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Teoria e Prática do TExto

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UniabeuRJ
uniabeuvideos
UniabeuRJCEAD www.uniabeu.edu.br
Teoria e Prática do Texto
Teoria e Prática do Texto
02
CEAD
Teoria e Prática do Texto
1ª Edição
Sandra Verônica Vasque Carvalho de Oliveira 
Cátia Aparecida Vieira Barboza
BELFORD ROXO
UNIABEU
2017
Teoria e Prática do Texto
CEAD
03
CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA - UNIABEU
U588t Uniabeu Centro Universitário. Pró Reitoria de Graduação, Pesquisa e Extensão
 Teoria e prática do texto [livro eletrônico] / Sandra Verônica Vasque Carvalho 
 de Oliveira, Cátia Aparecida Vieira Barboza.-- Belford Roxo: Uniabeu, 2017.
 138 p. 
 
 Modo de acesso: World Wide Web
 <HTTP://www.uniabeu.edu.br/index.php?p=ebooks>
 ISBN: 978-85-98716-20-6
 1.Teoria e Prática do Texto. I. Oliveira, Sandra Verônica Vasque Carvalho de. 
 II. Barboza, Cátia Aparecida Vieira. III. Título.
 CDD 469.5
Teoria e Prática do Texto
04
CEAD
SUMÁRIO
Unidade 01
Língua e Linguagem.............................................................................................................................................05
Unidade 02
Variantes Linguísticas...........................................................................................................................................15
Unidade 03
Preconceito Linguístico e Adequação...................................................................................................................24
Unidade 04
Modalidades Oral e Escrita da Língua..................................................................................................................31
Unidade 05
Acentuação Gráfica...............................................................................................................................................37
Unidade 06
Emprego do Acento Grave....................................................................................................................................46
Unidade 07
Questões de Ortografia.........................................................................................................................................55
Unidade 08
Pontuação I: emprego geral dos sinais de pontuação.........................................................................................63
Unidade 09
Pontuação II: emprego da vírgula........................................................................................................................75
Unidade 10
Concordância Nominal..........................................................................................................................................82
Unidade 11
Concordância Verbal.............................................................................................................................................90
Unidade 12
Coerência e Coesão...............................................................................................................................................96
Unidade 13
Tipologia Textual I..............................................................................................................................................105
Unidade 14
Tipologia Textual II.............................................................................................................................................114
Referências Bibliográficas..................................................................................................................................123
Gabarito..............................................................................................................................................................125
Teoria e Prática do Texto
CEAD
05
Língua e Linguagem
Unidade 01
Objetivos
• Capacitar o aluno a compreender as especificidades, as diferenças e a inter-relação entre língua 
e linguagem.
• Fazer com que o aluno perceba a importância do domínio da língua dentro da sociedade.
Teoria e Prática do Texto
06
CEAD
Convidamos você a conhecer um pouco mais sobre o que iremos estudar. Este material foi 
preparado para a disciplina Teoria e Prática do Texto, que se destina a todos os cursos de graduação 
da Uniabeu. Inicialmente você pode não entender a relação entre este conteúdo e a sua área de 
formação, mas vamos demonstrar como é importante compreender a função essencial do uso da 
língua em nosso dia a dia em várias áreas, inclusive a profissional. 
A língua perpassa todos os conteúdos que você aprenderá durante o seu curso de graduação. 
Ela é instrumento de comunicação e também é através dela que você demonstra nas avaliações 
o conteúdo apreendido. Ao final de muitos cursos, o discente deverá desenvolver um Trabalho de 
Conclusão de Curso, onde o bom domínio da língua é um fator essencial de sucesso. Todos nós 
somos usuários da língua e nos comunicamos com ela, mas dominar bem a gramática, ter uma boa 
compreensão de leitura e escrever bem são habilidades que nos ajudam a obter bons empregos 
e sempre progredir em nossa carreira. Assim, entendemos que ter um bom domínio da língua, e 
principalmente da norma culta, que é a utilizada no campo acadêmico e profissional, é essencial.
Essa disciplina foi pensada como uma forma de atualizar conteúdos e ampliar sua capacidade 
de leitura e produção de textos, habilidades que, quando bem desenvolvidas, trarão um diferencial 
para que você possa atingir seus objetivos. Esperamos que você possa aproveitar ao máximo essa 
experiência.
Bons estudos!
LÍNGUA E LINGUAGEM: DEFINIÇÕES 
O ser humano é um ser social, ou seja, vive em sociedade. Nessa vivência, precisa manter relações 
com outros seres humanos e, para isso, usa, entre outros meios, a comunicação. A comunicação, por 
sua vez, é um ato que usa troca de informações e utiliza alguns meios para esse fim.
Fonte: http://www.freepik.com/free-photo/woman-with-yellow-dress-and-shopping-bags
Teoria e Prática do Texto
CEAD
07
A necessidade inerente ao homem de compreender a realidade que o cerca, o mundo em que 
vive e de estabelecer entendimento nas suas relações com esse mundo e com as outras pessoas faz 
com que ele use a linguagem, objetivando esses fins.
Linguagem: é a capacidade que detém o ser humano; é uma faculdade, portanto, humana. É o 
ato de comunicação entre os homens.
A linguagem, entretanto, vai além da comunicação. Ela é responsável pelo entendimento que o 
ser humano tem da realidade, dele próprio e do outro. De acordo com o entendimento do estudioso 
Evanildo Bechara, linguagem é todo e qualquer sistema de signos, dotado de simbologia, que é usado 
pelo homem, para expressar ideias e sentimentos. Assim como evidenciamos em suas palavras:
Entende-se por linguagem qualquer sistema de signos simbólicos empregados na 
intercomunicação social para expressar e comunicar ideias e sentimentos, isto é, 
conteúdos da consciência. (BECHARA, 2009, p. 7)
Quando Bechara faz referência a esse “sistema de signos”, devemos entender, que para que a 
comunicação aconteça, os atores desse sistema devem dominar os mesmos códigos, quando isso não 
ocorre, não há interpretação, interação, e, por conseguinte, não há comunicação. Daí a importância da 
linguagem em nosso dia a dia. A utilização e interpretação de todo tipo de linguagem permite que a 
comunicação aconteça.
Fonte:http://www.arujahills3.com.br/wp-content/uploads/2014/09/135187049175.jpg
Teoria e Prática do Texto
08
CEAD
Existem várias formas de nos comunicarmos, de transmitirmos uma mensagem, e a língua é 
somente um desses instrumentos. Por isso dizemos que existem diferentes tiposde linguagem. Elas 
podem ser verbal, não verbal e mista.
Verbal: é a linguagem que usa a língua usa para comunicar, ou seja, usa como código de 
comunicação, as palavras orais ou escritas.
Quando o homem fala, ouve, lê ou escreve ele está utilizando, desse modo, a linguagem verbal. 
Verificamos a presença das palavras em vários contextos do cotidiano, como nas conversas, nas 
músicas, nos livros, nas revistas, na televisão, no teatro, no cinema e em muitos outros.
A linguagem verbal é, podemos dizer, o meio de comunicação mais utilizado no dia a dia do 
homem.
Não Verbal: é a linguagem que utiliza outros meios para comunicar, como imagens, símbolos, 
gestos etc. São os chamados recursos extralinguísticos.
• Exemplo de símbolos: semáforo (sinal ou farol), que controla o tráfego de pedestres e 
veículos; placas de trânsito; o apito do juiz, dizendo que o jogo acabou etc.
Fonte:http://www.fazermontagens.net/2014/02/como-colocar-balao-de-fala-em-fotos.html
Teoria e Prática do Texto
CEAD
09
• Exemplo de imagens: pinturas de quadros, figuras, desenhos;
• Exemplo de gestos: o dedo indicador para indicar uma direção; o mesmo dedo colado à 
boca para pedir silêncio; o dedo polegar virado para cima para indicar concordância.
Fonte: http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/parabola-sinais-transito/
Fonte: http://lbc9.net/art-and-architecture/paintings/salvador-dali/wallpapers-22.html
Fonte:http://www.hinor.com.br/blog/2015/02/23/lei-do-silencio-entenda-o-que-e-permitido-e-quais-sao-os-niveis-em-decibeis-nocivos-a-saude/
Teoria e Prática do Texto
10
CEAD
Sobre esses recursos, além da linguagem verbal, Bechara acrescenta:
(...) há de se levar em conta, na capacidade geral de expressão, a execução de atividades 
que acompanham e às vezes até a substituem, já que não falamos só com as unidades 
linguísticas, com a língua concreta. Estas formas de expressão extralinguísticas, tais 
como a mímica, a entonação, o ritmo, as pausas e silêncios, os gestos, os recursos 
gráficos e outros. (2009, p. 9)
Os tipos de linguagem verbal e não verbal não se excluem necessariamente. Muitas vezes são 
utilizadas, simultaneamente, uma e outra. Essa é a chamada linguagem mista. Como exemplo disso, 
podemos citar as cenas de cinema e de televisão que usam, ao mesmo tempo, a língua utilizada 
pelos personagens e a imagem dos personagens, dos cenários, dos lugares etc.. Também podemos 
dar como exemplo charges que contenham, além dos desenhos, as falas escritas dos personagens.
Língua: é um instrumento social, isto é, é uma instituição social que possibilita a comunicação 
entre as pessoas pertencentes a uma mesma comunidade.
Ela tem uma estrutura entendida por todos e igual para todos os membros pertencentes a uma 
nação, que, assim, utilizando-a, estabelecem a comunicação e conseguem perceber e compreender o 
seu entorno. Apesar de essa língua comum aos membros de uma comunidade ter uma determinada 
estrutura, ela não tem a obrigatoriedade de ser totalmente igual, em todos os aspectos, em todos os 
lugares e para todos os seus usuários. É o que veremos mais adiante quando tratarmos das variantes 
linguísticas.
