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CIRURGIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Msc. Cristiane Araújo crismaria_nutri@yahoo.com.br • CIRURGIAS EM GERAL: DIETA HIPERPROTÉICA, HIPERCALÓRICA • CIRURGIAS DO TGI: PARTICULARIDADES • IMPORTÂNCIA DO JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO ANESTESIA → PARALISAÇÃO TGI → BRONCOASPIRAÇÃO NUTRIÇÃO NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO • Recomenda-se em operações eletivas tempo de jejum de 6 horas para sólidos e de 2 horas para líquidos claros contendo carboidratos; • Recomenda-se o uso de maltodextrina a 12,5% em volume de 200-400 mL, 6 e 2 horas antes da operação. Exceções a essa última recomendação são: obesidade mórbida, gastroparesia, mau esvaziamento gástrico, suboclusão ou obstrução intestinal e doença do refluxo gastroesofágico moderada e grave; • Jejum pré-operatório prolongado é desnecessário na maioria dos pacientes; • Interrupção da ingestão nutricional é desnecessário no pós-operatório na maioria dos pacientes. Acerto, 2011 NUTRIÇÃO NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO • A ingestão inadequada por via oral por mais de 14 dias está associada a aumento de morbimortalidade pós-operatória. • Vários estudos demonstraram que pacientes desnutridos se beneficiam de TN pré-operatória por 7-14 dias, com ou sem imunonutrientes.. • Imunonutrição (pré e perioperatória) mostra melhoras significativas na resposta imunológica, oxigenação intestinal e microperfusão, e menor taxa de infecção. Interessante suplementação pré- operatória por 5-7 dias. • Não há evidência consistente para o uso de probióticos ou simbióticos no perioperatório. Projeto Acerto, 2011 NUTRIÇÃO NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO • Segundo a ESPEN (Sociedade Européia de Nutrição Enteral e Parenteral), pacientes com risco nutricional GRAVE*, são candidatos à nutrição enteral por um período de 10 a 14 dias antes de cirurgia de grande porte,mesmo que isto implique em atraso. • * Pacientes com risco nutricional GRAVE: – Perda de peso > 10-15% em 6 meses – IMC < 18,5kg/m² – ASG grau C ou indicando desnutrição grave – Albumina sérica < 3mg/dL Mura, 2011 (“Krause brasileiro”) NUTRIÇÃO NO PRÉ E PÓS- OPERATÓRIO PROJETO ACERTO: • Pacientes com risco nutricional GRAVE: – Perda de peso > 10% em 6 meses (ou 5% em 30 dias) – IMC < 18,5kg/m² – ASG grau C – Albumina sérica < 3mg/dL (sem evidência de disfunção hepática e renal) NUTRIÇÃO NO PRÉ E PÓS- OPERATÓRIO CALORIAS • A melhor forma é pela calorimetria indireta • Regra de bolso 30-35KCal/Kg/dia e Harris-Benedict (Dan, 2010; Acerto, 2011) Planejamento nutricional de pacientes cirúrgicos • PROTEÍNAS Planejamento nutricional de pacientes cirúrgicos Período PTN DAN, 2010 PTN Acerto, 2011 Pré-operatório 1,0g/Kg/dia 1,0-1,5 g/Kg/dia Após trauma ou cirurgia Pode chegar a 2,0g/Kg/dia Pode chegar a 2,0g/Kg/dia Estresse moderado 1,2 a 1,5g/Kg/dia Nível alto de estresse Pode chegar a 2,0g/Kg/dia Em média 1,2 a 1,5g/Kg/dia e N 150:1 VITAMINAS E MINERAIS • Minerais de acordo com RDA • Vitaminas de acordo com as DRIs, embora alguns autores preconizem 2x RDA (Dan, 2010). Planejamento nutricional de pacientes cirúrgicos ESTRUTURAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO • TUBO DIGESTIVO • ÓRGÃOS ANEXOS Terço superior Terço médio Terço inferior EES EEI CORPO proximal distal ESÔFAGO ESÔFAGO Principal função do esôfago é a condução de alimentos da faringe para o estômago, prevenindo o refluxo gastroesofágico (RGE) Câncer de esôfago • MAIS FREQUÊNTE EM HOMENS ENTRE 60 E 70 ANOS. • 50% OCORRE NO TERÇO INFERIOR • SINTOMATOLOGIA: DISFAGIA, MAU GOSTO NA BOCA, ANOREXIA INTENSA, DISFAGIA TOTAL, ODINOFAGIA. • CONDUTA DIETOTERÁPICA – CONSISTÊNCIA CONFORME ACEITAÇÃO – HIPERCALÓRICA – HIPERPROTÉICA – EVENTUALMENTE POR SONDA OU GASTROSTOMIA OU JEJUNOSTOMIA. ESÔFAGO • ESÔFAGO – DILATAÇÃO – CARDIOMIOTOMIA À HELLER + TERAPIA ANTI- REFLUXO (Fundoaplicatura de Nissen ou Dornissen) – ESOFAGECTOMIA TUMOR MEGAESÔFAGO DIETOTERAPIA: PRÉ-OP: • CONSISTÊNCIA CONFORME ACEITAÇÃO (C/A) • MEGAESÔFAGO: alimentos que ↓ pressão no EEI – sucos cítricos, cafés, chás, chocolate, lipídios. • EM GERAL, LÍQUIDOS CLAROS (LAVAGEM) – NA VÉSPERA PÓS-OP: • EVOLUI C/A (LÍQ PROVA → LÍQ TOTAL → PASTOSA →BRANDA →LIVRE). • FRACIONADA ↓ VOLUMES, EVITAR LIQ + SOLIDOS • ESOFAGECTOMIA: SNE. Quando iniciar via oral (VO): LIQUIDOS CLAROS, 1 SEMANA DE LIQUIDA TOTAL E PROG C/A (Teus et al, 2016). A vagotomia total às vezes é acompanhada por diarreia e esteatorréia (Dan, 2010). ESÔFAGECTOMIA- DIETOTERAPIA O objetivo deste estudo foi determinar a viabilidade ea segurança da nutrição oral imediatamente após a esofagectomia. Estudo prospectivo multicêntrico realizado em três centros de referência entre agosto de 2013 e maio de 2014, incluindo 50 pacientes submetidos a esofagectomia minimamente invasiva. Conclusões O início imediato da nutrição oral após a esofagectomia parece ser viável e não aumenta as complicações em comparação com uma coorte retrospectiva e literatura. No entanto, se surgirem complicações, é necessária uma via nutricional alternativa. A nutrição oral foi iniciada no pós-operatório imediatamente (líquidos claros no dia pós-operatório [POD] 0, nutrição líquida no POD 1 a 6, alimento sólido do POD 7). A nutrição enteral não-oral foi iniciada quando <50% da necessidade calórica foi atingida no POD 5 pós-operatório ou quando a ingestão oral era impossível. • Objetivou-se investigar se a suplementação de vitamina D no pós-operatório afeta a qualidade de vida (QV) e a sobrevida em pacientes com câncer de esôfago. • Pacientes