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FISIOLOGIA II FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO FEMININA Hipótese para o surgimento da puberdade Início da expressão do padrão gerador de GnRH. Hipótese endócrino-metabólica: papel da adiposidade corporal (capacidade de armazenamento e dispêndio de TAG) e da leptina. Leptina – papel crítico no ajuste metabólico/energético e no ajuste do peso corporal. Produzida pelo adipócito, sinaliza ao cérebro que o tecido adiposo está aumentando de tamanho. Ela que sinaliza para parar de comer ao longo de semanas para voltar ao peso/balanço energético anterior. Aciona mecanismos cerebrais para queimar gorduras. A baixa da melatonina pode ser importante para o surgimento da puberdade, pois nessa fase ela se encontra em um estado mais baixo e a melatonina é anti-gonadotrófica, ou seja, ela inibe a liberação de GnRH. Experimentação -Indivíduos que treinavam para competições esportivas desde muito cedo possuíam o conteúdo de gordura baixo, e com isso chegavam mais tardiamente na puberdade, e quando chegavam possuíam os ciclos mais demorados. Andrógenos diminuem mais o nível de gordura corporal. -Administração de leptina via intracerebroventricular libera FSH/LH. -Receptores de leptina em neurônios kisspeptidérgicos. -Camundongos com os genes silenciados para a expressão de receptores de leptina no cérebro não chegam adequadamente a puberdade. -Indivíduos obesos chegam mais rápido à puberdade. -A época de ciclagem de éguas está associada as estações de primavera/verão, pois são nessas estações que os animais comem mais e consequentemente aumenta o nível de leptina plasmática. A maior incidência luminosa e, por conseguinte a baixa produção de melatonina também contribui. - Animais próximos a ovulação submetidos à grandes quantidades de estresse irão liberar beta-endorfina que inibe a liberação de GnRH. O estresse crônico causado pelo mantimento de animais em cativeiro leva o animal à depressão e para que os níveis serotoninérgicos voltem ao normal o ambiente deve passar pelo processo de enriquecimento ambiental. - Ratas colocadas em um mesmo ambiente, mesmo com etapas do ciclo estral diferentes, irão se sincronizar quando colocadas juntas. O fenômeno de sincronização se dá por interações psicossociais e feromoniais. -Animais com hiperprolactinemia podem desenvolver pseudociese, falsa prenhez, que desencadeia ações como criação de ninhos, roubo de filhotes ou aceitação de filhotes de até mesmo outras espécies. – Existem neurônios produtores de LH-RH e neurônios que expressam receptores de estrógeno no hipotálamo. - Uma substância que bloqueia o receptor de ZP3 não permitiria a entrada de sptzs no ovócito, ou seja, atuaria como um contraceptivo. A liberação tônica de FSH leva à liberação dos folículos. O folículo que expressa mais receptores para LH vai ovular e reprimir a maturação dos outros. O folículo terciário (de Graaf) é o que irá ovular e os folículos secundários se tornam atrésicos. Ciclos reprodutivos Nos primatas superiores o ciclo menstrual é composto das fases folicular (estrogênica, proliferativa) e fase luteínica (progestacional, secretora). Nos sub-primatas o ciclo estral é composto de 5 fases: proestro, estro (fase folicular), metaestro (fase luteínica), diestro (fase de involução do corpo lúteo) e anestro (período acíclico). Proestro – Fase de proliferação folicular decorrente da liberação basal de FSH. Ocorre o aumento progressivo da síntese de estrógenos pelos folículos em maturação. Isto determina alterações morfológicas, funcionais, motoras e secretoras da genitália feminina bem como comportamentais. • Alterações morfológicas e funcionais – maturação folicular e resultante esteroidogênese folicular (produção de estrógenos); proliferação vascular no endométrio; aumento do tamanho do útero e da espessura do endométrio; aumento da espessura do epitélio vaginal (pavimentoso estratificado) resultante de proliferação de células epiteliais; edemaciação vulvar. • Alterações motoras - aumento da motilidade uterina e das tubas uterinas; aumento da motilidade