É, desse modo, principalmente através da língua, que os membros de uma determinada 
sociedade interagem e conseguem interpretar a realidade. O gramático Evanildo Bechara, quando 
pretende definir língua, diz ser ela dotada de duas facetas: uma como língua histórica e outra como 
língua funcional.
Ela, segundo o autor, é histórica, porque é produto da história de um povo, assim como também 
está sempre em movimento, junto a esse povo, reinventando-se, refazendo-se continuamente na 
medida em que é utilizada por pessoas que também sofrem mudanças. Dessa forma, uma língua, 
no seu entendimento, nunca está totalmente pronta. Ao contrário, ela está à mercê de mudanças 
provocadas pela necessidade e pelo uso dos seus falantes.
Este estado de constante renovação e mudança se identifica nas pessoas, na tecnologia, na 
cultura. Muitas coisas que eram comuns há 30 anos atrás, hoje não existem mais. Algumas imagens a 
Teoria e Prática do Texto
CEAD
11
seguir, representam objetos que talvez não sejam identificados por pessoas mais jovens. 
Façamos um teste. Você reconhece estes objetos ou acha possível alguém não saber seus 
nomes? Vamos ver se você sabe como se chamam? Não vale pesquisar no Google!
Não saber como se chamam não significa que você não sabe falar português, é simplesmente 
um sinal de que a língua está sempre mudando. Há muitas coisas do século XXI que seus avós ou até 
mesmo seus pais não conhecem.
A língua histórica, como coloca o autor, é um produto cultural de uma comunidade, que tem 
uma unidade ideal e é distinguida pelos seus falantes nativos e por falantes de outras línguas. Assim 
temos a língua portuguesa, a língua italiana, a língua francesa e tantas outras.
Ela também é funcional devido à característica de servir às diversas finalidades de comunicação 
e de funcionalidade dentro da comunicação. Por serem tão diversas as situações de comunicação e a 
função de cada ato comunicativo, o gramático diz que é necessário que o falante seja “um poliglota 
em sua própria língua”, ou melhor, que saiba utilizar e entender a língua em todas as suas instâncias.
Para Bechara (2009), a linguagem humana se apresenta sob a configuração de língua e como se 
trata da atividade humana de falar é composta de cinco dimensões: a criatividade, a materialidade, a 
semanticidade, a alteridade e a historicidade.
A criatividade dessa linguagem-língua o estudioso observa ser a capacidade de criar livremente, 
de reinventar e não somente repetir o que já foi produzido. Logo, ela nunca está acabada.
Ela tem essa dimensão de materialidade porque é uma atividade que se materializa pelos 
Fonte: Gravador: https://www.htforum.com/forum/threads/quais-sao-as-qualidades-do-cassete.21201/page-4
Fonte: Máquina de escrever: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bd/Olivetti-Valentine.jpg
Fonte: Orelhão e fichas telefônicas: https://s3.amazonaws.com/muzeez/uploads/galleries/large/galleriesFiles/Tv7X2e7nWuFMArFdC-ligar-nos-orelhoes-com-fichas-medob-
blogspot.jpg
Teoria e Prática do Texto
12
CEAD
signos, ou seja, pela palavra produzida pelo falante/escritor, que tem forma e tem significação; é 
ouvida e percebida pelo ouvinte/ leitor, que interpreta o percebido. O falante/escritor, por exemplo, 
pronuncia ou escreve a palavra “mesa” e o ouvinte/leitor a percebe e interpreta com sendo o objeto 
com um determinado conteúdo. Em um sentido restrito, um objeto que, normalmente, sustenta-se 
sobre pés e que serve para apoiar outros objetos.
A semanticidade da linguagem seria a característica de que tudo na linguagem tem um 
significado. A cada forma da língua corresponderá um conteúdo com significado. Semântico é o que 
se refere ao significado.
A alteridade, porque o homem, que vive em sociedade, vive com o outro, interage com o outro. 
Logo, significa a linguagem, também, com outro. Ele fala e ouve juntamente a esse companheiro. 
Explicando melhor, o significado que vem da linguagem-língua é social.
E a dimensão histórica seria, justamente, a questão de que, quando a linguagem se manifesta 
em forma de língua, ela tem uma tradição da comunidade a qual pertence; ela tem uma história.
Não existe língua desacompanhada de sua referência histórica: só há 
língua portuguesa, língua francesa, língua inglesa, língua espanhola, 
língua latina, etc. (BECHARA, 2009, p.8)
 
Teoria e Prática do Texto
CEAD
13
RESUMINDO
• O homem é um ser social e vive em constante interação e comunicação.
• O homem se comunica através da linguagem.
• A linguagem pode ser verbal, não verbal ou mista.
• A linguagem verbal é materializada pela língua.
• A língua tem, antes de tudo, um componente histórico.
• A linguagem não verbal podeser, por exemplo, um tom de voz, uma pausa na 
fala, um gesto, um desenho, uma cor, entre tantos outros recursos.
• A linguagem mista é a que utiliza, ao mesmo tempo, a língua, ou seja, as 
palavras orais ou escritas e outro - ou outros - recursos não verbais.
• Exemplo de língua (linguagem verbal): língua portuguesa, língua espanhola.
• Exemplo de linguagem não verbal: os sinais de trânsito, o cartão vermelho em 
um jogo de futebol.
Teoria e Prática do Texto
14
CEAD EXERCÍCIOS
1. Em todas as alternativas abaixo há uma característica do que seja linguagem, exceto em:
a) Ela pode ser do tipo mista.
b) A língua a materializa.
c) Ela é utilizada para a interação do homem com o mundo.
d) Ela não é própria do homem.
e) Ela tem como característica principal ser histórica.
2. Assinale a opção correta acerca do conceito de linguagem. (questão de prova para professor 
de língua portuguesa, para o Estado de Mato Grosso, 2007- adaptada)
a) Ciência que observa e interpreta fenômenos que regem a organização e o funcionamento 
das diversas línguas.
b) Faculdade humana que possibilita a expressão de estados mentais por meio de um 
sistema organizado de signos.
c) Signos empregados por membros de um grupo restrito ou categoria social e que, após 
serem generalizados, são assimilados por todos os falantes.
d) Código humano usado para permitir que grupos de pessoas que falam línguas diferentes 
estabeleçam entre si uma comunicação de rotina.
e) Sistema linguístico organizado.
3. Assinale a opção correta acerca do conceito de língua. (questão de prova para professor de 
língua portuguesa, para o Estado de Mato Grosso, 2007- adaptada)
a) Código não-verbal utilizado para elaboração e compreensão de mensagens que 
objetivam veicular sentimentos, emoções e julgamentos.
b) Sistema de comunicação usado por humanos e animais que se caracteriza pela 
elaboração e transmissão de informações.
c) Conjunto de convenções necessárias, adotadas por um grupo social, para permitir o 
exercício da linguagem.
d) Traços linguísticos sistemáticos no discurso individual que podem, por serem 
exclusivamente individuais, divergir da norma.
e) Sistema de comunicação que utiliza símbolos e imagens.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
15
Variantes Linguísticas
Objetivos
• Reconhecer que uma língua não tem apenas uma forma de expressão.
• Identificar os tipos de variantes existentes em uma única língua.
• Entender a importância de ser “um poliglota na própria língua”.
Unidade 02
Teoria e Prática do Texto
16
CEAD
É comum que notemos diferença no modo de uma pessoa falar em relação a outra e, também, 
na forma de se comunicar pela escrita. Igualmente percebemos diferenças na fala e na escrita entre 
grupos distintos de pessoas. Essas distinções existem em vários níveis. O uso da língua pode ser 
diferente, de acordo com a profissão, com idade, com nível social, com o sexo, com o lugar, entre 
outros motivos para variações.
Isso acontece porque toda língua tem essa propriedade de variar e não existe nenhuma 
comunidade linguística que use a língua em uma única forma, ou seja, em que todos se comuniquem 
de forma igual. Existem diferenças inerentes às pessoas, inerentes ao contexto e ao próprio uso que 
irão determinar essas variações.
Assim, em nenhuma língua, há o que chamamos de homogeneidade, pois ela não única no 
uso, não é homogênea. Apesar disso, não se pode dizer que não existam regras estruturais em cada 
variante. O falante, por exemplo, não usa aleatoriamente a língua numa determinada variante, ao 
contrário, existe uma determinada estruturação para cada uso que se faz.
Todas as possibilidades de variação de uma mesma língua têm a sua complexidade e não se 
pode dizer que uma variante seja mais rica ou mais importante do que outra. Na verdade, cada uma 
tem a sua função e se torna eficiente de acordo com o contexto em que é utilizada.
De acordo com as observações do linguista Marcos Bagno,
(...) a verdade é que no Brasil, embora a língua falada pela grande maioria da 
população seja o português, esse português apresenta um alto grau de diversidade e 
de variabilidade, não só por causa da grande extensão territorial do país — que gera as 
diferenças regionais, bastante conhecidas e também vítimas, algumas delas, de muito 
preconceito -, mas principalmente por causa da trágica injustiça social que faz do Brasil 
o segundo país com a pior distribuição de renda em todo o mundo. São essas graves 
diferenças de status social que explicam a existência, em nosso país, de um verdadeiro 
abismo linguístico entre os falantes das variedades não-padrão do português brasileiro 
que são a maioria de nossa população — e os falantes da (suposta) variedade culta, em 
geral mal definida, que é a língua ensinada na escola. (1999, p.16)
Teoria e Prática do Texto
CEAD
17
As variantes são divididas em:
• Variantes diatópicas (geográficas, ou seja, de acordo com o lugar);
• Variantes diafásicas (de acordo com o contexto);
• Variantes diastráticas (de acordo com o grupo social) e
• Variantes históricas (de acordo com a época).
Variantes diatópicas: são aquelas faladas por pessoas que vivem no mesmo local ou locais 
próximos.
