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PROF. HERSON ROCHA
CÁ LCULO I
PARAUAPEBAS
2014
5
C lculo I
CÁ LCULO I
Cap. 1 - FUN Õ ES 9
1. Definiç o 9
2. Dom nio, Imagem e Gr fico de uma Funç o 14
19 3. Determinando o Dom nio de uma Funç o
4. Funç es Pares e mpares 21
5. Funç es Crescentes e Decrescentes 22
Cap. 2 - MODELOS LINEARES 25
1. Definiç o de Modelo Matem tico 25
2. Modelos Lineares 26
3. Retas 29
4. Outros Tipos de Funç es 35
Cap. 3 - INTRODU O TRIGONOMETRIA 41
1. O Tri ngulo Ret ngulo 41
2. Teorema de Pit goras 42
3.4 ngulos Not veis 45
Cap. 4 - FUN Õ ES EXPONENCIAIS E
LOGAR TMICAS 55
1.Equaç es Exponenciais 57
2.Problemas que Envolvem Equaç es Exponen-
ciais 58
3. Gr fico da Funç o Exponencial 61
4. Funç es Inversas 62
5. Logaritmos 66
6. Equaç es Logar tmicas 67
7. Mudança de Base 68
8. O N mero e 69
Cap. 5 - LIMITES E CONTINUIDADE 77
1. Noç o Intuitiva de Limite 77
2. Limite Trigonométrico Fundamental 85
3. Limites Laterais 86
4. Limites Infinitos 89
5. Limites no Infinito 90
6
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
6. O N mero de E ler 93
7. Continuidade 95
Cap. 6 - DERIVADAS E SUAS APLICA Õ ES 101
1. Tangentes 101
2. A Derivada Como uma Funç o 105
3. Regras de Derivaç o 107
4. Derivadas de Ordem Superior 110
5. A Regra da Cadeia 114
6. Diferenciaç o Impl cita 118
7. Taxas Relacionadas 121
Cap. 7 - INTEGRAIS 129
7.1 C lculo de Primitivas 129
REFER NCIAS BIBLIOGRÁ FICAS 135
7
C lculo I
Olá Aluno(a)!
A disciplina de Cálculo é muito importante para sua formação, pois oferece a base
matemática que será utilizada para resolver problemas dentro e fora de sua área
de conhecimento. Tem como objetivo criar condições para o desenvolvimento de
sua capacidade de mani- pular fórmulas, compreender conceitos, resolver
equações e pensar logicamente. Portanto, serão estudados neste curso tanto os
concei- tos fundamentais, como as técnicas formais do cálculo.
Nosso curso de Cálculo será dividido em 4 partes (Figura 1). Na primeira,
formaremos a base de nossos estudos: funções, gráficos, tri-gonometria básica e
geometria analítica. Na segunda, estudaremos limites e continuidade, bem como
suas propriedades e aplicações. Na terceira parte, veremos derivadas e suas
propriedades e as regras de derivação e, além disso, aprenderemos a resolver
problemas aplicando o que foi discutido. Por fim, estudaremos as integrais de
algumas funções simples.
Figura 1 – Estudo de Cálculo
Um curso de Cálculo requer um tempo diário de estudo e dedicação. Por isso é muito
importante que você realize todas as atividades pro- postas, tanto neste material, como na
sua sala de aula virtual.
•Leia os textos com bastante atenção, sempre com espírito questio- nador e investigativo.
APRESENTAÇÃO
9
C lculo I
Olá Aluno(a)!
O objeto fundamental do Cálculo são as funções. Este capítulo, abrindo o caminho de nossos
estudos, tem como objetivo discutir as idéias básicas sobre funções e seus gráficos, bem como as
formas de combiná-los e transformá-los. Bons estudos!
Você já pensou sobre a importância de saber que duas grandezas podem se relacionar em
pares? A equipe de um piloto de Fórmula 1 registra em com- putadores a velocidade de
seu piloto em cada instante (velocidade versus tempo); o gerente de uma empresa
acompanha a receita obtida na venda de uma determinada quantidade de um artigo (receita
versus quantidade); um biólogo acompanha o crescimento diário de uma planta (altura
versus tem- po). Até o movimento de um martelo pode ser descrito por uma função!
O termo função apareceu pela primeira vez em 1692, num artigo escrito pelo
matemático alemão Gottfried Wihelm Von Leibniz (1646 – 1716). O surgimento das
variáveis na Matemática e a criação da Geometria Analítica fizeram com que, já no
século XVII, os matemáticos apresen- tassem para o termo uma definição, muito
próxima da atual, que adian- te vamos conhecer.
Hoje, graças às equações, aos gráficos no plano cartesiano e à teoria dos conjuntos, a
idéia de função tornou-se muito mais simples e acessível às pessoas, mesmo as mais
jovens ou as iniciantes no estudo da Matemática.
1.1 Definição
Para iniciarmos, considere a seguinte situação:
Exemplo 1
Numa padaria, o pão é vendido a R$ 6,00 o quilo. A Tabela 1 relaciona a quantidade de
pão comprada com o valor total a ser pago.
FUNÇÕES
10
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Repare que se a quantidade comprada for x quilos, será pago o valor V, ob- tido pela
expressão V = 6x reais.
Função: Dados dois conjuntos A e B, uma função f: A B (lê-se “uma função de A
em B”) é uma regra que diz como associar a cada elemento x de A um elemento y = f(x)
de B. O conjunto A chama-se o domínio e o B, é o contra-domínio da função. Para
cada elemen- to x de A, o elemento f(x) de B chama-se imagem de x.
Na situação apresentada anteriormente, podemos observar os conjun- tos A
(conjunto das quantidades compradas) e B (dos valores pagos), além da
regra que permite associar os elementos de A com os de B. A regra é
“multiplicar cada elemento de A por 6” , o que fica expresso pela fórmula V =
6.x.
Exemplo 2
Em uma safra, um produtor de morangos tem um custo de R$ 0,50 por caixa
produzida, relativo a sementes, defensivos agrícolas, embalagens, etc., além de
uma despesa fixa de R$ 1.500,00, relativa ao aluguel do terreno onde produz,
ao maquinário e ao salário de empregados.
Se representarmos a quantidade de caixas produzidas por C e a despesa para
essa produção por D, montamos a relação D = 0,50.C + 1500, que é a regra da
nossa função. Essa regra também poderia ser expressa em palavras: “multiplicar
C por 0,50 e depois somar com 1500”.
Cap tulo 1
Tabela 1 – Quantidade de Pão versus Valor Pago
Quantidade comprada Total a ser pago
250 g 0,250 x 6 = R$ 1,50
500 g 0,500 x 6 = R$ 3,00
1 kg 1,000 x 6 = R$ 6,00
2 kg 2,000 x 6 = R$ 12,00
3,5 kg 3,500 x 6 = R$ 21,00
7 kg 7,000 x 6 = R$ 42,00
11
Observe a Tabela 2:
C lculo I
Tabela 2 – Caixas produzidas versus Despesa total em Reais
A respeito da situação acima, algumas perguntas podem ser feitas, como por
exemplo:
• Quantas caixas de morangos podem ser produzidas aplican- do-se
R$15.000,00?
Solução
Nesse caso, temos D = 15.000 e queremos encontrar C. Assim, basta resol- ver uma
equação do 1º grau.
0,50.C + 1500 = 15000
0,50.C = 15000 – 1500
0,50.C = 13500
C = 27000
Logo, podem ser produzidas 27.000 caixas.
•Se forem produzidas 50.000 caixas, qual deverá ser o preço de ven da de cada caixa
para se obter um lucro total de R$ 10.000,00?
Solução:
Primeiro, encontramos o total a ser gasto para a produção das 50000 caixas:
D = 0,50.50 000 + 1500
D = 25000 + 1500
D = 26500
Caixas produzidas (C) Despesa total em reais (D)
100 0,50 x 100 +1500 = 1550
500 0,50 x 500 +1500 = 1750
1000 0,50 x 1000 +1500 = 2000
2000 0,50 x 2000 +1500 = 2500
5000 0,50 x 5000 +1500 = 4000
10000 0,50 x 10000 +1500 = 6500
12
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Conforme o resultado acima, serão gastos 26.500 reais. Então, para obter-se o lucro de
10.000 reais, será necessária uma arrecadação de
26.500 + 10.000 = 36.500 reais com as vendas (para pagar as despe- sas e sobrar
10.000). Assim, para encontrar o preço de venda de cada caixa, basta dividir 36.500por 50.000.
36 500 ÷ 50 000 = 0,73.
Portanto, cada caixa deverá ser vendida por R$ 0,73.
ATIVIDADE 1:
A)Em relação à situação anterior, muitas outras perguntas pode riam ser feitas. Use
sua imaginação e elabore e responda a mais duas perguntas. Exercite sua
criatividade!
B)Um vendedor recebe, por mês, um valor fixo de R$ 160,00 mais um adicional de
2% das vendas efetuadas por ele no mês. Qual a função que expressa o valor do seu
rendimento mensal em função de sua venda mensal?
Pessoal, vamos analisar mais um exemplo de função presente no nosso dia-a-dia.
Exemplo 3
a)Uma bomba para transferência de produtos derivados de petróleo (inflamáveis) tem
capacidade de transferir 70 litros de gasolina por minuto. Imagine que um posto de
gasolina tenha instalado essa bomba e esteja vendendo um litro de gasolina por R$ 2,65.
Perguntamos:
• Qual é a expressão matemática que relaciona o volume V (em litros) de
combustível transferido com o tempo t (em minutos) gasto para a
transferência?
Solução:
Em 1 minuto, a bomba transfere 70 litros; em 2, a bomba transfere 2 70 = 140 litros; em 3, transfere 3 70 = 210
litros. Continuando esse raciocínio, em t minutos ela transferirá t 70 = 70t litros.
Cap tulo 1
Funç es
Assim, a expressão matemática que relaciona V e t é V = 70t.
• Qual é a expressão matemática que fornece o valor (em reais) da gasolina
transferida em minutos?
Solução:
Se o volume transferido em t minutos é V = 70t litros e o preço de cada litro de gasolina é
R$ 2,65, então o preço de 70t litros é 70t 2,65 = 185,5t reais.
Assim, a expressão matemática é R=185,5t, em que R é o valor da gasoli- na transferida
em t minutos. Na prática, isso significa que, utilizando-se a bomba acima para
transferência de gasolina, consegue-se transferir o equi- valente a R$185,50 de gasolina
por minuto.
b)Uma grande empresa comprou 10.500 litros de gasolina no posto mencionado.
Ela vai transportar o combustível num caminhão tanque. Quanto tempo demorará
para transferir os 10.500 litros para o caminhão tanque, utilizando-se, ao mesmo
tempo, de duas bombas de vazão de 70 litros por minuto?
Solução:
Com as duas bombas trabalhando juntas, consegue-se transferir 140 litros por minuto.
Logo, a fórmula que relaciona V com t é V = 140t litros. Temos V = 10.500 e queremos
encontrar t. Para isso, basta dividir 10.500 por 140; logo, o resultado é 75.
Portanto, serão gastos 75 minutos, ou seja, 1 hora e 15 minutos para a
transferência.
ATIVIDADE 2:
A)Uma caixa d’água de 1000 litros tem um furo no fundo, pelo qual escoa água
a uma vazão constante. Ao meio-dia de certo dia, ela foi enchida e, às 6 da tarde
desse dia, só havia 850 litros. Como se relaciona o volume V de água na caixa (em
litros) com o tempo t decorrido (em horas) após meio-dia (t 40 )?
B)Uma fábrica de bolsas tem um custo fixo mensal de R$ 5.000,00. Cada bolsa
fabricada custa R$ 25,00 e é vendida por R$ 45,00. Para que a fábrica tenha um
lucro mensal de R$ 4.000,00 , ela deverá fabricar e vender mensalmente quantas
bolsas?
C lculo I
14
Tabela 3 – Ano vs População (milhões)
Observe que em 1950 a população era de 2.520.000.000. Representamos isso
matematicamente escrevendo P(1950) = 2.520.000.000. Da mesma for- ma, temos P(1940)
= 2.300.000.000 e assim por diante.
Para cada valor do tempo t existe um valor de P correspondente; dizemos que P é uma
função de t.
Com base no que foi observado nos dois exemplos anteriores, podemos elaborar uma
definição alternativa de função, equivalente à já apresentada.
Definição alternativa de função
Uma função f é uma lei que para cada elemento x em um conjunto A, faz
corresponder exatamente um elemento chamado f(x) em um conjunto B.
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
1.2 Dominio, Imagem e Gráfico de uma Função
Vamos agora nos aprofundar mais um pouco no estudo de funções. Para isso,
observe com bastante atenção os exemplos:
Exemplo 4
A área A de um círculo depende do seu raio r. A lei que conecta r e A é dada pela equação A
= . r2 . A cada número r positivo associa-se um único valor de A, e dizemos que A é uma
função de r.
Exemplo 5
A população humana mundial P depende do tempo t. A tabela 3 fornece es- timativas da
população mundial P(t) no instante t, para determinados anos.
Cap tulo 1
Ano População (milhões)
1900 1650
1910 1750
1920 1860
1930 2070
1940 2300
1950 2520
1960 3020
1970 3700
1980 4450
1990 5300
1996 5770
C lculo I
Considerando a função D = 0,50.C + 1500, analisada no exemplo 2, se o valor de entrada
for 100, o valor de saída será 1550, ou seja, D(100) = 1550. No exemplo, todas as entradas
possíveis são números naturais (quantidades de caixas produzidas) e as saídas são
números racionais positivos (valores pagos pela produção).
O método mais comum de visualizar uma função consiste em fazer seu gráfico. O
gráfico de uma função f é o conjunto de todos os pontos (x, y) do plano coordenado, tais que y f (x)
e x está no domínio de f.
O gráfico de uma função f nos dá uma imagem rica do comportamento ou da “história de
vida” de uma função, uma vez que podemos interpretar o valor y f (x) como a altura do
ponto, no gráfico, acima de x (Figura 3).
Funç es
O conjunto A é chamado de domínio da função. O número f(x) é o valor de f em x e deve
ser lido como “f de x”. A variação de f é o conjunto de todos os valores possíveis de f(x)
quando x varia por todo o domínio. O símbolo que representa um número arbitrário no
domínio de uma função f é chama- do de variável independente, e o que representa um
número qualquer na variação de f é chamado de variável dependente. No exemplo 4, a
variável independente é r, enquanto A é a dependente.
É muito proveitoso considerar uma função como sendo uma máquina. Se x estiver no
domínio da função f, quando x entrar na máquina, ele será aceito como input (entrada), e a
máquina produzirá um output (uma saída) f(x), de acordo com a lei que define a função.
Assim, podemos pensar o domínio como sendo o conjunto de todos os inputs, enquanto a
variação é o conjun- to de todos os outputs possíveis (Figura 2).
Figura 2 – Função considerada como uma máquina
16
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
O gráfico de f também nos permite visualizar o domínio sobre o eixo x e a variação
(imagem) sobre o eixo y, conforme Figura 4.
Exemplo 6
Na figura abaixo, temos os gráficos de duas funções f e g.
a)Calcule os valores de f(4) e g(-3).
b)Descubra para quais valores de x tem-se f(x) = g(x).
c)Estime a solução da equação f(x) = -1.
d)Encontre o domínio e a imagem das funções f e g.
Cap tulo 1
Figura 4 – Domínio e imagem de uma função
Figura 3 – y =f(x) visto como altura
C lculo I
x
2
e, em x
2 .
c)Temos que descobrir os pontos cuja altura seja de 1 unidade, mas abaixo do eixo x. Isso
ocorre em 2 pontos: em x 4 e, em x 3 . Portanto, a solução da equação f(x) = -1 é S {3,
4} .
d)Vamos analisar, inicialmente, o gráfico de f. O ponto mais à esquerda é x 4 e o mais à
direita é x 4 . Isso significa que o domínio da função é o intervalo de -4 a 4. Ou seja, D( f )
[4, 4] . Da mesma forma, o ponto mais baixo ocorre em y 2 e o mais alto em y 3 .
Portanto, a imagem da função é o intervalo de -2 a 3. Assim, Im( f ) [2,3] .
Fazendo a mesma análise, mas em relação ao gráfico de g, descobrimos que
D(g) [4,3] e que Im(g) [0,5; 4] .
Exemplo 7
Umacaixa aberta em cima tem um volume de 10 m³. O comprimento da base é o dobro
do da largura. O material da base custa R$ 10,00 o metro quadrado. Já o material das
laterais custa R$ 6,00 o metro quadrado. Ex- presse o custo total do material em função
da largura da base.
Solução:
Primeiramente vamos fazer uma figura relativa ao problema, completan- do-a com os
dados fornecidos.
17
Funç es
Solução:
a)Vemos na figura que f (4) 1 e g(3) 2 , aproximadamente.
b)Os valores de x tais que f(x) = g(x) correspondem aos pontos em que os dois gráficos se
cruzam (se intersectam). Isso ocorre em dois pontos: em
18
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Na Figura 5, x representa a largura da base, 2x representa o comprimento da base (que é o
dobro da largura) e h representa a altura da caixa.
• Custo das laterais da frente e de trás = 2xh 2 6
120
x
2x. .2.6
x2
5
.
Finalizamos o problema somando os custos de cada parte:
180
x
Custototal 20x 20x
x x
60 120 2 2
Figura 5 – Caixa retangular aberta
O segundo passo é calcular as áreas de cada face da figura. A área da base é 2x x 2x 2 . As laterais da direita e da esquerda
têm área xh cada uma. As laterais da frente e de trás têm área 2xh cada uma.
