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Prova Final - Posse Anotações: Posse é o exercício aparente de um dos direitos (atributos) da propriedade. Ex.: pessoa na rua dirigindo um automóvel. Não se pode afirmar que a pessoa possua a propriedade, porque não sabemos se o automóvel é dela. Assim, decretamos apenas que a pessoa tem a posse do mesmo. Então, quando se vê uma pessoa usufruindo de um bem, pode-se afirmar que a pessoa tem sua posse, mas não sua propriedade. Para analisar se a pessoa tem a propriedade, devem-se examinar documentos, cartórios, etc. A propriedade e a posse coexistem em mundos distintos: a primeira, no plano da realidade e a segunda no da aparência. Deste modo, nenhuma está sobre a outra. Atributos básicos do direito de propriedade: usar, usufruir, dispor, reivindicar. Duas teorias sobre a posse: - Teoria Subjetiva da Posse: Posse é corpus + animus domini, ou seja: intenção de ser dono. Nesta teoria, então, exige-se que a pessoa aparente ter a posse e tenha a vontade de ter a posse do objeto. Se eu moro de aluguel e não gostaria de morar no local onde moro, não seria considerada dona, segundo esta teoria, o que significa que não poderia defender a posse do local. - Teoria Objetiva da Posse: Posse é corpus (visibilidade, exteriorização) de um dos direitos (tributos) da sociedade. Teoria adotada pelo Código Civil. Posse por usucapião: a pessoa exerce a posse com a intenção de ser dona do bem, utilizando-se a teoria subjetiva da posse. Posse com dois fundamentos: - Jus possessionis: posse com fundamento no simples fato da posse. É tido como o direito de posse. - Jus possedendi: posse com fundamento no fato da posse e na propriedade. É tido como o direito à posse. Pode somente ser alegado por quem tem a posse e a propriedade do bem. Posse direta e posse indireta: - Posse Direta: exercida por quem está utilizando o bem. - Posse Indireta: exercida por quem cedeu o uso do bem à outrem, à quem tem a posse direta. Posse justa e posse injusta: - Posse justa: a que não é injusta. - Posse injusta: é a que foi obtida de forma violenta (de forma aparente; não é necessariamente violência física, podendo ser violência contra o direito de posse. Alusão ao direito penal: roubo da posse), de forma clandestina (obtida de forma oculta. Alusão ao direito penal: furto da posse) ou de forma precária (obtida mediante abuso de confiança). Detentor: caseiro, governanta, etc. Posse nova e posse velha: determinação importante quando o possuidor exerce sua posse em juízo. Se a posse do invasor for nova, há possibilidade de entrar com ação pedindo a liminar. - Posse nova: é aquela exercida há menos de um ano e um dia. - Posse velha: é aquela que tem pelo menos um ano e um dia. Legítima defesa da posse e esforço imediato são formas de auto tutela da posse. Assim, a pessoa tem o direito de fazer justiça com as próprias mãos quando se trata de posse. Requisitos para o exercício da auto tutela da posse: 1. Pode-se defender de uma agressão injusta; 2. O esforço deve ser imediato, ou seja, deve ser caracterizado como reação, com curto prazo de tempo entre a agressão e defesa. 3. Moderação. É proibido, inclusive, utilizar-se de arma de fogo para defender-se da agressão. Composse: pluralidade de pessoas com posse sobre o mesmo bem. Pode ser pro diviso ou pro indiviso. - Composse pro diviso: cada um dos possuidores exerce a posse sobre uma parte do bem. Por exemplo: muro; para cada lado há um possuidor, que pinta o lado que lhe pertence da cor que quiser. - Composse pro indiviso: não se consegue explicitar em qual parte do bem cada possuidor exerce sua posse. Por exemplo: um apartamento divido por cônjuges. Locais públicos não podem sofrer usucapião, por isso, quem invade área pública é tido como detentor. Posse de boa fé e posse de má fé. - Posse de boa fé: é aquela exercida por quem desconhece qualquer impedimento ao exercício da posse. P.s.: é a boa fé subjetiva da qual aqui se trata. P.s.2: boa fé subjetiva é interna, é a boa intenção que permanece apenas na mente da pessoa; e boa fé objetiva é exteriorizada, por ser a boa intenção unida ao bom comportamento. - Posse de má fé: é aquela exercida por quem tem ciência do impedimento ao exercício da posse. Por exemplo: invasor de bens. A posse exercida com animus domini, mansa, pacífica, ininterrupta e justa, durante o lapso de tempo necessário à aquisição da propriedade, é determinada posse ad usucapionem. Posse ad interdicta é a que legitima o exercício da proteção possessória, mas não legitima a usucapião. Com relação aos efeitos jurídicos, a posse de boa fé distingue-se da posse de má fé porque confere ao possuidor o direito de retenção por benfeitorias necessárias e úteis. A usucapião é permitida tanto quando a posso tiver sido exercida com boa fé, quanto com má fé. O possuidor de boa fé tem direito de retenção, sendo este apenas pelas benfeitorias necessárias e úteis. Tanto o possuidor de boa fé, quanto o possuidor de má fé têm direitos à indenização por benfeitorias necessárias. Retenção: conservação da posse de uma coisa alheia para garantia de um direito próprio.
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