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Tipicidade_-_Dolo_e_Culpa

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TEORIA GERAL DO CRIME
Conceito de crime – o único conceito que nossa legislação traz é aquele do artigo 1º da lei de introdução do Código Penal. 
 		Tentando chegar ao conceito de crime a doutrina destacou três conceitos para explicar:
Conceito Formal, Conceito Material e Conceito Analítico.
Conceito Formal – Esse conceito trata o crime como toda conduta que atente contra a lei penal. Considera infração penal tudo aquilo que o legislador descrever como tal. Conforme Carmignami: “Crime é o fato humano contrário a lei”.
Conceito Material – Esse conceito define crime como todo fato humano que, propositada ou descuidadamente, lesa ou expõe a perigo bens jurídicos considerados fundamentais para a coletividade e paz social. Noronha diz : “crime é a conduta humana que lesa ou expõe a perigo um bem jurídico protegido pela lei penal.
Conceito Analítico – é aquele que busca os elementos estruturais do crime. 
Devemos destacar duas teorias:
 			A teoria Naturalista ou causal, conhecida como Teoria Clássica, concebida por Franz Von Liszt, dominou o século XIX, fortemente influenciada pelo positivismo jurídico. Para ela, o fato típico resultava de mera comparação entre a conduta objetivamente realizada e a descrição legal do crime, sem analisar qualquer aspecto de ordem interna, subjetiva. Sustentava que o dolo e culpa sediavam-se na culpabilidade e não pertenciam ao tipo. Todo penalista clássico precisou forçosamente adotar a teoria tripartida, uma vez que, sendo o dolo e a culpa imprescindíveis para sua existência e estando estes na culpabilidade, por certo teria que fazer parte do conceito. Para estes, crime é fato típico, ilícito e culpável.
 			A teoria finalista, concebida por Welzel, descobriu-se que o dolo e a culpa integravam o fato típico e não a culpabilidade. 
 			A maioria dos autores entende que para falarmos em crime é preciso termos uma conduta típica, ilícita e culpável. 
FATO TÍPICO
 		Segundo a visão finalista o fato típico é composto dos seguintes elementos:
- Conduta dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva;
- Resultado;
- Nexo de Causalidade entre a conduta e o resultado;
- Tipicidade (formal e Conglobante)
ILICITUDE
		Sinônimo de antijuridicidade. É a relação de contrariedade que se estabelece entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico.
CULPABILIDADE
 		É o juízo de reprovação pessoal que se faz sobre a conduta típica do agente. Tem como elementos:
 
- Imputabilidade
- Potencial Consciência sobre a Ilicitude do fato
- Exigibilidade de conduta diversa
		Existe uma parte da doutrina (Damásio, Dotti, Mirabete, Delmanto), que entende que o crime é Fato Típico e Anti-Jurídico, sendo a Culpabilidade pressuposto para a aplicação da pena. Essa teoria bipartida é minoritária, sendo a tripartida majoritária. 
		
FATO TIPICO
		CONDUTA
		A conduta é o primeiro elemento do fato típico. É sinônimo de ação e de comportamento. Conduta quer dizer ainda, ação ou comportamento humano. Embora seja o delito resultado de uma ação humana, nossa CF trouxe a previsão da possibilidade de punir penalmente a pessoa jurídica por ter ela própria praticado uma atividade lesiva ao meio ambiente, em seu art. 225, § 3°. Depois a lei 9605/98, editada quase 10 anos depois, dispôs dobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.Art. 3°.
		Na teoria clássica, a ação era um movimento humano voluntário produtor de uma modificação no mundo exterior. Muito criticada porque não alcançava a omissão.
		Com o finalismo de Welzel, a ação passa a ser concebida como o exercício de uma atividade final. A ação é, portanto, um comportamento humano voluntário, dirigido a uma finalidade qualquer. O homem quando atua, seja fazendo ou deixando de fazer alguma coisa a que estava obrigado, dirige a conduta sempre a determinada finalidade. 
		CONDUTA DOLOSA E CULPOSA
		A conduta é dolosa quando o agente atua com dolo, quando quer diretamente o resultado ou assume o risco de produzi-lo e é culposa quando o agente da causa ao resultado sem querer o mesmo, mas age com uma das modalidades de culpa, negligência, imprudência e imperícia.
 		A regra geral é que todo crime seja doloso, e, somente será punível a conduta culposa quando houver previsão legal expressa nesse sentido, conforme § único do art. 18. “salvo nos casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando pratica dolosamente”.
Assim, por exemplo, se alguém destrói dentro de uma loja, de forma imprudente, um balcão cheio de cristais, embora tenha a obrigação de reparar os prejuízos causados, não estará sujeito a sanção alguma em Direito Penal, pois o CP só faz previsão, no artigo 163, da conduta dolosa dirigida a destruição, deterioração ou inutilização de coisa alheia.
		CONDUTA COMISSIVA E OMISSIVA
		O agente pode ainda praticar a infração penal fazendo ou deixando de fazer alguma coisa que estava obrigado. Classificam-se em comissivas e omissivas. 
 		Nos crimes comissivos o agente direciona sua conduta a uma finalidade típica. Diz-se que aqui a forma de conduta é uma ação, um comportamento positivo, movimentação corpórea.