O terceiro passo é observar que o volume da figura, que é 10m³, pode ser obtido multiplicando-se a área da base pela
altura da caixa. Assim:
2x2 h 10 h
x2 2x2
10 5
Agora, substituímos h
x2
nas áreas das faces e multiplicamos cada uma delas pelo custo do m² do material utilizado em
sua fabricação:
5
• Área da base = 2x2 Custo da base = 2x
2 10 20x2 .
• Custo das laterais da direita e da esquerda = xh 2 6 x.
5
.2.6
60
x x2
Cap tulo 1
C lculo I
ATIVIDADE 3
A)Um retângulo tem perímetro (soma das medidas dos lados)
de 20 metros. Expresse a área do retângulo como uma função do
comprimento de um dos seus lados.
B)Uma caixa retangular aberta com volume de 2m³ tem a base
quadrada. Expresse a área superficial da caixa como função de um
dos lados da base.
1.3 Determinando o Dominio de uma Função
Muitas vezes, quando estamos resolvendo um problema, precisamos
determinar o domínio de uma função. Ou seja, precisamos determinar
os valores possíveis para a variável independente. Como fazer isso?
Considere a função y = 2x – 1. Note que não há restrição quanto aos valores
que x pode assumir, pois qualquer número real x pode ser multiplicado por
2 e, em seguida, pode-se subtrair 1 do resultado sem nenhum problema.
Nesse caso, dizemos que o domínio da função é o conjunto dos números
reais, que representamos pela letra .
Observe agora a função
x 2
1
y f (x) . Perceba que x não pode ser
2, senão ficaríamos com a conta 0 , que não faz sentido. Nesse caso,
dizemos que o domínio da função é todo o conjunto dos números re-
ais, exceto o número 2. Representamos assim: D( f ) {2} ou, ainda,
D( f ) {x / x 2} .
y
1
Tenha cuidado principalmente em dois casos:
1º caso - quando a variável aparece no denominador.
Nesse caso, devemos lembrar que não existe divisão por zero. Assim, basta
excluir os valores da variável que anulam o denominador.
Exemplo 8
Para encontrar o domínio da função
x 2 9
y f (x)
x 2 x x 7 3 2
, desco-
brimos os valores que anulam o denominador:
19
Funç es
20
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
x 2 9 0
x 2 9
x 3 ou x 3 .
Agora excluímos esses valores: D( f ) {3,3}ou D( f ) {x / x 3} .
2º caso - quando a variável aparece como radicando de uma raiz
índice par.
Nesse caso, devemos lembrar que não existe raiz real de números negativos
quando o índice da raiz for um número par. Basta obrigar que o radicando
seja um número não negativo.
Exemplo 9
Como encontrar o domínio da função f (x) 2 x ?
Como o índice da raiz é par (no caso é 2), basta obrigar o radicando 2 x a
ser um número não-negativo: 2 x 0 x 2 .
Assim, o domínio da função é D( f ) {x / x 2} .
ATIVIDADE 4
Encontre o domínio de cada uma das funções:
1) f (x) x 4
2) y
2 x 6
x 2
3)
x 1
1
f (x)
4) y
3 x 2
x3 13
5)
x 2
y
3 x
Cap tulo 1
21
Funç es
1.4 Funções Pares e ímpares
As funções podem, ainda, ser classificadas em funções pares ou ímpares,
dependendo do tipo de simetria que seu gráfico apresentar. Vamos ver isso
detalhadamente.
Na Tabela 4, temos alguns valores da função f (x) x² .
Repare que, aplicando a função em quaisquer dois números de sinais opos-
tos, o resultado obtido é o mesmo. Sempre que isso acontecer, dizemos que
a função é par.
C lculo I
Agora vamos analisar a função . f (x) x
3
Repare que, aplicando a função em quaisquer dois números de sinais opos-
tos, os resultados obtidos são opostos (Tabela 5). Sempre que isso acontecer,
dizemos que a função é ímpar.
Tabela 4 – Valores da função f(x) = x²
Tabela 5 – Valores da função f(x) = x³
Valor de x Valor de f (x) x²
-2 4
+2 4
-3 9
+3 9
-10 100
+10 100
-20 400
+20 400
Valor de x Valor de f (x) x3
-2 -8
+2 +8
-3 -27
+3 +27
-10 -1000
+10 +1000
-20 -8000
+20 +8000
22
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Função par - Uma função é chamada de par se cumprir
a condição f (x) f (x) , qualquer que seja o elemento x em
seu domínio.
Função ímpar - Uma função f é chamada de ímpar se cum-
prir a condição f (x) f (x) , qualquer que seja o elemento
x em seu domínio.
f
Na Figura 6, temos os gráficos das funções f (x) x² e f (x) x
3
. Repare que o gráfico de f (x) x² apresenta simetria em relação
ao eixo y. Essa é uma característica importante das funções pares.
Todas elas são simétricas em relação ao eixo y.
Já o gráfico da função apresenta outro tipo de simetria. f (x) x
3
Tente descobrir qual é e depois descreva-o com suas palavras.
1.5 Funções Crescentes e Decrescentes
O gráfico da função y f (x) representada na Figura 7 se eleva de A para
B, cai de B para C e se eleva novamente de C para D. Dizemos, então, que
a função é crescente nos intervalos e e decrescente no intervalo [a,b] e
[c, d ] e decrescente no intervalo [b, c] .
Cap tulo 1
Figura 6 – Gráficos das funções f(x) = x2 e f(x) = x3
C lculo I
• A função é crescente para valores acima
de 1, ou seja, no intervalo [1,[ e decrescente para va-
lores abaixo de 1, ou seja, no intervalo ] ,1] .
ATIVIDADE 5
A)Dadas as funções abaixo, determine os intervalos em que elas são
crescentes e os intervalos em que são decrescentes:
1) f (x) x 5
2) f (x) 2x 8
23
Funç es
Função crescente - Uma função f é crescente em um intervalo I se
x1 x2 então f (x1 ) f (x2 ) , quaisquer que sejam os elementos
x1 e x2 de I.
Função decrescente - Uma função f é decrescente em um inter-
valo I se x1 x2 então f (x1 ) f (x2 ) , quaisquer que sejam os
elementos x1 e x2 de I.
Observações:
• A função f (x) x² é crescente pra valores de x positi-
vos, e, decrescente, para valores de x negativos.
• Já a função é crescente em todo o seu
domínio.
f (x) x3• A função que fornece a população do planeta Ter-
ra é exemplo de uma função crescente em todo o
seu domínio.
f (x) (x 1)2
Figura 7 – Crescimento e decrescimento de uma função
24
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
3) f (x) x
2 4
4) f (x) (x 3)
2
5) f (x) (2x 4)
2
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Cap tulo 1
25
C lculo I
Olá, Turma!
São inúmeros os fenômenos do mundo real que podem ser descritos
matematicamente. O tamanho de uma população, a demanda por
um produto, a velocidade de um objeto caindo, a concentração de
um produto em uma reação química, a expectativa de vida de uma
pessoa ao nascer e o custo das reduções dos poluentes são alguns
exemplos. Neste capítulo, estudaremos um tipo especial de modelo
matemático: o modelo linear e suas aplicações.
Bons estudos!
2.1 Definiç o de Modelo Matem tico
Modelo matemático – É uma descrição matemática (frequente-
mente feita por meio de uma função ou de uma equação) de um
fenômeno do mundo real.
Os modelos matemáticos são utilizados praticamente em todas as áreas
científicas, por exemplo, na biologia, química, física, economia, enge-
nharia e na própria matemática pura. O propósito de um modelo ma-
temático é entender e, se possível, fazer predições sobre um comporta-
mento futuro, relativo a determinado fenômeno.
Quando temos um problema do mundo real e queremos modelá-lo
matematicamente, a primeira coisa a fazer é identificar as variáveis de-
pendentes e independentes e elaborar um conjunto de hipóteses que
simplifiquem o fenômeno. Depois, utilizamos nossos conhecimentos
matemáticos para obter equações que relacionam as variáveis. No caso
de não existir uma lei física para nos guiar, pode ser necessário coletar
dados e examiná-los na forma de uma tabela, a fim de percebermos
padrões. Pode-se fazer uma representação gráfica dos dados obtidos,
o que, muitas vezes, ajuda na descoberta de uma fórmula algébrica que
modele o problema.
MODELOS LINEARES
26
Tabela 6 – Exemplos de função afim
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Cap tulo 2
A Figura 8 apresenta o processo de modelagem.
Figura 8 – Processo de modelagem
2.2 Modelos Lineares
Quando dizemos que y é uma função linear de x, queremos dizer que
o gráfico da função é uma reta. Para modelar uma função cujo gráfico
é uma reta, utilizamos a expressão y f (x) m.x b , na qual m e b são
números reais; m é o coeficiente angular da reta e b é o coeficiente line-
ar (ou intersecto-y). A expressão y f (x) m.x b define uma função
polinomial do 1º grau ou simplesmente função afim.
Função afim – Uma função real é chamada de afim quando exis-
tem constantes m e b tais que y f (x) m.x b , qualquer que seja
o valor real de x.
Exemplo 1
A tabela 6 mostra alguns exemplos de funções afins.
Função afim Valores de m e b
y 2x 3 m = 2 e b = 3
f (x) 4x 5 m = -4 e b = -5
g(x) 12x 1 m = 12 e b = -1
f (x) 5x m = 5 e b = 0
y x m = 1 e b = 0
f (x) 2 m = 0 e b = 2
27
Modelos Lineares
C lculo I
Observações
• O gráfico de qualquer função afim é uma reta.
• A função y x é chamada função identidade ou bissetriz dos
quadrantes ímpares.
• A função y x é chamada bissetriz dos quadrantes pares.
• Se m 0 , a função y b é chamada função constante.
• Chamamos a função y 0 (em que m e b são iguais a zero)
função nula.
• Se y 0 , a função é crescente e se m 0 , é decrescente.
Vamos ver alguns exemplos em que modelamos fenômenos utilizando
modelos lineares.
Exemplo 2
Quando um passageiro entra num táxi, o taxímetro começa a marcar o
valor a ser pago pela corrida a partir de uma quantia inicial pré-estabe-
lecida pelo taxista, a qual costuma ser chamada de bandeirada. Geral-
mente, é cobrado um valor por quilômetro rodado. Se um táxi cobra,
por exemplo, R$3,00 de bandeirada mais R$1,20 por quilômetro roda-
do, podemos determinar o preço de qualquer corrida pela expressão
y 1,2 x 3 . Note que o valor inicial é igual a b.
Exemplo 3
Uma caixa d’água de 4.000 litros tem um furo no fundo por onde escoa
água a uma vazão constante. Suponha que ao meio-dia de certo dia ela
foi enchida e, às 6 da tarde desse dia, só havia 850 litros. Vamos encon-
trar uma função que forneça o volume (em litros) de água na caixa após
certo tempo t.
Repare que houve uma diminuição de 4000 – 850 = 3150 litros de água
no intervalo de 18 – 12 = 6 horas. Como, por hipótese, a vazão é cons-
tante, concluímos que, a cada hora, vaza o equivalente a 525 li-
6
3150
tros. A partir daí, monta-se a função. Basta tomar m 525 (diminui-
ção de 525 litros por hora, por isso o sinal negativo) e b 4000 (valor
inicial da função).
28
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Portanto, o volume de água restante na caixa após um tempo de t horas
é V 525t 4000 litros.
Exemplo 4
À medida que o ar seco move-se para cima, ele se expande e esfria. Se a
temperatura no solo for de 20°C e a temperatura a uma altura de 1 km for
de 10°C, vamos determinar a temperatura T (em °C) como uma função
da altura h (em km), supondo que um modelo linear seja apropriado:
1ª solução:
Inicialmente, sabemos que é preciso determinar m e b na expressão
T m.h b .
Mas, se h 0 , então T 20. Vamos substitu ir esses dois valores
na expressão:
T m.h b
20 m.0 b
b 200
Por outro lado, se h 1 , então T 100 . Substituindo esses dois valores e
também o valor de b na equação, temos:
T m.h b
10 m.1 20
m 10
Assim , chegamos à expressão T 10.h 20 .2ª solução:
Como estamos supondo uma variação linear, à proporção que o ar seco
sobe 1 km, a temperatura diminui 10°C. Considerando o estágio inicial do
nosso problema em h 0 , temos o valor inicial b 20C . Então, basta
tomar m 10(diminuição de 10°C a cada km que se sobe) e b 20 (va-
lor inicial da função). Desse modo, chegamos a T 10.h 20.
Vimos que o gráfico de uma função afim é uma reta. Para prosseguirmos
em nossa jornada, precisamos estudar um pouco mais a fundo algumas
propriedades das retas. Vamos nessa?
Cap tulo 2
29
Modelos Lineares
2.3 Retas
Coeficiente angular de uma reta – Sejam P1 (x1 , y1 ) e P2 (x2 , y2 )
pontos de uma reta L não vertical. Seu coeficiente angular é
C lculo I
x x2 x1
.
m
y
y2 y1
Coeficiente linear de uma reta – É o valor da coordenada-y do
ponto em que a reta corta o eixo vertical.
A Figura 9 apresenta os elementos utilizados para o cálculo do coefi-
ciente angular.
Figura 9 – Coeficiente angular de uma reta
Exemplo 5
Para calcular o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos
(4,3) e (2,5) , basta aplicar diretamente a fórmula
com x1 4 , y1 3 , x2 2 e y2 5 .
2 1
m
y
y2 y1
x x x ,
m
y
5 (3)
8
4
x 2 4 2
Observação
Uma reta vertical não tem coeficiente angular. Por que você acha
que isso ocorre? Pense na expressão
2 1
m
y
y2 y1
x x x .
30
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Teorema (retas paralelas e perpendiculares)
•Duas retas paralelas têm o mesmo coeficiente angular.
•Se duas retas são perpendiculares, então o produto dos seus co-
eficientes angulares será igual a -1.
Retas paralelas - O coeficiente angular de uma reta também pode ser
interpretado como a tangente do ângulo que a reta forma com o eixo x,
medido no sentido anti-horário. Observe na figura abaixo duas retas, L1
e L2 , formando ângulos com o eixo x, θ e θ , respectivamente. Se duas
1 2
retas são paralelas, elas formam ângulos iguais com o eixo x, ou seja,
θ1 = θ2. E como ângulos iguais têm tangentes iguais, consequentemente
elas têm mesmo coeficiente angular.
Figura 10 – Retas paralelas
Retas perpendiculares - Observe na Figura 11 duas retas L1 e L2 , for-
mando ângulos com o eixo x (medidos no sentido anti-horário), 01 e
02, respectivamente. Se duas retas são perpendiculares (cruzam-se for-
mando um ângulo de 90°), elas formam ângulos 01 e 02 que satisfazem
a relação tg(01). tg(02)= -1 . Daí conclui-se que, ao multiplicarmos seus
coeficientes angulares, encontraremos -1.
Se designarmos os coeficientes angulares de duas retas perpendiculares
por mr e ms , vemos que mr .
ms
1
Cap tulo 2
C lculo I
Se L é uma reta de coeficiente angular igual a
7
, qualquer reta perpen-
7
dicular a L terá coeficiente angular igual a , pois 7 5 5
1 .
5
7
Retas verticais e horizontais – Considere duas retas perpendiculares
(uma vertical e outra horizontal) que passam pelo ponto (a,b) . A reta
vertical tem equação x a e a horizontal tem equação y b .
Constantemente precisamos determinar equações de retas quando são
conhecidos pelo menos dois de seus pontos.
Equações de retas
Podemos encontrar a equação de uma reta de diversas maneiras.
Vejamos cada uma delas:
Equação reduzida: y m.x b
Nessa equação, m representa o coeficiente angular e b, o coeficien-
te linear (valor inicial da função);
Equação geral: Ax + By + C = 0
A, B e C são constantes reais, mas A e B não podem ser iguais a
zero ao mesmo tempo;
Equação segmentária: x y 1
p q
Nessa equação, p é a coordenada x do ponto em que a reta corta o
eixo x e q é coordenada y do ponto em que a reta corta o eixo y (p
e q devem ser diferentes de zero);
Equação ponto-coeficiente angular: y y0 m(x x0 )
Nessa equação, m é o coeficiente angular e (x0 , y0 ) é um ponto
qualquer da reta.
31
Modelos Lineares
Exemplo 6
5
Figura 11 – Retas perpendiculares
32
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Não importa qual das quatro expressões acima você utilize para
determinar a equação da reta! A equação encontrada no final será
sempre a mesma! Veja o exemplo a seguir e depois compare as
quatro soluções.
Exemplo 7
Determine a equação da reta que passa pelos pontos (2,0) e (0,3) .
Solução 1 (equação reduzida):
Substituindo x = 0 e y = 3 na equação y m.x b , encontramos b = 3.
Substituindo x = -2, y = 0 e b = 3 na equação y m.x b , encontramos
m = 3/2.
Concluímos, então, que a equação da reta é
y
3
x 3
2
Solução 2 (equação geral):
Substituindo x = -2 e y = 0 na equação Ax + By +C = 0, temos:
A (2) B.0 C 0
2 A C 0
C 2 A
A
C
2
Substituindo x = 0 e y = 3 na equação Ax + By + C = 0:
A 0 B.3 C 0
3B C 0
C 3B
B
C
3
Cap tulo 2
C lculo I
3 2
x
y
1 0
2 3
(na última passagem, os dois membros da
equação foram divididos por C)
Solução 3 (equação segmentária):
x
y
1
p q
x
y
1
2 3
x
y
1 0
2 3
Solução 4 (equação ponto-coeficiente angular):
Tente fazer você sozinho. Encontre primeiro o m pela fórmula
x2 x1
e depois use a equação m
y
y2 y1
x
y y m(x x ) 0 , substituindo 0
o valor de m e as coordenadas de qualquer um dos dois pontos dados.
