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Núcleo de Educação a Distância O assunto estudado por você nessa disciplina foi planejado pelo professor conteudista, que é o responsável pela produção de conteúdo didático, e foi desenvolvido e implementado por uma equipe composta por profissionais de diversas áreas, com o objetivo de apoiar e facilitar o processo ensino-aprendizagem. 2 Coordenação do Núcleo de Educação a Distância: Lana Paula Crivelaro Monteiro de Almeida Supervisão Administrativa: Denise de Castro Gomes Produção de Conteúdo Didático: Darlene Braga Araújo Monteiro Design Instrucional: Andrea Chagas Alves de Almeida Projeto Instrucional: Amália Campos Farias Roteiro de Áudio e Vídeo: Glauber Peixoto Rocha Produção de Áudio e Vídeo: José Moreira de Sousa Identidade Visual/ Arte: Diego Silveira Maia Cordeiro da Silva, Sérgio Oliveira Eugênio de Souza, Viviane Cláudia Paiva Programação/Implementação: Jorge Augusto Fortes Moura Editoração: Régis da Silva Pereira Revisão Gramatical: Luís Carlos de Oliveira Sousa Créditos DIREITO IMOBILIÁRIO 3 DIREITO IMOBILIÁRIO Unidade 4: Serventia Registral Imobiliária Olá, seja bem-vindo à Unidade 4 do estudo do Direito Imobiliário. Nesta unidade daremos continuidade ao conteúdo falando sobre Serventia Registral Imobiliária. Conheça a seguir o objetivo proposto na Unidade 4. Objetivo Nesta unidade vamos adentrar na serventia registral imobiliária, conhecer os seus trâmites e acompanhar toda a trajetória do título apresentado, desde a prenotação até o efetivo ato registral. Teremos ainda a oportunidade de conhecer os livros do registro imobiliário, sua importância e destinação. 1 Tramitação do Título na Serventia de Registro de Imóveis 1.1 Considerações Iniciais Quando um documento é apresentado ao Ofício Imobiliário competente, cumpre um trâmite fixado pela Lei 6.015/73, que configura um processo administrativo com fases próprias, prazos estabelecidos por lei e algumas peculiaridades a seguir relacionadas: • A documentação a ser registrada pode ser apresentada por QUALQUER PESSOA e não obrigatoriamente pelas pessoas indicadas na mesma. • Ao dar entrada na solicitação de registro ou averbação, o apresentante deverá receber uma via do recibo contendo, no mínimo, os elementos identificadores do seu pedido, os atos a serem praticados, prazo de entrega, número através do qual a solicitação poderá ser localizada na serventia, os valores pagos e o número da prenotação. • Quando o interessado apresenta documento na serventia registral, o título passará pelo exame da legalidade, o que deverá acontecer nos 15 (quinze) primeiros dias. • Os documentos particulares devem ser apresentados em original. Todavia, caso seja encaminhada apenas uma via original do documento, esta ficará arquivada na Serventia. • O oficial de registro deve fornecer recibo dos emolumentos recebidos, observar os emolumentos Sumário: 1. TramiTação do TíTulo na ServenTia de regiSTro de imóveiS (3) 1.1. ConSideraçõeS iniCiaiS (3) 1.2. o ProCedimenTo regiSTral (4) 1.3. TramiTação do TíTulo na ServenTia de regiSTro de imóveiS (4) 1.4. exame da legalidade do TíTulo (5) 2. ProCedimenTo de SuSCiTação de dúvida (8) 3. HiPóTeSeS da aberTura e enCerramenTo de maTríCula (10) 3.1. HiPóTeSeS de aberTura de maTríCula (10) 3.2. HiPóTeSe de enCerramenTo de maTríCula (11) 4. livroS da ServenTia regiSTral (12) 4.1. ConSideraçõeS iniCiaiS (12) 4.2. ProToColo (livro 01) (14) 4.3. regiSTro geral (livro 02) – maTríCula (15) 4.3.1. requiSiToS da maTríCula (16) 4.4. regiSTro auxiliar (livro 03) (17) 4.5. indiCador real (livro 04) (18) 4.6. indiCador PeSSoal (livro 05) (19) 5. CerTidõeS emiTidaS Pelo ofíCio imobiliário (19) referênCiaS (26) anoTaçõeS (28) Direito Imobiliário 4 fixados em lei para todo o Estado e tornar pública a tabela de emolumentos vigente. • A Serventia Imobiliária tem o prazo legal de 30 (trinta dias) para materialização do ato registral requerido. O prazo fixado para efetivar o exame da legalidade está inserido no trintídio prefalado. • Os prazos estabelecidos na Lei de Registros Públicos poderão ser reduzidos, nunca elastecidos. A Lei 6.015/73 estabelece que todos os documentos apresentados na serventia de registro de imóveis devem ser recebidos, embora não possam ser materializados, afinal, o artigo 12 menciona que “nenhuma exigência fiscal, ou dúvida, obstará a apresentação de um título e o seu lançamento do Protocolo com o respectivo número de ordem, nos casos em que da precedência decorra prioridade de direitos para o apresentante”. Lembre-se ainda que independem de apontamento no Protocolo os títulos apresentados apenas para exame e cálculo dos respectivos emolumentos. 1.2 O Procedimento Registral No Brasil, existem muitas leis que abordam a regularização da propriedade imóvel: Lei 6.015/73 (conhecida como Lei dos Registros Públicos); Lei 8.935/94 (dispõe sobre atividade notarial e de registro); Lei 7.433/85 (estabelece normas sobre a lavratura de escritura pública); Lei 10.406/2002 (Código Civil); Lei 4.591/61 (estabelece normas sobre Condomínios e Incorporações Imobiliárias); Lei 6.766/79 (trata do parcelamento do solo urbano); Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), dentre muitas outras. No procedimento registral iremos nos remeter à Lei de Registros Públicos – Lei nº 6.015/73 – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6015compilada.htm Na busca para atingir os fins legais da atividade registral, indicados na Lei nº 8.935/94, o registrador deve observar a legalidade dos títulos apresentados para atestar sua registrabilidade eficaz, o que nos remete a tramitação do título na serventia de registro de imóveis. 1.3 Tramitação do título na serventia de registro de imóveis Sistematicamente tratando, o procedimento registral inicia-se no momento da apresentação do título na serventia registral. Tal momento é registrado de maneira solene, através da realização da prenotação ultimada no Livro I – Protocolo, o qual contém a relação de todos os documentos apresentados na serventia. Este livro de Protocolo é encerrado diariamente e sua escrituração compete ao oficial titular, seu substituto ou escrevente auxiliar expressamente designado e autorizado pelo juiz competente (Artigos 184 e 185, Lei 6.015/73). Conceito Título é o documento apresentado no ofício de registro de imóveis, cujo intuito é de constituir, modificar ou extinguir direitos, podendo ter gênese administrativa (pública ou particular) ou judicial. Desse modo, são considerados títulos, por exemplo, a escritura pública, um contrato particular de alienação fiduciária, uma convenção de condomínio, um mandado de registro, formal de partilha, carta de adjudicação, etc. Direito Imobiliário 5 A Lei 6.015/73 prevê no artigo 12, parágrafo único, a possibilidade de uma pessoa apresentar um título ao registrador apenas para análise e cálculo dos emolumentos. Neste caso, não será assegurado o direito de preferência para o interessado, pois a apresentação do título não foi prenotada, ou seja, não originou nenhuma anotação no Protocolo, donde se infere que o pagamento dos emolumentos é prévio, consoante disposto do artigo 14 da Lei antes mencionada. Apresentado o título, o oficial de registro possui o prazo de trinta dias para a realização do ato registral solicitado (registro ou averbação), conforme dispõe o artigo 188 Lei 6.015/73. O início do prazo para a prática do ato registral se dá na data da apresentação do título e lançamento no Protocolo. Podendo tal prazo ser reduzido a critério do registrador e à luz do Princípio da Eficiência, mas nunca elastecido, sob penas de descumprimento do dever funcional estabelecido no artigo 30, inciso X, Lei 8.935/94. A prática registra muitas serventias já efetivando atos registrais em quinze, dez ou até mesmo cinco dias, o queé excelente para o Mercado Imobiliário, que reclama por celeridade (agilidade) para uma maior circulação de bens e de recursos. Analisado o título, o registrador tem dois caminhos a percorrer: registrá-lo ou apontar as exigências legais. Estando apto ao registro, o título será registrado e devidamente lançado no Protocolo, gerando efeitos desde a data de sua apresentação ao ofício imobiliário, conforme dispõe o artigo 1.246 do Código Civil Brasileiro. Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial deverá indicá-la por escrito, de uma única vez, fundamentadamente, para que o interessado possa satisfazê-la. Ao sanar as exigências legais apontadas pelo registrador, o interessado deverá devolver a documentação para nota análise do registrador. Caso sejam apresentados novos documentos, pode ocorrer a indicação de novas exigências em razão deles. Então, este processo pode andar em círculos por muito tempo ou ser rapidamente efetivado, dependendo da complexidade do ato a ser praticado, da legalidade dos documentos apresentados e da técnica dos profissionais envolvidos no procedimento (registrador, engenheiro, advogado etc). Após a realização dos atos registrais, estes se tornam públicos e qualquer pessoa pode solicitar certidões referentes aos mesmos, sem a necessidade de motivação do pleito. Percebe-se que o exame da legalidade do título é a “mola mestra” de todo o procedimento registral e da tramitação do título na serventia registral, razão pela qual encaminha-se para a sua abordagem. 1.4 O exame da legalidade do título Apresentado o título para registro, o registrador tem quinze dias para efetuar o exame da legalidade do mesmo, ou seja, analisar no título apresentado a observância ou não de todas as prescrições legais para o ato registral solicitado. Dentre os requisitos fiscalizados, podem ser citados: o regular pagamento de impostos e seus acessórios devidos por força dos atos que forem solicitados ao ofício, o cumprimento do Princípio da Especialidade (completa caracterização do imóvel e qualificação das partes), a observância do Princípio da Disponibilidade (se o interessado é realmente o titular de direitos), a obediência ao Direito Imobiliário 6 Princípio da Continuidade (se não existe título antecedente não registrado ou se nenhum ato jurídico foi desconsiderado), e ainda a existência de gravames que impeçam a transferência, dentre outros. Atenção Uma vez apresentado um título para registro, o oficial tem duas alternativas: registrá- lo ou não. A decisão sobre qual das alternativas serão adotadas repousa no exame da legalidade do título levado ao cartório de registro de imóveis. Sabe-se que cada título apresentado possui requisitos legais próprios, estabelecidos em leis específicas. Examinados os requisitos legais do título, o oficial verificará se estão ou não de acordo com o que a legislação estabelece. Estando em conformidade com os mandamentos legais, o título é registrado e atinge efeito erga omnes, próprio da atividade de registro de imóveis. Efetivado o registro, a parte interessada recebe a publicidade do ato registral praticado através da emissão de uma certidão contendo o inteiro teor do ato praticado ou a indicação do protocolo, depositada no título apresentado para registro, nos termos da previsão contida nos artigos 183 e 211, da Lei 6.015/73. Por outro lado, se o documento apresentado ao registro imobiliário contiver alguma irregularidade, esta deve ser apontada ao interessado, para que este diligencie no sentido de providenciar o atendimento das solicitações do oficial de registro, em obediência ao Princípio da Legalidade e em defesa da segurança jurídica do registro. A exigência a ser satisfeita deverá ser indicada por escrito, de uma única vez, fundamentadamente, para que o interessado possa satisfazê-la. Ao sanar as exigências legais apontadas pelo registrador, o interessado deverá devolver a documentação para nova análise deste. A apresentação de novos documentos pode ocasionar a indicação de novas exigências em razão do novo exame de legalidade, podendo o processo registral andar em círculos por muito tempo ou ser rapidamente efetivado, dependendo da complexidade do ato a ser praticado, da legalidade dos documentos apresentados e da técnica dos profissionais envolvidos no procedimento (registrador, engenheiro, advogado etc). Caso o apresentante não se conforme com as pendências indicadas, a Lei 6.0165/73 concede os remédios jurídicos da suscitação de dúvida, nos termos dos artigos 198 e seguintes, como será explicado no item Suscitação de Dúvida. Em resumo, nem sempre o oficial poderá realizar o registro pretendido logo após apresentação do documento à serventia registral. Dentro da mesma acepção, pode-se dizer que o exame da legalidade dos títulos é tarefa precípua do oficial de registro, pois precede a quase todos os atos registrais por ele realizados, com exceção da prenotação, ato registral lançado no Protocolo antes de qualquer exame do registrador. Sem o exame da legalidade, o oficial estaria sempre no limiar de cometer registros recheados de irregularidades, afinal, nem sempre as pessoas que buscam as serventias registrais possuem conhecimentos técnicos suficientes para atender os requisitos estabelecidos nas leis específicas que norteiam o Direito Imobiliário e os demais ramos do Direito que se relacionam com a propriedade imóvel, tais como Direito Civil, Administrativo, Tributário, Constitucional, Ambiental, Comercial Direito Imobiliário 7 etc. Sobre o assunto, Hércules Aghiarian (2001, p. 32), em sua obra Curso de Direito Imobiliário, menciona o seguinte: Apresentado o título para registro, o mesmo será prenotado, ocasião em que se atribuirá eficácia provisória de direitos reais, isto enquanto o oficial, serventuário, chamado conferente na linguagem dos cartórios de registro de imóveis, analisa a regularidade do mesmo documento apresentado, a fim de certificar-se de que o mesmo atende as exigências (…) Encontrando-se tudo em ordem técnica, procederá à efetivação do registro, propriamente dito. Hodiernamente, a par da técnica, ocorre serem elaborados títulos com inexatidão, com erros materiais, que levam à incerteza do bem, das pessoas ou da simples técnica do rigor inerente ao registro, no atendimento do princípio da segurança. Nestes casos, o oficial devolverá o título ao apresentante, exigindo-lhe que o ratifique ou esclareça a exigência (…) (sic) Ainda sobre o exame da legalidade dos títulos apresentados para registro e a possibilidade de indeferimentos dos mesmos, Walter Ceneviva nos explica na obra Lei dos Registros Públicos Comentada como se vê: “À pretensão de um registro por parte de alguém contrapõe-se a função do oficial: receber, examinar os papéis apresentados e aferir de sua registrabilidade, sem lhes entrar no mérito, mas atentando para seus característicos extrínsecos.” (CENEVIVA, 2003, p. 57) Os títulos que não puderem ser registrados por descumprimento de preceito legal terão os efeitos da prenotação cessados automaticamente, se no prazo de 30 dias o título não tiver sido registrado por omissão do interessado em atender as exigências legais, como prevê o artigo 205 da Lei 6.015/73. Desta forma, todos os documentos apresentados ao registrador passarão pelo crivo do exame da