 		Nos crimes omissivos diz-se que temos um comportamento negativo, abstenção de movimento, um não fazer. Nesses há a abstenção de uma atividade que era imposta pela lei, como no crime de omissão de socorro, previsto no artigo 135 do CP. É um não atendimento da ação esperada, que devia e podia ser praticada. 
 		Assim, enquanto nas condutas comissivas desatendem a preceitos proibitivos (a norma mandava não fazer e o agente fez), as condutas omissivas desatendem mandamentos imperativos (a norma mandava agir e o agente se omitiu).
Ausência da Conduta
		A simples vontade de delinqüir não é punível, se não for seguida de um comportamento externo. Nem mesmo o fato de outras pessoas tomarem conhecimento da vontade criminosa será suficiente para torná-la punível. É necessário que o agente inicie a execução da ação que pretenda realizar.
 		A ação regida pela vontade é sempre uma ação dirigida a consecução de um fim. Se não houver vontade dirigida a uma finalidade qualquer, não se pode falar em conduta. Se o agente não atua dolosa ou culposamente, não há ação. Ocorre quando o sujeito se vir impedido de atuar. São os casos de:
1) Força irresistível ou coação física irresistível – o agente que atua por força irresistível não age voluntariamente. A força física absoluta pode ser proveniente da natureza ou da ação de um terceiro. Há força física proveniente da natureza quando um sujeito é arrastado pelo vento e atirado contra outro causando lesão. Não se pode imputar-lhe o resultado a título de dolo ou culpa. No caso de ação de um terceiro, exercida pelo homem, essa coação exclui a própria ação. Quando o agente é jogado para cima de outras pessoas, vindo com isso, danificá-los ou lesioná-los.
2) Movimentos reflexos – movimentos reflexos, que são as reações motoras produzidas pela excitação dos órgãos do corpo humano. Ex: espirro, tosse. Assim o corpo humano reage a determinados impulsos e, em virtude disso, causar lesões ou danos. Outro exemplo é aquele que coloca um fio do seu aparelho de som na tomada e recebe uma pequena descarga elétrica, e, num efeito reflexo bate em outra pessoa causando-lhe lesões. Não responderá por nenhum crime, pois em não havendo conduta, não há fato típico e assim o fato é atípico. Claro que se alguém vai mexer em um chuveiro elétrico com um fio desencapado e recebe um choque e causa lesão a outrem, poderá responder a título de culpa. 
3) Estado de inconsciência – estado total de inconsciência, tem o condão de eliminar a conduta do agente. Exemplos. Sonambulismo, ataques epiléticos, hipnose.
OMISSÃO E SUAS FORMAS
 	Os crimes omissivos configuram-se quando o agente não faz o que pode e deve fazer. Portanto, consiste sempre na omissão de uma determinada ação que osujeito tinha a obrigação de realizar e podia fazê-lo. São divididos em omissivos próprios ou impróprios. 
Omissivos próprios são aqueles crimes de mera conduta, como a omissão de socorro. São obrigatoriamente previstos em tipos penais específicos, respeitando o princípio da reserva legal. Ex: 135, 244, 269. 236, 257- ocultar
No crime de omissão de socorro, basta a abstenção, é suficiente a desobediência ao dever de agir para que o delito se consume. O resultado que eventualmente surgir dessa omissão será irrelevante para a consumação do crime. Pode acontecer que a pessoa que está em perigo, a qual foi omitido o socorro, venha a sofrer uma lesão grave ou até morrer. Nesse caso o agente é responsabilizado por crime omissivo próprio, isto é, pela simples omissão, pela mera inatividade. O eventual resultado morte ou lesão grave podem apenas ser majorantes da pena.
Omissivos Impróprios – crimes omissivos impróprios, omissivos impuros, espúrios, promíscuos ou comissivos por omissão. São crimes de resultado. Não tem uma tipologia própria, inserindo-se na tipificação comum dos crimes de resultado, como homicídio, lesão corporal. 
		Nesses, o dever de agir é para evitar um resultado concreto. Na verdade há um crime de resultado, um crime material.
São elementos do crime omissivo impróprio:
a abstenção da atividade que a norma impõe;
a superveniência do resultado típico em decorrência da omissão;
a ocorrência da situação geradora do dever jurídico de agir;
Nos crimes comissivos por omissão surge uma norma, dirigida a um grupo restrito de sujeitos. Estes sujeitos relacionados dessa maneira especial são os chamados garantidores. São aqueles que devem prevenir, ajudar, instruir, defender o bem tutelado ameaçado. 
Pressupostos:
Poder Agir – sujeito tenha possibilidade física de agir. Insuficiente só o dever de agir, tem que ter essa possibilidade. 
Evitabilidade do resultado – Se a realização da conduta devida não tivesse impedido a ocorrência do resultado, deve-se entender que a omissão não deu causa a tal resultado. 
Dever de impedir o resultado – Mas se o agente podia agir e se o resultado desapareceria com a conduta omitida, ainda assim não se pode imputar o resultado a ele. É necessária mais uma condição. É preciso que ele tenha o dever legal de agir. É preciso que seja garantidor.
Fontes de Garantidor
Ter por lei obrigação de cuidado e vigilância. Dever de assistência dos pais com os filhos. Pessoas que exercem determinada atividade as quais tem implícita a obrigação de cuidado ou vigilância ao bem alheio como o policial, bombeiro, salva-vidas.
De outra forma assumir a responsabilidade de impedir o resultado. – vizinha assume responsabilidade, eu vou atravessar o lago e levo alguém.