ATIVIDADE 6
A) Se a reta da equação (2+k)x + (k-3)y + 2 = 0 passa pelo ponto
P(2,3), então o valor de k é:
a)-3/4
b) -5/3
c)-2/5
d) 3/5
e) 5/3
B) Um táxi cobra R$ 2,60 de bandeirada e mais R$ 0,40 por quilô-
metro rodado. Ao final de um percurso de p quilômetros, o taxí-
metro marca R$8,20. O valor de p é:
33
Modelos Lineares
Daí,
Ax + By +C = 0
x y C 0
C C
34
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
a) 10
b) 11
c) 12
d) 13
e) 14
C) Duas empresas financeiras, E1 e E2, operam emprestando um
capital C, a ser pago numa única parcela após um mês. A empre-
sa E1 cobra uma taxa fixa de R$ 60,00 mais 4% de juros sobre o
capital emprestado, enquanto a empresa E2 cobra uma taxa fixa
de R$ 150,00 mais juros de 3% sobre o capital emprestado. Dessa
forma,
a)determine as expressões que representam o valor a ser pago em
função do capital emprestado, nas duas empresas;
b)calcule o valor de C, de modo que o valor a ser pago seja o mes-
mo nas duas empresas.
D) Um provedor de acesso à Internet oferece dois planos para
seus assinantes:
Plano A - Assinatura mensal de R$ 8,00 mais R$ 0,03 por minuto
de conexão durante o mês.
Plano B - Assinatura mensal de R$ 10,00 mais R$ 0,02 por minuto
de conexão durante o mês.
Acima de quantos minutos de conexão por mês é mais econômico
optar pelo plano B?
a) 160
b) 180
c) 200
d) 220
e) 240
E)A academia “Fique em Forma” cobra uma taxa de inscrição de R$
80,00 e mensalidade de R$ 50,00. A academia “Corpo e Saúde” cobra
uma taxa de inscrição de R$ 60,00 e mensalidade de R$ 55,00.
a)Determine as expressões algébricas das funçõesque represen-
tam os gastos acumulados em relação aos meses de aulas, em cada
academia.
b)Qual academia oferece menor custo para uma pessoa que pre-
tende “malhar” durante um ano?
Cap tulo 2
ro inteiro não negativo e a0 , a1 ,..., an são constantes chamadas
de coeficientes.
C lculo I
F) Para transformar graus Fahrenheit em graus centígrados, usa-
se a fórmula C 5 (F 32) , em que F é o número de graus Fahre-
9
nheit e C é o número de graus centígrados.
a)Transforme 35 graus centígrados em graus Fahrenheit.
b)Qual a temperatura (em graus centígrados) em que o número
de graus Fahrenheit é o dobro do número de graus centígrados?
G) A troposfera, que é a primeira camada da atmosfera, estende-
se do nível do mar até a altitude de 40.000 pés; nela, a temperatura
diminui 2°C a cada aumento de 1.000 pés na altitude. Suponha
que em um ponto A, situado ao nível do mar, a temperatura seja
de 20°C. Pergunta-se:
a) Em que altitude, acima do ponto A, a temperatura é de 0°C?
b) Qual é a temperatura a 35.000 pés acima do mesmo ponto A?
H) Sejam as retas r, s, t e v dadas, respectivamente, pelas equações:
( r ) 2x – y + 1 = 0
( t ) x – y + 2 = 0
( s ) 3x + y – 6 = 0
( v ) x + y – 4 = 0
Marque a alternativa verdadeira:
a) r, s, t e v formam um feixe de retas paralelas.
b) r e s passam pela origem.
c) t é perpendicular a v e r é paralela à s.
d) r, s, t e v formam um feixe de retas concorrentes no ponto (1, 3).
e) t é paralela à s e perpendicular à v.
DICA: Escreva as quatro equações na forma reduzida (isolando o y).
2.4 Outros Tipos de Funç es
Função polinomial – Uma função P é denominada fun-
ção polinomial se é dada por uma expressão do tipo
a1 x a0 , em que n é um núme- P(x) a x
n a x n1 ... a x 2
n n1 2
35
Modelos Lineares
36
Figura 12 – Funções quadráticas
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Observações
O domínio de qualquer função polinomial é ;
O coeficiente não-nulo correspondente à parcela que tem o
maior valor de n é chamado coeficiente líder;
O valor de n na parcela que contém o coeficiente líder é chama-
do grau do polinômio;
Um polinômio de grau 1 é representado por P(x) m.x b e é,
portanto, uma função afim, cujo gráfico é uma reta;
Um polinômio de grau 2 é representado por P(x) ax
2 bx c
e é chamado função quadrática, cujo gráfico é uma curva de-
nominada parábola, que se abre para cima quando a 0 e para
baixo quando a 0 .
Exemplo 8
A tabela 7 mostra alguns exemplos de polinômios:
Tabela 7 – Exemplos de polinômios
Os gráficos (a) e (b) da Figura 12 são gráficos de funções quadráticas.
Repare que na expressão referente ao gráfico (a), que tem a concavidade
voltada para cima, o coeficiente líder é positivo (vale 1). Na expressão
referente ao gráfico (b), que tem a concavidade voltada para baixo, o
coeficiente líder é negativo (vale -2).
Cap tulo 2
Polinômio Coeficiente líder Grau
P(x) = 2x5+3x4-13x2+9 2 5
P(x) = -2x5-83x9-3x2+9x -83 9
P(x) = x100+9x2+1 1 100
P(x) = -3x2+9x-7 -3 2
P(x) = 9x-8 9 1
P(x) = 10 10 zero
37
Modelos Lineares
Figura 13 – Parábola cúbica
1
2º caso: a é um número da forma n , em que n é um número
inteiro positivo.
A Tabela 9 contém alguns exemplos de funções que se encaixam
nesse caso.
C lculo I
Função potência – É toda função da forma
é uma constante.
f (x) x a , em que a
Em relação às funções potência, vamos analisar separadamente dois ca-
sos: quando a é um número inteiro positivo e quando a
1 , sendo n
n
um número inteiro positivo.
1º caso: a é um número inteiro positivo.
A Tabela 8 contém alguns exemplos de funções que se encaixam nesse
caso.
O gráfico da função y x3 (Figura 13) é chamado de parábola cúbica.
Tabela 8 – Funções potência com expoente inteiro
Valor de a Função
1 y x
2 y x 2
3 y x3
4 y x 4
38
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
1
A Figura 14 apresenta o gráfico da função y x 2 y x .
Caso especial: a 1
ATIVIDADE 7
A) Identifique o grau e o coeficiente líder de cada polinômio:
1) f (x) x
2
2) f (x) x 2 4x 1
3) f (x) x3 43x
4) f (x) 10 x
5) y x
4
Tabela 9 – Funções potência com expoente 1
n
Figura 14 – Gráfico de y x
Cap tulo 2
Valor de a Função
1/2
1
y x 2 y x
1/3 1
y x 3 y 3 x
1/4 1
y x 4 y 4 x
1/5 1
y x 5 y 5 x
39
Modelos Lineares
C lculo I
Quando a 1 , a função potência correspondente fica y x 1 ou y . O
x
domínio da função é {x / x 1} e o gráfico está apresentado na Figura 15.
1
A Figura 16 apresenta uma hipérbole com os eixos x e y como assínto-
tas. Isso significa que o gráfico da função não corta nem o eixo x nem
o eixo y. Ele simplesmente fica cada vez mais próximo dos eixos, mas
nunca os toca.
Figura 15 – Gráfico de y 1
x
Figura 16 – Hipérbole equilátera
40
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
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Cap tulo 2
41
C lculo I
Neste capítulo estudaremos trigonometria básica. O objetivo é que
aprendamos a resolver problemas que envolvam funções trigonomé-
tricas, como seno, co-seno e tangente.Bons estudos!
A trigonometria é o ramo da matemática que trata das relações en-
tre os lados e os ângulos de triângulos. Seu estudo iniciou-se de
forma puramente prática, com o objetivo de determinar distâncias
que não podiam ser medidas diretamente. Serviu à navegação, à
agrimensura e à astronomia.
As primeiras civilizações a estudar a trigonometria foram a babilô-
nica e a egípcia. Mas foram os gregos e indianos que disseminaram
esse conhecimento.
3.1 O Tri ngulo Ret ngulo
Em trigonometria, os lados dos tr iângulos retângulos assumem
nomes particulares, apresentados na figura a seguir. O maior lado,
oposto ao ângulo reto, chama-se hipotenusa; os lados restantes
chamam-se catetos (Figura 17).
INTRODU O
TRIGONOMETRIA
Figura 17 – O triângulo retângulo
42
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
3.2 Teorema de Pit goras
Da vida de Pitágoras, quase nada pode ser afirmado com certeza, já
que ele foi objeto de uma série de relatos tardios e fantasiosos, como
os referentes as suas viagens e aos seus contatos com as culturas orien-
tais. Parece certo, contudo, que o filósofo e matemático grego nasceu
entre os anos de 571 a.C. e 570 a.C., na cidade de Samos. Em Crotona
(colônia grega na península itálica) fundou uma escola mística e filo-
sófica, cujos princípios foram determinantes para a evolução geral da
matemática e da filosofia ocidental, as quais tinham como principais
enfoques a harmonia matemática, a doutrina dos números e o dualis-
mo cósmico essencial.
Os adeptos da filosofia de Pitágoras interessavam-se pelo estudo das
propriedades dos números - para eles o número (sinônimo de harmo-
nia) era considerado como essência das coisas.
A observação dos astros sugeriu-lhes a idéia de que uma ordem domina
o universo. Evidência disso estaria no dia e na noite, no alterar-se das es-
tações e no movimento circular e perfeito das estrelas. Por isso o mundo
poderia ser chamado de cosmos, termo que contém as idéias de ordem,
de correspondência e de beleza.
Os pitagóricos concluíram que a Terra é esférica. Eles diziam que nosso
planeta era uma “estrela entre as estrelas que se movem ao redor de um
fogo central”. Alguns chegaram até a falar da rotação da Terra sobre seu
eixo, mas a maior descoberta de Pitágoras ou de seus discípulos (já que
há obscuridades que cercam o pitagorismo devido ao caráter esotérico
e secreto da escola) deu-se no domínio da geometria e se refere às rela-
ções entre os lados do triângulo retângulo.
Teorema de Pitágoras
Num triângulo retângulo de catetos x e y e hipotenusa h, vale a
seguinte relação:
x 2 y 2 h2
Em palavras:
Num triângulo retângulo, a soma dos quadrados dos catetos é
igual ao quadrado da hipotenusa.
Cap tulo 3
43
C lculo I
Considere um triângulo retângulo de catetos x e y e hipotenusa
h. Seja ainda α a medida do ângulo oposto ao cateto y, conforme
mostra a figura.
Seno de α
É o quociente do comprimento do cateto oposto ao ângulo α pelo
comprimento da hipotenusa do triângulo, ou seja,
hipotenusa h
sen(α) cateto oposto y
Co-seno de α
É o quociente do comprimento do cateto adjacente ao ângulo α
pelo comprimento da hipotenusa do triângulo, ou seja,
cos(α)
cateto adjacente
x
hipotenusa h
Tangente de α
É o quociente dos comprimentos do cateto oposto pelo cateto ad-
jacente, ou seja,
cateto oposto
y
cateto adjacente x
Definição alternativa de tangente de α
A tangente de um ângulo também pode ser obtida dividindo-se o
seno pelo co-seno.
cos(a ) x / h h x x
tg(α)
sen(a )
y / h
y
h
y
tg(α)
Introduç o Trigonometria
44
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
3.3 Trigonometria no Tri ngulo Ret ngulo
Considere um triângulo retângulo de catetos x e y e hipotenusa
h. Seja ainda α a medida do ângulo oposto ao cateto y, conforme
mostra a figura.
Co-tangente de α
É definida como o recíproco (inverso) da tangente de α:
cot g(α) = 1 x cateto adjacente
tg(α) y cateto oposto
Ou, equivalentemente,
cotg(α)
Secante de α
É definida como o recíproco (inverso) do co-seno de α:
cos(α) x
1
h
Co-secante de α
É definida como o recíproco (inverso) do seno de α:
1
x
h
É importante observar que na definição sen(α)
cateto oposto
y
es-
hipotenusa h
tamos dividindo um cateto pela hipotenusa. Como o cateto é sempre
menor que a hipotenusa, o resultado dessa conta sempre será menor
que 1. E com certeza será um número positivo, pois trata-se de uma
divisão entre números positivos (medidas de comprimento). O mesmo
ocorre na definição de co-seno.
cos(α)
sen(α)
sec(α) =
cossec(α) =
sen(α)
Cap tulo 3
45
3.4 ngulos Not veis
Existem alguns ângulos agudos para os quais é possível determinar fa-
cilmente os valores tomados pelas funções trigonométricas. Esses ângu-
los, de 30°, 45° e 60°, são conhecidos como ângulos notáveis.
Ângulo de 60° - Vamos considerar um triângulo eqüilátero (como o
da Figura18), cujos lados têm comprimento AB + BC + CA = 1 . O
ponto H é ponto médio do segmento BC, logo BH = CH = 1/2. E como
cosα = CH/AC e AC = 1, chegamos a cos α = cos(60°) = CH = 1/2 .
C lculo I
Assim, temos as seguintes propriedades:
Propriedades
Qualquer que seja o ângulo agudo α de um triângulo retângulo
sempre teremos:
0 < sen (α) < 1 e 0 < cos (α) < 1
Obs.: A função trigonométrica tangente sempre gera um valor
positivo, mas não necessariamente entre 0 e 1. Pense nisso!
Do teorema de Pitágoras, sabemos que x 2 y 2 h2 . Se dividirmos os
x 2 y 2
dois membros dessa expressão por h², chegamos a h2
h2
1. Mas
essa expressão é equivalente a [sen (α)]2+ [cos (α)]2 =1, que é o que cha-
mamos de teorema fundamental da trigonometria.
Obs.: Estamos trabalhando com ângulos de triângulos retângulos e,
portanto, agudos; mas existem situações em que precisaremos trabalhar
com ângulos obtusos. Pode-se mostrar que o teorema fundamental da
trigonometria continua válido, qualquer que seja o ângulo α.
Teorema fundamental da trigonometria
Qualquer que seja o ângulo α, vale a relação [sen (α)]2+ [cos (α)]2
=1 ou, simplesmente, sen2 (α)+ cos2 (α) =1.
Introduç o Trigonometria
46
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Da aplicação do teorema fundamental da trigonometria, resulta que:
sen2 (60°) = cos2 (60°) = 1 sen (60°) =
3
2
Para encontrar a tangente de 60°, basta dividir o seno pelo co-seno, en-
contrando tg (60°) = 3 .
Ângulo de 30° - Observando a Figura 18, ainda é possível concluir que:
Ângulo de 45° - Consideremos agora o triângulo retângulo isósceles,
representado na figura 19, em que
mesma medida, então
. Como os lados NP e NM têm
.
Sabendo que sen(45º) = cos(45º), aplicamos a fórmula fundamental da
trigonometria:
Figura 18 - Triângulo eqüilátero de lado 1.
Cap tulo 3
47
C lculo I
Para finalizar, calculamos a tangente pela definição:
.
Obs.: Você reparou que, para deduzir os valores das razões trigonomé-
tricas dos ângulos de 30°, 45° e 60°, utilizamos um triângulo eqüilátero
de lado 1 e depois um triângulo isósceles de hipotenusa 1. Você pode ter
se perguntado: É possível inventar medidas para os lados? Não estaría-
mos particularizandoo problema?
A resposta é, nesse caso, sim. Mesmo que tivéssemos utilizado variáveis
em vez de números, chegaríamos ao mesmo resultado! Utilizamos nú-
meros só para facilitar as contas.
Invente outras medidas e você verá! Tudo tem a ver com semelhança de
triângulos.
Resumindo tudo o que foi feito, temos a Tabela 10:
Vamos ver agora alguns exemplos de problemas que podem ser resolvi-
dos com as razões trigonométricas no triângulo retângulo.
Figura 19 - Triângulo retângulo isósceles.
Tabela 10 – Razões trigonométricas básicas
Introduç o Trigonometria
Ângulo 30º 45º 60º
Seno 1/2 2 / 2 3 / 2
Co-seno 3 / 2 2 / 2 1/2
Tangente 3 / 3 1 3
48
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Exemplo 1
Uma telha de um galinheiro quebrou. Em dias chuvosos, uma gotei-
ra produz no chão uma pequena poça de água, a 1,85 m de uma das
paredes do galinheiro, conforme demonstra a figura. Considerando
que a espessura da parede é 15 cm e que d é a distância entre o ponto
mais alto do telhado e a telha quebrada (conforme figura 20), calcule
o valor de d.
Solução:
Inicialmente, construímos um triângulo retângulo que tenha d como
hipotenusa. Repare o triângulo em destaque na figura 21.
Figura 20 – telhado do galinheiro
Figura 21 – telhado do galinheiro com triângulo
Cap tulo 3
49
C lculo I
Segundo os dados do problema, o cateto adjacente ao ângulo de 45°
mede 1,85m + 15 cm = 2 m.