usaram regularmente suplementos de vitamina D após a cirurgia e usualmente tomaram 200-400 UI por dia ao longo de um ano por meio. • Resultados mostraram que o uso de suplementos de vitamina D poderia servir como uma intervenção promissora para aumentar a QV e prolongar sobrevida livre de doença. • A EN precoce com fórmula elementar de baixo teor de gordura após esofagectomia com linfadenectomia de três campos foi segura e válida para a recuperação pós- operatória e potencialmente útil na prevenção de vazamento de quilo. ESTÔMAGO FUNDO CORPO ANTRO • CONCEITO ANATÔMICO: Órgão situado na parte superior da cavidade abdominal, abaixo do fígado e do diafragma e acima do cólon e mesocólon transverso. ESTÔMAGO ESTÔMAGO CÉLULAS • MUCOSAS: Muco • PARIETAIS (oxínticas): HCl e fator intrínseco • PÉPTICAS ou PRINCIPAIS: Pepsinogênio • ENDÓCRINAS: Hormônio gastrina (+ no antro/ céls G) Secreção gástrica Tipos de célula Constituição Ação Céls. Pépticas ou principais Pepsinogênio Lise de ptns. a peptídeos Céls. Oxínticas ou parietais HCL • Conversão de pepsinogênio à pepsina • Bactericida Fator intrínseco Liga-se a vit. B12 para facilitar a sua absorção no ID Cels. Mucosas Muco Protege a mucosa dos ácidos e pepsina Cels. Epiteliais Superficiais Bicarbonato Protege a mucosa contra os ácidos Cels. Endócrinas Gastrina • Secretar HCL • Aumentar a motilidade gástrica e intestinal • Relaxamento do esfíncter pilórico • Secreta enzimas pancreáticas • Relaxa a válvula ileocecal Regulação nervosa : controlada por estímulo nervoso parassimpático • AÇÃO MECÂNICA • AÇÃO HORMONAL • AÇÃO ENZIMÁTICA ESTÔMAGO – funções Digestão no estômago gastrina HCl Pepsinogênio pepsina HCl aminoácidos polipeptídios A renina coagula a caseína para ação da pepsina QUIMO Há também uma lipase (tributirinase) que age sobre a tributirina e forma AG livrespH ácido no duodeno Espasmo do piloro É lançado mais quimo no duodeno Impedindo que o quimo passe Interior duodenal alcalino Esfíncter pilórico relaxa Enterogastrona e secretina gastrina Parada da produção de suco gástrico • FATORES QUE ALTERAM O TRABALHO GÁSTRICO – Quantidade excessiva de alimentos – Qualidade dos alimentos – Excesso de líquidos – Temperaturas extremas – Mastigação incompleta – Deglutição rápida – Alteração de secreção e/ ou motilidade • AFECÇÕES DO ESTÔMAGO – Gastrite – Úlcera – Câncer ESTÔMAGO 50% LOCALIZA-SE NO ANTRO Se apresentam, predominantemente, sob a forma de três tipos histológicos: ◦ o adenocarcinoma, responsável por 95% dos tumores gástricos, ◦ o linfoma, diagnosticado em cerca de 3% dos casos, ◦ e o leiomiossarcoma. FATORES DE RISCO H. PYLORI GASTRITE FUMO ÁLCOOL Vários estudos têm demonstrado que a dieta é um fator preponderante no aparecimento do câncer de estômago. ALIMENTAÇÃO CARCINOGÊNICA Uma alimentação pobre em vitamina A e C. A Vit C bloqueia produção endógena de nitrosaminas. Alimentos defumados e churrascos (alcatrão e buspirona na fumaça), enlatados, com corantes ou conservados no sal. Arroz polido com talco: pode ter asbesto (ou amianto, é uma fibra mineral) resultante do método de abrasão em seu polimento. O NaCl em excesso forma malonodialdeído na mucosa gástrica glandular. Assim, ocorre peroxidação lipídica no estômago danificado pelo cloreto de sódio. Gorduras (aumenta resistência à Insulina) Frituras: acroleína. O tipo de preparo do alimento também influencia no risco de câncer: ◦ Ao fritar, grelhar ou preparar carnes na brasa a temperaturas muito elevadas, podem ser criados compostos que aumentam o risco de câncer de estômago e coloretal. ◦ Por isso, métodos de cozimento que usam baixas temperaturas são escolhas mais saudáveis, como vapor, fervura, pochê, ensopado, guisado, cozido ou assado. Os nitritos e nitratos usados para conservar alguns tipos de alimentos, como picles, salsichas e outros embutidos e alguns tipos de enlatados, se transformam em nitrosaminas no estômago. As nitrosaminas, que têm ação carcinogênica potente. Ingestão de água proveniente de poços que contém uma alta concentração de nitrato também estão relacionados com a incidência do câncer de estômago. Grãos e cerais armazenados em locais úmidos e inadequados – fungo Aspergillus flavus – produz aflatoxina. PREVENÇÃO Uma dieta balanceada composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras. Além disso, é importante o combate ao tabagismo e diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas. SINTOMATOLOGIA ◦ INÍCIO: ASSINTOMÁTICO ◦ DOR, EMPACHAMENTO, ERUCTAÇÕES, ANOREXIA, HEMORRAGIA, ANEMIA, PERDA DE PESO. LOCALIZAÇÃO x PROGNÓSTICO ◦ ANTRO ◦ FUNDO E CORPO TRATAMENTO ◦ QT/RT ◦ CIRÚRGICO* Como alimentar após a retirada do estômago??? Recomendações nutricionais para pacientes com câncer Manutenção de Peso Ganho de Peso Hipermetabólicos, Estresse ou Má absorção Energia 25 a 30 Kcal/Kg/dia 30 a 35 Kcal/Kg/dia > 35 Kcal/Kg/dia Proteína 0,8 a 1,0 g/Kg/dia 1,0 a 1,2 g/kg/dia 1,5 a 2,5 g/Kg/dia Bloch e Charunhas (2001) Projeto ACERTO (ACEleração da Recuperação TOtal pós-operatória) (2011): •Calorias: 30-35KCal/Kg de peso corporal/dia •Proteínas: 1,2-1,5g/Kg de peso corporal/dia •Após trauma ou intervenção cirúrgica, a necessidade proteica pode chegar a 2g/Kg DIETOTERAPIA: PRÉ-OP: SEM IRRITANTES GÁSTRICO C/A. PÓS-OP: GASTREC TOTAL (esôfagojejunoanastomose): SNE 50ML → LIQ PROVA → EVOLUI ATÉ BRANDA SEM LACTOSE, SEM SACAROSE POR 30 DIAS. POUCO VOLUME, FRACIONADA. DIETOTERAPIA: GASTREC SUBTOTAL (gastrojejunoanastomose): VO LIQ PROVA → EVOLUI ATÉ BRANDA SEM LACTOSE, SEM SACAROSE POR 30 DIAS. FRACIONADA. Sem lactose, sem sacarose → para evitar SÍNDROME DE DUMPING (chegada muito rápida