Buscar

didatica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Módulo I – O que é Didática
Vamos entender agora os fundamentos da Didática, a sua necessidade e sua importância. Para isso, é necessário entendê-la não como um conjunto de técnicas, e sim uma área que procura fazer uma mediação entre a teoria e a prática.
Problematização
De maneira simples e objetiva, a Didática pode ser definida simplesmente como o ato de transmitir conhecimentos. Mas seu conceito na realidade é mais amplo. A Didática é uma parte da pedagogia que trata dos preceitos científicos que orientam a atividade educativa de modo a torná-la mais eficiente. No âmbito educacional, ela é uma área essencial para o aprofundamento teórico e tem como especificidade o estudo da prática pedagógica. Porém, a ideia de que a Didática é o conjunto de técnicas utilizadas para garantir o sucesso do ensino e da aprendizagem não é compartilhado de forma universal por todos os autores. Alguns como podemos citar Vera Candau, Ilma Veiga, José Carlos Libâneo, afirmam que a Didática vai muito além de uma listagem de técnicas de ensino.
Se tratando te tornar a atividade educativa mais eficiente, esbarramos em dois conceitos muitas vezes opostos: o praticismo e o teoricismo. O primeiro pode ser definido como a “prática pela prática”, distanciada da compreensão teórica acerca das razões que levam a determinada ação. Já o segundo refere-se a verdade distanciada da realidade, que deve ser aprendida antes de ser colocada em prática.
Associar o teoricismo junto ao praticismo é uma receita que pode ser crucial para a aplicação da Didática. O aprendizado não deve se conter apenas ao que é referido em livros escritos por outrem, e que apenas é relido e repassado aos alunos. Alunos e educadores devem fazer parte do processo de aprendizado juntos.
Essa é inclusive, a razão da Didática ter a aula como foco, mas não ficar restrita a ela. A aula é a manifestação do processo educativo como um todo pois indica todas as relações (legais, sociais, políticas, econômicas, interpessoais, psicológicas, etc.), mas este é bem mais amplo.
Módulo II – História da Didática
O termo Didática é conhecido desde a Grécia Antiga, e com um significado bem semelhante ao atual. Dessa forma, ela foi vivida e pensada antes mesmo de passar por um processo de sistematização. Na longa fase chamada didática difusa, ensinava-se intuitivamente e/ou seguindo-se a prática vigente. De certa forma, pode-se dizer que havia uma didática implícita em Sócrates, quando este perguntava aos discípulos “pode-se ensinar a virtude?”. Mas o traçado de uma linha imaginária ao redor de eventos que caracterizam o ensino é fato do início dos tempos modernos.
Século XVII: surgimento da Didática
A Didática surge graças à ação de dois educadores, Ratíquio e Comênio, ambos advindos da Europa Central, que atuaram em países onde havia se instalado a Reforma Protestante. Dentre as obras escritas por Comênio destaca-se a Didática Magna, e instituindo a nova disciplina como “a arte de ensinar tudo a todos”. Tanto Comênio quanto Ratíquio compartilham da ideia de terem encontrado um método para cumprir com seus desígnios de modo rápido e agradável. Seguem a utopia da época: a ideia baconiana de atenção à natureza, modelo que os didatas supõem imitar quando aconselham a seguir a partir do método mais fácil até o mais difícil, ir das coisas a ideia, do particular ao geral, sem a exigência de pressa. Tinham como proposta iniciar o ensino pela língua materna ao invés do latim, que era uma língua dominante na época, e a utilização de livros ilustrados, de maneira exemplificada por Comênio. 
Devido às suas objeções, Didática foi vista como um instrumento da Reforma Protestante, e esse fato marca seu caráter revolucionário, de luta contra o ensino praticado pela Igreja Católica Medieval, que pregava de forma doutrinária a preparação para a vida eterna, e em nome dela, com a natureza como nosso “estado primitivo”.