Com o comportamento anterior, criar o risco da ocorrência do resultado - Sujeito coloca ao alcance de uma criança um vidro de remédio. A criança toma e passa mal. O sujeito percebe e não socorre. A conduta anterior pode ter sido culposa, e no exemplo foi, mas a omissão depois foi dolosa , homicídio doloso por omissão imprópria.
RESULTADO
Art. 13 – O resultado, de que depende a existência do crime...
 	O resultado pode ser conceituado como modificação no mundo exterior provocada pela conduta.
 	Há crimes que possuem resultado naturalístico, ou seja, causam uma modificação no mundo exterior. Outros não produzem tal resultado porque nada modificam externamente que seja perceptível por nossos sentidos. Mesmo que nem todo crime produza resultado naturalístico, todo, entretanto, produz um resultado jurídico, que pode ser considerado lesão ou perigo de lesão ao bem juridicamente tutelado pela lei penal. O citado artigo se refere tanto ao resultado naturalístico quanto ao resultado jurídico.
	Duas teorias: 
Naturalística – que diz que o resultado é a modificação provocada no mundo exterior.(morte no homicídio) De acordo com esta os crimes são classificados em materiais, formais e de mera conduta. 
Crime Material – é aquele que cuja consumação só ocorre com a ocorrência do resultado naturalístico.
Crime Formal – é aquele em que o resultado naturalístico é possível, mas irrelevante porque a consumação ocorre mesmo sem a produção deste. Extorsão Mediante Seqüestro.
	J
Crime de mera conduta – não admite o resultado naturalístico. Não produz nenhuma alteração no mundo concreto, como a desobediência, violação de domicílio. 
Jurídica ou Normativa – o resultado é toda a lesão ou ameaça de lesão a um interesse penalmente relevante. Sempre existirá um resultado jurídico no crime porque sempre agride um bem jurídico tutelado.
NEXO CAUSAL
 		O nexo causal é o elo de ligação necessário que une a conduta praticada pelo agente ao resultado por ela produzido. Se não existir essa ligação, não se pode falar em relação de causalidade e o resultado não poderá ser atribuído ao agente por não ser ele seu causador. Motorista prudente, 40 Km por hora na TS, e, uma criança escapa das mãos de sua mãe e precipita-se sob a roda do veículo. O motorista mesmo sem dolo ou culpa deu causa ao resultado.
 		Nexo Normativo – Para a existência do Fato típico é insuficiente à existência de apenas um elo físico entre a ação e o resultado. É imprescindível que o sujeito tenho concorrido com dolo ou culpa. No exemplo citado o fato é atípico. Só temos crime com dolo ou culpa no direito penal. Art. 18. Desconhecemos algum que seja cometido sem algum desses dois elementos. 
		Assim, para existência do fato típico são necessários nexo causal físico, concreto, e nexo normativo, que depende da verificação de dolo ou de culpa.
TEORIAS DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
Teoria da Equivalência dos Antecedentes causais ( conditio sine qua non)
 		Considera causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Toda e qualquer conduta que de algum modo tiver contribuído para a produção do resultado deve ser considerada como causa. Também chamada de teoria conditio sine qua non, segundo ela causa é toda a ação ou omissão anterior que contribui para produção de resultado. Teoria adotada pelo CP.
 		Uma pergunta surge, não poderia chegar, diante da teoria da equivalência dos antecedentes, a um regressus ad infinitum? A resposta é não. Além do nexo causal, também precisamos, para termos responsabilidade penal, o nexo normativo. Deve se levar em conta à causalidade subjetiva, sendo necessária a presença de culpa.
Para evitar o regresso surgiu a teoria da imputação objetiva:
Teoria da equivalência – causa – efeito ; para imputar o crime é imprescindível dolo e culpa.
Teoria da imputação objetiva – exige o nexo físico e o nexo normativo – a) criação ou incremento de um risco não tolerado pela sociedade b) realização do risco no resultado.
Somente depois, para imputar o crime, é necessário o dolo e a culpa. 
Morte por envenenamento. → existe um nexo físico. Posso afirmar que ele tinha dolo. Sim – então responde.
Imputação objetiva – servir comida com veneno – é criar um risco não tolerado pela sociedade? É realizar um risco permitido? Sim.
Agora analise a tia que fez o bolo:
Nexo físico – tem. Se não fizesse o bolo não tinha morte. Só não vai responder pelo crime porque não agiu com dolo ou culpa. Mas é causa.
Imputação objetiva – apesar de haver nexo físico, não criou um risco não tolerado pela sociedade. Por essa teoria, a tia sequer é causa. Não preciso analisar o dolo e a culpa.
Assim, insurgindo-se contra o regresso ao infinito gerado pela causalidade simples, a teoria da imputação objetiva enriquece a causalidade, acrescentando-lhe a um nexo normativo, composto de: criação de um risco não permitido, isto é, não tolerado pela sociedade e realização do risco no resultado, ou seja, resultado na linha de desdobramento causal normal da conduta.
Teoria da Causalidade adequada
 		Considera causa a condição necessária e adequada a determinar a produção do evento. Para esta teorianão basta ter contribuído de qualquer forma para o resultado danoso. É necessário que haja uma contribuição minimamente eficaz.
