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2.5 - Equações diferenciais exatas Uma equação diferencial do tipo M dx + N dy = 0 é denominada equação diferencial exata quando existe uma função U (x, y) tal que dU = M dx + N dy. Neste caso, a solução da equação M dx + N dy = 0 será U(x, y) = C, onde C é uma constante real. Exemplo Seja a equação y dx + x dy = 0 . Observe que U(x, y) = x y satisfaz dU = y dx + x dy e, assim, x y = C é solução da equação dada. Resultado A equação M dx + N dy = 0, onde M e N são contínuas e possuem derivadas parciais contínuas é uma equação diferencial exata, se e somente se, ocorrer a relação = Exercícios resolvidos a) Resolver a equação diferencial (3x2 + 6 x y2) d x + ( 6 x2y + 4 y3) d y = 0 , provando inicialmente, que ela é exata. Solução: Sendo M = 3x2 + 6 x y2 = 12xy e N = 6 x2y + 4 y3 = 12xy Daí, segue que esta equação é exata e, assim, existe uma função U(x, y), tal que d U(x, y) = ( 3x2 + 6 x y2 ) d x + ( 6 x2y + 4 y3 ) d y ( * ) Agora, usando esse fato e a definição de diferencial de U, tem-se que = 3x2 + 6 x y2 e, integrando em relação a x, tem-se = , que resulta U( x, y ) = 3 + 6 + C ( y ) U( x, y ) = x3+ 3 y2 x2 + C(y) . Observando, ainda, a validade de ( * ), segue que = 6 x2y + 4 y3 e, portanto, = 6 x2y + 4 y3 6 x2y + C’ (y) = 6 x2y + 4 y3 C’ (y) = 4 y3 . Integrando em relação a y, obtém-se: d y = C( y ) = + C1 . Conclusão: A função U( x, y ) será U( x, y ) = x3+ 3 y2 x2 + + C1 e dessa forma, a solução da equação dada será U( x, y ) = C2 , ou seja, x3+ 3 y2 x2 + + C1 = C2 e, assim, a solução ficara sendo x3 + 3 y2 x2 + = C , onde C = C2 - C1 . b) Resolver a equação diferencial () d x + ( ) d y = 0 , provando inicialmente, que ela é exata. Solução: Sendo M = = e N = = Daí, segue que esta equação é exata e, assim, existe uma função U(x, y), tal que d U(x, y) = () d x + ( ) d y ( ** ) Agora, usando esse fato e a definição de diferencial de U, tem-se que = e, integrando em relação a x, tem-se = , que resulta U( x, y) = + C(y) U( x, y) = + C(y) . Observando, ainda, a validade de ( * * ), segue que = e, portanto, = + C’ (y) = C’ (y) = . Integrando em relação a y, obtém-se: d y = C( y ) = - + C1 . Conclusão: A função U( x, y ) será U( x, y ) = - + C1 e dessa forma, a solução da equação dada será U( x, y ) = C2 , ou seja, - + C1 = C2 e, assim, a solução ficará sendo - = C , onde C = C2 - C1 . Exercícios propostos Resolver as equações diferenciais, mostrando antes que são exatas: 1) (2x – y + 1) dx – ( x + 3 y – 2) d y = 0 2) dx + ( – 2 y ) d y = 0 3) ( x3 + y2 ) dx + ( 2xy + cos y) dy = 0 4) = - 5) ( 1 + y senx ) dx + ( 1 – cosx ) dy = 0 6) ( secx tgx – y ) dx + ( secy tgy – x + 2 )dy = 0 7) 2xy dx + ( 1 + ) dy = 0 8) ( x + seny ) dx + ( x cosy – 2y) dy = 0 9) ( y + 2 )dx + ( 1 + 3 x2 y2 + x ) dy = 0 10) Calcular a solução da equação = tal que y( 2 ) = - 5 2.6 – Equações diferenciais lineares de 1ª ordem Denomina-se equação diferencial linear de 1ª ordem a toda equação diferencial da forma ( x ) + ( x ) y = h( x ) , onde , ( x ) e h( x ) são contínuas em um intervalo J e, além disso, ( x ) 0 em J. Exemplos: 1) x2 y’ + x y = 2 + x2 , com x > 0. 