Conheçam Seus Alunos - diz Rousseau
Rousseau aparece como um autor da segunda grande revolução didática. Ele aparece como um continuador das ideia dos didatas, porém dá um passo além de suas doutrinas quando busca colocar em relevo a natureza da criança, transformando o método em uma forma de ensino natural, exercido com a ausência de livros.
O aspecto metodológico da Didática consiste em princípios ao invés de regras, buscando como foco da atenção o desenvolvimento harmônico do aluno.
Nesse ponto notamos uma diferença entre os métodos de Comênio e os de Rousseau: o primeiro buscava seguir as “pegadas da natureza” e em “domar as paixões das crianças”, já o segundo partia da ideia da bondade natural do homem, corrompido pela sociedade.
Inflexão Metodológica Herbartiana, no Século XIX
Na primeira metade do século XIX, surge João Frederico Herbart, como o criador da Pedagogia como Ciência, sob forte influência de seus conhecimentos sobre Filosofia e Psicologia da época. Situa-se no plano didático ao defender a ideia da “educação pela instrução”, e seu método dos “passos formais” celebrizou o autor que o considerava próprio e a toda e qualquer instituição de ensino. Apesar do sucesso adquirido pelos métodos de Herbart, suas mesmas propostas foram alvo de críticas dos percursores da Escola Nova, cujas ideias começaram a ser propagadas no fim do século XIX.
Da proposta original da Didática no século XVII , se destacam duas linhas de pensamento, que entram em conflito. De um lado a linha Metodológica, que acentua o aspecto externo e objetivo do processo de ensinar, embora o faça em nome do sujeito. A linha oposta parte do sujeito, de seus anseios e necessidades. Daí partem dois modos de interpretar a relação didática, com ênfase no sujeito, induzido a aprender pelo caminho da curiosidade e da motivação; e com ênfase no método, que conduz ao caminho do saber.
A Escola Nova
A era do liberalismo, do capitalismo, da industrialização e urbanização exigiu novos rumos à educação. No entanto é necessário lembrar de que na época já existiam as ideias socialistas, e que ao final do século o marxismo ganharia mais espaço e adeptos. 
As primeiras ideias surgem de forma simultânea na América e na Europa, e sugerem a confinação de alunos em internatos no campo, fórmula essa que só seria acessível aos burgueses do século XX.
Porém, ao final do século, a Didática sofre oscilações entre diferentes paradigmas. Kerschensteiner realizou uma das poucas experiências de reforma da educação pública visando a coletividade. Vinculou o automatismo de um ensino baseado em repetição e em exercícios. Funcionalismo e Pragmatismo por sua vez acentuam a formação do conhecimento. Tornam-se na prática, mais ou menos utilitaristas, de acordo com os objetivos visados.
Qual a Situação Atual da Didática?
Nos dias atuais ainda existem questionamentos que são feitos sobre o real sucesso da didática em diferentes formas de ensino. Seria a didática uma orientação para a prática, uma espécie de receituário para um bom ensino? Vimos que apesar da esperança que se depositou sobre a didática no início de sua criação foi devido a inovação e a audácia de seus métodos, mas que infelizmente nem todos os experimentos envolvendo-a foram bem-sucedidos. Mas porém acredito que condenar uma ciência apenas a observar seus fracassos é algo fútil. 
A Didática deve conviver com essa dupla feição, teórica e prática. Como a Medicina, afinal quem confiaria em um médico que apenas tenham aprendido teorias através de livros? E por sinal, a Didática necessita de uma prática especial, devido a responsabilidade social que a envolve. Porém são diferentes a elaboração de um rol de prescrições e o traçado de conjecturas, de proposições que possuem diferentes graus de probabilidade, hipóteses construídas pelas teorias.
Deve-se também ter em mente que é necessária a busca por novas técnicas, mas sem esquecer ou menosprezar as antigas, que formam a base para novas teorias. Além do mais a Didática ainda tem por necessidade ser melhor introduzida em diferentes âmbitos educacionais, e por diferenteseducadores, o que também é um atual empecilho.
