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1 Departamento de Desenvolvimento Profissional CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA ProfªAdriana Valente e-mail: adrianatvalente@hotmail.com Rio de Janeiro, 1º semestre de 2017. 13/03/2017 2 Rua 1º de Março, 33 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – Cep: 20.010-000 Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545 cursos@crcrj.org.br – www.crc.org.br O presente material foi estruturado exclusivamente para aplicação da aula Contabilidade Tributária no Conselho Regional de Contabilidade (CRCRJ). A parte conceitual foi extraída, principalmente, da Constituição da República Federativa do Brasil, do Código Tributário Nacional, de Leis, Normas e de bibliografias consagradas sobre o Tema. A reprodução textual é apenas um resumo, cuja finalidade é auxiliar na fixação dos assuntos aqui abordados e na resolução dos exercícios propostos. Os exercícios foram extraídos de livros, periódicos e de bancas organizadoras de concurso público. Caso o aluno tenha interesse em aprofundar seus conhecimentos sobre qualquer tema abordado neste material, recomenda-se a participação em cursos específicos oferecidos pelo CRC/RJ e/ou leitura complementar. Bom Estudo! 3 1 ESTRUTURA DO CURSO 1.1 Objetivos Transmitir aos participantes os conhecimentos básicos necessários para apuração dos seguintes impostos: Imposto de Renda Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado, Retenção do Imposto de Renda na Fonte, ICMS, ISSQN, PIS e COFINS. 1.2 Carga Horária 12 Horas/aula. 1.3 Metodologia Exposição teórica com aplicação de exercícios práticos. 1.4 Programa 1. Contabilidade Tributária 2. Sistema Tributário Nacional 3. Princípios Constitucionais Tributários 4. Tributos, Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria 5. Impostos de Competência dos Entes da Federação 6. Apuração do Imposto de Renda pela Modalidade Lucro Real 7. Apuração do Imposto de Renda pela Modalidade Lucro Presumido 8. Apuração do Imposto de Renda pela Modalidade Lucro Arbitrado 9. Apuração do Imposto de Renda Retido na Fonte 10. Apuração do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias - ICMS 11. Apuração do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN 12. PIS e COFINS 4 1. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA 1.1 Introdução A Contabilidade Tributária possui como principais objetivos o estudo da teoria e aplicação prática dos princípios e normas da legislação tributária. É responsável pelo cumprimento das obrigações principais e acessórias determinadas pela legislação fiscal, buscando proteger, dessa forma, a empresa de sanções e penalidades determinadas pelo fisco. Algumas atribuições da Contabilidade Tributária: cálculo dos impostos, confecção da guia de recolhimento, escrituração dos livros fiscais, cumprimento das obrigações acessórias, dentre outras. 5 2. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 2.1 Introdução A Organização Política Administrativa da Republica Federativa do Brasil, conforme previsto no art. 18 da Constituição Federal do Brasil – CF/1988 compreende: a União; os Estados; o Distrito Federal; e os Municípios. Os entes da federação são todos autônomos, nos termos da Constituição. No que concerne ao poder de tributar, o art. 145 da CF/88, dispõe que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria. A Lei 5.172 de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional – CTN, dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, ao Distrito Federal, aos Estados e aos Municípios. Art. 6º do CTN - A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto no CTN. Art. 2º - O Sistema Tributário Nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das 6 respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais. Conforme Art. 96, do CTN - A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Art. 7º do CTN - A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. Conforme o art. 97, do CTN, somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução. III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo; V - a cominação (fixação) de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Exclusão São causas ou fatos que inibem a ocorrência do crédito tributário, motivados por promulgação de lei que determina a sua não exigibilidade por parte do Estado (WIKIPÉDIA, 2009). Pode ocorrer antes ou após a ocorrência do crédito tributário ( TRETTIN, 2007). 7 Modalidades previstas: isenção – art 176 CTN, é a dispensa do tributo; anistia- concedida por lei – exclui a infração; imunidade – proibição legal de tributar; remissão – exclui o tributo em caso de catastrofes. Suspensão É a ocorrência de normas tributária que paralisem temporariamente a exigibilidade da execução do crédito tributário, O crédito tributário continua a existir apenas sua cobrança não é realizado, este fato, não exime o contribuinte do seu dever e de suas obrigações (TRETTIN, 2007 p.63). Extinção É o ato ou fato jurídico que faça desaparecer a obrigação ou lançamento do crédito tributário, extingue a própria obrigação tributária. Imunidade e Isenção Tributária Imunidade é a vedação constitucional destinadas às entidades políticas que detêm a competência tributária, de tributar determinadas pessoas, seja pela natureza jurídica que possuem, pelo tipo de atividade que desempenham ou ainda ligadas a determinados fatos, bens ou situações. Já a isenção, não é a vedação, mais sim a dispensa legal do pagamentodo tributo. 8 3. PRINCIPIO CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS São exemplos de princípios constitucionais tributários, por Roberto Rodrigues de Morais: 1) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, que veda expressamente à União Federal, aos Estados Membros – aqui inserido o Distrito Federal – e aos Municípios exigir ou aumentar tributos(e contribuições) sem lei que o estabeleça 2) PRINCÍPIO DA ISONOMIA (ou igualdade), que proíbe tratamento desigual aos contribuintes que se encontram em situação equivalente, assim como qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Visa coibir discriminação entre os cidadãos, sendo sagrada a sua observação e cumprimento por todos os brasileiros. Inegociável na prática democrática (2). 3) PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE – Por este princípio ficou vedado à cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentados. 4) PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – Tanto do exercício seguinte como da nonagesimalidade, garantia ofertada aos contribuintes o conhecimento das alterações tributárias ANTES de sua vigência. Veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro (no caso brasileiro, mesmo ano) e antes de decorridos 90 (noventa) dias em que houver sido publicada a lei que instituiu ou aumento tributos e/ou contribuições. O exercício financeiro, no Brasil, corresponde ao ano civil, de 01 de janeiro a 31 de dezembro. O principal objetivo deste princípio é não surpreender os contribuintes. 9 5) PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA – Por este princípio os Impostos, sempre que possível, terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, sendo facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esse princípio, identificar – respeitados os direitos individuais e nos estritos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Tem a finalidade de não tirar mais do que pouco possuir ou aufere rendimentos; Não usurpar o necessário à sobrevivência do cidadão. A progressividade de certos tributos é a forma de se cumprir este princípio. 6) PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO CONFISCO – Este princípio constitucional prescreve que é vedado à utilização do tributo com efeito de confisco, ou seja, impedindo assim o Estado que, com o pretexto de cobrar tributo, se aposse indevidamente de bens (aqui leia-se também dinheiro) do contribuinte. Aqui se vale do princípio da razoabilidade (6). 