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Dimensionamento das paredes Me. Eng. Jackson Deliz Ditz jackson.ditz@imed.edu.br IMED – Faculdade Meridional Escola de Engenharia Civil Alvenaria estrutural Normas • Normas para dimensionamento de paredes em alvenaria estrutural: – BS 5628-1: Code of practice for use of masonry – Part 1: Structural use of enreiforced masonry. London: BSI, 1995 – EUROPEAN STANDARD. Eurocode 6: Design os Masonry Structures – Parte-1-1: Commom rules for reinforced and unreinforced masonry structures. Brussels: European Comission, 2002. – ABNT NBR 15812-1: Alvenaria estrutural – blocos cerâmicos. Parte 1: projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2010. – ABNT NBR 15961-1: Alvenaria estrutural – blocos de concreto. Parte 1: projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2011 Ações e resistência de acordo com NBR 15812-1:2010 e NBR 15961-1:2011 Ações e resistência de acordo com NBR 15812-1:2010 e NBR 15961-1:2011 • O peso específico da alvenaria pode ser tomado como 12 kN/m³ (cerâmica) e 14 kN/m³ (concreto). O coeficiente γg é o coeficiente de ponderação das ações permanentes O coeficiente γq é o coeficiente de ponderação das ações variáveis O coeficiente ψ0 são os fatores de redução das ações variáveis. Ações e resistência de acordo com NBR 15812-1:2010 e NBR 15961-1:2011 Ações e resistência de acordo com NBR 15812-1:2010 e NBR 15961-1:2011 • A resistência de cálculo das paredes à compressão é: – 𝑁𝑟𝑑 é a força normal resistente de cálculo da alvenaria; – 𝑓𝑑 é a resistência à compressão de cálculo (resistência à compressão característica (𝑓𝑘/𝛾𝑚 ) dividida pelo coeficiente de ponderação das resistências da tabela a seguir); – 𝐴 é a área da seção resistente; – 𝑅 é o coeficiente redutor da resistência em razão da esbeltez da parede. 𝑁𝑟𝑑 = 𝑓𝑑 . 𝐴. 𝑅 Ações e resistência de acordo com NBR 15812-1:2010 e NBR 15961-1:2011 • O índice 𝑅 é calculado como: – O índice de esbeltez ( 𝜆 = ℎ𝑒𝑓/𝑡𝑒𝑓 ) deve ser menor ou igual a 24 para alvenaria não armada e menor ou igual a 30 para alvenaria armada. 𝑅 = 1 − 𝜆 40 3 Ações e resistência de acordo com NBR 15812-1:2010 e NBR 15961-1:2011 Exemplo 1 e 2 (dimensionamento à compressão) • Uma parede de alvenaria estrutural de blocos cerâmicos de 14 cm de largura deve ser projetada seguindo as características de carregamento fornecidas em projeto. Como o pé-direito da parede é igual a 2,60 m mais a altura do compensador do bloco J de 0,09 m, o pé-direito total é de 2,69 m e comprimento de 2,50 m. Vão da laje de 4 m e assumindo os seguintes fatores de segurança: 𝛾𝑚 = 2, 𝛾𝑔 = 1,4 e 𝛾𝑞 = 1,4. Calcular a resistência característica da alvenaria necessária para térreo mais um tipo. Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 • Em edifício residencial de sete pavimentos está sendo projetado em alvenaria de blocos de concreto com 14 cm de espessura e pé-direito de 2,69m. A figura a seguir mostra as dimensões em planta da construção e o número de pavimentos. A altura total da edificação é de 19,74m, sendo o peso específico considerado para a alvenaria de bloco de concreto revestida igual a 19 kN/m³. Exemplo 3 Exemplo 3 Escolha da laje Foi escolhida a laje 432 (14 cm + 4 cm da capa de concreto) PP + telhado = Permanentes PP + piso = Permanentes Inércia das paredes estruturais • Determinar o momento de inércia para cada parede nas direções A e B. Pode montar-se uma tabela ou, caso as paredes sejam conectadas, pode-se calcular utilizando Steiner. (n. Inércia/Inércia total) / n Inércia das paredes estruturais Verificação da estabilidade global (parâmetro α) • α<α1: Sem consideração dos efeitos de segunda ordem. α1=0,5 (n≥4) • H = altura total da edificação: 19,74 m • N = pesos total do edifício: Pode-se considerar 10 kN/m² (10 kN/m² x 283,32 m² x 7 pav. = 19832 kN = 1983240 kgf • E = módulo de elasticidade da alvenaria. É igual a 800xfpk (fc do prisma), limitado a 16 Gpa. Considerando fpk = 5 MPa, E = 4 GPa = 4e8 kgf/m². • I = Somatório dos momentos de inércias das paredes na direção analisada. IA = 12,69 m4; IB = 13,65 m4. Verificação da estabilidade global (parâmetro α) • Cálculo para direção A • Cálculo para direção B: 𝛼 = 19,74 ∗ 1983240 4𝑒8 ∗ 12,69 = 0,39 < 0,6 𝛼 = 19,74 ∗ 1983240 4𝑒8 ∗ 13,65 = 0,37 < 0,6 Assim, não há necessidade de considerar efeitos de segunda ordem. Efeito do desaprumo • Atualmente, é obrigatório a consideração de uma força que surge devido ao desaprumo das paredes. Essa força é o produto entre o peso total do pavimento e o ângulo de desaprumo em radianos. • O ângulo de desaprumo é: 𝜃𝑎 = 1 40𝐻 = 1 40∗19,74 = 0,00127 𝑟𝑎𝑑 • Peso do pavimento: 10 kN/m² * 18,67 m * 15,175 m = 283300 kgf. • Então, força horizontal de desaprumo = 0,00127 x 283300 kgf = 360 kgf Efeito do vento • Força horizontal devido ao vento: 𝑞 = 0,613 ∗ 𝑉𝑘 2 𝐹 = 𝐶𝑎 ∗ 𝑞 ∗ 𝐴𝑒 Efeito do vento V0 adotado igual a 44 m/s Efeito do vento • Fator S1 depende do terreno. – Se terreno plano, S1 = 1 (adotado neste exemplo). • Fator S2 considera o efeito combinado da rugosidade do terreno e da variação da velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da edificação considerada. As classes de rugosidade de terrenos são divididas em cinco categorias. Efeito do vento Efeito do vento • Neste exemplo, tratamos de edificação classe A e categoria IV. A altura do pavimento será 2,69 m mais espessura da laje de 0,14 m. O térreo foi considerado com altura de 2,76 m. Efeito do vento Efeito do vento • O fator S2 em função da altura é: Efeito do vento • O fator S3 considera o grau de segurança requerido e a vida útil da edificação. Neste exemplo, considera-se S3 como grupo 2, portanto S3 = 1,0. Efeito do vento Efeito do vento • O coeficiente de arrasto é tirado do gráfico a seguir e relaciona as dimensões da edificação. Efeito do vento • Neste nosso exemplo, os coeficientes de arrasto foram: – Vento na direção A: CA = 1,18 – Vento na direção B: CB = 1,08 Forças atuantes na edificação • Efeito do vento e do desaprumo na edificação na direção A Forças atuantes na edificação Efeito do vento e do desaprumo na edificação na direção A Forças atuantes na edificação • Efeito do vento e do desaprumo na edificação na direção B Forças atuantes na edificação • Efeito do vento e do desaprumo na edificação na direção B Análise da parede 1: levantamento das cargas verticais • O vão da laje entre as paredes 1 e 3 é de 3,45 m mais a espessura da parede de 0,14 m é igual a 3,59 m. As reações da laje nas paredes 1 e 3: – Cobertura: Gk = 2,4 kN/m² e Qk = 1,5 kN/m² – Tipo: Gk = 2,9 kN/m² e Qk = 2 kN/m²; – Peso da parede: 3,04 kN/m² x 2,69 m (altura da parede) = 8,18 kN/m Análise da parede 1: levantamento das cargas verticais • Esses valores, em kN/m, são: • Carga da cobertura: – Gk = 2,4 kN/m² x 3,59m/2 = 4,31 kN/m – Qk = 1,5 kN/m² x 3,59m/2 = 2,69 Kn/m • Carga do tipo: – Gk = 2,9x3,59/2 = 5,2 kN/m – Qk = 2x3,59/2 = 3,59 kN/m • Peso da parede W1 = 8,18 kN/m Análise da parede 1: levantamento das cargas verticais Distribuição das cargas verticais permanentes e acidentais (kN/m) acumuladas. Análise da parede 1: dados da parede PI é a proporção de inércia Análise da parede 1: tensões atuantes Tensões atuando ao longo da parede 1 Análise da parede 1: tensões atuantes • Pelos resultados, observa-se que pela segunda combinação existe o desenvolvimento de tensões de tração na alvenaria na ordem de 0,51 MPa. • A tabela a seguir mostra a resistência à tração limite da alvenaria. • Admitindo uma argamassa de 7 MPa, a máximatração admitida para alvenaria é igual a 0,15 MPa. Análise da parede 1: armadura de tração • Então, utiliza-se grauteamento. – A tensão de tração se dá ao longo de 122 cm. – A força de tração na parede é: 0,051 kN/cm² x (122 cm/2) x 14 cm = 43,5 kN • A norma estabelece que deve ser empregada a metade da resistência de escoamento de cálculo da armadura. • 𝑓𝑠 = 0,5 ∗ 𝑓𝑦𝑑 = 0,5 ∗ 𝑓𝑦𝑘 𝛾𝑚 , 𝑐𝑜𝑚 𝛾𝑚 = 1,15 Análise da parede 1: armadura de tração • 0,5 ∗ 𝑓𝑦𝑘 1,15 = 43,5𝑘𝑁 𝐴𝑎ç𝑜 → 0,5 ∗ 50𝑘𝑁 𝑐𝑚2 1,15 = 43,5𝑘𝑁 𝐴𝑎ç𝑜 → 𝐴ç𝑜 = 2 𝑐𝑚2 = 3𝜙10 Análise de parede 1: dimensionamento à flexocompressão • Dimensionamento à compressão • 𝑁𝑟𝑑 = 𝛾. 𝐿. 𝐺 + 𝑄 = 5,76 ∗ 1,35 ∗ 92,77 + 1,5 ∗ Análise de parede 1: dimensionamento à flexocompressão • Dimensionamento à flexão: • 𝑊 = 𝑀∗𝑃𝐼∗𝑦 𝐼 = 3475𝑘𝑁𝑚 ∗ 0,17573 ∗ 4,54𝑚 2,2295 = 1,24 𝑀𝑃𝑎 • Combinação das tensões: – A tensão na parede é: – 𝐺𝑘 = 92,77𝑘𝑁/𝑚 0,14𝑚 = 0,66 𝑀𝑃𝑎 𝑒 𝑄𝑘 = 24,23 0,14 = 0,17 𝑀𝑃𝑎 • 𝛾𝑞∗𝜓0∗𝑄𝑘+𝛾𝑔∗𝐺𝑘 𝑅 + 𝛾𝑞∗𝑊 1,5 𝑒 𝛾𝑞∗𝑄𝑘+𝛾𝑔∗𝐺𝑘 𝑅 + 𝛾𝑞∗𝜓0∗𝑊 1,5 • 2 ∗ 1,4∗0,5∗0,17+1,4∗0,66 0,889 + 1,4∗1,24 1,5 𝑒 2 ∗ 1,4∗0,17+1,4∗0,66 0,889 + Portanto, a parede deve ter resistência à compressão de 4,66 MPa Análise da parede 1: dimensionamento ao cisalhamento • Força de vento + força de desaprumo = 322,10 kN + (3,6 kN)*8pav = 350,82 kN • Força de vento na parede = PI*350,82 = 0,17572*350,82 = 61,65 kN • 𝜏𝑝𝑟𝑜𝑗 = 61,65𝑒3 140𝑚𝑚∗5,76𝑒3 = 0,076 𝑀𝑃𝑎 • Para a argamassa de resistência 7 MPa, a resistência da parede ao cisalhamento é: • 𝑓𝑣 = 0,35+0,5∗ 0,9∗𝐺𝑘 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 2 ≤ 1,7 𝑀𝑃𝑎 = 0,35+ 0,5 0,9∗92,77 0,14 1000 2 = 0,32 MPa Como 0,32 MPa > 0,076 MPa, parede resiste ao cisalhamento
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