Os falantes de uma comunidade costumam ter hábitos linguísticos parecidos por terem uma 
convivência maior em determinado lugar. A distância física, nesse sentido, irá determinar uma maior 
diferenciação nos atos verbais dos falantes da mesma língua.
A variante diatópica ou geográfica está ligada, assim, ao espaço geográfico (regional, por 
exemplo).
Quando um falante natural do nordeste e outro natural do sudeste apresentam determinadas 
diferenças no uso da língua, isso pode derivar da distância física em que se realizam os atos verbais 
de cada um. Desse modo, podemos dizer que eles utilizam, cada um, uma variante diatópica.
Um exemplo de variação regional são as diferentes palavras usadas para designar a mesma 
coisa. Outro são as pronúncias de determinados fonemas, de forma diferente, dependendo do lugar.
Exemplos:
• Aipim – em alguns lugares do Sudeste / Macaxeira – em alguns lugares Nordeste
• Abóbora – em alguns lugares do Sudeste / Jerimum em alguns lugares Nordeste
• Menino (com o timbre fechado no “e”: “menino”) – em alguns lugares do Sudeste / Menino 
(com o timbre aberto no “e”: “menino”) – em alguns lugares do Nordeste
Teoria e Prática do Texto
18
CEAD
Variantes diafásicas: são variações, de acordo com a situação de uso, com o contexto em que a 
língua é utilizada. O falante varia, dessa forma, o uso da língua, adaptando-o às circunstâncias. São 
variações que ocorrem, então, conforme o contexto comunicativo.
Elas irão depender, assim, da ocasião, para que um falante determine a forma como irá se dirigir 
ao seu interlocutor (àquele com que estabelece a comunicação), podendo, por exemplo, ser formal 
ou informal.
Sobre a linguagem formal e informal
Linguagem Formal
• Segue regras de uma gramática normativa (variedade padrão, oficial);
• Mais usada em situações formais: textos acadêmicos, científicos, oficiais; palestras, tribunais, 
entrevistas etc.
Linguagem Informal
• Mais usada em situações do dia-a-dia;
• Uso de termos mais populares, de conhecimento geral;
• Mais descontraída, espontânea;
• Mais influenciada por fatores como grupo social, idade, região etc.
Ex.: Falamos, normalmente, de uma forma com uma criança e de outra com um idoso, pensando 
nos hábitos linguísticos diferentes dessas faixas etárias. A expressão “Vamos papá” (Vamos comer), 
por exemplo, é, geralmente, utilizada quando se fala com uma criança.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
19
Variantes diastráticas: é a variação do uso da língua, conforme alguns fatos ligados ao falante, 
conforme sexo, idade, profissão, classe social, escolaridade etc.
Por exemplo, um falante que pertence aum grupo de surfistas pode apresentar hábitos 
linguísticos diferentes de falantes de grupos como de advogados, professores, atores de teatro, 
militares etc.
Exemplos:
• Os atores de teatro têm o costume de usar a palavra “merda” para desejar sucesso a um 
espetáculo que vai iniciar.
• Os militares usam, às vezes, uma a expressão “PS” para se referirem a alguma situação difícil.
• Os advogados usam expressões latinas em seus discursos e em alguns de seus atos, como 
“habeas corpus” (conseguir a soltura do réu para que responda em liberdade).
• Uma pessoa com pouco grau de escolaridade costuma ter um hábito linguístico diferente 
de quem tem maior grau. A construção “Vou encontrá-lo”, por exemplo, é comumente mais 
usada por quem tem maior escolaridade.
• Um homem tem comportamento linguístico, às vezes, diferentes de uma mulher. A expressão 
“Vou tirar água do joelho”, por exemplo, é comumente utilizada por homens.
Variantes históricas: são as variações que ocorrem em uma língua, em função da passagem do 
tempo. Muita coisa que se falava ou escrevia nos séculos XVIII e XIX, por exemplo, normalmente, não 
se usa, hoje no século XXI. Se observarmos textos antigos e compararmos com textos atuais, veremos 
muita diferença. Não precisamos nem ir muito longe. Existem palavras e estruturas que eram usadas 
há pouco tempo e que já não se usa muito.
Fonte: http://atelieator.blogspot.com.br/2015/11/i-demonstracao-de-pesquisa-do-apa-nos.html
Teoria e Prática do Texto
20
CEAD
A língua, como já foi estudado, não é estática. Ela está se transformando o tempo todo, em 
função das necessidades de uso e das mudanças ocorridas na sociedade. Essa característica dinâmica 
influencia a necessidade de mudanças também na língua.
Exemplos:
• As palavras amiúde (para designar que algo acontece com pouca frequência de tempo, quiçá 
(que significa “quem sabe”), síncope (para designar um desmaio ou queda de pressão), graça 
(para designar o nome de alguém, como na frase “qual é sua graça?”)
• 
Fonte: http://kdfrases.com/frase/136155
Teoria e Prática do Texto
CEAD
21
RESUMINDO
• As variantes linguísticas são os usos diferentes da mesma língua.
• A língua tem unidade, mas não tem homogeneidade. Isso se chama diversidade 
na unidade.
• Variantes diatópicas são as diferenças em relação ao local.
• Variantes diafásicas são as diferenças em relação à situação de uso e ao 
interlocutor.
• Variantes diastráticas são as variantes em função de algum dado particular 
do usuário.
• Variantes históricas são as variantes existentes em épocas diferentes.
Teoria e Prática do Texto
22
CEAD EXERCÍCIOS
1 - Observando a tirinha, podemos dizer que a fala do segundo balão representa que tipo de 
 variante:
a) Variante diastrática
b) Variante diafásica
c) Variante etária
d) Variante histórica
e) Variante de gênero
2 – “Todas as variedades linguísticas são estruturadas e correspondem a sistemas e subsistemas 
adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura 
social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características 
das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora 
seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como 
modelo, como norma, como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua 
função coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à 
variação.” (Celso Cunha - retirada do site: exerciciosbrasilescola.com) 
A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma língua é:
a) conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e 
 passa a ser considerada exemplar.
b) sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de 
 empobrecimento do léxico.
c) a modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações 
 linguísticas produzidas pelos falantes.
d) a língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação 
 é prejudicial a um sistema linguístico.
e) a modalidade escrita é a menos prestigiada, pois resulta de convenções.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
23
3 – As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto abaixo: (Enem 2013)
Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
(Gabriel, o pensador. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo) .)
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) tom de formalidade, pelo uso linguagem culta.
Teoria e Prática do Texto
24
CEAD
Preconceito Linguístico e Adequação
Objetivos
• Perceber que o preconceito linguístico também é uma discriminação.
• Entender que, sabendo existir as variantes linguísticas, tem-se a possibilidade de ser menos 
preconceituoso linguisticamente.
• Compreender que o domínio das normas da gramática padrão favorece uma maior facilidade de 
escolha e adequação ao interlocutor.
Unidade 03
Teoria e Prática do Texto
CEAD
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No Brasil, já se tenta combater muitos preconceitos que são tomados até como crimes e preveem 
punição, como o preconceito racial e contra a opção sexual. Contudo, temos um preconceito que 
muitos não enxergam como tal, que é o chamado preconceito linguístico. Segundo alguns estudiosos, 
como Marcos Bagno, esse é o tipo de preconceito que existe, por entendermos as normas da gramática 
como sendo a própria língua.
Na verdade, a gramática normativa não é a língua em si. Ela é apenas uma das representações. 
É, por meio de suas normas, que nos expressamos através da variante denominada culta.
Contudo, é comum encontrarmos pessoas que discriminam outras por não seguirem as regras 
da gramática, porque entendem essas normas como a única forma correta de língua, ou melhor, como 
a única formar certa de utilizar a língua.
Como visto na Unidade anterior, isso não é verdade, pois cada língua histórica tem, embutida 
nela, diversas formas de expressão, dependendo de vários fatores. E todas essas formas de expressão 
são válidas de acordo do contexto.
Apesar disso, existem os chamados “puristas”, que tomam a variante culta como sendo a melhor 
e única. A partir de pensamentos como esses, é que encontramos discriminação, ou seja, o preconceito 
linguístico impetrado sobre aqueles que não a utilizam.
Ela passa, de fato, a ser a língua de prestígio social. Quem a domina, é mais valorizado 
socialmente, assim como quem não a domina é desvalorizado.
Embora saibamos que qualquer variante pode ser eficiente, se ela cumprir a finalidade principal 
que é comunicar, entendemos, também, ser importante dominar a norma culta. Não como meio de 
praticar o dito preconceito linguístico contra aqueles que não a dominam, mas como forma de estar 
munido para fazer escolha e utilizá-la quando for necessário.
Para Bagno, assim,
O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi 
criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa 
tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é 
um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-mundi não 
é mundo... Também a gramática não é a língua. (BAGNO,1999, 9).
Unidade 03
Teoria e Prática do Texto
26
CEAD
Em seu livro sobre o preconceito linguístico, Bagno aponta essa grandeconfusão como 
responsável pelo desprestígio a outros modos de usar a língua que não seja aquele de acordo com 
gramática normativa. Isso é a corrida constante com a intenção em se apontar o que está “certo” ou 
está “errado”, o que, por si só, já denota um caráter preconceituoso. Certo em relação a quê? Errado 
em relação a quê?
O estudioso também aponta que não há lógica em se privilegiar uma forma em detrimento 
de outras, pois a língua, viva como é, está sempre se metamorfoseando e, para isso, surgem outros 
modos de se expressar através dela. Para demostrar essa realidade, ele faz uma comparação entre a 
língua e as águas de um rio que estão sempre se renovando, portanto, em mutação. Também compara 
a língua real com um iceberg:
A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a gramática 
normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível 
dele, a chamada norma culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus 
méritos, mas é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode 
ser autoritariamente aplicada a todo o resto da língua – afinal, a ponta do 
iceberg que emerge representa apenas um quinto do seu volume total. 
