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resumo de civil 3

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Semana 1
1-TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
1-Conceito: O contrato é a mais comum e a mais importante fonte de obrigação, devido às suas múltiplas formas e inúmeras repercussões no mundo jurídico. Fonte de obrigação é o fato que lhe dá origem. Os fatos humanos que o Código Civil brasileiro considera geradores de obrigação são: a) os contratos; b) as declarações unilaterais da vontade; e c) os atos ilícitos, dolosos e culposos. O contrato é uma espécie de negócio jurídico que depende, para a sua formação, da participação de pelo menos duas partes. É, portanto, negócio jurídico bilateral ou plurilateral. Com efeito, distinguem-se, na teoria dos negócios jurídicos, os unilaterais, que se aperfeiçoam pela manifestação de vontade de apenas uma das partes, e os bilaterais, que resultam de uma composição de interesses. Os últimos, ou seja, os negócios bilaterais, que decorrem de mútuo consenso, constituem os contratos.
2-Função social dos contratos: 
 Nessa consonância, dispõe o art. 421 do Código Civil:
“A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”
Segundo Caio Mário, a função social do contrato serve precipuamente para limitar a autonomia da vontade quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e este deva prevalecer, ainda que essa limitação possa atingir a própria liberdade de não contratar, como ocorre nas hipóteses de contrato obrigatório. Tal princípio desafia a concepção clássica de que os contratantes tudo podem fazer, porque estão no exercício da autonomia da vontade.
3- Condições de validade do contrato
Para que o negócio jurídico produza efeitos, possibilitando a aquisição, modificação ou extinção de direitos, deve preencher certos requisitos, apresentados como os de sua validade. Se os possui, é válido e dele decorrem os mencionados efeitos, almejados pelo agente. Se, porém, falta-lhe um desses requisitos, o negócio é inválido, não produz o efeito jurídico em questão e é nulo ou anulável. Os requisitos ou condições de validade dos contratos são de duas espécies: a) de ordem geral, comuns a todos os atos e negócios jurídicos, como a capacidade do agente, o objeto lícito, possível, determinado ou determinável, e a forma prescrita ou não defesa em lei (CC, art. 104); b) de ordem especial, específico dos contratos: o consentimento recíproco ou acordo de vontades. Os requisitos de validade do contrato podem, assim, ser distribuídos em três grupos: subjetivos, objetivos e formais.
5.1. Requisitos subjetivos
Os requisitos subjetivos consistem: a) na manifestação de duas ou mais vontades e capacidade genérica dos contraentes; b) na aptidão específica para contratar; c) no consentimento.
5.2. Requisitos objetivos
Os requisitos objetivos dizem respeito ao objeto do contrato, que deve ser lícito, possível, determinado ou determinável (CC, art. 104, II). A validade do contrato depende, assim, da:
a ) Licitude de seu objeto — Objeto lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes
b) Possibilidade física ou jurídica do objeto — O objeto deve ser, também, possível
c ) Determinação de seu objeto — O objeto do negócio jurídico deve ser, igualmente, determinado ou determinável
5.3. Requisitos formais
O terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma (forma dat esse rei, ou seja, a forma dá ser às coisas), que é o meio de revelação da vontade. Deve ser a prescrita ou não defesa em lei. “A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”. É nulo o negócio jurídico quando “não revestir a forma prescrita em lei” ou “for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade” (CC, art. 166, IV e V).
6. Princípios fundamentais do direito contratual
O direito contratual rege-se por diversos princípios, alguns tradicionais e outros modernos. Os mais importantes são os: da autonomia da vontade, da supremacia da ordem pública, do consensualismo, da relatividade dos efeitos, da obrigatoriedade, da revisão ou onerosidade excessiva e da boa-fé.
6.1. Princípio da autonomia da vontade
O princípio da autonomia da vontade se alicerça exatamente na ampla liberdade contratual, no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. Têm as partes a faculdade de celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do Estado. Podem celebrar contratos nominados ou fazer combinações, dando origem a contratos inominados.
6.3. Princípio do consensualismo
De acordo com o princípio do consensualismo, basta, para o aperfeiçoamento do contrato, o acordo de vontades, contrapondo-se ao formalismo e ao simbolismo que vigoravam em tempos primitivos. Decorre ele da moderna concepção de que o contrato resulta do consenso, do acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa.
6.4. Princípio da relatividade dos efeitos do contrato
Funda-se tal princípio na ideia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, vinculando-os ao seu conteúdo, não afetando terceiros nem seu patrimônio.
6.5. Princípio da obrigatoriedade dos contratos
O princípio em epígrafe, também denominado princípio da intangibilidade dos contratos, representa a força vinculante das convenções. Daí por que é também chamado de princípio da força vinculante dos contratos. Pelo princípio da autonomia da vontade, ninguém é obrigado a contratar. A ordem jurídica concede a cada um a liberdade de contratar e definir os termos e objeto da avença. Os que o fizerem, porém, sendo o contrato válido e eficaz, devem cumpri-lo, não podendo se forrarem às suas consequências, a não ser com a anuência do outro contraente. Como foram as partes que escolheram os termos do ajuste e a ele se vincularam, não cabe ao juiz preocupar-se com a severidade das cláusulas aceitas, que não podem ser atacadas sob a invocação dos princípios de equidade. O princípio da força obrigatória do contrato significa, em essência, a irreversibilidade da palavra empenhada.
6.6. Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva
Opõe-se tal princípio ao da obrigatoriedade, pois permite aos contraentes recorrerem ao Judiciário, para obterem alteração da convenção e condições mais humanas, em determinadas situações. Originou-se na Idade Média, mediante a constatação, atribuída a Neratius, de que fatores externos podem gerar, quando da execução da avença, uma situação muito diversa da que existia no momento da celebração, onerando excessivamente o devedor.
6.7. Princípio da boa-fé e da probidade
Preceitua o art. 422 do Código Civil: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”. O princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento do contrato. Guarda relação com o princípio de direito segundo o qual ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza. Recomenda ao juiz que presuma a boa-fé, devendo a má-fé, ao contrário, ser provada por quem a alega. Deve este, ao julgar demanda na qual se discuta a relação contratual, dar por pressuposta a boa-fé objetiva, que impõe ao contratante um padrão de conduta, de agir com retidão, ou seja, com probidade, honestidade e lealdade, nos moldes do homem comum, atendidas as peculiaridades dos usos e costumes do lugar.
