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Relatório de Estágio Educação Infantil

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Prática de Ensino e Estágio Supervisionado e Docência da Educação Infantil
ANA CRISTINA DA SILVA DE MORAIS LAPA
QUEIMADOS
2017
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência da
 Educação Infantil
Relatório exigido como parte dos requisitos para conclusão da disciplina de Prática de Ensino Supervisionado em Docência de Educação Infantil sob a orientação da professora Isabele Lacerda Queiroz
Curso: Pedagogia
QUEIMADOS
2017
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO.....................................................................................................4
CAPÍTULO I - CAPÍTULO I – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DO COTIDIANO
1.1 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA.............................................................5
1.2 – CUIDAR, EDUCAR E BRINCAR................................................................6
CAPÍTULO II – DESENVOLVIMENTO E ANÁLISES DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS.......................................................................10
2.1 – CARACTERIZAÇÃO DA TURMA E DAS ATIVIDADES 
OBSERVADAS..................................................................................................10
2.2 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESTÁGIARIO............................13
CAPÍTULO III – CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................15
REFERÊNCIAS.................................................................................................16
ANEXOS..........................................................................................................18
ANEXO 1 – PROJETO PEDAGÓGICO ESTÁGIARIO.....................................18
ANEXO 3 – IMAGENS...........................................................................................20
INTRODUÇÃO
O presente relatório referente à disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência de Educação Infantil do Curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá, tem como objetivo descrever a observação e analise do trabalho docente realizado numa turma de Jardim de Infância II, com 21 alunos, com 5 anos de idade.
O estágio foi realizado por mim, Ana Cristina da Silva de Morais Lapa, aluna devidamente matriculada no Campus de Queimados – RJ, totalizando 66 horas de estágio supervisionado, tal estágio tem por objetivo a observação e a participação, dentro do contexto escolar, diante das atividades realizadas.
No capítulo I, caracterizarei a escola, descrevendo as condições físicas e estruturais no espaço onde se encontra a mesma e a percepção da escola acerca do lugar e do papel da brincadeira, do educar e do cuidar para a formação das crianças inseridas no contexto escolar. Também será caracterizado o cotidiano das crianças.
No capítulo II, será feita a descrição da turma e das rotinas realizadas dentro e fora da sala de aula e a análise crítica das atividades pedagógicas desenvolvidas pela professora da turma. Foram consideradas nessa observação a metodologia empregada, o planejamento das aulas e a avaliação dos resultados, bem como interesse das crianças pelas atividades oferecidas. No capítulo também descreverei o projeto pedagógico que desenvolvi juntamente com a turma.
No capítulo III, apresento minhas considerações finais acerca do estágio.
CAPÍTULO I – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DO COTIDIANO
A Escola Municipal Oscar Weinschen é uma escola que oferece turmas de Educação Infantil (Pré-Escola), Ensino Fundamental (Series Iniciais), e Educação de Jovens e Adultos (Supletivo EJA) vai do 1° ao 5° ano do ensino fundamental. O estágio foi realizado na turma de Jardim II.
- CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A data de abertura da escola foi em 13/07/2001 e a administração da escola é pública. Fica localizada na área urbana do município de Queimados no Estado do Rio de Janeiro, na Rua: Heloisa, s/n° - Vila do Tinguà – Queimados – RJ.
A escola possuí atualmente oito salas de aula funcionando em três turnos: manhã, tarde e noite, uma secretaria que também comporta a diretoria e um pátio onde são realizados os recreios. Há também uma cozinha improvisada onde há uma pia, um fogão industrial, uma geladeira, freezer, uma parte que guarda os alimentos que são distribuídos pela Prefeitura da cidade pois a escola oferece o lanche matinal e o almoço para seus alunos.
Os móveis são adequados à faixa etária das crianças, (digo as mesas e as cadeiras) pela escola está passando por reforma tudo tem sido improvisado. Não há biblioteca, quadra de esportes, brinquedoteca e nem laboratório de informática.
Não há classe de Educação Especial, as dependências da escola não são acessíveis a portadores de deficiência física. A escola recebe abastecimento de água e energia elétrica da rede pública. Há coleta de lixo regularmente, e o esgoto e pluvial.