7) PRINCÍPIO DA LIBERADE DE TRÁFEGO – Pouco badalado e comentado, este princípio constitucional visa vedar ao Estado estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvado a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público. A norma tem como destinatário principal o legislador. É a liberdade de ir e vir em ação (7). 8) PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA DOS IMPOSTOS – Essência da democracia, a transparência é dos impostos ficou assegurada por este princípio constitucional, que prevê que a lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. No caso brasileiro nosso Congresso Nacional deixou os cidadãos órfãos da citada lei por 25 anos. 9) PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA – Com o fito de promover a integralidade do território nacional, este princípio veda à União Federal instituir tributo que NÃO seja uniforme em todo o território 10 nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. Iguala os estados, embora com diferentes dimensões econômicas ou territoriais, como SP = AP ou AM = SE (9). 10) PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE – É o princípio de garante que a tributação deve ser maior ou menor dependendo da essencialidade do bem. Este princípio possui aplicação obrigatória quanto ao IPI e facultativa para o ICMS e o IPVA. Neste último o princípio é visível, a cada ano, quando da divulgação da tabela do IPVA vigente em cada exercício financeiro. 11) PRINCÍPIO DA NÃO-DIFERENCIAÇÃO TRIBUTÁRIA – É o princípio que veda aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. A guerra fiscal entre os Estados Membros da Federação fere, diretamente, este princípio. 12) PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE – Um dos mais conhecidos princípios, quanto ao ICMS, ao IPI e aos Impostos Residuais da União Federal, deve-se compensar o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou outro Estado Membro ou pelo Distrito Federal. É o mais popular dos princípios entre os gestores tributários. 13) PRINCÍPIO DAS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Este princípio veda à União Federal, aos Estados Membros, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre: Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, templos de qualquer culto, de partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 11 educação e assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. 14) PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA – Segundo o ex-ministro do STF e Tributarista renomado Hugo de Brito Machado, a entidade tributária há de restringir sua atividade tributacional àquela matéria que lhe foi constitucionalmente destinada, ou seja, obediência irrestrita à Constituição Federal. OBS: Conforme a Emenda Constitucional nº 42/2003, o Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), não estão sujeitos ao princípio da anterioridade: Esses impostos, existentes em todos os países, têm a função de regular o comércio internacional, sempre sujeito às oscilações conjunturais. Por isso, acham-se livres do princípio da anterioridade tributária, a fim de propiciar ao governo da União flexibilidade no exercício do poder ordinatório, através desses impostos Nesse sentido, em sendo instituídos ou majorados ambos os impostos acima referidos, mesmo que através de Medida Provisória, sua eficácia será imediata desde sua edição, independentemente de ser convertida em lei, que de acordo com Eduardo Sabbag (2011, p. 122), “havendo uma medida provisória que altere, por exemplo, as alíquotas de um imposto de importação, a incidência da norma majoradora será de imediato, independentemente da conversão em lei” 12 4. TRIBUTOS Conforme art. 3º, do CTN, TRIBUTO é: toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Prestação pecuniária compulsória: Decorre da lei. Trata-se de um dever de pagar o tributo, não depende da vontade. Prestação que não constitua sanção de ato ilícito: o tributo é oriundode fatos lícitos. Prestação instituída em lei: a obrigação existe apenas em virtude de lei. Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: independe da oportunidade e conveniência da administração pública. Os Tributos representam: os impostos, as taxas e as contribuições de melhorias. Imposto: É um tributo cuja exigência não tem qualquer vínculo com uma atividade específica do Estado. Esta é a característica que o diferencia dos demais tributos. Exemplos: ICMS, ISS. Taxa: Tem a característica de ser cobrada em razão do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial de serviços públicos, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. Exemplos: taxa de água, lixo, esgoto, etc. 13 O poder de polícia limita ou disciplina atividade de interesse público, como os direitos individuais e coletivos, mercado, higiene, tranqüilidade pública. Contribuição de Melhoria: Será devida, no caso de valorização de imóveis de propriedade privada, em virtude de obras públicas que representa acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por essas obras. Exemplos: pavimentação, iluminação, construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e viadutos, etc. Contribuições Especiais: Também chamadas de Contribuição Social ou Parafiscais, estão previstas nos artigos 149 e 149-A da Constituição Federal, sendo tributos cuja característica principal é a finalidade para a qual é destinada sua arrecadação. Podem ser: sociais, de intervenção no domínio econômico, de interesse de categorias econômicas ou profissionais e para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP). As contribuições especiais possuem finalidade e destino certo, definidos na lei que institui cada contribuição. Elementos Fundamentais que representam a obrigação tributária é a lei, o objeto e o fato gerador. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevante para qualificá-la: I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II – a destinação legal do produto da sua arrecadação. 14 Sujeito Ativo (Art. 119. da Lei 5.172 de 25/10/1966): É a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Sujeito Passivo (Art. 121. da Lei 5.172 de 25/10/1966): É a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, podendo ser pessoa física e jurídica. Fato Gerador: É a concretização da hipótese de incidência tributária prevista em abstrato na lei, que gera (faz nascer) a obrigação tributária. Exemplos: Prestar serviços – ISS Fazer circular mercadorias – ICMS Receber renda – IR Propriedade de automóvel - IPVA O fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. O fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe à prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Tributos Vinculados e não Vinculados Vinculados: O tributo é pago vinculado a um serviço já prestado ou a prestar. Exemplos: taxas, contribuição de melhoria e contribuições sociais (INSS, PIS, COFINS e CSLL). . Não vinculados: Os Impostos, pois independe de qualquer atividade estatal relacionada ao contribuinte. 15 Os impostos são classificados em diretos e indiretos Diretos: São os impostos que os governos (federal, estadual e municipal) arrecadam sobre o patrimônio (bens) e renda (salários, aluguéis, rendimentos de aplicações financeiras) dos trabalhadores. São considerados impostos diretos, pois o governo arrecada diretamente dos cidadãos. Ex.: IR, IPTU, IPVA Indiretos: São os impostos que incidem sobre os produtos e serviços que as pessoas consomem. São cobrados de produtores e comerciantes, porém acabam atingindo indiretamente os consumidores, pois estes impostos são repassados para os preços destes produtos e serviços. EX.: ICMS, IPI, ISS. Impostos sobre a renda, patrimônio e consumo Imposto sobre a renda: São os considerados sobre o produto do capital, do trabalho e da combinação de ambos. Exemplos: Contribuição social sobre o lucro, imposto de renda. Imposto sobre o patrimônio: Cobrado sobre o Patrimônio das pessoas físicas e jurídicas. Exemplo: IPTU, IPVA, ITBI. Imposto sobre o consumo: São considerados os que incidem sobre a cadeia produtiva. Exemplos: IPI, ICMS, ISS, PIS, COFINS. 