6.7.4. Suppressio, surrectio e tu quoque
Suppressio:Um direito não exercido durante determinado lapso de tempo não poderá mais sê-lo, por contrariar a boa-fé.
Surrectio: É a outra face da suppressio. Acarreta o nascimento de um direito em razão da continuada prática de certos atos.
Tu quoque: Proíbe que uma pessoa faça contra outra o que não faria contra si mesmo, consistindo em aplicação do mesmo princípio inspirador da exceptio non adimpleti contractus.
Semana 2
2-FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
1-Negociações preliminares
2-Manifestação devontade
3-Proposta(oferta, policitação, oblação)
4-Aceitação
5-Momento da conclusão do contrato
6-Lugar da celebração do contrato
1-Negociações preliminares
Configuram-se as negociações preliminares a partir da aproximação das partes, estabelecendo suas primeiras intenções, investigando vantagens e desvantagens e avaliando a conveniência da futura contratação. Trata-se de fase eventual que pode ter início com a inquirição do preço da coisa ou até mesmo a elaboração de uma minuta. Portanto, é fase que antecede à oferta. As tratativas não foram expressamente previstas pelo Código Civil, justamente porque, em regra, não geram vínculo quanto à futura celebração do contrato definitivo. Excepcionalmente, o rompimento das tratativas pode gerar responsabilidade civil pré-contratual (aquiliana) por violação dos deveres anexos de conduta.
2-Manifestação de vontade
A manifestação da vontade é o primeiro e mais importante requisito de existência do negócio jurídico. A vontade humana se processa inicialmente na mente das pessoas. É o momento subjetivo, psicológico, representado pela própria formação do querer. O
momento objetivo é aquele em que a vontade se revela por meio da declaração. Somente nesta fase ela se torna conhecida e apta a produzir efeitos nas relações jurídicas. Por isso se diz que, em rigor, é a declaração da vontade, e não ela própria, que constitui requisito de existência dos negócios jurídicos e, conseguintemente, dos contratos. A manifestação pode ser expressa ou tácita. Poderá ser tácita quando a lei não exigir que seja expressa (CC, art. 111). Expressa é a exteriorizada verbalmente, por escrito, gesto ou mímica, de forma inequívoca. Algumas vezes a lei exige o consentimento escrito como requisito de validade da avença. Não havendo na lei tal exigência, vale a manifestação tácita, que se infere da conduta do agente.
3-Proposta
“É declaração receptícia de vontade dirigida por uma pessoa a outra (com quem pretende celebrar o contrato), por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar” (Carlos Roberto Gonçalves, 2013, p. 51). A oferta traduz uma vontade definitiva de contratar – art. 427, CC. Trata-se de negócio jurídico unilateral (escrito ou verbal) que deve conter todos os elementos essenciais à formação do negócio proposto para ter força obrigatória.
• Policitante (ofertante, oferente, proponente, solicitante) – aquele que realiza a proposta;
• Oblato (aceitante, policitado, solicitado) – aquele que recebe a proposta.
4-Aceitação
É negócio jurídico unilateral pelo qual alguém concorda com os termos da oferta. Trata-se de direito potestativo do oblato que vincula o proponente a cumprir o que foi ofertado. A aceitação pura e simples faz com que o contrato seja considerado concluído (formado). A aceitação realizada fora do prazo, com adições, restrições ou modificações será considerada contraproposta (art. 431, CC) e, neste caso, os papeis do oblato e do proponente se inverterão. A aceitação pode ser escrita ou verbal; expressa ou tácita. O silêncio (aceitação tácita) do oblato excepcionalmente será considerado aceitação quando (art. 432, CC):
a) O negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa;
b) O proponente tiver dispensado a aceitação expressa.
Não terá força vinculante quando:
a) Embora expedida a tempo, por motivos imprevistos, chegar tarde ao conhecimento do
proponente (art. 430, CC);
b) Antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante (art. 433, CC).
5-Momento da conclusão do contrato
5.1-Entre Presentes
Se o contrato for celebrado entre presentes, a proposta poderá estipular ou não prazo para a aceitação. Se o policitante não estabelecer nenhum prazo, esta deverá ser manifestada imediatamente, sob pena de a oferta perder a força vinculativa. Se, no entanto, a policitação estipulou prazo, a aceitação deverá operarse dentro nele, sob pena de desvincular-se o proponente.
5.2-Entre Ausentes
A dificuldade para se precisar em que momento se deve considerar formado o contrato aparece na avença inter absentes, efetivado por correspondência epistolar (carta ou telegrama) ou telegráfica, com ou sem a intervenção dos serviços de correio. A correspondência pode ser encaminhada pelo próprio interessado ou por alguém contratado para essa tarefa.
6-Lugar da celebração do contrato
Determinar o lugar de formação dos contratos é importante para as situações em que este não coincide com o foro de eleição contratual. O lugar de formação dos contratos é aquele em que se realiza a proposta, conforme disposto no art. 435, CC. A norma contida no art. 435, CC é dispositiva, ou seja, admite previsão em contrário.
Semana 4
Vícios Redibitórios (arts. 441 a 446, CC)
“Vícios redibitórios são defeitos ocultos [recônditos ou não aparentes] existentes na coisa alienada, objeto de contrato comutativo, não comuns às congêneres, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem o valor, de tal modo que o ato negocial não se realizaria se esses defeitos fossem conhecidos, dando ao adquirente ação para redibir o contrato ou para obter abatimento no preço” (GONÇALVES, 2013, p. 106).
É teoria que tem por fundamento:
 A quebra da sinalagma;
 O princípio de garantia da utilidade natural da coisa adquirida;
 O princípio do equilíbrio contratual (equivalência material).
Requisitos:
 O defeito deve prejudicar o uso da coisa ou lhe diminuir sensivelmente o valor;
 O defeito deve ser grave (efetiva inutilidade do objeto);
 O defeito deve ser oculto ou desconhecido do adquirente;
 O defeito deve existir no momento da formação do contrato e perdurar até o momento da
reclamação (art. 444, CC);
 O contrato deve ser comutativo; doação onerosa ou doação remuneratória;
 O contrato deve se referir a obrigação de dar coisa certa.
A teoria dos vícios redibitórios não se aplica aos contratos aleatórios.
A prova da existência do vício e de sua anterioridade à tradição compete ao adquirente. 
Evicção
Evicção vem do latim, evictione, que significa o ato ou efeito de vencer; e de envicere, ser vencido. Evicção é a perda da coisa em virtude de sentença judicial ou ato administrativo que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato. Trata-se de um defeito do direito transmitido (art. 447, CC).
