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Resumo Cultura das Mídias

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O pensamento de McLuhan se estrutura a partir de três teses fundamentais e complementares: os meios de comunicação como extensões do homem, o meio é a mensagem e meios quentes e meios frios. Segundo o autor os meios de comunicação funcionam como prolongamentos, extensões de nós mesmos. Cada extensão provoca consequências pessoais e sociais, pois cada extensão se configura em uma realidade e numa forma de conhecer essa realidade. 
	O autor supracitado possui uma visão mais ampla do que aquela proposta pelo racionalismo científico. Isso fica claro quando diz que a nossa cultura tem por hábito dividir, compartimentar e fragmentar as coisas. Por isso mesmo não percebemos que o meio é a mensagem. Pensar os meios de comunicação compartimentados e distantes uns dos outros faz parte de uma cultura de fragmentação. O mesmo pode-se dizer sobre pensar a tecnologia como um elemento externo a nós mesmos. 
	Portanto, é uma questão de percepção e cultura. McLuhan via os meios de comunicação como ambientes culturais. Tomando-se como referência Stuart Hall, a cultura padroniza significados através de símbolos, transmitindo esses significados por meio de experiências, concepções e crenças para gerações futuras. 
	O objeto de estudo de McLuhan foi o meio e não a mensagem. Segundo o autor, aqueles que se preocupam apenas com o conteúdo do meio e com suas consequências remetem à lembrança do médico que se preocupa apenas com a doença e se esquece do doente. Para ele, o meio provoca transformações em nossos modos de vida e percepção das coisas. Por isso, cita as mudanças provocadas pela automação como exemplo.
	Aliás, McLuhan não ofereceu apenas o exemplo da automação para ilustrar sua tese, mas também os exemplos da eletricidade e do avião no qual todos eles são meios ou tecnologias, e, independente da forma como são utilizados, modificaram profundamente a sociedade e o indivíduo. Veja-se aqui como a tese do meio é a mensagem está relacionada aos meios de comunicação como extensões do homem. 
	Quanto ao exemplo da automação: no século XVIII, ocorreu a primeira Revolução Industrial com a criação da máquina à vapor e a dinamização da produção em série. Nos séculos seguintes ocorreu a segunda Revolução Industrial com a expansão da industrialização, novas fontes de energia, criação de dispositivos como relés, que rapidamente tomaram as fábricas. Os relés permitiam a passagem da corrente elétrica. No início do século XX, Henry Ford idealizou a linha de montagem, período anterior à automação industrial. 
	Na segunda metade do século XX, os relés foram substituídos por dispositivos eletrônicos. A automação surgiu como um conjunto de técnicas destinadas a automatizar a realização de tarefas. A automação é, portanto, uma extensão de nossas habilidades, uma extensão de nós mesmo que cria uma nova realidade e um novo conhecimento sobre essa realidade. É um meio que transforma a realidade. 
	Consequências positivas da automação: controle, qualidade, precisão, redução do tempo. Consequências negativas: eliminação de empregos. A automação se estendeu a vários cenários: A máquina de lavar substituiu o trabalho da lavadeira, a máquina de xerox substituiu o escrivão. 
	Para McLuhan, o meio é a mensagem. Isso significa que toda mensagem (conteúdo) de um meio é sempre um outro meio. Para McLuhan, a luz elétrica é informação pura. Se, no entanto, ela servir para explicitar algum anúncio verbal ou nome, ela se transforma em mensagem. A energia elétrica é um meio, se fizer parte de um anúncio se torna uma mensagem. Portanto, a mensagem de um meio é sempre um outro meio. 
	O conteúdo da fala é o pensamento, o conteúdo da escrita é a fala, o conteúdo da imprensa é a escrita, o conteúdo do telégrafo é a imprensa, o conteúdo da fotografia é a imagem, o conteúdo do cinema é a imagem em movimento, o conteúdo do rádio é a fala, o conteúdo da TV é a imagem em movimento. 
	Isso mostra que há uma conexão entre todos os meios, pois assim como as coisas são nossas extensões e estão ligadas a nós e nós a elas, também as coisas se ligam entre elas. Sendo extensões de nós mesmos, os meios funcionam como um corpo vivo. Com a ideia de que o meio é a mensagem fica claro que um meio depende do outro.
	Para que a mensagem chegue a nós é preciso que ela encontre canais que são os meios quentes e meios frios. Meio quente ou frio tem a ver com a percepção, com o nível de decodificação da mensagem, que McLuhan chama de interação. Ressalta-se aqui que há diferentes conceituações sobre interação. No contexto pensado por McLuhan interação tem a ver com completar a mensagem. Interação para McLuhan é a compreensão da mensagem, é decifrá-la, dar a ela um sentido. 
	É preciso desfazer a confusão sobre esses conceitos. De acordo com o senso comum, alguma coisa é quente quando exige de nós participação e envolvimento maiores, e algo é frio quando gera pouco interesse. Na concepção de McLuhan é exatamente o contrário: o meio quente é aquele que prolonga um único sentido em alta definição, nos oferecendo a mensagem completa, não deixa espaço para ser preenchido, ou coisas a serem completadas, pois comunica de forma explicita. O rádio é uma extensão da boca, da fala. Para McLuhan, o rádio é um meio quente, pois nos oferece as informações todas de uma vez, sem lacunas. 
	Os meios frios, por sua vez, aguçam a curiosidade, incentivam o debate, evocam a intervenção da audiência para a construção de um significado. Exemplo: debate televisivo entre Lula e Collor nas eleições presidenciais de 1989. O debate gerou impacto, curiosidade e discussão. Várias lacunas precisaram ser preenchidas. O meio frio exige o uso de vários sentidos. A TV oferece múltiplas imagens combinadas com sons diferentes, exigindo uma interação maior dos nossos sentidos para a decodificação da mensagem.

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