16 Elisão e Evasão Fiscal são duas formas de evitar o pagamento de tributos. A evasão fiscal é o uso de meios ilícitos para evitar o pagamento de taxas, impostos e outros tributos. Entre os métodos usados para evadir tributos estão a omissão de informações, as falsas declarações e a produção de documentos que contenham informações falsas ou distorcidas, como a contratação de notas fiscais, faturas, duplicatas etc. A elisão fiscal configura-se num planejamento que utiliza métodos legais para diminuir o peso da carga tributária num determinado orçamento. Respeitando o ordenamento jurídico, o administrador faz escolhas prévias (antes dos eventos que sofrerão agravo fiscal) que permitem minorar o impacto tributário nos gastos do ente administrado. 17 5. IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS ENTES DA FEDERAÇÃO Compete à União instituir impostos sobre (Art. 153) I - importação de produtos estrangeiros; II II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; IE III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; IPI V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; IOF VI - propriedade territorial rural; ITR VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. IGF Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre (Art. 155) I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; ITCMD II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; ICMS III - propriedade de veículos automotores. IPVA 18 Compete aos Municípios instituir impostos sobre (Art. 156) I - propriedade predial e territorial urbana; IPTU II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; ITBI III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, da CRFB, definidos em lei complementar. ISSQN 19 Exercícios Sobre Competência para Instituir Impostos 1. Considere os seguintes impostos: I - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI II - Imposto sobre importação de produtos estrangeiros - II III - Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana - IPTUIV - Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, internacional e de comunicação - ICMS. V - Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros, ou relativo a títulos ou valores mobiliários – IOF. Assinale, na tabela abaixo, a opção que apresenta corretamente a relação entre cada imposto e a esfera governamental responsável por sua cobrança: FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL (A) I IV e V II e III (B) III I e II IV e V (C) I e V III e IV II (D) II e V I e III IV (E) I, II e V IV III 20 A seguir são listadas as principais alterações na legislação tributária para 2017, que podem impactar no dia a dia da sua empresa: IPI: Nova TIPI 2017 – Decreto nº 8.950 de 29/12/2016. O Governo Federal aprovou a nova Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), com validade a partir de 2017. ECD: Novas regras para substituição do arquivo – Com a publicação da Instrução Normativa RFB nº 1679, de 27/12//2016, de acordo com as novas regras da , depois de autenticados somente poderão ser substituídos os livros que contenham erros que não possam ser corrigidos por meio de lançamentos extemporâneos, nos termos das Normas Brasileiras de Contabilidade. ISS: Alteração de regras e lista de serviços – Lei Complementar nº 157 de 29/12/2016. Essa Lei Complementar estabeleceu alíquota mínima de 2% para o ISS, manteve cobrança do imposto para as operações de franquia e incluiu vários serviços na lista da Lei Complementar nº 116 de 31/07/2003. DIFAL: Emenda Constitucional nº 87, de 16/04/2015, altera o § 2º do Art. 155 da Constituição Federal e inclui o Art. 99 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – Alteração da partilha entre as unidades da Federação. Ganho de Capital: Alíquota será maior para empresas optantes pelo Simples Nacional, conforme regulamentado pela Lei nº 13.259 de 16/03/2016. ECD: Será exigida das empresas Optantes pelo Simples Nacional - Resolução CGSN nº 131 de 06/12/2016 - A pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional na condição de Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP) que receber aporte de capital deverá manter Escrituração Contábil Digital (ECD). DIRF 2017: Prazo de entrega 15/02/2017 - Regulamentado pela Instrução Normativa RFB nº 1671 de 22/11/2016. 21 Inativas e Empresas do Simples Nacional devem apresentar a DCTF: Devido à publicação da Instrução Normativa RFB nº 1646, de 30/05/2016, a partir do ano-calendário de 2017, todas as informações relativas à inatividade deverão ser informadas apenas na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Bloco K: Alterado o calendário de início da obrigatoriedade - Ajuste SINIEF 25, 09/12/2016, que dispõe sobre a Escrituração Fiscal Digital (EFD). CEST: Obrigatório a partir de 1º de julho de 2017 - Regulamentado pelo Convênio ICMS 90 de 12/09/2016. Mostruário e treinamento: Operação ganhou CFOP específico - Ajuste SINIEF 18, de 09/12/2016, estendeu a utilização de CFOPs, até então utilizados apenas nas operações de remessa e retorno de mercadorias ou bens em demonstração, para as operações de mostruário e treinamento. NF-e– CT-e: Emissor gratuito será fornecido pelo SEBRAE - A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo firmou parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) para atender uma parcela de contribuintes que ainda utiliza os emissores gratuitos de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e). A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (SEFAZ-SP) transferirá ao SEBRAE a solução gratuita e, a partir de julho de 2017, a instituição passará a disponibilizar e atualizar as versões do aplicativo para as empresas. Até essa data a SEFAZ-SP manterá o aplicativo em funcionamento. Débitos Federais de pessoas físicas e jurídicas poderão ser liquidados por meio do PRT: Com a publicação da Medida Provisória nº 766, de 04/01/2017, poderão ser quitados os débitos de natureza tributária ou não tributária vencidos até 30/11//2016, de pessoas físicas e jurídicas, inclusive objeto de parcelamentos anteriores rescindidos ou ativos, em discussão administrativa ou judicial, ou ainda provenientes de lançamento de ofício efetuados após a publicação da Medida Provisória, desde que o requerimento se dê no prazo estabelecido nesta norma. 22 SEFAZ-SP ICMS: Governo do Estado de São Paulo regulamenta pacote de medidas de incentivo aos contribuintes -Decreto nº 62.312, Decreto nº 62.313, Decreto nº 62.314 e Decreto nº 62.315, esses de 16/12/2016. Os referidos decretos têm o objetivo de viabilizar e de facilitar a utilização de saldo credor do ICMS passível de apropriação nos termos do Artigo 71 do Regulamento do ICMS (RICMS/2000) e do Crédito Acumulado doICMS já apropriado nos termos da legislação de regência, quando destinados à realização de investimento para modernização, ampliação de planta industrial ou construção de novas fábricas, desenvolvimento de novos produtos ou ampliação dos negócios neste Estado. SEFAZ-SP: Alteradas as regras para redução da carga tributária de produtos listados no Artigo 34 do Anexo II do RICMS/2000. O governo do Estado, por meio do Decreto nº 62.386, de 27/12/2016 alterou as regras de redução da base de cálculo do ICMS nas saídas internas de perfumes, cosméticos e produtos de higiene pessoal realizadas por fabricante e atacadista. ICMS-ST: Procedimentos para ressarcimento a partir de 2017 em São Paulo - A partir de 2017 os contribuintes paulistas substituídos tributários devem solicitar ressarcimento de ICMS Substituição Tributária (ICMS-ST) mediante os procedimentos estabelecidos na Portaria CAT 158 de 28/12//2015. Fique atento às alterações de regras; alíquota do ICMS e Fundo de Erradicação e Combate à Pobreza junto aos estados. No que tange aos documentos eletrônicos (NF-e, NFC-e e CT-e) acompanhe as novas regras e versões de validação. Fonte: Siga o Fisco. 