Módulo III – Os desafios da formação didática
Apenas o fato de se dominar uma determinada área de estudo não nos faz professores, mas se especialistas na determinada área em questão. Para nos tornarmos professores temos a necessidade de aprender os conceitos pedagógicos, que tem por eixo articulador a didática. Mas mesmo assim, nem sempre a Didática apresenta um papel importante na vida do professor. São diversas as manifestações da falta de percepção do valor da didática. Uma pesquisa feita pelo Ibope junto a professores de todo o Brasil, e que foi publicada na revista Nova Escola de dezembro de 2007, mostrou que 70% dos professores apontou como principal problema das salas de aula a desmotivação dos alunos; 69% a indisciplina e a falta de atenção; e ao mesmo tempo, em outra pergunta 90% disseram estarem satisfeitos com a própria didática. 
O que chama a atenção em casos como o anterior é o fato do professor não compreender o seu próprio poder, e acredita que está agindo de forma correta, e que o desinteresse dos alunos é o único fator que não colabora com seu sistema de ensino. Assim, o professor permanece sem compreender o real significado da didática como um mecanismo de auxílio.
São questões delicadas e difíceis de serem discutidas por se tratarem de reorganizar crenças bastante enraizadas, que acabaram se tornando naturais, esquecendo-se de que são produtos histórico-culturais.
Podemos dessa forma, entender o grau de desafio que devem ser enfrentados, já que os conceitos sustentados por profissionais da educação tornam-se insustentáveis, assim o aprendizado do aluno acaba prejudicado.
Descompasso entre ensino e aprendizagem
A posição que assumimos, é o da Didática como articuladora do ensino e da aprendizagem. Isso pode soar como algo elementar e de fato o é, do ponto de vista lógico. Porém esta articulação está muito longe de acontecer, visto que há um grande abismo entre os esforços empreendidos com a intenção de ensinar e os resultados que são realmente obtidos em relação à aprendizagem dos alunos.
Ao afirmamos que os alunos não estão aprendendo, estamos dizendo que o aluno não consegue captar e absorver tudo que lhe é transmitido. Dados da SABEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), tem revelado que mais da metade dos alunos concluintes do 9º ano não dominam todas competências básicas de leitura e de escrita. Não se pode generalizar os dados, uma vez que são sempre relativos, mas como pode-se notar, são muitos os indícios de não aprendizagem dos alunos. Mas o que se discute aqui não é a capacidade dos alunos ou a competência de seus professores.
Como em qualquer profissão a qualidade do trabalho está ligada diretamente à formação teórica e prática do trabalhador. Porém trata-se de uma questão delicada, pois acentua o problema do descompasso entre o ensino e a aprendizagem, e consequentemente aluno e professor. Também por se tratar de uma questão que envolve diretamente a autoimagem do educador, é preciso ter cautela ao abordar esses problemas. 
Fragilidade da Formação Didática
A fragilidade da formação didática muitas vezes se torna comum em salas de aula quando o professor não consegue fazer com que seu aluno compreenda a matéria que está sendo ensinada. Como alternativa o professor toma medidas que buscam tirar de si, a responsabilidade pelo aprendizado do aluno. 
Em muitos casos, o professor contata a diretoria da escola, profissionais de outras áreas (por exemplo psicólogos), e também comunica aos pais do aluno sobre a situação que ocorre dentro de sala de aula. Porém, muitas vezes, o próprio professor é o causador da dificuldade de aprendizado desse aluno, e talvez de outros, o pior é que o professor não percebe. Isso por que ele não preza pelos conceitos da didática.
O despreparo se dá devido a forma uniforme de aplicação de conteúdos de maneira uniforme, ao excesso de teorias e a escassez do ensino prático. Os educadores se guiam e buscam ter como base apenas o que está escrito os livros e nas apostilas, não buscando assim a elaboração de suas próprias teorias e respostas.