Como temos o cateto adjacente e queremos a hipotenusa, vamos utilizar
a relação que envolve esses dois elementos: o co-seno.
m
Exemplo 2
Para determinar a altura de um morro, um topógrafo adotou o seguinte
procedimento:
•Escolheu dois pontos, A e B, situados no mesmo plano vertical
que passa por C;
• Mediu a distância AB e encontrou 162 m;
•Com auxílio de um teodolito, mediu os ângulos α, β e λ, e encon-
trou, respectivamente, 60º, 90º e 30º.
A Figura 22 ilustra o procedimento descrito.
Qual a altura do morro (h), em metros, encontrada pelo topógrafo?
Solução:
Observe que o triângulo ABC é retângulo, com ângulos de 30°, 60° e 90°.
Vamos encontrar a medida do lado BC utilizando a tangente de 30°:
BC = 54
Figura 22 – Morro
Introduç o Trigonometria
50
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Agora que sabemos a medida do lado BC e também sabemos que α=60°,
vamos utilizar o seno de 60° no triângulo BCD:
Exemplo 3
Um ônibus espacial em órbita terrestre descreve um trajeto tipicamente
circular a uma altitude de cerca de 300km acima da superfície (observe
Figura 23). Sabendo que o raio da Terra é 6380km, escreva a expressão
para a distância do horizonte àquela altitude e calcule o seu valor.
Figura 23 – ônibus espacial em órbita
Solução:
Vamos representar o raio da Terra por R e a altitude do ônibus espacial
acima da superfície da Terra por h. Queremos determinar a distância d.
O ângulo α é reto porque a reta a que pertence o segmento de compri-
mento d é perpendicular ao raio da Terra (é tangente à superfície).
Aplicando o teorema de Pitágoras, temos:
Substituindo pelos valores fornecidos, temos:
km.
Cap tulo 3
51
C lculo I
ATIVIDADE 8
A)Uma pessoa está distante 80m da base de um prédio e vê o
ponto mais alto do prédio sob um ângulo de 60° em relação à ho-
rizontal. Qual é a altura do prédio?
B)Um avião levanta vôo a partir de um ponto B e sobe fazendo
um ângulo constante de 30° com a horizontal. A que altura estará
e qual distância terá percorrido quando passar pela vertical que
tem origem em uma igreja situada a 2km do ponto de partida?
C)Uma torre vertical de altura 12m é vista sob um ângulo de 30°
por uma pessoa que se encontra a uma distância x da sua base e
cujos olhos estão no mesmo plano horizontal dessa base. Deter-
mine a distância x.
D)Dois observadores, A e B, vêem um balão sob ângulos visuais
de 30° e 45°, respectivamente. Sabendo que a distância entre A e B
é de 200m, calcule a altura do balão. Obs.: A e B encontram-se do
mesmo lado em relação ao balão.
E)A partir de um ponto, observa-se o topo de um prédio sob um
ângulo de 30°. Caminhando 23m em direção ao prédio, atingimos
outro ponto, de onde se vê o topo do prédio segundo um ângulo
de 60°. Desprezando a altura do observador, calcule, em metros,
a altura do prédio.
F)Queremos encostar uma escada de 8m de comprimento numa
parede, de modo que forme um ângulo de 60° com o solo. A que
distância da parede devemos apoiar a escada no solo?
G)Um avião levanta vôo formando um ângulo de 30° com a ho-
rizontal. Quando tiver percorrido meio quilômetro, a que altura
estará do solo?
H)Um observador situado num ponto A vê uma torre vertical
CD sob um ângulo de 30° e, caminhando 40m em direção à torre,
passa a vê-la sob 40°. Sabendo que a altura do observador é 1,70m,
calcule a altura da torre e a distância entre ela e o observador.
I) A cartografia data da Pré-história, quando era usada para deli-
mitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia, os mapas do mun-
do eram impressos em madeira, num disco liso. Mas foram Eras-
tosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram
as bases da moderna Cartografia com a forma de um globo e um
sistema de longitudes e latitudes.
Introduç o Trigonometria
52
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Os mapas planos não seriam possíveis se os cartógrafos não usas-
sem uma técnica matemática chamada projeção. Ela pode ser ilus-
trada assim: pense numa esfera (globo) sendo aberta e achatada
para a forma de um plano; partes da esfera original teriam que ser
esticadas para podermos fazer isso, criando grandes deformações
de área em um mapa mundial.
Hoje, a cartografia é feita por meio de fotometria e de sensorea-
mento remoto por satélite. Dependendo dos recursos tecnológi-
cos empregados, os mapas chegam a ter precisão de até 1 metro.
A cartografia é estudada no curso de Geografia. Mas há também o
de Engenharia Cartográfica, em que o profissional planeja e orien-
ta a execução de projetos de mapeamento, além de trabalhar na
digitalização das imagens obtidas.
Um mapa é feito em uma escala de 1 cm para cada 200 km. O
município onde se encontra a capital de certo estado está re-
presentado, nesse mapa, por um losango que tem um ângulo
de 120° e cuja diagonal menor mede 0,2 cm. Determine a área
(real) desse município.
J) Um topógrafo e seu ajudante, equipados com trena e teodoli-
to, querem determinar a altura de um morro. Para isso, eles posi-
cionam o teodolito num ponto A , colocam a luneta do teodolito
na posição horizontal e depois miram o alto do morro, obtendo,
desse modo, um ângulo de 45°. Em seguida, aproximam-se do
morro e posicionam o teodolito num ponto B. De A até a base
do morro o terreno é plano e horizontal. No ponto B, repetem a
operação realizada em A, obtendo um ângulo de 60°. Com a tre-
na, medem a distância entre os pontos A e B: 102,2 metros. Com
base nesses dados e na altura do teodolito, que é 1,5 m, calcule a
altura do morro.
Cap tulo 3
53
C lculo I
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.
Introduç o Trigonometria
54
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Cap tulo 3
55
C lculo I
Olá, pessoal!
Neste capítulo, estudaremos as funções exponenciais e as logarít-
micas, que desempenham papéis fundamentais na matemática e
nas ciências envolvidas com ela, como física, química, engenharia,
astronomia, economia, biologia e psicologia. Apresentam inúmeras
aplicações no mundo real. Você vai gostar!
Bons estudos!
Para começar, é bom relembrar as operações que envolvem potências e
suas propriedades.
Potências
Consideremos as expressões da forma a x .
• S e x n , com n inteiro positivo, então
a n a a a ... a (n fatores);
• Se x 0 , então a 0 1 ;
• Se x n , com n inteiro positivo, então a ;
a n
n 1
• Se q , em que p e q são inteiros e
x
p
q 0
p
, então a q a p q
Propriedades das potências
Se a e b forem números positivos e x e y números reais quaisquer,
então:
I) a x y a x a y
FUN Õ ES EXPONENCIAIS E
LOGAR TMICAS
56
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Ao multiplicar duas potências de mesma base, conserva-se a base
e somam-se os expoentes;
II) a
x y
a
a y
x
Ao dividir duas potências de mesma base, conserva-se a base e
subtraem-se os expoentes;
III)
Ao calcular a potência de uma potência, repete-se a base e multi-
plicam-se os expoentes;
IV)
Para calcular a potência de um produto, basta elevar cada fator
ao expoente.
Exemplo 1
Escreva cada expressão na forma de uma única potência de 2.
a)
b)
ATIVIDADE 9
Simplifique cada expressão:
a)
b)
Cap tulo 4
57
Funç es Exponenciais e Logar tmicas
C lculo I
c) 16 -0,5 + 81-0,25
d)
Função exponencial
Denomina-se função exponencial de base a toda função real dada
por f(x) = ax (com a ≠ 1 e a > 0), em que x pertence ao conjunto
dos números reais.
• Quando a > 1, temos uma função exponencial crescente;
• Quando 0 < a < 1, temos uma função exponencial
decrescente.
Domínio de funções exponenciais
O domínio das funções exponenciais é sempre o conjunto dos nú-
meros reais.
Imagem de funções exponenciais
A imagem de uma função exponencial é o conjunto dos números
reais positivos.
4.1 Equaç es Exponenciais
Uma equação em que a incógnita está no expoente é chamada de equa-
ção exponencial. A maioria das equações exponenciais é resolvida sim-
plesmente tornando as bases iguais e, em seguida, igualando-se seus
expoentes. Algumas necessitam de uma análise mais aprofundada. Ve-
jamos os exemplos:
Exemplo 2
Encontre o valor de x que satisfaça a equação
x 1
58
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Exemplo 3
Resolva a equação
x=1 ou x=9
ATIVIDADE 10
Resolva as equações exponenciais:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g) (0,1)2x – 1 = (0,01)4x + 3
h) 2x + 4.2–x = 5
4.2 Problemas que Envolvem Equaç es
Exponenciais
Exemplo 4
A automedicação é considerada um risco, pois a utilização desnecessá-
ria ou equivocada de um medicamento pode comprometer a saúde do
usuário: substâncias ingeridas difundem-se pelos líquidos e tecidos do
corpo, exercendo efeito maléfico.
Depois de se administrar determinado medicamento a um grupo de
indivíduos, verificou-se que a concentração (y) de certa substância em
seus organismos alterava-se em função do tempo decorrido (t), de acor-
0,5t
do com a expressão y y0 2 , em que y é a concentração inicial e t
0
é o tempo em horas. Calcule o tempo transcorrido até a concentração da
substância tornar-se a quarta parte da concentração inicial.
Cap tulo 4
C lculo I
concentração inicial, teremos 0 . Então, basta substituir
4
y
1
y 0 y
1
y
4
na equação y y0 2 . Fazendo isso:
0,5t
0,5t y y 0 2
59
Funç es Exponenciais e Logar tmicas
Solução:
Quando a concentração do medicamento se tornar a quarta parte da
0,5t
0 0 y y
2
1
4
0,5t 2 2
1
4
2 0,5t 2 2 0,5t t 4
Portanto, o tempo transcorrido é de 4 horas.
Exemplo 5
O valor V de um instrumento cirúrgico decresce exponencialmente
com o tempo t, de acordo com a expressão V = c . at, em que a e c são
constantes reais. Se esse instrumento foi comprado por R$ 12.000,00
e quatro anos após a compra seu valor for R$ 8.000,00, qual a melhor
aproximação para o valor oito anos após a compra?
a) R$ 2.660,00
b) R$ 4.000,00
c) R$ 5.330,00
d) R$ 6.000,00
e) R$ 6.660,00
Solução:
Quando t = 0, V = 12000 e quando t = 4, V = 8000. Substituindo os ter-
mos da equação V = c.at por esses valores produzimos duas expressões:
expressão I: 12000 c a 0
expressão II: 8000 c a 4
Queremos encontrar o valor de V c.a8 . Para isso, vamos pensar
no seguinte:
Da expressão I, encontramos c = 12000. Substituindo c por esse valor na
expressão II, encontramos o valor de a4:
60
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Para concluir a questão: temos o valor de a4, mas precisamos de a8. En-
tão é só elevar a4 ao quadrado!
3 9
4 a8 (a 4 )2
2
2
Logo, o valor do instrumento cirúrgico oito anos após a sua compra é:
V c.a8 V 12000
4
5333,3
9
A resposta é a letra C.
ATIVIDADE 11
A) Em uma comunidade de bactérias, há inicialmente 106 indiví-
duos. Sabe-se que após t horas (ou fraçãode hora) haverá Q(t)=
106 . 32t indivíduos. Para que a população seja o triplo da inicial, o
tempo necessário, em minutos, é:
a) 10
b) 20
c) 30
d) 40
e) 50
B) Admita que a temperatura do café em uma xícara, passados t mi-
nutos do instante em que foi servido, seja dada por T(t) = 25 + 25–t
Celsius. Analise as afirmações abaixo e marque as verdadeiras:
a)A temperatura será inferior a vinte e sete graus Celsius quando
passados mais de quatro minutos.
b)Entre t = 3 e t = 5, a temperatura diminuiu três graus Celsius.
Cap tulo 4
C lculo I
c)A temperatura será igual ou superior a vinte e nove graus Cel-
sius até o terceiro minuto.
d)A temperatura nunca será igual ou inferior a vinte e cinco graus
Celsius.
C) Visando a atingir uma meta de produção, uma empresa usa a
função f (t) 135 135.30,2t como parâmetro para estabelecer o
número mínimo de peças a serem produzidas por seus funcioná-
rios a cada dia t, a partir da data de sua admissão. Nessas condi-
ções, espera-se que a produção mínima de 130 peças seja alcança-
da por funcionários trabalhando, no máximo, há:
a) 5 dias.
b) 8 dias.
c) 10 dias.
d) 15 dias.
e) 20 dias.
D) A relação P 64000 (1 20,1t ) descreve o crescimento de uma
população de microorganismos, sendo P o número de microorga-
nismos t dias após o instante 0. O valor de P é superior a 63000 se,
e somente se, t satisfizer à condição:
a) 2 < t < 16
b) t > 16
c) t < 30
d) t > 60
e) 32 < t < 64
4.3 Gr fico da Funç o Exponencial
A Figura 24 apresenta gráficos de funções exponenciais. Uma observa-
ção importante é que o gráfico de qualquer função exponencial sempre
passa pelo ponto (0,1) .
61
Funç es Exponenciais e Logar tmicas
62
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Figura 24 – Funções exponenciais
4.4 Funç es Inversas
Definiremos primeiro a função um a um, pois necessitamos compreen-
dê-la para o estudo das funções inversas.
Função um a um
Uma função f é chamada um a um se nunca assume o mesmo
valor duas vezes.
Isto é,
f (x1 ) f (x2 ) , sempre que x1 x2
Obs.: Uma função um a um costuma também ser chamada de
função injetiva.
Exemplo 6
A função y = x³ é um a um (dois números diferentes não podem ter o
mesmo cubo).
Exemplo 7
A função y = x² não é um a um. Basta observar que 2² = (-2)², mas
2≠ -2 .
Vejamos, agora, função inversa.
a > 1 0 < a < 1
Cap tulo 4
C lculo I
é definida por
y de B.
f 1 ( y) x y f (x) , qualquer que seja o valor
Pense numa função como uma máquina que transforma determi-
nada matéria prima num produto final. A função inversa seria a
máquina que faz o papel inverso: transforma o produto final em
sua matéria de origem.
Por exemplo, se uma função transforma um número no seu do-
bro, a função inversa devolve ao número a sua metade. Se uma
função dobra o número de entrada e depois soma 5, a função in-
versa subtrai 5 e depois divide por 2.
Exemplo 8
Considere a função f dada por y = x², com domínio {0, 1, 2, ..., 8} e ima-
gem {0, 1,4, 9,16, 25, 36, 49, 64 }. A função inversa de f é a função y
com domínio {0, 1,4, 9,16, 25, 36, 49, 64 } e imagem {0, 1, 2, ..., 8}.
x ,
Como encontrar a função inversa de uma função um a um
Passo 1: Escreva y f (x) .
Passo 2: Resolva essa equação para x em termos de y, se possível.
Passo 3: Para expressar f 1 como uma função de x, troque x por
y. A equação resultante é y f 1 (x) .
Exemplo 9
Encontre a função inversa de y x
5 7 .
Solução:
Passo 1: De acordo com a técnica apresentada acima, escrevemos
y x5 7 .
63
Funç es Exponenciais e Logar tmicas
Função inversa
Seja f uma função um a um com domínio A e variação (imagem)
B. Então sua função inversa f 1 tem domínio B e variação A e
64
Essa técnica de trocar x por y para chegar à função inversa nos dá uma
idéia para obter o gráfico de y f
1 (x) a partir do gráfico de y f (x)
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Passo 2: Resolvemos essa equação isolando x:
x5 y 7 x 5 y 7
Passo 3:Trocamos x por y:
y 5 x 7
Portanto, a função inversa de f (x) x
5 7 é f
1 (x) 5 x 7 .
Exemplo 10
Para obter a inversa de
nica apresentada:
x 1
y f (x)
3x 2
, u tilizamos a téc-
y
3x 2
x 1
Trocamos x por y:
x
3 y 2
y 1
Isolamos y:
y
x 2
x 3
Portanto:
f 1 (x)
x 2
x 3
Cap tulo 4
C lculo I
o eixo x e a imagem do eixo y para o eixo x e transformamos todos os
pontos da forma (a,b) em pontos da forma (b, a) . Obtemos, com isso,
o seguinte gráfico:
Assim, os gráficos de f e de f 1 ficam simétricos à reta y x .
65
Funç es Exponenciais e Logar tmicas
Figura 25 – Funções inversas
Os gráficos da Figura 25 ilustram o domínio e a imagem de uma função
y f (x) .
Ao trocarmos x por y, transferimos o domínio de do eixo y para f
1
Figura 26 – Troca de eixos
66
Exemplo 11
Calcule log16 4 .
Solução:
Primeiramente representamos o logaritmo que queremos calcular por x.
log 164=x
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Veja a figura 27:
Figura 27 – Uma função e sua inversa
Concluímos, então, que, para obtermos o gráfico de f 1 a partir do grá-
fico de f, basta refletir o gráfico de f em torno da reta y x .
4.5 Logaritmos
Considere uma função exponencial a
x y (com a positivo e diferente
de 1). O número a é a base da função exponencial, x é o expoente ou
logaritmo e y é a potência ou logaritmando.