23 6. IMPOSTO SOBRE A RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS - IRPJ Conforme a CFRB/88, o Imposto sobre a renda possui as seguintes características: Generalidade: Toda e qualquer forma de renda ou provento Universalidade: Todos que auferirem renda Progressividade: Cobra-se mais de quem tem mais e vice- versa A pessoa jurídica é tributada de acordo com as seguintes modalidades: Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e Simples Nacional Período de apuração: Lucro Real – Trimestral ou Mensal (Estimado) Lucro Presumido - Trimestral Lucro Arbitrado - Trimestral Simples Nacional – Mensal O que é ECD? A Escrituração Contábil Digital (ECD) é parte integrante do projeto SPED e tem por objetivo a substituição da escrituração em papel pela escrituração transmitida via arquivo, ou seja, corresponde à obrigação de transmitir, em versão digital, os seguintes livros: I - Livro Diário e seus auxiliares, se houver; II - Livro Razão e seus auxiliares, se houver; III - Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos (Sped). “A exigência da ECD para a ME e EPP é mais um avanço na complexidade das obrigações acessórias, que promete contribuir para distanciar o Simples Nacional do seu propósito inicial”.24 6.1 Lucro Real – Apuração Trimestral Conceito O Lucro Real é o resultado (Lucro ou Prejuízo) do período de apuração (antes de computar a provisão para o imposto de renda), ajustado pelas adições, exclusões e compensações prescritas ou autorizadas pela legislação do imposto sobre a renda. Verifica-se de imediato que, como ponto de partida para determinação do lucro real é o resultado líquido apurado na escrituração comercial. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real são obrigadas a mantê-la em boa ordem e guarda, com a estrita observância das leis comerciais e fiscais e dos princípios contábeis geralmente aceitos. Estão obrigadas à tributação com base no Lucro Real, as pessoas jurídicas: Até 31/12/2013 – R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões). A partir de 01/01/2014 - Receita bruta igual ou superior a R$ 78.000.000 (setenta e oito milhões), e proporcional de R$ 6.500.000 (seis milhões e quinhentos mil reais); Cujas atividades sejam bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de créditos, financiamentos e investimentos, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; 25 Que tiverem lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior; Notas: Não confundir rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior com receitas de exportação. As exportadoras podem optar pelo Lucro Presumido, desde que não estejam nas hipóteses de vedação. A restrição deste item alcança aquelas empresas que tenham lucros gerados no exterior (como empresas Offshore, filiais controladas e coligadas no exterior, etc.). A prestação direta de serviços no exterior (sem a utilização de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas) não obriga á tributação do lucro real. Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução de impostos; Nota: como exemplo de benefícios fiscais: o programa BEFIEX (isenção do lucro de exportação), redução do IR pelo Programa de Alimentação do Trabalhador, projetos incentivados pela SUDENE e SUDAM, etc. Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamentos mensal por estimativa ou tenham reduzido ou suspendido o pagamento mensal por estimativa, mediante levantamento do balanço ou balancete específico para esse fim; Nota: o regime de estimativa é a opção de pagamento mensal, estimado, do Imposto de Renda, para fins de apuração do Lucro Real 26 em Balanço Anual. Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). Notas: 1ª As pessoas jurídicas que não se enquadrarem nas hipóteses acima poderão optar, por ocasião do pagamento do imposto correspondente ao 1º trimestre do ano-calendário em vigor, pela tributação com base no lucro presumido. 2ª considera-se receita bruta total, para fins de determinação do limite referido, o somatório: a) receita bruta total; b) demais receitas e ganhos de capital; c) ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de renda variável; d) rendimentos nominais produzidos por aplicações financeiras de renda fixa; e) parcela das receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa, na forma da Instrução Normativa SRF nº 38, e 30/04/1997. 27 3ª os agentes autônomos de seguros (corretores de seguros) não são considerados instituições financeiras e, portanto, não são obrigados à tributação com base no Lucro Real. 4ª a pessoa jurídica que auferir receita de exportação de mercadorias e/ou prestação direta de serviços ao exterior não está enquadrada na hipótese já mencionada, ou seja, lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior. Lucro Contábil e Lucro Fiscal/Real Lucro Contábil – É o lucro líquido do exercício apurado de acordo com Práticas Contábeis Brasileiras. Lucro Fiscal/Real – É o lucro apurado após adições, exclusões e compensações permitidas pela legislação tributária. Constitui-se base de cálculo para o pagamento do imposto de renda com base no lucro real. Condições de Dedutibilidade dos Custos e Despesas Para que um custo ou uma despesa possa ser considerado dedutível, é necessário o atendimento das seguintes condições (art. 299 – RIR 99): *Ser necessário para a atividade da empresa e a manutenção da respectiva fonte produtora de receitas. 28 * Ser normal e usual. * Estar documentado e devidamente contabilizado. * Não constituir inversão de capital. (aquisição de bens de capital - Ex. imobilizado) OBS.: A despesa é dedutível no regime de competência, ou seja, no momento em que é considerada incorrida – quando ocorre o fato gerador – independe de pagamento. Apuração do Lucro Fiscal/Real Exemplo: Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) (+) Adições ao Lucro Líquido (-) Exclusões ao Lucro Líquido (=) Lucro antes da Compensação do Prejuízo Fiscal (-) Compensação do Prejuízo Fiscal (=) Lucro Real ou Lucro Tributável Adições – são despesas realizadas (contabilizadas) pelas empresas, mas não consideradas como dedutíveis para apuração da base de cálculo para pagamento do Imposto de Renda. Exemplo: multa de trânsito. Exclusões – são as receitas auferidas (contabilizadas) pelas empresas, mas que não são tributadas pela legislação. Exemplo: dividendos recebidos pela participação societária em outras empresas avaliadas pelo Método do Custo. Compensações – A legislação admite que, prejuízos fiscais apurados anteriormente possam ser compensados com lucros futuros. Essa compensação está limitada a 30% (trinta) do lucro fiscal apurado no período base. 29 Notas: I. O Prejuízo Fiscal não poderá ser compensado se, entre a data da apuração e da compensação do prejuízo fiscal, ocorrer, cumulativamente, modificação do controle societário e modificação do ramo de atividade. II. Não há prazo para prescrição do Prejuízo Fiscal. Parte B – controla as diferenças temporárias, ou seja, todos os lançamentos que podem afetar a base fiscal de períodos posteriores. Assim, todas as despesas que representem adições temporárias devem ser registradas na parte B, pois em algum período seguinte, esta despesa será dedutível para fins fiscais e, com o adequado controle na parte B , a exclusão pode ser feita sem nenhuma preocupação. Exemplos de resultados passivos de controle na parte B: Prejuízos a Compensar, Depreciação Acelerada Incentivada. Adições e Exclusões Temporárias – são consideradas, na pratica como despesas dedutíveis e receitas tributadas, mas apenas nos próximos períodos. Alguns exemplos de Adições definitivas e temporárias, para apuração do Lucro Real: Adições Definitivas - Uma despesa que não é aceitaagora, nem será num período futuro. Representam despesas não necessárias às operações, tais como: multas fiscais não compensatórias, multa de trânsito, despesas particulares de diretores, resultado de equivalência patrimonial (despesas), despesas com brindes. OBS.: As multas por infrações fiscais, como regra geral, não são dedutíveis como custo ou despesa operacional. Entretanto, poderão ser 30 dedutíveis as