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10/12/2017 1 Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Universidade Federal da Bahia Salvador, novembro de 2017. 1 Prof. Carlos Pasqualin Cavalheiro Introdução 2 ● Regulamentada pela Portaria nº 711 de 1995 e pelo Novo RIISPOA; ● Objetivo: - Evitar que carnes contaminadas, seja por microrganismos ou por doenças, cheguem ao consumidor. ● Músculo é estéril; ● Diversas operações de abate podem contaminar; ● Doenças pré-existentes no animal. Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 3 ● Principal recurso para diagnóstico macroscópico; ● Exame anatomopatológico dos órgãos e carcaça; ● Feita em todos os animais abatidos; ● Linhas de Inspeção sincronizadas com o abate; ● Lesões são encaminhadas ao DIF; ● Auxiliares de inspeção trabalham nas linhas; ● Veterinário trabalha no DIF; Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 4 ● Linhas de Inspeção: - A1: exame da cabeça e linfonodos da papada - A: exame do útero - B: exame do intestino, estômago, baço, pâncreas e bexiga - C: exame do coração e língua - D: exame dos pulmões e fígado - E: exame da carcaça - F: exame dos rins - G: exame do cérebro Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 5 ● Suspeita de doenças que necessitem confirmação: Marcação das lesões com as chapas Chapa Tipo 1: numeradas, correspondência entre carcaça e vísceras de um mesmo animal Chapa Tipo 2: vermelhas, indicam o local de lesões Notificação para outras linhas de inspeção Desvio para o DIF Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 6 ● Linha A1: exame da cabeça e dos linfonodos da papada - É feita antes da evisceração; - Visualmente, incluindo as cavidades nasal e bucal; - Observar a coloração dos músculos - Incisões nos masseteres e pterigóides (cisticercose e sarcocistose); Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos 10/12/2017 2 Inspeção post-mortem 7 ● Linha A1: exame da cabeça e dos linfonodos da papada - Incisão nos linfonodos parotídeos e glândula parotídea; - Linfonodos da papada – cervicais, mandibulares e retrofríngeos. Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 8 ● Linha A: exame do útero - Em mesa fixa junto a evisceração - Visual e palpação - Mumificação fetal - Metrites - Gestação adiantada Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 9 ● Linha B: exame do intestino, estômago, baço, pâncreas e bexiga - Visual e palpação - Incisar os órgãos se for necessário - Incisar os linfonodos da cadeia mesentérica - Contaminações, Parasitoses, Lesões Ganglionares - Brucelose, Tuberculose, Peste suína Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 10 ● Linha C: exame do coração e língua - Se incisa o saco pericárdico e o analisa em água corrente; - Abertura do coração em busca de cisticercos; - Visualizar átrios e ventrículos; - Sarcosporidiose, pericardites, endocardites Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 11 ● Linha C: exame do coração e língua - Palpação da língua; - Abertura da língua na face ventral mediana; - Incisão dos linfonodos submandibulares; - Sarcosporidiose, cisticercose, glossite, lesões ganglionares Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 12 ● Linha D: exame dos pulmões e fígado - Visual e palpação - Incisar linfonodos apical, brônquicos e esofágicos - Incisão na altura dos brônquios e bronquíolos - Cortar o parênquima se necessário - Pneumonias, enfisema, hidatidose Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos 10/12/2017 3 Inspeção post-mortem 13 ● Linha D: exame dos pulmões e fígado - Visual e palpação - Cortar e comprimir os ductos biliares - Incisar os linfonodos hepáticos - Hepatite, migração larval, hidatidose Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 14 ● Linha E: inspeção da carcaça - Exame visual e por palpação; - Alterações de coloração, aspecto nutricional, aparência da pele; - Superfícies ósseas; - Linfonodos inguinal superior, ilíacos anteriores e posteriores; - Contusões, abscessos, contaminação. Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 15 ● Linha F: inspeção dos rins - Visual e palpação; - Cortar o parênquima e incisar a gordura peri-renal - Nefrite, infarto, congestão, cistos; Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 16 ● Linha G: inspeção do cérebro Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Departamento de Inspeção Final (DIF) 17 ● Departamento anexo à sala de matança; ● Inspeção mais criteriosa e detalhada realizada pelo médico veterinário do SIF; ● Destino das carcaças que passam pelo DIF: - Liberada para o consumo (NE): não exportável; - Congelamento (TF); - C (conserva): esterilização pelo calor; - Salga (S); - Salsicharia (E): embutidos cozidos; - Banha (B); - Graxaria: condenação total. Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Departamento de Inspeção Final (DIF) 18Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos 10/12/2017 4 Departamento de Inspeção Final (DIF) 19Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 20 Quais lesões são mais frequentemente encontradas no abate de suínos? Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem 21Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Abscessos 22 A1 A B C D E F G Abscessos X X X X X X X X É o acúmulo de líquido purulento no tecido formando uma cavidade delimitada por uma membrana Também pode ser verificado na inspeção ante-mortem Pode ocorrer em todos os órgãos e carcaças Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Abscessos 23 A1 A B C D E F G Abscessos X X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Abscessos 24 A1 A B C D E F G Abscessos X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos 10/12/2017 5 Abscessos 25 Destino: • Carcaças - Abscessos pequenos: retirados na própria linha - Extravasamento: DIF • Órgãos - 1 lesão localizada: retirada na própria linha - Vários abscessos: todas as vísceras encaminhadas ao DIF A1 A B C D E F G Abscessos X X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Aderências 26 Tecido fibroso que liga duas ou mais estruturas anatomicamente separadas Pode ser consequência de cirurgia, doença inflamatória ou corpos estranhos A1 A B C D E F G Aderências X X X X X X X X Aderência de peritônio Aderência de pericárdio DIF Condenação de órgãos com coloração anormal, congestos ou hemorrágicos Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Aspiração de Sangue / Alimento 27 São lesões agônicas causadas pela ineficiência na insensibilização e sangria Condenação do órgão na própria linha de inspeção A1 A B C D E F G Aspiração de Sangue X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Cisticercose 28 É uma zoonose!! Causada pelo estágio larval (Cysticercus cellulosae) da Taenia solium Humanos como Hospedeiros Definitivos Suínos como Hospedeiros Intermediários A1 A B C DE F G Cisticercose X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Cisticercose 29 Lesão Viva – Vesícula semitranslúcida Lesão Calcificada – Estrutura arredondada com calcificação A1 A B C D E F G Cisticercose X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Cisticercose 30 Locais de predileção: Músculos da Cabeça (Masseter) A1 A B C D E F G Cisticercose X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos 10/12/2017 6 Cisticercose 31 Locais de predileção: Coração A1 A B C D E F G Cisticercose X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Cisticercose 32 Locais de predileção: Língua Esôfago Diafragma Fígado Carcaça A1 A B C D E F G Cisticercose X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Cisticercose 33 Destino: Carcaça e órgãos encaminhados ao DIF Carcaças com infecção intensa devem ser condenadas Aproveitamento da gordura para banha Infecção intensa – presença de dois ou mais cistos (viáveis ou calcificados) nos locais de eleição e confirmação de dois ou mais cistos na massas musculares através de incisões múltiplas e profundas Mais de 1 cisto viável ou calcificado – Esterilização pelo calor 1 cisto viável – Uso do frio ou salga 1 cisto calcificado – liberação para o consumo A1 A B C D E F G Cisticercose X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Sarcocistose 34 Formação de cistos na musculatura – Sarcocystis sp. A1 A B C D E F G Sarcocistose X X X X X DIF Lesões pequenas – esterilização pelo calor Lesões generalizadas – condenação total Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Miocardite/Endocardite/Pericardite 35 Condenação do coração na própria linha A1 A B C D E F G Miocardite/Endocardite /Pericardite X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Hidatidose 36 Zoonose – Echinococcus granulosus Endêmica no Sul do país A1 A B C D E F G Hidatidose X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos 10/12/2017 7 Hidatidose 37 A lesão é uma vesícula maior que o Cysticercus, envolvida por uma membrana translúcida e preenchida por líquido incolor com presença de escólex (areia hidática) A1 A B C D E F G Hidatidose X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Hidatidose 38 A1 A B C D E F G Hidatidose X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Condenação das vísceras e órgãos acometidos na própria linha de inspeção Condenação da carcaça? Cirrose 39 Doença crônica caracterizada pela proliferação progressiva do tecido conjuntivo no fígado Leva a degeneração dos hepatócitos e ductos biliares Distorção da anatomia normal do órgão Aumento ou diminuição de volume A1 A B C D E F G Cirrose X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Cirrose 40 A1 A B C D E F G Cirrose X Destino: Condenação na própria linha de inspeção Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Congestão 41 Acúmulo de sangue nos órgãos causada por insuficiência cardíaca ou intoxicação Aumento de volume e alteração na coloração Destino: Condenação do órgão na linha de inspeção A1 A B C D E F G Congestão X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Contaminação 42 Presença de sujidades devido à falhas nos processos de esfola e evisceração Problemas em relação ao período de jejum Mão de obra sem devida qualificação Aceitável níveis de até 2% de contaminação Cerdas, conteúdo