Na escola trabalham 51 funcionários e estão matriculados 710 alunos, atualmente a instituição conta com 25 turmas divididas entre manhã (7:30 as 11:30), tarde (12:30 as 17:00) e noite (18:30 as 21:30). Foi iniciado de imediato no início do ano de 2017 a reforma e ampliação da unidade, com essa ampliação a unidade vai aumentar a sua capacidade para 30 salas, visando atender mais de 900 alunos. A escola ganhará mais cinco salas, duas delas serão destinadas para o Projeto Mais Educação que consistirá na implantação do Ensino Integral com aulas regulares, auditório, e uma pequena biblioteca, e a rede elétrica será preparada para receber aparelhos de climatização, o que era antes de telha amianto está dando lugar a uma cobertura termo acústica, para proteger as condições térmicas e de iluminação, para evitar ruídos ou reverberação sonora.
Os funcionários demostram bastante entrosamento e cooperação mútua.
Também se relacionam bem com as crianças, sendo bastante afetivos, carinhosos e atenciosos. Nas reuniões de pais e professores, além da professora regente costumam estar presentes a diretora e a coordenadora pedagógica orientando e esclarecendo as dúvidas dos pais. A comunicação com os pais se dá por meio de bilhetes que são colados nos cadernos dos alunos, mas também são muito abertos à presença dos pais na escola, colocam – se a disposição para atende – lós em suas necessidades.
Apesar de funcionar desde 2001, a escola ainda não possui o PPP. A coordenação da escola informou que o documento está em vias de ser atualizados e que serão realizadas reuniões com os professores e a direção da escola para que possam atualizar o PPP.
Segundo Ferreira (2009, p. 1) “ Fazer o PPP implica planejamento de todas as atividades no âmbito escolar, execução das ações previstas, avaliação do processo e retomada. Isso somente é possível se instituída a prática do registro e da reflexão sobre ele”
Diante disso, o PPP segue a Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, cujo Art. 12 estabelece que:
I – Elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II – Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
II – Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas – aulas estabelecidas;
IV – Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V – Prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI – Articular-se com as famílias e as comunidades, criando processos de integração da sociedade com a escola;
VII – Informar pai e mãe, conviventes ou não com os seus filhos, e se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola;
VIII – Notificar ao conselho tutelar do município, ao juiz competente da comarca e o respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem a quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do percentual permitido por lei.
Como podem ver são três instituições que influenciam na construção do PPP: escola, comunidade e governo. A falta de documento norteador das práticas pedagógicas torna a ação docente dentro dainstituição uma atividade realizada sem um embasamento teórico consciente. Talvez por isso, as ações pedagógicas possuam fortes características de ensino tradicional, com práticas mecanizadas e sem a participação dos alunos em sua elaboração. Ou seja, as aulas nem sempre provocam interesse nas crianças e muitas atividades parecem não ter objetivo específicos.
A avaliação não tem pretensão de promover as crianças para acesso do ensino fundamental. A avaliação e feita através de registros do desenvolvimento das crianças no decorrer do ano letivo. A professora registra em uma ficha as características observadas nos alunos, como, por exemplo, socialização, se a criança apresenta comportamento agressivo, expressão de sentimentos, expressão da fala. Notei que esses registros não são feitos diariamente e sim em dias aleatórios. Essas fichas são apresentadas aos pais nas reuniões bimestrais, para que possam tomar conhecimento do desenvolvimento dos alunos e assinar o documento.
- CUIDAR, EDUCAR E BRINCAR
A turma acompanhada durante o estágio foi uma classe de Jardim III, composta por 21 alunos com idades entre 5 e 6 anos.
A turma possui uma professora regente, no entanto sem auxiliar. Há ventiladores na sala 2 de parede, o banheiro e na parte superior do prédio e os sanitários não são do tamanho ideal para o uso das crianças pequenas.
A professora da turma, começou a trabalhar com educação infantil este ano, a mesma era professora de alfabetização. Apesar de ser grande o número de crianças a professora consegue manter a ordem e resolver conflitos que surgem entre os alunos.
O manejo dela à frente da turma propiciou um ambiente de boa convivência e ajuda mútua.
Na sala há poucos brinquedos e não há jogos, os únicos brinquedos que possui são uma caixa com peças de lego, e os que as crianças trazem de suas casas.
