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MIOPATIAS IMUNOMEDIADAS Dra. Lorena Transcrição: Larissa Marley (s6) - Antigamente chamadas de miopatias inflamatórias idiopáticas, esse termo está em desuso por conta que não é idiopática. A gente sabe que existem auto anticorpos que acabam atacando o músculo levando a um processo inflamatório e, toda vida que eu tenho um processo inflamatório muscular, eu tenho miosite, se eu tenho miosite, eu tenho provas enzimáticas no contexto muscular, CPK (?) elevados e, repercutindo ai na sua clínica de FRAQUEZA. Então, eu não tenho como ter uma inflamação muscular sem fraqueza muscular. Então, esse grupo de doenças que compõe essa entidade na reumatologia é exatamente o que a gente chama de miopatias imunomediadas, representadas principalmente pela POLIMIOSITE ou DERMATOMIOSITE. O termo “Polidermatomiosite”, ele não existe, ou você tem polimiosite ou você tem dermatomiosite. Quando você tem um processo de inflamação por autoanticorpos, levando a fraqueza, mas SEM alterações cutâneas, sem manchas na pele, eu posso dizer que a gente tem uma polimiosite. Claro que o diagnóstico padrão-ouro é através do anatomopatológico, biópsia muscular. Quando tem atrelado à fraqueza muscular um quadro cutâneo, característico da doença que vocês vão ter oportunidade de ver ao longo da aula, a gente diz que o paciente tem dermatomiosite e, automaticamente, existem ainda pacientes que cursam apenas com manifestação cutânea, mas sem envolvimento muscular, e ai a gente denomina “dermatomiosite amiopática”, não tem fraqueza associada. - CASO CLÍNICO: MFC, 48a, sexo feminino, natural e procedente de Juazeiro do Norte-CE comparece à consulta médica relatando dificuldade de pentear os cabelos e levantar-se da cadeira sem apoio dos braços há cerca de 45 dias (Então, Quadro subagudo) bem como vermelhidão nas articulações das mãos e joelhos (Ele tinha realmente uma vermelhidão em superfpicie extensora). Diante do quadro foram solicitados inúmeros exames complementares para elucidação diagnóstica e orientado o retorno o mais breve possível. Antecedentes Médicos: HAS há 03 anos em uso de losartana 100mg/dia; DM tipo 2 há 01 ano em uso de metformina 1g/dia e DLP há 03 anos em uso de sinvastatina 40mg/dia. Após 15 dias paciente retorna ao consultório em cadeiras de rodas e com disfagia há sólidos e líquidos. Exames complementares: Hb.: 12,5g/dl; HT: 38%; Leuco: 5400( Seg: 72%; Linf.: 1580); Plaq.: 300.000; VHS: 40; PCR: 15; FAN: reagente 1/ 1280( padrão pontilhado fino denso); Anti- Mi2: Reagente; Anti-JO1: NR; ENMG (EletroNeuroMiografia, que é um exame que o neuro faz pra ver a atividade elétrica do nervo periférico): padrão miopático (comprometimento de musculatura) com fibrilação e baixa amplitude e Aguarda Biópsia de deltóide. Diante do quadro: 1) Qual a provável hipótese diagnóstica? 2) Qual o principal diagnóstico diferencial? 3) O que se espera encontrar na biópsia muscular? 4) Defina a terapêutica mais adequada para este caso. -O que vocês acham que essa mulher tem? Principal diagnostico diferencial? Eu posso ter um componente de fraqueza muscular por uma doença metabólica, por uma doença auto-imune, por uma doença neurológica, então eu posso ter varias etiologias levando a um quadro de fraqueza muscular. “Miastenia Gravis”, geralmente é mais precoce, salvo algumas exceções a gente pode ter um quadro de manifestação precoce. Como é a fraqueza da miastenia gravis? Uma doença de placa motora com alteração da Ach e eu tenho realmente um deslocamento desses neurotransmissores e alterações a nivel de receptores. Automaticamente o paciente amanhece bem