Mas é essa aplicação autoritária, intolerante e repressiva que impera na 
ideologia geradora do preconceito linguístico. (BAGNO, 1999, p. 9 e 10)
Bagno afirma ainda que, todo o falante nativo de uma língua tem competência suficiente para 
usá-la desde muito cedo, logo a conhece. Sendo assim, não há o porquê de se julgar um uso ou outro 
como “certo” ou “errado”. Ele pode, por exemplo, estar certo ou errado em relação a alguma coisa, como 
no que tange à gramática normativa.
Todavia, o que é errado para a gramática normativa pode ser facilmente explicável cientificamente 
pelos linguistas que se dedicam a isso, porque nenhum uso da língua, como eles afirmam, é por acaso.
Se toda língua viva varia, possivelmente, muita coisa que era vista antes como certa ou errada, 
hoje já não o é. Assim também, muitos usos vistos, hoje, como certo ou errado podem, no futuro, 
ter uma interpretação diferente. A língua portuguesa, como língua viva, vai, assim, modificando-se, 
transformando-se e seguindo seu curso normal.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
27
Desse modo, não é admissível que uma pessoa seja discriminada pelo uso particular que faz da 
língua, assim como não é mais possível que se consagrem e perpetuem os mitos sobre ela. Alguns 
desses mitos são apontados por Bagno, no livro Preconceito Linguístico: o que é e como se faz, como 
o mito de que “o português é muito difícil” e o de que “as pessoas sem instrução falam tudo errado”.
Teoria e Prática do Texto
28
CEAD
RESUMINDO
• Não respeitar as diversas variantes, ou seja, os diversos usos da língua 
portuguesa, é ter preconceito linguístico.
• A norma culta é apenas uma das variantes, um dos usos possíveis da língua.
• Como língua viva, a língua portuguesa está sempre se modificando.
• Não se deve privilegiar apenas uma das variantes da língua, como sendo a 
mais importante. Todas têm seu valor comunicativo.
• Aprender a chamada norma padrão é importante para ampliar a possibilidade 
de escolha de uso das variantes.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
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EXERCÍCIOS
Leia atentamente o texto abaixo, e responda as duas questões seguidas sobre ele: (Concurso – 
 Jopoatã/SE- 2012- adaptada)
Cadê o plural?
“É só impressão minha, ou está cada vez mais difícil ouvir plurais ortodoxos? Aqueles de 
antigamente, arrematados com um ‘s’ ---- plurais tradicionais, quatrocentões, oitocentões, mil-e-
duzentões?
(...)
Verdade seja dita: não somos os únicos no mundo a ter problemas com a maldita letra ‘s’ no final 
das palavras. Os franceses, debaixo de toda aquela empatia, há séculos desistiram de pronunciar o ‘s’ 
dos plurais. No francês oral, o plural é indicado pelo artigo, e pronto. Ou seja, eles falam ‘as mina’ e ‘os 
mano’ desde que foram promovidos de gauleses a carregadores de baguette debaixo do braço ---- e 
aparentemente nunca foram chamados de ignorantes por isso.
(...)
Entre nós, no entanto, a mutilação do plural não tem nada ver com sotaques ou incapacidade 
de pronunciar fonemas.
Aqui em São Paulo, a falha de ‘s’ é um fenômeno sociocultural. Os pobres não falam no plural 
por falta de cultura. Da classe média para cima, deixamos o plural de lado quando há excesso de 
intimidade. É como se o plural fosse algo opcional, como escolher entre ‘você e o ‘senhor’. Se a 
situação exige, você vai lá e aperta a tecla plural. Se a conversa for entre amigos, basta desligar, e os 
esses desaparecem em algum ponto entre o cérebro e a boca.
Na minha terra, não. Imagina. Lá não se permite isso. No Rio Grande ninguém fala os plurais. 
Nunca. Considera-se pedante quem fala plural. Trata-se de um dos pontos mais importantes do nosso 
dialeto. Assim como no francês oral, no gauches oral o plural é indicado pelo artigo: os guri, as guria. 
Mas isso só vale no gauches falado. Você jamais verá escritas em Porto Alegre essas coisas que se 
leem em placas e faixas de São Paulo, tipo comidas típica ou 12 pratos quente.
Escrito, não. Para nós, a falta de plural escrito dói nos... ouvidos. Quando vim para São Paulo, 
precisei me reeducar para falar os plurais corretamente. Foi difícil, mas a experiência se revelou 
gratificante.
(...)
O avanço da despluralização, no entanto, ameaça transformar São Paulo numa nova Porto 
Alegre, onde concordar substantivo com artigo é coisa de maricas.
Teoria e Prática do Texto
30
CEAD
O que se deve fazer? Uma grande campanha educativa, com celebridades declarando que é 
chique falar os plurais? Lançar pagodes e canções sertanejas falando da dor-de-cotovelo causada por 
não usar ‘s’ no final das palavras? Ou contratar um grupo de artistas alternativos pra sair pichando 
muros por aí com uma mensagem subversiva? Tipo assim: os manos e as minas.”
(FREIRE, Ricardo. Xongas. Jornal da tarde. 2001)
1- Segundo o autor, em São Paulo, a falta de ‘s’ é uma questão sociocultural. Contudo, há 
 no texto uma colocação que tem traços de preconceito linguístico. Assinale-a:
a) “é como plural fosse algo opcional, como escolher entre ‘você’ e o ‘senhor”.
b) “No Rio Grande ninguém fala os plurais”.
c) “a falta de plural escrito dói nos... ouvidos”.
d) “precisei me reeducar para falar os plural”
e) “mas a experiência se revelou gratificante”.
2- Na frase “Os pobres não falam o plural por falta de cultura”, podemos dizer que:
a) Não há nenhum vestígio de preconceito.
b) O preconceito é cultural.
c) Há vestígio de preconceito linguístico.
d) O preconceito é regional.
e) O preconceito é etário.
3- Considere o texto do convite de aniversário, compartilhado entre vizinhos adolescentes, 
 cursando o ensino médio, que repartiram muitos momentos e brincadeiras durante 
 a infância, assim redigido: “Venho respeitosamente solicitar-lhe que se digne 
 comparecer ao meu aniversário.” (retirada de www.fortaleza.ce.gov.br/)
A atitude desse rapaz se assemelha à atitude do indivíduo que:
a) comparece a uma festa de formatura usando terno.
b) vai à entrevista de emprego de “short” e camiseta.
c) põe terno e gravata para ir à Câmara dos Deputados.
d) vai a uma partida de futebol de chinelo e bermuda. 
e) coloca “short” e camiseta para ir à praia.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
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Modalidades Oral e Escrita da Língua
Objetivos
• Entender que a oralidade e a escrita são apenas duas modalidades de uma língua e que não se 
excluem.
• Identificar as peculiaridades de cada uma dessas modalidades e as situações em cada uma delas 
deve utilizar a linguagem formal ou informal.
Unidade 04
Teoria e Prática do Texto
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CEAD
A oralidade e a escrita não se tratam de duas línguas diferentes. Elas são apenas duas 
modalidades de uma mesma língua.
Toda língua que tem escritatem, também, a vertente oral. Na verdade, a língua surge oralmente 
e, somente depois, ela é representada pela escrita. De fato, ainda existem muitas línguas ágrafas, ou 
seja, línguas que não possuem a reprodução feita pela escrita. Não é por isso que deixam de ter o seu 
valor comunicativo.
Por muito tempo, o homem se comunicou com outros apenas através da fala. A existência do 
ser humano é muito mais antiga do que o surgimento da escrita. Apesar disso, ele não deixou de 
estabelecer comunicação com o seu semelhante.
Na verdade, a escrita surgiu para representar a língua e facilitar a vida do homem em função 
das muitas atividades que foram fazendo parte da sua realidade, mas, com o passar do tempo, passou 
a ser entendida como sendo a própria língua, quando, efetivamente, ela é apenas uma de suas facetas.
São, então, a oralidade e a escrita duas maneiras distintas de as pessoas organizarem os seus 
discursos com a finalidade de estabelecerem a interação com outras pessoas. Elas são práticas sociais 
de comunicação que, por conta disso, não entram em competição, em concorrência, ao contrário, elas 
são complementares. As duas formas têm importância, pois são manifestações diferentes ou modos 
de diferentes de representar a língua, construindo, desse modo, a informação. Elas, por isso, não se 
opõem – às vezes se desencontram, mas outras se encontram. Cada forma é usada, assim, dependendo 
da necessidade do usuário e da situação de comunicação.
Em relação ao uso de cada uma dessas modalidades, podemos dizer que, em grande parte do 
dia, da vida mesmo, o homem utiliza a oralidade, enquanto à escrita é dedicada pequena parcela do 
seu tempo.
Contudo, apesar de a oralidade ser mais utilizada, a escrita é sempre mais valorizada, inclusive 
pela escola, que a coloca em um pedestal, deixando para vertente oral da língua pouco tempo de 
reflexão e de estudo.
Essa supervalorização da escrita acaba acarretando na marginalização da oralidade, quanto, de 
fato, esta é tão importante quanto a outra.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
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Algumas diferenças entre a fala e a escrita
Fala
• A fala tem a característica particular de causar maior envolvimento entre os parceiros da 
comunicação, denunciando, por vezes, individualidades.
• Há, na fala, uma sincronia. Ao mesmo tempo em que fala, o interlocutor escuta. O momento 
da produção e da recepção do texto é simultâneo.
• Na conversação, há o que os estudiosos do assunto chamam de troca de turnos, ou seja, troca 
de fala, numa construção coletiva, em que os falantes auxiliam mutuamente na construção 
do diálogo.
• Ela tem, como recursos que auxiliam na conversação, o uso de gestos, de tom de voz, de 
expressões, de movimentos do corpos etc. e pode, assim, dizer algo além do que as palavras 
proferidas.