de açúcares ao jejuno proximal levando à uma hiperinsulinemia com conseqüente hipoglicemia abrupta; sintomas: tontura, desmaio, sudorese... além de desvio de líquidos do compartimento intravascular p/ luz intestinal com redução do volume plasmático(com sinais de hipovolemia) por conta do esvaziamento gástrico acelerado de conteúdo hiperosmolar) DIETA PARA CONTROLAR SINTOMAS DA SÍNDROME DE DUMPING • REFEIÇÕES PEQUENAS E FREQUENTES •ALTA INGESTÃO DE PROTEÍNAS (REDUZ INDICE GLICÊMICO) •POUCA INGESTÃO DE CH SIMPLES •POUCA INGESTÃO DE FIBRAS INSOLÚVEIS •EVITAR LÍQUIDOS ÀS REFEIÇÕES •RETARDAR O TEMPO DE TRÂNSITO (FIBRAS, MUCILAGENS, GORDURAS) •EVITAR ALIMENTOS HIPEROSMOLARES DAN, 2010 O cardápio inicial é composto por: • Líquidos protéicos lácteos ou derivados (leites sem lactose, extratos de soja com proteínas de alto valor biológico, iogurtes líquidos, sem carbohidratos simples). Melhorar sabor com técnicas simples. • Sucos naturais frescos, adicionados de carboidratos complexos a 5- 10%. • Extratos de carnes ricos em ferro, zinco e proteínas. • Caldos de leguminosas frescos adicionados de suplementos protéicos artesanais ou industrializados. • Evitar feijão com a palha e verduras cruas. • Frutas: abacate, banana, maçã e pêra sem casca. O cardápio após 1 mês é composto por: • Dieta livre (libera feijão, salada crua e açúcar) • Com lactose e sacarose (observar Dumping) • Hiperprotéica • Hipercalórica • Fracionada com alta densidade calórica/ horário • Com suplemento alimentar VIA ORAL RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL Consistência Iniciar com líquida e evoluir c/a Fracionamento 5-6 refeições Volume das refeições Menor na primeira quinzena, aumentar gradativamente conforme tolerância Mastigação Mastigar bem p/ facilitar digestão Leite de vaca e outros prod lácteos Só a partir do terceiro dia de alimentação p evitar desconforto Doces concentrados e excessos de açúcar Evitar p/ prevenir dumping Alimentos a serem evitados (especialmente no caso de cirurgia por úlcera péptica) Pimenta (capsaicina), álcool - irritantes da mucosa) Café mesmo descafeinado, aumenta produção de HCl. Refrigerantes: gases causam distensão gástrica. Os a base de cola aumentam a produção de HCl. RECOMENDAÇÕES PARA GASTRECTOMIZADOS (MURA, 2011) Perda de 10% 1° MÊS (Liedman et al, 1999) Perda de 15% 1° MÊS (BAE et al, 1998; BRADLEY et al, 2002) perda de peso de 5% a 10% dentro de um a seis meses representa alto risco nutricional ingestão calórica inadequada (sensação de plenitude gástrica, flatulência, perda de apetite (anorexia), dispepsia, alteração na motilidade intestinal, disfagia, diarréia, náuseas, vômitos e refluxo), insuficiência pancreática exócrina (inatividade do duodeno), assincronismo entre alimentos e suco pancreático secretado, supercrescimento bacteriano, alterações na mucosa intestinal, tempo de trânsito intestinal reduzido progressão da doença maligna em pacientes gastrectomizados Aversões alimentares Anemia Ferropriva Anemia por carência de B12 (céls parietais) As taxas de deficiência de vitamina B12 foram 100% para GASTRECTOMIA TOTAL (GT) e 15,7% para SUBTOTAL DISTAL 4 anos após a cirurgia (P <0,001). O tempo médio para a deficiência de vitamina B12 foi de 15 meses após GT. Devido à má absorção de gordura e supressão da ingestão de alimentos, uma possível deficiência em vitaminas lipossolúveis, como as vitaminas A, D, E e K, foi prontamente sugerida. Em cerca de 20% dos pacientes, os níveis séricos de vitamina E diminuíram. De fato, a deficiência devitamina E é uma complicação comum após a gastrectomia. Contudo, os níveis séricos de vitamina A diminuíram em apenas 1,8% dos doentes. Nos casos de gastrectomia total, o nível sérico de vitamina A pode diminuir prontamente. Em contraste, a deficiência de vitamina D de 1,25 (OH) 2, que é o metabolito mais ativo da vitamina D, é rara. Além disso, a deficiência de vitamina K após a gastrectomia não foi relatada até agora. Evidência de que os níveis séricos de vitamina solúvel em gordura podem diminuir após a gastrectomia para câncer gástrico ainda não foi estabelecida. Pesquisas futuras devem explorar deficiência de vitamina lipossolúvel após gastrectomia. Outras alterações nutricionais • Maior risco para osteopenia e fraturas, por déficit de cálcio. • Polineuropatia por deficiência de tiamina INTESTINOS LOCALIZAÇÃO INTESTINO DELGADO SUBDIVISÃO INTESTINO GROSSO INTESTINO DELGADO DUODENO Comprimento do ID ~ 500 cm - Duodeno = 25 cm (12 dedos) - Jejuno = 200 cm - Íleo = 300 cm Cólon = 150 cm INTESTINO DELGADO JEJUNO ÍLEO INTESTINO DELGADO HISTOLOGIA Epitélio intestinal – 300-400m2 – tamanho de uma quadra de tênis Quimo ácido secretina colecistocinina secretina colecistocinina Suco pancreático Bile Suco pancreático Neutraliza a acidez do quimo Bile bicarbonato Enzimas digestivas Alcaliniza o quimo Ação das enzimas Pancreáticas e intestinais Emulsifica as gorduras Ação da lipase Pancreática e entérica A bile não contem nenhuma enzima. Zimogênios = inativos para não haver autodigestão pancreática tripsinogênio quimotripsinogênio tripsinogênio tripsina quimotripsinogênio quimotripsina enteroquinase INTESTINO GROSSO INTESTINO GROSSO Local de absorção de: água, sais e vitaminas sintetizadas neste órgão por ação bacteriana. Fermentação de fibras. Vitamina K Vit B1 Vit B2 Vit B12 PATOLOGIAS: • CÂNCER • MEGACÓLON • DIVERTICULITE • VOLVO INTESTINOS CÂNCER COLORRETAL 3º causa mais comum de morte por câncer no Brasil. Maior incidência entre 50 e 70 anos. Homens e mulheres são igualmente afetados. FATORES DE RISCO Idade > 40 anos Doenças intestinais Passado de doenças malignas