e o padrão na ENMG é (?) ou seja, tenho muita força, força normal e ao longo do dia eu vou ter uma fraqueza. O Padrão descrito na ENMG não é dessa forma. O que a miastenia gravis tem e essa paciente não tem a nivel de manifestação clínica? Geralmente o paciente com miastenia vai ter envolvimento da musculatura apendicular extensa, que não tem isso descrito no caso. O que essa paciente tem pela descrição? Se eu tenho dificuldade pra pentear meus cabelos e pra levantar – se sem o apoio das mãos eu tenho fraqueza de segmento proximal. O fato de cintura escapular pela descrição do caso, é um acometimento de musculatura proximal bilateral subaguda. Só que ai ela tinha um agravante, ela já voltou de cadeira de rodas e com disfagia a solidos e liquidos, o que ta acontecendo? “Guillain Barre”, como é o quadro? Ascendente e você tem envolvimento muscular ou neurológico? Neurologico, e essa paciente tem o que? Muscular. No Guillain, você tem alteração de motricidade, sensibilidade e disfunção esfincteriana. Então você tem um quadro de poliradiculopatia, geralmente secundária a uma infecção prévia por Campylobacter jejuni ou status pós-vacinal ou alguma doença autoimune, exemplo? LES, pode dar um quadro de Guillain Barré like. Então, na GB eu vou ter produção de autoanticorpos levando a ataque da mielina ou do axônio do meu nervo. A minha paciente não tem retenção urinária, não tem retenção fecal, não tem alteração esfincteriana, ela tem um quadro motor e é de musculatura lisa ou estriada? Estriada. Então, o que é que tá acontecendo pra disfagia dela? Eu to tendo ataque, inflamação da minha musculatura estriada, musculatura cervical. Então eu to tendo a grave, porque a fraqueza ela começa de forma insidiosa, incerta, e a medida que o processo inflamatório vai se estendendo as manifestações vão piorando. Toda vida que eu tenho disfagia de condução ou transferência? Como é disfagia de condução? Ela é baixa, então se ela é baixa, eu tenho pirose e isso acontece em que doença autoimune? Esclerodermia. Disfagia de transferência é uma disfagia alta, eu tenho musculatura estriada envolvida, eu tenho disfagia inicialmente a solidos, depois liquidos, é o que acontece onde? Nas miopatias. É uma paciente de 48 anos, mulher, a gente sabe que doenças do colágeno é mais comum em mulher, que tá tendo um quadro de fraqueza de musculatura proximal, simétrica, já é um quadro subagudo que já ta acometendo a musculatura cervical, disfagia de transferência. E, automaticamente, ela ta investigando e fez alguns exames. -E o que chama atenção nos exames? O FAN, o que eu vou valorizar? O padrão! Qual o padrão mais especifico pra LES? Homogênio e Pontilhado Grosso. A positividade do homogênio sugere que autoanticorpos? Anti-DNA ou um Anti - P Ribossomal. Se eu tenho pontilhado grosso, eu tenho que autoanticorpo envolvido? Anti-Sm. Além do padrão, a titulação. Então quanto maior um titulo de um FAN, maior taxa de verdadeiramente positivo é, quanto mais baixo, maior a chance de ter um falso positivo (TB, endocardite infecciosa, leishmaniose visceral...). O padrão aqui é mais inespecífico, pontilhado fino denso, 15 a 20% da população vai ter esse padrão de FAN e não tem necessariamente doença autoimune. E ai, tem outra coisa estranha, esse Mi-2, vocês conhecem? Mi-2, é um autoanticorpo presente nos pacientes que tem DERMATOMIOSITE. Vocês viram que houve a descrição de lesões de pele? Então, se minha paciente é mulher, de meia idade, tem fraqueza de musculatura proximal, com autoanticorpo presente, com lesões dermatologicas, eu tenho por obrigatoriedade, investigar miopatia imunomediada. Eletromio padrão