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Aula 13- 18/04/17 e Aula 14- 24/04/17 PROVA: Duplicidade dos registros de filiação. Como se interpreta o tema, segundo o STF? (essa é uma questão que com certeza cairá na segunda prova) PODER FAMILIAR Ao abordar o tema poder familiar, devemos lembrar, inicialmente, do poder familiar que conhecemos da época romana, chamado de pátrio poder (homem como patriarca e detentor da hegemonia política). No nosso ordenamento, no entanto, tivemos com a lei da adoção a supressão, do ordenamento jurídico, do termo poder familiar. (lei 12.010/2009) Lei 8.069/90: Estatuto da Criança e do Adolescente: é parte importante da adoção, tutela, guarda. Também não fala mais em poder familiar. TUTELA X CURATELA X GUARDA X ADOÇÃO X PODER FAMILIAR Todos são questões de ordem pública. Caso: 1 casal tem um filho menor. A mãe, por uma razão pessoal vai morar na Itália, por um tempo. Isso não significa o fim do casamento. O pai é funcionário de um polo petroquímico e todo dia ele faz o deslocamento por transporte da empresa até o local de trabalho. Um dia há acidente fatal, neste caminho, o qual provoca sua morte. O filho de 5 anos estava com ele, a mãe do menor na Itália. A tia do menor era que fazia as vezes de mãe no país e é ela quem bate à sua porta questionando o que fazer. Há 2 seguros de vida, a rescisão do contrato com indenização acidentária e a mãe não tem como voltar agora. Como se peticionaria esse caso? O pai, vivo, estava no Brasil, a mãe na Itália, quem é o titular do poder familiar? O poder familiar é questão de interesse público, logo, os dois possuem o poder familiar. A mão não perde o poder familiar por estar longe. Os pais são os titulares do poder familiar. Quanto à tia, não é hipótese de curatela, nem de adoção. Seria guarda ou tutela? No caso concreto, não posso peticionar pela tutela, pois se os pais são os detentores do poder familiar, não se pode aplicar uma medida incompatível com ele e a tutela é incompatível com o poder familiar. Assim, a tia deve peticionar pela GUARDA do menor para suprir a falta dos pais. OAB: A tutela é uma medida incompatível com o poder familiar. VERDADEIRO. Assim, a primeira conclusão a que podemos chegar é que, se a tutela é incompatível com o poder familiar, somente exercem poder familiar os pais e mais ninguém. Se os pais forem detentores do poder familiar, a medida jurídica cabível não será uma medida considerada incompatível. OAB: A tutela implica o dever de guarda. VERDADEIRO. TUTELA: é uma função pública e medida incompatível com o poder familiar. A tutela implica o dever de guarda, devendo garantir a assistência material, moral e educacional. O tutor não exerce poder familiar. O tutor assegura/ garante os direitos de menores. CURATELA: O curador assegura direitos de incapazes. GUARDA: é uma medida que visa a proteção do menor, sempre garantindo a assistência material, moral e educacional. Todo detentor de guarda deve prestar essas assistências. Ela é sempre provisória, é revogável a qualquer tempo. Ela pode ser determinada a terceiros que não sejam os pais e esses terceiros inclusive podem se opor aos pais, ou seja, é possível uma convivência paralela entra a guarda e o poder familiar. Art. 33, ECA. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos determinados. Caso: avó é um juiz de direito aposentado, recebe o teto máximo do funcionalismo público. Ele pleiteou a guarda de seu neto. Não há problema em se falar isso. Assim, um terceiro pode ser titular da guarda. O falecimento do avó, detentor da guarda, gera o direito de o neto ter BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO (pensão por morte)? Houve discussão: a previdência (em uma visão administrativa) não aceita o pagamento do benefício, pois se dizia haver déficit na previdência. Já os advogados do outro lado, dizem que a condição deficitária não é problema dos menores e, além disso, foi o Estado que disse que eles eram dependentes dos avós, assim, como dizer que não irá se pagar? Art.33, ECA. § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários. Diante desse cenário, a previdência resolveu que os postos de previdência deveriam se abster de negar os pedidos de pensão por morte, quando decorrentes de guarda jurídica. Para os que possuem guarda de fato, deve ser feita logo a busca pela guarda jurídica. obs.: avós devem alimentos aos netos (mas os primeiros que devem são os pais). ADOÇÃO: é uma medida extrema. PODER FAMILIAR: é questão de interesse público, que reflete obrigações, direitos deveres, decorrentes, por exemplo, da filiação. A titularidade é exclusiva dos pais, eles são detentores da guarda do filho. Os direitos e os deveres vêm para que os pais exerçam os reflexos da filiação. No poder familiar também tratamos e falamos da própria guarda. 