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CONCEITOS E DIFERENÇAS ENTRE RECREAÇÃO, LAZER, JOGO E BRINCADEIRA

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CONCEITOS E DIFERENÇAS ENTRE RECREAÇÃO, LAZER, JOGO E 
BRINCADEIRA* 
 
Júlio Oliveira de Lima** 
 
RESUMO 
 
Alguns autores utilizam as expressões recreação, lazer, jogo e brincadeira 
como se fossem sinônimos. Para vários autores, recreação, lazer, jogo e 
brincadeira resultam num processo criativo para modificar, imaginariamente, a 
realidade e o presente. É difícil estabelecer se uma atividade recreativa é um 
lazer, um jogo ou uma brincadeira. Para classificá-la, é necessário analisar 
como esta atividade será desenvolvida e assim chega a uma conclusão. Neste 
sentido, este estudo procurou identificar através de uma revisão de literatura a 
posição de diversos autores no que diz respeito a esta diferenciação entre 
recreação, lazer, jogo e brincadeira. A importância de se identificar esta 
diferença, é que de acordo com o público alvo e/ou com a faixa etária que se 
pretende trabalhar, pode-se escolher os tipos de atividades que serão 
empregadas. Constatou-se ainda que o próprio profissional de educação física 
pode utilizar uma mesma atividade em forma de recreação, lazer, jogo ou 
brincadeira, adaptando-a ao público-alvo. 
 
Palavras-chave: Recreação, Lazer, Jogo e Brincadeira. 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem como objetivo analisar alguns dos diversos 
conceitos existentes sobre os temas abordados que são a recreação, o lazer, o 
jogo e a brincadeira. Desta forma deixando de forma clara e concreta a sua 
importância para a educação e o desenvolvimento físico, psíquico e social das 
crianças, jovens e adultos. 
Outro objetivo deste trabalho é comparar e diferenciar os diversos 
conceitos dos temas relacionados acima e desenvolver uma análise crítica 
sobre cada um deles. 
 
 
 
 
 
 
* Trabalho apresentado em cumprimento da disciplina técnica de pesquisa ministrada pela Profª. Drª. 
Ivete de Aquino Freitas do curso de educação física de 2007. 
** Acadêmico do 2º Período do Curso de Educação Física da Fundação Universidade Federal de 
Rondônia – UNIR, no ano de 2007. 
 2 
Conceitos de Recreação 
 
De acordo com Rousseau (1712-1771) recreação é a “liberdade total da 
criança, não se deve obrigar o aluno a ficar quando quiser ir, não constrangê-lo 
a ir, quando ficar onde estar. O aluno deve ser educado por e para a liberdade. 
É preciso que saltem, corram, gritem quando tiver vontade.” 
No conceito de recreação feito por Valente (1994, P.180), percebe-se 
que é englobado o lazer e o jogo, pois a recreação como atividade e 
comportamento típico de jogo, está contida no lazer. A recreação tem sido um 
elemento estudado e entendido predominantemente como um composto do 
lazer. Dessa forma, todas as citações isoladas da palavra lazer, incluem 
naturalmente a recreação e o jogo. 
Para Toseti apud Gonçalves (1997, p.14) A recreação é muito 
importante para o ser humano não só para a criança. Todos nos precisamos 
dos nossos momentos de lazer. A palavra recreação vem do latin, recreare, 
cujo significado é recrear. Portanto as atividades recreativas devem ser 
espontâneas, criativas e que nos traga prazer. Devem ser praticadas de 
maneira espontânea, diminuindo as tensões e preocupações. 
Segundo meu entendimento, a recreação é a toda atividade espontânea, 
divertida e criadora que as pessoas buscam para promover sua participação 
individual e coletiva em ações que melhorem a qualidade de vida e para 
satisfazer sua necessidade de ordem física, psíquica ou mental e cuja 
realização lhe proporciona prazer. 
 