multas de natureza compensatória e as impostas por infrações de que não resultem falta ou insuficiência de pagamento de tributo (RIR/1999, art. 344, §5 o ). A multa de natureza compensatória destina-se a compensar o sujeito ativo da obrigação tributária pelo prejuízo suportado em virtude do atraso no pagamento que lhe era devido. É penalidade de caráter civil, posto que comparável à indenização prevista no direito civil. Em decorrência disso, nem a própria denúncia espontânea é capaz de excluir a responsabilidade por esses acréscimos, usualmente chamados moratórios. Porém, nem todos os acréscimos moratórios previstos na legislação tributária podem ser considerados compensatórios. A multa moratória somente terá natureza compensatória quando, cumulativamente, preencher as seguintes condições: Adições Temporárias - Uma despesa que não é aceita pelo fisco num período, por não reencher determinados requisitos, que será preenchido em outro período. Representa provisões (contingências trabalhistas e outras), exceto provisões para férias, 13º salário e técnicas, Exclusão Definitiva - Uma receita que não é tributada agora nem será tributada em períodos futuros. Exemplos: Receita auferida pela Equivalência Patrimonial, Receita de dividendos recebidos pela avaliação do investimento pelo método de custo. Exclusão Temporária - Uma despesa que o fisco aceita como dedução fiscal antes do seu reconhecimento contábil, representará uma dedução antecipada do IR devido, gerando um ajuste extracontábil no LALUR, para reduzir o lucro tributável. Quando ocorrer o efetivo registro na contabilidade, esta despesa não poderá ser aceita pelo fisco, 31 uma vez que já foi considerada dedutível no período anterior. Exemplo: Despesa com a exploração do petróleo cru, mesmo antes de registrar a despesa. Alíquotas Aplicáveis para o cálculo do Imposto de Renda (IR) e Adicional de Imposto de Renda. IR – 15% Adicional – 10% Adicional do Imposto de Renda Representa a parcela da base de cálculo que exceder o limite de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), no trimestral e R$ 240.000,00 para apuração anual. No caso de início de atividades, o limite trimestral será proporcional ao número de meses, ou seja, R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido - CSLL A contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL ou CSSL) foi instituída pela Lei 7.689/1988. Aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor (Lei 8.981, de 1995, artigo 57). A pessoa jurídica optante pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado deverá recolher a Contribuição Social sobre o Lucro pela modalidade escolhida de tributação. Não é possível, por exemplo, a empresa optar por recolher o IRPJ pelo Lucro Real e a CSLL pelo Lucro Presumido. 32 Alíquota - 9% Base de Cálculo: É o lucro contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas na legislação. O mesmo procedimento, aplicado para apuração da base de cálculo do IR, será aplicado para o cálculo da CSLL. Assim, quando do cálculo desse imposto, haverá também adições e exclusões, compensações que serão controladas. Caso haja em algum período base de cálculo negativa da CSLL, está poderá ser compensada em períodos futuros, limitada ao máximo de 30% do lucro líquido ajustado. Não existe prazo de prescrição para a compensação. Prazo Para Pagamento O Imposto de Renda devido e a Contribuição Social, apurados trimestralmente, serão pagos em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração. À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subseqüentes ao do encerramento do período de apuração a que corresponder, observado o seguinte: a) nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e o imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração; 33 b) as quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa Selic, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento. RESUMO O lucro real será determinado a partir do lucro líquido do período de apuração, obtido na escrituração comercial (antes da provisão para o imposto de renda) e demonstrado no Lalur, observando-se que: 1) serão adicionados ao lucro líquido: a) os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real (exemplos: resultados negativos de equivalência patrimonial; custos e despesas não dedutíveis); b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, devam ser computados na determinação do lucro real (exemplos: ajustes decorrentes da aplicação dos métodos dos preços de transferência; lucros auferidos por controladas e coligadas domiciliadas no exterior); 2) poderão ser excluídos do lucro líquido: a) os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração (exemplo: depreciação acelerada incentivada); b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a 34 legislação tributária, não sejam computados na determinação do lucro real (exemplos: resultados positivos de equivalência patrimonial; dividendos); 3) poderão ser compensados, total ou parcialmente, à opção do contribuinte, os prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores, desde que observado o limite máximo de trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação tributária. O prejuízo compensável é o apurado na demonstração do lucro real de períodos anteriores e registrado no Lalur (Parte B). Como são apurados, controlados e compensados os prejuízos fiscais não operacionais? Os prejuízos não-operacionais apurados somente poderão ser compensados nos períodos subsequentes ao da sua apuração (trimestral ou anual) com lucros da mesma natureza, observado o limite de 30% (trinta por cento) do referido lucro. Conforme a IN SRF nº 11, de 1996, art. 36, os resultados não operacionais de todas as alienações de bens do ativo permanente ocorridas durante o período de apuração deverão ser apurados englobadamente entre si. No período deapuração de ocorrência de alienação de bens do ativo permanente, os resultados não operacionais, positivos ou negativos, integrarão o lucro real. A separação em prejuízos não operacionais e em prejuízos das demais atividades somente será exigida se, no período, forem verificados, 35 cumulativamente, resultados não operacionais negativos e lucro real negativo (prejuízo fiscal). Verificada esta hipótese, a pessoa jurídica deverá comparar o prejuízo não operacional com o prejuízo fiscal apurado na demonstração do lucro real, observado o seguinte: a) se o prejuízo fiscal for maior, todo o resultado não operacional negativo será considerado prejuízo fiscal não operacional e a parcela excedente será considerada, prejuízo fiscal das demais atividades; b) se todo o resultado não operacional negativo for maior ou igual ao prejuízo fiscal, todo o prejuízo fiscal será considerado não operacional. Os prejuízos não operacionais e os decorrentes das atividades operacionais da pessoa jurídica deverão ser controlados em folhas específicas, individualizadas por espécie, na parte B do Lalur, para compensação, com lucros da mesma natureza apurados nos períodos subsequentes. O valor do prejuízo fiscal não operacional a ser compensado em cada período-base subsequente não poderá exceder o total dos resultados não operacionais positivos apurados no período de compensação. A soma dos prejuízos fiscais não operacionais com os prejuízos decorrentes de outras atividades da pessoa jurídica, a ser compensada, não poderá exceder o limite de 30% (trinta por cento) do lucro líquido do período-base da compensação, ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do imposto de renda. No período-base em que for apurado resultado não operacional positivo, todo o seu valor poderá ser utilizado para compensar os prejuízos fiscais não operacionais de períodos anteriores, ainda que a parcela do lucro real 36 admitida para compensação não seja suficiente ou que tenha sido apurado prejuízo fiscal. Neste caso, a parcela dos prejuízos fiscais não operacionais compensados com os lucros não operacionais que não puder ser compensada com o lucro real, seja em virtude do limite de 30% (trinta por cento) ou de ter ocorrido prejuízo fiscal no período, passará a ser considerada prejuízo das demais atividades, devendo ser promovidos os devidos ajustes na parte B do Lalur; 37 Exercícios - Apuração do Imposto de Renda Lucro Real 1. O Imposto de Renda é um imposto: a) de competência residual; b) indireto; c) de competência comum; d) direto. 