legalidade, ou seja, o documento será analisado para verificação do cumprimento das exigências legais fixadas em todo o ordenamento jurídico. Neste ponto paira a maior dificuldade enfrentada pelo registrador de imóveis, pois deve estar atento às atualizações jurídicas de quase todos os ramos do Direito. Comentário A Lei 8.935/94 estabelece como requisito do exercício da atividade registral o conhecimento da técnica jurídica e esta será aplicada com toda veemência no momento do exame da legalidade do título. Desta forma, não é nenhuma hipérbole afirmar queo registrador deve possuir uma vasta visão do conhecimento jurídico, pois dependendo na natureza do título apresentado, precisa conhecer Direito Tributário (ITBI, ITCD, IPTU), Direito Processual (Formais de Partilha, Carta de Arrematação, Carta de Adjudicação, Mandado de Registro, Mandado de Penhora), Direito Civil (Direito das coisas, família, sucessões, contratos), Direito Comercial (falência, concordata e os bens dos sócios), Direito Administrativo (bens públicos, desapropriações, tombamentos), Direito Municipal, Ambiental, Internacional e etc. O exame da legalidade é realizado em todos os títulos apresentados ao registro, independente de sua natureza, até mesmo os títulos judiciais, oriundos de decisões transitadas em julgado, possuem sua legalidade examinada da mesma forma que os títulos administrativos (particulares e públicos), como uma escritura pública de compra e venda, por exemplo. Todos devem cumprir as determinações legais relativas ao registro, mais especificamente, as normas que regem o Direito Imobiliário. Portanto, Direito Imobiliário 8 não se trata de descumprimento de ordem judicial, mas sim de estrito cumprimento do dever legal em prol da segurança jurídica e a favor da fortificação do sistema registral imobiliário, o que reflete em toda a sociedade. 2 Procedimento de Suscitação de Dúvida A matéria referente à suscitação de dúvida está devidamente disciplinada nos artigos 198 a 204 da Lei 6.015/73. A dúvida consiste na faculdade concedida à parte interessada de converter em processo judicial os questionamentos quanto à aceitação ou não das exigências apontadas pelo oficial registrador ao efetuar o exame da legalidade do título. No processo de dúvida, o prazo da prenotação é elastecido até o deslinde do feito, ou seja, até julgamento da dúvida. Desta forma, após o exame da legalidade do título, se o documento não estiver apto a ser registrado e o interessado não se conformando com as exigências apontadas pelo registrador por julgá-las sem amparo legal, poderá se socorrer adotando o procedimento de suscitação de dúvida, previsto nos artigos 198 e seguintes da Lei de Registros Públicos. Todavia, cumpre lembrar que tal procedimento não visa sanar nenhuma irregularidade no título apontada pelo registrador, mas tão somente julgar improcedentes as exigências impertinentes, sem amparo legal, totalmente descabidas. Assim, é necessário que o interessado saiba que a dúvida será julgada por pessoa tecnicamente preparada para analisar assuntos relacionados com o ofício imobiliário e que dará razão a quem estiver amparado nas prescrições legais. Portanto, suscitar dúvida sem amparo legal apenas entrava o processo de registro e adia a realização do registro desejado, além de gerar mais despesa para o interessado. Direito Imobiliário 9 O procedimento da Dúvida se instaura com o requerimento do interessado para que o registrador declare a dúvida. De posse de tal requerimento, o registrador prepara as razões da dúvida e lança no Protocolo a ocorrência para que a prenotação fique suspensa. Preparar as razões da dúvida significa fazer um breve relatório da ocorrência, indicar as exigências legais cuja solução foram solicitadas e fundamentar as exigências. Anotadas as razões da dúvida, o interessado será chamado à serventia registral para tomar ciência da dúvida, assinará dando o seu ciente na via que será encaminhada ao juízo competente para julgamento e, a partir de então, começará a contar o prazo de 15 (quinze) dias para impugnar, por meio de advogado legalmente constituído, as razões da dúvida. Logo que o interessado emitir sua ciência, deve o registrador encaminhar ao juízo competente, de acordo com o Código de Divisão e Organização Judiciaria de cada Estado, os seguintes documentos: o título, as exigências legais, o requerimento do interessado para a suscitação de dúvida e as razões da dúvida com o ciente do interessado. Normalmente, o juízo competente de acordo com o Código de Divisão e Organização Judiciaria de cada Estado é a vara de registros públicos. Expirado o prazo para apresentar impugnação, inicia-se a contar o prazo de 10 (dez) dias para o Ministério Público se manifestar. Se não forem exigidas diligências, o juiz proferirá decisão em 15 (quinze) dias, com base nos elementos constantes dos autos. Podendo interpor apelação da sentença as seguintes pessoas: o interessado, o Ministério Público e o terceiro prejudicado. Se a dúvida for julgada procedente, a prenotação será cancelada, os documentos serão restituídos à parte, que terá que cumprir as exigências apontadas. Sendo julgada improcedente, o interessado apresentará novamente os documentos com o respectivo mandado para que se proceda ao registro. Trata-se, portanto de um procedimento que se inicial no registro imobiliário e depois passa a tramitar no âmbito judicial. Resumidamente, pode-se relacionar as etapas do procedimento de suscitação da dúvida: 1. Indicação das pendências ou exigências legais – O titular do serviço registral é um delegado do Poder Público e a sua responsabilidade é inerente ao exercício das suas atribuições. Assim, é correto afirmar que a responsabilidade deste delegado funda-se no dever de assegurar o disposto no Art 1º da Lei n° 8.935/94. Então, visando efetivar a segurança jurídica, o titular encontra-se obrigado a examinar a legalidade dos títulos apresentados ao registro. Tal exame resume-se à análise da observância dos princípios e das normas que regem o Direito Imobiliário. Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial indicá-la por escrito, fundamentadamente, de uma única vez. 2. Requerimento da dúvida pela parte interessada – a prenotação fica suspensa até a decisão judicial. 3. Declaração da dúvida (Oficial de Registro). 4. Anotação da Dúvida no Protocolo. 5. Certificar no título a suscitação e rubricar todas as folhas. Direito Imobiliário 10 6. Ciência da declaração (prazo para a impugnação = 15 dias). 7. Encaminhamento ao juízo competente (Vara de Registros Públicos). 8. Impugnação em juízo. 9. Manifestação do Ministério Públicos (prazo = 10 dias). 10. Decisão (prazo = 15 dias). 11. PROCEDENTE – documentos restituídos à parte e prenotação cancelada. 12. IMPROCEDENTE – nova apresentação dos documentos e REGISTRO. 13. Apelação (partes legítimas = Ministério Público e Terceiro Interessado). 