Fundamento jurídico: princípio de garantia (opera ex vi legis); boa-fé e equidade contratual. É cláusula de garantia implícita em todo contrato oneroso.
Personagens:
Alienante: quem transfere o bem;
Evicto: adquirente vencido;
Evictor: terceiro reivindicante.
Requisitos:
 Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa adquirida;
 Onerosidade da aquisição;
 Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa;
 Anterioridade do direito do evictor;
 Privação de direitos sobre a coisa determinada por ato judicial ou ato administrativo;
 Ausência de cláusula excludente de responsabilidade;
 Denunciação da lida ao alienante (arts. 456, CC e 125, II, CPC).
5-CONTRATO PRELIMINAR E EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Contrato preliminar, promessa de contratar, compromisso, pactum de contrahendo, antecontrato, contrato-promessa, contrato preparatório ou pré-contrato. É o instrumento pelo qual as partes se obrigam reciprocamente a concluir um contrato com conteúdo determinado. Cria um futuro contrahere, por isso, representa uma obrigação de fazer. “O contrato preliminar é aquele cujo objeto consiste na celebração de outro contrato (o definitivo)” (COELHO, 2016, p. 95). Assim, seu:
Objeto imediato: é a obrigação de fazer (manifestação de declaração de vontade);
Objeto mediato: é o contrato definitivo.
Contrato preliminar no plano material pode ser:
a) Unilateral: quando apenas uma parte promete a realização do contrato definitivo;
b) Bilateral: quando ambas as partes se comprometem à realização do contrato definitivo.
A promessa de contratar, contida no contrato preliminar, é irrevogável e irretratável, exceto se prevista expressamentecláusula de arrependimento (direito potestativo de retratação, art. 473, CC).
O contrato preliminar deve indicar os elementos mínimos do contrato que se pretende realizar (art. 462, CC).
Para gerar efeitos inter partes não é preciso levar o contrato preliminar a registro.
Para gerar efeitos com relação a terceiros é preciso que o contrato preliminar tenha sido registrado (art. 463, parágrafo único, CC).
Contrato preliminar pode ser:
a) Oneroso: quando fixa uma contraprestação;
b) Gratuito: quando não fixa nenhum tipo de contraprestação.
Realizado o contrato preliminar, havendo implemento do termo ou da condição, qualquer das partes poderá exigir a celebração do contrato definitivo (tutela específica), desde que nele não conste cláusula de arrependimento. O contrato definitivo deverá ser realizado em um prazo razoável (art. 463, CC).
Esgotado o prazo assinado ao promitente para que efetive o contrato definitivo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser à natureza da obrigação (art. 464, CC). No entanto, caso a execução específica não seja de interesse do credor ou se a isso se opuser a natureza da obrigação, o credor poderá pleitear perdas e danos (art. 465, CC).
Extinção do contrato
A extinção dá-se, em regra, pela execução, seja instantânea, diferida ou continuada. O cumprimento da prestação libera o devedor e satisfaz o credor. Este é o meio normal de extinção do contrato.Algumas vezes o contrato se extingue sem ter alcançado o seu fim, ou seja, sem que as obrigações tenham sido cumpridas. Várias causas acarretam essa extinção anormal. Algumas são anteriores ou contemporâneas à formação do contrato; outras, supervenientes.
Resilição é forma de extinção dos contratos por simples declaração de vontade
Resolução: é a extinção do contrato por:
a) Inadimplemento fortuito (involuntário): decorre de caso fortuito ou força maior conforme as regras dos arts. 393 e 399, CC. Em regra gera, efeitos ex tunc.
b) Inadimplemento voluntário: decorre de ato voluntário e uma ou de ambas as partes contratantes.
7-TROCA OU PERMUTA (art. 533, CC)
Arnaldo Rizzardo (2010, p. 431)ensina que “define-se troca ou permuta como o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja dinheiro”.
Sua natureza é a mesma da compra e venda, mas suas prestações são sempre em espécie.
É contrato:
 Bilateral;
 Oneroso;
 Comutativo;
 Consensual.
Será solene quando tiver por objeto bem imóvel com valor superior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente no país (art. 108, CC).
Por ser considerado forma de alienação, exige-se que os permutantes sejam donos da coisa e que esta seja suscetível de venda.
Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, exceto art. 533, CC:
I. Salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade das despesas do instrumento de troca;
II. É anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes sem o consentimento dos outros descendentes e do cônjuge meeiro, quando o objeto pertencente ao ascendente for mais valioso.
Ao contrato de troca aplicam-se as teorias dos vícios redibitórios e da evicção.
Estimatório (arts. 534 a 537, CC)
“Denomina-se contrato estimatório o contrato em que alguém recebe um ou mais bens móveis, ficando autorizado a vendê-los, e devendo pagar um preço previamente estimado, caso não restitua as coisas dentro do prazo estipulado”. (RIZZARDO, 2010, p. 433) É contrato de natureza mercantil.
Conceito contido no art. 534, CC (novidade do Código Civil de 2002).
Partes:
Consignante (tradens): é aquele que entrega o bem;
Consignatário (accipiens): é aquele que recebe o bem.
É contrato:
 Real;
 Bilateral;
 Oneroso;
 Comutativo.
Características:
I. Exige a entrega da coisa;
II. A coisa deve ser um bem móvel;
III. Acarreta a obrigação do consignatário de restituir o bem ou pagar o preço;
IV. O preço é elemento essencial e deve ser previamente estimado pelas partes;
V. É contrato a termo;
VI. Transfere ao consignatário a disponibilidade da coisa.
8-CONTRATO DE DOAÇÃO
Doação, segundo o art. 538, CC, é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. É, portanto ato inter vivos.
O Código Civil adotou a concepção contratualista.
Partes:
Doador: quem realiza o ato de liberalidade, transferindo bens de seu patrimônio;
Donatário: quem recebe a doação.
A doação é contrato:
Consensual;
Em regra gratuito, mas excepcionalmente admite a onerosidade;
Unilateral;
Formal (exige forma escrita, art. 541, CC; exceto as doações de bens móveis de pequeno valor que podem ser verbais) Inter vivos.
Podem ser objeto do contrato de doação: bens móveis ou imóveis; fungíveis ou infungíveis; corpóreos ou incorpóreos.
A aceitação exige aceitação do donatário.