Dessa forma, a solução mais simples encontrada pelos professores surge ao final do ano letivo, a reprovação daqueles alunos que não conseguiram entender o que lhes foi explicado durante o ano.
Causa incômodo também o fato de professores que aplicavam punições aos alunos que possuem dificuldade de aprendizado, técnica antiga, visto que era comum a algum tempo atrás a punição de alunos com objetos como varas e réguas por exemplo.
Porém até hoje métodos de punição ainda são utilizados de maneira a induzir por pressão, o aprendizado dos alunos, que muitas vezes se encontram em uma situação difícil para conseguirem solucionar seus problemas, e começam a crer que os únicos responsáveis por suas dificuldades de aprendizado são eles mesmos
Sobre o desinteresse pela formação didática
Encontramos o seguinte paradoxo: alunos não aprendendo e muitos professores demonstrando desprezo pela formação, seja inicial, seja continuada. Como alguns indicadores disto temos a professores com formação inicial, que buscam cursos de menor duração, chegam atrasados na aula e saem antes do horário previsto, não lê e só o faz para fazer prova ou trabalho, conclui o curso sem ter lido uma obra por completo, acha que não precisa fazer estágio, dentre outros. Formação continuada: desprezo pela teoria, acha perda de tempo ter reuniões de formação toda semana, chega atrasado, sai antes do horário previsto, pouco lê ou pesquisa, falta a seminários, etc.
Causas do desinteresse
A partir deste difícil contexto do educador, podem ser apontados os seguintes fatores subjacentes ao desinteresse pela formação:
Não quer ser professor, falta a opção pelo Magistério.
Não tem afinidade, vocação.
Não quer ser professor nas situações degradadas atualmente.
Não quer ser em função da representação social negativada profissão docente, (muitas vezes os próprios pais não aceitam a opção dos filhos pelo Magistério.)
Acha que já sabe
Todos nós já ensinamos algo a alguém, porém ensinar uma tarefa à uma pessoa não é a mesma coisa de ser um professor, já que é algo que transcende o simples fato de repassar conhecimentos a um indivíduo ou a um grupo de indivíduos.
Dessa forma o professor age como se estivesse operando no piloto automático, agindo e fazendo tudo de maneira uniforme e sem utilizar novos métodos, remontando assim ao chamado modelo da Idade Média e “fazendo como sempre foi feito”. Assim ele não busca novos aprendizados e se mantem preso e fiel a mesmice, não se importando com a progressão ou não de suas aulas.
A formação didática como exigência para a Superação do Descompasso Ensino Aprendizagem
O termo que Vygotsky usa em seus conceitos pode nos ajudar a fortalecer o enfoque da Didática que assumimos, qual seja como articuladora do ensino e da aprendizagem. Voltando à situação anteriormente apontada do aluno que não estava aprendendo, o professor que, além do compromisso, tem uma boa formação didática vai recorrer a um grande leque de mediações, seja no que diz respeito às dimensões básicas da atividade docente, seja quanto à gestão escolar, naquilo que mais diretamente interfere no processo didático, por exemplo: 
Abordar o conteúdo de forma diferente e dialogar sobre as dificuldades encontradas; 
Ter um conhecimento mais amplo da realidade dos alunos através do diálogo e da convivência com eles em momentos de tempo livre, trabalho com sanção por reciprocidade;
Superação da síndrome de encaminhamento de alunos para coordenação, orientação ou direção; da solicitação de presença de profissionais especializados na escola (psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, assistente social etc.); e de encaminhamento de alunos para serviços especializados por qualquer motivo.
Estabelecimento com os alunos das Regras de Trabalho/Contrato Didático.
Trabalho com sanção por reciprocidade (Piaget) com alunos e garantia declima de respeito: direito à dúvida e ao erro. 
 Desenvolvimento da responsabilidade coletiva pela aprendizagem e disciplina em sala. 
Busca da combinação das diferenças e não sua eliminação, separação ou antagonização. Não rotulação por parte do professor, proibição de rotulação pelos colegas. 