3 Hipóteses da Abertura e Encerramento de Matrícula 3.1 Hipóteses de Abertura de Matrícula Cada imóvel terá sua própria matrícula. Todavia, em determinadas circunstâncias legais, a matrícula poderá ser encerrada e outra ser aberta para assegurar a continuidade do registro. A) MUDANÇA DE SISTEMA REGISTRAL Caso o imóvel ainda esteja registrado no sistema registral anterior, ou seja, em Transcrição ou Inscrição, se ocorrer hipótese de registro (art. 167, I, LRP), na vigência da Lei nº 6.015/73-LRP, será necessário abrir uma matrícula para concretizar o registro pretendido. Na mesma hipótese, caso o interessado deseje realizar uma ato de averbação (art. 167, II, Lei nº 6.015/73), terá duas possibilidades: se houver espaço no livro de Transcrição/Inscrição, a averbação poderá ser procedida no próprio livro; não havendo espaço na coluna de averbação, será necessário abrir a matrícula para realizar a averbação pretendida. B) MUDANÇA DE CIRCUNSCRIÇÃO Em decorrência do Princípio da Territorialidade, se ocorrer hipótese de registro (art. 167, I, LRP) na vigência da Lei nº 6.015/73-LRP, será necessário abrir uma matrícula para concretizar o registro pretendido na atual circunscrição do imóvel. Na mesma hipótese, caso o interessado deseje realizar uma ato de averbação (art. 167, II, Lei nº 6.015/73), terá duas possibilidades: se houver espaço no livro de Transcrição/Inscrição, a averbação poderá ser procedida no próprio livro, na circunscrição anteriormente pertencente, comprovando-se queainda não existe matrícula aberta na atual serventia competente. Não havendo espaço na coluna de averbação, será necessário abrir a matrícula para realizar a averbação pretendida na serventia atualmente competente. C) DESDOBRAMENTO DO IMÓVEL No caso do imóvel ser desdobrado, ou seja, um imóvel que dá origem a outros imóveis, deverá ser aberta matrícula individualizada para cada novo imóvel que surgiu. Podemos citar como exemplo os terrenos onde são edificados Condomínios Edilícios, os Loteamentos e Desmembramentos. Desta forma, cada apartamento vendido originará matrícula própria. Direito Imobiliário 11 D) UNIFICAÇÃO/FUSÃO Na unificação vários imóveis dão origem a um único imóvel. Desta forma, extinguem-se os registro originários e surge uma nova matrícula com a totalidade do imóvel. Assim, quando dois ou mais imóveis contíguos pertencentes ao mesmo proprietário constarem de matrículas autônomas, pode ele requerer a fusão destas em uma só de novo número. Podem ainda ser unificados com abertura de matrícula única: dois ou mais imóveis constantes de transcrições anteriores à Lei de Registros Públicos, à margem das quais será averbada a abertura da matrícula que os unificar; dois ou mais imóveis, registrados por ambos os sistemas. Diante do exposto, percebe-se que os imóveis unificados, bem como os oriundos de desmembramentos, partilha e glebas destacadas de maior porção, serão desdobrados em novas matrículas, juntamente aos ônus que sobre eles existirem, sempre que ocorrer a transferência de uma ou mais unidades. E) DETERMINAÇÃO JUDICIAL Poderá o juiz determinar a abertura de uma nova matrícula, mesmo sem ocorrer nenhuma das hipóteses acima. Normalmente, esta determinação decorre de Processo de Usucapião, onde a aquisição é originária e não guarda liame com nenhum registro anterior. Lembre-se, que havendo registro do imóvel usucapido, deverá nele ser mencionado a abertura da nova matrícula para evitar que fiquem em aberto dois registros válidos. 3.2 Hipótese de Encerramento de Matrícula Em consequência da abertura de matrículas, as antigas serão encerradas. Lembrando que nas matrículas abertas serão mencionados os registros anteriores, ou seja, a matrícula que a originou. Assim como na matrícula primitiva haverá sempre referência à nova matrícula aberta. Desta forma, mantêm-se a continuidade do registro e impede-se a quebra da cadeia sucessória do imóvel, em obediência ao Princípio da Continuidade. MUDANÇA DE CIRCUNSCRIÇÃO Em decorrência do Princípio da Territorialidade, se ocorrer hipótese de registro (art. 167, I, LRP) na vigência da Lei nº 6.015/73-LRP, será necessário abrir uma matrícula para concretizar o registro pretendido na atual circunscrição do imóvel. Na mesma hipótese, caso o interessado deseje realizar uma ato de averbação (art. 167, II, Lei nº 6.015/73), terá duas possibilidades: se houver espaço no livro de Transcrição/Inscrição, a averbação poderá ser procedida no próprio livro, na circunscrição anteriormente pertencente, comprovando-se que ainda não existe matrícula aberta na atual serventia competente. Não havendo espaço na coluna de averbação, será necessário abrir a matrícula para realizar a averbação pretendida na serventia atualmente competente. Em consequência destas aberturas, deverá ser encerrada a matrícula constante no ofício imobiliário anteriormente competente. Todavia, este encerramento não é automático, devendo, portanto, o interessado levar certidão da nova matrícula aberta para que o registrador anteriormente competente possa encerrar a matrícula constante em seu acervo. Direito Imobiliário 12 DESDOBRAMENTO DO IMÓVEL No caso do imóvel ser desdobrado, ou seja, um imóvel que dá origem a outros imóveis, deverá ser aberta matrícula individualizada para cada novo imóvel que surgiu. Podemos citar como exemplo os terrenos em que são edificados Condomínios Edilícios, os Loteamentos e os Desmembramentos. Desta forma, cada apartamento vendido originará matrícula própria e quando todas as unidades autônomas (apartamentos) forem transferidas, a matrícula originária será encerrada. O mesmo ocorre com os lotes e partes desmembradas nos exemplos de loteamentos e desmembramentos. UNIFICAÇÃO/FUSÃO Na unificação vários imóveis dão origem a um único imóvel. Desta forma, extinguem-se os registro originários e surge uma nova matrícula com a totalidade do imóvel. Assim, quando dois ou mais imóveis contíguos pertencentes ao mesmo proprietário constarem de matrículas autônomas, pode ele requerer a fusão destas em uma só, de novo número, encerrando-se as primitivas. Podem ainda ser unificados com abertura de matrícula única: dois ou mais imóveis constantes de transcrições anteriores à Lei nº 6.015/73, conforme os dispositivos citados a seguir: Lei Art. 234 – Quando dois ou mais imóveis contíguos pertencentes ao mesmo proprietário, constarem de matrículas autônomas, pode ele requerer a fusão destas em uma só, de novo número, encerrando-se as primitivas. Art. 235 – Podem, ainda, ser unificados, com abertura de matrícula única: I – dois ou mais imóveis constantes de transcrições anteriores a esta Lei, à margem das quais será averbada a abertura da matrícula que os unificar; II – dois ou mais imóveis, registrados por ambos os sistemas, caso em que, nas transcrições, será feita a averbação prevista no item anterior, as matrículas serão encerradas na forma do artigo anterior. (…) DETERMINAÇÃO JUDICIAL Poderá o juiz determinar a abertura de uma nova matrícula, mesmo sem ocorrer nenhuma das hipóteses acima. Neste caso, havendo registro do imóvel usucapido, deverá nele ser mencionada a abertura da nova matrícula para evitar que fiquem em aberto dois registros válidos. Portando, sendo a matrícula o registro anterior do imóvel usucapido, esta será encerrada. 