miopático. Geralmente, numa eletromio, a gente pensa em um padrão TRIFÁSICO, eu tenho 3 potenciais quando vou estimular o nervo. Padrão de fibrilação, o que é que significa? Vai ter muito estímulo só que não consegue atingir o potencial pra ter contração do musculo, ou seja, como uma tentativa compensatória ele fibrila, ou seja, movimentos desordenados e simultâneos quando eu estimulo o musculo com a agulha, mas não chega a ter uma contração efetiva porque eu tenho uma inflamação. Quando eu tenhouma dermatomiosite, eu tenho um processo inflamatório mediado por linfocitos TCD4+, então eu tenho muita célula B, quando eu tenho um padrão de polimiosite eu tenho preodmínio de linfócitos TCD8+, então mais linfocitos T, eu tenho mais distruição de endomísio, tenho mais necrose, e eu posso ter uma miopatia como única manifestação para meu quadro, ou seja, eu posso ter um CA de mama abrindo com fraqueza de musculatura, mimetizando um quadro de autoimunidade, e ai geralmente os autoanticorpos vem negativos, toda vida que você dá um diagnostico de dermatomiosite você tem que excluir algumas neoplasias, dentre elas ginecologicas, pulmão, colo retal. -O que essa paciente tem que funciona como fator de risco? DM, faz vasculopatia, atinge nervo, e ai eu tenho um quadro de polineuropatia periférica ou amiotrofia, um quadro geralmente proximal de fraqueza nas coxas mas sem outros criterios associados, ou um quadro de hipoestesia ou anestesia distal, polineuropatia em bota e luva. Ela tem? Não. Estatina, eu posso ter miopatia por estatina, então, algumas drogas como fibratos, heroina, alcool, corticoide, hidroxicloroquina... E pode elevar CPK? Pode. Como é a miopatia por corticoide? NÃO pode elevar CPK, porque o corticoide leva a LIPOSUBSTITUIÇÃO do musculo, não leva a formação de autoanticorpos. O que fala contra ai é que a paciente tem um quadro grave e já usa estatina há muito tempo. Os metabolitos da estatina são MIOTÓXICOS, não é autoanticorpo. Fator de risco pode ser: agente infeccioso geralmente viral e exposição solar. A medicação pode simular, mas nunca levar a um quadro de miopatia imunomediada. -O que se espera encontrar na biópsia? Linfocitos TCD4+. -E qual a terapia mais adequada? Se eu tenho autoanticorpos, eu tenho que lançar mão de um imunosupressor, PREDNISONA. Apesar de ter efeitos colaterais descritos na literatura a miopatia, ela é bem rara. Eu tenho uma ação imunossupressora, anti-inflamatória e automaticamente um rápido inicio de ação. E essa paciente tá grave, ela ta de cadeira de rodas, ela ta com disfagia, tem risco de broncoaspiração. Se meu paciente responde bem ao corticoide, e ao longo do desmame ele reicidiva, então meu paciente é corticodependente, então eu tenho que fazer um imunosupressor poupador. Se meu paciente automaticamente tá usando uma dose imunosupressora (1 a 2 mg/kg) ele é corticoresistente. Só que quando eu tenho um quadro de fraqueza de musculatura cervical, eu já tenho um quadro grave, então eu já inicio pulsoterapia 1g durante 3 dias, pelo risco que o paciente tem e já associo um imunusupressor poupador, por conta dos efeitos colaterais, o corticoide ele deve ser desmamado após 4 a 6 semanas, pelos efeitos colaterais. Então, só o corticoide ou faria um imunosupressor associado? E com certeza retiraria a estatina. -Que outra doença endocrina poderia dar um quadro de miopatia? Hipotireoidismo. Então sempre que pega uma miopatia, tem que afastar hipotireoidismo. AULA - DEFINIÇÃO: Grupo heterogênio (ou seja, muitas doenças juntas de formas de apresentação pleomórficas) de condições caracterizadas por fraqueza muscular proximal e inflamação