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NOME: FELIPE PESSANHA RANGEL MATRÍCULA: 201402015062 DISCIPLINA: DIREITO CIVIL IV CORREÇÃO – CASO CONCRETO 3 QUESTÃO DISCURSIVA Carla e Josefina tinham entre si um contrato de comodato verbal, pelo qual a primeira emprestou à segunda uma casa localizada na Rua da Paz, por prazo indeterminado. Após cinco anos de vigência do contrato, Josefina foi notificada para sua desocupação em trinta dias, Vencido o prazo a comodatária não deixou o imóvel alegando que: o comodato não aceita resilição unilateral e tem direito de retenção porque no imóvel construiu (antes mesmo da notificação para devolução) uma garagem e uma piscina para utilizar nos finais de semana e que ambos lhe geram também direito à indenização. Diante dessa situação pergunta-se: a) Pode o comodante pedir a restituição do bem concedendo prazo ao comodatário para sua desocupação? Explique sua resposta. RESPOSTA: Sim, com base no Art. 581, CC. Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado. O uso da coisa dada em comodato deverá ser temporário, podendo o prazo para a restituição ser determinado ou indeterminado, nesse caso o prazo será presumido, ou seja, será o tempo que for necessário pra o comodatário possa usufruir do bem para o fim que o destina. Como o contrato é por tempo indeterminado o comodante não pode solicitar a restituição bem, salvo necessidade imprevista e urgente reconhecida pelo juiz. b) Josefina tem direito à indenização e a retenção pelas obras realizadas? Justifique sua resposta. Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada. Josefina terá direito a retenção, mas não a indenização. Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. JURISPRUDÊNCIA: Dados Gerais Processo: APL 08001204220118120025 MS 0800120-42.2011.8.12.0025 Relator(a): Des. Vladimir Abreu da Silva Julgamento: 19/09/2013 Órgão Julgador: 5ª Câmara Cível Publicação: 15/05/2014 Ementa E M E N T A-APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO - COMODATO - NECESSIDADE IMPREVISTA E URGENTE - ART. 581 DOCÓDIGO CIVIL - RECONHECIMENTO DA SITUAÇÃO DA COMODANTE PELO JUÍZO - DISCUSSÕES SOBRE A ATUAL SITUAÇÃO DA POSSE DAS TERRAS A SER DEBATIDA EM DEMANDA PRÓPRIA - RECURSO IMPROVIDO. Reconhecida pelo Juízo singular a situação excepcional que autoriza o vencimento antecipado do comodato pactuado com prazo certo, nos termos do art. 581 do Código Civil, deve ser declarada a rescisão do contrato válido e eficaz, devendo a discussão acerca do estado atual da área de terra rural, se de posse legítima ou não do cessionário, ser reservada para ação possessória competente. DOUTRINA: SILVIO RODRIGUES com a acuidade que lhe é peculiar comenta o Art. 581, CC: "Aqui colidem dois interesses. O do comodatário, que gratuitamente utiliza a coisa de outrem, e do comodante, que, por não poder prever uma necessidade urgente, deu de empréstimo coisa que agora lhe faz falta. É evidente que a lei deve proferir o interesse do comodante, que é dono" (Silvio Rodrigues, Direito Civil; dos contratos e das declarações unilaterais da vontade, 27. ed., São Paulo, Saraiva, 2000, v. 3, p. 247-8, apud obr. cit. pág. 518). QUESTÃO OBJETIVA (SEFAZ RJ 2010) Com relação aos efeitos da posse, analise as afirmativas a seguir. I. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo. II. O possuidor de má-fé sempre responde pela perda ou deterioração da coisa. III. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por sua culpa deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu a má-fé, mas terá direito às despesas de produção e custeio. Assinale: a. se somente a afirmativa I estiver correta. b. se somente a afirmativa II estiver correta. c. se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d. se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e. se todas as afirmativas estiverem corretas. Questão objetiva 2 Sobre os efeitos da posse assinale a alternativa correta: a. O possuidor de boa-fé somente responde pela perda total ou parcial da coisa quando culpado pela ocorrência. b. O possuidor de má-fé tem direito à indenização exclusivamente das benfeitorias necessárias. c. O possuidor de boa-fé tem direito de retenção das benfeitorias necessárias. d. Havendo acessão durante o período de posse poderá o possuidor pleitear a respectiva indenização do proprietário. e. Havendo avulsão poderá o possuidor pleitear a respectiva indenização do possuidor indireto.
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