A aceitação da doação pode ser:
a) Express: pode ser escrita, verbal ou gestual;
b) Tácita: revela-se a partir de um comportamento do donatário;
c) Presumida: decorre de presunções estabelecidas pela lei – ex. arts. 539 e 546,CC;.
d) Ficta: decorre da doação feita a incapaz, conforme art. 543, CC.
Doação pura e simples (típica ou vere et absoluta)
Ocorre quando o ato não está subordinado a nenhum elemento eficacial (termo, condição ou encargo).
Doação onerosa (modal, com encargo, gravada)
Ocorre quando o doador impõe ao beneficiário um dever que pode decorrer de um encargo ou de uma condição suspensiva. Trata-se, portanto, de doação onerosa. O encargo pode ser estabelecido em favor do próprio doador; de terceiros ou de interesse geral (art. 553, CC). O cumprimento do encargo pode ser exigido judicialmente, sob pena de seu descumprimento acarretar a revogação da doação (art. 562, CC).
Doação remuneratória
Ocorre quando a liberalidade é realizada em retribuição de serviços prestados e cujo pagamento não pode ser exigido pelo donatário (art. 540, CC).
Doação mista Decorre de liberalidade inserida em alguma modalidade diversa de contrato. 
Doação em contemplação de merecimento (contemplativa ou meritória) Ocorre quando o doador menciona expressamente o motivo da liberalidade (não tendo por pressuposto um favor ou serviço) (art. 540, CC).
 Doação feita ao nascituro É doação cujos efeitos estão condicionados ao nascimento com vida (art. 542, CC). A aceitação será realizada pelo representante legal do nascituro. 
Doação em forma de subvenção periódica É forma de constituição de auxílio pecuniário estabelecido como favor pessoal ao donatário e cujo pagamento cessará com a morte do doador, salvo estipulação expressa em contrário (art. 545, CC). 
Doação em contemplação de casamento futuro Ocorre em benefício do donatário que casar (civilmente) com certa e determinada pessoa. Pode ser feita pelos nubentes ou por terceiros, a um dos nubentes ou a ambos (art. 546, CC). A doação ficará sem efeito apenas se o casamento não se realizar. 
Doação entre cônjuges É realizada após o casamento e importa adiantamento da legítima (art. 544, CC). Não pode ser feita por pessoas casadas no regime de separação obrigatória de bens, quando os bens pertencerem exclusivamente ao patrimônio particular de um dos cônjuges. 
Doação conjuntiva Ocorre quando a doação é feita em comum a várias pessoas (art. 551, CC). Não havendo disposição em contrário, presumem-se as quotas proporcionais. Pode o doador estabelecer que, no caso de morte de um dos donatários, a sua cota seja acrescentada a dos demais. Se os donatários forem casados entre si a regra é o direito de acrescer à cota do sobrevivo, salvo disposição expressa em contrário.
 Doação de ascendentes a descendentes A doação de ascendente a descendente importa adiantamento de legítima e, por isso, não exige autorização dos demais descendentes ou cônjuges (art. 544, CC). 
Doação conjuntiva Ocorre quando a doação é feita em comum a várias pessoas (art. 551, CC). Não havendo disposição em contrário, presumem-se as quotasproporcionais. Pode o doador estabelecer que, no caso de morte de um dos donatários, a sua cota seja acrescentada a dos demais. Se os donatários forem casados entre si a regra é o direito de acrescer à cota do sobrevivo, salvo disposição expressa em contrário.
 Doação de ascendentes a descendentes A doação de ascendente a descendente importa adiantamento de legítima e, por isso, não exige autorização dos demais descendentes ou cônjuges (art. 544, CC). 
Doação com cláusula de reversão ou de retorno Ocorre quando o doador estabelece expressamente que o bem deverá retornar ao seu patrimônio caso o donatário faleça antes (art. 547, CC). Trata-se de condição resolutiva expressa. É hipótese típica de doação intuitu personae. 
Doação manual É a doação de bens móveis de pequeno valor (art. 541, parágrafo único, CC). Pode ser realizada verbalmente, desde que lhe siga imediatamente a entrega do bem.
 Doação a entidade futura A doação à entidade futura (pessoa jurídica) caducará em 2anos se esta não for regularmente constituída (art. 554, CC). 
Doação inoficiosa Excede o limite que o doador, no momento em que realizou a liberalidade, podia dispor em testamento (art. 549, CC). Fundamento: proteção da legítima dos herdeiros necessários (art. 1846, CC). A parte que ultrapassar o limite será considerada nula (ação de redução). 
Limitações à doação: 
I.São vedadas as doações pelo devedor já insolvente ou por ela reduzido à insolvência (art. 158, CC – fraude contra credores); 
II.São nulas as doações inoficiosas; 
III.São nulas as doações de todos os bens sem reserva do necessário à própria subsistência (doação universa, art. 548, CC); 
IV.São anuláveis as doações do cônjuge adúltero ao cúmplice de adultério (art. 550, CC); 
V.O menor de idade (não emancipado) não pode doar, mas se autorizado a casar poderá fazer doações ao nubente no pacto antenupcial (com aprovação do representante legal). 
Revogação da doação
A revogação da doação é direito potestativo do doador, mas só pode ser realizada se verificadas as
causas expressas em lei.
São causas de revogação:
I. As causas comuns da todos os contratos, como os vícios do consentimento (art. 541, CC);
II. Por descumprimento de encargo (art. 555, CC);
III. Por ingratidão do donatário (art. 555, CC).
Ingratidão do donatário São causas de ingratidão do donatário (art. 557, CC): 
I.Se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu homicídio doloso, independente de prévia condenação criminal; 
II.Se o donatário cometeu ofensa física contra o doador; 
III.Se o donatário injuriou gravemente ou caluniou o doador; 
IV.Se o donatário, podendo ministrar alimentos necessários ao doador, recusou-se a fazê-lo injustificadamente. Quanto o ofendido for cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do doador este também poderá revogar a doação (art. 558, CC). A revogação é direito potestativo doador, por isso, não pode ser previamente renunciada (art. 556, CC). 
O pedido de revogação deve ser proposto no prazo de 1 ano a contar do conhecimento do fato pelo doador, e de ter sido o donatário o autor do fato (art. 559, CC). No caso de homicídio do doador, terão legitimidade para propor a ação os seus herdeiros (art. 561, CC). A revogação gera efeitos ex tunc (art. 563, CC). Não se revoga por ingratidão (art. 564, CC): 
I.A doação puramente remuneratória; 
II.A doação modal com encargo já cumprido; 
III.A doação feita em cumprimento de obrigação natural. 