muscular em um contexto patológico que sugere autoimunidade, ou seja, fraqueza de musculatura, muitas vezes com autoanticorpos positivos. E ai eu posso ter desde uma polimiosite, dermatomiosite, dermatomiosite amiopática, uma necrose imunomediada rapidamente progressiva, ou uma forma que geralmente da mais em homens, que é a polimiosite por corpusculos de inclusão. -EPIDEMIOLOGIA: Incidência, 5 a 10 casos por milhão, no caso no adulto, na criança ela é mais rara (+ grave) 0,6 a 3,2 casos por milhão de crianças. Tem uma relação que varia, se eu tenho muitas vezes um quadro de miopatia associada a uma colagenose a relação por mulher aumenta, se eu tenho relacionada ao câncer (?). Relação homem mulher, são 2 a 5 mulheres pra cada homem acometido, geralmente na criança 1 ou 2 meninas pra cada menino. Tem um pico etário na infância de 5 a 14 anos, ou seja, pega infância e adolescência e os adultos 45-64 anos. Existe uma EXCEÇÃO a isso, que é a miosite por corpusculos de inclusão em que ela tem padrão de fraqueza de musculatura distal, quase não tem envolvimento proximal, em homens com mais de 50 anos com prognóstico pior. Geralmente ele não tem (?). Todo paciente com miopatia, principalmente dermatomiosite, vai ter um risco de neoplasia de orgãos solidos maior, é um paciente que eu tenho que investigar neoplasia de ovários, mama, pulmão, colo retal (prevenção, mamografia, pesquisa de sangue oculto, tc de torax, USG se for mulher jovem). E ai sempre pensar em associação com outras colagenoses, eu posso ter um paciente com overlaping, LES e dermatomiosite, DMTC (miopatia, esclero e LES, 20 a 25% também doença de Sjogren), esclero com miopatia. E quando eu tenho associação com outras colagenoses eu tenho uma proporção de mulheres mais que homens. Se eu tenho uma associação de uma miopatia secundaria a uma neoplasia, a proporção geralmente é 1:1. Se eu tenho miopatia secundaria ou associada a outra colagenose, essa associação pode chegar até 12:1. Porque a gente sabe que as doenças do colageno é mais comum em mulheres. -ETIOLOGIA Infelizmente a etiologia é desconhecida, como tudo você tem uma predisposição genética, é um paciente que muitas vezes vai ter o HLA-DRB1 e o HLA-DQA1, não precisa decorar, paciente que tem uma predisposição. E ai a gente começa a se atentar, é um paciente que é geneticamente predisposto, tem a genética e teve a exposição solar demasiada, então ele pode desenvolver, essa exposição pode funcionar como gatilho. Eu tenho um paciente que tem infecção viral, principalmente Epstein Bar vírus, e pode funcionar como gatilho. Eu tenho um paciente que usa algumas drogas,eu posso levar como um desenvolvimento de gatilho. Só que se for uma miopatia por droga, estatina, se eu tiro o paciente fica bem.Geralmente ela é autolimitada, eu nunca vi paciente usando estatina fazendo PM. Geralmente os fatores ambientais que predispoe a fraqueza são esses. Só que além da genetica e o fator ambiental, eu preciso que meu sistema imune comece a gerar autoanticorpos, e esses autoanticorpos eles vão atacar o musculo, gerando manifestação muscular e cutânea, só que infelizmente como tudo na vida, eu não so tenho musculo na perna, no braço, eu tenho em outras estruturas, então eu posso ter no coração, pulmão, rim,posso ter outras coisas envolvidas. A doença é sistemica. -CLASSIFICAÇÃO Em termos de classificação teriamos: polimiosite, dermatomiosite (quer seja condição que eu não tenho fraqueza de musculatura só realmente o quadro cutâneo que é amiopática, a Juvenil que é um caso a parte em que eu tenho muita calcinose, ou seja o musculo inflamou, vai ter deposição de cálcio, vai ter