1. CONCEITO DE PODER FAMILIAR PODER FAMILIAR é um complexo de direitos e obrigações atribuídos aos pais com exclusividade para que possam reger a pessoa e bens dos filhos nos termos do artigo 1630,CC. Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. "A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando o jovem fica habilitado à prática de todos os atos da vida civil. Até quando dura o poder familiar? Até quando dura o direito a alimentos? Até quando dura o direito ao benefício previdenciário? O parâmetro é o poder familiar. Assim, o direito à alimentos dura enquanto dura o poder familiar. Com a maioridade cessaria a obrigação. Diante disso, entra um entendimento jurisprudencial. No Brasil, quantas são as pessoas que têm 18 anos e já estão absolutamente independentes? Em entendimento jurisprudencial, essa realidade é estendida. "Poder familiar é o conjunto de direitos e deveres, imposto pelo Estado e atribuído aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos menores." "Ele não tem mais o caráter absoluto de que se revestia no direito romano." "Outras legislações estrangeiras optaram por denominar o 'poder familiar' como 'autoridade parental', tendo em vista que o conceito de autoridade traduz melhor o exercício de função legítima fundada no interesse de outro indivíduo, e não em coação física ou psíquica, inerente ao poder." 2. CARACTERÍSTICAS "O poder paternal faz parte do estado das pessoas e por isso não pode ser alienado nem renunciado, delegado ou substabelecido. Qualquer convenção, em que o pai ou a mãe abdiquem desse poder, será nula." "O instituto constitui um MÚNUS PÚBLICO, pois ao Estado, que fixa normas para seu exercício, interessa o seu bom desempenho. É, portanto, IRRENUNCIÁVEL, incompatível com a transação, e INDELEGÁVEL, não podendo os pais renunciá-lo, nem transferi-lo a outrem. O poder familiar é também IMPRESCRITÍVEL, no sentido de que dele o genitor não decai pelo fato de não exercitá-lo, somente podendo perdê-lo na forma e nos casos expressos em lei." "É ainda incompatível com a tutela, não se podendo nomear tutor a menor cujos pais não foram suspensos ou destituídos do poder familiar." O poder familiar, sendo questão de interesse público, é indisponível e irrenunciável. No entanto, devemos nos ater a uma questão atinente ao PROCESSO DE ADOÇÃO. O poder familiare a adoção possuem uma sintonia no sentido de que a adoção também é questão de interesse público. Assim, questões que envolvem os dois temas, buscam uma fase do processo de adoção, que é a fase procedimental em que há a oitiva dos pais biológicos. No entanto, pode haver uma exceção, que se dá no caso de infantes expostos. INFANTE EXPOSTO: é aquele que os pais não são encontrados ou foram destituídos do poder familiar. Assim, nessa hipótese não haveria a oitiva dos pais biológicos. Essa fase procedimental, notadamente, não pode ser confundida com disposição, nem com renúncia do poder familiar, quando os pais biológicos manifestam a vontade, aquiescendo com a adoção dos filhos. Se eles manifestam a vontade aquiescendo a adoção do filho, ou não, a decisão está submetida ao crivo do Estado, interesse público. Então, pode ser que os pais biológicos manifestem positivamente o interesse na adoção do filho, mas o Estado diga que não é hipótese de adoção, pois não há interesse público e o poder familiar é questão de ordem pública, denegando-se a adoção. ATENÇÃO: Não se pode renunciar ou dispor do poder familiar por ato exclusivo de vontade. Assim, se há interesse público na questão da adoção, posso considerar que a ADOÇÃO é uma causa de extinção do poder familiar em relação aos pais biológicos. Ocorrendo o estabelecimento do poder familiar em relação aos pais adotivos. Pergunta: cabe ao padrasto pagar alimentos? É possível, de acordo com entendimento jurisprudencial. Analisando o código pura e simplesmente, não. IMPORTANTE: O poder familiar é indivisível por ser questão de interesse público, no entanto há possibilidade de divisão do exercício do mesmo, tendo-se como exemplo a guarda compartilhada. Guarda: pode ser unilateral e compartilhada. O Estado tem preferência pela guarda compartilhada. Guarda compartilhada: é a divisão de atribuições. O poder familiar é imprescritível. Seu desuso não é hipótese de prescritibilidade. QUESTÕES DOUTRINÁRIAS: Família monoparental X Adoção unilateral FAMÍLIA MONOPARENTAL: é o caso de um solteiro que resolve adotar. Família monoparental é a formada ou pelo pai ou pela mãe (ascendente) e filhos. Está protegida pela CF como entidade familiar. ADOÇÃO UNILATERAL: é quando já há um registro por parte do pai ou da mãe (ex.: consta apenas o registro materno na certidão e o padrasto quer prover o registro de adoção) e o outro deve prover o registro. Separação e divórcio: Se houver separação ou divórcio, o poder familiar continuará intacto, de titularidade dos pais. Nos casos de suspensão e destituição, aquele que não está suspenso exerce com exclusividade, assim como aquele que não está destituído. Quanto à idade, tecnicamente, o poder familiar vai até a maioridade. 