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Caso Concreto N. 10 Apelação

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Ministério da Educação 
Universidade Federal de Roraima 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA E DEFESA DE 
DIREITOS HUMANOS 
 
FOLHA AVULSA PARA PEÇAS DE PRÁTICA FORENSE 
 
Professor: Msc. ANDRÉ PAULO DOS SANTOS PEREIRA Caso Concreto nº. 10 
Aluno: Matrícula: 1201316010 
Disciplina: ESTÁGIO DE PRÁTICA FORENSE II Semestre: 8º Data: 13/02/2017 
 
CASO CONCRETO 
 
Zé Picadinho foi pronunciado por homicídio doloso duplamente qualificado: 
art. 121, §2º, III e IV (meio cruel e recurso que dificultou a defesa) do Código 
Penal. Na fase do art. 422 do Código de Processo Penal, você, como advogado(a) 
apresentou o rol de testemunhas e requereu a instauração de incidente de 
insanidade mental do réu, juntando uma declaração médica que diz que ele sofre 
de doença mental – esquizofrenia paranoide. 
No dia do julgamento, após o pregão, você reiterou o pedido, ainda não 
apreciado, mas o magistrado apenas disse “indefiro por se tratar de diligência 
procrastinatória”, e prosseguiu com o julgamento. O Ministério Público requereu a 
condenação na forma da pronúncia, pois o réu matou a vítima, esquartejou-a e 
jogou no rio. Em sua peroração, você alegou que não havia prova de 
materialidade, pois não fora encontrado o cadáver e não havia exame de corpo de 
delito. Além disso, alegou a tese defensiva de falta de provas, já que todas as 
testemunhas ouvidas nada sabiam sobre o crime e a prova de acusação era 
apenas um “ouvi dizer” que o réu havia praticado aquelas atrocidades contra a 
vítima. 
O réu foi condenado pelo art. 121, §2º, inciso III (meio cruel), mas os 
jurados afastaram a qualificadora do inciso IV (recurso que dificultou a defesa) do 
CP. O juiz condenou o acusado à pena de 25 (vinte e cinco) anos de reclusão em 
regime inicial fechado, alegando que o homicídio é um crime que abala toda a 
sociedade, e merece repressão à altura. Além disso, reconheceu de ofício a 
qualificadora afastada pelos jurados, fundamentando no princípio da razoabilidade 
e proporcionalidade. 
 
Ministério da Educação 
Universidade Federal de Roraima 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA E DEFESA DE 
DIREITOS HUMANOS 
 
FOLHA AVULSA PARA PEÇAS DE PRÁTICA FORENSE 
 
Redija a peça processual adequada, privativa de advogado(a) 
apresentando no mesmo ato a interposição e as razões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Federal de Roraima 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA E DEFESA DE 
DIREITOS HUMANOS 
 
FOLHA AVULSA PARA PEÇAS DE PRÁTICA FORENSE 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL 
DA COMARCA ____________ 
 
 
 
Processo n. _____ 
 
 
 
ZÉ PICADINHO, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado 
que esta subscreve, vem, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 593, 
inciso I, do Código de Processo Penal, interpor 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Por não se conformar com a r. Sentença de fl. X. 
Requer o recebimento e processamento do presente, com as anexas razões 
recursais. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local e data 
Advogado 
Inscrição na OAB 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Federal de Roraima 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA E DEFESA DE 
DIREITOS HUMANOS 
 
FOLHA AVULSA PARA PEÇAS DE PRÁTICA FORENSE 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, DO ESTADO DE ______ 
 
 
Processo n. ____ 
 
 
Apelante: Zé Picadinho 
Apelado: Justiça Pública do Estado de _______ 
 
 
Doutor Procurador, 
 
Colenda Câmara, 
 
A r. Sentença de fl. X, não traz aos autos a correta e eficaz aplicação da Justiça, 
conforme será demonstrado pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos: 
 
I – DOS FATOS 
O réu foi pronunciado por homicídio doloso duplamente qualificado, sob a 
acusação de ter esquartejado e jogado a vítima em um rio. 
No julgamento, não houve apreciação do incidente de insanidade requerido 
desde a apresentação de rol de testemunhas. O corpo da vítima não foi encontrado 
 
Ministério da Educação 
Universidade Federal de Roraima 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA E DEFESA DE 
DIREITOS HUMANOS 
 
FOLHA AVULSA PARA PEÇAS DE PRÁTICA FORENSE 
 
e, portanto, não foi realizado exame de corpo de delito. Além disso, todas as 
testemunhas não sabiam do crime, e apenas trouxeram em juízo especulações. 
Em conseguinte, o réu foi condenado a 25 (vinte e cinco) anos de reclusão 
pelo crime do art. 121, §2º, inciso III (meio cruel), e apesar de os jurados afastarem a 
outra qualificadora do inciso IV (recurso que dificultou a defesa), o juiz reconheceu 
de ofício a qualificadora afastada pelos jurados. 
 