Dizemos que x é o logaritmo de y na base a e escrevemos x loga y , sig-
nificando que x é o expoente a que se deve elevar o número a para encon-
trar o resultado y. Temos a seguinte equivalência:
x log y a x y a
Cap tulo 4
C lculo I
Depois, utilizamos a equivalência x loga y y .
log
16
4 = x 16x = 4
Dessa forma, basta resolver a equação exponencial 16x = 4, encon-
trando 2 .
x
1
Observações
I) logb 1 0
O logaritmo de 1 em qualquer base é igual a zero.
II) logb b 1
Se a base e o logaritmando são iguais, o logaritmo vale 1.
III) logb m b
m
IV)b logb N N
V) logb N logb P N P
Propriedades dos logaritmos
4.6 Equaç es Logar tmicas
Geralmente, para resolver uma equação logarítmica, devemos transformá-la
em uma equação exponencial, usando a equivalência x loga y y . a
x
É importante lembrar que y deve ser um número positivo!
67
Funç es Exponenciais e Logar tmicas
a x
I) O logaritmo de um produto é
igual à soma dos logaritmos de
seus fatores.
N
II) logb P
logb N logb P
O logaritmo de um quociente
é igual à diferença entre o loga-
ritmo do dividendo e o logarit-
mo do divisor.
III) log N p p log N
b b
O logaritmo de uma potência
é o produto do expoente pelo
logaritmo da base da potência.
68
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Exemplo 12
Resolva a equação log2 (4x 8) log2 (3x 9) .
Solução:
Como condição para a existênciados dois logaritmos, devemos ter
4x 8 0 e 3x 9 0 .
Daí concluímos que x >-2. Isso significa que qualquer solução da equa-
ção logarítmica deve ser um número maior que -2.
Como os logaritmos têm mesma base, podemos, simplesmente, igualar
os logaritmandos:
4x 8 3x 9
Resolvendo a equação, encontramos:
x 1
Como 1 é um valor maior que -2, a solução da equação é {1}.
4.7 Mudança de Base
Muitas vezes temos o valor de logb N , mas queremos obter o valor de
loga N . Para isso, usamos a relação:
logb a
N
logb N
a log
Exemplo 13
Dados log10 2 = 0,30103 e log10 100 = 2, calcule log2100.
Solução:
6,6438
log10 2 0,30103
2
log 100
log10 100 2
Cap tulo 4
Observações:
• Quando um logaritmo tem base 10, dizemos que ele é um lo-
garitmo decimal. Ao representar um logaritmo decimal, cos-
tumamos omitir a base 10. Veja:
log10 x log x
C lculo I
Dados logb 2 0,693, logb 3 1,099 e logb 7 1,946 , utilize as pro-
priedades dos logaritmos para obter um valor aproximado das
seguintes expressões:
a) logb 6
Solução:
logb 6 logb (2.3) logb 2 logb 3 0,693 1,099 1,792 (propriedade I)
b) logb 27
Solução:
7
69
Funç es Exponenciais e Logar tmicas
Isso significa que 26,6438 100
Exemplo 14
logb
7
27
logb 7 logb 27 logb 7 logb 3 logb 7 3logb 3 1,946 3.1,099 1,351
3
(propriedades I, II e III)
4.8 O N mero e
Dentre todas as escolhas possíveis para base dos logaritmos, a mais
conveniente é o número e 2,718281... . Esse número é irracional
transcendente e é conhecido como número de Eüler, em homenagem
ao matemático suíço Leonhard Eüler, que o estudou. Também é cha-
mado número de Napier, constante de Néper ou número neperiano,
graças ao matemático John Napier, que fez a primeira referência a essa
constante em 1618.
No capítulo de limites, estudaremos mais detidamente esse número.
70
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
• Quando um logaritmo tem base e, dizemos que ele é um loga-
ritmo neperiano (ou natural). Ao representar um logaritmo
natural, costumamos escrever ln(x) em vez de loge ( x ) .
Função logarítmica
Denomina-se função logarítmica de base b a função f real dada
por f ( x ) logb x (com b ≠ 1, b > 0 e x > 0)
Quando b > 1, temos uma função logarítmica crescente.
Quando 0 < b < 1, temos uma função logarítmica decrescente.
Domínio das funções logarítmicas
O domínio das funções logarítmicas é o conjunto dos números
reais positivos.
Imagem das funções logarítmicas
A imagem das funções logarítmicas é o conjunto de todos os nú-
meros reais.
Observação: A função logarítmica é a inversa da exponencial.
Exemplo 15
Resolva a equação .
Solução:
Repare que temos uma equação exponencial cuja base é o número e.
Um artifício, nesse caso, é aplicar o logaritmo natural (base e) aos dois
membros da equação. Veja:
A partir daí, é só usar as propriedades dos logaritmos:
(Repare que ln(e) 1)
Se usarmos uma calculadora científica, encontraremos o valor x 0,8991 .
Cap tulo 4
C lculo I
71
Funç es Exponenciais e Logar tmicas
Exemplo 16
A altura média do tronco de certa espécie de árvore, que se destina à
produção de madeira, evolui, desde que é plantada, segundo o modelo
matemático h(t) = 1,5 + log3 (t+1), com h(t) em metros e t em anos. Se
uma árvore dessa espécie for cortada quando seu tronco atingir 3,5 m de
altura, o tempo (em anos) transcorrido do momento da plantação até o
do corte terá sido de:
a) 9
b) 8
c) 5
d) 4
e) 2
Solução:
Temos que encontrar o valor de t que faz com que h seja 3,5. Basta trocar
h por 3,5 na equação dada e isolar t.
t 8
Portanto, a resposta é a letra B.
Exemplo 17
As populações A e B de duas cidades são determinadas, em milhares
de habitantes, pelas funções: A(t) = log (2 + t)5 e B(t) = log (2t + 4)2,
4 2
nas quais a variável t representa o tempo em anos. Essas cidades terão o
mesmo número de habitantes em quantos anos?
a) 6
b) 8
c) 10
d) 12
e) 14
Solução:
Temos que descobrir o valor de t que faz com que A(t) = B(t). Para isso,
vamos igualar as expressões das duas funções:
log (2 + t)5 = log (2t + 4)2
4 2
72
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Agora temos um problema a ser resolvido: um dos logaritmos tem
base 4, enquanto o outro tem base 2! Vamos escrever os dois loga-
ritmos na base 2 e depois utilizar normalmente as propriedades dos
logaritmos e das potências.
Assim, a resposta é a letra E.
Exemplo 18
Sendo log 2 = 0,301 e log 7 = 0,845, qual será o valor de log 28?
Solução:
Fatoramos o 28:
Aplicamos o logaritmo do produto: log(22.7) log(22 ) log 7
Depois, o logaritmo da potência: log(22 ) log 7 2.log 2 log 7
Por último, substituímos pelos valores dados: 2.log 2 log 7 2.0,301 0,845 =
1,447
ATIVIDADE 12
A) Calcule A = x + y em que x e y são, respectivamente, as solu-
ções das equações exponenciais 2 x 128 e
B) Determine o valor dos logaritmos abaixo:
.
1
a) log
100
b) log16 4
c) loga a
1
d) log 0,01
e) ln e-2
Cap tulo 4
C)Use as propriedades dos logaritmos para escrever log(5x3y)
como uma soma de logaritmos.
D) Sendo log 2 = 0,3; log 3 = 0,4 e log 5 = 0,7, calcule:
a) log2 50
b) log3 45
c) log9 2
d) log8 600
e) log5 3
f) log6 15
E)Resolva a equação exponencial 7 x 7 x1 8x .
F) Qual é o maior: log5 7 ou log83? Justifique.
G)John Napier foi um matemático escocês que viveu entre 1550
e 1617. Produziu vários estudos e inventou e construiu várias má-
quinas destinadas à guerra. Napier arrependeu-se por tais estu-
dos e construções, condenando-se por ter dado a seus patrícios
o poder de destruição. Em 1614, publicou a primeira tabela de
logaritmos, e passou a ser considerado um grande matemático.
Essa descoberta revelou-se uma das mais importantes concepções
matemáticas, porque simplificou de maneira considerável a com-
putação aritmética.
Os logaritmos facilitam a computação aritmética, valendo-se da
propriedade de que:
a)o logaritmo de um número N qualquer, em uma base b qual-
quer, é igual a bn.
b)o logaritmo da soma de dois números quaisquer, M e N, em
uma base b qualquer, é igual ao produto dos logaritmos de M e de
N na base b.
c)o logaritmo do produto de dois números quaisquer, M e N, em
uma base b qualquer, é igual à soma do logaritmo de M com o
logaritmo de N, ambos na base b.
d)o logaritmo do quociente de dois números quaisquer, M e N,
em uma base b qualquer, é o quociente do logaritmo de M na base
b, pelo logaritmo de N na base b.
e)o logaritmo da diferença de dois números quaisquer, M e N, em
uma base b qualquer, é igual ao quociente do logaritmo de M na
base b pelo logaritmo de N na base b.
C lculo I
73
Funç es Exponenciais e Logar tmicas
74
gia liberada pelo terremoto em quilowatt-hora e E0=7×10-3 kwh.
a)Qual a energia liberada por um terremoto de intensidade 8 na
escala Richter?
b)Aumentando uma unidade na intensidade do terremoto, por
quanto fica multiplicada a energialiberada?
K) Se log 2 = a e log 3 = b, então o valor de x em 8x = 9 é:
a) 2b/3a
b) 2a/3b
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
H) Qual é a solução de 0,54x + 3 < 0,52x + 1?
a) x > –1
b) x < –1
c) x > 1
d) x < 1
e) –1< x < 1
I)O processo de resfriamento de um determinado corpo é descri-
to por T(t) = TA + a.3bt, em que T(t) é a temperatura do corpo, em
graus Celsius, no instante t, dado em minutos, TA é a temperatura
ambiente, supostamente constante, e a e b são constantes.
O referido corpo foi colocado em um congelador com tempera-
tura de –18ºC. Um termômetro no corpo indicou que ele atingiu
0ºC após 90 minutos e chegou a –16ºC após 270 minutos.
Pode-se afirmar que o valor absoluto do produto de a e b é
igual a:
a) 5/9
b) 3/5
c) 9/5
d)
5/3 e)
4/9
J) A intensidade I de um terremoto, medida na escala Richter, é
um número que varia de I=0 até I=8,9 para o maior terremoto co- nhecido. I é dado pela fórmula 3
log
E
, em que E é a ener-
0
2 E
I
Cap tulo 4
75
Funç es Exponenciais e Logar tmicas
C lculo I
c) b/a
d) a/b
e) 3b/2a
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
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___________________________________________________
.
76
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Cap tulo 4
77
C lculo I
Olá, pessoal!
Os quatro capítulos que estudamos até agora servirão de base para
a compreensão dos conteúdos relacionados ao foco do nosso curso:
Cálculo!
Neste capítulo, estudaremos limites e continuidade. O conceito de
limite é uma das idéias que distinguem o cálculo da álgebra e da
trigonometria. Vamos aprender como definir e calcular limites de
funções. As regras para os cálculos são simples, e a maioria dos li-
mites de que precisamos pode ser obtida por substituição, análise
gráfica, aproximação numérica, álgebra ou alguma combinação de
todos esses processos.
Todos vão gostar!
5.1 Noç o Intuitiva de Limite
Seja a função f(x) = 2x+1. Vamos atribuir a x valores que se aproximem
de 1: à sua direita, valores maiores que 1 e, à sua esquerda, valores me-
nores que 1, e calcular o valor correspondente de y:
LIMITES E CONTINUIDADE
Tabela 11 – Estudando a função f(x) = 2x+1
x y = 2x + 1 x y = 2x + 1
1,5 4 0,5 2
1,3 3,6 0,7 2,4
1,1 3,2 0,9 2,8
1,05 3,1 0,95 2,9
1,02 3,04 0,98 2,96
1,01 3,02 0,99 2,98
78
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Observe que à medida que x se aproxima de 1, tanto à esquerda como à
direita, y se aproxima de 3, ou seja, quando x tende a 1 (x →1), y tende
a 3 (y →3). Dizemos, então, que o limite da função f(x) = 2x+1, quando x
tende a 1 é igual a 3. Representamos isso da seguinte forma:
lim(2x 1) 3
x1
Limite de uma função
Escrevemos xa
f (x) L e dizemos “o limite de f(x), quando x lim
tende a a, é igual a L”, se pudermos tornar os valores de f(x) tão
próximos de L o quanto quisermos, bastando, para isso, tornar x
suficientemente próximo de a, mas não igual a a.
Exemplo 1
Encontremos o valor de
x1 x 2 1 .
Solução:
lim
x 1
Queremos descobrir de qual valor a função se aproxima quando x se
aproxima de 1. Ao tentar substituir o valor 1 na função, percebemos que
ela não está definida em tal valor. Poderíamos fazer uma tabela de valo-
res, como no exemplo introdutório, para tentar perceber algum padrão,
mas vamos fazer diferente.
Sabemos que x
2 1 (x 1)(x 1) . Com isso podemos simplificar
nosso limite:
x1 x 2 1
= x1 (x 1)(x 1)
lim
x 1
lim
x 1
Como x é diferente de 1 (pois x está se aproximando de 1), podemos
cancelar as parcelas iguais no limite acima.
x1 (x 1)(x 1) = x1 (x 1)
x 1 1
lim lim
A última expressão encontrada é equivalente à anterior (para valores
diferentes de 1) e, ao substituirmos o valor 1, encontramos 1 1 2 .
1
1
Cap tulo 5
C lculo I
x2
C)
x2 4x 3
lim
x 5
D)
x4 3x 1
lim
2 x 1
Propriedades dos limites
1ª propriedade
O limite de uma constante é a própria constante:
lim K K com K R
xa
Exemplo: lim 7 7 x 2
2ª propriedade
O limite da soma ou diferença é igual à soma ou diferença dos limites,
caso esses limites existam:
limf (x) g(x) lim f (x) lim g(x)
xa xa xa
Exemplo: lim (3x 1) x2 = x2
lim (3x) lim (1) 6 1 7
x2
79
Limites e Continuidade
Portanto,
2
lim
x 1
1
x1 x 2 1
ATIVIDADE 13
Calcule, intuitivamente, cada limite:
A) lim(3x 4)
x4
B) lim (3x 1)
80
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
3ª propriedade
O limite do produto é o produto dos limites, caso esses
limites existam:
limf (x) g(x) lim f (x) lim g(x)
xa xa xa
Exemplo: lim(3x 2 ) lim(3.) lim(x 2 ) 3.16 = 48
x4 x4 x4
4ª propriedade
O limite do quociente é igual ao quociente dos limites, caso esses
limites existam:
xa g(x) lim g(x)
xa
lim f (x) f (x)
lim xa
5ª propriedade
O limite da potência de uma função f(x) é igual à potência do li-
mite da função, caso esse exista:
com n N *
Exemplo:
6ª propriedade
O limite de uma constante vezes uma função é igual à constante
vezes o limite da função, caso esse limite exista:
limK. f (x) K lim f (x)
xa xa
Exemplo:
7ª propriedade:
O limite da raiz enésima de uma função é a raiz enésima do
limite da função:
lim n f (x) n lim f (x) com n N * e f (x) 0 se n for par xa xa
Exemplo: lim x
4 3x 6 lim(x 4 3x 6)x1 x1
= 10
Cap tulo 5
C lculo I
Calcule
x 2 x2
lim
3x 4 x4
.
Solução:
Estudando a função, vemos que seu domínio abrange todos os números
reais, com exceção de , que anula o denominador e o numerador. Isso
significa que a função é indefinida nesse ponto. Porém, podemos fatorar
o numerador 3x
2 4x4 . Para isso, resolvemos a equação 3x
2 4x4 0
, encontrando suas raízes:
81
Limites e Continuidade
Em algumas funções, o limite não é tão evidente. Às vezes é necessária
uma transformação na função para conseguirmos calcular o limite.
Exemplo 2
2
Com as raízes encontradas, fatoramos o numerador utilizando a forma
fatorada da função quadrática ( ):
3x 2 4x4 (3x2)(x2)
Simplificamos a fórmula da função f(x):
f x 3x 4 x4 (3x2)( x2) 3x2
x2 x2
2
E concluímos:
lim
3x 4 x4
lim
(3x2)( x2)
lim 3x2 8
x2 x2 x 2 x 2
2
x 2
82
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Exemplo 3
Cálculo de x1
8x1
x3 .
lim
Solução:
9 3
2 lim x3 4
x1
lim 8x1
x3
8x1
lim
x1
x1
Exemplo 4
Cálculo de
z1 z 2 1
lim
z 4 z3 2
.
Solução:
z 2 1
lim
z 4 z3 2
z1
=
= z1 (z 2 1)
lim
( z1)(z3)
=
= z1 (z1)(z1) =
lim
( z1)(z3)
= z1 (z1) 2
1 lim
( z3)
2
Exemplo 5
Cálculo de x3 x3
lim
x 5x6 2
.
Solução:
x 3x 2
lim limx 2 1
x3 x3
lim
x 5x6
x3 x3
2
x3
Cap tulo 5
C lculo I
Cálculo de lim .
4 x 2
x0 x
Solução:
4 x 2
lim
4 x 2
lim
( 4 x 2)( 4 x 2)
lim
4 x 4
lim
x0 x x( 4 x 2) x0 x( 4 x 2) x0 x0 x
1
4 4 x 2 lim 4 x 2
x0
1 1
lim
x0 4 x 2) x0 x(
lim
x
Nesse caso, racionalizamos o numerador, multiplicando o numerador
e o denominador por , que é a mesma expressão que tínhamos, só que
com o sinal do meio trocado. Essa técnica é muito utilizada quando pre-
cisamos calcular limites que envolvem soma ou subtração de radicais.