fibrose, ele fica com calcificação muscular que a gente chama calcinose, entra no diagnostico diferencial de miosite calcificante que é aquele paciente que depois de um trauma desenvolve uma calcinose muscular, que ai não vai ser nada relacionado a autoimunidade. A Miopatia Necrotizante Imunomediada em que eu tenho a inflamação e logo em seguida necrose, destruição muscular, então isso pode acontecer muito naqueles pacientes que tem manifestação de fraqueza muscular secundária a neoplasia, levando a mimetismo do que seria a fraqueza de musculatura. E a Miopatia por Cospúsculos de Inclusão, paciente é geralmente homem com mais de 50 anos e um padrão de fraqueza difere um pouco das outras. -MANIFESTAÇÕES Sistemicas: Vou ter muitas vezes febre, astenia, uma perda ponderal não tão significativa, exceto quando eu tenho uma neoplasia levando a fraqueza muscular. Musculoesqueleticas: Então, fraquezamuscular insidiosa, ou seja, não é algo rápido, abrupto, simétrica pega os dois lados e proximal no contexto da PM e DM, exceto por corpusculos de inclusão. Tem um quadro de disfagia, rouquidão, vai ter artralgias, artrite, mas geralmente essa artrite não vai ser erosiva, ao contrario da AR, em que a AR eu vou ter acometimento da sinóvia, da cartilagem e do osso, temos destruição articular, ou seja, deformidades irreversiveis. E, infelizmente, atrofia, acontece geralmente no contexto da PM e DM quando esse diagnostico é tardio, já no contexto da necrose imunomediada, infelizmente eu vou ter um padrão de atrofia maior, porque eu vou ter necrose, destruição, então eu tenho um grau de atrofia muscular mais significativo. Cutâneas: Eu posso ter as pápulas de Gottron, lembrar isso cai muito, SINAL DE GOTTRON eu vou ter aquelas lesões eritematovioláceas no dorso das mãos, nas superficies extensoras de metacarpo e IF, já as pápulas de Gottron são aquelas mesmas lesões em formato de mancha na superfície extensora de cotovelo como de joelho. O Heliotropo, quando eu tenho essas lesões eritematovioláceas na região bipalpebral. O sinal do Xale, ou seja, eu tenho toda essa região (mais ou menos onde está o trapézio) com hiperemia, com lesão, o “V do decote” tem a demarcação nessa região. Mão de mecanico que é quando eu tenho uma leve hipercromia da pele, associando a descamação intensa e fissuras laterais e a mão do mecanico é muito importante em que sentido? Geralmente quando eu a tenho, eu vou procurar associação com envolvimento extramuscular, tenho que afastar doença pulmonar intersticial, o paciente vai ter um quadro de artrite maior, vai ter febre, miosite, muitas vezes o ANTI-JO1, que é um anticorpo mais especifico da PM, ao contrario do ANTI-MI2, que é mais comum na DM. Fotossensibilidade, assim como os pacientes que tem lupus com anti-ro +. Telangiectasias periungueais, se eu tenho vasculite, eu tenho dano nos microvasos de extremidades, então muitas vezes eu vou ter telangiectasias e padrão de sofrimento vascular. Como vocês viram com a dra Helena, possivelmente ela falou de um exame chamado “Capilaroscopia periungueal” em que a gente coloca uma lente e vê a vascularização do leito ungueal e ai a gente vê que esse paciente vai ter uma vascularização aumentada pelo proprio processo inflamatório, como também vai ter áreas que existem um sofrimento vascular chamado de “deleção”, só que vai ser mais comum naqueles pacientes que tem Esclerodermia, o que o paciente com esclero vai ter? Raynaud, e o que ele é? Palidez, Cianose, Rubor, se eu tenho vasculite eu tenho muitas vezes uma intima aumentada, a média aumentada ou ate a adventicia aumentada porque eu posso ter uma vasculite que envolve