4 Livros da Serventia Registral 4.1 Considerações Iniciais Atenção É muito importante a todos os usuários do serviço notarial e de registro conhecer os livros da serventia registral. Afinal, através das informações constantes nos livros é que são expedidas as certidões que circulam na sociedade. Todavia, é necessário que se saiba que os oficiais devem manter em segurança, permanentemente, os livros e documentos e respondem pela sua ordem e conservação. Direito Imobiliário 13 A Lei nº 6.015/73 estabelece que a escrituração será feita em livros encadernados que obedecerão aos modelos indicados na referida Lei, sujeitos à correição da autoridade judiciária competente. Os livros podem ter 0,22m até 0,40m de largura e de 0,33m até 0,55m de altura, cabendo ao oficial a escolha, dentro dessas dimensões, de acordo com a conveniência do serviço. É salutar destacar que o legislador permitiu ao registrador facilidade na execução das atribuições delegadas, assim, podendo os livros ser escriturados mecanicamente, em folhas soltas, obedecidos aos modelos aprovados pela autoridade judiciária competente. Atualmente, a maioria das serventias não mais utilizam livros manuscritos, mas sim informatizados, o que aumenta a segurança jurídica e a eficiência do serviço, os quais podem ser concluídos em prazos inferiores ao fixado na legislação. Os livros da serventia registral serão abertos, numerados, autenticados e encerrados pelo oficial do registro, podendo ser utilizado, para tal fim, processo mecânico de autenticação previamente aprovado pela autoridade judiciária competente. Considerando a quantidade dos registros, o Juiz poderá autorizar a diminuição do número de páginas dos livros respectivos, até a terça parte do consignado nesta Lei. No registro de imóveis, fincando-se um Livro, seu o número será conservado, com a adição sucessiva de letras, na ordem alfabética simples, e depois repetidas em combinação com a primeira, com a segunda e assim indefinidamente. Exemplos: 2-A a 2-Z; 2-AA a 2-AZ; 2-BA a 2-BZ etc.É preciso fixar que os números de ordem dos registros não serão interrompidos no fim de cada livro, mas continuarão, indefinidamente, nos seguintes da mesma espécie. A conservação de todos os livros são de inteira responsabilidade do titular da Serventia e tais livros pertencem ao ofício imobiliário, devendo ser transmitidos em cada mudança de cada titularidade do mesmo, nos termos do Art. 4º da Lei 8.935/94 e Arts. 26 e 27, LRP, uma vez que os livros e papéis pertencentes ao arquivo do cartório ali permanecerão indefinidamente. Assim, quando a lei fizer novo cartório e, enquanto este não for instalado, os registros continuarão a ser feitos no cartório que sofreu o desmembramento, não sendo necessário repeti-los no novo ofício. Conclui-se, portanto, que o arquivo do antigo cartório continuará a pertencer-lhe. Curiosidade Os livros de registro, bem como as fichas que os substituem, somente sairão do respectivo cartório mediante autorização judicial. Desta forma, todas as diligências judiciais e extrajudiciais que exigirem a apresentação de qualquer livro, ficha substitutiva de livro ou documento, efetuar-se-ão no próprio cartório. Os papéis referentes ao serviço do registro serão arquivados em cartório mediante a utilização de processos racionais que facilitem as buscas, facultada a utilização de microfilmagem e de outros meios de reprodução autorizados em lei. Direito Imobiliário 14 4.2 Protocolo (Livro 01) Comentário O Livro de Protocolo é o Livro 01 da serventia registral imobiliária, serve para apontamento de todos os títulos apresentados diariamente. Lembre-se que é neste livro que a prenotação é anotada. Ademais, o protocolo também pode ser utilizado pelo registrador como organizador dos serviços solicitados no ofício imobiliário. O Livro 01 será encerrado diariamente e sua escrituração incube ao oficial titular ou seu substituto legal, podendo ser feita, ainda, por escrevente auxiliar expressamente designado pelo oficial titular ou seu substituto legal mediante autorização do Juiz competente, ainda que os primeiros não estejam afastados nem impedidos. Diante do exposto, percebe-se que todos os títulos tomarão, no Protocolo, o número de ordem que lhes competir em razão da sequência rigorosa de sua apresentação. Desta forma, a medida que os documentos são apresentados pelos interessados ao registro de imóveis, vão sendo numerados conforme numeração do Protocolo na época da apresentação dos mesmos. Em cada título (documento levado ao registro), o registrador reproduzirá o número de ordem respectivo e a data de sua prenotação. Antes do exame da legalidade do título, este é apenas prenotado. Examinado o título e estando apto ao registro, no Protocolo serão lançados os atos que serão praticados e a mesma informação será reproduzida no documento apresentado, no intuito de tornar público os atos praticados. Caso o interessado deseje certidão do ato praticado, encontra no Protocolo reproduzido no título a indicação exata da certidão que necessita. Por outro lado, se o título não ficar apto ao registro, será no mesmo reproduzido somente o número da prenotação. O número de ordem determinará a prioridade do título, e esta a preferência dos direitos reais, ainda que apresentados pela mesma pessoa mais de um título simultaneamente. Esta prioridade é um critério objetivo, estabelecido pelo legislador para evitar que o registrador tivesse que proferir juízo de valor para determinar a prioridade do título para registro. Desta forma, com a fixação deste critério objetivo, terá preferência no registro o título que primeiro for apresentado no registro imobiliário, cuja ordem de apresentação é registrada no Livro de Protocolo através da prenotação. Não se pode olvidar que os efeitos do registro retroagem à data da prenotação, nos termos do disposto no Art. 1.246 do Código Civil. Ademais, a prenotação perdura durante 30 dias e não se renova, o que pode ocorrer é o interessado apresentar o título sucessivas vezes, de trinta em trinta dias, e receber nova prenotação em cada apresentação. Nos casos de suscitação de dúvida, a prenotação perdurará até a decisão final referente a mesma. Quando o juiz entender que assiste razão ao registrador, a prenotação será cancelada e os documentos serão restituídos ao registrador. Direito Imobiliário 15 Temos que lembrar que os documentos apresentados apenas para exame da legalidade do título e cálculo dos emolumentos não são lançados no Protocolo, nem prenotados e, consequentemente, não gozam de direito de preferência. Os títulos são prenotados antes do exame da legalidade do título. Desta forma, nenhuma exigência do registrador poderá criar obstáculos a seu lançamento no Protocolo e sua prenotação. Lembrete 4.3 Registro Geral (Livro 02) – Matrícula O Registro Geral, Livro 02, é destinado à matrícula dos imóveis. Matrícula é o instrumento criado pela Lei n° 6.015/73, efetivado no Registro Geral da serventia registral imobiliária (Livro 02), destinado ao lançamento de registros e averbações, aberta por ocasião do primeiro ato registral a ser lançado na vigência da Lei de Registros Públicos (Art. 228, LRP). Desta forma, conclui-se que todo imóvel objeto de título a ser registrado deve estar matriculado no Livro nº 2 – Registro Geral, obedecidos aos requisitos imposto pela Lei de Registros Públicos. Conforme o Princípio da Unicidade, decorrendo do Princípio da Especialidade, cada imóvel terá matrícula própria, aberta por ocasião do primeiro registro efetuado na vigência da LRP, a requerimento do proprietário ou ex officio, mediante os elementos constantes do título apresentado e do registro anterior nele mencionado. Direito Imobiliário 16 Já o Princípio da Continuidade estabelece que se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do outorgante, o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título anterior, qualquer que seja a sua natureza, para manter a continuidade do registro. Acrescente-se que a matrícula será feita à vista dos elementos constantes do título apresentado e do registro anterior que constar do próprio cartório. Ademais, quando o título anterior estiver registrado em outro cartório, o novo título será apresentado junto à certidão atualizada, comprobatória do registro anterior, e da existência ou inexistência de ônus. Desta forma, se o registro anterior foi efetuado em outra circunscrição, a matrícula será aberta com os elementos constantes do título apresentado e da certidão atualizada daquele registro, a qual ficará arquivada em cartório. Se na certidão constar ônus, o oficial fará a matrícula e, logo em seguida ao registro, averbará a existência do ônus, sua natureza e valor, certificando o fato no título que devolver à parte, o que o correrá, também, quando o ônus estiver lançado no próprio cartório. 