas não são disciplinas determinadas pelo currículo mínimo.
Todavia, alguns cursos, como os que existem na Universidade de São Paulo são baseados num conceito de arte-educação como epistemologia da arte e/ ou arte-educação como um intermediário entre arte e publico. A idéia é que arte-educação esclarecida pode preparar os seres humanos, que são capazes de desenvolver sensibilidade e criatividade através da compreensão da arte durante suas vidas inteiras.

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