2. Em face da Constituição Federal, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem as seguintes características: a) universalidade e progressividade; b) generalidade e seletividade; c) comutatividade e essencialidade; d) não-cumulatividade e seletividade; e) progressividade e seletividade. 3. As alíquotas aplicáveis sobre a base de cálculo apurada na forma do lucro real, presumido ou arbitrado, para determinar o imposto de renda e a contribuição social devido pela pessoa jurídica em cada período-base, a partir do ano-calendário de 1996 é: (A) 27,5% e 8% (B) 19,0% e 12% (C) 1,2%; e 15% (D) 15,0% e 9% (E) 4,8%. e 12% 38 4. Com base nas informações abaixo, calcule e contabilize e IR e a CSLL na modalidade de Lucro Real trimestral. PARTE A DO LALUR Trimestres Jan a mar Abr a Jun Jul a Set Out a Dez LAIR (lucro contábil) 1.000 1.000 1.000 1.000 (+) Adições 200 100 400 1.000 (-) Exclusões (400) (1.500) (200) (600) (=) Resultado antes da compensação do prejuízo fiscal 800 (400) 1.200 1.400 (-) Compensação do prejuízo Fiscal - - Resultado Real/Fiscal IR 15% Adicional de IR 10% Despesa com IR 39 Controle do Prejuízo Fiscal = PARTE B DO LALUR Valores Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Trimestres Jan a mar Abr a Jun Jul a Set Out a Dez LAIR 1.000 1.000 1.000 1.000 (+) Adições 200 100 400 1.000 (-) Exclusões (400) (1.500) (200) (600) (=) Resultado antes da compensação 800 (400) 1.200 1.400 (-) Compensação da Base de Cálculo Negativa (=) Base de Cálculo CSLL 40 Controle da Base de Cálculo Negativa da CSLL Valores 5. (Fundação Cesgranrio/Liquigas/2-2012/Q.49) Uma sociedade anônima que iniciou suas atividades em março de 2014, sujeita à tributação pelo lucro real e optante pela tributação em bases trimestrais, informou um lucro, no primeiro trimestre/2014, apurado na parte “A” do LALUR, de R$ 300.000,00. Considerando exclusivamente as informações recebidas e as determinações da legislação tributária vigente, o imposto de renda devido por essa sociedade, em reais, é (A) 45.000,00 (B) 69.000 (C) 71.000,00 (D) 73.000,00 (E) 75.000,00 41 6. (Fundação Cesgranrio/com adaptações) Uma empresa tributada pelo lucro real fez a opção do pagamento trimestral para o ano de 2012. Obteve lucro tributável de R$ 300.000,00 no primeiro trimestre, de R$ 150.000,00 no segundo trimestre, apresentou prejuízo fiscal no terceiro trimestre de R$ 100.000,00 e resultado positivo no quarto trimestre de R$ 200.000,00. Assim, terminou o ano com um resultado fiscal de R$ 550.000,00. Considerando as informações acima, o total de Imposto de Renda a ser pago pela empresa, referente ao ano de 2012, em reais, será: (A) 119.500,00 (B) 129.500,00 (C) 137.000,00 (D) 141.500,00 (E) 147.500,00 42 RESOLUÇÃO Trimestres Jan a mar Abr a Jun Jul a Set Out a Dez LAIR (lucro contábil) (+) Adições (-) Exclusões Resultado antes da Compensação do PF Compensação do PF Base de Cálculo do IR Alíquota – 15% Adicional do IR Despesa com IR 7. (Fundação Cesgranrio/Liquigas/Q.44) Os contribuintes sujeitos à Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) são as pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil, bem como aquelas que a elas são equiparadas pela legislação fiscal do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (RIR/1999). O fato gerador da CSLL, nos termos da Constituição Federal/1988, é o(a) (A) lucro (B) receita bruta (C) receita líquida (D) venda de mercadorias (E) venda de mercadorias e serviços 43 8. (Fundação Cesgranrio/Liquigas/Q. 45) O Imposto de Renda de uma pessoa jurídica, com mais de dez anos de atividades ininterruptas, tributada pelo lucro real, optante pelo lucro real trimestral, será determinado pela aplicação da alíquota de 15% sobre o lucro (A) antes do imposto de renda, apurado na demonstração do resultado, acrescido de R$ 240.000,00. (B) líquido contábil ajustado por adições e subtrações,deduzido da compensação de prejuízos fiscais, mais 10% sobre o imposto excedente a R$ 20.000,00. (C) real, apurado no LALUR, menos 10% aplicados sobre R$ 240.000,00. (D) real, apurado no LALUR, mais 10% aplicados sobre o lucro que exceder a R$ 60.000,00. (E) real, apurado no LALUR, mais 10% sobre o lucro excedente a R$ 240.000,00. 9. Analise as afirmações a seguir em relação às formas de tributação sobre o lucro. I - Uma empresa com receita total no valor de 50 milhões de reais, em 2004, sendo 5% oriunda de resultado positivo, com participação em controladas (MEP), será obrigada a utilizar, em 2005, o lucro real como forma de tributação sobre o lucro, estando impedida de utilizar o lucro presumido em 2005, mesmo que a receita total fique abaixo de 48 milhões de reais nesse ano. II - No lucro real, o prejuízo fiscal apurado poderá ser compensado nos anos seguintes, mas com limitação de 30% da soma algébrica de receitas e despesas apuradas na contabilidade, sem qualquer ajuste de adições ou exclusões. 44 III - A empresa que vender seus produtos ao exterior, ainda que através de empresa comercial exportadora, estará, automaticamente, obrigada ao lucro real, qualquer que seja sua receita total no ano anterior. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões): (A) I (B) II (C) I e II (D) I e III (E) II e III 10. Determinada empresa comercial iniciou suas atividades em janeiro de 2013, sendo tributada pelo lucro real trimestral. No primeiro trimestre, apresentou prejuízo contábil de R$ 15.000,00, com despesas não dedutíveis no valor de R$ 1.000,00 incluídas no resultado. No 2o trimestre, obteve lucro contábil de R$ 90.000,00, incluindo receitas não tributáveis de R$ 10.000,00. Considerando as alíquotas vigentes no país (alíquota básica de 15% e adicional de 10% sobre a parcela que ultrapassar R$ 240.000,00/ano ou R$ 20.000,00/mês), o imposto de renda devido pela empresa referente ao 2o trimestre, em reais, é: (A) 9.600,00 (B) 9.900,00 (C) 10.000,00 (D) 10.500,00 (E) 15.500,00 45 1º TRIM 2º TRIM RESULTADO CONTABIL (15.000) 90.000 46 Lucro Real Anual - Base Estimativa – Apuração Mensal A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real, alternativamente à sistemática de sua apuração trimestral, poderá optar pelo pagamento mensal do imposto por estimativa e determinar o lucro real apenas em 31 de dezembro do ano calendário. Nota: A opção pelo pagamento por estimativa ou trimestral será irretratável para todo o ano calendário e será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou no primeiro trimestre. Para cálculo do IR mensal, na modalidade de lucro estimado, será apurado de acordo com o percentual definido pela legislação tributária para cada atividade, conforme tabela abaixo: Atividade Base para o IR Base para a CSLL Revenda de Combustíveis 1,6% 12% Serviços hospitalares / transporte de cargas 8,0% 12% Serviços com faturamento anual de até $ 120.000 16,0% 32% Demais Serviços 32,0% 32% Intermediação de negócios, administração de imóvel, locação de administração de bens móveis. 32,0% 32% Comércio e Indústria 8,0% 12% OBS.: Empresas com mais de uma atividade aplica-se o % correspondente a cada atividade. 