as 3 camadas, só que no caso do Raynaud pega mais o que? A MÉDIA! Então se eu tenho inflamação, eu tenho redução do lumen do vaso, eu tenho sofrimento vascular, tenho risco de necrose, isquemia. Paciente que tem sofrimento vascular, ele pode ter deleção, tem uma area la que não tem mais vaso e leva a destruição. Paciente com miopatia, tem telangiectasia, mas não tem um padrão de deleção como na esclero porque esses pacientes podem ter um Raynaud mas não costuma ser tao severo. Quando vocês viram na esclero, o Raynaud é mais grave em que forma de apresentação? Na CREST. (Ela perguntou essas coisas esperando que a gente errasse pra dizer que a aula de esclerodemia não foi boa....). E a calcinose, é muito mais comum na Juvenil, é ruim porque não tem nada nenhuma evidencia cientifica que tenha bom resultado. E ai, recaptulando: HELIOTROPO, SINAL DE GOTTRON, MÃO DE MECANICO, SINAL DO XALE. Manchas de Gottron, Raynaud, calcinoses e telangiectasias. Pulmonares: Como é doença sistemica, tem manifestações extramuscular que acontece em até 30% dos pacientes e o órgao mais acometido é o PULMÃO. Então, assim como a esclero, miopatia gosta de pulmão. Se eu tenho um quadro atipico, envolvimento extramuscular, no contexto da AR, envolvimento extraarticular, vocês acham que a doença vai ser mais grave ou mais branda? Mais Grave. Então o envolvimento extramuscular tem pior prognóstico. Então eu vou ter uma pneumonite intersticial, eu vou ter anticorpo la naquele intersticio, tem o padrão de bronquiectasia, padrão em vidro fosco e posso ter fibrose, perda de viabilidade daquele parenquima, mais em bases, bibasal, quem gosta de apice é Espondiloartrite, TB. Hipertensão pulmonar, eu posso ter um envolvimento intersticial levando a um comprometimento da a. pulmonar secundario, tem que realmente vencer uma pressão maior por causa daquela inflamação, então tem ativação de endotelina, vou ter hipertensão pulmonar, ou então pela hipoxia cronica, eu posso estimular endotelina e levar a um quadro de hipertensão na artéria pulmonar. Hemorragia alveolar, eu posso ter uma alveolite por capilarite, mas é raro e bem grave. E infecções, tanto pela imunossupressão como pela fraqueza de musculatura respiratoria aumentando o risco de broncoaspiração. Cardiacas: Disturbios de condução eu posso ter um processo inflamatorio levando a um BAV, cardiomiopatia eu posso ter uma inflamação daquele musculo levando a uma miocardite que é um quadro grave e a sindrome coronariana aguda, se é um paciente que tem proinflamação ele vai ter um RCV maior, se usa corticoide muito tempo vai desenvolver HAS, DM secundárias, então tem um RCV maior. SLIDE 13: Aqui você tem um corte axial de uma TC, tem bronquiectasias, tem areas em padrão de vidro fosco e também começa a ter fibrose. Tem algumas areas de cistos e áreas faveolamento, aquele aspecto em padrão de favéolo, então a pneumonite pode levar a tudo isso. Eu quero encontrar o paciente em que fase? Vidro fosco que é so inflamação. Se eu tenho fibrose eu já tenho perda de janela de oportunidade terapeutica. Gastrointestinal: Tem uma disfagia de transferencia, ulceras mucosas e vasculite. Vasculares: Raynaud, graças a Deus, não tão severo quanto na esclero. Uma vasculite sistemica levando a inflamação por causa dos autoanticorpos. Renais: Necrose tubular aguda, o que eu tenho numa rabdomiolise? Se eu tenho muito musculo destruido eu tenho mioglobinuria, isso causa dano tubular. E outra coisa, eu posso ter depositos de autoanticorpos no glomerulo levando a glomerulonefrite membranosa, leva a que apresentação clinica? Nefrotica, como é a apresentação clinica? Hipoalbuminemia, anasarca