IV.A doação feita para determinado casamento. 
Semana 9
Contrato de Locação de Coisas
 
•Locação Em um só conceito, o de locatio conductio, os romanos disciplinaram três espécies de contrato: locatio conductio rerum (locação de coisas); locatio conductio operarum (locação de serviços); locatio conductio operis (empreitada). Sob sua influência, muitos códigos do século passado, inclusive o CC/16, mantiveram essa unidade conceitual. Washington de Barros elaborou um conceito que abrange as três espécies: “a locação é o contrato pelo qual uma das partes, mediante remuneração que a outra se obriga a pagar, se compromete a fornecer-lhe ou a procurar-lhe, durante certo tempo, o uso e gozo de uma coisa (locação de coisa), a prestação de um serviço (locação de serviço) ou a execução de um trabalho determinado (empreitada). Os códigos modernos repelem a divisão feita pelo CC/16 tratando de forma autônoma os contratos de prestação de serviços, de trabalho (contrato de trabalho e contrato de prestação de serviços), de empreitada (refere-se apenas à construção), de agência e de transporte, reservando a palavra locação para designar unicamente o contrato que se destina a proporcionar a alguém o uso e o gozo temporários de uma coisa infungível, mediante contraprestação pecuniária. 
•Locação de coisas (arts. 565 a 578, CC) Segundo o art. 565, CC, na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição. Partes: Locador, senhorio ou arrendador: aquele que entrega o uso e gozo de coisa (proprietário ou possuidor); Locatário, inquilino, arrendatário: aquele que recebe a coisa para uso e gozo e posterior restituidor. É contrato: 
Oneroso; 
Comutativo; 
Bilateral; 
Consensual; 
Não solene; 
Impessoal (em regra); 
De trato sucessivo ou de execução continuada. 
Elementos do contrato de locação: 
I.Objeto: coisa móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo, mas infungível e inconsumível. 
oA coisa pode ser locada por inteiro ou por frações; 
oA locação de bens imóveis urbanos residenciais e comerciais continua sendo regida pela Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91); 
oA locação de imóveis rurais rege-se pelo Estatuto da Terra (Lei nº 4.505/64) – arrendamento rural. 
II.Preço, renda ou aluguel: fixado pelas partes ou por arbitramento administrativo ou judicial, ou ainda determinado por ato governamental. 
oNão pode o preço ficar ao livre arbítrio de uma das partes; 
oO preço deve ser sério e real; determinado ou determinável; 
oVia de regra o pagamento deve ser feito em dinheiro, mas nada impede outro tipo de prestação; 
oO pagamento pode ser fixado por semana, quinzena ou ano, mas nada impede que se estabeleça um único pagamento; 
oO preço é devido ao locador pelo período em que a coisa permanecer à disposição do locatário. 
Elementos do contrato de locação: 
III. Consentimento: pode ser expresso ou tácito. 
oO locador não precisa ser o proprietário do bem; 
oÉ capaz de locar quem tem poderes de administração; 
oO condômino, não pode, dar sozinho em locação a coisa comum, porque dela somente possui parte ideal (arts. 1.314 e 1.323, CC). IV. O Código Civil não estabeleceu limite temporal para o contrato de locação, podendo ser por tempo determinado ou indeterminado. 
oArt. 571, CC – havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do vencimento não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário as perdas e os danos resultantes, nem o locatário poderá devolvê-la ao locador, senão pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato; 
oO locatário tem direito de retenção enquanto não for ressarcido; 
oA locação por prazo determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado – art. 573, CC; 
oSe o locatário continuar na posse do bem, sem oposição do locador, presumir-se-á prorrogado sem prazo, pelo mesmo aluguel (art. 574, CC). 
oO locatário notificado que não restitui o bem pagará, enquanto o tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar e responderá pelos danos que ele venha a sofrer, mesmo que decorrentes de caso fortuito e força maior (art. 575, CC). 
oEnunciado n. 180, III Jornada de Direito Civil: Arts. 575 e 582: A regra do parágrafo único do art. 575 do novo CC, que autoriza a limitação pelo juiz do aluguel-pena arbitrado pelo locador, aplica-se também ao aluguel arbitrado pelo comodante, autorizado pelo art. 582, 2ª. parte, do novo CC. 
Regras gerais: 
I.No silêncio do contrato, a dívida é quesível (querable) o pagamento se dá no domicíliodo devedor (art. 327, CC). 
II.Art. 567, CC – se a coisa locada se deteriorar sem culpa do locatário, poderá este pedir redução proporcional do aluguel ou resolver o contrato, caso deixe de servir aos fins a que se destina. 
III.Art. 571, CC – é permitido ao locador reaver a coisa alugada antes do vencimento do prazo, desde que o locatário seja ressarcido das perdas e danos resultantes. O locatário terá direito de retenção enquanto não for ressarcido. 
IV.Art. 572, CC – se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar, constituir indenização excessiva, será facultado ao juiz fixá-la em bases razoáveis. 
V.Art. 576, CC – se a coisa for alienada durante a locação o adquirente não precisará dar continuidade ao contrato de locação se nele não tiver sido consignada cláusula de sua vigência no caso de alienação e registro no Cartório de Títulos e Documentos. 
VI. Art. 577, CC – a morte de qualquer das partes transfere o contrato aos seus herdeiros se a locação for por prazo determinado. 
VII. Art. 578, CC – o locatário tem direito à indenização das benfeitorias necessárias, salvo disposição em contrário. No caso das benfeitorias úteis só terá direito à indenização se houver realizado com o consentimento expresso do locador.
Obrigações do locador 
I.Entregar ao locatário a coisa alugada – art. 566, CC. 
oA entrega da coisa deve ser feita com os acessórios, salvo disposição expressa em contrário; 
oSe a coisa foi entregue sem qualquer reclamação, presume-se que foi recebida em ordem pelo locatário. 
II.Manter a coisa no mesmo estado, pelo tempo do contrato, salvo convenção expressa em contrário – art. 566, CC. 
III.Garantir o uso pacífico da coisa – art. 566, CC. Deve o locador abster-se da prática de qualquer ato que possa perturbar o uso e gozo da coisa, como também resguardar o locatário contra embaraços e turbações de terceiros (art. 568, CC). Cumpre ao locatário afastar, por seus próprios meios, as perturbações decorrentes de atos de vizinhos, colocatários ou terceiros, salvo, quanto a estes, se a pretensão estiver fundada em direito sobre a coisa alugada. O locador responde pelos vícios e defeitos ocultos da coisa locada anteriores à locação (art. 568, CC). 