Resumo
Ao calcular um limite, podemos utilizar diferentes técnicas:
•constru ir uma tabela para perceber de qual valor a função está
se aproximando;
•subst itu ir diretamente x pelo valor do qual ele está se aproxi-
mando na função;
•fazer uma simplificação na expressão da função. Por exemplo, fato-
rar o numerador ou o denominador para cancelar termos comuns ou,
quando a expressão envolver radicais, utilizar a técnica apresentada no
último exemplo. Para auxiliar, relembramos algumas fórmulas utiliza-
das para fatoração:
I) Forma fatorada da função quadrática:
Para fatorar uma expressão da forma
ção do segundo grau
, basta resolver a equa-
, descobrindo suas raízes x’ e x” e
depois aplicar na fórmula a(x x
' )(x x '' ) .
Exemplo 7
x 2 5x 6 (x 2)(x 3)
83
Limites e Continuidade
Exemplo 6
84
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
II) Diferença entre dois
quadrados:
Exemplo 8
III) Diferença entre dois cubos:
Exemplo 9
IV) Soma de dois cubos:
Exemplo 10
ATIVIDADE 14
Calcule cada limite. Para isso, analise cada caso e utilize a es-
tratégia que julgar mais adequada (substituição direta, uso de
tabela ou simplificação de expressão). Ao lado de alguns itens,
segue uma sugestão.
a)
x3 (x 3)(x 1)
lim
( x 3)( x 4)
b) lim
x 1
(x 1)(x2 3)
x1
c) (forma fatorada no numerador e no
x 6x 7x 2
2x2 5x 3
1 2 lim
2
denominador)
Cap tulo 5
Esse resultado pode ser visualizado se utilizarmos uma calculadora cien-
tífica no modo radiano (rad). A tabela abaixo mostra alguns valores de x
C lculo I
d)
x2 x3 8
lim
x 2
(diferença entre cubos)
e)
x2 x 22
x2 x 2
lim (forma fatorada no numerador)
f)
5x 6
x2 2x 3
lim
x2 x
2
g) (soma de cubos e diferença entre dois quadrados)
h) (Multiplicação e divisão por x 4 )
i) lim
2
x2 4
x2 x
j) lim
2 2 x 5x 7
x2 x
x1
k)
l)
m) lim
2
x3 8
x2 x
n) 2
x2 x 4
lim
x 8 3
o)
x2 x2 2x 8
lim
x 4
5.2 Limite Trigonométrico Fundamental
Se x é um arco em radianos e sen(x) é a medida do seno desse arco, en-
tão, quando o arco x tender a zero, o limite da divisão do valor de seno
de x pela medida do arco x será igual a 1.
lim
senx
1
x0 x
85
Limites e Continuidade
86
Limites laterais
Se x se aproxima de a com valores maiores que a, escrevemos:
lim f (x)
xa
Esse limite é chamado limite lateral à direita de a.
Se x se aproxima de a com valores menores que a, escrevemos:
lim f (x)
xa
Esse limite é chamado limite lateral à esquerda de a.
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
(em radianos), e da razão sen(x) , conforme x se aproxima de zero.
x
Exemplo 11
Calcule
x0 x
lim
sen4 x
.
Solução:
Repare que o arco no numerador é 4x, enquanto no denominador temos só
x. Um artifício, nesse caso, é multiplicar tanto o numerador como o denomi-
nador por 4 e depois utilizar as propriedades operatórias dos limites.
lim
sen4x
lim
4.sen4x
lim
4senu
4.lim
senu
4.1 4
x 4.x u u x0 u0 u0 x0
Observe que fizemos acima uma mudança de variável, colocando 4x =
u, de modo a cairmos num limite fundamental. Verifique também que,
ao multiplicarmos numerador e denominador da função dada por 4, a
expressão não se altera.
5.3 Limites Laterais
Tabela 12 – função sen(x)
x
Cap tulo 5
x (em rad) sen(x)
x
0,1 0,998334166
0,01 0,999983333
0,001 0,999999833
0,0001 0,999999998
C lculo I
Dada a função
87
Limites e Continuidade
Exemplo 12
, calcule:
a)
lim f (x)
x 1
b)
lim f (x)
x1
c)
lim f (x)
x 2
d) lim f (x)
x 2 .
Solução:
A função é definida por duas sentenças. Costumamos dizer, então, que
ela é uma função definida por partes.
Para calcular os limites, devemos observar o valor para o qual x está
tendendo, a fim de podermos utilizar a primeira ou a segunda senten-
ça. Por exemplo, se x tende a 20, analisaremos a 1ª sentença, pois ela é
referente a valores maiores que 2. Se x tende a zero, analisaremos a 2ª
sentença, pois ela é referente a valores menores que 2.
a) Se x tende a 1 à direita, teremos que analisar a 2ª sentença da função,
definida para x<2. Ela tende a 2. Portanto,
lim f (x) = 2.
x 1
b) Repetindo o raciocínio empregado no item a, chegamos a
lim f (x)
x1 = 2.
c) Nesse caso, como x tende a 2 à direita, isso significa que x é maior
que 2 e devemos, portanto, analisar a 1ª sentença. Ela se aproxima de 3.
Portanto,
lim f (x) = 3.
x 2
d) Nesse caso, como x tende a 2 à esquerda, isso significa que x é menor
que 2 e devemos, portanto, analisar a 2ª sentença. Ela se aproxima tam-
bém de 3. Portanto, lim f (x) = 3. x 2
88
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
ATIVIDADE 15
Dadas as funções:
a) f (x)
2.x, se x 1
x, se x 1
Calcule:e
b)
x 1, se x 2
f (x)
2.x 1, se x 2
Calcule: lim f (x) , x1
lim f (x)
x 1 , x1 , x 2
lim f (x) lim f (x) e x 2
lim f (x) .
c) f (x)
3x 1, se x 3
2x 1, se x 3
Calcule: lim f (x) , x3
lim f (x) lim f (x)
x 3 , x 2 e x 2
lim f (x) .
d) f (x)
4x 3, se x 0
4x 1, se x 0
Calcule: lim f (x) , x3
lim f (x)
x 3 , x0
lim f (x) e x0
lim f (x) .
e) f (x)
2x 3, se x 1
5x 3, se x 1
Calcule: lim f (x) , lim f (x) x2 x2
, lim f (x) e lim f (x)
x1 x1 .
f) f (x)
x 5, se x 3
x 4, se x 3
Calcule: lim f (x) ,
x3
lim f (x)
x 3
,
x 2
lim f (x) e
x 2
lim f (x) .
Condição para a existência de um limite
lim f (x) L lim f (x) L e lim f (x) L
xa xa xa
O limite de uma função quando x tende a um valor a só existe se
os limites laterais em a existirem e forem iguais.
Cap tulo 5
C lculo I
A Tabela 13 apresenta os valores da função
se aproximando de zero.
x 2 , conforme x vai
f (x)
1
Observe que a função não se aproxima de um valor real específico. Ela
oferece valores cada vez maiores, à medida que x se aproxima de zero.
Logo, não existe o limite.
89
Limites e Continuidade
Observações.:
• Se, ao calcularmos o limite de uma função à direita e à es-
querda, e os resultados forem diferentes, dizemos que o li-
mite não existe.
• Mas, se os resultados forem iguais, dizemos que o limite existe
e que seu valor é o encontrado nos dois limites laterais.
5.4 Limites Infinitos
Vamos iniciar essa etapa com um exemplo.
Exemplo 13
Calcule, se existir,
x0 x 2 .
Solução:
lim
1
Tabela 13 – Valores da função f ( x )
2 x
1
x f (x)
1
x 2
1 1
0,5 4
0,2 25
0,1 100
0,05 400
0,05 10000
0,001 1000000
90
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Para indicar o comportamento da função do exemplo, usamos a notação
lim
1
x0 x 2
Obs.: Escrever lim x
não significa considerar como número.
x0 2
1
Tampouco significa que o limite exista. É simplesmente uma maneira de
expressar a não existência do limite.
Limite
Seja f uma função definida em ambos os lados de a, exceto possi-
velmente em a. Então,
lim f (x)
xa
significa que podemos fazer os valores de f(x) ficarem arbitraria-
mente grandes (tão grandes quanto quisermos), bastando fazer x
se aproximar de a.
Limite
Seja f uma função definida em ambos os lados de a, exceto possi-
velmente em a. Então,
lim f (x)
xa
significa que podemos fazer os valores de f(x) ficarem arbitrariamen-
te grandes (negativamente), bastando fazer x se aproximar de a.
5.5 Limites no Infinito
Como fizemos no item anterior, comecemos com um exemplo.
Exemplo 14
Vamos analisar o comportamento da função
lor de x fica grande.
x 2 1
quando o va-
1
f (x)
x
2
Cap tulo 5
Limite tendendo ao infinito
Seja f uma função definida em algum intervalo ]a,[ . Então,
lim f (x) L
x
significa que podemos fazer os valores de f(x) ficarem arbitraria-
mente próximos do de L (tão próximos quanto quisermos), bas-
tando fazer x suficientemente grande.
Limite tendendo a menos infinito
Seja f uma função definida em algum intervalo ] , a[ . Então,
lim f (x) L
x
significa que podemos fazer os valores de f(x) ficarem arbitraria-
mente próximos do de L (tão próximos quanto quisermos), bas-
tando fazer x suficientemente grande, só que negativamente.
C lculo I
A Tabela 14 apresenta os valores da função
vai crescendo.
x 2 1
, conforme x
Quanto maior o valor de x, mais próxima a função fica de 1. Isso signi-
fica que podemos fazer a função tão próxima de 1 o quanto quisermos,
bastando, para isso, tomar o valor de x suficientemente grande.
Representamos isso da seguinte maneira:
1
1
x x 2 1
lim
x
2
Tabela 14 – Valores da função f (x) x 1
x2 1
2
91
Limites e Continuidade
Solução:
1
f (x)
x
2
x
x2 1
f (x)
x2 1
1 0
2 0,6
5 0,923077
10 0,980198
100 0,9998
1000 0,999998
92
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Exemplo 15
Calcule 2 .
x 5x 4x 1
Solução:
2
lim
3x x 2 2
A função
5x 2 4x 1
é chamada de função racional, pois é ra- f (x)
3x x 2
zão entre dois polinômios.
Para calcular o limite no infinito de uma função racional, primeiro di-
vidimos o numerador e o denominador da função pela maior potência
de x, que aparece no denominador.
No caso, vamos dividir por x² e aplicar, conjuntamente, as propriedades
operatórias dos limites. Veja:
lim
3x x 2
x 5x 2 4x 1
3x 2 x 2
2
= lim (dividindo por x²)
5x 2 4x 1
x 2
x 2
x
= lim
x 2
2
x 4 1
5
3
1
2
x
x x
lim 3
= x
x2
1 lim 5
x
2
(4ª propriedade)
1 2
4
x
x x
= x x x x x
x x x x x 2
2
lim 5 lim
4
lim
1
lim 3 lim
1
lim
2
(2ª propriedade)
= 3 0 0 3 .
5 0 0 5
Cap tulo 5
C lculo I
3x2 2
.
Utilizando a mesma estratégia adotada no exemplo anterior,
chegamos a
3 (2 / x2 )
lim
5x 8x 3
lim
5 (8 / x) (3 / x ) 5
3x2 2
2 2
x x
= 3
A Figura 28 mostra o gráfico da função f (x)
5x 8x 3
3x2 2
2
. A reta hori-
zontal 3 é uma assíntota horizontal do gráfico de f.
y
5
5.6 O N mero de E ler
Estudamos no capítulo 4 o número e. Vamos ver agora um limite que o
define: e em que
x
x
x
lim1
1 e 2,71828... é o número de Eüler
93
Limites e Continuidade
Exemplo 16
Calcule
x
Solução:
lim
5x 8x 3 2
Figura 28 – Assíntota horizontal
94
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Podemos visualizar esse limite, construindo uma tabela:
Tabela 15 – O número e
É possível demonstrar que quando x tende ao infinito o valor da função
se aproxima do número irracional e, contudo nos limitaremos a uma
análise mais intuitiva.
Exemplo 17
Calcule lim1 xx
x0
1
Solução:
Inicialmente, percebe-se uma semelhança considerável do limite que
queremos calcular com o 2º limite fundamental. Temos, então, de algu-
ma forma, que usar o limite fundamental.
Vamos fazer uma troca de variável:
1
por u. Se fizermos essa troca, x se
x
1
transforma em u e, no limite, em que tínhamos x 0 , passaremos a
ter 1 0 , que é o mesmo que u . Dessa forma:
u
lim1 xx = lim1 e
x0
1
u
u
1
u
O teorema a seguir se refere a uma função f cujos valores estão limitados
entre os valores de outras duas funções, g e h. Se g e h tiverem o mesmo
limite quando x c , então f também terá esse limite.
Teorema do Confronto
Suponha que g(x) f (x) h(x) para qualquer x em um intervalo
aberto que contenha c, exceto possivelmente em x = c. Suponha
também que lim g(x) lim h(x) L . Então, lim f (x) L . xc xc xc
Cap tulo 5
x 1 2 5 10 50 100 200 300 500 1000 5000
(1+1/x)x 2 2,25 2,48832 2,59374 2,69159 2,70481 2,71152 2,71377 2,71557 2,71692 2,71801
C lculo I
Figura 29 – Teorema do confronto
5.7 Continuidade
O limite de uma função quando x tende a a pode muitas vezes ser en-
contrado simplesmente calculando-se o valor da função em a. Funções
com essa propriedade são chamadas contínuas em a. Existem ainda
funções que são contínuas em cada ponto do seu domínio, as quais são
chamadas simplesmente contínuas. Vejamos:
Função contínua
Uma função f é contínua em um número a se lim f (x) f (a) . xa
Se uma função f não for contínua em a, dizemos que ela é descontínua
em a ou que f tem uma descontinuidade em a.
Vamos ver alguns tipos de descontinuidade.
I) Descontinuidade removível
A Figura 30 apresenta o gráfico de uma função que tem uma descon-
tinuidade removível em x = 0. Há uma redefinição do valor f (0) , que
passa de 1 para 2. Essa redefinição faz com que um ponto do gráfico de
f seja removido.
95
Limites e Continuidade
O teorema do confronto é também conhecido como teorema do sanduí-
che ou teorema da espremedura. A Figura 29 mostra as funções f, g e h.
96
Figura 32 – Descontinuidade do tipo salto
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Figura 30 – Descontinuidade removível
II) Descontinuidade infinita
A Figura 31 apresenta o gráfico de uma função que tem uma desconti-
nuidade infinita em x = 0. O valor f (0) não é definido e lim x
.
x0 2
1
Figura 31 – Descontinuidade infinita
III) Descontinuidade do tipo salto
A Figura 32 apresenta o gráfico de uma função que tem uma desconti-
nuidade do tipo salto em x = 0. À esquerda de zero, a função tende a -1,
enquanto à direita tende a 1. O gráfico de f dá um salto em x = 0.
Cap tulo 5
C lculo I
A função
x2 5
f (x)
x 4 x 3 3 2
é uma função racional. Como não existe
número real que anule o denominador, ela é contínua em todos os nú-
meros reais.
Exemplo 19
A função f (x)
x x 2
x 2 x
2
é contínua em {0,1} .
Exemplo 20
Como f (x) 3 5x e g(x) x 1 são funções contínuas,
( f g)(x) 6x 4 , ( f g)(x) 4x 2 , ( f .g)(x) 5x 2 8x 3 e
x 1
(x)
3 5
g
f x
(x 1) são também contínuas.
97
Limites e Continuidade
Teorema
Se f e g forem funções contínuas em a e se c for uma constante,
então as seguintes funções são contínuas, também em a:
I) f g
II) f g
III)f .g
f
IV)g , se g(a) 0
V) c. f
Observações
•Qualquer polinômio é contínuo em todo o seu domínio.
•Qualquer função racional é contínua em seu domínio.
Exemplo 18
98
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
ATIVIDADE 16
A) Dê um exemplo de uma função f definida em que seja con-
tínua em todos os pontos, exceto em -1, 0 e 1.
B) A função f (x)
1, se x 1
2x, se x 1
é contínua em 1? Justifique.
C) A função
Justifique.
3x 1, se x 3
f (x)
2x 1, se x 3
é contínua em x = -3?
D) A função
Justifique.
4x 3, se x 0
f (x)
4x 1, se x 0
é contínua em x = 0?
E) Calcule os limites:
a) lim
2 x
x x 3
b)
x2 3
x 1 3x2
lim
c)
12x2 5x
x 3x2 x 2
lim
d)
x2
1 x2 x x 2
2x
lim
e) lim
2
x x
f)
x 5 3x
4
lim
g)
x x2 2 x2 1
lim 2x
x
h)
2x2 3x 1 lim
x3 2x 1 x
i)
x3 3
x 3x2
lim
j)
1 x2
lim
x x
Cap tulo 5
C lculo I
99
Limites e Continuidade
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100
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Cap tulo 5
101
C lculo I
Olá, pessoal!
No capítulo anterior, estudamos limites. Neste capítulo, eles serão
utilizados para definir a derivada de uma função, que é um dos
conceitos mais importantes do Cálculo. Com derivadas, medimos a
taxa de variação de uma função.
Obter derivadas calculando limites pode ser demorado e difícil. Por
isso, desenvolveremos técnicas para obtê-las mais facilmente.