e uma proteinúria superior a 3,5 g/ 24 h. -DIAGNÓSTICO Exames complementares: Se eu tenho inflamação eu tenho provas de atividade inflamatória elevadas, VSH e PCR. Enzimas musculares elevadas, principalmente a CPK. Positividade do FAN até 80%, FAN não é especifico. Positividade de autoanticorpos miosite específicos: Anti-Jo1, eu falei que a positividade dele tá relacionada a sindrome antisintetase, Anti-Mi2 na DM e Anti-SRP, que é um autoanticorpo raro mas que geralmente ele vem associado a doença de maior gravidade, é aquele paciente que vai ter aquela MIOSITE NECROTIZANTE IMUNOMEDIADA ou aquele paciente que vai ter uma PM que é fatal. Tem outro Anti-P144, ele é bem especifico e o ?? (Não precisa saber). Capilaroscopia, pra ver se tem telangiectasias. USG/TC/ RNM, avalia atividade e cronicidade, por exemplo, se eu peço uma RNM e tem muita lipossubstituição e atrofia eu tenho padrão de cronicidade. Se eu peço uma RNM e vejo hiperssinal, muita inflamação, o paciente com atividade e tenho janela de oportunidade terapêutica. Eletroneuromiografia, padrão fibrilar, ou seja, eu tenho varios potenciais polifasicos mas não tenho efetividade e contratilidade, com baixa amplitude. Biopsia muscular, padrão-ouro, tenho que fazer imunohistoquimica tambem, porque eu posso ter um disturbio metabolico muscular po alteraçãodo met do glicogenio, distrofia muscular hereditaria, e importante pra afastar neoplasia. -SLIDE 17: RNM, supressão de gordura pra mostrar mais inflamação, então aqui tudo isso branco é processo inflamatorio, um paciente que tinha miopatia e onde vou biopsiar? Se tem fraqueza na cintura escapular, vamos fazer uma RNM, e ai a gente vê varios processos inflamatorios tanto do tendão supra-espinhal, proximo do subacromial, região do deltoide, face interna do umero e ai a gente já percebe, tem inflamação aqui e ai vai ser bacana biopsiar. Qual a outra importancia? Guiar a atividade da doença. As vezes o paciente faz um quadro de fibro secundaria, aquele paciente cheio de dor mas dermato e poli não da tanta dor, ai faz CPK normal, não é a doença em atividade, mas pode ser do corticoide que não altera CPK. Se eu to na duvida, tiro o corticoide e o paciente melhora é dele, não melhora pode ser fibro, faz RNM e não tem nenhuma inflamação muscular, então é fibro. -SLIDE 18: Hematoxilina Eosina, a gente vê as fibras normais bem gordinhas e atrofia perifascicular com obstrução. Eu tenho pele e vaso inflamado, infiltrado. -CRITERIOS DIAGNÓSTICOS: Foram propostos em 1975, criterio antigo mas que ainda se utiliza. A gente vai definir quais criterios diagnosticos meu paciente vai ter e a partir do numero de criterios eu vou definir se ele tem ou não a doença. Então PM definitivo seriam os 4 primeiros, DM definitivo ele tem que ter lesão de pele ou pelo menos 3 desses 4. Fraqueza de musculatura proximal, Elevação de enzimas musculares, Padrão miopático na ENMG, Biopsia muscular evidenciando inflamação e Alterações cutaneas tipicas quando tenho uma DM. Qual o problema dos criterios? O problema é que não leva em consideração manifestações extramuscular nem os autoanticorpos. -DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Drogas miotoxicas, estatina, fibrato, drogas ilicitas. Neuropatias como ELA, Guillain Barre, Miastenia gravis, Eaton-Lambert (o paciente amanhece sem força a medida que vai passando o tempo ele vai ficando mais forte). Infecções, arboviroses, Epstain-barr, HTLV (??). Distrofia Miotonica, Miopatia congenica por isso a importancia da imunohistoquimica. Hipotireodismo, miopatia metabolicas por exemplo, sindrome uremica pode dar fraqueza. Paraneoplasias, Distrofia