• Na fala, os interlocutores podem negociar o sentido do texto, o falante pode fazer correções 
imediatas;
• O que foi dito não pode ser apagado.
• A fala tende a usar frases mais curtas.
Escrita
• A escrita provoca um afastamento maior entre o leitor e o escritor. Através dela, eles não 
entram em contato direto. Desse modo, a interação é feita indiretamente.
• Entre o momento de produção e de recepção do texto há uma lacuna, uma distância.
• Pode usar, como auxilio à comunicação, recursos como figuras, cores, disposição do texto 
para a significação
• Para representar propriedades da fala, como as pausas e as entonações, a escrita recorre ao 
uso de sinais gráficos como os sinais de pontuação e os acentos.
• No texto escrito, o produtor tem a possibilidade de revisar e corrigir quantas vezes forem 
necessárias.
• Na escrita, temos a possibilidade de fazer pesquisa, de consultar materiais e dados para a 
produção do texto.
• Na escrita a construção do texto é solitária, assim como a leitura e interpretação também 
o são.
• A escrita tem a possibilidade maior de usar frases e períodos mais longos.
Teoria e Prática do Texto
34
CEAD
Como podemos verificar, a oralidade e a escrita apresentam muitas características que as 
diversificam. Contudo, tanto uma quanto outra pode ser formal ou informal.
Somos levados a achar que a fala é o momento da informalidade, enquanto a escrita é o da 
formalidade. Entretanto, podemos ter textos escritos formais e informais, assim como os textos orais 
podem variar entre a informalidade e a formalidade.
Nos trabalhos acadêmicos escritos, nos textos científicos, nas provas, nos documentos oficiais, 
por exemplo, a escrita deve privilegiar a norma culta, usando a formalidade. Entretanto, em um bilhete 
para um amigo, em um recado ou conversa nas redes sociais, ela não deve, obrigatoriamente, seguir 
as normas. Nesse caso, o escritor fica à vontade e adéqua o uso da escrita a esse contexto informal, 
no qual, muitas vezes, as palavras são simplificadas, os sinais de pontuação não são usados o tempo 
inteiro etc.
Em se tratando de texto falado, também existem contextos em que se deve empregar a 
linguagem formal, enquanto, em outros, emprega-se a informal. Nas conferências, palestras, na 
apresentação de um seminário, em uma audiência jurídica, por exemplo, a linguagem apropriada 
é a formal. Já nas conversas com os amigos, com os familiares, em uma festa, na praia e nos mais 
variados contextos informais, a linguagem pode, perfeitamente, ser formal e não obedecer às regras 
da gramática normativa.
Como se vê
(...) oralidade e escrita são práticas e usos da língua com especificidades 
e condições distintas de realização, mas não suficientemente opostas 
para caracterizar dois sistemas linguísticos. Ambas possibilitam a criação 
de textos coesos e coerentes, permitindo a elaboração de exposições 
formais e informais, variações estilísticas, sociais, dialetais, entre outras. 
Como manifestação da prática oral, a fala é adquirida de modo natural em 
contextos informais do dia a dia e nas relações sociais que se estabelecem 
desde o momento em que o bebê tem seus primeiros contatos com 
a mãe. O aprendizado e o uso da língua natural são uma forma de 
inserção cultural e socialização. Já a escrita é a manifestação formal 
do letramento. Ela é adquirida em contextos formais, principalmente 
na escola, e apresenta caráter de maior prestígio como bem cultural 
desejável. (ANDRADE, 2015, p.2)
Teoria e Prática do Texto
CEAD
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RESUMINDO
• A fala e a escrita não se excluem, ao contrário, complementam-se.
• Elas são, somente, manifestações distintas de uma mesma língua.
• Tanto a fala quanto a escrita podem ser formais ou informais. Isso dependerá 
do contexto de uso.
• A fala tem peculiaridades como a sincronicidade da comunicação; a 
cumplicidade na produção do texto entre os falantes; o uso de recursos como 
a expressão, o olhar e os gestos, que ajudam na composição do significado, 
entre outras.
• A escrita tem como características específicas a não simultaneidade de 
produção (escrita) e recepção (leitura); a possibilidade de revisão e correção 
mais detalhada; a representação de entonação e pausas através de sinais 
gráficos; a utilização de imagens, cores, disposição do texto, como forma de 
conferir significado, entre outras.
Teoria e Prática do Texto
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CEAD EXERCÍCIOS
1- A minha poesia 
seria sem 
gramática feita 
toda de cor
ao som do violão
com as palavras apreendidas na fala do povo. 
(Jorge Barbosa)
Após a leitura desses versos, é possível afirmar que o poema:
a) Ataca e condena a gramática normativa.
b) Propõe a criação de poemas que sigam o rigor da gramática tradicional.
c) Critica os escritores que se valem da modalidade da língua falada para compor poemas.
d) Expressa a vontade da utilização do registro da fala popular, sem o rigor tradicional 
 para a construção de poemas.
e) Ataca e condena a linguagem popular.
2- Assinale a única opção em que não aparece o emprego de expressões coloquiais.a) Não Acredito! Aquele livro me custou o olho da cara.
b) Aquele aluno, vejam vocês, é muito cara de pau!
c) As meninas fizeram a prova do vestibular.
d) A gente sabe que tudo na vida não é fácil.
e) Tu vai lá hoje.
3- Leia o trecho abaixo e analise, observando o uso da língua. Diga de qual modalidade 
da língua ele apresenta características, segundo o que foi estudado nesta Unidade, e reescreva-o, 
colocando-o em outra:
“... quando eu completei sete anos né... eu fui pra escola qui... qui... era a coisa que eu queria 
mais fazê é istudá”
Teoria e Prática do Texto
CEAD
37
Acentuação Gráfica
Unidade 05
Objetivos
• Desenvolver o conhecimento para aplicação da acentuação gráfica correta.
• Saber identificar as regras e aplicá-las, conforme a gramática normativa e as novas alterações 
ortográficas.
Teoria e Prática do Texto
38
CEAD
A língua portuguesa emprega a acentuação gráfica, mesmo sabendo-se que palavras com duas 
ou mais sílabas de nosso idioma, possuem uma sílaba tônica, mas, em vários casos, não recebem 
acentuação. Pode-se exemplificar isso, através das seguintes palavras: casa, júri, xícara. Nesses 
exemplos, a sílaba tônica recai sobre a sílaba inicial, mas nem todas são acentuadas.
Assim, vale destacar que todas as palavras com duas ou mais sílabas terão acento tônico em uma 
delas, mas nem sempre terão acento gráfico. Isso se deve ao fato de que a tonicidade se apresenta 
na oralidade (fala), enquanto a inserção da acentuação gráfica prevalece na escrita (grafia) e irá 
depender de algumas regras para que o acento gráfico ocorra.
Acentuação tônica ou sílaba tônica é a sílaba da palavra pronunciada com maior intensidade. 
Segundo Evanildo Bechara (2009, p. 86), “a acentuação é o modo de proferir um som ou um grupo de 
sons com mais relevo que os outros. Este relevo se denomina acento.”
Para que se entenda as regras de acentuação gráfica, é necessário, primeiramente, que se tenha 
uma orientação sobre, entre outros, alguns conceitos como: classificação das palavras quanto à 
posição da sílaba tônica (oxítona, paroxítona e proparoxítona) e a distinção entre ditongo e hiato.
Oxítonas: são as palavras que têm acento tônico na última sílaba. Elas são chamadas, também, 
de palavras agudas. São acentuadas, com acento gráfico, as oxítonas que sejam terminadas em:
• a – as; e – es; o – os e em - ens.
Paroxítonas: são as palavras que têm o acento tônico na penúltima sílaba. Elas são chamadas, 
também, de palavras graves. São acentuadas, com acento gráfico, as paroxítonas terminadas em:
• i, is, l, r , n, us, um, uns, x, ã(s), ão(s), os e ditongo oral seguindo ou não de s.
Proparoxítonas: são proparoxítonas as palavras que têm o acento tônico na antepenúltima 
sílaba. Essas são, também, denominadas de esdrúxulas. Segundo a Gramática Normativa, acentuam-
se todas as palavras proparoxítonas.
Ditongo: trata-se do encontro entre uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba.
- Eles podem ser decrescentes, quanto aparecer primeiro uma vogal, depois uma semivogal.
Exemplo:
• Constrói
Teoria e Prática do Texto
CEAD
39
- Eles podem ser crescentes, quando aparecer primeiro a semivogal, depois a vogal.
Exemplo:
• árduo
Hiato: São duas vogais em uma palavra que se separam na separação de sílabas.
Exemplo:
• saída / sa - í - da
Regras
- São acentuadas as Oxítonas terminadas em:
a (s) cajá, maracujá, cajás, maracujás
e (s) café, você, cafés, vocês
o (s) paletó, mocotó, avô paletós, mocotós
em (ens) ninguém, parabéns
- São acentuadas as formas verbais terminadas em a, e, o seguidas de –lo(s) e la(s):
- a comprá-lo, amá-la
- e prendê-lo, fazê-la
- o compô-lo, propô-la
- São acentuadas as Paroxítonas terminadas em:
- l fácil, hábil
- n hífen, éden
- r caráter, cadáver
- x tórax, látex
- ps bíceps, fórceps
- ã (s) ímãs, órfãs
- ão (s) órfão, órfãos
- i (s) júri, lápis
- um; uns álbum, fóruns
- us vírus, bônus
ditongo mágoa, áurea, cárie
Teoria e Prática do Texto
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CEAD
- São acentuadas todas as Proparoxítonas.