 		
CONCAUSAS – pluralidade de causas concorrendo para o mesmo evento. O estudo das concausas é relevante para sabermos o que irá acontecer com as causas paralelas.
		Causa é toda condição que atua paralelamente à conduta, interferindo no processo causal. Concausa são aquelas causas distintas da conduta principal, que atuam ao seu lado, contribuindo para a produção do resultado. Como o nosso código adota a teoria da equivalência dos antecedentes, não tem sentido estabelecer diferença entre causa e concausa, causa e condição. Qualquer conduta que, de algum modo, ainda que minimamente, tiver contribuído para a eclosão do resultado deve ser considerada sua causa.
ESPÉCIES DE CAUSA
Dependentes;
Independentes;
Causa Dependente é aquela que se origina com a conduta. Encontra-se na linha normal de desdobramento causal da conduta. Existe uma relação de interdependência entre os fenômenos. Possui dos fatores: 1) origina-se da conduta, sem a qual não existiria. 2) atua com absoluta dependência da causa anterior, da qual resulta como conseqüência natural e esperada.
Causa Independente é aquela que foge do desdobramento causal da conduta, produzindo, por si só, o resultado. Seu surgimento não é uma decorrência lógica, esperada, natural do fato anterior, mas, ao contrário um fenômeno totalmente inusitado, imprevisível. 
As causas independentes dividem-se ainda em:
Absolutamente Independentes – São aquelas que têm a origem totalmente diversa da conduta. Causa que teria acontecido, vindo a produzir o resultado, mesmo senão tivesse havido qualquer conduta por parte do agente.
Preexistentes – existem antes de a conduta ser praticada e atuam independentemente de seu cometimento, de maneira que com ou sem ação o 
resultado ocorreria do mesmo jeito. Quando a causa é absolutamente independente e em virtude dela ocorre o resultado, não devemos imputá-lo ao agente. Ex: João desfere um tiro em Pedro, acertando na região do Tórax. Embora atingido em uma região letal, Pedro morre não em razão do tiro,mas em razão de veneno que teria ingerido anteriormente. 
O fato de ter ingerido veneno é anterior, concomitante ou posterior? Anterior – preexistente.
Se João não tivesse dado o tiro, mesmo assim Pedro teria morrido. Sim a causa da morte foi o envenenamento. 
Concomitante – não tem qualquer relação com a conduta e produzem o resultado independentemente desta, no entanto, por coincidência, atuam exatamente no mesmo instante em que a ação é realizada. Ocorre numa relação de simultaneidade. A e B atiram em C. C morre. O tiro de A, feita a perícia, atingiu o coração e matou enquanto o tiro de B acertou também de forma grave. Exemplo do Capez - no exato momento em que o genro inoculando veneno na a
rtéria da sogra entram 2 assaltantes e matam instantaneamente a sogra com dois tiros.
Superveniente – Aquela ocorrida posteriormente a conduta do agente. Pedro e Paulo na loja. Pedro atira em Paulo. Região letal. Certamente o levará a morte. O prédio desaba. Paulo morre soterrado em razão do desabamento. Capez - após ter o genro envenenado a sogra, antes do veneno produzir efeitos, um maníaco invade a casa e mata a Sra. A facadas. Nenhuma relação com a conduta do rapaz. É independente por que por si só produziu o resultado. Absolutamente porque não tem nenhuma relação com o envenenamento. 
Nos três casos respondem por tentativa de homicídio. 
Relativamente Independentes – são causas independentes, que por si só causam o resultado não se situando dentro da linha de desdobramento causal da conduta. Relativamente porque encontram sua origem na conduta. Somente produz o resultado se for conjugada com a conduta do agente. 
Preexistentes – É aquela que já existe antes da realização da conduta. Exemplo clássico da vítima com hemofilia.
A hemofilia é um distúrbio na coagulação do sangue. Por exemplo: Quando cortamos alguma parte do nosso corpo e começa a sangrar, as proteínas (elementos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos do corpo) entram em ação para estancar o sangramento. Esse processo é chamado de coagulação. As pessoas portadoras de hemofilia, não possuem essas proteínas e por isso sangram mais do que o normal.
1) Querendo a morte e sabendo que João é hemofílico, desfere uma facada em seu braço. Mesmo não sendo em região letal, causa a morte. Se mesmo sabendo da condição de hemofílico só quisesse praticar lesões, responde por lesão corporal seguida de morte. 
MAS SE DESCONHECIA A HEMOFILIA, não poderá ser responsabilizado pelo resultado morte. Se der um soco no peito de João e por ser hemofílico desencadeia uma hemorragia interna, e morre. Responde só por lesão corporais. 
Concomitante – Que ocorre com simultaneidade. João atira em Pedro, que, assustado, sofre um ataque cardíaco e morre. O tiro provocou o susto e indiretamente a morte. A causa mortis do óbito foi a parada cardíaca e não a hemorragia interna causada pela bala. Causa que por si só produziu o resultado(independente), Se originou da conduta(relativamente) tendo atuado a mesmo tempo(concomitante).
Superveniente - Vitima de um tiro é levada para o hospital e morre por acidente de carro. Não responde pela morte e sim por tentativa. Somente quando os resultados se encontrarem na mesma linha de desdobramento físico, ou, anatomopatológico, é que poderão ser imputados aos agentes. Tem que entender a expressão por si só. Será que quem recebe disparo de armas de fogo morre preso entre as ferragens de veículos que colidiram. Não. Agora, suponhamos que pegue no hospital uma infecção nos ferimento e venha a morrer. Responderá pela sua conduta porque se encontra na mesma linha de desdobramento físico da conduta praticada.