muscular ou a propria miosite ossificante no contexto daquelas crianças que tem calcinose. -OBJETIVOS: Eu quero remissão clinica e manter capacidade funcional do meu paciente. Como tudo na medicina eu preciso de uma abordagem multidisciplinar com pneumo, fisio, reumato, juntos, uma equipe, e as vezes psicologo. Repouso relativo é importante na crise, na fase aguda, fisioterapia motora, exercicios fisicos, geralmente começa com exercicios passivos depois ativos, contra peso e resistencias e manejo das comorbidades. -FARMACOLOGICO: Então vimos que corticoterapia 1 a 2 mg, mas naqueles pacientes que tem manifestação extramuscular, manifestações mais graves eu vou lançar mão da pulsoterapia que é com a metilprednisolona durante 3 dias. Antes de imunossuprimir, fazer profilaxia pra strongiloidiase, tenho que fazer albendazol. MTX posso fazer, Azatioprina, Ciclosporina. Na pratica, MTX gosta mais de controlar musculo, azatioprina gosta mais de pele, ciclosporina a gente faz quando a paciente não responde a nenhum dos dois, mas ela tem um potencial maior de nefrotoxicidade. Antimaláricos, então hidroxicloroquina pode ser usada nos pacientes com manifestaçõs cutaneas e articulares, é um antimalarico de boa ação. Ciclofosfamida nos casos refratarios e graves por exemplo aquele paciente que tem um dano pulmonar a gente acaba usando ela. E Ig endovenosa, nos casos graves. O que ela faz? Se eu tenho autoanticorpo atacando meu organismo, a Ig vai se ligar a esse autoanticorpo deixando aquele musculo um pouquinho livre, vai se ligar evitando a ação deles. É uma medicação de inicio super rapido, seguro na gestação, e não vai ter um risco maior pra infecção porque não vou imunossuprimir. Aquele paciente que ta com infecção eu dou a Ig pra dar tempo dele melhorar da infecção pra poder utilizar a outra medicação. Os anti-TNF, lembrando que é off label, não existem estudos demonstrando realmente uma efetividade. E o Rituximabe, que é um anticorpo Anti-CD20, que foi inicialmente descrito pra pacientes em coma, pode ser utilizado pra pacientes com DM. Ele acaba ajudando muito quando eu tenho muito autoanticorpo, por isso a DM é um dos casos mais utilizados. Um paciente que é refratario, fez hepatite medicamentosa pelo MTX mas ta super bem com o Rituximabe. Fluxograma: DM e PM começo com corticoide oral, paciente não é grave, paciente respondeu deixa assim, se não respondeu ou teve reicidiva, começa o MTX ou Azatioprina. Paciente não respondeu, reconsidera tratamento ou associa ciclosporina ou faz Ig humana, paciente teve boa resposta? Começa a reduzir o glicocorticoide e mantem o imunossupressor. -FATORES DE MAU PROGNÓSTICO: Todo paciente que tem idade avançada ou diagnostico, atraso no inicio do tto, refratariedade a terapia inicial, envolvimento extramuscular, miosite relacionada a malignidade e a positividade do Anti-SRP, ele está geralmente associado a miosite necrotizante imunomediada. -MIOPATIA X NEOPLASIA Quando é que eu penso que o paciente tem risco de cancer e quanto ele não tem? O que protege e o que funciona como fator de risco? Se eu tenho doença intersticial do pulmão, sindrome antisintetase ou anticorpo Mi2 ou se eu tenho baixos niveis de linfocito, são fatores protetores ao desenvolvimento de neoplasias. Que fatores estao associados a maior gravidade? Pacientes mais velhos, homens, disfagia, manifestações cutaneas como necrose, eritema periungueal, sinal do Xale, em V, baixos niveis de complemento c4 e a positividade do Anti-p155 e p140. FIM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! DESGRAÇAAA
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