4.3.1 Requisitos da Matrícula São requisitos da matrícula: o número de ordem (que seguirá ao infinito), a data, a identificação do imóvel e o número do registro anterior. Quanto à identificação do imóvel, esta será feita com indicação: se rural, do código do imóvel, dos dados constantes do CCIR, da denominação e de suas características, confrontações, localização e área; se urbano, de suas características e confrontações, localização, área, logradouro, número e de sua designação cadastral, se houver. Constará ainda na matrícula o nome, domicílio e nacionalidade do proprietário, bem como: tratando-se de pessoa física, o estado civil, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda ou do Registro Geral da cédula de identidade, ou à falta deste, sua filiação; tratando-se de pessoa jurídica, a sede social e o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda. No registro que for realizado na matrícula, deverá constar: a data, o título da transmissãoou do ônus, a forma do título (sua procedência e caracterização), o valor do contrato (da coisa ou da dívida, prazo desta, condições e mais especificações, inclusive os juros, se houver), o nome, domicílio e nacionalidade do transmitente, ou do devedor, e do adquirente, ou credor, bem como: tratando-se de pessoa física, o estado civil, a profissão e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda ou do Registro Geral da cédula de identidade, ou, à falta deste, sua filiação, e, tratando-se de pessoa jurídica, a sede social e o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda. No preenchimento dos livros, observar-se-ão as seguintes normas: no alto da face de cada folha será lançada a matrícula do imóvel, preenchendo todos os requisitos constantes na Lei nº 6.015/73, já mencionado anteriormente, e no espaço restante e no verso serão lançados, por ordem cronológica e em forma narrativa, os registros e averbações dos atos pertinentes ao imóvel matriculado. Direito Imobiliário 17 Cada lançamento de registro será precedido pela letra “R” e o da averbação pelas letras “AV”, seguindo- se do número de ordem do lançamento e o da matrícula (ex: R-1-15324, R-2-15324, AV-3-15324, R-4- 15324, AV-5-15324 etc.). Quando uma folha da matrícula for preenchida, será feito o transporte para a primeira folha em branco do mesmo livro ou do livro da mesma série que estiver em uso, em que continuarão os lançamentos, com remissões recíprocas. Clicando no link disponível na web aula você poderá visualizar imagens dos Livros de Serventia. 4.4 Registro Auxiliar (Livro 03) Importante Este livro é destinado a tornar públicos os atos atribuídos ao registro de imóveis por disposição legal, mas que não se referem diretamente a imóvel matriculado (Ex. pacto antenupcial, convenção de condomínio, emissão de debêntures, cédulas de crédito rural etc., conforme relação constante no Art. 178 da LRP). Direito Imobiliário 18 4.5 Indicador Real (Livro 04) O Indicador Real constitui o repositório de todos os imóveis que figuram nos demais livros. Pode ser considerado como um índice de todos os imóveis registrados na Serventia, com a indicação da numeração do respectivo registro, com a referência aos números de ordem dos outros livros e anotações necessárias. Direito Imobiliário 19 4.6 Indicador Pessoal (Livro 05) O Indicador Pessoal é um índice de consulta, dividido alfabeticamente, contendo o nome de todas as pessoas proprietárias, individual ou coletivamente, ativa ou passivamente, direta ou indiretamente, que figurem nos demais livros dos imóveis registrados na Serventia, indicando o respectivo número de ordem do registro dos imóveis de sua propriedade. Para compreender melhor o arquivamento dos Indicadores Real e Pessoal clique no link disponível na web aula correspondente e você encontrará algumas ilustrações. 5 Certidões Emitidas pelo Ofício Imobiliário As certidões emitidas pelas serventias de registro de imóveis são extraídas das informações constantes nos livros do registro imobiliário como resultados das buscas, que podem ser entendidas como sendo as consultas realizadas pelos registradores de imóveis e seus prepostos nos livros das serventias, para fins de continuidade do serviço ou para fornecer informações solicitadas. Assim, pode-se afirmar que através da emissão das certidões, o registro imobiliário cumpre sua função de tornar público os atos registrais. Emissão das Certidões “A certidão será lavrada independentemente de despacho judicial, devendo mencionar o livro de registro ou o documento arquivado no cartório”, conforme prescrição constante na parte final do Art. 18 da Lei nº 6.015/73. Alguns estados exigem a colocação de selos de autenticidade nas certidões emitidas. Direito Imobiliário 20 Acrescenta-se ainda que as certidões poderão ser lavradas “em inteiro teor, em resumo, ou em relatório, conforme quesitos, e devidamente autenticada pelo oficial ou seus substitutos legais, não podendo ser retardada por mais de 5 (cinco) dias”, como estabelece o “caput” do Art. 19 da Lei nº 6.015/73. Já o parágrafo 1º do mesmo dispositivo legal dispõe que “a certidão, de inteiro teor, poderá ser extraída por meio datilográfico ou reprográfico”. Por fim, o parágrafo 5º, também do Art. 19 da mesma norma jurídica, fixa que “As certidões extraídas dos registros públicos deverão ser fornecidas em papel e mediante escrita que permitam a sua reprodução por fotocópia, ou outro processo equivalente”. Atenção É de suma importância que o usuário do serviço registral saiba que no caso de recusa ou retardamento na expedição da certidão, o interessado poderá reclamar à autoridade competente, que aplicará, se for o caso, a pena disciplinar cabível. Para a verificação do retardamento, o oficial, logo que receber alguma petição, fornecerá à parte uma nota de entrega devidamente autenticada. Os livros registrais estão constantemente sendo alterados em razão do pedido das partes. Desta forma, é bom lembrar que o “caput” do Art. 21 da Lei nº 6.015/73 estabelece que “sempre que houver qualquer alteração posterior ao ato cuja certidão específica ou de inteiro teor for requerida, deverá a alteração, obrigatoriamente, ser mencionada, inobstante não relacionar-se com as especificações do pedido”, sob pena de responsabilidade civil e penal, ressalvadas as informações oriundas de processo que tramite em segredo de justiça. A alteração oriunda de processos desta natureza deverá ser anotada na própria certidão, contendo a inscrição de que “a presente certidão envolve elementos de averbação à margem do termo.”, conforme dispõe a parte final no parágrafo único do Art. 21 da Lei de Registros públicos. Validade das Certidões As certidões possuem prazo de validade de 30 dias quando expedidas para fins de lavratura de escritura pública, nos termos do Decreto 93.240/86, artigo 1°, inciso IV. Para as demais finalidades, não há prazo estabelecido na legislação. Normalmente, aplica-se por analogia o prazo fixado no citado Decreto. Comentário Note-se, por oportuno, que o prazo de validade a que ora nos referimos é o da certidão e não dos registros. Estes são válidos enquanto não cancelados. O prazo de validade das certidões é fixado no intuito de evitar que as pessoas