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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DO MUNICÍPIO X Processo nº: ___ BRAD NORONHA, já qualificado nos autos do processo criminal que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado inscrito na OAB, sob o número ____, com endereço profissional _________, cujo instrumento de procuração segue, em anexo, inconformado com a decisão de fls ___, que condenou o réu a 10 (dez) anos e 6 (seis) meses de reclusão, por roubo com emprego de arma de fogo, fixado o regime inicial fechado, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, com fundamento no artigo 593, inciso I do Código de Processo Penal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO Requer seja recebido e processado o recurso, juntando as inclusas razões, remetendo-se os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça. Termos em que pede deferimento. Local, dia, mês, ano Assinatura do Advogado. OAB/UF RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO Recorrente: Brad Noronha Recorrido: Ministério Público Processo nº: _____ Egrégio Tribunal, Colenda Câmara A respeitável decisão proferida pelo juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca do Município X está em total discordância com os ditames legais, sendo imperiosa a sua reforma, conforme exposição a seguir: DOS FATOS O recorrente foi denunciado e processado pela prática de roubo qualificado pelo emprego de arma de fogo. No inquérito policial, o recorrente foi reconhecido pela vítima, contudo, o reconhecimento se deu através de um orifício da porta de uma sala onde ele estava sozinho. Em sede de instrução criminal, nem a vítima nem as testemunhas afirmaram ter ouvido barulho de disparo de arma de fogo, mas confirmaram que foi utilizada uma arma de fogo. Não houve perícia, quando os policiais o prenderam não obtiveram êxito em apreender a arma. Afirmaram, em juízo que, após escutarem os gritos de "pega ladrão!" viram o recorrente correndo e foram ao seu encalço e que ele atirou algo no córrego que passava próximo ao local dos fatos, objeto este que acreditavam ser a arma de fogo utilizada. O juiz o sentenciou ao cumprimento de 10 (dez) anos e 6 (seis) meses de reclusão em regime, inicialmente, fechado. Fundamentou sua decisão os argumentos de que o recorrente é reincidente e portador de maus antecedentes, circunstâncias estas provadas no curso do processo. DO MÉRITO: Evidentemente, observando os autos, merece o Apelante ser absolvido da imputação que lhe é feita através da denúncia. Não há qualquer prova de ter o acusado, ora Apelante, concorrido para a prática do crime de roubo, eis que não comprovada a autoria. Concretamente o que existe nos autos não serve para apontar autoria. A vítima reconheceu o acusado, ora Apelante, em procedimento totalmente impróprio e inadequado, já que ‘espiou’ por um pequeno orifício de porta em direção a sala onde se encontrava o réu. Assim procedendo, não observou a autoridade as condições impostas pela legislação penal para o reconhecimento de pessoas, expressamente dispostas no artigo 226, II do Código de Processo Penal. Assim, procedendo, incorreu, inclusive, em prova ilícita, contrariando, também, o contido no artigo 157 do CPP. Ressalta-se ainda, que a coleta da prova, irregular e ilícita, feita em sede policial, não tendo sido judicializada e, por isso mesmo, não pode ser usada para sustentar a condenação do acusado, ora Apelante. Além disso, há apontada nulidade, conforme explicitado em preliminar, já que o acusado deveria ter sido colocado em sala própria, ao lado de outras pessoas, a fim de que pudesse ser, verdadeiramente, identificado pela vítima. Assim, não há como se sustentar esteja provada a autoria, impondo- se, não reconhecida a nulidade, a absolvição, por ausência de prova da autoria. Alternativamente, há se de apontar para a ausência de comprovação da utilização de arma – se por hipótese, e por mera argumentação, aceitar -se tenha o agente sido o autor do delito. A arma não foi apreendida e, se ela existisse, deveria ter sido alcançada pois que os policiais afirmam ter sido a m esma jogada em um córrego. Embora a afirmação, não houve qualquer empenho na busca da suposta arma. Assim, apenas para argumentar, tivesse sido o agente autor de algum delito, esse não poderia ser de roubo majorado pelo emprego de arma. Não poderia, sequer , ser considerado crime de roubo, eis que não há prova, nos autos, do emprego de violência ou grave ameaça contra pessoa. Assim, se alguma condenação deva pesar sobre o ora Apelante, essa deverá se constituir pela prática de furto, mas não de roubo. DO PEDIDO: Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o Recurso de Apelação interposto, para que ao recorrente seja proferida uma sentença mais justa e condizente com a prática do delito praticado. Termos em que, pede deferimento. Local, dia, mês, ano. Assinatura do Advogado. OAB/UF
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