2) y’ – 2 y = x 3) y’ + y = , com x > 0. Forma normal da equação linear de 1ª ordem Considere a equação ( x ) + ( x ) y = h( x ) , onde , ( x ) e h( x ) são contínuas em um intervalo J e ( x ) 0 em J. Sendo ( x ) 0 em J e dividindo-se a equação linear por ( x ) , obtém-se: + p(x) y = q(x) , onde p(x) = e q(x) = . Dessa forma, a equação + p(x) y = q(x) é chamada forma normal da equação linear Equação homogênea associada a equação linear de 1ª ordem na forma normal Dada a equação linear de 1ª ordem, na forma normal, + p(x) y = q(x), denomina-se equação homogênea associada a esta equação , a expressão + p(x) y = 0. Solução geral da equação homogênea associada Considere a equação a equação homogênea associada + p(x) y = 0. Para y 0, tem –se uma equação de variável separável. Dessa maneira, = - p(x) y = - p(x) dx = portanto, Ln (y) = - + C1 y = C , onde C = . Assim, a solução geral da equação homogênea associada é y(x) = C , onde C é real. Solução geral da equação linear não homogênea de 1ª ordem e do 1º grau Resultado 1 A equação não homogênea + p(x) y = q(x) satisfaz a seguinte propriedade: “ se y(x) é uma solução desta equação, então y(x) = y h (x) + y p (x) , onde y h (x) é a solução geral da homogênea associada e y p (x) é uma solução particular da equação não homogênea ” Prova: Usar os fatos seguintes: a) yh (x) é a solução geral da homogênea associada + p(x) yh (x) = 0 b) yp (x) é uma solução particular da equação não homogênea + p(x) yp (x) = q(x) Agora, veja que + p(x) [ ] = { + p(x) yh (x) } + { + p(x) yp (x) } = q(x) e dos itens a) e b) , conclui- se que y(x) = y h (x) + y p (x) é solução da equação não homogênea. Resultado 2 Uma solução particular da equação não homogênea + p(x) y = q(x) , no intervalo J, é dada por yp (x) = { } Prova: Sabe-se que a equação geral da homogênea associada é y(x) = C . A ideia é determinar uma função u(x), contínua, de modo que yp (x) = seja solução da equação não homogênea. Dessa forma, + p(x) = q(x) e, efetuando as derivações, segue que . + u(x) . + p(x) = q(x) . Dai, tem-se: u(x) + p(x) + . = q(x). Sendo solução da homogênea, tem-se que + p(x) = 0 e, assim, resulta . = q(x) = q(x) u(x) = Conclusão: yp (x) = u(x) = { }. Resultado 3 A solução geral da equação linear de 1ª ordem, não homogênea, + p(x) y = q(x) , no intervalo J, é dada por y(x) = + { } ou seja, y(x) = { C + } , onde C é constante real. Prova: usar resultados 1 e 2. Procedimentos para resolução de uma equação linear de 1ª ordem Escrever a equação na forma normal Calcular I(x) = Multiplicar a equação na forma normal pelo fator I(x) e integrá-la membro a membro Exercícios resolvidos: a) Resolver a equação linear + 2 x y = x Solução: Observar que a equação está na forma normal e, assim, p(x) = 2 x e q(x = x . Dessa forma, I(x) = = = Multiplicando ambos os membros por I(x), tem –se + 2 x y = x = x e, integrando, obtém-se = dx + C = + C y = + C Conclusão: a solução desta equação é y(x) = + C , C é real. b) Resolver a equação linear + 2xy = x , aplicando diretamente o resultado 3.Solução: A equação encontra-se na forma normal e, assim, = Aplicando a fórmula do resultado 3, obtém-se: y(x) = { C + dx } = { C + } = + C , onde C é real. c) Usar o resultado 3, para mostrar que a solução geral da equação x + y + x é y(x) = + , onde C é real. Exercícios propostos: Resolver as equações diferenciais lineares: 1) x2 y’ + x y = 2 + x2 , com x > 0. 2) x y’ + y = 2 x, com y(1) = 1. 3) ( senx ) y’ + ( cosx ) y = cos 2x , com y( . 4) + y = . 5) x - 3 y = x2 . 6) - = x – 2 . 7) - y tgx = senx . 8) ( 1 + x2 ) + y = arctgx . 9) y2 dx – ( 2xy + 3 ) dy = 0 10) + 2 = x3 .
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