Manutenção do mesmo coletivo de alunos de um ano para outro. 
Trabalhar com: grupos, seminários, jogos, estudo do meio, experimentação, problematização, complexos temáticos, temas geradores, projetos.
 Incentivar participação ativa do aluno em sala de aula e na construção do contrato didático.
 Solicitar devolutiva dos alunos sobre sua atuação, apoiar os representantes de classe, incentivar a participação nas organizações estudantis (Grêmio, Rádio, Clube de Ciências, Comunidade de Jovens, Informática, Teatro, Associação de Antigos Alunos etc.).
 Desenvolvimento de um projeto de vida ou de construção coletiva do PPP; participação de pais e alunos. 
Uso do PPP como instrumento de luta para ampliação da autonomia da escola e publicação de fácil acesso da comunidade ao PPP, com consequente avaliação do PPP. 
Ciclos de Formação. 
Currículo estruturado por Projetos/Temas.
 Trabalho com Salas-Ambiente e diminuição do número de professores na 2ª Fase do Ensino Fundamental. 
Aulas duplas para permitir trabalho mais aprofundado.
 Montagem de Quadro Geral de Saberes do Ciclo/Segmento. Cochichos durante a aula, por meio dos quais os alunos trocam informações e/ou levantam questões sobre a matéria. Uso de livros didáticos para compor biblioteca escolar ou de classe, como material de consulta (e não como roteiro de aula); dentre outros métodos.
Módulo IV – Fundamentando a Didática: o que é necessário para que o aluno aprenda?
Nos últimos anos, vimos um elevado crescimento e uma grande diversidade de maneiras de se ensinar, e também de espaços onde possa se buscar o aprendizado. A forma de ensino não fica mais restrita à escola. Devido a importância de se ter uma boa formação, as empresas oferecem programas de aprendizado especiais, os sindicatos oferecem, partidos e movimentos sociais. 
Porém, mesmo com as inovações nas técnicas de ensino, com a amplificação de espaços destinados à educação, e a relativa facilidade que se pode ter acesso à ela, um questionamento ainda continua sendo feito: por que os alunos não estão aprendendo? Entanto, antes que se possa responder à pergunta anterior eis que temos outra: o que é necessário para que o aluno aprenda?
Conhecer significa construir significados, e se observarmos bem, o ser humano tem por ímpeto buscar o conhecimento, ainda que seja de uma forma leviana.
A construção de significados (produto) se dá pelo estabelecimento de relações (processo) no sujeito, entre as representações mentais (matéria-prima) que procuram dar conta das diferentes relações constituintes do objeto, ou das diferentes relações do objeto de conhecimento com outro(s). Segundo Wallon conhecer é “substituir essa mistura de confusão e de dissociação, que é a representação puramente concreta das coisas, pelo mundo das relações”. 
De acordo com os estudos da epistemologia dialética, com a psicologia histórico-cultural e da educação dialética-libertadora; para que o aluno aprenda é necessário: 
Capacidade sensorial e motora, além da capacidade de operar mentalmente, conhecimento prévio relativo ao objeto de conhecimento, acesso ao objeto de conhecimento (informação nova), querer conhecer o objeto, agir sobre o objeto e expressar-se sobre o objeto.
Condições Necessárias para a Aprendizagem
Partindo do ponto de vista do sujeito, o que é preciso para que este aprenda? Para se responder à questão, é necessário saber inicialmente que existem fatores circunstanciais e outros básicos e imprescindíveis.
Capacidade sensorial e motora + Capacidade de operar mentalmente.
A associação dessas duas capacidades nos rementem à base orgânica da aprendizagem. A capacidade sensorial e motora remete-se aos sentidos (audição, olfato, visão, paladar, tato), e a capacidade de operar mentalmente relaciona-se com a forma de lidar com as representações mentais que o sujeito já possui, e melhorá-las.
Conhecimento Prévio
O conhecimento prévio é construído a partir da relação de conhecimento que o sujeito teve em ações semelhantes e anteriores, e que podem ser usadas como base para uma outra situação.