Conceitos de Lazer 
 
O autor que mais influenciou a concepção brasileira de lazer foi o 
sociólogo francês Dumazedier. O conceito de lazer de Dumazedier (1983, p.34) 
diz o seguinte: “o lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode 
entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-
se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação 
desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade 
criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, 
familiares ou sociais”. 
 3 
Para Marcellino (1995, p.31) o lazer também deve ser estudado sob a 
perspectiva social, e ainda considerando a cultura: “a cultura – compreendida 
no seu sentido mais amplo – vivenciada (praticada ou fruída) no tempo 
disponível. O importante como traço definidor é o caráter desinteressado dessa 
vivência. Não se busca, pelo menos fundamentalmente, outra recompensa 
além da satisfação provocada pela situação. A disponibilidade de tempo 
significa possibilidade de opção pela atividade contemplativa”. Nesse aspecto 
da atividade contemplativa, o conceito de Marcellino é diferente do de 
Dumazedier. 
Um dos conceitos mais interessantes é o de Oleias (2003): Lazer, em 
sua forma ideal, seria um instrumento de promoção social, servindo para 
auxiliar no rompimento da alienação do trabalho, apresentando-se 
politicamente como um mecanismo inovador aos trabalhadores na medida em 
que estabelece novas perspectivas de relacionamento social; promover a 
integração do ser humano livremente no seu contexto social, onde este meio 
serviria para o desenvolvimento de sua capacidade crítica, criativa e 
transformadora e proporcionar condições de bem-estar físico e mental do ser 
humano. 
No meu entender, o conceito de lazer é muito amplo, pois qualquer 
atividade pode ser considerada um lazer se proporcionar prazer, divertimento e 
desenvolvimento a quem pratica, pode até ser a não-atividade, o ócio, como 
por exemplo o descanso. Até uma atividade profissional ou uma obrigação 
torna-se um lazer para quem gosta e faz apenas para se divertir e relaxar. 
 
Conceitos de Jogo 
 
Para Kishimoto (2001) tentar definir o jogo não é uma tarefa fácil 
podendo a mesma ser entendida como por exemplo jogos políticos, jogos de 
adultos, de crianças, xadrez, contar histórias, brincar de mãe e filha, quebra 
cabeça etc. Huizinga (1938) define jogo como: “uma atividade voluntária 
exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo 
regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um 
fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de 
uma consciência de ser diferente de vida cotidiana.” 
 4 
De acordo com Claparède apud Araújo (1992, p.18) jogo é um processo 
de derivação por ficção e tem por função permitir ao indivíduo realizar o seu eu, 
ostentar sua personalidade, seguir momentaneamente a trilha de seu maior 
interesse nos casos em que, não possa consegui-lo recorrendo as atividades 
sérias. 
De acordo com os conceitos estudados os jogos são atividades que os 
participantes possuem uma maneira formal de proceder e estão sujeitos a 
regras. Se direcionados e conduzidos de maneira adequada, favorecem 
momentos de confraternização, participação e integração, aliviando o cansaço 
físico e mental. Proporciona aos participantes entendimento das expressões 
como jogar, busca pela vitória, cooperação, aceitação da derrota e equilíbrio 
durante a realização das atividades, com os adversários de jogo ou 
companheiros. 
 
Conceitos de Brincadeira 
 
Para Barreto (1998), brincadeira é a atividade lúdica livre, separada, 
incerta, improdutiva, governada por regras e caracterizada pelo faz de conta. É 
uma atividade bastante consciente mas fora da vida rotineira e não séria, que 
absorve a pessoa intensamente. Ela se processa dentro de seus próprios 
limites de tempo e espaço de acordo com regras fixas e de um modo ordenado. 
Para Sá (2005, p.26) brincar é algo intrísico à vida de toda criança, seja 
de maneira ou sistematizada, é um processo que vai se desenrolandoem seu 
curso, no tempo e no espaço, e no qual estão contidos aspectos físicos, 
emocionais e mentais, de forma individualizada ou combinada. 
Silva (1993) chegou a um conceito de brincadeira que é encarada como 
uma simples distração, fazendo com que cada um descarregue sua energia, se 
tornando uma atividade sem importância, sendo própria para criança. 
Froebel apud Blow (1911) introduz o brincar para educar e desenvolver a 
criança. Sua teoria metafísica pressupõe que o brincar permite o 
estabelecimento de relações entre objetos culturais e a natureza, unificados 
pelo mundo espiritual. Froebel concebe o brincar como atividade livre e 
espontânea, responsável pelo desenvolvimento físico, moral, cognitivo. 
 5 
Portanto, a brincadeira ao meu ver é o caminho natural do 
desenvolvimento humano, é competente nos seu efeitos e oferece a quem dela 
faz uso, a construção de uma base sólida para toda vida, pois é capaz de atuar 
no desenvolvimento cognitivo e emocional de forma natural e harmônica. 
 