 Não há parquinho, no entanto, tem um pátio no qual as crianças brincam na hora do recreio. Também há pouca oferta de livros, materiais como lápis, tesoura, cola, tintas, giz de cera, lápis de cor, borracha, apontador, pincel, massinha, são de uso comum, embora falte alguns desses materiais.
Assim que chegam a escola, as crianças deixam suas mochilas perto da mesa da professora. Nesse momento uma criança ajuda a outra a se organizar. Depois disso, elas sentam – se à sua mesa e cantam uma música de chegada à escola. Segunda – feira é o dia que chegam mais agitadas e a professora aproveita para conversar com eles sobre o final de semana deles e perguntar quantos que estão em sala e como que o tempo está hoje. Esse é um momento que eles demostram gostar bastante.
Há brincadeiras livres, mas poucas brincadeiras dirigidas, não há uma grande variedade e riqueza nas experiências nos momentos de brincar. Quando as crianças brincam livremente, a professora perde a oportunidade de registrar o desenvolvimento das crianças, pois não observa esse momento com atenção, ficando, geralmente afastada, ocupada com outras coisas. Um aspecto importante para as crianças é a linguagem do faz de conta, que permite enriquecer sua identidade na experimentação de diversos papéis (RCNEI, 1998, p.24), mas na escola observada, a criança só tem contato com o faz de conta quando brincam sozinhas, aí vem o papel de pai, de mãe, de professora e etc. Era raro o momento onde houvesse uma condução por parte da professora regente a esse tipo de brincadeira. A brincadeira parece não constituir um fator tão importante na constituição do aprendizado das crianças na turma observada.
As crianças que apresentam mau comportamento são advertidas, se o comportamento persiste, a professora ameaça deixa lá sem massinhas ou de levar para a coordenação. A brincadeira é a principal atividade da infância e não pode ser usada como punição ou premiação. Brincar é um direito da criança e, brincando ela aprende e se desenvolve, por isso a professora deveria buscar outros meios de lidar com o mau comportamento, como o diálogo e as regras combinadas.
O planejamento é um aspecto fundamental na prática docente. O ensino não pode ser espontaneísta, sem embasamento, é preciso pesquisar e traçar objetivos que se queira alcançar com a execução de cada atividade.
Isso não significa que o ensino deva ser engessado, sem possibilidade de mudanças, é preciso haver flexibilidade a fim de que os interesses dos alunos possam ser respeitados. Na turma estagiada, a professora planeja as aulas com antecedência na maioria das vezes. Mas havia momentos em que as crianças ficavam ociosas enquanto a professora preparava algo de improviso. Nesses momentos, ela oferecia massa de modelar às crianças. Nessas atividades, os objetivos nem sempre estavam claros, pois algumas serviam apenas para preencher o tempo.
O embasamento da prática pedagógica demostrou ser tradicional com a introdução de letras soltas, exercício de cobrir as letras, exercício de ligar a flor até o jarro segundo a quantidade desejada. Quando perguntei sobre os exercícios, ela respondeu que na educação infantil as crianças precisam treinar a coordenação motora fina, pois isso fará diferença no ensino fundamental. A constante introdução de atividades que limitam a expressividade das crianças acaba fazendo com que tenham certa dificuldade de realizarem atividades onde possam ter liberdade para criar, como desenho livre, por exemplo. Algumas dizem que não sabem desenhar, pedem para ajudar, dizem que não vai ficar igual.
De acordo com o art. da LDB (9394/96), a avaliação na educação infantil não tem objetivo de promoção das crianças mesmo para o ensino fundamental e deve ser feita mediante registro do desenvolvimento das crianças. Dessa forma são realizadas as avaliações da turma observada, a professora registra o desenvolvimento dos alunos durante o ano letivo. Esse registro não é feito todos os dias, perde – se muitas ocorrências durante as atividades, e se tudo fosse registrado durante todos os dias não teria como dar conta das outras atribuições. Os principais aspectos observados, segundo a professora, são os emocionais e como as crianças lidam com suas emoções, as interações com os outros alunos e com a própria professora e demais funcionários, se conseguem realizar as atividades propostas e o nível de dificuldade que apresentam nessa resolução, o desenvolvimento da fala e expressão oral, cuidando seus pertences, bem como aspectos de desenvolvimento da capacidade motora fina.