Finalizaremos o capítulo estudando algumas aplicações das
derivadas.
Bons estudos!
6.1 Tangentes
Se uma curva C tiver uma equação y f (x) e quisermos encontrar o
coeficiente angular da reta tangente à curva no ponto P(a, f (a) , basta
considerarmos um ponto vizinho, Q(x, f (x) , em que x a , e calcular-
mos o coeficiente angular da reta secante PQ:
Então, fazemos o ponto Q aproximar-se de P ao longo da curva C, obri-
gando x a tender a a. Se o coeficiente se aproximar
de algum número m, esse número m será, por definição, o coeficiente
angular da reta tangente à curva no ponto a.
A Figura 33 ilustra o coeficiente angular da secante PQ.
DERIVADAS E SUAS APLICA Õ ES
102
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Figura 33 – Coeficiente angular da secante
Já a Figura 34 ilustra o processo de fazer Q tender a P.
Figura 34 – Secante tendendo à tangente
Definição
Coeficienteangular da reta tangente
Dada uma curva C de equação y f (x) , o coeficiente angular m
da reta tangente à curva no ponto P(a, f (a) é dado por
x a
m lim
f ( x) f (a)
xa
Definição alternativa
Coeficiente angular da reta tangente
Dada uma curva C de equação y f (x) , o coeficiente angular m
da reta tangente à curva no ponto P(a, f (a) é dado por
m lim
f (a h) f (a)
h h0
Cap tulo 6
C lculo I
Obs.: A expressão
h
m lim
f (a h) f (a)
h0
é obtida da expressão
x a
m lim
f (x) f (a)
pela substituição de x por a + h.
xa
Exemplo 1
Para calcular o coeficiente angular da reta tangente à curva f (x) x , no
ponto (3,1), utilizamos a definição alternativa, com a = 3:
3
h
m lim
f (a h) f (a)
h0
=
= lim 3 h =
h h0
1
3
= lim
(3 h) h0 h
h
=
= 3 .
1
Exemplo 2
Para calcular o coeficiente angular da reta tangente à curva f (x)
no ponto (4,2), utilizamos a definição alternativa, com a = 4:
x ,
h
m lim
f (a h) f (a)
h0
=
lim
( 4 h 2)( 4 h 2)
lim
4 h 4
4 h 2) h( 4 h 2) h0 h( h0
103
Derivadas e suas Aplicaç es
h 1
1
4 4 h 2) 4 h 2
lim
h0 h0 h(
lim
Definição
A derivada de uma função f em um número a
A derivada de uma função f em um número a, representada por f '(a) , é
h
f '(a) lim
f (a h) f (a)
h0
,
se o limite existir.
104
Exemplo 4
A população de uma cidade t anos após sua fundação é dada por uma
função P f (t) .
a) O que significa a derivada P' f '(t) ?
Solução:
A derivada P' f '(t) pode ser interpretada como a taxa de variação ins-
tantânea da função P f (t) , ou seja, a taxa instantânea (velocidade)
segundo a qual a população está crescendo (ou decrescendo).
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Exemplo 3
Cálculo da derivada da função f (x)
3 , em x 3 .
x
Solução:
Vamos utilizar a definição alternativa com a = 3:
h
f '(3) lim
f (a h) f (a)
h0
=
= lim 3 h =
h h0
1
3
= lim
(3 h) h0 h
h
=
= 3 .
1
Diferentes interpretações da derivada
A derivada de uma função num ponto a pode ser interpretada de
duas maneiras principais:
I)como o coeficiente angular da reta tangente à curva no ponto a;
II)como a taxa de variação instantânea de y f (x) no
ponto x a .
Cap tulo 6
C lculo I
6.2 A Derivada Como uma Funç o
Até agora, consideramos a derivada de uma função f em um ponto a
f '(a) lim
f (a h) f (a)
h h0
Vamos mudar nosso ponto de vista, considerando o número a como
uma variável x. Fazendo isso, estaremos determinando a função deri-
vada, uma função que fornece os valores dos coeficientes angulares da
curva y f (x) em todos os pontos do seu domínio.
A função derivada
Dada uma função y f (x) , define-se a função derivada f '(x) da
seguinte forma:
f '(x) lim
f ( x h) f ( x)
h h0
105
Derivadas e suas Aplicaç es
b) Em termos práticos, o que significa dizer que f '(9) 100 ?
Solução:
Significa que, 9 anos após a fundação da cidade, sua população crescia a
uma taxa de 100 pessoas por ano.
ATIVIDADE 17
A)Qual o coeficiente angular da reta tangente à curva representa-
tiva da função y = f(x) = x2 + 5, no ponto x = 0?
B)Determine a equação da reta tangente à curva representativa
da função y = x3, no ponto x = 2.
106
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Exemplo 5
Para calcular a derivada da função f (x) x
2 x , vamos utilizar a
definição:
h h
f '(x) lim
f ( x h) f ( x)
lim
( x h) ( x h) ( x x)
h0
=
h0
2 2
h
x 2 2xh h2 x h x 2 x
lim
h0
lim
= h0 h
2xh h2 h
= lim
h(2x h 1)
= lim(2x h 1)
h h0
h0 = 2x 1
Portanto, f '(x) 2x 1
Exemplo 6
Para calcular a derivada
definição:
da função f (x) ,
x
3
vamos utilizar a
h
f '(x) lim
f ( x h) f ( x)
h0
=
h
lim x h x =
h0
3
3
h
lim
x( x h) x( x h)
3x
3( x h)
h0
=
h0 hx(x h) = h0 x(x h)
3h 3
lim lim
= x 2 .
3
f(x+h) f(x)
Cap tulo 6
107
Derivadas e suas Aplicaç es
6.3 Regras de Derivaç o
Até este momento, estamos usando a definição para calcular as deriva-
das de funções. Mas seria extremamente tedioso se sempre utilizásse-
mos essa definição, devido à quantidade de contas necessárias.
A partir de agora, serão apresentadas regras para encontrar deriva-
das sem ter que usar diretamente a definição. Essas regras nos per-
mitirão calcular as derivadas de polinômios e de funções racionais,
algébricas, exponenciais, logarítmicas e tr igonométricas, de forma
relativamente rápida.
Obs.: Se y f (x) , temos duas notações para a função derivada, as quais
utilizaremos frequentemente:
Notação de Newton: f '(x) (lê-se: f linha de x)
dy df
Notação de Leibniz:
dx
ou
dx
(lê-se: “dy dx” ou “df dx”)
Regra do múltiplo constante
Se c é uma constante e f uma função diferenciável, então
d
(c f (x)) c.
d
f (x)
dx dx
C lculo I
Derivada de uma função constante
A derivada de uma função constante é igual a zero.
Se f tem o valor constante f(x) = c, então
df
d
(c) 0
dx dx
Exemplo:
Se f tem o valor constante f(x) = 8, então f ’(x) = 0.
Regra da potência (versão geral)
Se n é um número real qualquer, então
d
(x n ) n x n1
dx
Exemplo:
Se f (x) x
5
, então f ' (x) 5x4
108
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Exemplo:
d
(6x5 ) 6.
d
(x5 ) 6.5x 4 30x 4
dx dx
Regra da soma
Se f e g são ambas diferenciáveis, então
d
( f (x) g(x))
d
f (x)
d
g(x)
dx dx dx
Exemplo:
d
(6x5 x3 ) 30x 4 3x 2
dx
Regra da diferença
Se f e g são ambas diferenciáveis, então
d
( f (x) g(x))
d
f (x)
d
g(x)
dx dx dx
Exemplo:
d
(6x5 9x7 ) 30x 4 63x6
dx
Regra do produto
Se f e g forem diferenciáveis, então
f (x)
d
( f (x) g(x)) f (x)
d
g(x) g(x)
d
dx dx dx
A derivada de um produto de duas funções é a primeira função
vezes a derivada da segunda função mais a segunda função vezes
a derivada da primeira função.
Exemplo:
Façamos o cálculo da derivada de y 9x
2 (6x 2) .
1ª solução (usando a regra do produto)
d
[9x 2 (6x 2)] 9x 2 .6 (6x 2).18x 54x 2 108x 2 36x 162x 2 36x
dx
Cap tulo 6
109
Derivadas e suas Aplicaç es
C lculo I
2ª solução (simplificando a expressão primeiro)
d
[9x 2 (6x 2)]
d
[54x3 18x 2 ]
d
54x3
d
18x 2 162x 2 36x
dx dx dx dx
Regra do quociente
Se f e g forem diferenciáveis, então
dx g(x) [g(x)]
2
g(x) f (x) f (x) g(x)
dx dx d f (x)
d d
A derivada de um quociente é odenominador vezes a derivada do nu-
merador menos o numerador vezes a derivada do denominador, todos
divididos pelo quadrado do denominador.
Exemplo
Cálculo da derivada da função
x3 6
x2 x 2
y .
[x3 6]2
3 2 2 3
dx x
3 6
d x 2 x 2
(x 6) (x x 2) (x x 2) (x 6)
dx dx
d d
=
=
[x3 6]2
(x3 6) (2x 1) (x 2 x 2) (3x 2 )
=
[x3 6]2
(2x 4 x3 12x 6) (3x 4 3x3 6x 2 )
=
[x3 6]2
x4 2x3 6x2 12x 6
.
Todas as regras apresentadas acima podem ser demonstradas utilizan-
do-se a definição de derivada. Em nosso curso, apenas as utilizaremos,
sem demonstrá-las.
110
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
ATIVIDADE 18
A)Determine a equação da reta tangente às seguintes curvas, nos
pontos indicados.
a) f(x) = x² - 1; x = 1, x = 0.
1
b) f(x) = x(3x – 5 ); x = 2
B)Encontre a equação da reta tangente à curva y = x² - 2x + 1 no
ponto (-2,9).
C)Usando a definição, determine a derivada das se-
guintes fu nções:
a) f(x) = 1 – 4x²
b) f(x) =
2x 1
1
D) Calcule, usando as regras de derivação, as derivadas das fun-
ções a seguir:
a) f(r) = π r²
b) f(x) = 14 – ½ x –3
c) f(x) = ( 3x5 – 1)( 2 – x4 )
d) f(x) = 7(ax² + bx + c )
e) f(t) =
t 1
3t² 5t 1
f) f(s) = (s² - 1)(3s - 1)(5s² + 2s)
g) f(t) =
t 2
2 t²
h) f(x) = ½ x4 + 2/x6
6.4 Derivadas de Ordem Superior
Ao derivar-se uma função de uma variável independente, na maioria
das vezes obtém-se, como resultado, uma nova função dessa variável.
Mas se for possível derivarmos a função derivada, obteremos uma nova
função, chamada segunda derivada ou derivada de segunda ordem.
Representamos a segunda derivada de uma função y f (x) com o
Cap tulo 6
E assim sucessivamente.
Exemplo 7
Usando as fórmulas de derivação, calcule as derivadas de 1a e 2a ordem
da função f x x3 , no ponto x0 1 .
C lculo I
símbolo
d x2
. Assim,
d 2 f x d d f x
d x d x d x
2
Pode ser que a nova função possa ser derivada novamente. Aí
d 2 f x
d x2
encontramos a terceira derivada ou derivada de terceira ordem.
Representamos a terceira derivada de uma função y f (x) com o sím-
d 3 f x
bolo . Assim,
d x3
d f x d d d f x d d f x
d x d x
d x d x d x
2
2
3
3
d x
Em geral, o símbolo
função y f (x) .
d n f x
d xn
representa a derivada de ordem n de uma
Obs.: Essas derivadas também podem ser denotadas como segue:
I)
d f x
f x
d x ,
II)
d 2 f x
f x,
d x 2
III)
d f x
f x
d x
3
3
,
IV)
111
Derivadas e suas Aplicaç es
d 2 f x
d 4 f x
f x f x,
d x n4
iv 4
112
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Solução:
A derivada de 1ª ordem é f 'x 3x 2 . Aplicando-a em x0 1 , encon-
tramos f '1 3(1)2 3 . A derivada de segunda ordem é a derivada
da função f 'x 3x 2 , que é f "x 6x . Aplicando-a em x0 1 , en-
contramos f "1 6.( 1) 6 .
Exemplo 8
A posição de uma partícula em movimento é dada pela equação
s f (t) t 3 6t 2 9t , em que t é medido em segundos e s, em metros.
a) Qual a velocidade da partícula no instante t?
Solução:
A função velocidade é a derivada da função posição. Isso porque a de-
rivada pode ser interpretada como uma taxa de variação. A velocidade
é a taxa de variação da posição em relação ao tempo. Portanto, basta
derivar a função s f (t) t 3 6t 2 9t . Fazendo isso:
s f (t) t 3 6t 2 9t s' f '(t) v(t) 3t 2 12t 9 .
b) Quando a partícula estará em repouso?
Solução:
A partícula está em repouso quando sua velocidade é zero. Devemos,
então, ter s' f '(t) v(t) 3t 2 12t 9 = 0. Resolvendo a equação do
segundo grau, chegamos a t= 1 ou t = 3. Assim, a partícula estará em
repouso após 1 segundo e após 3 segundos.
c) Qual a velocidade da partícula após 2 segundos? E após 4 segundos?
Solução:
Basta na função velocidade trocar t por 2 e depois por 4.
v(2) 3.22 12.2 9 3m / s
v(4) 3.42 12.4 9 9m / s
Portanto, após 2 segundos, a partícula se move com velocidade de -3m/s;
após 4 segundos, ela se move com velocidade de 9m/s.
Cap tulo 6
C lculo I
B) Dadas as funções f(x) = x²+Ax
que:
e g(x) = Bx, determine A e B tais
f' (x) g' (x) 1 2 x
f(x) g(x) x ²
113
Derivadas e suas Aplicaç es
Exemplo 9
Encontre as derivadas de todas ordens, relativas à função
f x 3x3 2x2 5x 4 .
Solução:
f x 9x2 4x 5
f x 18x 4
f x 18
f iv x f v x 0
ATIVIDADE 19
A) Calcule f ”(1) se: f(x) = (1+x)² - x
C)Calcule as derivadas de 1ª, 2ª e 3ª ordens das seguintes funções:
a) f(t) = t8 - 2t5 + 3t + 1
b) y = (3x² - 4x)²
D)Um balonista deixa cair, de um balão, um saco de areia, de uma
altura de 160m acima do solo. Após t segundos, o saco de areia está a
100 – 4,9t² do solo.
a)Ache a velocidade do saco de areia em t=1 e em t=5 e faça o gráfico
da função velocidade.
b) Determine a velocidade do saco de areia quando ele atinge o solo.
E)Usando as fórmulas de derivação, calcule as derivadas de 1a e 2a or-
dem da função f x 2x3 3x2 , no ponto x0 1 .
F) Seja f (x) 3x4 4x3 x 10 .
114
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
a)Calcule f ’(x).
b)Escreva a equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto
correspondente a x0 = 1.
c)Lembrando que uma reta tem inclinação de 45° quando seu co-
eficiente angular é igual a 1, ache, sobre o gráfico de f, os pontos,
nos quais a reta tangente tenha inclinação de 45° .
6.5 A Regra da Cadeia
Suponha que você necessite calcular a derivada da função f (x) x 2 1
. As fórmulas que aprendemos até agora não permitem que calculemos
tal derivada. Mas se representarmos x 2 1 por uma outra variável, u,
por exemplo, perceberemos que a função f (x) x 2 1 é composta de
duas funções: y u e u x 2 1 .
Impõe-se esta pergunta: será que há alguma relação entre as derivadas
dx
,
dx
e
du
?
A resposta é sim e se resume numa regra chamada regra da cadeia.
dy du dy
A regra da cadeia
Se y f (u) e u g(x) forem funções diferenciáveis, então
dy
dy
du
dx du dx
Exemplo 10
Calcule a derivada da função f (x) x 2 32 .
1ª solução:
Uma das maneiras de fazer esse cálculo seria desenvolver a expressão e
calcular a derivada do resultado obtido. Veja:
f (x) x 2 32 f (x) x 4 6x 2 9 f '(x) 4x3 12x
Cap tulo 6
C lculo I
• du
=
du
u
dy d
( 2 ) 2u
• dx
=
dx
x
du d
( 2 3) 2x
• f '(x)
dx
du
dx
= 2u 2x 2u 2x = 4(x
dy dy du
3) x f '(x) 4x 2 12x .
3
Você poderia pensar que utilizar a regra da cadeia foi mais difícil. Po-
rém, em certos casos, é a única alternativa possível.
Exemplo 11
Para calculara derivada da função f (x) x 2 1 , primeiramente va-
mos escrever a função utilizando a forma de potência:
f (x) x 2 1
1
f (x) (x 2 1) 2 .
1
Depois, chamamos x 2 1 de u e determinamos as funções y u 2 e
u x 2 1 .
Por último, utilizamos a regra da cadeia:
• du = du
(u
dy
1
2
1
1
2
1
2 ) u u
2 2
1 1 d
• dx
=
dx
x
du d
( 2 1) 2x
•
f '(x)
dx
du
dx
=
2
u
dy dy du
2x
1
2
1
= u 2 x = (x 2 1) 2 x =
1
1
x
1
(x 2 1) 2
115
Derivadas e suas Aplicaç es
2ª solução:
Uma outra forma seria utilizar a regra da cadeia com u x 2 3 e y u
2
:
x 2 1
f '(x)
x
116
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Como vimos, a regra da cadeia é utilizada para derivar uma função que
é função composta de outras funções, ou seja, uma função da forma
y f (g(x) .