Obrigações do locatário 
I.Servir-se da coisa para os usos convencionados – art. 569, CC. 
oO emprego da coisa em uso diverso ou de forma abusiva a ponto de danificá-la autoriza o locador a resolver o contrato, bem como, a exigir perdas e danos (art. 570, CC). 
II.Tratar a coisa como se sua fosse. 
III.Pagar o aluguel no prazo ajustado e não havendo prazo conforme os usos e costumes do lugar. 
oPode ser convencionado que também seja dever do locatário pagar os respectivos impostos e taxas. 
IV.Restituir o bem, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvo as deteriorações naturais. 
V.Levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros fundadas em direito – art. 568, CC. 
Semana 10
Contrato de Fiança 
•Fiança (arts. 818 a 839, CC) Fiança é termo que provém do latim: fido, fidis, fidere, fisus, fisum, que significa ter confiança em, confiar em, fiar-se em, contar com, garantir, abonar, fiar a obrigação alheia... A fiança é contrato acessório (art. 824, CC) e subsidiário que expressa uma garantia fidejussória ou pessoal (espécie do gênero caução). Segundo o art. 818, CC, fiança é o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a pagar ao credor o que a este deva um terceiro. O fiador, portanto, é terceiro estranho à relação obrigacional que se obriga perante o credor (arts. 820 e 825, CC), garantindo com todo o seu patrimônio, a satisfação do crédito, caso não seja a prestação realizada pelo devedor. Fiador: quem oferece o seu patrimônio em garantia (terceiro interessado); Credor: sujeito ativo da obrigação; Devedor (afiançado): sujeito passivo da obrigação. 
A fiança é contrato: 
Consensual; 
Unilateral; 
Formal (art. 819, CC); 
Gratuito ou benéfico (em regra); 
Sendo interpretada restritivamente não se pode aumentar as obrigações do fiador sem sua expressa anuência (Súmula n. 214, STJ); 
Intuitu personae. Espécies de fiança: 
Convencional: resulta de acordo de vontades (art. 820, CC); 
Legal: resulta de determinação legal (ex.: art. 1.400, CC); 
Judicial: resulta de determinação do juiz (ex.: art. 559, CPC); 
Fiscal: prevista no art. 4º., II, Lei n. 6.830/80; 
Bancária: prevista no art. 9º., II, Lei n. 6.830/80; 
Criminal: prestada em decorrência de certas infrações criminais, servindo de garantidora do direito à liberdade do acusado (até o trânsito em julgado da sentença condenatória). 
Regras gerais: 
Não havendo estipulação em contrário a fiança garante o principal com todos os seus acessórios (art. 822, CC); 
A fiança pode ser pura e simples, condicional ou a termo e pode ser dada em qualquer espécie contratual; 
A fiança pode garantir obrigações presentes ou dívidas futuras (art. 821, CC); 
Sendo o fiador indicado pelo devedor, o credor não é obrigado a aceitá-lo se considerar não ser pessoa idônea (moral e/ou financeira); domiciliada no município onde tenha que prestar a fiança; ou não possua bens suficientes para cumprir a obrigação (art. 825, CC); 
Se o fiador tiver sido indicado pelo devedor, o credor tem o direito de exigir a sua substituição, quando este, depois de celebrado o contrato, se tornar insolvente ou incapaz (art. 826, CC); 
O valor da fiança não pode exceder o da obrigação principal (art. 823, CC). 
Regras de capacidade e de legitimação: 
Sendo negócio jurídico exige-se capacidade de fato do fiador. No entanto, o maior de 16 e menor de 18 anos poderá confirmar fiança eventualmente prestada com o advento de sua maioridade; 
A fiança prestada por representande ou diretor de pessoa jurídica será válida se este tiver poderes para tanto no estatuto ou no contrato social; 
O mandatário só pode prestar fiança em nome do mandante se tiver poderes especiais para tanto; 
O pródigo não pode prestar fiança (art. 1.782, CC); 
As pessoas casadas, exceto no regime de separação absoluta de bens, não podem prestar fiança sem o consentimento do outro cônjuge (art. 1.647, III, CC, Súmula n. 332, STJ e Enunciados n. 114 e 132, I Jornada de Direito Civil); 
Sendo prestada em nome de sociedade empresária o sócio casado não precisa de anuência do cônjuge. No entanto, sendo empresário individual a anuência será necessária; 
Agentes fiscais, tesoureiros, leiloeiros, em razão de suas funções não podem prestar fiança; 
Tutores e curadores não podem prestar fiança em nome de seus tutelados e curatelados. 
A fiança será nula se: 
a.prestada em garantia de liberalidade a quem não pode receber; 
b.se prestada ao falido em vantagem de um só dos credores; 
c.se prestada para garantir um contrato qualquer entre pessoas que por lei não possam contratar entre si; 
d.se prestada por prestação diferente da que envolve a obrigação principal; 
e.se prestada por fato ilícito, salvo se se refere às indenizações do dano que dele decorre. 
Direitos e deveres do fiador 
O fiador, ao conceder a fiança, assume a obrigação de pagar a dívida do devedor se este não o fizer no tempo e na forma devidos; 
Poderá o fiador, quando demandado, invocar até a contestação da lide o benefício de ordem ou de excussão (meio de defesa patrimonial), exigindo que sejam primeiro executados os bens do devedor. Para tanto deverá indicar bens do devedor livres e desembaraçados, situados no mesmo município e suficientes para a quitação do débito (art. 827, CC). No entanto, não poderá invocar o benefício de ordem se (art. 828, CC): 
I.Renunciou ao benefício expressamente; 
II.Se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário; 
III.Se o devedor for insolvente. 
Art. 839, CC: “se for invocado o benefício de excussão e o devedor, retardando-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado o fiador que o invocou se provar que os bens por eles indicados eram, ao tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada”; 
O fiador demandado pode opor ao credor as suas exceçõespessoais e as materiais que competiam ao devedor principal (art. 837, CC); 
A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa implica solidariedade entre todos os fiadores, salvo benefício de divisão estabelecido expressamente (arts. 829 e 830, CC); 
O fiador da fiança prestada com prazo determinado não pode pretender se exonerar dela antes do advento do termo. No entanto, se prestada sem prazo determinado poderá o fiador dela se exonerar a qualquer tempo, ficando obrigado por seus efeitos por 60 dias após a notificação do credor (art. 835, CC). 