Dessa forma, antes que o sujeito possa chegar a um conhecimento novo, antes ele precisa possuir um conhecimento prévio.
Acesso à Informação
Para que o conhecimento possa avançar, é preciso possuir acesso à informações, que sejam expostas com clarezas e podendo fazer-se através do uso de livros, imagens, textos, etc.
Querer Epistemologicamente, o “Querer” implica:
De maneira simples, o querer pode ser comparado ao vetor na física: tem módulo (intensidade), direção (foco) e sentido (atração ou repulsão).
Agir
O ser humano não nasce sabendo de tudo, isto é um fato. A ação do sujeito também é um ponto crucial para que este possa adquirir o conhecimento, visto que não existem formas uniformes e mágicas para que alguém obtenha o conhecimento. E mais do que uma simples ação, é preciso uma ação consciente.
Expressar-se
 
Ao longo do processo de aprendizagem, o conhecimento torna-se completo apenas quando há a expressão por parte do sujeito. 
A expressão implica, a organização das representações mentais (relação pensamento-linguagem), além de possibilitar a comunicação, a interação com o outro, e a prática, a vivência. 
O conhecimento conceitual é construído tendo como intermédio fundamental a linguagem verbal seja mental, oral ou escrita.
Algumas Repercussões Didáticas
A forma de ensino proposta pelas escolas é feita de maneira não-espontânea, sistemática e intencional pela qual o mediador ainda ganha uma importância ainda maior.
Temos a seguir alguns questionamentos a respeito da postura do educador frente às exigências para aprendizagem: capacidades do aluno (como o professor se posiciona diante delas?); conhecimento prévio dos alunos; seleção dos conteúdos; mobilização dos alunos; metodologia de trabalho; expressão dos alunos (que espaços os alunos possuem para se expressarem?).
Módulo V – A Didática no contexto educacional atual
Vamos analisar agora de maneira breve o conceito de Didática e sua aplicação no conceito educacional atual. É necessário saber lidar com os novos paradigmas que aparecem a cada momento, e as situações de disparidade social, que colabora para que os menos favorecidos possuam cada vez menos acesso e preparo em relação ao aprendizado.
Pode-se afirmar que a Didática possui um caráter mais instrumental do que material, e que seu objetivo de estudo é o ensino, e que este pode ser aplicado à diversas áreas do conhecimento. Por fim, pode-se concluir que a Didática se ocupa das formas ou maneiras de ensinar. 
Em um primeiro momento, a Didática buscava modelar o aluno, ou seja, preenche-lo com informações e submetê-lo posteriormente à uma bateria de exercícios e fórmulas de memorização e conceitos. Porém, devido ao cenário de mudanças tecnológicas muito rápidas, o indivíduo deve aprender para não ficar ultrapassado.
Pode-se defender o fato de que o indivíduo é educado para que se sobressaia no mercado de trabalho, ou para que o mesmo crie uma visão mais crítica a respeito do mundo à sua volta. Mas qual das duas citações estaria correta de acordo com a realidade? A resposta é que ambas se fazem corretas, haja que uma boa educação ajuda ao indivíduo ´obter destaque no mercado de trabalho e também o ajuda a não ser “mais um em meio à multidão”. 
Visto que nosso pais possui cerca de 68% de analfabetos funcionais e 7% de analfabetos plenos (de acordo com os dados do Indicador Nacional de Analfabetismo), o educador brasileiro deve ter uma Didática que leve em consideração esses dados e desta forma possa recuperar o sujeito preso pela apatia. Para a compreensão desse quadro, a doutrina de Amartya Sentem muito a colaborar.
Na doutrina de Sen, as pessoas são dotadas de funcionamentos , que contêm estados e ações, que influenciam no modo em que vivem. “Os funcionamentos relevantes podem variar desde coisas elementares como estar nutrido adequadamente, estar em boa saúde, livre de doenças que podem ser evitadas e da morte prematura, etc., até realizações mais complexas, tais como ser feliz, ter respeito próprio, tomar parte na vida da comunidade, e assim por diante.” (SEN, 2001, p. 79).