3. TITULARIDADE DO PODER FAMILIAR "No código de 16 atribuía-se ao marido a patria potestas. Predominava, no regime por ele instituído, o conceito de chefia da família. Só na falta ou impedimento do chefe da sociedade conjugal passava o pátrio poder a ser exercido pela mulher. Assim, o exercício não era simultâneo, mas sucessivo. Em caso de divergência, prevalecia a decisão do marido, salvo em caso de manifesto abuso de direito." "Isso mudou com a Lei 4.121/62 no Estatuto da Mulher Casada, que passou a determinar que o pátrio poder seria exercido pelo marido com a colaboração da mulher. Conservou-se à mulher o direito de recorrer ao juiz em caso de divergência entre os cônjuges." A igualdade completa na titularidade do poder familiar se deu com a CF/88: Art.226. § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. Em igualdade de condições estabelece o ECA: Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. No CC/2002: Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo. "Destaca-se que independentemente do vínculo entre os pais, desfeito ou jamais ocorrido, ambos os genitores exercem em conjunto o poder familiar. Além disso, o poder familiar compete também aos que se identifiquem como pai ou mãe do menor, na família monoparental." Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos. Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da mãe; se a mãe não for conhecida ou capaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor. 4. CONTEÚDO DO PODER FAMILIAR "O poder familiar é representado por um conjunto de regras que engloba direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos menores. As concernentes à pessoa dos filhos são, naturalmente, as mais importantes." a) QUANTO À PESSOA DOS FILHOS Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: I - dirigir-lhes a criação e a educação; (para que os filhos formem seu espírito e seu caráter) II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584 (podendo para tanto reclamá-los de quem ilegalmente os detenha, por meio de ação de busca e apreensão, pois lhes incumbe fixar o domicílio); III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; (o consentimento deve ser específico, para o casamento com determinada pessoa, não bastando ser manifestado em termos gerais) IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; (mesmo no caso de guarda unilateral, a autorização para viagens de menor ao exterior deve ser dada por ambos os pais, uma vez que o não exercício da guarda compartilhada não implica, necessariamente, a perda do poder familiar) V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município; (a guarda compartilhada assegura a ambos os genitores a responsabilidade conjunta e o exercício de direitos e deveres concernentes ao poder familiar, na mesma medida e na mesma intensidade) VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo- lhes o consentimento; VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (por meio de ação de busca e apreensão, para exercer o direito e dever de ter os filhos em sua companhia e guarda) IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. b) QUANTO AO BEM DOS FILHOS Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: I - são usufrutuários dos bens dos filhos; II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade. "Os pais, em igualdade de condições, são, pois, os administradores legais dos bens dos filhos menores sob sua autoridade. Havendo divergência, poderá qualquer deles recorrer ao juiz para a solução necessária. Não podem, porém, praticar atos que ultrapassem os limites da simples administração." "Os pais devem zelar pela preservação dopatrimônio que administram, nã podendo praticar atos dos quais possa resultar uma diminuição patrimonial." Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os filhos menores de dezesseis anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade ou serem emancipados. Parágrafo único. Os pais devem decidir em comum as questões relativas aos filhos e a seus bens; havendo divergência, poderá qualquer deles recorrer ao juiz para a solução necessária. Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz. Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo: I - os filhos; II - os herdeiros; III - o representante legal. Art. 1.692. Sempre que no exercício do poder familiar colidir o interesse dos pais com o do filho, a requerimento deste ou do Ministério Público o juiz lhe dará curador especial. Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e da administração dos pais: I - os bens adquiridos pelo filho havido fora do casamento, antes do reconhecimento; "Trata-se de hipótese de bens que já se encontravam no patrimônio do menor quando foi reconhecido, voluntária ou judicialmente, por um dos pais. A restrição não atinge o outro, que tenha eventualmente promovido o registro de nascimento, e tem o fundamento ético de evitar o reconhecimento voluntário plo puro interesse em aproveitar-se do acervo patrimonial do filho." II - os valores auferidos pelo filho maior de dezesseis anos, no exercício de atividade profissional e os bens com tais recursos adquiridos; III - os bens deixados ou doados ao filho, sob a condição de não serem usufruídos, ou administrados, pelos pais; "Pode o doador ou testador ser um dos pais, que se encontra separado do outro e não quer que os bens sejam administrados e usufruídos por este. Neste caso, terá ele o direito de designar terceiro para o ato, ou reservar para si o exercício do encargo, se a liberalidade praticada for a doação. Se não o fizer, o juiz deverá nomear o administrador, sob forma de curador especial. Pode ainda o doador ou testador ser um terceiro, que veta a administração dos bens por um ou ambos os pais. No último caso, será também nomeado administrador, pelo juiz." IV - os bens que aos filhos couberem na herança, quando os pais forem excluídos da sucessão. 5. EXTINÇÃO E SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR Suspensão: medida temporária. Destituição: motivação mais grave que, em regra, é definitiva (não havendo como retomar o poder familiar). Isso é o que ocorre em regra, devendo-se avaliar os casos concretos. a) SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR: é uma medida temporária estabelecida para evitar a prática dos atos constantes do artigo 1637, CC, ou seja, o abuso de autoridade e a malversação de bens. Cessada a causa originária da suspensão do poder familiar, retomasse o seu exercício. 3 hipóteses de suspensão do poder familiar: malversação de bens, abuso de autoridade, crimes praticados com sentenças irrecorríveis, cuja pena exceda 2 anos de prisão. Legitimação: Quem pode denunciar essa causa? O poder familiar é questão de interesse público e essa causa pode ser requerida por qualquer parente ou MP. Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha. Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. "A suspensão do poder familiar constitui sanção aplicada aos pais pelo juiz, não tanto com intuito punitivo, mas para proteger o menor." "A suspensão é temporária, perdurando somente até quando se mostre necessária. Cessada a causa que a motivou, volta a mãe, ou o pai, temporariamente impedido, a exercer o poder familiar, pois a sua modificação ou suspensão deixa intacto o direito como tal, excluído apenas o exercício. A lei não estabelece o limite de tempo. Será aquele que, na visão do julgador, seja conveniente aos interesses do menor." "Em vez de suspender o exercício do poder familiar, pode o magistrado, dependendo das circunstâncias, limitar-se a estabelecer condições particulares às quais o pai ou à mãe devem atender." "A suspensão pode ser total, envolvendo todos os poderes inerentes ao poder familiar, ou parcial, cingindo-se, por exemplo, à administração dos bens ao à proibição de o genitor ter o filho em sua companhia." "Suspendendo-se o poder familiar em relação a um dos pais, concentra-se o exercício no outro. Se este outro, todavia, não puder exercê-lo, ou tiver falecido, nomeia-se tutor ao menor." "É facultativa e pode referir-se unicamente a determinado filho." b) EXTINÇÃO E PERDA OU DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR DESTITUIÇÃO: é uma sanção mais grave que a suspensão por uma das motivações constantes do artigo 1638, CC, sendo, em regra, uma medida definitiva. "A perda ou destituição constitui espécie de extinção do poder familiar, decretada por decisão judicial. Assim como a suspensão, constitui sanção aplicada aos pais pela infração ao dever genérico de exercer a patria potestas em consonância com as normas regulamentares, que visam atender ao melhor interesse do menor." "A perda do poder familiar é permanente, mas não se pode dizer que seja definitiva em todos os casos, pois o pais podem recuperá-lo em procedimento judicial, de caráter contencioso, desde que comprovem a cessação das causas que a determinaram. É imperativa, e não facultativa. Abrange toda a prole, por representar um reconhecimento judicial de que o titular do poder familiar não está capacitado para o seu exercício." Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; "Não se pode conservar sob o poder de pai violento e brutal, o filho que ele aflige com excessivos castigos e maus-tratos." II - deixar o filho em abandono; III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; "Visa o legislador evitar que o mau exemplo dos pais prejudique a formação moral dos infantes. O lar é uma escola onde se forma personalidade dos filhos. Assim, os pais devem manter uma postura digna e honrada." IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. (reiteração na prática de malversação de bens, abuso de autoridade) EXTINÇÃO: "A extinção do poder familiar dá-se por fatos naturais, de pleno direito, ou por decisão judicial." Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: I - pela morte dos pais ou do filho; "Com a morte dos pais desaparecem os titulares do direito. A de um deles faz concentrar no sobrevivente o aludido poder. A de ambos impõe a nomeação de tutor, para se dar sequência à proteção dos interesses pessoais e patrimoniais do órfão." "A morte do filho, a emancipação e a maioridade fazem desaparecer a razão de ser do instituto, que é a proteção do menor." II - pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único; (dá-se a emancipação por concessão dos pais, homologada pelo juiz, se o menor tiver 16 anos completos) III - pela maioridade; (os maiores de 18 anos não mais precisam da proteção conferida aos incapazes) IV - pela adoção; "A adoção extingueo poder familiar na pessoa do pai natural, transferido-o ao adotante. Tal circunstância é irreversível, de acordo com o que chancelam os tribunais, sendo ineficaz posterior arrependimento daquele se a criança foi entregue em adoção mediante procedimento regular." V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. (a própria causa de perda ou destituição) Aula 14-24/04/17 e Aula 15- 02/05/17 e Aula 16-08/05/17 e Aula 17-09/05/17 e Aula 18- 15/05/17 e Aula 19- 16/05/17 ALIMENTOS O poder familiar é uma cadeia que gera um reflexo de direitos e obrigações. Um dos reflexos é a obrigação dos alimentos. obs.: o direito a alimentos é um direito de conteúdo patrimonial e finalidade pessoal. Alimentos não dizem respeito a uma perspectiva apenas de sobrevivência, eles vão além dessa realidade (visão mais ampla no âmbito jurídico). Assim, saímos da ideia dos alimentos para uma manutenção básica, alimentar e estendemos para vestuário, saúde, educação etc.. Qual a visão do Estado para determinar os alimentos? Não é restritiva (garantia dentro de um limite/razoabilidade dos pressupostos dos alimentos) mas sim para garantia do status social. Caso: 1 casal tem 2 filhos, estudantes do Ceub. A filha faz balé em uma escola de dança famosa. O filho faz academia. Os dois fazem curso de inglês na Thomas Jefferson. O casal se divorcia. Havendo divórcio, qual a ideia do Estado para os alimentos? A visão do Estado não é restritiva, mas pela garantia do status social. 1. CONCEITO E FINALIDADE ALIMENTOS: são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê- los individualmente e que tem por finalidade fornecer a um parente, ex-cônjuge ou ex- convivente recursos necessários para atendimento de suas condições sociais e para fins educacionais. Buscam não só atender as necessidades básicas para sobrevivência do alimentando, mas também o estado social e educação. "Abrangem, assim, o indispensável ao sustento, vestuário, habitação, assistência médica, instrução e educação." "O dever de prestar alimentos funda-se na solidariedade humana e econômica que deve existir entre os membros da família ou os parentes. Há "um dever legal de mútuo auxílio familiar, transformado em norma, ou mandamento jurídico." "O Estado tem interesse direto no cumprimento das normas que impõem a obrigação legal de alimentos, pois a inobservância ao seu comando aumenta o número de pessoas carentes e desprotegidas, que devem, em consequência, ser por ele amparadas. Daí a razão por que as aludidas normas são consideradas de ordem pública, inderrogáveis por convenção entre os particulares e impostas por meio de violenta sanção, como a pena de prisão a que está sujeito o infrator." "Entre pais e filhos menores, cônjuges e companheiros não existem propriamente obrigação alimentar, mas dever familiar, respectivamente de sustento e de mútua assistência. A obrigação alimentar também decorre da lei, mas é fundada no parentesco, ficando circunscrita aos ascendentes, descendentes e colaterais até o segundo grau, com reciprocidade, tendo por fundamento o princípio da solidariedade familiar." 