		Tipo Penal
		Quando a lei descreve a conduta, comissiva ou omissiva, como fim de proteger determinado bem cuja tutela pelos outros ramos do direito mostrou-se insuficiente surge o TIPO PENAL.
 		Tipo, como a própria denominação diz, é o modelo, o padrão de conduta que o Estado, por meio de seu único instrumento, a lei, visa impedir que seja praticada. Por exemplo, o Estado, visando proteger o patrimônio, criou o tipo existente no art. 155 do CP. Com a redação deste artigo o Estado descreve, precisamente, o modelo de conduta que quer proibir, sob pena de quem lhe desobedecer ser punido de acordo com as sanções descritas em seu preceito secundário. 
ELEMENTARES
	
		São elementos essenciais da figura típica, sem os quais ocorre uma atipicidade Absoluta ou Relativa.
 		A atipicidade absoluta ocorre quando falta uma elementar indispensável ao tipo, tornando-se a conduta do agente um indiferente penal. Furto do próprio guarda chuva. 
Já a atipicidade relativa ocorre quando com a ausência de uma elementar ocorre a desclassificação do crime, ou seja, o caso resta enquadrado em outra figura típica. 
Exemplos: Peculato – furto – 312, §1º do CP desclassifica para furto não se valendo da facilidade que seu cargo lhe proporciona. Infanticídio - homicídio, caso a mãe não esteja no estado puerperal.
Elementos:
 		Objetivos – são aqueles que se referem ao aspecto material do fato. Ex. objeto do crime, lugar, tempo, meios empregados, o núcleo do tipo.
 		Normativos – são os que seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível uma valoração. Social, cultural, histórica. Ex: sem justa causa, estado puerperal, dignidade, decoro.
		Subjetivos – também chamados de internos, são os que pertencem ao campo psíquico. O dolo é por excelência o elemento subjetivo. Há autores que entendem ser também a culpa um elemento subjetivo. Argumentam dessa maneira “a culpa é o elemento subjetivo do tipo que consiste na representação do risco que ameaça o bem”.
 		Núcleo do tipo
 		É o verbo que descreve a conduta do tipo penal. Todos os crimes devem vir acompanhadosde seu núcleo. Há tipos penais que possuem um único núcleo (uninucleares), como no art. 121, 155. Há outros que possuem vários núcleos (plurinucleares), também conhecidos como crimes de ação múltipla ou conteúdo variado, como o do artigo 33 da lei 11343.
		
 		Sujeito ativo		
 		Por ser o crime uma ação humana, somente o ser humano pode ser autor de crime. A capacidade de ação, de culpabilidade, exige a presença de uma vontade, entendida como faculdade psíquica da pessoa individual, que somente o ser humano pode ter. 
		Sujeito ativo é quem pratica o fato descrito como crime na norma penal incriminadora. Para ser considerado sujeito ativo de um crime é preciso executar total ou parcialmente a figura descritiva de um crime. 
		Normalmente, a lei penal não se refere ao sujeito ativo do crime. Esses crimes são chamados crimes comuns, podem, assim, ser praticados por qualquer pessoa. Algumas vezes, no entanto, os crimes requerem determinada condição ou qualidade do sujeito ativo. Estes são chamados de crimes especiais ou próprios.
		Sujeito passivo
		Sujeito passivo é o titular do bem jurídico atingido pela conduta criminosa. Pode ser o ser humano, nos crimes contra a pessoa. Pode ser o Estado, nos crimes contra a administração pública. Pode ser a coletividade, nos crimes contra a saúde pública e inclusive a pessoa jurídica, nos casos de crime contra o patrimônio.
 		A análise pormenorizada do sujeito passivo de cada crime é estudada na parte especial do CP.
		Pessoa Jurídica como sujeito ativo do crime
 		Doutrina divide-se e cria teorias trazendo a possibilidade ou não de ser a pessoa jurídica sujeito ativo do crime. Mirabete diz que não e Capez diz que sim. De acordo com a Constituição Federal, em seus artigos 173 § 5º e 225 § 3º. Penas que podem ser aplicadas. Art. 5º , incisos XLVI. A lei 9605/98 trata dos crimes de atividades lesivas ao meio ambiente. Art. 1, 2, 3, 4, 8, 10,12.
 		O artigo 3º da lei dispôs expressamente que as pessoas jurídicas serão responsabilizadas penalmente nos casos..., não deixando qualquer dúvida sobre a responsabilização criminal da pessoa jurídica. Ler decisão do livro do Capez, página 154.
 		
		Objeto Jurídico e Objeto Material do Crime
		Objeto jurídico do crime é o bem jurídico protegido, o interesse protegido pela norma. É a vida no homicídio, o patrimônio no furto. A honra na injúria. Os costumes e a liberdade sexual no estupro. 
		O objeto material do crime é a pessoa ou a coisa sobre as quais recai a conduta. É o objeto da ação. No homicídio é a pessoa sobre a qual recai a ação ou omissão e não a vida. No furto é a coisa alheia móvel sobre a qual incide a subtração. Ainda. Há crimes em que se confundem na mesma pessoa o sujeito passivo e o objeto do crime. 129 – a pessoa que sofre a ofensa a integridade corporal.