fimbrial e da motilidade ciliar. • Alterações secretoras – secreção mucosa com grande elasticidade. • Alterações comportamentais – cio (em algumas espécies) e receptividade sexual. Estro – Fase regida pelo pico pré-ovulatório de FSH e LH induzido por elevados níveis de estrógenos - feed-back positivo. Intensificam-se as respostas morfológicas, motoras, secretoras e funcionais. A ovulação ocorre na metade do ciclo e é o período mais provável para a fertilização do ovócito. Se no estro for administrado mais estrógeno o zigoto ou ovócito irá percorrer as tubas uterinas muito mais rapidamente, e quando chegar ao útero será abortado, pois o endométrio não estará preparado. Metaestro – Fase regida pelas ações luteinizantes do LH e aumento da produção de progesterona. • Alterações morfológicas e funcionais - formação do corpo lúteo e produção de progesterona; o endométrio se torna mais ingurgitado e com intensa glicogênese. • Alterações motoras - redução geral da motilidade uterina, fimbrial e ciliar. • Alterações secretoras - diminuição do volume de secreção mucosa. O muco é mais viscoso e tamponante. • Alterações comportamentais - redução da receptividade sexual (rejeição). • Fecundação do ovócito Implantação do blastocisto Gestação Persistência do corpo lúteo. • Algumas espécies possuem hormônios que vão prolongar o tempo de vida útil do corpo lúteo: HCG – atua em receptores de LH, manutenção do corpo lúteo por mais tempo produzido pela placenta. PMSG – gonadotrofina do soro da égua prenha. Diestro – Fase regida pela regressão do corpo lúteo, luteólise, e declínio da produção de progesterona e estrógeno. • Alterações morfológicas e funcionais - devido à redução na síntese de estrógeno ocorre diminuição do tamanho uterino (involução uterina) com descamação do endométrio; o epitélio vaginal torna-se delgado e com intensa infiltração leucocitária. • Alterações motoras – persiste a hipo-atividade motora uterina. • Alterações secretoras – diminuição generalizada da secreção mucosa. • Alterações comportamentais – receptividade sexual ainda diminuída. Anestro – Fase ainda sob influência dos baixos níveis de progesterona e estrógeno, “dormênciareprodutiva”. Pode ser sazonal, lactacional ou pós-parto. Dominância folicular – mecanismo de seleção do folículo ovulatório parece estar ligado ao período em que as células granulosas expressam o receptor para LH e a enzima 3- beta-hidroxi-esteróide desidrogenase (aumenta o turnover de pregnenolona precursor inicial para síntese de testosterona e estradiol). Fatores de crescimento produzidos localmente como os IGFs agem no folículo em conjunto com as gonadotrofinas. O papel dos IGFs no desenvolvimento e sobrevivência folicular é dependente do status secretório de gonadotrofinas bem como do status de diferenciação. Em síntese, a integração de sinais extra-ovarianos e fatores intra-foliculares determina se um folículo deve continuar a se desenvolver ou entrar em atresia, como é o caso da maior parte dos folículos nas espécies mono-ovulatórias. Interação da célula da teca interna com a célula granulosa do folículo em fase de maturação A síntese de estradiol não é direta e depende da produção inicial de andrógenos. A célula da granulosa faz a síntese final de estradiol. Estrona e testosterona são convertidas em estradiol pela aromatase. A aromatase é responsável pela aromatização do anel A da testosterona, convertendo-a em estradiol. Se uma fêmea não expressar a aromatase será masculinizada. Hipóteses para o controle cerebral da liberação de LH-RH ao longo do ciclo reprodutivo -Participação de circuitos noradrenérgicos, dopaminérgicos, serotonérgicos, GABAérgicos, glutamatérgicos, endorfinérgicos & NPYérgicos. -Influência do ciclo circadiano e sazonal, da luminosidade ambiental, melatonina, sinalização feromonial, sinalização olfatória. -Influência do estresse e do estado depressivo. Hipótese para regressão (involução, luteólise) do corpo lúteo -Possível implicação da ocitocina e progesterona. -Possível envolvimento da prostaglandina2α.
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