O fiador que paga a dívida sub-roga-se nos direitos do credor na medida de seu desembolso (art. 849, CC); 
O devedor responderá ao fiador que solveu a dívida por todas as perdas e danos decorrentes da fiança (art. 832, CC); 
O fiador que pagou a dívida terá direito ao juros do desembolso (art. 833, CC). 
O fiador, mesmo que solidário, ficará desobrigado da fiança (art. 838, CC): 
a.se sem o seu consentimento o credor concedeu moratória ao devedor; 
b.se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos direitos e preferências; 
c.se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente objeto diverso do devido. 
A obrigação do fiador passa aos seus herdeiros pelo tempo em que vivo era aquele e limitada às forças da herança (art. 836, CC). 
Semana 12
Depósito (Arts. 627 a 652, CC) 
“É contrato segundo o qual uma pessoa confia a outra a guarda de objeto móvel, obrigando-se a segunda à restituição quando reclamado” (RIZZARDO, 2013, p. 651). 
A palavra depósito expressa não apenas o contrato propriamente dito, mas igualmente a coisa depositada ou o objeto do contrato. É contrato: 
•Real 
•Bilateral 
•Temporário 
•Em regra gratuito, salvo estipulação em contrário ou se resultante de ato praticado por profissão (art. 628, CC) 
•Em regra intuitu personae. 
Partes: 
•Depositante: quem entrega o bem para ser guardado. 
•Depositário: quem recebe o bem para guardar (mero detentor precário da coisa). 
Elementos essenciais do contrato de depósito: 
I. Entrega da coisa pelo depositante ao depositário (contrato de natureza real).
 II. Bem móvel, fungível ou infungível.
 III. Guarda do bem. IV. Em regra é contrato intuitu personae, pois o exercício da guarda deve ser realizado pelo depositário. Mas não há vedação de delegação (salvo expressa proibição contratual). 
•Em regra, o depositário não pode fazer uso da coisa, salvo se para tanto tiver expressa autorização (art. 640, CC = licença de uso). 
V. Restituição da coisa. 
•O depositário deve devolver o bem tão logo seja reclamado (é irrelevante se há prazo contratual ou não). 
•Só em casos especiais a devolução pode ser dispensada: quando o objeto for judicialmente embargado; quando sobre ele pender execução notificada ao depositário; se este tiver motivo razoável para suspeitar que a coisa foi furtada ou roubada; ou quando o depósito se fundou noutro depósito, conforme arts. 633 e 368, CC. 
Classificação do contrato de depósito: 
I. Depósito voluntário: decorre de livre acordo de vontades – art. 627, CC. II. Depósito necessário: realiza-se no desempenho de obrigação imposta por lei, conforme artigos: 
•Art. 647, CC – é depósito necessário: 
O que se faz em desempenho de obrigação legal; 
O que se efetua por ocasião de alguma calamidade (depósito miserável), como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque. 
•Art. 649, CC – o depósito de bagagens dos viajantes ou hóspedes de hospedarias se equipara ao depósito necessário. 
•Art. 651, CC – o depósito necessário não se presume gratuito, mas no caso do depósito de bagagens o preço está incluído no preço da hospedagem. 
Cessa a responsabilidade dos hospedeiros se provarem que os fatos prejudiciais não poderiam ter sido evitados (art. 651, CC). 
Quando decorrente de lei, o depósito necessário segue a lei que o prevê, ou na ausência de disposição, pelas regras do depósito voluntário – art. 648, CC. 
III. Depósito gratuito: o depositário realiza o ato de guarda independente de remuneração (contrato de favor). 
IV. Depósito oneroso: decorre de expressa convenção entre as partes. 
Se a pessoa exerce a profissão de depositário, ou possui prédios destinados à guarda de bens, a onerosidade se presume – art. 628, CC (exceto o depósito de bagagens). 
Se o depósito for oneroso e a retribuição não constar em lei ou não for estabelecida pelas partes, será determinada pelos usos do lugar e, na falta destes, por arbitramento. 
V. Depósito regular ou ordinário: tem por objeto coisas infungíveis ou inconsumíveis.
 VI. Depósito irregular: tem por objeto coisas fungíveis ou consumíveis. O depositário deve restituir mesmo gênero, qualidade e quantidade. 
Ao depósito irregular aplicam-se às regras do mútuo (art. 645, CC). 
VII. Depósito mercantil: é o depósito feito por causa proveniente do comércio, em poder do comerciante ou por conta do comerciante. É tipicamente oneroso.
 VIII. Depósito judicial: realiza-se por meio de arresto, sequestro, penhora. Lembre-se: é ilícita a prisão do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito! (Súmula Vinculante n. 25, STF). 
Forma do contrato de depósito: 
•O depósito voluntário prova-se por escrito (art. 646, CC). 
•O depósito necessário admite qualquer meio de prova (art. 648, parágrafo único, CC). 
•O depósito judicial se demonstra com o termo assinado pelo depositário no documento em que é lavrado. 
Obrigações do depositário: 
•Guarda e conservação da coisa (art. 629, CC). 
•Mesmo cuidado e diligência que teria se a coisa fosse sua (art. 629, CC). 
•Restituir a coisa assim que for solicitado (art. 629, CC). Exceções: art. 644, CC (direito de retenção); art. 634, CC (se houver motivo razoável para suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida, caso em que, expondo o fundamento da suspeita, promoverá o recolhimento do objeto ao depósito público). 
•Restituição da coisa com todos os seus frutos e acrescidos (art. 629, CC). 
•Se o depósito foi entregue fechado, colado, selado ou lacrado, nesse mesmo estado deve ser mantido e restituído (art. 630, CC). 
•Restituir a coisa no lugar em que tiver de ser guardada, salvo estipulação em contrário (art. 631, CC). 
Obrigações do depositante: 
•Pagar o preço, sendo o depósito oneroso. 
O depositário poderá reter o depósito até que lhe seja paga a retribuição devida, as despesas líquidas ou prejuízos devidamente demonstrados (art. 644, CC). 
•Pagar as despesas feitas com a guarda e conservação da coisa e eventuais prejuízos dela resultante (art. 643, CC). 
•Arcar com as despesas de restituição do bem (art. 631, CC). 
Regras gerais: 
•Art. 632, CC – feito o depósito no interesse de terceiro, a restituição se fará ao depositante com o consentimento do terceiro. 
Havendo vários depositantes: 
•Se a coisa for divisível e não houver solidariedade – cada um só pode exigir e receber sua quota (arts. 257 e 639, CC). 