Exemplos: biológico, xícara, chávena, cátedra, parêntese
- São acentuados os Monossílabos Tônicos terminados em:
- a (s) pá, pás
- e (s) pé, pés
- o (s) pós, pós
- São acentuados o, i e u tônicos dos hiatos, quando ficarem sozinhos na sílaba ou acompanhados 
de s; e não forem seguidos de nh, na próxima sílaba.
ru-í-na ruína
ra-í-ses raízes
pa-í-ses países
fa-ís-ca faísca
e-go-ís-mo egoísmo
a-te-ís-mo ateísmo
vi-ú-vo viúvo
ba-ú baú
A-nhan-ga-ba-ú Anhangabaú
Não são acentuados, portanto, palavras como raiz, rainha, bainha, ruim, juiz etc.
- São acentuados os ditongos abertos em éi, éu, e ói
- éi anéis, fiéis
- éu troféu, chapéu, céu
- ói herói, constrói, dói
Teoria e Prática do Texto
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Mudanças segundo a nova norma ortográfica
Não são usados mais os acentos nos ditongos ói e éi, com pronúncia aberta, em palavras 
paroxítonas.
Como era Como fica
Coréia Coreia
epopéia epopeia
estréia estreia
platéia plateia
jibóia jiboia
tramóia tramoia
paranóico paranoico
Não se usa mais o acento no i e no u tônicos, quando aparecerem logo depois de um ditongo 
decrescente.
Como era Como fica
Bocaiúva Bocaiuva
feiúra feiura
O acento diferencial
Quase todos os acentos diferenciais foram retirados.
Exemplos:
Como era Como fica
Ele pára o cavalo. Ele para o cavalo.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele é jogador de pólo. Ele é jogador de polo.
A cachorra tem pêlos cinzas. A cachorra tem pelos cinzas.
Tinha pêra na salada. Tinha pera na salada.
Teoria e Prática do Texto
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Continua-se usando o acento diferencial nas palavras:
• pôde (passado) ≠ pode (presente); 
• pôr (verbo) ≠ por (preposição) 
Exemplos:
• Hoje ele pode fazer isso. (presente)
• Ontem ele não pôde fazer isso. (passado)
Uso facultativo do acento diferencial
- O emprego do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma / fôrma, para que a clareza 
da frase seja contemplada.
Exemplo: A forma da fôrma de bolo é quadrada.
- O acento diferencial de singular e plural (verbos ter e vir e derivados).
Singular Plural
Ele tem dois animais. Eles têm dois animais.
Ele vem de casa. Eles vêm de casa.
Ele mantém o que disse. Eles mantêm o que disseram.
Ele convém aos estudantes. Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. Eles detêm o poder.
Ele intervém em tudo. Eles intervêm em tudo.
Podemos observar que os verbos ter e vir, no singular, não levam acento e no plural, sim. Contudo, 
para diferenciar o singular do plural, os derivados desses verbos levam acento agudo no singular e 
acento circunflexo no plural.
Não é mais usado o acento nas palavras que terminam em êem e ôo(s):
Teoria e Prática do Texto
CEAD
43
Como era Como fica
abençôo abençoo
crêem creem
dêem deem
enjôo enjoo
lêem leem
magôo magoo
zôo zoo
vôos voos
povôo povoo
Ele intervém em tudo. Eles intervêm em tudo.
Não é mais usado o trema – sinal gráfico colocado em cima da letra u antes de e e i, quando é 
pronunciado.
Como era Como fica
agüentar aguentar
argüir arguir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente
ensangüentado ensanguentado
eqüestre equestre
seqüestro sequestro
tranqüilo tranquilo
Obs.: Em palavras estrangeiras e suas derivadas, o trema continua sendo usado.
Exemplo: Müller, mülleriano. 
Teoria e Prática do Texto
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CEAD
RESUMINDO
• As palavras com mais de duas sílabas têm acento tônico, que está ligado à 
pronúncia.
• O acento gráfico só será usado, de acordo com as normas.
• As palavras podem ter acento tônico e não necessitarem de acento gráfico.
• Para entender as regras de acentuação gráfica, precisa-se saber classificar, 
inicialmente, as palavras quanto à sílaba tônica.
Teoria e Práticado Texto
CEAD
45
EXERCÍCIOS
1- Aponte a opção em que as duas palavras são acentuadas devido à mesma regra: (PUC-RJ)
a) Saí e dói
b) Relógio e própria
c) Só e sóis
d) Até e pé
e) Caí, céu
2- Só numa série abaixo estão todas as palavras acentuadas corretamente. Assinale-a: (UFF-RJ)
a) rápido, séde, côrte
b) ananás, ínterim, espécime
c) corôa, vatapá, automóvel
d) cometi, pêssegozinho, viúvo 
e) pessôa, cajá, saída
3- No terceiro verso o eu-poemático escreve “o mesmo fluido estranho”. Considerando que o 
 vocábulo “fluido” foi adequadamente empregado, explique por que o poeta não poderia ter 
 usado a forma acentuada “fluído”: (UNESP - adaptado)
Talvez haja entre mim que os passos te acompanho, E a abelha que a zumbir vai procurar a flor,
- Alma ou asas movendo - o mesmo fluido estranho, seja instinto ou amor;
(ALBERTO DE OLIVEIRA. Poesias - segunda série (1898-1903).)
Teoria e Prática do Texto
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CEAD
Emprego do Acento Grave
Objetivos
• Identificar quando haverá o emprego do acento grave e quais são as regras gerais e específicas 
para o uso.
• Compreender particularidades em torno do uso do acento grave e aplicar as regras de acordo com 
a gramática normativa.
Unidade 06
Teoria e Prática do Texto
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Acento Grave: é o acento gráfico indicativo de crase, ou seja, ele é usado para indicar que 
ocorreu o fenômeno fonético chamado crase.
Crase: é a fusão/união de duas vogais iguais. Para efeito de uso do acento grave, tem de ser a 
junção de dois a.
Exemplos:
• Foi a a médica. / Foi à médica. (ocorre crase porque existem dois a)
• Foi a o médico. / Foi ao médico. (não ocorre crase, pois existem duas vogais diferentes.)
Regra geral para o uso do acento
A crase ocorrerá quando:
- Um termo anterior exigir a preposição a;
- Um termo posterior exigir o artigo a. (normalmente, um substantivo feminino)
Exemplo:
• Vou a a praia. 
(o primeiro a é a preposição exigida por vou e o segundo a é o artigo exigido por praia) Logo: 
 Vou à praia (juntamos os dois a e indicamos a junção com o acento grave)
Por exemplo, na frase “compro a toalha”, não há o uso do acento grave, pois só existe um a. 
O verbo comprar anterior não exige a preposição a. Apenas o substantivo feminino toalha exige o 
artigo a.
Regras Especiais
O acento grave será usado em:
- Indicação pontual de horas
Exemplo: Iniciarei a palestra às 15h e 30min. 
- Com as expressões “à moda de” e “à maneira de”, mesmo estando expressas. 
Unidade 06
Teoria e Prática do Texto
48
CEAD
Exemplos:
• Jogou à moda de Cristiano Ronaldo.
• Jogou à Cristiano Ronaldo.
- Em expressões adverbiais femininas no singular ou plural. Essas expressões denotam 
circunstâncias de tempo, de lugar, de modo etc. assim como os advérbios.
Exemplos:
• Dormiu à noite. (expressão de tempo)
• Saiu às avessas. (expressão de modo)
Obs.: Nesse caso, há o emprego do acento grave sem que tenha ocorrido a união de dois a.
- Com os pronomes demonstrativos aquele (s), aquela (s), aquilo. Havendo um termo anterior 
que exige a preposição a, seguido dos pronomes demonstrativos: aquele, aqueles, aquela, aquelas, 
aquilo, ocorrerá o uso do acento. Nesse caso, junta-se o a preposição com o a inicial dos pronomes.
Exemplos:
• Entreguei-me àquele amor.
• Obedeci àquela ordem.
• Referi-me àquelas coisas.
• Dedicou-se àquilo com todas as forças.
- Antes dos pronomes relativos qual ou quais haverá o emprego do acento grave se o masculino 
correlativo for ao qual, aos quais. 
Exemplos:
• Ela é a menina à qual me referi.
• Ele é o ao qual me referi.
• Elas são as meninas às quais me referi.
• Eles são os meninos aos quais me referi.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
49
Uso facultativo do acento grave
Antes de nomes próprios femininos e de pronomes possessivos pode ocorrer o artigo ou não, 
por isso o uso é opcional.
- Antes de nomes próprios femininos.
Exemplos:
• Falou à Sílvia. (preposição mais artigo)
• Falou a Sílvia. (preposição sozinha)
- Antes de pronomes possessivos femininos.
• Deu um alento à minha alma. (preposição mais artigo)
• Deu um alento a minha alma. (preposição sozinha)
Obs.: No caso do pronome possessivo não acompanhado de seu substantivo, ou seja, quando ele 
não está claro, o uso é obrigatório, segundo o estudioso Evanildo Bechara (2009)
Exemplo:
• Deu uma boneca a sua filha e eu dei à minha, um vestido. (no primeiro caso, o uso é 
facultativo, pois vem acompanhado de filha; no segundo, o uso é obrigatório, pois não vem 
acompanhado)
Alguns casos excepcionais
- Antes da palavra casa. A palavra casa pode aceitar ou não o artigo. Quando ela tem o sentido 
de lar da própria pessoa e não estiver determinada/especificada, não aceitará o artigo. Então, 
não levará o acento grave. Estando determinada, levará o acento.
Exemplos:
• Irei a casa depois do colégio. (preposição sozinha)
• Irei à casa de meus pais. (preposição mais artigo)
Teoria e Prática do Texto
50
CEAD
- Antes da palavra terra. Quando a palavra terra tem sentido de chão firme, em oposição ao mar, 
por exemplo, e não vier determinada, não aceitará o artigo a. Logo, não será usado o acento 
grave. Estando determinada, levará o acento.
Exemplos:
• O casal chegou a terra. (não está determinada - preposição sozinha)
• O casal chegou à terra de Aquiles. (está determinada - preposição mais artigo) 
- Depois da preposição até. Quando a preposição até for seguida de um substantivo feminino, 
o uso será opcional. 