intestinal, líquido de abscessos, contato com o piso A1 A B C D E F G Contaminação X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos 10/12/2017 8 Contaminação 43 A1 A B C D E F G Contaminação X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Contaminação 44 Destino: Órgãos são condenados na própria linha Contaminação localizada – condenação da parte afetada DIF: Contaminação generalizada Condenação total quando não seja possível remoção completa A1 A B C D E F G Contaminação X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Contusão 45 Injúrias teciduais causadas por objetos que causam impacto suficiente para o rompimento dos vasos e acúmulo de sangue nos tecidos Indicativo de manejo pré-abate inadequado Transporte, desembarque, condução dos animais Brigas por mistura de lotes A1 A B C D E F G Contusão X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Contusão 46 A1 A B C D E F G Contusão X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Contusão 47 A1 A B C D E F G Contusão X X X X X X X Contusão causada pela depiladeira Falha de tecnologia de abate Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Contusão 48 Destino: Grau 1 (hematomas leves): Condenação das partes atingidas na própria linha Graus 2 (hematomas graves) e 3 (associada à fratura): DIF Lesões localizadas – Aproveitamento condicional: salga, conserva, salsicharia Lesões generalizadas – Condenação total da carcaça A1 A B C D E F G Contusão X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos 10/12/2017 9 Escaldagem Excessiva 49 Falha tecnológica no abate: Temperatura elevada da água / Paradas na linha de abate A1 A B C D E F G Escaldagem Excessiva X DIF Condenação Total – carcaças mutiladas Condenação Parcial Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Enfisema 50 Acúmulo de ar nos pulmões associada à doença causada por obstrução da saída de ar Respiração ofegante durante o abate Pulmões pálidos, acinzentados, brilhantes, inchados e crepitantes à palpação Destino: Condenados na própria linha de inspeção A1 A B C D E F G Enfisema X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Erisipela 51 É uma Zoonose! Afeta manipuladores de carne Conhecida como RUIVA – causada pelo Erysipelothrix rhusiopatie Hemorragias nas superfícies serosas e vísceras Lesões cutâneas Linfonodos aumentados e congestos, baço tumefeito, endocardites, pulmões edematosos e congestos, petéquias nos rins A1 A B C D E F G Erisipela X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Erisipela 52 A1 A B C D E F G Erisipela X X X X Apenas lesão de pele: esterilização pelo calor Endocardite por erisipela: esterilização pelo calor Implicações gerais na carcaça: Condenação Total Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Migração Larval 53 Condenação do fígado na própria linha A1 A B C D E F G Migração Larval X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Nefrite 54 Inflamação renal com tumefação, cápsula destacável e manchas Destino: Condenação do rim na própria linha A1 A B C D E F G Nefrite X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos 10/12/2017 10 Icterícia 55 Distúrbio clínico causado pelo excesso de bilirrubina no plasma e tecidos evidenciada pela coloração amarela da pele e mucosas A1 A B C D E F G Icterícia X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Icterícia 56 A1 A B C D E F G Icterícia X X X X X X X DIF Condenação total da carcaça Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Linfadenite 57 Processos inflamatórios tuberculóides nos linfonodosCausada por Mycobacterium A1 A B C D E F G Linfadenite X X X X X X X Carcaças com lesão em 1 sistema: Condenação da parte afetada Carcaças com lesão em 2 sistemas: Esterilização pelo calor Carcaças com lesão em 3 sistemas: Condenação Total Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Pneumonia 58 Maior causa de condenação do pulmão A1 A B C D E F G Pneumonia X DIF Condenação do pulmão Esterilização pelo calor (purulenta) Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Rinite Atrófica 59 Caracteriza-se por distorção do septo nasal e as vezes deformação do maxilar superior A1 A B C D E F G Rinite Atrófica X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Condenação da cabeça na linha Tuberculose 60 Doença infecto-contagiosa de evolução crônica Causada pelo Mycobacterium Lesões em diversos órgãos Nódulo firme, coloração branco- amarelada, aumento de volume. Ao corte granulomas com necrose e mineralização A1 A B C D E F G Tuberculose X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos 10/12/2017 11 Tuberculose 61 Destino: Todo o conjunto desviado ao DIF 1 Tubérculo calcificado ou tubérculo discreto: Carcaça – esterilização pelo calor Órgãos – condenados Tuberculose generalizada: Condenação Total A1 A B C D E F G Tuberculose X X X X X X X Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Inspeção post-mortem e principais alterações no abate de suínos Universidade Federal da Bahia Salvador, novembro de 2017. 62 Prof. Carlos Pasqualin Cavalheiro
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