•Se a coisa é indivisível e não houver solidariedade – a coisa pode ser entregue a um dos depositantes com caução de ratificação dos demais; ou a todos conjuntamente (art. 260, CC). 
•Havendo solidariedade qualquer um dos codepositantes poderá receber a coisa (art. 269, CC). 
•Art. 636, CC – o depositário que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhe as ações, que no caso tiver contra terceiro responsável pela restituição da primeira. 
Regras gerais: 
•Em regra, o depositário não responde pelo perecimento da coisa, resultante de caso fortuito ou força maior, devidamente demonstrados (art. 642, CC). 
•O depositário pode requerer o depósito judicial da coisa quando, por motivo plausível, não mais a possa guardar e o depositante não a possa receber (art. 635, CC). 
•Apurando-se culpa do depositário, obriga-se ele a indenizar o depositante com o equivalente ao depósito. 
•Art. 637, CC – o herdeiro do depositário, que de boa-fé vendeu a coisa depositada, é obrigado a assistir o depositantena reivindicação, e a restituir ao comprador o preço recebido. A obrigação de restituir a coisa, portanto, passa ao herdeiro do depositário. 
Se o desvio for de má-fé, incorre o herdeiro na responsabilidade combinada ao depositário infiel, suportando, inclusive, perdas e danos. 
Art. 641, CC – se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos bens imediatamente diligenciará em restituir a coisa depositada e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá a nomeação de outro depositário. 
Causas de extinção do contrato: 
•Resilição unilateral pelo depositante (independente de prazo pré-fixado - art. 629, CC). 
•Resilição unilateral pelo depositário – exige motivo plausível – art. 635, CC. 
•Perecimento da coisa – art. 642, CC. 
•Capacidade superveniente do depositário - art. 640, CC. 
•Morte do depositário em contrato intutiu personae. 
•Decurso de prazo. 
Semana 13
Prestação de serviço (arts. 593 a 609, CC) 
Prestação de serviço é toda espécie de serviço ou trabalho, lícito, material ou imaterial, contratada mediante remuneração (art. 594, CC). No Direito Romano e no CC/1916, era tratada como forma de locação (locatio conductio operarum). 
Atualmente, as regras do Código Civil são meramente residuais (art. 593, CC), pois a maioria dos contratos de prestação de serviços se subordina ou às normas de Direito do Trabalho ou às normas de Direito do Consumidor. É contrato: 
•Oneroso (remuneração pecuniária); 
•Bilateral; 
•Consensual; 
•Não solene – mas se qualquer das partes não souber ler, nem escrever, havendo instrumento de contrato este deverá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas (art. 595, CC). 
Partes: 
•Prestador: aquele que oferece o serviço; 
•Tomador (dono do serviço): aquele que contrata o serviço 
Regras gerais: 
•Não sendo o prestador contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições – art. 601, CC. 
•A gratuidade na prestação de serviços não se presume, mas, no entanto, não é incompatível com essa espécie de contrato. Mas, só valerá se expressamente ajustada e se não configurar abuso ou má-fé. 
Enunciado n 541, VI Jornada de Direito Civil: o contrato de prestação de serviço pode ser gratuito. 
•Na ausência de estipulação e não chegando em um acordo, a retribuição será fixada por arbitramento, segundo o costume do lugar, tempo do serviço e qualidade – art. 596, CC. 
•A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção ou costume, não houver de ser adiantada ou paga em prestações – art. 597, CC. 
Sendo em prestações o tomador terá o direito de suspender o pagamento, provando que o prestador não deu início ao serviço independente de não estar fixado o prazo para a entrega da obra. 
A prestação de serviços em regra contém obrigação de meio. 
•A obrigação de fazer assumida pelo prestador não pode ser transmitida a terceiro sem anuência da outra parte; sendo a recíproca também verdadeira (art. 605, CC). 
•Art. 606, CC – se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas, se deste serviço resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé. 
•Art. 608, CC – aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos. 
Duração do contrato 
•Quando o contrato for celebrado sem prazo determinado e não se puder aferi-lo dos costumes do lugar a resilição unilateral deverá observar o aviso prévio nos seguintes prazos (art. 599, CC): 
Com antecedência de 8 dias se o salário se houver fixado por tempo de um mês ou mais; 
Com antecipação de 4 dias se o salário se tiver ajustado por semana ou quinzena; 
Na véspera, quando se tenha contratado por menos de 7 dias; 
A inobservância do aviso prévio pode gerar o direito a perdas e danos pela parte prejudicada; 
Havendo justa causa, o aviso prévio é dispensado. 
•Para evitar prestações de serviço por tempo demasiado longo, o que caracterizaria forma de escravidão, o tempo de duração do contrato é limitado em quatro anos, no máximo, ainda que não concluída a obra – art. 598, CC. 
No entanto, a lei permite que findo o prazo e por livre acordo das partes, o contrato seja renovado por igual período tantas vezes quantas concordarem os contratantes. 
O contrato celebrado com prazo superior a quatro anos não é nulo, mas o prazo poderá ser reduzido pelo juiz ao máximo legal. 
Art. 600, CC – não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço, por culpa sua, deixou de servir. É dispositivo que tem aplicação nos casos em que o prestador de serviços se ausenta, por deliberação própria e alheia aos interesses do dono do serviço. 
Art. 602, CC – proíbe no contrato por tempo certo ou por obra determinada, que o prestador de serviço denuncie imotivadamente, ausentando-se ou despedindo-se antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra. 
Art. 603, CC – se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato. 
Art. 607, CC – também é causa de extinção do contrato o fim do prazo ajustado pelas partes ou previsto em lei. 
•Art. 607, CC – sendo intuitu personae o contrato de prestação de serviços se extingue com a morte de qualquer dos contratantes. 
•Art. 607, CC – o contrato pode ser extinto por resilição unilateral, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação da prestação por caso fortuito ou força maior. 
Duração do contrato Prestação de serviço (arts. 593 a 609, CC) 
•O elenco do art. 607, CC é meramente exemplificativo. 
•Art. 609, CC – a alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços se opera, não importa a rescisão do contrato, salvo ao prestador opção entre continuá-lo com o adquirente da propriedade ou com o primitivo contratante. 
•Art. 604, CC – findo o contrato, o prestador de serviço tem direito de exigir da outra parte a declaração de que o contrato está findo, cabendo-lhe o direito mesmo se for despedido sem justa causa, ou se tiver havido motivo justo para deixar o serviço.

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