A combinação de funcionamentos é chamada de capacidade. De acordo com a própria definição dada por Amartya, a capacidade é a “liberdade substantiva de realizar combinações alternativas de funcionamentos. Um adendo para expormos um exemplo no intuito de apresentar o conceito de conjunto capacitário”.
O conjunto capacitário então poderia ser definido como a liberdade que uma pessoa teria para escolher as combinações alternativas dentre funcionamentos.
Portanto, em uma conclusão preliminar, pode se afirmar que no contexto atual, a Didática busca preparar e formar o indivíduo para a concorrência do mercado de trabalho, e que também forme-o para que esse possa adquirir um senso crítico frente à realidade que o cerca. 
Módulo VI – Didática e Ética
A ética é o produto construção coletiva que estabelece o que é 
nas relações entre o ser humano e seus semelhantes, na preservação de sua história e na interação com as futuras gerações. Ela também define regras gerais de comportamento para que se possa existir paz nas interações que estabelecemos com os habitantes da comunidade em que vivemos seja ela em escala local ou até mesmo global. 
Se as pessoas não se consideram responsáveis por seus atos e por suas ações não existe a possibilidade de ética.
Mas não soa como algo contraditório dizer que temos que nos preocupar ao mesmo tempo conosco e com o próximo? Mas a pior das amarras, como denunciava Étienne de la Boétie em seu fantástico Discurso da Servidão Voluntária, escrito no século XVI, é a que colocamos em nós mesmos. Nem sempre queremos ser livres e autônomos e por isso preferimos por vezes apenas denunciarmos a falta de ética dos outros e elegermos culpados por nossos problemas.
O ambiente em sala de aula e a ética no trabalho docente
A discussão a respeito da ética em sala de aula é de certa forma delicada, pois ao se afirmar que a educação necessita de uma ação ética, afirma-se também que a própria lógica do sistema educacional (recolocando as funções familiares, escolares e sociais, de forma a ratificar seus princípios morais), tenha de ser repensada. Assim, olhando o atual estágio da educação, vemos que ela sofre uma estagnação, e em certos pontos até mesmo um retrocesso sob a visão da ética. Busca-se criar uma fundamentação educacional que seja o espaço da informação, da criação, da crítica e da autocrítica, do senso e do contrassenso; uma educação ético-filosófica.
Para que se possa ser concebido o lócus filosófico, este por sua vez a base da educação ética, temos a seguinte frase do docente Walter Kohan: “A educação filosófica é depreciada na imensa maioria dos departamentos [...] das instituições de formação superior e acolhida nos de educação”. Assim, educação se converge para a área da subjetividade coletiva, sem se esquecer da historicidade e a criatividade, onde ao levarmos o ser humano em consideração e suas formas de composição. 
Tomando-se como ponto inicial da discussão a análise, usamos ela com a finalidade de examinar a situação antes de agir.
Como segundo fator na composição do pensamento temos a crítica. Segundo a a compreensão kantiana a crítica recebe o renome de “exame de valor”, 
ou seja, parte do princípio de uma opinião fundada na compreensão moral, o que leva à expressão dos juízos pessoais acerca de alguém, algo ou alguma situação. Portanto, a educação vem como auxiliada pela opinião dos educadores e gestores, sendo formada pela situação particular de cada um dos estudantes.
O entrosamento docente/educando, sala de aula/realidade nos leva ao terceiro passo: a discussão. Na sala de aula, o diálogo deverá ser fator importante para que a educação aconteça. Além do mais, as discussões devem levar à execução das competências e das habilidades.
Por último temos a demonstração, que por ventura será guiada pela execução das competências e das habilidades. Caracterizada pela capacidade de se estabelecer a verdade e a falsidade de outra preposição chamada de conclusão. 