fiquem utilizando certidões muito antigas e desatualizadas, o que pode gerar graves prejuízos econômicos. As Corregedorias, da maioria dos estados, regulamentam o prazo de validade das certidões em Provimentos. A exemplo disto, cita-se o Estado do Ceará, que através do Provimento 01/2007 estabelece que para fins de incorporação imobiliária e loteamento, o prazo de validade das certidões será de 90 dias. Tipos de Certidões Expedidas pelo Ofício de Registro de Imóveis Resumidamente, existem somente dois tipos de informação que o registrador poderá informar: se há registro e se não há registro na forma perquirida (indagada) pelo cliente. Todavia, a doutrina, a legislação pátria e a prática registral nominam várias espécies de certidões, o que acaba confundindo Direito Imobiliário 21 o usuário do sistema registral. A seguir comentaremos algumas destas espécies mais comuns no dia a dia do Mercado Imobiliário. Lembre-se que o registrador fica vinculado à solicitação do interessado, ou seja, suas buscas nos livros são conduzidas com base no pedido do cliente. Desta forma, o requerente de certidão deve ter bastante atenção ao relatar no registro de imóveis o seu desejo, tendo em vista que se indicar o endereço do imóvel com uma numeração trocada vai induzir que se proceda a busca em imóvel completamente diferente do que deseja. Outrossim, o registrador somente certifica o que há em seus livros. Assim, se um imóvel pertence a sua circunscrição, mas lá nunca foi procedido nenhum registro referenteao dito imóvel, o registrador fornecerá uma certidão negativa de registro. Devendo o interessado continuar a buscar a informação desejada no ofício imobiliário anteriormente competente, em que poderá estar registrado. Ademais, caso o registrador localize o registro do imóvel e este for uma matrícula, a certidão da matrícula é a cópia de seu inteiro teor, com uma certificação ao final assinada pelo registrador, mencionando que a matrícula possui somente os atos nela mencionados ou especificando se existe prenotação relativa ao imóvel objeto da certidão expedida. Caso nas buscas seja localizada uma transcrição ou inscrição, a certidão será expedida em forma de relatório, tendo em vista a dimensão dos livros em que eram feitos estas espécies de registro. Desta forma, não há como tirar xerox de um livro de transcrição. Então o registrador redige uma certidão com base nas informações constantes nas transcrições. Certidão do Registro Esta certidão é resultado das buscas realizadas nos livros da serventia imobiliária (Livros de Indicador Real e Pessoal) com base no endereço do imóvel ou do nome do proprietário, emitida quando é localizado o registro do imóvel. Pode também ser emitida quando o interessado já indica o registro desejado (transcrição, inscrição ou matrícula). Certidão Vintenária/Centenária Esta certidão é emitida quando o interessado deseja retroagir aos títulos anteriores ao registro atual e analisar toda a cadeia sucessória do imóvel, partindo do registro atual do imóvel, retroagindo na cadeia dominial até a quantidade de anos que deseja realizar a consulta. Esta certidão deve ser solicitada quando há suspeita de alguma irregularidade nas transmissões anteriores ou para instruir processos em que a Lei determina que sejam apresentadas certidões vintenárias, como no caso de Loteamento e Incorporação Imobiliária. Nos demais casos, a certidão atualizada do registro é o suficiente, uma vez que, constando ônus sobre o imóvel, deve ser transposto para o registro atual. Certidão Narrativa X Certidão de Ônus A certidão narrativa conta a história do imóvel sem certificar acerca de possíveis ônus incidentes sobre o mesmo. Já a negativa de ônus, além de indicar a cadeia sucessória do bem, menciona a existência ou não de ônus sobre o imóvel, havendo elementos suficientemente seguros para fornecer tal informação ao requerente. Direito Imobiliário 22 O registro imobiliário não pode fornecer certidão sem certificar a existência ou não de ônus, uma vez que não pode fornecer informações parciais sobre os imóveis registrados em sua circunscrição. Certidão Simplificada Certidão Simplificada ou certidão resumida é expedida com a finalidade de redução de emolumentos e fornecimento de maior clareza das informações para o interessado. Exemplo: matrículas de conjuntos habitacionais. Certidão Negativa de Imóvel Poderá o interessado indicar somente o endereço do imóvel para que o registrador proceda às buscas no Indicador Real e verifique se o imóvel possui registro. Com base no endereço fornecido, o registrador localizará o registro ou não. Não o encontrando, certifica que não há registro do imóvel em sua serventia. Curiosidade Ressalta-se que, se o imóvel estiver registrado na serventia com informações dife- rentes das fornecidas pelo requerente, a certidão será negativa, caso não haja como fazer a vinculação entre o imóvel registrado e o endereço fornecido para as buscas. Certidão Negativa de Pessoa (física ou jurídica) Existem muitos casos em que os usuários do sistema necessitam da informação patrimonial de pessoa determinada. Isto pode ocorrer com bancos perseguindo os bens dos devedores de financiamento, com credores de empresa, com o fisco tentando reaver tributos não pagos etc. Para que esta certidão seja emitida, é necessário indicar o nome completo da pessoa que se pretende pesquisar e se ela possui imóveis em um determinado Ofício de Registro de Imóveis, devendo também ser informado o CPF ou CNPJ da pessoa a ser pesquisada. Neste caso, a busca será realizada no Livro do Indicador Pessoal da serventia registral. A indicação do CPF ou CNPJ ajuda o registrador a restringir as buscas, principalmente com nomes muito comuns que podem ter vários homônimos, além disso sem CPF poderiam ser fornecidas muitas certidões que não interessam ao requerente, o que oneraria o serviço prestado e seria inócuo para o interessado, ou seja, não geraria o efeito jurídico desejado. Certidão Negativa do Imóvel de Outra Zona Quando há o desmembramento de uma circunscrição imobiliária, muitos imóveis passam a pertencer a uma nova serventia registral. Todavia, o registrador anteriormente competente continua podendo realizar atos de averbação nos livros que possui, no entanto, para que continue com esta competência residual, é preciso que o interessado comprove se não existe matrícula aberta na atual circunscrição do imóvel, o que é comprovado pela certidão negativa fornecida pelo registrador competente, através das buscas realizadas no Indicador Real da serventia. Neste momento, é bom relembrar do Princípio da Circunscrição ou da Territorialidade, o qual define a competência relativa dos oficiais de registro em razão do zoneamento da cidade. Assim, as atividades do oficial de registro de imóveis independem de prévia distribuição, mas estão sujeitas Direito Imobiliário 23 às circunscrições geográficas, ou seja, limitadas à jurisdição na qual o oficial exerce sua atividade, de modo que o oficial de registro não poderá fazer registro de imóvel localizado em outra cidade, por exemplo (Artigo 12, Lei 8.935/94). Certidão para Fins de Instruir Processo de Usucapião Esta certidão é fornecida com base no endereço do imóvel, apresentando cópia do memorial descritivo, planta de situação e overlay* emitido pela Prefeitura Municipal, além de um requerimento mencionando que a referida certidão é para fins de instruir o processo de usucapião. Lembrando que em alguns ofícios imobiliários é preciso reconhecer a firma do signatário do requerimento e os documentos