Exemplos:
• Chegou até à comunidade.
• Chegou até a comunidade.
- Antes de nomes de lugar. Antes de nome lugar masculino não ocorrerá o acento grave, pois 
não aceita artigo a. Contudo, antes de nome de lugar feminino poderá ocorrer ou não, porque 
alguns aceitam artigo e outros não aceitam.
Se o nome de lugar feminino estiver determinado, levará o acento, pois aceitará o artigo. Se não 
estiver determinado, poderá receber o acento ou não.
Exemplos:
Com nome de lugar masculino:
• Vou a São Paulo. (como é masculino, não levará acento) 
Com nome de lugar feminino:
• Vou à Bahia. / Vou à Bahia de Jorge Amado. (determinado ou não levará o acento)
• Vou a Roma. (não sendo determinado, não levará o acento)
• Vou à Roma de Vergílio. (sendo determinado, levará o acento)
Teste para saber se o nome de lugar feminino aceita artigo ou não:
- Se ocorrer a combinação da (de + a) antes do nome, ele aceita o artigo.
- Se ocorrer apenas a preposição de antes do nome, ele não aceita.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
51
Para isso, usa-se verbos que peçam outras preposições (no caso de) diferentes de a.
Exemplos:
• Voltou da Bahia. (como aparece o a, aceitará sempre)
• Voltou de Roma. (não aceita)
• Voltou da Roma de Vergílio. (aceita, por estar determinado/especificado)
Não se usa o acento grave:
- Antes de substantivos masculinos. 
 Exemplo: 
• Caminhou a passo lento. (o a é só preposição e lento é substantivo masculino)
- Antes de verbo.
Exemplo:
• A menina começou a caminhar devagar. ( o a é só preposição) 
- Antes da maioria dos pronomes
Exemplos:
• Ele deu a esta menina um buquê de flores. (o a é preposição e esta é pronome demonstrativo)
• Entregou o livro a ela.
- Com palavras repetidas 
Exemplo:
• Escrever dia a dia. (o a é só preposição)
- Com a preposição sozinha antes de substantivo plural. 
Exemplo:
• Comuniquei a alunas desinteressadas a minha saída. Se o a viesse acompanhado de s, ele 
receberia o acento.
Teoria e Prática do Texto
52
CEAD
• Comuniquei às alunas desinteressadas a minha saída.
 - Antes dos seguintes pronomes “quem” e “cujo” 
Exemplos:
• Entreguei as chaves a quem procurava.
• Entendeu a emergência a cuja intensidade ele se referiu.
- Antes da maioria dos pronomes de tratamento. 
Exemplo:
• Referiu-se a Vossa Senhoria.(apenas preposição a)
Obs.: Com os pronomes senhora, senhorita e dona haverá o acento, pois aceitam o artigo. 
Exemplo:
• Dirigiu a palavra à senhora.
- Antes do que
Normalmente, não se usa o acento grave antes do que. Contudo, pode haver a crase entre a 
preposição a e o pronome demonstrativo a (quando este puder ser substituído por aquela). Para 
sabermos quando usar o acento grave antes do que, devemos fazer o seguinte teste:
- Quando, com a palavra antecedente masculina, ocorre ao que, haverá acento com a feminina.
Exemplo:
• Ocorreu um incidente anterior ao (àquele) que ele presenciou. (nesse caso, há a+o)
• Ocorreu uma situação anterior à (àquela) que ela presenciou. (nesse caso, há a+a)
- Quando, com a palavra antecedente masculina, ocorre a que, não haverá o acento com a 
feminina.
Exemplo:
• Fiz o exercício a que você se referiu. (nesse caso, não tem artigo o)
• Fiz a atividade a que você se referiu. (nesse caso, não tem artigo a)
Teoria e Prática do Texto
CEAD
53
RESUMINDO
 
• O acento grave é usado para indicar que houve a união entre dois a.
• A regra geral para o uso desse acento é a existência de um a preposição e um 
a artigo, que se juntam em crase.
• Há, ainda, o uso, em outras circunstâncias, como diante do a de alguns 
pronomes e em algumas expressões adverbiais.
• Normalmente, o acento grave é usado antes de palavras femininas.
Teoria e Prática do Texto
54
CEAD EXERCÍCIOS
1- Assinale a opção em que o a sublinhado nas duas frases deve receber acento grave 
indicativo de crase: (IBGE)
a) Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar em voz alta.
b) Pedimos silêncio a todos. Pouco a pouco, a praça central se esvaziava.
c) Esta música foi dedicada a ele. / Os romeiros chegaram a Bahia.
d) Entregou a alma a menina. / O carro entrou a direita da rua.
e) A canção foi dedicada a namorada. / A partir de agora não seria feliz.
2- Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamente por utilizar ou não o 
acento grave indicativo de crase: (FGV- adaptada)
a) Vou à Brasília dos meus sonhos.
b) Nosso expediente é de segunda à sexta.
c) Pretendo viajar a Paraíba.
d) Ele gosta de bife à cavalo.
e) À partir desse momento, você me convenceu.
3- Indique a opção em que o sinal indicativo de crase está corretamente usado: 
(CESGRANRIO-adaptada)
a) Essa proposta convém à todos.
b) O governo aumentou à quantidade de subsídios.
c) Ela considerou a oferta inferior àquela inicial.
d) Ele está propenso à deixar o cargo.
e) Entregou à ela o coração.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
55
Questões de Ortografia
Unidade 07
Objetivos
• Representar visualmente a língua falada através da escrita.
• Solucionar os problemas que surgem após a transformação da mensagem falada em mensagem 
escrita, pois não é em todo caso que a grafia representa exatamente a pronúncia.
Teoria e Prática do Texto
56
CEAD
A forma escrita das palavras na representação da língua falada se dá através do uso do alfabeto 
e das notações léxicas.
Alfabeto: conjunto de letras que representam os fonemas. Hoje em dia, no alfabeto da língua 
portuguesa, constam fundamentalmente 26 delas (a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, 
y, z).
Notações léxicas: são os sinais gráficos que auxiliam na escrita. São divididos em dois tipos. Os 
que dão valor fonético especial a determinadas letras (acento agudo, acento circunflexo, cedilha e til) 
e os que não mudam o som das letras (acento grave, apóstrofo e hífen).
No 1º caso:
Acento agudo (´) – indica o som aberto das vogais.
Exemplo: cabelo / bélico
Acento circunflexo (^) – indica o som fechado das vogais.
Exemplo: bélico / bêbado
Til (~) – indica a nasalização das vogais.
Exemplo: massa / maçã
Cedilha (ç) – É inserida sob a letra C e somente usada antes das vogais: a, o, u. Confere a letra 
c o valor de fonema diferente.
Exemplo: louca / louça
No 2° caso:
Acento grave (`) – indica a junção de dois “a”.
Exemplo: Eu vou a a praia. / Eu vou à praia.
Apóstrofo (‘) – indica a omissão de uma letra.
Exemplo: caixa de água / caixa d’água. (indicou a omissão da letra e).
Teoria e Prática do Texto
CEAD
57
Hífen (-) – Indica 3 funções:
Exemplos:
• Junção de elementos de palavras compostas (guarda-chuva).
• Separação de palavras ao término de linhas (doen-ças).
• Ligação de pronomes a verbos (adoro-te).
Orientações da ortografia
O correto emprego das letras devido aos problemas gerados pela não coincidência casual entre 
a língua falada e a língua escrita:
O uso do H
Quando é usado no início ou no fim das palavras, o h é uma letra que não possui valor fonético.
Exemplo: Hoje / ah.
O uso do E, I
- Verbos que são terminados em UAR serão escritos com a letra e quando estiverem conjugados 
na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo.
Exemplo: Continuar / Que ele continue.
- Verbos que são terminados em OAR serão escritos com a letra e quando estiverem conjugados 
na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo.
Exemplo: Perdoar / Que ele perdoe.
- Verbos que são terminados em UIR serão escritos com a letra i quando estiverem conjugados 
na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo.
Exemplo: Contribuir / Ele contribui.
- Prefixos: Ante – significa anterioridade / Anti – significa posição contrária.
Exemplo: Antebraço (antes do braço) / Anticonjugal (contra o casamento)
- Palavras parônimas: pronúncia e escrita parecidas, porém significados diferentes.
Exemplo: Deferir (conceder) / Diferir (adiar)
Teoria e Prática do Texto
58
CEAD
O uso do G, J
As letras g e j são usadas na representação do fonema / j /, porém o emprego destas duas letras 
se dá de acordo com a origem da palavra. Deste modo, a grafia das formas derivadas permanece com 
a mesma letra da forma primitiva da palavra.
Exemplos:
• Gesso - do grego “gypsos”
• Jeito – do latim “jactu”.
• Gorjear – Gorjeio
• Nojo – nojeira.
O uso do C, Ç, S, SS
Emprega-se o C e Ç em palavras de origem tupi e após ditongos. O emprego do SS é feito em 
palavras que são compostas por prefixos que terminam em vogais com palavras que comecem com 
s. Também se usa o SS em substantivos que são derivados de verbos que terminam em ter, tir, der, dir, 
mir, quando caem tais terminações na formação dos substantivos, porém, nesta mesma regra se usa 
o S depois das letras n ou r.
Exemplos:
• Palavras de origem tupi: Araçá / Moçoró / Ceci
• Após o ditongo: Arcabouço / Feição / Foice
• Palavra formada por prefixo terminado em vogal + palavra iniciada em s: re + surgir = 
ressurgir / pre + supor = pressupor / a + segurar = assegurar
• Substantivos com as terminações (que caem) citadas acima: Submeter = Submissão / Demitir 
= Demissão / Conceder = Concessão
• Substantivos com as terminações (que caem) citadas acima que terminam em r ou n: Inverter 
= Inversão / Ascender = Ascensão
Obs: Só se aplica a regra das terminações postas acima, se o substantivo perdê-las em sua 
formação, caso contrário a regra não se aplicará.