A escola oferece refeições, e as crianças mesmo assim trazem seus lanches de casa. Não há local para repouso, pois elas não passam o dia inteiro na escola. Depois do almoço que é servido por volta de 10:30 da manhã, eles voltam para dentro da própria sala de aula e comem seus lanchinhos. Elas gostam muito, mas gostam mais ainda quando esse lanchinho é feito no pátio da escola, agem como se fossem piquenique, no qual todos se sentam ao chão, forram suas toalhinhas e muitas das vezes dividem seus lanchinhos com autos papos entre si.
Quando uma criança passa mal na escola, a professora informa a coordenadora do que está acontecendo. Dependendo da situação, consulta a agenda ou o caderno com as informações dos responsáveis e os acionam para que de imediato compareçam na escola.
Por serem crianças na faixa de 5 anos, a maior parte sabe usar o banheiro sozinha, embora haja a necessidade de a professora ir leva-los, pois o banheiro se encontra na parte superior do prédio contendo escadas, no entanto está sendo construído na parte inferior novos banheiros, onde possibilitará fácil acesso para os mesmos.
Em alguns momentos acontecem alguns acidentes, como, derrubar suco ou urinar na roupa. Nessas situações, a professora troca a roupa da criança por uma limpa. A orientação dada aos responsáveis é que mantenham sempre uma roupa limpa na mochila da criança.
Não há momentos de escovação dos dentes. Depois do lanche as crianças guardam seus pertences pessoais na mochila e voltam para suas atividades de sala de aula.
A coordenadora pedagógica acompanha o trabalho da professora de perto, sempre chega da porta para observar como estáo andamento das aulas. A professora interage bem com os outros funcionários e recebe ajuda quando precisa.
CAPÍTULO II – DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES
Nesse capítulo serão descritos o desenvolvimento de algumas atividades observadas e também o projeto pedagógico desenvolvido por mim. Apresentarei análise crítica e fundamentação teórica acerca dos aspectos observados.
2.1 – CARACTERIZAÇÃO DA TURMA E DAS ATIVIDADES OBSERVADAS
O estágio foi realizado numa turma de Jardim de Infância contendo 21 crianças com faixa etária de 5 anos.
Prática 1 – Rodas de conversa
Segunda-feira, dia em que as crianças parecem chegar mais agitadas na escola. Nesse dia a professora faz a chamadinha e inicia a roda de conversa.
─ vocês podem me dizer quantas crianças temos hoje em sala? ─ Não respondem todos eles. ─ Vamos contar? ─ Sim. 
─ Quem faltou? Indaga a professora
─ Nicollas, o Yuri e a Júlia, respondeu algumas das crianças
─ Tia o Yuri faltou pois está doente
É mesmo e como você sabe disso ─ perguntou a professora
─ E que ele mora perto da minha casa tia
─ E quando vem a escola tia ele perturba muito a gente, bate, não deixa a gente brincar direito, e hoje podemos brincar à vontade porque ele não veio para a escola.
─ Não fale assim crianças, ele está dodói temos que pedir a papai do céu para ele melhorar, coitadinho! ─ Respondeu a professora.
Análise Crítica – Na conversa acima desenvolvida, observa – se que a professora não quis dar continuidade ao assunto iniciado pela criança ela perdeu a oportunidade de poder trabalhar acerca dos sentimentos e seus significados, as reações emocionais e o convívio com o outro.
A Roda de conversa na educação infantil é de suma importância para a troca de informações necessárias a uma interação entre as crianças. Segundo Vygotsky (2007) é através da linguagem que os indivíduos se relacionam com o meio, transmitem cultura e constroem um conjunto de significados coletivos. Essas interações permitem que as crianças troquem experiências, e também estabelece debates dos mais variados.