47 Como a empresa somente apurará o imposto de renda no final do ano calendário, a diferença entre o imposto devido e o somatório das importâncias pagas por estimativa será: a) se positivo, pago em quota única até o último dia do mês de março do ano subseqüente, acrescido de juros equivalentes (juros Selic mais 1%) b) se negativo, compensado com o imposto devido a partir do mês de janeiro do ano-calendário subseqüente, assegurada a alternativa de requerer a restituição do montante pago a maior. Suspensão ou Redução do Imposto de Renda Apurado por Estimativa A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto mensal por estimativa, caso demonstre que os valores já pagos, correspondentes a meses anteriores, excedem o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso, através da elaboração de balanços ou balancetes levantados para tal fim. 48 Considere a seguinte situação hipotética: Mês Base Mês de Recolhimento Imposto Mensal – R$ Valor Acumulado - R$ Valor a Recolher – R$ Janeiro Fevereiro 3.500,00 3.500,00 3.500,00 Fevereiro Março 2.500,00 6.000,00 2.500,00 Março Abril 4.000,00 10.000,00 ? Se a pessoa jurídica levantar balanço ou balancete em 31 de março (01/01 A 31/03) e apurar imposto devido, por exemplo, de R$ 5.000,00, ela não precisará efetuar em abril o recolhimento por estimativa de R$ 4.000,00, relativo ao mês de março (suspensão), pois já pagou até março a importância de R$ 6.000,00, superior ao devido com base no balanço ou balancete. Redução do Imposto Caso o valor do imposto devido, apurado no balancete ou balanço, tivesse sido de, por exemplo, R$ 7.500,00, a pessoa jurídica poderia recolher apenas R$ 1.500,00 em abril (redução), em vez dos R$ 4.000,00 calculados por estimativa, pois já recolheu R$ 6.000,00 até março e bastaria complementar a diferença em relação ao imposto devido, ou seja, (R$ 7.500,00 – R$ 6.000,00 = R$ 1.500,00). 49 Exercícios - Cálculo do Imposto de Renda Estimado 1. Considere a seguinte situação: A empresa Indústria, Comércio e Assistência Técnica de Aparelhos Náuticos Ltda. (Icatan) está obrigada à tributação pelo lucro real, tendo escolhido a opção da apuração de lucro real anual. Mensalmente, apura e recolhe o Imposto de Renda com base em estimativa sobre suas receitas. Com base nas informações abaixo, apure e contabilize o Imposto de Renda a recolher, com base no lucro estimado de outubro de 2014, considerando que as vendas de mercadorias sofrem tributação de 8% e os serviços prestados são tributados em 32%. Indústria Comércio Serviços Receitas brutas (as vendas de mercadorias incluem o IPI) 600.000,00 40.000,00 Deduções das receitas brutas Imposto sobre produtos industrializados - 30.000,00 Imposto sobre circulação de mercadorias 102.600,00 Imposto sobre serviços 2.000,00 Vendas canceladas e devoluções 10.000,00 Descontos incondicionais 4.000,00 Total das deduções 146.600,00 2.000,00 Receita Liquida 453.400,00 38.000,00 50 Memória de cálculo do Imposto de Renda Lucro Real Anual Vendas de Mercadorias Prestação de Serviços 51 Memória de cálculo para csll Lucro Real Anual Vendas de Mercadorias Prestação de Serviços52 Considere as informações abaixo para responder às questões de nºs 2 e 3. A Zelote S/A apresentou as seguintes informações parciais, em reais, referentes ao mês de janeiro de 2006: Itens Valores (R$) Receita de vendas 1.800.000,00 Receita de aplicações financeiras 50.000,00 IR na Fonte s/aplicações financeiras 10.000,00 Ganho de equivalência patrimonial 120.000,00 Ganhos de capital 80.000,00 2. Considerando-se as informações parciais recebidas da Cia. Zelote e a legislação tributária do Imposto de Renda, aplicável à apuração do Imposto de Renda por estimativa (antecipações mensais em bases estimadas), o valor do Imposto de Renda, apurado por estimativa, em janeiro, em reais, é (A) 21.600,00 (B) 46.000,00 (C) 47.100,00 (D) 54.000,00 (E) 58.500,00 53 3. Considerando-se as informações parciais recebidas da Cia. Zelote e a legislação tributária do Imposto de Renda, aplicável à apuração da contribuição social sobre o Lucro Líquido por estimativa (antecipações mensais em bases estimadas), o valor da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), apurado por estimativa, no mês de janeiro, em reais, é (A) 13.940,00 (B) 19.440,00 (C) 21.140,00 (D) 30.240,00 (E) 31.140,00 54 4.(Fundação Cesgranrio/FINEP/ Q. 34 e 35) Considere os dados a seguir para responder às questões de nos 4 e 5. A Companhia Comercial H. S/A é tributada pelo Lucro Real anual, com antecipações mensais em bases estimadas. Apresentou as seguintes informações, referentes às receitas auferidas no mês de fevereiro/2011: Venda de mercadorias R$ 250.000,00 Serviços prestados a terceiros R$ 75.000,00 Considerando-se as informações recebidas da Companhia Comercial H. S/A e as determinações da legislação fiscal do Imposto de Renda, para as empresas tributadas pelo Lucro Real com antecipação mensal em bases estimadas, o valor do Imposto de Renda a recolher, referente ao mês de fevereiro, em reais, é (A) 4.500,00 (B) 6.600,00 (C) 9.000,00 (D) 15.600,00 (E) 24.000,00 55 Memória de cálculo do Imposto de Renda Lucro Real Anual Vendas de Mercadorias Prestação de Serviços 5. (Fundação Cesgranrio/FINEP/Q.35) Considerando-se as informações recebidas da Companhia H. S/A e as determinações da legislação fiscal do Imposto de Renda, para as empresas tributadas pelo Lucro Real com antecipação mensal em bases estimadas, o valor da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) a recolher, referente ao mês de fevereiro, em reais, é (A) 3.510,00 (B) 4.860,00 (C) 5.400,00 (D) 22.500,00 (E) 28.800,00 Memória de cálculo Da CSLL Vendas de Mercadorias Prestação de Serviços 56 6. Levando em consideração que o regime de tributação adotado pelo contribuinte é o Lucro Real Anual com levantamento mensal de balanços ou balancetes, para fins de suspensão ou redução do imposto de renda, os lançamentos no LALUR devem ser feitos: (A) anualmente apenas, em caso de lucro; (B) mensalmente apenas, em caso de lucro; (C) anualmente apenas, em caso de prejuízo; (D) mensalmente em caso de lucro ou prejuízo; (E) anualmente em caso de lucro ou prejuízo. 7. A Companhia Comercial Sulca S/A, enquadrada na tributação pelo lucro real, ao final de um determinado exercício social, apresentou as seguintes informações: Custo das Vendas 300.000,00 Despesa de Depreciação 25.000,00 Perdas com Créditos 10.000,00 Despesas Comerciais 100.000,00 Despesas Financeiras Líquidas 80.000,00 Dividendo recebido, Investimento Avaliado pelo Custo 8.000,00 Ganho na Venda de Imobilizado 15.000,00 Perda pelo Método da Equivalência Patrimonial 20.000,00 Vendas Líquidas 800.000,00 Considerando as determinações de apuração do lucro real, quais foram os valores apurados, em reais, referentes ao lucro contábil (LAIR) e ao lucro FISCAL/ real, respectivamente? 57 (A) 288.000,00 e 300.000,00 (B) 280.000,00 e 290.000,00 (C) 288.000,00 e 310.000,00 (D) 288.000,00 e 318.000,00 (E) 300.000,00 e 298.000,00 RESOLUÇÃO CONTAS LUCRO CONTÁBIL LUCRO FISCAL/REAL 58 8. A parcela do lucro que exceder o valor resultante da multiplicação de vinte mil reais pelo número de meses do respectivo período de apuração, se sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. Esta regra é usada sobre a(s) seguinte(s) forma(s) de tributação: (A) lucro real, presumido e arbitrado; (B) lucro real e presumido, apenas; (C) lucro presumido e arbitrado; (D) lucro real e arbitrado; (E) lucro real. 9. Julgue os itens abaixo em certos ou errados: a) exercício social é determinado espaço de tempo no final do qual os contribuintes pessoas jurídicas são obrigados a apurar seus resultados e preparar as demonstrações contábeis, para efeitos comerciais, tributários e societários. O exercício social deve ter a duração de um trimestre, com exceção do primeiro ano de existência da empresa; b) a data do término do exercício social deve ser fixada no estatuto ou contrato social da pessoa jurídica; c) ano-calendário é o período de 12 meses consecutivos, compreendido do dia 1º de janeiro a 31 de dezembro, sendo que a legislação do Imposto de Renda utiliza tal expressão para identificar o ano de ocorrência do fato gerador da obrigação tributária; d) período-base é a expressão que designa o período de incidência do Imposto de Renda das pessoas jurídicas, ou seja, o período de apuração 59 da base de cálculo. O período-base de apuração definitiva do Imposto de Renda das pessoas jurídicas pode ser: a) trimestral, com base no lucro real, presumido ou arbitrado; b) anual, com base no lucro real, no caso de opção pelos