II – DAS PRELIMINARES 
a) Do cerceamento de defesa 
Os autos comprovam que foi requerida pela defesa a instauração de incidente 
de insanidade mental do réu, desde a arrolação das testemunhas. Ademais, tal 
pedido foi reiterado no dia do julgamento e indeferido de forma injustificada, o que 
caracteriza claramente o cerceamento da defesa, conforme entende a Terceira 
Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul no julgamento do HC 
70066313792, abaixo transcrito1: 
HABEAS CORPUS. DECISÃO HOSTILIZADA QUE NÃO APRESENTA 
MOTIVO RAZOÁVEL PARA O INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE 
INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL, O QUE 
CONSTITUI CERCEAMENTO DE DEFESA NO CASO CONCRETO. 
INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL QUE VAI 
DETERMINADA. (Grifo nosso) 
Ordem concedida. (Habeas Corpus Nº 70066313792, Terceira Câmara 
Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Batista Marques Tovo, 
Julgado em 17/09/2015). 
 
Outrossim, o juiz indeferiu por crer que se tratava de “diligência 
procrastinatório”, mas foi juntada aos autos uma declaração médica a qual afirma 
que o réu sofre de esquizofrenia paranoide. Desta forma, resta evidente que a 
instauração é necessária para uma análise justa da conduta do réu. 
 
 
1 PORTAL JUSBRASIL. TJ-RS - Habeas Corpus : HC 70066313792 RS. Disponível em: <https://tj-
rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/239272573/habeas-corpus-hc-70066313792-rs>. Acesso em 12 fev. 
2017. 
 
Ministério da Educação 
Universidade Federal de Roraima 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA E DEFESA DE 
DIREITOS HUMANOS 
 
FOLHA AVULSA PARA PEÇAS DE PRÁTICA FORENSE 
 
 
III – DO MÉRITO 
a) Decisão contrária à prova dos autos 
O crime do art. 121, §2º, inc. III e IV (homicídio qualificado), pelo qual o réu 
está sendo acusado é classificado pela doutrina como não transeunte. Segundo o 
Professor Luiz Flávio Gomes2, crimes não transeuntes são aqueles que deixam 
vestígios, a exemplo do crime de homicídio. 
De acordo com o artigo 158 do CPP, é indispensável o exame corpo de delito 
para os crimes que deixam vestígios e não pode ser suprido pela confissão do 
acusado. Ademais, ainda de acordo com o que prescreve o CPP em seu artigo 167, 
caso os vestígios tenham desaparecido, a prova testemunhal poderá suprir a falta do 
exame de corpo de delito. 
A acusação não foi capaz de comprovar a materialidade do crime, pois o 
corpo da vítima não foi encontrado e, portanto, não foi realizado exame de corpo de 
delito. Também, as testemunhas não atestam a materialidade delitiva, apenas 
repetem rumores do ocorrido. 
Os argumentos supracitados se compatibilizam com o entendimento do 
Superior Tribunal de Justiça em seu julgamento3 do HC 170507 SP,abaixo 
mencionado: 
HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRONÚNCIA MANTIDA 
PELOTRIBUNAL ESTADUAL. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. FALTA 
DEMATERIALIDADE. AUSÊNCIA DO CORPO DA SUPOSTA VÍTIMA. ART. 
167 DO CPP.SUPRIMENTO DA PROVA PERICIAL. EXAME 
APROFUNDADO DAS PROVAS.IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. 
1. Nos termos do art. 167 do Código de Processo Penal, a prova 
testemunhal pode suprir a falta do exame de corpo de delito, caso 
desaparecidos os vestígios. Esta Corte já decidiu que tal situação se 
 
2 GOMES, Luiz Flávio. Crime Transeunte. Disponível em: 
<http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20100630164057878>. Acesso em 12 fev. 2017; 
3 PORTAL JUSBRASIL. STJ - HABEAS CORPUS : HC 170507 SP 2010/0075483-1. Disponível em: 
<https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21355203/habeas-corpus-hc-170507-sp-2010-0075483-1-
stj>. Acesso em: 13 fev. 2017. 
 