De acordo com Motta,
Cabe observar que a interação social é um processo em que as dimensões cognitiva e afetiva não podem ser dissociadas. Interagindo, as crianças não apenas apreendem e se formam, mas ao mesmo tempo, criam e transformam o que as tornam constituídas na cultura e produtoras de cultura. (MOTTA, 2011, p 69)
Prática 2 – Das práticas desenvolvidas como atividade “pedagógica”
Uma das coisas que observei durante o estágio foi a presença da música para a realização de algumas atividades. Há uma música que cantam todos os dias quando chegam à escola, uma para a hora do lanche e outra que é cantada quando estão agitados para que fiquem quietos e uma música para o momento da saída. Em alguns momentos, eles mesmos, ao perceberem que a professora pedia que fizessem silencio, eles se sentavam em seus lugares e começavam a cantar, e quando se aproximava a hora de ir embora eles começavam a perguntar se já estava na hora de ir embora, e quando essa hora chegava eles começavam a cantar:
Está na hora está na hora
Está na hora de ir embora 
Minha mãe está me esperando, lá na porta da escola
Ilari ilari ilarie ô ô ô
Ilari ilarie ô ô ô
Ilari ilari ilarie ô ô ô
E a turma da Mari (assim chamavam a professora) que vai dando seu amor.
Análise Crítica – A introdução da música é fundamental para as crianças da educação infantil, mas ela não pode se limitar apenas a um adestramento de comportamentos. É preciso que ela seja viva, que faça parte do aprendizado. Em alguns momentos, percebi ser bastante interessante o uso das músicas, pois as crianças, ao escutara, se acalmavam por conseguirem saber qual momento vivenciaram. Minha crítica é ao fato da música só ser utilizada nesses momentos, tornando seu uso bem limitado dentro do processo de aprendizagem das crianças. Sugeriria que fossem introduzidas músicas que tivessem a ver com os temas a serem trabalhados, por exemplo, ao trabalhar o início da primavera, introduzir – se – ia uma música com essa mesma temática.
O RCNEI dá ênfase à presença da música na educação infantil, o documento traz orientações, objetivos e conteúdo a serem trabalhados pelos professores. A concepção adotada pelo documento compreende a música como linguagem e área de conhecimento, considerando que está tem estruturas e características próprias, devendo ser considerada como: produção, apreciação e reflexão (RCNEI, 1998).
 O documento apresenta ainda orientações referentes aos conteúdos musicais, estes se encontram organizados em dois blocos: “O fazer musical”- compreendido como improvisação (RCNEI, 1998, p.57), composição e interpretação e o de “Apreciação musical”, ambos referentes às questões da reflexão musical.
A proposta do RCNEI é uma discussão sobre as práticas pedagógicas, aqui em específico a de música, e não as engessar em modelos pré-definidos.
Prática 3 – Leitura de Escrita
Pude observar que a professora trabalha a leitura e escrita de modo a qual todas as crianças se interagem e participam, ela começou falando sobre as vogais a, e, i, o e u, e logo em seguida chamavam cada aluno para que fossem em sua mesa e introduzindo algumas letras embaralhadas contendo todas as letras do alfabeto para que eles pudessem procurar as letras de seus nomes e em seguida identificar se em seus nomes possuíam vogais.
A primeira aluna foi chamada em sua mesa, cujo nome era Sulamita
─ Sulamita você conhece essas letras – Perguntou a professora
Sim – Respondeu a criança
─ Então procure a letra de seu nome e reescreva em cima de minha mesa – Professora, agora quais são as letras que você conhece?
Começou a soletrar as letras de seu nome com dificuldades, com a ajuda da professora ia soletrando as que não sabia.
─ Agora fale para mim quais são as vogais que estão introduzidas em seu nome, separe essas vogais
Ela separou a letra A, e a I esquecendo – se da letra U
─ Professora, essa é difícil! Indagou a menina
Não satisfeita com o processo de avaliação individual pois a maioria não se saiu bem foi – se ao quadro e começou a conversar com todas as crianças. Escreveu as letras A, E, I, O, U no quadro.
─ Olhem para cá, crianças vejam, como são as letrinhas das vogais.
A maioria das crianças não demostrou interesse.
─ Olhem para cá! ─ Disse a professora. ─ Depois vocês vão dizer que não sabem fazer. ─ Concluiu. 
Análise Crítica – O desenvolvimento dessa atividade fez me lembrar das aulas de Alfabetização e Letramento com a professora Gleris. Trabalhar com letras soltas, partindo da parte para o todo torna o processo de alfabetização muito mais difícil.