Exemplo: Reter = Retenção / Abster = Abstenção
Teoria e Prática do Texto
CEAD
59
O uso do S, Z
Escreve-se com a letra Z os substantivos abstratos que indicam qualidade, estado e condição 
quando são derivados de adjetivos. Usa o sufixo EZ na formação de substantivos abstratos derivados 
de adjetivos. Já o sufixo ÊS aparece em adjetivos e substantivos derivados de substantivos concretos. 
Os verbos com sufixo ISAR derivam de palavras onde há a letra s na sílaba final. As palavras que não 
possuem nas sílabas finais a presença do s derivam verbos com o sufixo IZAR. Os verbos pôr (e seus 
compostos) e querer são representados pelo S no fonema (z). Os sufixos OSO e OSA aparecem em 
adjetivos derivados de substantivos. Letra S após os ditongos.
Exemplos:
• Substantivos que indicam qualidade,estado e condição: Avareza / Certeza / sutileza
• Substantivos abstratos derivados de adjetivos: Altivez / Flacidez / Estupidez
• Adjetivos e substantivos derivados de substantivos concretos: Camponês / Polonês / Pedrês
• Verbos derivados de palavras com s: Frisar / Alisar / Pesquisar
• Verbos derivados de palavras sem s: Sinalizar / Estilizar / Dramatizar
• Verbos pôr e querer: Pus / Pusesse / Puser – Quis / Quisesse / Quiser
• Adjetivos derivados de substantivos: Nervoso / Afetuosa / Valoroso
• Após ditongos: Aplauso / Náusea / Repousar
O uso do do X, CH
Depois de ditongo usa-se a letra X. Após a sílaba inicial en, também se emprega a letra X. Porém 
para a palavra encher e seus derivados não se aplica esta regra. E quando a sílaba en se junta a uma 
palavra que comece com CH também não se usa o X.
Exemplos:
• Após ditongos: Ameixa / Caixa / Peixe
• Após sílaba en no começo da palavra: Enxada / Enxaqueca / Enxugar
• En + Palavra que se inicia com CH: Enchouriçar / Encharcar
• Encher/Encheu
O uso do POR QUE, PORQUE, POR QUÊ, PORQUÊ
- Usa-se por que nas interrogativas diretas e indiretas.
Exemplo: Por que você não foi?
Teoria e Prática do Texto
60
CEAD
- Porque introduz uma causa, uma explicação (equivale a pois) ou uma finalidade (para que). 
Exemplos: 
• Eu não fui porque não quis.
• Venha porque estamos com saudade.
• Venha porque não fique só.
- Por que equivale a (pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais)
Exemplo: Essa é a casa por que passamos.
- Por quê é usado em final de frase ou quando estiver isolada a expressão.
Exemplo: Ela não foi por quê? / Por quê?
- Porquê é um substantivo. Equivale a causa, motivo ou razão.
Exemplo: Eu quero saber o porquê da ausência dela.
Teoria e Prática do Texto
CEAD
61
RESUMINDO
 
• As letras do alfabeto e os sinais gráficos representam, na escrita, a língua 
falada.
• Existem sinais gráficos que auxiliam na escrita, como os acentos, o hífen etc.
• Muitas vezes não há coincidência entre a língua falada e a escrita, por isso 
existem algumas regras para auxiliar na escrita correta.
Teoria e Prática do Texto
62
CEAD EXERCÍCIOS
1- Julgue o texto abaixo no que se refere à correção ortográfica, analisando-o, corrigindo-o 
 e explicando o que foi analisado.
Dona Zélia chama os filhos Emília, Túlio e Julinho, o cacula.
- Queridos, vocês precizam colaborar mais na arrumação da casa. Tenho encontrado toalhas 
molhadas em cima da cama, moxilas jogadas no sofá... Se todos da família fizerem um pouquinho, o 
resultado vai ser uma casa arrumada.
2- A única palavra que não se escreve com X, na série abaixo, é:
a) bruxulear
b) enxumaçar
c) enxame
d) mexilhão
e) caixa
3- Assinale a alternativa incorreta sobre o emprego da letra “x”: (retirada de brasilescola. 
 com - adaptado)
a) Deve-se empregar o “x” após os ditongos (encontros vocálicos = vogal + semivogal em 
 uma mesma sílaba). Exemplos: ameixa, feixe, caixa, frouxo, etc.
b) Emprega-se o “x” após a sílaba “en”, como enxame, enxame, enxurrada, enxaqueca, etc.
c) Palavras como enxente, enxarcar, enxapelar, enxumaçar e enxiqueirar seguem a regra 
 do emprego do “x” após a sílaba “en”.
d) A letra “x” pode representar os seguintes fonemas: /ch/, /cs/, /z/, /ss/ e /s/
e) A palavra “enxada” se escreve com “x” porque vem antes de palavra com “ch”
Teoria e Prática do Texto
CEAD
63
Pontuação I: emprego geral dos sinais de 
pontuação
Objetivos
• Compreender a relevância da pontuação, a fim de garantir uma boa organização e clareza dos 
mais variados tipos de textos.
• Identificar e empregar adequadamente os mais variados sinais de pontuação, com o objetivo de 
construir textos claros e coerentes, evitando ambiguidades
Unidade 08
Teoria e Prática do Texto
64
CEAD
A língua escrita, diferentemente da falada, não possui recursos como entonações e pausas. 
Desse modo, os sinais de pontuação são empregados em textos para, de certa forma, tentar suprir e 
reconstruir os recursos específicos da língua falada. Assim expõem Cunha e Cintra:
A língua escrita não dispõe dos inumeráveis recursos rítmicos e melódicos da língua falada. Para 
suprir essa carência, ou melhor, para reconstruir aproximadamente o movimento vivo da elocução 
oral, serve-se da PONTUAÇÃO. (CUNHA e CINTRA, 1985, p. 625).
Desse modo, é fundamental, na construção de um texto, o emprego correto dos sinais de 
pontuação, para se garantir o sentido e a compreensão textual.
Os sinais de pontuação
Os sinais de pontuação podem ser divididos e classificados em dois grupos: o primeiro abrange 
os sinais que servem, principalmente, para marcar as pausas. Já o segundo, compreende os sinais 
que servem, fundamentalmente, para marcar a melodia, a entonação. Vale dizer que essa separação 
em dois grupos dos sinais de pontuação não é rigorosa, já que, de modo geral, os eles indicam, 
simultaneamente, a melodia e a pausa. Optamos por tal distinção em virtude de ela ser mais didática. 
(Cf. Cunha e Cintra, 1985).
Assim, os sinais que pertencem ao primeiro grupo são:
• Ponto ( . )
• Ponto-e-vírgula ( ; )
• Vírgula ( , )*
*(Sobre o sinal de pontuação denominado vírgula, trataremos na próxima Unidade, já que este 
sinal requer um estudo mais aprofundado e detalhado).
Já aqueles que se enquadram no segundo grupo são:
• Dois-pontos ( : )
• Ponto-de-interrogação ( ? )
• Ponto-de-exclamação ( ! )
• Reticências ( ... )
• Aspas ( “ ” )
Teoria e Prática do Texto
CEAD
65
• Travessão ( - )
• Parênteses ( ( ) )
• Colchetes ( [ ] )
Emprego dos sinais de pontuação do primeiro grupo
Ponto ( . )
O ponto é empregado, fundamentalmente, para indicar o final de uma oração declarativa, que 
pode ser tanto um período simples quanto um período composto.
Exemplos:
• Ele foi à festa. (período simples)
• O menino me deu um presente, mas eu não o abri. (período composto)
É importante dizer que muitos escritores modernos têm empregado o ponto para substituir o 
ponto-e-vírgula, ou mesmo a vírgula. Observe o exemplo:
• “Ele estava atrasado e não leu. Mas assistiu à Unidade de literatura com muita atenção”.
É possível observar, então, que o ponto empregado depois do verbo “leu” está substituindo um 
ponto-e-vírgula ou uma vírgula.
- O ponto pode ser chamado de ponto simples, quando separa períodos (simples ou compostos) 
que se encadeiam pelos mesmos pensamentos que expressam, como no exemplo:
• “Sentemo-nos aqui. De aqui vê-se mais céu. É consoladora a expansão enorme desta altura 
estrelada.” (Fernando Pessoa, Livro do Desassossego, São Paulo, 2013).
- O ponto pode, ainda, ser empregado com o intuito de finalizar um texto escrito, sendo então 
denominado ponto-final:
• “Mas, ou muito me engano, ou acabo de escrever um capítulo inútil.”
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Rio de Janeiro, 2011).
Teoria e Prática do Texto
66
CEAD
- O ponto também é utilizado nas abreviaturas:
• d. C. (depois de Cristo)
• a. C. (antes de Cristo)
• adj. (adjetivo)
• Sr. (senhor)
Ponto-e-vírgula ( ; )
O ponto-e-vírgula é empregado, basicamente, para marcar uma pausa intermediária entre o 
ponto e a vírgula. O seu emprego é, por vezes, muito subjetivo, já que pode variar entre muitos 
autores. Contudo, algumas normas para o emprego desse sinal de pontuação podem ser instituídas. 
São elas:
- Separar as orações que já apresentem em seu interior o sinal gráfico da vírgula.
Exemplo:
• . . . a chuva caía ainda triste, mas mais branda, como num cansaço universal; não havia 
relâmpagos, e apenas, de vez em quando, com o som de já longe, um trovão curto resmungava 
duro, e às vezes como que se interrompia, cansado também. (Fernando Pessoa, Livro do 
Desassossego, São Paulo, 2013).
- Separar as orações que são opostas quanto ao sentido:
Exemplo:
• Algumas pessoas choraram; outras riram.
- Separar

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