Uma maneira alternativa de calcular a derivada da função y f (g(x)
é seguir estes comandos:
•calcule (derivada de f aplicada em g); f '(g(x)
•calcule g '(x) (derivada da parte interna);
•multiplique f '(g(x) por g '(x) .
Exemplo 12
Derive a função y (x
3 1)100 .
Solução:
I) Vamos calcular f '(g(x) (derivada de f aplicada em g):
f '(g(x) = 100(x
3 1)9 (regra da potência)
II) Calculamos g '(x) (derivada da parte interna)
g '(x) = 3x2
III) Multiplicamos os resultados dos itens I e II:
y' 100(x3 1)9 3x 2 = 300x
2 (x3 1)9
A regra da potência combinada com a regra da cadeia
Se n for qualquer número real e u g(x) for diferenciável, então
d g(x)n n.g(x)n1.g '(x)
dx
Cap tulo 6
C lculo I
2 x
f x 3
3 2
x x
c) gx x2 2x 1 g x
x2 2x 1
x 1
d) y 3 3x4 2x3
33 (3x4 2x3 )2
3 2
dy
12x 6x
dx
e)
B) Calcule a derivada de cada função:
a) f(t) = t8 - 2t5 + 3t + 1 b) g(t) =
1
1
1
3t³ 2t²
c) h(x) 3. x
1 2
x² x³
d) p(x)
x² 3x 2
2x² x 1
e) y = (2x² + x - 5)³ f) h(t) 2t³ t 1
g) f(s) = (7s² + 6s - 1)³ h) g(s) = (4s² - 5s + 2)-1/3
i) f(r) = (7r²+6r)7 (3r - 1)4 j) f(u)
2u²3
7u1
3
117
Derivadas e suas Aplicaç es
Exemplo 13
Derive y (x
50 1)10
Solução:
y' 10.(x50 1)9 .50x49 500x49 (x50 1)9
ATIVIDADE 20
A) Calcular as derivadas das expressões abaixo. Repare que na
frente de cada item segue a resposta para você fazer e conferir.
a) f x 2x 38 f x 162x 37
b) f x 3 1
3
x
3x 1
3x 2
2
118
y 4x 2 6
Para o caso de 8x
2 2 y 12 , dizemos que y é uma função implícita de
x ou que f é definida implicitamente pela equação 8x2 2 y 12 .
Se na equação 8x
2 2 y 12 substituirmos y por 4x2 6 , vamos obter
8x 2 24x 2 6 12
8x 2 8x 2 12 12
12 12
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
k) h(u)
u 1
2u 1
l) f(y) = (5y-2)6 (3y-1)³
m) g(y) = (y²-1)(3y-1)(5y³+2y) n)
o) p(u) 3
(5u 3) (5u 3)
q) h(r) = (4r² - a)³ (a – 2r)
2 1
p)
r) f(x) = 7 (ax²+bx+c)-1/3
6.6 Diferenciaç o Impl cita
Dada a equação y 4x2 6 , dizemos que y é uma função explícita de x
e podemos escrever:
y f x onde f x 4x2 6
A equação 8x2 2 y 12 define a mesma função f, pois, resolvendo a
equação em ordem a y obtemos:
8x 2 12 2 y
2
8x 2 12
y
Cap tulo 6
C lculo I
Temos duas funções: y 1 x
2 e y 1 x2 , que são definidas im-
119
Derivadas e suas Aplicaç es
que é uma identidade, uma vez que é válida para qualquer x pertencente
ao domínio de f. Essa é uma característica de qualquer função definida
implicitamente por uma equação em x e y.
Obs.: f é uma função implícita se, e só se, a substituição de y por f(x)
levar a uma identidade.
Uma equação pode definir implicitamente mais de uma função.
Vejamos:
x 2 y 2 1
y 1 x 2
plicitamente pela equação x2 y 2 1 .
Dada uma equação definida em função de x e y, nem sempre é fácil
determinar explicitamente o valor de y, como se pode ver na equação
y 4 3y 4x3 5x 1 .
Mas a questão que nos interessa aqui é que podemos calcular a derivada
de uma função definida implicitamente sem precisar determinar o valor
de y explicitamente.
Para derivar implicitamente, utilizamos com freqüência a regra
d y n ny n1 d y.
dx dx
Exemplo 14
Considere a equação y
4 3y 4x3 5x 1 , que define implicitamente y
como função de x. Determine a sua derivada.
Solução:
Derivamos ambos os membros da expressão dada em relação a x e utili-
zamos conjuntamente a regra da cadeia:
120
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
d y 4 3y 4x3 d 5x 1
dx dx
4 y3 y 3y 12x 2 5
y4 y3 3 5 12x2
com 4 y3 3 0
4 y3 3
y
5 12x 2
Exemplo 15
Determine o coeficiente angular da tangente
y 4 3y 4x3 5x 1 em P(1,-2).
ao gráfico de
Solução:
O coeficiente angular em P é o valor da derivada quando x=1 e y=-2.
Como já temos a expressão que representa a derivada, basta substituir
nela os dois valores:
y
5 12x
4 y3 3
2
4 23 3 29
y
5 12
17
ATIVIDADE 21
A)Admitindo que cada uma das equações abaixo define implici-
tamente uma função y = f(x) , determine y' .
a) y 2 2xy 4 0
b) ( x y )
2 ( x y )2 x4 y 4
Cap tulo 6
C lculo I
a função dada implicitamente pela equação
a) Mostre que
1
3[ f (x)] 2 1 .
f '(x)
121
Derivadas e suas Aplicaç es
B) Seja y = f(x) uma função dada implicitamente pela equação .
Determine a equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto
onde y = 1.
C) Dada a equação , determine: x
2 y2 9
a) a derivada em relação a x.
b) duas funções de x definidas pela equação.
D) Seja y f (x)
y3 y x .
b) Determine a equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto
(10, f (10)) .
6.7 Taxas Relacionadas
Vamos, agora, estudar alguns tipos de problemas que envolvem taxas
de variação de grandezas. São problemas nos quais se torna necessário
determinar uma taxa específica, que não pode ser medida diretamente
com base em uma que pode ser medida. Para fazer isso, escrevemos
uma equação que relacione as variáveis envolvidas e a derivamos para
obter uma equação que relacione a taxa procurada com a taxa conheci-
da. Vamos ver os exemplos:
Exemplo 16
A que taxa o nível do líquido diminui dentro de um tanque cilíndrico
vertical se bombearmos o líquido para fora a uma taxa de 3000 litros
por minuto?
Solução:
Primeiramente, fazemos uma figura relativa ao problema (Figura
35), identificando as variáveis. Devemos observar tudo o que varia
com o tempo.
122
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Figura 35 – tanque cilíndrico
Vamos representar o raio do cilindro porr, a altura do líquido por h e o
volume do líquido por V. Com o passar do tempo, r permanece inalte-
rado, mas h e V se modificam. Percebemos, então, que h e V são funções
deriváveis do tempo t.
Sabemos que o líquido é bombeado para fora a uma taxa de 3000 litros
por minuto, ou seja, que a taxa de variação do volume em relação ao
tempo é de “menos 3000 litros por minuto”. Representamos isso da se-
guinte forma:
dV
3000
dt
Queremos calcular a taxa de variação da altura do nível da água em re-
lação ao tempo, ou seja,
dh
dt
Como h e V se modificam com o passar do tempo t, precisamos de uma
equação que relacione h, V e t.
Essa equação é a do cálculo do volume de um cilindro circular reto (área
da base vezes a altura vezes mil). Veja:
V 1000pr 2 h
Cap tulo 6
C lculo I
V 1000pr 2 h
dV
d
[1000pr 2 h]
dV
1000p
d
[r 2 h] 1000p r
2 .
dt dt dt dt
dt dt
dh
dV
Basta, então, substituir o valor
dV
3000 na equação e isolar
dh
:
dt dt
dt
3000 1000p r 2 .
dh
3
r 2 .
dh
dh
dt dt p
2
3
pr
metros por
minuto.
Concluímos que o nível do líquido no tanque desce segundo a veloci-
123
Derivadas e suas Aplicaç es
Agora que temos a equação, derivamos os dois membros em relação ao
tempo t:
dade de 2 metros por minuto. Ou seja, essa velocidade depende da
r
medida do raio do cilindro.
3
•Se r=1 metro, por exemplo, então
dt
95 cm / min .
dh
•Se r = 10 metros, por exemplo, então
dt
0,0095 cm / min .
dh
Esse resultado é completamente coerente, pois, com certeza, se o raio
for grande, o nível do líquido diminuirá devagar e, se o raio for peque-
no, o nível diminuirá rapidamente.
Exemplo 17
Uma viatura de polícia, vindo do norte e se aproximando de um cruza-
mento em ângulo reto, está perseguindo um carro em alta velocidade,
o qual no cruzamento toma a direção leste. Quando a viatura está a 0,6
km ao norte do cruzamento, e o carro fugitivo, a 0,8 km a leste, o radar
da polícia detecta que a distância entre a viatura e o fugitivo está aumen-
tando a 20 km/h. Se a viatura está se deslocando a 60 km/h no instante
dessa medida, qual é a velocidade do fugitivo?
Solução:
Como no exemplo anterior, fazemos uma figura relativa ao problema
(Figura 36), identificando as variáveis.
124
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Vamos representar a distância entre a viatura e o cruzamento por y, a
distância entre o carro dos fugitivos e o cruzamento por x e a distância
entre os dois veículos por s. Com o passar do tempo, as três variáveis são
alteradas, portanto x, y e s são funções deriváveis do tempo t.
As taxas de variação presentes no problema são:
I)
dt
20 (a distância s entre os veículos aumenta a uma taxa de 20
km/h)
ds
II)
dt
60 (a distância y entre a viatura e o cruzamento diminui a
uma taxa de 60 km/h)
dy
Queremos determinar a velocidade do carro dos fugitivos. Ou seja, que-
remos descobrir dx .
dt
Precisamos de uma equação que relacione x, y e s. Como na figura te-
mos um triângulo retângulo, aplicamos o teorema de Pitágoras:
x 2 y 2 s 2
Agora que temos a equação, derivamos os dois membros em relação ao
tempo t:
y )
d
(s 2 ) 2x.
dx
2 y.
dy
2s.
ds x.
dx
y.
dy
s.
ds d (x 2 2
dt dt dt dt dt dt dt dt
Figura 36 – perseguição policial
Cap tulo 6
ATIVIDADE 22
A) Seja V o volume de um cilindro que tem altura h e raio r e su-
ponha que h e r variem com o tempo.
a)Como estão relacionadas dV/dt, dh/dt e dr/dt ?
b)Em certo instante, a altura é de 6 cm e está crescendo a 1cm/s,
enquanto o raio é de 10 cm e está decrescendo a 1 cm/s. Com que
velocidade o volume está variando no instante em questão? O vo-
lume está crescendo ou decrescendo?
B) Uma escada de 8 m está encostada em uma parede. Se a extre-
midade inferior da escada for afastada do pé da parede a uma
C lculo I
substituir os termos da equação
dt
pelos valores encontrados: x.
dx
y.
dy
s.
ds
dt dt
x.
dx
y.
dy
s.
ds 0,8.
dx
0,6.(60) 1.20
dt dt dt dt
dx
56
70 km/h
dt 0,8
Portanto, a velocidade do carro dos fugitivos é de 70 km/h.
Abaixo seguem algumas diretrizes que podem auxiliar na resolução de
problemas de taxas relacionadas.
I)Faça uma figura, se isso for possível.
II)Defina as variáveis. Primeiro t, pois as outras variáveis usualmente
dependem de t.
III)Escreva todos os fatos numéricos conhecidos sobre as variáveis e
suas derivadas em relação a t.
IV) Monte uma equação envolvendo as variáveis que dependem de t.
V)Derive em relação a t ambos os membros da equação encontrada na
etapa 4.
VI)Substitua as incógnitas da equação da etapa 5 pelos valores conhe-
cidos e descubra a quantidade desejada.
125
Derivadas e suas Aplicaç es
ds dy
Segundo o problema, temos y = 0,6, x = 0,8, s = 1,
dt
20 e
dt
60 . Basta
126
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
velocidade constante de 2 m/s, com que velocidade a extremidade
superior estará descendo no instante em que a inferior estiver a
3 m da parede?
C)A base x e a altura y de um retângulo estão variando com o
tempo. Em um dado instante, x mede 3 cm e cresce a uma taxa
de 2 cm/s, enquanto y mede 4 cm e decresce a uma taxa de 1cm/s.
Determine, no instante em questão, a taxa de variação da área A
do retângulo em relação ao tempo.
D)Dois carros estão se encaminhando em direção a um cruza-
mento, um seguindo para a direção leste a uma velocidade de 90
km/h e o outro seguindo para a direção sul, a 60 km/h. Qual a
velocidade com que eles se aproximam um do outro no instante
em que o primeiro carro está a 0,2 km do cruzamento e o segun-
do a 0,15 km?
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Cap tulo 6
127
Derivadas e suas Aplicaç es
C lculo I
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128
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Cap tulo 6
129
C lculo I
Olá, turma!
Vimos como a necessidade de calcular taxas de variação instantâ-
neas levou os descobridores do Cálculo a uma investigação sobre os
coeficientes angulares de retas tangentes e, por fim, às derivadas.
Tudo o que estudamos até agora faz parte do que chamamos cálculo
diferencial.
Neste capítulo, o último do nosso curso, estudaremos noções de cál-
culo integral. Aprenderemos a calcular integrais de funções simples
e veremos que a integração é a operação inversa à da derivação.
Bons estudos!
7.1 C lculo de Primitivas
Definição
Primitiva (antiderivada) – Seja f uma função real definida no
intervalo a,b. Chama-se primitiva (ou antiderivada) da função f
em a,b a outra função F definida em a,b , tal que F (x) f (x)
, para qualquer x a,b .
Pela definição apresentada acima, vimos que obter uma primitiva de
uma função é encontrar uma nova função cuja derivada retorne à fun-
ção dada. Veja os exemplos:
Exemplo 1
Encontre uma antiderivada da função f x 3x2 2x 5 .
INTEGRAIS
130
Basta acrescentar qualquer constante à função F x x 4 que produzire-
mos uma família de antiderivadas.
Em geral, dizemos que se F x é uma antiderivada, qualquer função
da forma F x C , em que C é um número real qualquer, também é
uma antiderivada.
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
Solução:
Temos que encontrar uma outra função F x cuja derivada F x seja
f x.
Se tomarmos F x x3 x2 5x 2 , temos F x 3x2 2x 5 f x.
Isso significa que uma antiderivada da função
função F x x3 x2 5x 2 .
f x 3x2 2x 5 é a
É importante observar que uma função não tem só uma antiderivada.
Uma função tem infinitas antiderivadas, que diferem entre si por uma
constante. Logo vamos analisar esse fato.
O conjunto de todas as antiderivadas de uma função f é chamada de
integral indefinida e é representada por
.
No símbolo
de integração.
, a função f é chamada integrando, e x é a variável
Exemplo 2
Encontremos antiderivadas da função f x 4x3 .
Solução:
Por tentativas, podemos descobrir facilmente que uma das antideri-
vadas da função f x 4x3 é a função F x x 4 . Para conferir, basta
derivar F x.
Mas existem outras possibilidades:
Gx x 4 1
H x x 4 6
Cap tulo 7
131
Integrais
Exemplo 3
A Tabela 16 apresenta algumas funções potência com suas respectivas
integrais indefinidas.
C lculo I
Perceba que, ao derivar as funções da coluna da direita, chegamos às
funções da coluna da esquerda.
Com o raciocínio apresentado na Tabela 16 chegamos à nossa primeira
fórmula para calcular antiderivadas:
Exemplo 4
Use a fórmula para encontrar uma antiderivada da
Tabela 16 – Antiderivadas de funções potência
Função Integral indefinida
f (x) F (x)
x x 2
C
2
x 2 x3
C
3
x3 x 4
C
4
x 4 x5
C
5
x5 x6
C
6
x n x n1
C
n 1
132
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
função f (x)
x
.
Solução:
1
Primeiramente, vamos modificar a forma como é apresentada a função f:
f (x) x 2
1
x x
1
2
1 1
Assim, escrevemos f na forma de função potência:
1
f (x) x 2
Agora é só usar a fórmula :
Portanto, uma das antiderivadas da função
1
x
f (x) é a função
F (x) 2 x . Experimente derivar F e você encontrará f.
Propriedades da integral indefinida
I) Multiplicação por constante
II) Soma e diferença
Cap tulo 7
C lculo I
=
= 4 5 C =
3 4 2 6
x 2 x6 x3 x 4
= 2x C .
3 4
5x6 x3 x 4
6
2
ATIVIDADE 23
A) Utilizando a fórmula , encontre uma antide-
rivada para cada função abaixo. Se julgar necessário, modifique a
forma da função, como feito no exemplo 4.
1)
x3
f (x)
1
2) f (x) 3 x 2
3) f (x) x3 x 2
4) f x x 2 x3 5
B) Determine uma função f que satisfaz a equação f "(x) x 1 .
C) Calcule as integrais indefinidas:
1)
2)
3)
133
Integrais
Exemplo 5
Calcule
Solução:
Utilizando as propriedades da integral indefinida, temos:
=
=
134
Tecnologia em An lise e Desenvolvimento de Sistemas
4)
5)
6)
Cap tulo 7
135
C lculo I
THOMAS, George B; FINNEY, Ross L.; WEIR, Maurice D.; GIORDA-
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