devem ser autenticados. Por que apresentar todos estes documentos? Não bastaria indicar o endereço do imóvel? Na verdade, estes documentos aprimorarão as buscas do registrador, pois terá elementos não só do imóvel, mas também dos confrontantes e, às vezes, com base nesses é que se chega ao registro do imóvel usucapido. Ressalta-se que a legislação não indica este procedimento. Ele muitas vezes é instituído pelas Corregedorias e tem a finalidade de conferir uma maior segurança no fornecimento de certidão que instruirá o processo de usucapião. Tudo isso porque é requisito de validade da dita ação judicial a citação do proprietário do imóvel. Então, fornecer uma certidão negativa, havendo registro do imóvel usucapido, pode interferir em todo o deslinde (final) do feito. A norma processual atinente ao assunto, artigo 942, do CPC, prescreve “a obrigatoriedade da citação daquele em cujo nome estiver registrado o imóvel usucapiendo”. Caso o requisito da ação de usucapião ora enfocado não tenha sido cumprido, caberá à pessoa interessada pleitear a anulação da decisão prolatada por meio de recursos processuais próprios. Lembre-se ainda que os documentos apresentados para requerer a certidão devem ser os mesmos que irão para o processo judicial para evitar a divergência de informações e prejudicar o andamento deste. Tal certidão deve ser tirada de todas as zonas da comarca onde fica localizado o imóvel a ser usucapido. Sendo localizado registro do imóvel desejado, será expedida certidão deste. O valor dos emolumentos desta certidão é diferenciado, conforme tabela de cada estado. Certidão de Unicidade de Registro Existem casos em que o interessado precisa comprovar que possui somente um imóvel registrado em seu nome. Tendo esta necessidade, deverá informar aoregistrador que precisa que este certifique a unicidade de registro para fins de prova. Não fazendo esta solicitação, o registrador apenas expedirá a certidão do registro, sem a certificação da unicidade, o que poderá complicar a comprovação por parte do interessado. Geralmente, o registrador emite certidão específica que segue anexa ao registro, informando que determinada pessoa possui unicamente aquele bem registrado naquela Serventia. Glossário: Overlay - Muitas prefeituras possuem em seus arquivos um levantamento do município feito através de fotografias aéreas denominadas de overlay. Direito Imobiliário 24 Certidão Enfitêutica A palavra enfiteuse tem origem grega (en phyteusis), importada pelo Direito Romano, com o significado de plantar, semear e cultivar, aplicável para facilitar aos latifundiários o arrendamento de terras aos colonos. Pode ser conhecida por aprazamento ou aforamento. Era o mais amplo dos direitos reais sobre coisas alheias. Assemelha-se à locação, mas possui caráter perpétuo e pode ser transmitida a terceiros, por negócio inter vivos (entre vivos) ou causa mortis (decorrente de falecimento do titular do direito). É a subdivisão da propriedade em duas partes ideais, quais sejam: domínio útil e direto. Tem como pessoas envolvidas o Senhorio (proprietário do domínio direto do imóvel, recebedor do foro e do laudêmio) e o Enfiteuta (proprietário do domínio útil, pagador do foro e do laudêmio); e como obrigações: o Foro (contraprestação anual devida pelo enfiteuta) e o Laudêmio (devido ao senhorio pelo enfiteuta no percentual de 2,5% sobre o preço da alienação, não devido nas transferências não onerosas). Possui Natureza Jurídica de Direito Real sobre coisa alheia (jus in re aliena), tendo como objeto terras não cultivadas, destinadas a construção e terrenos da marinha. Antigamente eram registradas nas inscrições enfitêuticas ou nas matrículas dos imóveis. Têm como formas de extinção a escritura pública de resgate de aforamento, ação judicial (resgate ou desconstituição), usucapião, desapropriação, falecimento do enfiteuta (sem herdeiros), deterioração ou destruição do prédio aforado ou o comisso, que consiste no não pagamento do foro por três anos consecutivos, que extingue o aprazamento com a consolidação da propriedade em nome do senhorio direto. O artigo 2.038 do Código Civil proíbe a constituição de enfiteuses e mantém as existentes regulamentadas pelos artigos 678 a 694 – Código Civil de 1916. Como não foram totalmente abolidas, ainda existem muitos imóveis espalhados pelo país sujeitos a este regime, razão pela qual para que possam ser extintas através de negócio jurídico devem os registros de constituição ser localizados. Lei Artigo 2.038. Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até a sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei 3.071, de 1º de janeiro de 1916, e leis posteriores. Assim, esta certidão é emitida após busca que parte do registro atual do imóvel, retroagindo na cadeia dominial até encontrar a constituição da enfiteuse, se houver. Certidão de Imóveis com Plúrimas Alienações Não Regularizadas Existem registros muito antigos de grandes glebas de terra vendidas parceladamente inúmeras vezes, ou seja, com plúrimas alienações, realizados antes da vigência da Lei 6.015/73, que não obedeciam ao Princípio da Especialidade, em que não se tinha a cautela de averbar o remanescente das alienações parciais, impossibilitando a emissão de certidão negativa de ônus do imóvel de parte remanescente e de ser atestado pelo registrador se ainda existe imóvel disponível. Tal fato é certificado e o interessado terá que resolver esta situação judicialmente. Direito Imobiliário 25 Certidão de Imóvel Impropriamente Caracterizado Existem registros anteriores à Lei 6.015/73 que não obedeciam ao Princípio da Especialidade, ou seja, em que a descrição do imóvel é incompleta, imperfeita ou errada, o que impede a abertura de matrícula no sistema registral vigente. Tal fato é certificado e o interessado terá que resolver esta situação administrativa ou judicialmente. O livro indicado a seguir é o mais completo sobre o assunto abordado nesta aula. O autor comenta todos os artigos da Lei nº 6.015/73 referentes à suscitação de dúvida minuciosamente e de forma clara e didática. CHERON, Newton Cláudio. Registros Públicos: A dúvida registrária à luz da Lei nº. 6.015/73. Editora Juruá, 2006. Leitura Complementar Concluímos mais uma unidade da disciplina. Agora é momento de você interagir com seus colegas no ambiente virtual de aprendizagem. Aproveite para tirar todas suas dúvidas! Direito Imobiliário 26 Referências Bibliográficas AGHIARIAN, Hércules. 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Lei dos Registros Públicos Comentada. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. CHERON, Newton Cláudio. Registros Públicos: A dúvida registrária à Luz da Lei nº. 6.015/73. Curitiba: Juruá, 2006. COMASSETTO, Miriam Saccol. A Função Notarial como forma de prevenção de litígios. Porto Alegre: Norton, 2002. COULANGES, Fustel de. A cidade antiga. Tradução de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2002. DINIZ, Maria Helena. Sistemas de Registros de Imóveis. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988: Interpretação e crítica. 9. ed. São Paulo: Malheiros, 2004. Direito Imobiliário 27 GUSTIN, Miracy Barbosa de Souza. Das Necessidades Humanas aos Direitos: Ensaio de Sociologia e Filosofia do Direito. Belo Harizonte: Del Rey, 1999. JUNQUEIRA, Gabriel J. P. Teoria e prática do direito imobiliário: Aquisição, perda, defesa, ações: de acordo com o novo Código Civil, Lei nº. 10.406 de 10 de janeiro de 2002. 3. ed. São Paulo: EDIPRO, 2002. KELSEN, Hans. 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