 		Tipicidade		
 		Já sabemos que o fato típico é composto de conduta, omisiva ou comissiva, dolosa ou culposa. Pelo resultado. Bem como pelo nexo de causalidade entre aquele e este. Para que tenhamos então a ADEQUAÇÃO TÍPICA é preciso que a conduta se amolde perfeitamente a um tipo legal de crime. Existem 2 adequações típicas: 
Adequação típica de subordinação imediata ou direta – Quando houver a perfeita adequação entre a conduta do agente e o tipo. No homicídio, ocorrerá quando houver a morte da vitima. 
Adequação típica de subordinação mediata ou indireta – quando temos que nos socorrer das chamadas “normas de extensão”. São normas que têm por finalidade ampliar o tipo penal. Por exemplo. Quando o sujeito, embora atue com vontade de praticar a conduta proibida por determinado tipo incriminador,seu comportamento não consegue se adequar diretamente a figura típica. Por exemplo, João descarrega o revolver mas não acerta em Pedro. Não tendo ele conseguido sucesso na sua ação, por motivos alheios, não se enquadrará sua atitude na figura típica homicídio. Mas, se nos socorremos a norma contida no artigo 14, II, do CP, poderemos aplicar a figura típica tentativa de homicídio a João. 
		Princípio da Insignificância
 		Princípio da intervenção mínima diz que o direito penal só deve tutelar os bens de maior importância. Esse princípio traz os chamados “crimes de bagatela” entendidos como aqueles que não devem receber a atenção do Direito Penal, por serem insignificantes. 
 		Para que exista a Tipicidade, dizemos que é necessária a reunião da tipicidade formal e da tipicidade conglobante. 
 		A tipicidade formal é a adequação perfeita da conduta do agente ao modelo básico abstrato (tipo). 
 		A tipicidade Conglobante – é necessária a análise de dois aspectos para que exista tal tipicidade. Primeiro que a conduta seja antinormativa. Depois se o fato é materialmente típico. O principio da insignificância encontra-se nessa segunda parte da análise, chamada tipicidade material. Além da necessidade de existir um modelo abstrato que preveja com perfeição a conduta praticada pelo agente, é preciso que, para que ocorra essa adequação, para que a conduta do agente se amolde com perfeição ao tipo penal, seja levada em consideração a relevância do bem que está sendo objeto de proteção. Quando o direito penal quis tutelar determinados bens relevantes, como a integridade corporal e o patrimônio, não quis abarcar toda e qualquer lesão sofrida, sem importar o seu valor. Exemplo do Greco.
		Alguns dizem que é muito subjetivo para que se conclua se o bem atacado é insignificante ou não. Temos que tratar com a razoabilidade.
	REJEIÇÃO
		Existe uma corrente radical da doutrina que entende que qualquer bem que tenha previsão legal merece a proteção do direito penal. Poderíamos assim chegar a conclusões absurdas. Caso do pirulito.
		Importante ressaltar que a insignificância nos delitos patrimoniais não leva em consideração a capacidade econômica do ofendido, mas o valor do bem em si mesmo. Furto de um automóvel, por exemplo, nunca será insignificante.
TIPO BÁSICO E TIPOS DERIVADOS
 		
 		Tipo básico é a forma mais simples da conduta proibida ou imposta pela lei penal. É a partir desta forma mais simples que surgem os tipos derivados, que, em virtude de determinadas circunstâncias podem diminuir ou aumentar a reprimenda prevista no tipo básico.
		Assim, no caput do artigo 121 temos o tipo básico, o mais simples. No §1º, encontramos o homicídio privilegiado, no qual, ocorrendo determinadas circunstâncias, faz com que a pena seja menor. No § 2º, devido a algumas situações previstas, aumentou a pena cominada. 
TIPO DOLOSO
 		Definição está contida no artigo 18 do Código Penal Brasileiro.
		Art.18 – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
 		O dolo compõe o tipo subjetivo. Pela sua definição constata-se que é formado por dois elementos. O conhecimento e a vontade. O conhecimento é saber das circunstâncias de fato necessárias para composição da figura típica. A vontade é o querer. Assim, podemos dizer que o dolo é a vontade de realizar o tipo penal, orientada pelo conhecimento de suas elementares no caso concreto. 
Teorias sobre o dolo:
Teoria da vontade: Diz que o dolo é a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. 
Teoria da representação: Para esta, dolo é à vontade de realizar a conduta, prevendo a possibilidade de o resultado ocorrer, sem, contudo, desejá-lo. É chamada de representação porque basta ao agente representar (prever) a possibilidade do resultado para a conduta ser qualificada como dolosa. 
Teoria do assentimento: Para essa teoria, também é dolo a vontade que, embora não dirigida diretamente ao resultado previsto como provável ou possível, consente na sua ocorrência ou, o que da no mesmo, assume o risco de produzi-lo. A representação é necessária, mas não suficiente à existência do dolo, e, consentir na ocorrência do resultado é uma forma de querê-lo.
 			O nosso Código Penal adotou 2 teorias quanto ao tipo doloso. A teoria da vontade, que nos traz o dolo direto e a teoria do assentimento,que nos traz o dolo eventual.