Diferenças entre Recreação, Lazer, Jogo e Brincadeira 
 
Como se pode analisar nos conceitos existem algumas diferenças entre 
a recreação, o lazer, o jogo e a brincadeira. 
A recreação são todas atividades que o individuo procura praticar em 
seu tempo livre buscando sua satisfação. As brincadeiras são também 
atividades onde o indivíduo as procura, porém a diferença é que nas 
brincadeiras o praticante para obter o resultado deve se entregar totalmente a 
atividade transformando-a em divertida, alegre e que cause um bem-estar em 
quem procura este estado de espírito. Uma atividade recreativa pode não obter 
esse resultado. O Lazer pode ser ao mesmo tempo férias e trabalhos 
voluntários, nadar e fazer esporte, prazeres gastronômicos e entretenimentos 
musicais, atividades de azar, leitura de jornal e estudo de uma obra-prima, 
conversa fútil e conversa cultural. São atividades que não visam a obtenção de 
um pagamento e colocam-se à margem das obrigações familiares, sociais, 
políticas e religiosas. São desinteressadas e realizadas livremente, a fim de 
proporcionar satisfação aos indivíduos que as praticam. 
Fazendo distinção entre jogo e brincadeira pode-se dizer que o jogo é a 
atividade com regras que definem uma disputa “que serve para brincar” e 
brincadeira é o ato ou efeito de brincar, entreter-se, distrair-se com um 
brinquedo ou jogo. Ao tentar estabelecer a diferença entre jogos e brincadeiras 
há apenas uma pequena nuança: o jogo é uma brincadeira com regras e a 
brincadeira, um jogo sem regras. O jogo se origina do brincar ao mesmo tempo 
em que é o brincar. 
 
 
 
 
 
 6 
Considerações Finais 
 
Apresentei de forma objetiva algumas idéias sobre a recreação, o lazer, 
o jogo e a brincadeira. Agora cabe ao leitor fazer uma reflexão mais profunda 
sobre este tema tão magnífico e complexo. Esperamos que as informações 
contidas neste trabalho possam ajudar ao educador infantil, ao acadêmico ou a 
qualquer outra pessoa, na organização e planejamento de suas atividades. Por 
isso esperamos que os conteúdos abordados acima venham colaborar de 
forma objetiva e concreta para uma melhor compreensão. E principalmente 
para uma melhor qualidade de vida, não esquecendo que existem várias 
formas de recreação, lazer, jogo e brincadeira e nem sempre é preciso dinheiro 
para isso, só precisa de imaginação, ser criativo e acreditar em sonhos. 
 
Referências 
 
GONÇALVES, Y.S. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/recrea25.htm>. 
Acesso em: 14/12/2007. 
 
OLEIAS, V. J. Disponível em: <http://www.cds.ufsc.br/~valmir/cl.html>. 
Acesso em: 14/12/2007. 
 
HUIZINGA, Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogos>. 
Acesso em: 13/12/2007. 
 
BARRETO, Sidirley de Jesus. Psicomotricidade: Educação e Reeducação. 
Blumenau/Odorizzi, 1998. 
 
BLOW, Susan E. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/2984/1/A-
Importancia-do-Jogo-na-Educacao-Infantil/Pagina1.html>. 
Acesso em:13/12/2007.

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