pagamentos mensais por estimativas. e) o montante do prejuízo fiscal que pode ser objeto de compensação com o lucro real é aquele apurado e controlado no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR); f) no caso de apuração do Imposto de Renda e contribuição social pelo lucro real trimestral, cada trimestre é considerado um período de apuração distinto, sendo que o lucro tributável apurado num trimestre pode ser compensado com prejuízos fiscais ou bases negativas de contribuição social sobre o lucro de trimestres subsequentes; g) a compensação do prejuízo fiscal está limitada ao máximo de 25% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas em lei; h) Não existe prazo de prescrição para a compensação do prejuízo fiscal. i) as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real podem optar pela apuração do lucro real anual, alternativamente pela apuração em cada trimestre. No entanto, os recolhimentos dos tributos devem ser efetuados uma vez por trimestre;60 j) na opção pelo lucro real anual, as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real devem efetuar os recolhimentos mensais com base em estimativas. A partir dessa opção, a empresa está obrigada à apuração do lucro real anual, não podendo mudar a base de tributação pelo lucro presumido; l) o Imposto de Renda pago mensalmente pelo critério de estimativa deve ser calculado sobre a receita bruta do contribuinte, que é o somatório dos montantes das vendas de mercadorias ou produtos e dos serviços prestados, não devendo ser acrescidos os ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos. m) se a opção for pela apuração do lucro real trimestral, este deve ser determinado em períodos de apuração encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, com base no resultado líquido de cada trimestre; n) o Imposto de Renda trimestral será calculado mediante a aplicação da alíquota normal de 15% (quinze por cento) sobre a totalidade da base de cálculo, ou seja, 15% do lucro real e mais uma alíquota adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo que exceder o limite de R$ 60.000,00 no trimestral; o) no caso de início de atividades, o limite trimestral não será proporcional ao número de meses. 61 10. Assinale a alternativa incorreta, com relação ao conceito de lucro real: a) a palavra real é usada pelo Código Tributário Nacional em oposição aos termos presumido e arbitrado, com o principal objetivo de exprimir o que existe de fato, verdadeiro, ou seja, o que não é presumido ou arbitrado; b) contabilmente falando, pode-se concluir que o lucro real é aquele realmente apurado pela contabilidade, com base na completa escrituração contábil fiscal, com a estrita e rigorosa observância dos princípios de contabilidade e demais normas fiscais e comerciais; c) a legislação, ao introduzir a figura do lucro real, que é uma alternativa de tributação opcional para algumas pessoas jurídicas, visou facilitar as rotinas burocráticas e administrativas de algumas organizações, geralmente algumas empresas de menor porte e menor nível de estrutura; d) a apuração do lucro real envolve maior complexidade na execução das rotinas contábeis e tributárias, para a completa escrituração das atividades e posterior apuração do lucro real, que é a base para cálculo dos tributos com o Imposto de Renda e contribuição social sobre o lucro das empresas que não podem optar pelo lucro presumido. e) o lucro real é apurado com base na escrituração mercantil das organizações, o que compreende a adoção de um conjunto de procedimentos corriqueiros no ambiente profissional do contabilista. 62 11. Assinale a alternativa correspondente ao conceito de lucro real: a) É uma forma simplificada de apuração da base de cálculo dos tributos com o Imposto de Renda e da contribuição social, restritas aos contribuintes que não estão obrigados ao regime de apuração de tributação com base no estimado; b) É um recurso utilizado pelas autoridades fiscais, quase sempre como última alternativa, que se deve ser aplicado quando houver ausência absoluta de confiança na escrituração contábil do contribuinte; c) É uma opção do contribuinte, quando há falta ou insuficiência de elementos concretos que permitam a identificação ou verificação da base de cálculo utilizada na tributação pelo lucro presumido; d) É o lucro líquido do período apurado na escrituração comercial, denominado lucro contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações autorizadas pela legislação do Imposto de Renda. 63 Multa punitiva é aquela que é fundamentada no interesse público de punir o inadimplente. É a multa proposta por ocasião do lançamento; aquela cuja aplicação é excluída pela denúncia espontânea a que se refere o art. 138 do Código Tributário Nacional, onde o arrependimento da infração, oportuno e formal, faz cessar o motivo de punir. A multa de natureza compensatória, por sua vez, destina-se não a afligir o infrator, mas a compensar o sujeito ativo pelo prejuízo suportado em virtude do atraso no pagamento que lhe era devido. É uma penalidade de caráter civil, posto que comparável à indenização prevista no direito civil. Em decorrência disso, nem a própria denúncia espontânea é capaz de excluir a responsabilidade por esses acréscimos, que são chamados de moratórios. 12. Demonstração do resultado do exercício (em reais) Resultado operacional 750.000,00 (-) Despesas de brindes (20.000,00) (-) Despesas com vendas (200.000,00) (-) Despesas Administrativas (220.000,00) (-) Multas ambientais (10.000,00) = não é dedutível (-) Multas por atraso no pagamento de impostos (5.000,00) é dedutível (-) Lucro antes do Imposto de Renda 295.000,00 Considerando-se as informações recebidas e as determinações da legislação fiscal, o Imposto de Renda devido pela companhia M, no 1o trimestre/2013, em reais, é (A) 48.750,00 (B) 49.500,00 (C) 72.750,00 (D) 75.250,00 (E) 76.500,00 64 13. (Petrobras/Cesgranrio/2014/Q.51) Uma companhia tributada pelo lucro real apresentou as seguintes informações referentes ao 2o trimestre de 2014: I. Lucro apurado no 2o trimestre/2014 (abr./mai./jun.) = R$ 30.000,00 II. Valores inclusos no valor do lucro apurado no 2o trimestre/2014 (item I.) • Multa de INSS, por insuficiência de recolhimento = R$ 2.500,00.Punitiva • Multa pelo recolhimento espontâneo do Imposto de Renda, em atraso = R$ 3.500,00. Compensatória Considerando exclusivamente as informações da companhia e as normas tributárias vigentes, o valor da base de cálculo do imposto de renda, em reais, é (A) 29.000,00 (B) 30.000,00 (C) 32.500,00 (D) 33.500,00 (E) 36.000,00 65 7 APURAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA LUCRO PRESUMIDO É uma modalidade optativa de apurar o lucro e, consequentemente, o Imposto de Renda das pessoas jurídicas e a Contribuição Social sobre o Lucro das empresas que não estiverem obrigadas à apuração do lucro real. A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial. No entanto, poderá ficar dispensada da escrituração contábil a pessoa jurídica que, no decorrer do ano- calendário, mantiver Livro Caixa, no qual deverá ser escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária. É preciso esclarecer, entretanto, que essa dispensa de escrituração é apenas para fins de legislação do imposto de renda, sendo que nada impede que, por exemplo, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) exija escrituração contábil com o objetivo de apurar a contribuição patronal devida à previdência social. Em qualquer caso a pessoa jurídica deverá: a) Caso se dedique a atividades industriais ou comerciais, escriturar o Livro de Registro de Inventário, no qual deverão constar os estoques existentes de cada produto no término do ano-calendário. b) Manter em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhe sejam pertinentes, todos os livros obrigatórios por legislação específica, bem como todos os documentos e demais papéis que serviram de base para a escrituração comercial
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