Ministério da Educação 
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INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA E DEFESA DE 
DIREITOS HUMANOS 
 
FOLHA AVULSA PARA PEÇAS DE PRÁTICA FORENSE 
 
aplica inclusive aos casos de homicídio, se ocultado o corpo da vítima. (...). 
(STJ - HABEAS CORPUS: HC 170507 SP 2010/0075483-1). (Grifo nosso). 
Com base nos argumentos expostos e no prescrito no artigo 593, inc. III, 
alínea “d” do Código de Processo Penal vigente, deve-se submeter a um novo 
julgamento em razão do Conselho de Sentença ter decidido em contrariedade às 
provas dos autos. 
b) Do afastamento de qualificadora conhecida de ofício pelo juiz-
presidente, mas rejeitada pelo Conselho de Sentença 
Data maxima venia, o juiz-presidente reconheceu de ofício uma qualificadora 
afastada pelos jurados, o que viola os princípios constitucionais da soberania dos 
veredictos e competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida do 
Tribunal do júri. Por isso, cabem aos jurados decidir de acordo com sua consciência 
e seguindo a justiça sobre as questões de fato do processo. Se os jurados decidiram 
pelo afastamento de uma qualificadora, o juiz de direito não poderá reconhecê-la de 
ofício. 
c) Injustiça quanto à pena 
Na sentença de condenação, o juiz aplicou a pena muito acima da pena 
mínima com fundamento nas elementares e circunstâncias do crime o que causa 
uma violação ao Princípio do “non bis in idem”, como ensina o doutrinador Luiz 
Regis Prado4: 
O princípio ne bis in idem ou non bis in idem constitui infranqueável limite ao 
poder punitivo do Estado, Através dele procura-se impedir mais de uma 
punição individual – compreendendo tanto a pena como o agravante – pelo 
mesmo fato (a dupla punição pelo mesmo fato). (PRADO, 2008, p.148). 
De acordo com o artigo 593, inc. III, alínea “c” do CPP, deve-se reformar a 
sentença caso o juiz-presidente aplique a pena em patamares superiores ao 
desejado pelo legislador penal. Assim, conforme os argumentos supracitados e nos 
pedidos a seguir, resta clara a necessidade de reforma da sentença de condenação 
em questão. 
 
4 IMMICH, Dine Micheli de Freitas Pedros; MEDEIROS, Vladmir Haag. O Princípio do No Bis in 
Idem no Direito Penal Brasileiro. Disponível em: 13 fev. 2017. 
 
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FOLHA AVULSA PARA PEÇAS DE PRÁTICA FORENSE 
 
 
IV – DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer: 
a) Seja o presente recurso conhecido e provido, sendo anulada a r. Sentença de 
fl. X., com fulcro no inciso IV, do artigo 564, do Código de Processo Penal e 
súmula 523 do STF, e o réu seja absolvido, ante a insuficiência de prova para 
condenação, com fulcro no art. 386, VII do Código de Processo Penal; 
b) Subsidiariamente, sejam os autos retornados para a vara de origem, para 
que seja instaurado o incidente de insanidade do réu; 
c) Caso a Colenda Câmara não entenda pela absolvição do réu ou pela 
instauração do incidente de insanidade do réu, que os autos sejam 
encaminhados para novo julgamento, em razão da decisão dos jurados ter 
sido contrária às provas dos autos, como prescreve o artigo 593, III, “d” do 
CPP; 
d) Se não entender pelos pedidos supramencionados, que a corte afaste a 
qualificadora do inc. IV, §2º, art. 121 CP (recurso que dificulte a defesa da 
vítima) conhecida de ofício pelo juiz-presidente, pois restou comprovado que 
este decidiu em desconformidade com o veredicto dos jurados, com base no 
artigo 593, III, “b” do CPP; 
e) Na hipótese da não aceitação das teses anteriores, que seja refeita a 
dosimetria da pena, observado o sistema trifásico de fixação da pena, como 
reza o artigo 593, III, “c” do CPP. 
 
Termos em que 
Pede deferimento. 
 Local e data 
Advogado 
Inscrição OAB

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