DOLO DIRETO E INDIRETO
 			O dolo direto é aquele em que o agente quer, efetivamente, cometer a conduta descrita no tipo penal, conforme preceitua a primeira parte do inciso. É conhecido como dolo por Excelência, pois, quando falamos em dolo, é o primeiro que vem a tona. O dolo direto ainda divide-se em dolo de primeiro grau e de segundo grau. O de primeiro grau não produz qualquer efeito colateral ou concomitante. O de segundo grau aquele que gera efeitos colaterais. Exemplo de uma morte direta e do avião com explosivo.
			
Dolo de primeiro grau – consiste na vontade do agente, direcionado a um determinado resultado. Não ocorrem efeitos colaterais. 
Dolo de segundo grau – ocorre quando a vontade é dirigida a determinado resultado, efetivamente desejado, e que a utilização dos meios para alcançá-lo
 			O dolo indireto é aquele que o agente não quer diretamente o resultado, mas aceita 
a possibilidade de produzi-lo (dolo eventual) ou não se importa se produziu este ou aquele resultado. 
 			No caso de dolo alternativo o agente realiza a conduta querendo um ou outro resultado. No caso de alguém atirar em uma pessoa querendo feri-la ou matá-la. Percebe-se que é uma mistura de dolo direto e dolo eventual. Por exemplo, a mulher que vê o marido conversando com outra e atira uma granada. Quero matar ou ferir, mas se matar ou se ferir, não me importa. Tanto faz. 
			O dolo eventual é aquele que, embora não querendo diretamente praticar a infração penal, não se abstém de agir e, com isso assume o risco de produzi-lo e o aceita. Nelson Hungria lembra da formula de Frank para explicar o dolo eventual: Seja como for, no que der, em qualquer caso não deixo de agir. Tem autores que chegam a afirmar que como no dolo inexiste aquela “vontade” de causar o resultado, ficando tão somente a consciência, não passa de uma espécie de culpa com representação, punida mais severamente.
Dolo Normativo – o dolo abriga a consciência da ilicitude do fato.
Dolo natural – dolo livre da consciência da ilicitude.
Dolo de dano – ocorre quando o agente quer ou assume o risco de lesionar um bem jurídico protegido pelo direito penal.
Dolo de perigo – ocorre quando o agente quer ou assume o risco de expor a perigo de lesão o bem jurídico tutelado.
Dolo de primeiro grau – consiste na vontade do agente, direcionado a um determinado resultado. Não ocorrem efeitos colaterais. 
Dolo de segundo grau – ocorre quando a vontade é dirigida a determinado resultado, efetivamente desejado, e que a utilização dos meios para alcançá-lo
DOLO GERAL (ERRO SUCESSIVO)
 			Ocorre o dolo geral quando o autor acredita haver consumado o crime quando na realidade o resultado somente se produz por uma ação posterior, com a qual buscava encobrir o fato. Exemplo desse dolo geral é o infrator que desfere facadas em uma outra pessoa e, supondo a mesma estar morta, joga essa pessoa no rio, que acaba vindo a falecer por afogamento. Num primeiro momento poderíamos achar que o sujeito responderia por crime de tentativa de homicídio em um primeiro momento e depois praticara o homicídio culposo. Nesse caso diz-se que o sujeito agiu com dolo geral, que o acompanhou há todos os instantes até o resultado final. 
DOLO ESPECÍFICO
			Ocorre quando o agente tem a vontade de realizar a conduta visando a um fim especial previsto no tipo. São chamados tipos anormais, que contém elementos subjetivos (finalidade especial do agente). Este tipo é aquele que além da vontade de praticar a conduta, exige uma finalidade especial do agente. Por exemplo, o crime de extorsão mediante seqüestro, não basta a simples vontade de seqüestrar a vítima, sendo também necessária sua finalidade 
especial de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
Ausência do Dolo em razão do erro de tipo
 		Sendo o dolo à vontade de querer praticar a conduta descrita no tipo penal com a consciência efetiva daquilo que realiza. Erro de tipo é o fenômeno que determina a ausência de dolo quando, havendo uma tipicidade objetiva, falta ou é falso o conhecimento dos elementos requeridos pelo tipo penal objetivo. Caçador que atira em seu companheiro achando que é um animal de caça. Mesmo sendo inescusável, evitável, afasta o dolo, mas permite a punição a titulo de culpa. Art. 20 do CP. 
TIPO CULPOSO
Artigo 18, inciso II e parágrafo único.
 		Chamada de elemento normativo da conduta porque sua verificação exige um prévio juízo de valor, sem o qual não se sabe se ela está ou não presente. Nos delitos culposos os tipos são chamados tipos abertos, ou seja, a conduta culposa não é descrita. Impossível o legislador descrever todas as hipóteses de culpa. Em cada deverá se comparar a conduta do caso concreto com a que seria ideal naquelas circunstâncias. Ex: dirigirem excesso de velocidade, brincar com arma carregada, soltar um cão brabo no parque movimentado...