pessoais e familiares Estilo de vida CÂNCER COLORRETAL Cólon e reto tumor Sistema digestivo CÂNCER COLORRETAL • A maioria dos tumores evoluem a partir de pólipos. CÂNCER COLORRETAL Sintomas mais comuns Alterações do trânsito intestinal Sangue e/ ou muco nas fezes Dor às evacuações Anemia e/ ou emagrecimento CÂNCER COLORRETAL • Diagnóstico: PSO, retosigmoidoscopia, colonoscopia, toque retal, enema baritado, entre outros. •Tratamento mais comum: remoção do tumor. CÂNCER COLORRETAL RESSECÇÕES COLÔNICAS – COLECTOMIAS MODIFICAÇÕES DIETÉTICAS NO PÓS-OP DE COLECTOMIA INDICADA A PACTES COM ALTERAÇÕES NOS PADRÕES DOS MOVIMENTOS INTESTINAIS (DAN, 2010) Reduzir ou suprimir fibra insolúvel; Reduzir inicialmente o total de gordura, aumentar gradativamente de acordo com tolerância; Reduzir ou suprimir a lactose, reintroduzir gradativamente conforme tolerância; Evitar estimulantes do peristaltismo: alimentos excessivamente condimentados, pimenta, café e bebidas gaseificadas; Evitar alimentos flatulentos: repolho, pepino, couve-flor, leguminosas com casca, melancia, grão de bico, alcachofra; Fracionar dieta: 5-6 pequenas refeições; Volume hídrico: 1,5-2 L/dia, fracionado em pequenos volumes; Suplementos de fibra solúvel (goma guar, plantago ovata) antes das principais refeições p/ aumentar consistência e volume das fezes; Qdo íleo terminal for removido, Vit B12 intramuscular; MODIFICAÇÕES DIETÉTICAS NO PÓS-OP DE COLECTOMIA INDICADA A PACTES COM ALTERAÇÕES NOS PADRÕES DOS MOVIMENTOS INTESTINAIS (DAN, 2010) Evitar frituras, alimentos muito quentes ou frios; Repouso sentado 30 min após refeições; Evitar durante 2-3 meses após cirurgia: leite e derivados, embutidos, patês, carnes muito duras e fibrosas, mariscos, cereais integrais e derivados, legumes e verduras muito fibrosas como alcachofra e repolho, frutas cruas muito fibrosas, frutas secas, bebidas alcóolicas, maionese, doces e chocolates. Após fase inicial (2-3 meses): reintroduzir gradativamente os alimentos desaconselhados, observando a tolerância. Continuar evitando cereais integrais, legumes e verduras muito fibrosas. Consumir com moderação frutas, verduras e hortaliças. PRÉ-OP: LÍQUIDOS CLAROS (véspera) PÓS-OP: RICA EM LÍQUIDOS • Com perda da válvula íleo-cecal (VIC)(lado direito) – CONSTIPANTE • Sem perda da VIC – LAXANTE (quando em risco de constipar, para preservar a anastomose) INTESTINOS - DIETOTERAPIA DIETOTERAPIA Dieta conforme consistência das fezes evitar constipação (+ laxante) Dieta constipante Rica em líquidos, Na e K OUTRAS RECOMENDAÇÕES • EVITAR ALIMENTOS QUE POSSAM AUMENTAR A PRODUÇÃO DE GASES: Bebidas Alcoólicas, Refrigerantes, Feijão, Milho, Ervilha, Grão-de-Bico, Couve-Flor, Repolho, Beterraba, Pepino, Brócolis, Batata Doce, Pimentão, Cebola, Alho, Doces e Frituras, e qualquer outros alimentos que testado por você, produza este sintoma. • EVITAR ALIMENTOS QUE POSSAM PRODUZIR MAU ODOR DAS FEZES (EM CASO DE NECESSIDADE): Peixes, Carnes em Conserva, Temperos Fortes, Ovo cozido. DIVERTICULECTOMIA OU RESSECÇÃO Diverticulose: laxante Diverticulite: pobre em resíduos Pós-op: Dieta laxante DIETOTERAPIA DOENÇA DIVERTICULAR • DIVERTICULOSE – COLEÇÃO DE HÉRNIAS NA PAREDE COLÔNICA • DIVERTICULITE – INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO PELO ACÚMULO DE MATÉRIA FECAL NAS BOLSAS DIVERTICULARES. PODE LEVAR A ULCERAÇÃO E ATÉ MESMO PERFURAÇÃO • CONDUTA DIETOTERÁPICA – DIVERTICULOSE - ↑FIBRAS 90% DOS PACIENTES COM DIETA TEOR DE FIBRAS PERMANECEM SEM SITOMAS POR 5 ANOS – DIVERTICULITE – INICIALMENTE COM BAIXO RESÍDUO , DIETA ELEMENTAR OU, EM CASOS COMPLICADOS NPT APÓS REMISSÃO DO QUADRO INFLAMATÓRIO RETORNAR GRADUALMENTE PARA UMA DIETA RICA EM FIBRAS DISTORÇÃO DO VOLVO OU RESSECÇÃO DO SEGMENTO Pré-op: pobre em resíduos Pós-op: Dieta laxante DIETOTERAPIA Kapadia, M. R. (2017). Volvulus of the Small Bowel and Colon. Clinics in Colon and Rectal Surgery, 30(01), 040-045. FIBRAS ALIMENTARES • Burkitt, África. • Fibra Alimentar: é a parte comestível de plantas ou carboidratos análogos que são resistentes à digestão e absorção no intestino delgado de humanos com fermentação completa ou parcial no intestino grosso. (American Association of Cereal Chemists, 1999) FIBRAS ALIMENTARES Baseado nas propriedades físicas e papéis fisiológicos, as fibras alimentares podem ser categorizadas como: – fibras solúveis – fibras insolúveis • Solúveis em água • Usualmente viscosas • Fermentáveis no cólon • Ex: pectinas, gomas, mucilagens, betagliacanas e hemicelulose A • Fontes: frutas, verduras, farelo de aveia, cevada e leguminosas. • Insolúveis em água • Usualmente não viscosas • Sofrem pouca ou nenhuma fermentação • Ex: lignina*, celulose e hemicelulose B • Fontes: farelo de trigo, grãos integrais e verduras FIBRAS SOLÚVEIS FIBRAS INSOLÚVEIS FIBRAS - RECOMENDAÇÕES Slavin, JL. J Am Diet Assoc. 