Quando é oferecido ao aluno partes isoladas, sem significação, sua compreensão fica comprometida. Como a professora Gleris mesmo dizia: Ler e muito mais do que decodificar letras, transformando – as em sons, ler é compreender. E para formar leitores plenos, e preciso apresentar os alunos atividades significativas, incentivando a compreensão da leitura desde os anos iniciais.
De acordo com Frangella,
“ Vivemos em um mundo letrado, em que a língua escrita tem valor preponderante como saber adquirido. Isso define o papel da escola como espaço de construção e instrumentalização da escrita. Contraditoriamente, vivemos em um momento de dicotomia, em que o avanço e nítido em que tange ao discurso, mas, na prática, pouco se altera. Falamos e asseguramos como verdade tanto e sempre as mesmas coisas que se diluem e se perdem no ar sem, no entanto, trazer essa dinâmica para a prática pedagógica” (FRANGELLA, p.49,50). 
Prática 4 – O brincar
Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu cotidiano, num mundo de fantasia e imaginação. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem.
A professora se dirigiu ao pátio da escola e juntamente com os alunoscomeçou a brincar de movimentos, cabeça, ombro, joelho e pé. A parte interessante e que eles ficavam eufóricos, e quando erravam os gestos começavam a rir um dos outros.
Outra brincadeira que eles gostavam bastante era estatua.
Mão na cabeça
 Mão na cintura
 Um pé na frente e o outro atrás 
Agora ninguém pode se mexer, estatua.
A professora juntamente com um ajudante do dia á ajudava a procurar e ver qual crianças que iria se mexer.
Análise Crítica – A aula foi bem interessante, pois a brincadeira introduzida permitiu que todos participassem tornando muito prazeroso para as crianças e assim trabalhando as atividades lúdicas, corporais, a convivência em grupo, os ensinamentos culturais que eles mesmos trazem de suas brincadeiras fora da escola.
De acordo com Borba
“O brincar, nessa perspectiva, é concebido como preparação para a escolaridade futura, através da sua transformação em exercícios e treinamentos. O educador usa a brincadeira para ensinar noções e habilidades como cores, formas, partes do corpo, numerais, entre outras. É usada como forma de sedução e treinamento para a aprendizagem” (BORBA, 2001, p.4).
Prática 5 – O cuidar
Vivenciei uma situação onde uma criança pede a professora para que possa ir ao banheiro. Ela pede para que ele espere um pouco ─ Resposta da professora.
─ Mas tia eu estou apertado
─ Calma aí, ─ Responde ela
Passados alguns minutinhos a criança retorna
─ Professora eu estou apertado
─ Vamos vou te levar, ─ Responde ela.
A professora o leva ao banheiro que fica na parte superior do prédio, no entanto ao chegar na sala ela me relata que, a criança teria evacuado nas calças pois não deu tempo de chegar ao vaso.
Ela me relata que ele começou a chorar, pois ficou triste com o que fez e estava envergonhado, a professora fez todo o procedimento do cuidar, deu a ele um belo banho trocando as suas vestes.
 Pude perceber que ele estava meio sem graça, e com vergonhas de seus amiguinhos, porque eles começaram a perguntar como que ele tinha trocado de roupa, e por quê, temia que a professora fosse contar alguma coisa para a turma, a professora, no entanto disse que aconteceu um acidente e não comentou nada com a turma, pediu para que eles continuassem as atividades que depois eles iriam pintar à vontade. Distraindo e disfarçando para que parassem os por quês. Pois de forma alguma ela iria constranger aquela criança.
Análise Crítica – A atitude da professora em relação ao cuidar demostrou habilidades para lidar com esses casos inesperados que acontecem muitas vezes quando menos se espera, ou quando a professora retém o aluno de poder ir ao banheiro, no entanto se ela não tivesse retido a criança quando a mesma pediu para que pudesse ir ao banheiro isso não teria acontecido, pois proibir ao aluno de ir ao banheiro fere o direito de ir e vir, e a escola não é um universo paralelo. Pois bem, no Art.5, inciso XV, reza sobre o Direito de ir e vir:
“É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”.