Elementos da conduta culposa:
a) conduta humana voluntária – enquanto no doloso a conduta era voltada para uma finalidade ilícita, no culposo a conduta do agente é lícita, mas o resultado lesivo (não desejado ou não assumido, mas previsível) acaba ocorrendo devido a inobservância de um dever de cuidado.(imprudência, imperícia e negligência).
b) resultado involuntário – o resultado que é a lesividade a um bem juridicamente protegido é condição da existência da culpa. Se não tiver o dever de cuidado mas não lesar direito de outrem, será fato atípico.
c) Nexo Cusal – entre a conduta e o resultado.
d) Tipicidade
e) Previsibilidade – é outro elemento indispensável ao crime culposo. Se o fato escapar totalmente da previsibilidade do agente, o resultado não lhe poderá ser atribuído, mas sim ao caso fortuito ou força maior. Ainda faz distinção a doutrina entre a previsibilidade objetiva e subjetiva. Previsibilidade objetiva é aquela em que o agente, no caso concreto, deve ser substituído pelo chamado “homem médio, de prudência normal”. Assim, se fazendo essa substituição hipotética, o resultado ainda assim persistir, é sinal de que o fato havia escapado ao âmbito da previsibilidade do agente , porque dele não se exigia nada além da capacidade normal dos homens.
f) Ausência de previsão – atenção na culpa consciente inexiste esse elemento.
g) quebra de um dever de cuidado.
QUEBRA DE UM DEVER DE CUIDADO – NEGLIGÊNCIA, IMPERÍCIA E IMPRUDÊNCIA.
Imprudência - é a conduta positiva praticada pelo agente que por não observar o dever de cuidado, causasse o resultado lesivo que lhe era previsível. Aníbal Bruno – “consiste a imprudência na prática de um ato perigoso sem os cuidados que o caso requer”. Ex. imprime velocidade excessiva em seu veículo, desrespeita um sinal vermelho.
Negligência – É um deixar de fazer aquilo que a diligência normal impunha. Ex. motorista que não conserta os freios do carro. Pai que deixa a arma de fogo ao alcance dos filhos menores.
Imperícia – Quando ocorre uma inaptidão, momentânea ou não, do agente para o exercício de arte, profissão ou ofício. Diz-se que a imperícia está ligada a atividade profissional do agente. Ex. cirurgião que durante o ato cirúrgico, pode praticar atos que naquela situação conduzam a imperícia. 
 ESPÉCIES DE CULPA
Culpa inconsciente – Conhecida como culpa comum, é a culpa sem previsão, em que o agente não prevê o que era previsível. Lembrem-se, a imprevisibilidade desloca o resultado para o caso fortuito.No caso da culpa inconsciente, apesar da presença da previsibilidade, não há previsão por descuido, desatenção ou simples desinteresse. Pai que deixa um perfurador perto dos filhos. Ausência absoluta de nexo causal entre o autor e o resultado de sua ação.
Culpa Consciente – Também conhecida como culpa com previsão. O agente prevê um resultado previsível, mas confia convictamente que não ocorra. O agente embora prevendo o resultado, não deixa de praticar a conduta acreditando, sinceramente, queeste resultado não venha a acontecer.
Exímio atleta lança o dardo na direção do alvo e acaba acertando um jornalista que estava perto. O agente prevê o resultado, embora não aceite. 
Diferença entre Dolo Eventual a Culpa Consciente
 		Apesar de serem institutos que causam divergência no entendimento se diferenciam da seguinte maneira. No dolo eventual o sujeito prevê o resultado, mas não se importa que ele ocorra. O agente embora não queira diretamente o resultado, assume o risco de vir a produzi-lo. Se este vier a acontecer, pouco importa. Na culpa consciente, embora prevendo o que possa a vir acontecer, o agente repudia essa possibilidade. O agente acredita sinceramente que pode evitar o resultado. O traço distintivo, portanto é só esse. No dolo eventual o agente diz “não importa” e na culpa consciente ele diz “é possível mas não vai acontecer de forma alguma”.
CULPA IMPRÓPRIA (chamada também de culpa por extensão, assimilação ou equiparação).
		É aquela em que o agente, por erro de tipo inescusável, supõe estar diante de uma causa de justificação que lhe permita praticar, licitamente, um fato típico. Há uma má apreciação da realidade fática, fazendo o autor supor que está acobertado por uma excludente de ilicitude. Todavia, como esse erro poderia ter sido evitado pelo emprego de diligência mediana, subsiste o comportamento culposo. 
 		Ocorre a culpa imprópria quando temos as hipóteses de descriminantes putativas. O agente, em virtude de erro evitável, da causa dolosamente ao resultado, mas responde como se tivesse praticado o crime culposo. E ocorre sua em breve
 		Art. - Descriminantes Putativas
		Luis Flávio Gomes entende que não existe culpa imprópria. Entende que é um crime doloso que por política criminal se aplica a pena de delito culposo.
 COMPENSAÇÃO E CONCORRÊNCIA DE CULPAS
		Não existe no direito penal a compensação de culpas. Se dois agentes agem culposamente e dão causa ao resultado, por exemplo, em um acidente de trânsito. Nesse caso cada um será réu e vítima do acidente em que se envolveram. Diferente do direito civil. Art. 368 as obrigações se extinguem até onde se compensarem.
		Já a concorrência de culpas sim, está poderá existir e o comportamento do agente poderá ser levado em consideração quando as análise das circunstâncias judiciais, previstas no Art. 59.
CRIME PRETERDOLOSO
 		Ocorre quando o agente quer praticar um crime, mas acaba excedendo-se e produzindo culposamente um resultado mais gravoso do que o desejado. É uma espécie de crime qualificado pelo resultado. É aquele em que há uma conjugação de dolo e culpa. Tem dolo no antecedente e culpa no conseqüente. Dolo na ação e culpa no resultado. Ex: 129 § 3º,

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