2009 A American Dietetic Association (ADA) recomenda: Adulto - 20 a 35g/dia ou 10 a 13g/1000Kcal/dia *25 a 30% FS e 70 a 75% FI Criança > 2 anos – “idade + 5 a 10g” DRIs (2004) – 14g/1000Cal ; 25g mulheres, 38g homensFERMENTAÇÃO DA FIBRAS FERMENTAÇÃO DAS FIBRAS ENERGIA ENERGIA FIBRAS ALIMENTARES X BUTIRATO Butirato → “Efeito paradoxal” Ação proliferativa de colonócitos saudáveis Efeito anti- proliferativo de células neoplásicas Galf et al, 2005 FIBRAS ALIMENTARES X PESO FECAL ↑Peso fecal ↓Tempo de trânsito intestinal ↓Contato de substâncias potencialmente carcinogênicas com a mucosa colônica Stef et al, 2009 FIBRAS ALIMENTARES X SAIS BILIARES Fibras - Seqüestro de sais biliares e eliminação nas fezes. Cepas patógenas Sais biliares desconjugam Ptnquinase C ativando Carcinógenos síntese Stef et al, 2009 FIBRAS ALIMENTARES X SUBSTÂNCIAS CARCINOGÊNICAS Fibra alimentar Substâncias cancerígenas ou seus precursores Eliminação nas fezes FIBRAS ALIMENTARES X HIPERINSULINEMIA ↓Acessibilidade da amilase Retarda absorção de carboidratos ↓Carga glicêmica ↓Hiperinsulinemia pós-prandial FIBRAS ALIMENTARES X FLORA INTESTINAL - PROBIÓTICOS Fibras - Promovem, seletivamente, a proliferação de bifidobactérias BACTÉRIAS INTESTINAIS FLORA INTESTINAL SAUDÁVEL E EQUILIBRADA Ingestão de 109 a 1011 bactérias lácteas diminui doenças gastrointestinais. Bactérias patógenas Bactérias benéficas DISBIOSE INTESTINAL BACTÉRIAS PATÓGENAS Causam infecção e diarréia Liberam enzimas proteolíticas e subprodutos tóxicos Aumentam o risco de câncer Denipote et al. Arq Gastroenterol, 2010 BIFIDOBACTÉRIAS – PRÓ-BIÓTICOS Protegem o cólon, secretando substâncias anti-bacterianas Competem com patógenas por locais de substrato e de aderência na mucosa Estimulam o sistema imunológico ↑ Eliminação fecal de amônia Ingestão de 109 a 1011 bactérias lácteas diminui doenças gastrointestinais. Probióticos Principais funções: • Nutricional: Síntese de vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6, ácido fólico, B12) e vitamina K; • Digestória: Síntese de enzimas digestivas, sobretudo da enzima lactase, mas também de proteases e peptidases. Regula o trânsito intestinal e a absorção dos nutrientes; • Cardiovascular: Tem um papel na normalização do colesterol e triglicerídeos plasmáticos; Probióticos Principais funções: • Metabólica: As bactérias probióticas produzem AGCCs, como o butirato, que são substrato metabólico para os colonócitos. Além disso, produzem enzimas citocromo P450-like, que estimulam a expressão gênica do citocromo no fígado favorecendo a detoxificação hepática; evitam a ressíntese de hormônios já degradados e convertem muitos flavonóides às suas formas ativas. Auxiliam, ainda, na metabolização de medicamentos, hormônios, carcinógenos, metais tóxicos e outros xenobióticos; Probióticos Principais funções: • Imunomoduladora: desenvolvimento e a maturação do sistema imune entérico e sistêmico (GALT e MALT), produção de anticorpos (IgA intestinal e sérica), aumentam a produção intestinal de citocinas anti- inflamatórias. Probióticos Indicações: a) Intolerância à lactose e a outros dissacarídeos – iogurte melhor tolerado que o leite (betagalactosidase) b) Diarréia c) Doença inflamatória crônica do intestino e outras situações gastroenterológicas d) Síndrome do Intestino Irritável e) Constipação intestinal f) Dislipidemias g) Sistema Imunológico h) Alergia i) Infecção por Helicobacter pylori (melhora, não erradica) j) Infecções virais Simbióticos • Fiber Mais Flora = probiótico (lactobacillus reuteri) + prebiótico (goma guar parcialmente hidrolizada e inulina). • Cada sachê (05gr) proporciona 4,3gr de fibra alimentar. • Sugestão de Uso: 01 sachê, duas vezes ao dia. Ou conforme orientação do médico ou nutricionista. • Fiber Mais = só fibra solúvel (prebiótico) • Stimulance = fibra solúvel + insolúvel (prebiótico) • Yakult = Lactobacillus casei Shirota (probiótico) • Lacto – B (2 cepas) e Lacto-pro (4 cepas)= probióticos • Probiatop = probiótico Probiótico Composição do Probiatop Invictus: • Lactobacillus paracasei: um lactobacilo que possui importante função imunomoduladora que aumenta a suporte imunológico natural do nosso corpo. • Lactobacillus acidophilus: lactobacilo que tem ação antimicrobiana contra Staphylcoccus aureus, Salmonella ssp, Escherichia Coli, Clostridium ssp. Ajuda no tratamento da intolerância à lactose (quando o consumo de alimentos com lactose causam gases, mau hálito, cólicas intestinais e por isso precisam consumir alimentos sem lactose), pois ele estimula a produção da enzima lactase em grande quantidade. • Lactobacillus rhamnosus: é eficiente no combate a inflamações intestinais, pois possui maior aderência à mucosa intestinal e maior competitividade contra os patógenos. • Bifidobacterium lactis: um tipo de probiótico que tem facilidade de se fixar e multiplicar rapidament. É eficaz no combate á patógenos e fungos e melhora a absorção de nutrientes. • Recomendações de uso: um a dois sachês por dia. Simbióticos Lactofos = simbioflora: Os lactobacillus presentes no lactofos são: Lactobacillus Casei possui importante função imunomoduladora aumentando as defesas naturais do organismo Lactobacillus Rhamnosus tem maior aderência à mucosa intestinal e maior competitividade com os patógenos. Eficiente no combate a inflamações intestinais Lactobacillus Acidophilus tem ação anti-microbiana contra Staphylcoccus aureus, Salmonella, Escherichia Coli, Clostridium. Produz enzima lactase em grande quantidade, sendo essencial para indivíduos com intolerância a lactose (formação de gases, mau hálito, cólicas intestinais). Bifidobacterium bifidum utiliza como estratégia no combate aos patógenos e fungos a fixação, multiplicação e competição pelos nutrientes. Melhora a absorção de ferro, cálcio e magnésio. • + 6g de FOS Simbióticos Simbioflora • Ingestão Diária Recomendada (Constipação ou Diarréia): Adultos 1 a 2 saches ao dia Crianças até 2 anos de ½ a 1 sache ao dia acima de 2 anos 1 a 2 saches ao dia • Indicação Idosos, adultos e crianças Pessoas que fazem uso de medicamentos que agridem a flora intestinal Portadores de dislipidemias Disbiose intestinal (Constipação/Diarréia) Disbiose vaginal Alergias alimentares Simbióticos Prolive • Cápsula contendo células de L. acidophilus é suspendida no interior de uma segunda cápsula (cápsula selante), que é preenchida com um líquido contendo um componente prebiótico (frutooligossacarídeo). • O sistema de cápsula dupla utilizado em Prolive garante que o probióticoLactobacillus acidophilus permaneça inativo e protegido da ação do suco gástrico durante o processo de digestão, já que o estômago é o local do trato gastrintestinal onde ocorrem as maiores reduções nas populações de probióticos ingeridos, devido à ação do suco gástrico e baixo pH. • Posologia – 1 cápsula/dia SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO (SMA) Sinais e/ou sintomas associados à absorção inadequada de nutrientes, podendo ser global (todos os nutrientes) ou seletiva (ex: vit B-12 no caso de ressecção do íleo). Comprimento do ID ~ 620 cm - Duodeno = 25 cm - Jejuno = 240 cm - Íleo = 360 cm Cólon = 150 cm Dan, 2010 SÍNDROME DO INTESTINO CURTO (SIC) CONCEITO: Consiste em um conjunto de sinais e sintomas usados para descrever as conseqüências nutricionais e metabólicas de grandes ressecções do intestino delgado. A SIC ocorre quando existe menos de 200cm de intestino delgado residual funcional Pacientes que não sofreram ressecçãointestinal, mas que apresentam redução acentuada da superfície de absorção do intestino delgado (p. ex., DII, espru, enterite por radiação), podem apresentar as mesmas seqüelas nutricionais. A SIC PODE SER CAUSADA POR: • Intestino anatomicamente curto (Ressecção: intestino remanescente 200cm); Ressecções extensas: Isquemia intestinal aguda, DII, tumores e traumas abdominais (no adulto); enterocolite necrosante e má formações congênitas (na criança) SÍNDROME DO INTESTINO CURTO (SIC) A SIC PODE SER CAUSADA POR: • Anormalidade funcional do intestino delgado (inflamação severa ou desordem de motilidade); • Ressecção anatômica + anormalidades funcionais (Doença de Crohn e enterite por irradiação) SÍNDROME DO INTESTINO CURTO (SIC) MODIFICAÇÕES ADAPTATIVAS APÓS RESSECÇÃO INTESTINAL • capacidade de absorção intestinal por unidade de superfície remanescente • diâmetro e peso da mucosa intestinal • altura das vilosidades MODIFICAÇÕES ADAPTATIVAS APÓS RESSECÇÃO INTESTINAL • numero de células por vilosidades; • taxa de renovação das células epiteliais •Retardar o esvaziamento gástrico •Retardar a velocidade de trânsito intestinal MODIFICAÇÕES ADAPTATIVAS APÓS RESSECÇÃO INTESTINAL •O processo de adaptação intestinal pode durar até 6 meses (1 ano) •Quase todos os indivíduos podem compensar fisiologicamente a perda de aproximadamente 50% do delgado. •A ressecção de todo o delgado é incompatível com a vida. A não ser que o indivíduo receba NP indefinidamente. A síndrome é caracterizada por diarréia, anormalidades dos fluidos e eletrólitos, K, Ca, Mg e Zn, vit.B12 (ressecções extensas do íleo), Fe, vit. lipossolúveis, má absorção e perda de peso. COMPLICAÇÕES DA SIC sinais e sintomas COMPLICAÇÕES DA SIC sinais e sintomas Pode haver: • Formação de cálculos de oxalato – Ocorre hiperoxalúria, devido à excessiva absorção de oxalato; – O oxalato dietético, em geral, se liga ao cálcio intraluminal e é excretado nas fezes. Porém, na SIC, o cálcio liga-se aos ác. graxos não absorvidos e deixa o oxalato livre para ser absorvido no cólon. oxalato Ca fezes Ca Ác graxos Não absorvidos oxalato Mucosa cólon normal SIC • Colelitíase - cálculos biliares de colesterol podem se desenvolver secundariamente aos sais biliares diminuídos dentro da circulação enterohepática, • Supercrescimento bacteriano (remoção da válvula íleo-cecal) COMPLICAÇÕES DA SIC sinais e sintomas • Hipersecreção gástrica Ocorre porque as secreções do intestino delgado, normalmente inibitórias, não estão mais presentes. O ácido excessivo danifica a mucosa proximal remanescente, reduzindo consequentemente a absorção. A má digestão e absorção conseqüentes resultam em fezes diarréicas ácidas. COMPLICAÇÕES DA SIC sinais e sintomas • Acidose lática: CH MAL-ABSORVIDOS FERMENTADOS NO CÓLON D-LACTOSE D-LACTOSE ABSORVIDA ACIDOSE LÁTICA COMPLICAÇÕES DA SIC sinais e sintomas • A motilidade e o peristaltismo intestinal AUMENTAM devido à perda dos hormônios que regulam os movimentos intestinais. COMPLICAÇÕES DA SIC sinais e sintomas • As ressecções do jejuno causam: – hipersecreção gástrica (por diminuição da degradação da gastrina no jejuno), – diarréia osmótica (pela diminuição da absorção) e – esteatorréia (muito ácido inativa a lipase). Em geral, a adaptação é rápida e sem repercussões nutricionais. Alterações físicas e metabólicas de acordo com a região ressecada • As ressecções do íleo causam: – Diarréia, – Esteatorréia, – Hiperoxalúria (nefrolitíase) e – Podem causar carência de Vitamina B12. Em geral, a adaptação é difícil e com importantes repercussões nutricionais e metabólicas. Alterações físicas e metabólicas de acordo com a região ressecada O comprimento do seguimento jejuno-ileal que um adulto precisa para sobreviver sem NP é: > 120cm (sem cólon em continuidade) > 60cm (com cólon em continuidade) • A falta do cólon está associada à maiores perdas hidroeletrolíticas e priva o organismo de uma fonte calórica importante, a partir dos AGCC do metabolismo das bactérias do cólon (aprox. 