De acordo com Almeida,
“(...) se, por um lado, educar e ensinar é uma profissão, não há melhor meio de ensino e aprendizagem do que aquele que é exercido de um ser humano para outro, isto é um ato de amor. E indo mais além, gostar deste trabalho, acreditar na educação e nela investir como indivíduo também se configura como um ato de paixão, a paixão pelo possível, sentimento derivado do sentido do ser e da existência, que incorpora o desejo às possibilidades concretas de sua realização. Talvez resida aí a extrema ambiguidade do ato de ensinar” (ALMEIDA, 1998, p.76).
2.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESTÁGIARIO
Para desenvolver o projeto aproveitei a data comemorativa do dia 21/09/2017, dia em que se comemora o Dia da Árvore. Procurei estabelecer diálogos e passar meus conhecimentos, a qual a mim é passado dentro da Universidade, não só passei como pude aprender com cada um deles.
Atividade 1 – Roda de conversa: Conhecendo as partes das plantas
As crianças serão dispostas em círculo, onde eu serei a mediadora da conversação. Li um texto que relata quão importante são as arvores em nossas vidas, cujo o livro é de literatura infantil com o tema: A árvore Generosa. 
Logo em seguida questionarei sobre o que sabem sobre as plantas; quem gosta de plantas? Quem tem plantas em casa? Quais plantas vocês conhecem? Qual a utilidade das plantas em nossa vida? Do que as plantas precisam para viver? Confeccionar, com papel 40 quilos, uma planta (a árvore): e juntamente com as crianças usar as mãozinhas de cada um para simbolizar as folhas utilizando tinta guache verde.
 
Atividade 2 – Atividades que foram desenvolvidas para coordenação motora, áudio visual.
 Dar a cada um deles um papel oficio que será utilizado para realizar desenhos livres sobre o que conversamos na roda de conversa, e a partir de aí, desenvolver percepções visuais e auditivas
Atividade 3 – Trabalho pedagógico.
Pelo fato da professora ter pedido a eles para que trouxessem rolinhos de papel higiênico, fomos trabalhar a criação de uma árvore a partir da reciclagem, essa foi uma das atividades que mais gostaram pois puderam se movimentar bastante, mexer em cola, colocar para secar as árvores depois de pronta ficaram impactados pois tudo ficou belo e lindo e ainda coloquei balinhas de morango para representar as frutinhas.
Tia adorei o dia de hoje, foi muito legal, vamos fazer de novo? ─ perguntou um aluno
E eu respondi: Você gostou? ─ Gostei tia, foi interessante as plantas me dão o fruto para eu comer.
─ verdade e precisamos cuidar e preservar cada uma delas, se não cuidarmos das plantas elas não vão poder dar para cada um de nós os frutos.
Conclusão da minha avaliação
Embora as crianças da Educação Infantil ainda não sejam alfabetizadas, precisam estar desde cedo em contato com a leitura para incentivar o gosto pelas palavras. 
Por isso escolhi como parte de meu projeto trazer uma obra de SILVERSTEIN SHEL, para ler com as crianças, antes de iniciar a leitura do livro, conversamos como é importante a preservação e não o desmatamento, durante a leitura do livro mostrei as imagens de cada página e deixei que investigassem os desenhos, mesmo que isso tomasse um certo tempo, pois é importante que tenham contato com o objeto, livro, é não só ouçam as palavras contidas nele.
Em primeiro lugar estive em uma posição formal de ensino na qual era chamado de professora. 
Essa posição permitiu-me, em primeiro lugar, confrontar a minha visão da educação com a minha prática docente. Ou seja, eu pude testar minha adaptação à realidade de uma escola pública com base na visão da educação que eu já tinha, não com o objetivo de verificar se estava certa ou errada, mas de analisar como seria minha relação e a relação que eu estabeleceria entre a teoria, a prática e o meu próprio pensamento como professor.
Essa percepção é algo primordial a qualquer pessoa que pretenda fazer algo pela educação.