O apelo por uma educação humanista supõe repensar o papel da pessoa humana dentro da educação, para que o educando seja o principal foco. A educação e seu profissional têm que adentrar a vida daquele que estuda e compreende; essa volta para uma nova filosofia culminará com o advento da autonomia; pois ela só se dará a partir do momento em que se gerar uma consciência crítica, não só dos problemas e situações, mas de si próprio e do meio em que se vive. E para buscar essa autonomia, ratificando os demais pontos estabelecidos no caminho da educação, faz-se necessário traçar alguns pontos para a reflexão acerca do ambiente da sala de aula, espaço, por excelência, da autonomia, do acontecer; um espaço físico social, o lócus filosófico.
Sala de aula: espaço físico social
O docente e o espaço educacional estão interligados. Dessa forma em sua estrutura física, deve buscar promover a educação, contribuindo não só com estruturas arquitetônicas, mas com todo material de apoio técnico pedagógico, que contribui com a busca de uma educação autônoma. Em alguns casos, o que se vê é um completo descaso por parte das administrações escolares – e mesmo dos docentes – quando se trata de conservação do patrimônio escolar. Realidade essa que se faz presente em diversas regiões do país.
Com a chegada do docente em uma nova instituição é necessário ter em mente que a primeira impressão será a que ficará na mente dos educandos. Dessa forma, deve-se buscar a simplicidade e um comportamento cortês, com a finalidade de repassar confiança e deixar uma boa impressão, afinal, será nesse ambiente que os frutos do futuro começarão a serem germinados. 
A sala de aula deve ser vista como um espaço de aprendizado mútuo e de realizações de experiências únicas e que deverão ser compartilhadas por todos ali presentes. 
Ética: o fator humano na educação
Quando o professor prepara seus planos de aula e entra em sala para apllicá-los, sem dúvida espera o apoio e a participação de todos da classe. Contudo, nem sempre é isso que de fato acontece. Em situações como a anterior, o docente deve buscar manter a calma e ter extrema paciência. 
Não basta ser docente, é preciso ser docente comprometido. Ser docente é respeitar a opinião dos educandos e dos colegas de trabalho. Muito mais que mediar os caminhos do conhecimento, é preciso unir vida e educação.
É preciso que o docente saiba ouvir as opiniões dos educandos, e que saiba lidar com as críticas. 
É necessário que o docente fuja dos sistemas pré-moldados e busque diferentes alternativas de aplicar seus conteúdos, buscando de formas dinâmicas a interação entre teoria e prática, ao invés de se manter fiel ao teoriscismo.
O docente e a ética: a formação e a informação
Um erro comum que acontece em ambientes educacionais é a confusão feita entre os significados de formação e informação nesse ambiente específico. 
De forma literal, a informação busca um enquadramento no sistema em questão resumindo-a em educação e aprendizado inquestionáveis.
Já a formação visa um conhecimento aprofundado, onde se percebe uma evolução qualitativa e quantitativa do saber. É aqui que educando e docente podem se expressar, na busca de uma construção verdadeira do ensino e da aprendizagem.
É importante e necessário ressaltar que a formação não visa apenas buscar a exposição dos conteúdos, mas também inclui a necessidade da apresentação do conteúdo. 
Dessa forma, o docente pode usar de diversas ferramentasa seu favor com a finalidade de expor melhor seus conteúdos. Aulas que fogem da mesmice, e que instigam os alunos a querer buscar cada vez mais o conhecimento são necessárias e fazem com que ela se torne prazerosa para ambos os lados. 
Afinal, nem só de “giz e cuspe” é que se molda a sala de aula, ainda mais em pleno século XXI, onde os aparatos tecnológicos têm fundamental importância em nossas vidas. 
Dessa forma o docente busca se renovar sem fugir da ética que deve ser seguida, e sendo fiel aos princípios da Didática. Essa renovação é necessária para que sirva como possível modelo, e assim entramos em outro parâmetro da ética: garantir o futuro das gerações seguintes.

Outros materiais