500Kcal). Alterações físicas e metabólicas de acordo com a região ressecada SIC A capacidade de manter um bom estado nutricional na SIC depende da: • extensão e da região ressecada, • presença da válvula íleocecal e do cólon A preservação da válvua íleo-cecal impede que bactérias normalmente presentes no cólon migrem para o delgado, evitando translocação bacteriana. A superpopulação bacteriana no delgado pode provocar a desconjugação de sais biliares e levar à má absorção de gorduras e esteatorréia. Além disso, aumenta a velocidade de trânsito diminuindo a absorção de nutrientes. SIC A capacidade de manter um bom estado nutricional na SIC depende da: • função absortiva do intestino restante e • natureza do processo patológico de base (ex.: no câncer é + difícil manter o EN). AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA SIC • Coletar dados sobre e extensão e anatomia do intestino remanescente • Obter informações sobre o balanço hídrico e nutricional (perda de peso) • Avaliar as intolerâncias alimentares, mudanças no apetite, náuseas e vômitos • Avaliar o tempo de transito intestinal, volume, freqüência e consistência das fezes; • Observar a presença de sinais de deficiências de sódio e de líquidos TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC A SIC é dividida em 3 fases: • Reanimação pós-operatória (1ºfase) • Estabilização (2º fase) • Adaptação (3º fase) PRIMEIRA FASE DA SIC Reanimação pós-operatória • Duração de 7 a 10 dias. • Perda hidroeletrolítica por diarréia maciça • Emagrecimento acentuado (10 a 30% do Peso inicial) • A acidose freqüentemente é grave. PRIMEIRA FASE DA SIC • Para repor a perda de fluidos e controlar a diarréia, suspende-se toda ingestão do paciente para eliminar qualquer componente osmótico. Faz hidratação venosa. • O suporte nutricional só deve ser iniciado após estabilização hemodinâmica e, será de início, exclusivamente por NPT. • A hipersecreção gástrica ocorre imediatamente após a ressecção intestinal e tende a ser transitória. Entretanto, em alguns pacientes, pode causar úlcera péptica. São usadas medicações de rotina para controlar essa acidez. SEGUNDA FASE DA SIC Estabilização • Dura 1 a 3 meses • Após controle da diarréia e das perdas de fluidos, o próximo passo no manuseio da SIC é a seleção e introdução de VO ou NE adequada. Nesta fase, inicia-se a estimulação do intestino residual. • Oferecer dieta sem lactose, pois ocorre ↓ da lactase na SIC. Suplementar com Zn, K, Mg, cálcio, Vitaminas A, B12, D, E, K. SEGUNDA FASE DA SIC • Nos paciente com cólon intacto, evitar alimentos ricos em oxalato (chocolate, bebidas à base de cola, chá, pimenta, cenoura, espinafre), pois a absorção aumentada de oxalato nesses pacientes pode levar à formação de cálculos de oxalato de cálcio. TERCEIRA FASE DA SIC Adaptação • Período varia de 3 a 12 meses podendo chegar até 2 anos • Diminuir ou, se possível, suspender a NP. • Tentar VO. Se ingestão oral adequada. • Nesta fase, a adaptação está mais acentuada, o que facilita a utilização do TGI. Alguns podem necessitar de suplementação definitivamente por NE ou NP. TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC NECESSIDADES NUTRICIONAIS CALORIAS 30-35 kcals/kg/dia – pacientes estáveis 35-40 kcals/kg/dia – má-absorção, desnutrição, hipermetabolismo (infecção) 30-40 kcals/kg ideal/dia na fase intermediária, que pode dobrarnos que perderem 50% ou mais do intestino. NPT 25-30Kcal/Kg/d (Dan, 2010) 60Kcal/kg Peso atual/dia na fase de adaptação (Diten, 2011) PROTEÍNAS De acordo com o estado clínico e metabólico do paciente 1.0-1.2 g/kg/dia – pacientes estáveis 1.5-2.0 g/kg/dia – hipermetabolismo Segundo Lameu (2005), 1.5-2.0 g/kg/dia na primeira fase e 80 a 100g na fase estável. 1,5-2,0 g/kg/dia (Dan, 2010) 1,0-1,5g/Kg/dia até inicio da fase de adaptação (Diten, 2011) 1,5 -3,0g/kg/dia fase de adaptação (Dietn, 2011) TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC NECESSIDADES NUTRICIONAIS CARBOIDRATOS Restrição de lactose TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC NECESSIDADES NUTRICIONAIS LIPIDIOS Não há muita razão para reduzir gorduras em pacientes com intestino curto em pacientes com ressecção ileal menor que 100cm e sem um cólon em continuidade. Pacientes com continuidade colônica podem ocasionalmente apresentar piora da diarréia com uma dieta rica em gordura devido à irritação da mucosa colônica por ácidos graxos livres, que estimulam a secreção de água e sódio e devem, nesse caso (presença total ou parcial do cólon), ser alimentados com uma dieta rica em carboidratos complexos (50% do VCT), restrita em CHO simples e fibras insolúveis e pobre em gorduras (20% do VCT) e oxalato. 7-8 refeições/dia, pequenos volumes, média de 35Kcal/kg/dia e 1,5gPTN/kg/dia (Diten, 2011). Oferta deve ser lenta de lipídeos sendo 50% de TCM. Suplementação de AGM, em uma dieta normal ou pobre em lipídios, pode ser útil em caso de esteatorréia. TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC NECESSIDADES NUTRICIONAIS LIPIDIOS A utilização de w9 por VO, em comparação com w6 e w3 mostrou que há redução no trânsito intestinal, diminuição da frequência e volume das defecações em pacientes com diarreias de etiologias diversas, incluindo a SIC. Assim, o consumo do ácido oleico antes das refeições ativa os mecanismos de retroalimentação inibidores fisiológicos, que são estimulados pelos nutrientes, diminuindo o trânsito gastrointestinal e a eliminação fecal. Diten, 2011. TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC NECESSIDADES NUTRICIONAIS RECOMENDAÇÕES GERAIS (caiu em prova) • A alimentação oral deve ser iniciada assim que haja estabilização das perdas hidroeletrolíticas e o controle das perdas fecais • Dietas hipogordurosas, ricas em carbohidratos e fibras solúveis com restrição de oxalato, estão mais indicadas diante da presença anatômica e funcional, parcial ou total, do cólon, • O uso de medicações para controlar o peristaltismo intestinal pde estar indicado nesta fase do acompanhamento. Diten, 2011. Questão 48, pág 473 VITAMINAS E MINERAIS A maioria das vitaminas hidrossolúveis é absorvida no jejuno proximal. Com a exceção da vitamina B12 e o folato, deficiências de vitaminas