Em segundo lugar, ser chamado de professor sanou aquela necessidade da qual falei no início, que é algo essencial a qualquer um que pretenda ser chamado professor. Um legítimo educador, para mim, deve ser aquele que tenha, sob a forma mais íntima, essa necessidade de ensinar, precise disso para que sua vida faça sentido, seja plena. Um legítimo educador precisa depender totalmente, a nível existencial mesmo, do desejo de mudar a realidade que o cerca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da realização do presente estágio foi possível vivenciar situações reais do ambiente escolar, percebendo tanto as dificuldades como também as possibilidades da prática pedagógica. Pude compreender que para uma prática docente eficiente e necessário planejamento, flexibilização e sempre ter um plano B.
A experiência de estagio também me fez entender que nem sempre a execução das atividades sai como planejado pelo professor e que os interesses das crianças precisam ser levadosem consideração na hora do planejamento, pois nem tudo que parece ser interessante para o educador é para a criança. Foi uma grande experiência e um grande aprendizado, onde pude observar a mim mesma a minha própria prática e reafirmar que para uma prática docente eficaz, e preciso constante pesquisa e comprometimento. Embora muitos ainda consideram o trabalho na educação infantil uma tarefa fácil, não é um trabalho simples.
É preciso muito mais do que apenas executar um monte de atividades sem sentido para distrair as crianças, é preciso ação – reflexão – ação – contínua. Levo como aprendizado para minha vida e para minha formação como pedagoga esse entendimento do grande compromisso que é o trabalho com crianças pequenas, e do quando é necessária a busca constante por metodologias que correspondam os interesses infantis e que valorizem sua cultura. Apesar da apreensão inicial, minhas expectativas quanto ao estágio foram superadas uma vez que a execução do projeto pedagógico por mim surtiu resultados positivos.
Para a escola eu sugeria que se esforçasse na elaboração do Projeto Político Pedagógico, pois pude perceber o quanto este documento é importante para nortear as ações dentro de uma instituição de ensino evitando práticas educativas espontaneístas.
Também sugeria para a professora que criasse regras combinadas com as crianças para que o mau comportamento fosse tratado da forma correta com diálogo e reflexão. Essas regras poderiam ser colocadas nas paredes da sala de aula com cartazes criativos para lembrar as crianças as regras que eles mesmos combinaram com a professora.
REFERÊNCIAS
BRASIL, LDB. Lei 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03leis/19394.htm Acesso em: 24 de maio de 2017.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.
RCNEI.Referencial curricular nacional para educação infantil–Brasília MEC/SEF1998
Sonia Kramer. Livro: Infância e Educação Infantil. Campinas: Papirus,6° Ed – 2007 (p.49,50).
Angela Meyer Borba. Livro: Educação Infantil e Construção do conhecimento na Contemporaneidade (Um Salto Para o Futuro, Internet, (p.4).
Daniela Finco. Anais da 31° Reunião Anual da Anped, 2005 – 28reuniao.anped.org.br. (p,9).
http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/a-importancia-do-projeto-politico-pedagogico-para-a-organizacao-escolar
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
ANEXOS
PLANO DE AULA EDUCAÇÃO INFANTIL
TURMA: 5 anos
Tema: A Importância das Plantas
Título: A arvore Generosa
Autor: SILVERSTEIN, SHEL, Ano 2006 Literatura Infantil
Justificativa: As crianças da Educação Infantil precisam estar em contato com os mais variados gêneros textuais, pois enriquece o potencial linguístico, possibilita a formação de leitores através do estímulo à leitura e permite vivenciar práticas sociais de leitura. A atividade também buscou trazer a discussão acerca do texto lido, possibilitando ir além da decodificação dos códigos linguísticos e priorizando a interpretação e sentido do texto.
Objetivo gerais: Despertar o interesse sobre as plantas reconhecendo – as como seres vivos, aprendendo a conviver e respeitar a natureza.
Objetivos Específicos: 
• Entender as funções de cada parte das plantas.
• Pintura livre, buscando identificar as partes de cada planta, através de outras linguagens (verbal e escrita/ desenho).
• Reconhecer a importância das plantas para a nossa vida.
• Refletir sobre o que foi lido
ATIVIDADES
• Construir uma árvore para o mural usando as mãozinhas das crianças, tinta guache verde e marrom;
• Material reciclado rolinhos de papel higiênico (trago por eles) para a construção da árvore e balas de morango simbolizando as frutinhas;
• Conversa sobre o que entenderam da história;
• Expressar o entendimento através da fala e do desenho;

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