2. PRESSUPOSTOS Existência de companheirismo, vínculo de parentesco ou conjugal entre alimentando e alimentante X aspectos do parentesco por afinidade Necessidade do alimentando Possibilidade econômica do alimentante Proporcionalidade Existe um quantum determinado em lei para os alimentos? Há um binômio: necessidade do alimentando e possibilidade econômica do alimentante. Assim, não existe uma lei determinando um percentual; existem os pressupostos. Destaca-se que o caso concreto deve ser analisado. § 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. "Se o alimentante possui tão somente o indispensável à própria mantença, não é justo seja ele compelido a desviar parte de sua renda, a fim de socorrer o parente necessitado. A lei não quer o perecimento do alimentando, mas também não deseja o sacrifício do alimentante. Assim, não há direito alimentar contra quem possui o estritamente necessário à própria subsistência." "Além disso, deve haver proporcionalidade, não podendo o juiz fixar pensões de valor exagerado, nem por demais reduzido." "O quantum fixado não é imutável, pois se houver modificação na situação econômica das partes, poderá qualquer delas ajuizar ação revisional de alimentos, para pleitear a exoneração, redução ou majoração do encargo. 3. NATUREZA JURÍDICA "No tocante à natureza jurídica do direito à prestação de alimentos prepondera o entendimento da natureza mista, qualificando-o como um direito de conteúdo patrimonial e finalidade pessoal. 4. CARACTERES DO DIREITO A ALIMENTOS I. DIREITO PERSONALÍSSIMO O direito a alimentos é questão de interesse público e é direito personalíssimo do alimentando. "Assim, como os alimentos se destinam à subsistência do alimentando, constituem um direito pessoal, intransferível." II. DIREITO TRANSMISSÍVEL O direito a alimentos é direito transmissível aos herdeiros do devedor. PROVA: Comente sobre a transmissibilidade da obrigação alimentar. Não confundir com coobrigados. Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694 (alimentos devem garantir não só o básico, mas a garantia do status social ao alimentando). Os princípios da dignidade da pessoa humana e socioafetividade estão ligados a essa ideia de transmissibilidade. TRANSMISSIBILIDADE (artigo 1700, CC e cenário jurisprudencial) X COOBRIGADO (artigos 1696, 1697, CC): Não se pode confundir a transmissibilidade de prestação de alimentos com os coobrigados dos alimentos. Quando há transmissibilidade, pensa-se em morte do alimentante (devedor). Quando se fala em coobrigado, não se fala na morte do alimentante, mas apenas que ele não pode pagar. Quem é credor dos alimentos? Ele está na condição de herdeiro ou não? É essencial saber disso em face dos pressupostos. Se está na condição de herdeiro, ele recebe parte da herança, o que não ocorre quando ele não está na condição de herdeiro (ex.: caso da pessoa que foi atropelada por outra e recebe alimentos). o Se o credor está na condição de herdeiro e o quinhão hereditário que ele recebe é capaz de suprir todas as suas necessidades, não há que se falar em transmissibilidade das obrigações alimentares. o Se o credor está na condição de herdeiro e o quinhão hereditário não é capaz de suprir todas as suas necessidades, fala-se em transmissibilidade aos herdeiros, devendo-se complementar a necessidade do credor. Limite jurisprudencial (vem do próprio direito das sucessões) : Essa complementação de cada herdeiro não pode ultrapassar as forças da herança. o Se o credor não é herdeiro e havia um alimentante que faleceu (ex.: foi atropelado pela pessoa que presta alimentos indenizatórios a ele) é possível a transmissibilidade da obrigação de prestar alimentos. Assim, cada herdeiro da pessoa que pagava os alimentos, que for arcar com essa obrigação alimentar, tem o limite no quinhão da herança. III. DIREITO IRRENUNCIÁVEL (é questão de ordem pública) No âmbito dos casos concretos fez-se um questionamento: quais são esses alimentos? Isso ocorre no caso dos alimentos aos cônjuges/aos companheiros? Havia quem dissesse que sim e havia quem dissesse que não. Diante do conflito, a assunto foi parar nos tribunais. O TJSP disse que face à capacidade civil e com a dissolução do vínculo conjugal do casal, seria possível que o casal renunciasse a esses alimentos. Só não podendo ocorreressa renúncia no caso dos filhos. Essa ideia começou a preponderar nos tribunais. obs.: Não exercer um direito: ele continua existindo, você apenas não o exerce hoje; renunciar a um direito: pessoa não faz mais jus a ele. Diante do impasse, o código atual deveria resolver essa questão, mas ele não o fez. Ele não especificou quem é o credor. Assim, manteve-se o entendimento jurisprudencial anterior. Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. Em relação a menores, os alimentos são irrenunciáveis. Em relação aos cônjuges e companheiros são renunciáveis, por ocasião da dissolução da sociedade conjugal ou da união estável. IV. IMPRESCRITIBILIDADE O direito a alimentos é imprescritível, por ser questão de interesse público. Caso: Nascimento _____________ ação de alimentos _J_ F_ M_ A_M_J_J_A_S_O_N_D_____sentença Alimentos provisórios Alimentos regulares ou provisionais ou definitivos No caso, a mãe não pleiteou os alimentos ao filho em seu nascimento, o fazendo apenas 15 anos depois em um valor fixado em 2000 reais. Caso a pessoa deixe de pagar os alimentos referentes ao mês de maio, a que deveria receber pode cobrar depois de 30 anos com juros e correção monetária? Não, deve cobrar até maio de 2019. O direito a alimentos é imprescritível, mas a pretensão para haver a prestação alimentar prescreve em 2 anos. Isso se dá, pois os alimentos são consumíveis, de necessidade imediata. ATENÇÃO: Art.206. § 2o Prescreve em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. OAB: O direito a alimentos é imprescritível, no entanto, a pretensão para haver a prestação alimentar é prescritível. VERDADEIRO. ESSES ALIMENTOS PODEM SER PLEITEADOS RETROATIVAMENTE? Ou seja, no caso acima, poder-se-ia pleitear os alimentos desde o nascimento até o pedido da ação de alimentos? Não posso ingressar com os alimentos antes da ação, assim, não cabem alimentos retroativos, pois eles são consumíveis (antes da ação já foram consumidos). Devo alimentos a partir da ação ou a partir da citação? Para os alimentos a jurisprudência majoritária começou a definir que seriam devidos a partir da ação e não da citação. Isso se dá, pois entendendo-se que os alimentos são consumíveis, de necessidade imediata, muitas vezes, o alimentante se utilizava do procedimento de citação para protelar esse direito. Quanto aos alimentos gravídicos: “Art. 9º Os alimentos serão devidos desde a data da citação do réu.” Razões do veto “O art. 9º prevê que os alimentos serão devidos desde a data da citação do réu. Ocorre que a prática judiciária revela que o ato citatório nem sempre pode ser realizado com a velocidade que se espera e nem mesmo com a urgência que o pedido de alimentos requer. Determinar que os alimentos gravídicos sejam devidos a partir da citação do réu é condená-lo, desde já, à não-existência, uma vez que a demora pode ser causada pelo próprio réu, por meio de manobras que visam impedir o ato citatório. Dessa forma, o auxílio financeiro devido à gestante teria início no final da gravidez, ou até mesmo após o nascimento da criança, o que tornaria o dispositivo carente de efetividade.” CABE REPETIÇÃO DOS ALIMENTOS PAGOS INDEVIDAMENTE? QUESTÃO REFERENTE A AÇÃO DE ALIMENTOS CUMULADA COM INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE: Ação de investigação de paternidade cumulada com pedido cautelar de alimentos. Havendo deferimento provisório de alimentos e ao final a ação julgada improcedente, quais possibilidades jurídicas (indicando autor, réu e ação) decorrentes dos alimentos pagos indevidamente? Nesse caso, não havia prova concreta da paternidade, mas havia presunção. Dentro desta e das provas apresentadas o juiz decidiu pelos alimentos provisórios, exercendo o poder geral de cautela. No entanto, ao final julgou improcedente a ação. Houve erro por parte do Juiz? Não, houve exercício do poder do juiz em seu livre convencimento. Assim, a ação decorrente dos alimentos pagos indevidamente poderia ser proposta em face do Estado, mas haveria dificuldades. Em uma ação proposta contra a mãe: se demonstraria uma sintonia com a ma fé e se falaria que ela deveria reparar civilmente aquele que pagou indevidamente. O advogado de defesa nesse caso, falaria que a mulher buscava por um reconhecimento de filiação, o que é questão de interesse público altamente relevante e realizada perante o judiciário de forma lícita. Então, poderia haver ação em face da mãe, mas com dificuldades. O entendimento do STJ é de que os ALIMENTOS SÃO IRREPETÍVEIS. " Cinge-se a questão à possibilidade de compensação das verbas pagas aos agravantes, incidentes sobre o montante recebido pela parte agravada à época