hidrossolúveis são raramente vistas na SIC. TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC VITAMINAS E MINERAIS Suplementação regular da vitamina B12 (Ressecção do íleo distal) - A vitamina B12 é absorvida no íleo terminal após sua ligação com fator intrínseco. Quando mais de 60 cm do íleo for ressecado, injeções mensais de B12 são necessárias por tempo indefinido. Se a carência de B12 não for corrigida, o paciente poderá apresentar anemia megaloblástica e neuropatia periférica. TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC VITAMINAS E MINERAIS A deficiência de vitaminas lipossolúveis pode ocorrer quando há ressecção de >100cm de íleo distal, devido a diminuição da absorção de sais biliares, resultando em esteatorréia com perda de vit lipossolúveis nas fezes. TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC VITAMINAS E MINERAIS Suplementação de folato, vitamina D, A e da vitamina K. 60% sintetizada por bactérias do cólon 40% dieta Sua carência é rara quando o cólon é intacto, mas freqüente quando se faz uso prolongado de antibiótico. TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC Vitamina K VITAMINAS E MINERAIS Os pacientes com SIC perdem quantidades significativas de zinco e selênio nas fezes. O magnésio não pode ser oferecido por VO, pois provoca diarréia. Tem que ser via parenteral. TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC LÍQUIDOS A acidose freqüentemente é grave. Inicia-se hidratação endovenosa no sentido de repor líquido, Na, K, e Mg. Normalmente, são necessários 35mL/Kg/dia, porém pode haver necessidade de volumes maiores na vigência de diarréia importante e / ou fístula de alto débito. Em curto prazo, o paciente necessita de reposição de líquidos. Em longo prazo, prevenir a sede e a desidratação. GLUTAMINA Principal fonte de energia do enterócito. Estimula proliferação celular intestinal. (0,5g/Kg/dia ou 30g). TERAPIA NUTRICIONAL NA SIC Terapia Enteral x Parenteral • A terapia NE por ser mais fisiológica, diminui o risco de complicações infecciosas e metabólicas. • A NE é, provavelmente, a melhor prevenção existente da atrofia do intestino residual e, consequentemente, da translocação bacteriana, além de possuir menor custo que a parenteral. Lameu, 2005 com VESÍCULA BILIAR VESÍCULA BILIAR • CONCEITO ANATÔMICO • IMPORTÂNCIA FUNÇÃO: Concentrar, armazenar e excretar a bile que é produzida no fígado CONSTITUINTES: Colesterol, bilirrubina e sais biliares COLECISTECTOMIA POR VIDEOLAPAROCOPIA PRÉ-OP: HIPOLÍPÍDICA PÓS-OP: embora não seja necessária a restrição de lipídios, deve ser considerado que existe uma adaptação do organismo, que ocorrerá 2 meses após cirurgia. Nesse período, pode haver esteatorréia após ingestão de refeições ricas em gorduras (Silva e Mura, 2011). VESÍCULA BILIAR - DIETOTERAPIA Câncer de pâncreas: Restrições dietéticas após a gastroduodenopancreatectomia cefálica Nut. Cristiane Araújo PÂNCREAS • CONCEITO ANATÔMICO • IMPORTÂNCIA FUNÇÕES: ENDÓCRINA (Insulina, glucagon e somatostatina) EXÓCRINA (Enzimas digestivas) Câncer de pâncreas • O risco > após os 50 anos de idade, • principalmente na faixa entre 65 e 80 anos, • maior incidência no sexo masculino. • A maior parte dos casos da doença é diagnosticada em fase avançada, e portanto, é tratada para fins paliativos. • O tipo mais freqüente é o adenocarcinoma com 90% dos casos. Câncer de pâncreas Alguns fatores de risco: • Fumo • Álcool • Consumo de gorduras Câncer de pâncreas Sintomas: • O câncer de pâncreas não apresenta sinais específicos, o que dificulta o diagnóstico precoce. • Os sintomas dependem da região onde está localizado o tumor, e os mais perceptíveis são: perda de apetite e de peso, fraqueza, diarréia e tontura, dor, hiperglicemia, colúria, icterícia, acolia fecal. Câncer de pâncreas Diagnóstico: • tomografia computadorizada do abdome; • ultra-sonografia abdominal; • ressonância nuclear de vias biliares e da região do pâncreas; • biópsia do tecido. Câncer de pâncreas Tratamento: • QM e RT • Cirurgia GASTRODUODENOPANCREATECTOMIA CEFÁLICA CABEÇA DO PÂNCRES ICTÉRICIA COLÚRIA ACOLIA FECAL COMO SERÁ A DIETA? 1° mês: • GASTRECTOMIA – Branda – Sem lactose – Sem sacarose – Hipolípídica (40-60g/dia) – evitar esteatorréia com perdas nutricionais COMO SERÁ A DIETA??? 2° mês: • Livre conforme aceitação • Hipercalórica (suplemento) • Hiperprotéica • Geralmente a suplementação de Vit D e selênio estão indicadas. Complicações pós-op • Saciedade precoce • Retardo no esvaziamento gástrico • Deiscência de anastomose • Diarréia e esteatorréia em 27-50% dos casos • Problemas associados à gastrectomia (dumping)Dan, 2010 DERIVAÇÃO BILIODIGESTIVA: COLEDOCODUODENOANASTOMOSE HEPATICOJEJUNOANASTOMOSE Casos mais graves: cirurgia paleativa COLEDOCODUODENOANASTOMOSE tumor HEPATICOJEJUNOANASTOMOSE tumor JEJUNO COMO SERÁ A DIETA??? • Livre conforme aceitação • Hipercalórica (suplemento) • Hiperprotéica BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA • Aguila-Nascimento, José Eduardo. Acerto: acelerando a recuperação total pós- operatória. Rio de Janeiro. Ed. Rubio, 2011. • ASMBS Guidelines (American Society for Metabolic and Bariatric Surgery). ASMBS Allied Health Nutritional Guidelines for the Surgical Weight Loss Patient, 2013. • Burgos, MG. Nutrição em Cirurgia Bariátrica. Ed. Rubio, 2011. • Coelho J C. Aparelho Digestivo: Clínica e Cirurgia. 2º edição. Rio de Janeiro: Medsi, 1996. • CFM. 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São paulo: Editora ROCA, 2011. • Waitzberg D L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática clínica. 4º ed. Vol. 2. São Paulo ed. Atheneu.2010.