da rescisão do seu contrato de trabalho, com parcelas do pensionamento dos meses subsequentes. Dispõe o art. 1.707 do Código Civil que: "Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.". Importante consignar que os alimentos são irrepetíveis, ou seja, não são passíveis de restituição por configurar prestação pecuniária que visa a sobrevivência e tem fundamento no princípio da dignidade da pessoa humana. Dessa forma, o bem jurídico vida encontra-se acima de qualquer outro posto em confronto. O C. Superior Tribunal de Justiça já consolidou entendimento no sentido da irrepetibilidade dos alimentos pagos, "como forma de evitar a frustração da finalidade primordial desses créditos: a subsistência dos alimentários." (TJ RJ 0068233- 93.2013.8.19.0000) ALIMENTO IRREPETÍVEL/ IRRESTITUÍVEL: "os alimentos, uma vez pagos, são irrestituíveis, sejam provisórios, sejam definitivos. Isso se dá, pois a obrigação de prestá-los constitui matéria de ordem pública, e só nos casos legais pode ser afastada, devendo subsistir até decisão final em contrário. Mesmo que a ação venha a ser julgada improcedente, não cabe a restituição dos alimentos provisórios. Quem pagou alimentos, pagou uma dívida, não se tratando de simples antecipação ou de empréstimo. Os alimentos destinam-se a ser consumidos pela pessoa que deles necessita." "O princípio da irrepetibilidade não é, todavia, absoluto e encontra limites no dolo em sua obtenção, bem como na hipótese de erro no pagamento dos alimentos. Por isso, tem-se deferido pedido de repetição, em caso de cessação automática da obrigação devida ao segundo casamento da credora, não tendo cessado o desconto em folha de pagamento por demora na comunicação ao empregador, sem culpa do devedor, bem como a compensação nas prestações vincendas, porque, em ambas as hipóteses envolve um enriquecimento sem causa por parte do alimentado, que não se justifica." INDENIZAÇÃO POR ABANDONO AFETIVO Quais os fundamentos jurídicos para o pleito de indenizações por abandono afetivo? O STJ criou divergência, não uniformizou essa questão. Há quem entenda que esse abandono afetivo não consiste na prática de um ilícito; outros entendem que cuidar é um dever e a ausência desse dever de cuidado é um ilícito no direito civil, que pode levar ao pleito de indenizações. A lógica que prevalece é a lógica do direito de família, com base nos princípios, a qual mostra que cuidar é um dever. A jurisprudência tende a seguir o caminho indenizatório. Art. 227, CF. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, aolazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Não há previsão legal em face do abandono afetivo. PLS 700/2007: aprovado no Senado e encaminhado para a Câmara. Nesta, recebeu o número PL 3212/2015. Foi encaminhado para a CCJ (parecer favorável). Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para caracterizar o abandono afetivo como ilícito civil. V. IMPENHORÁVEL Os alimentos são insuscetíveis de penhora. "É inconcebível a penhora de um direito destinado à mantença de uma pessoa." VI. INCOMPENSÁVEL Os alimentos são insuscetíveis de compensação. "O direito a alimentos não pode ser objeto de compensação, porque seria extinto, total ou parcialmente, com prejuízo irreparável para o alimentando, já que os alimentos constituem o mínimo necessário à sua subsistência. Assim, por exemplo, o marido não pode deixar de pagar a pensão a pretexto de compensá-la com recebimentos indevidos, pela esposa, de alugueis só a ele pertencentes." VII. INTRANSACIONÁVEL Os alimentos são insuscetíveis de transação. "Sendo indispensável e personalíssimo, o direito a alimentos não pode ser objeto de transação." 5. ALGUNS ASPECTOS a) CONDICIONALIDADE Os alimentos são condicionados aos seus pressupostos: necessidade e possibilidade econômica. b) MUTABILIDADE Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo. Os alimentos podem ser revisados a qualquer tempo. (ação revisional de alimentos) c) RECIPROCIDADE Quem hoje recebe os alimentos, amanhã poderá pagá-los. Art. 229, CF. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. Há discussão na doutrina se esse dispositivo tem eficácia e a crítica se mostra perante o fato de intentada a ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide (pessoas que estejam no mesmo grau). Esse dispositivo tem eficácia e o cenário jurisprudencial mostra esse chamamento de todos na ação (todos vão arcar na medida de seus recursos). 6. QUANTO À FINALIDADE (PROVISÓRIOS/ REGULARES OU DEFINITIVOS) QUANTO À FINALIDADE: os alimentos podem ser definitivos (regulares), provisórios, provisionais e transitórios. "DEFINITIVOS: são os de caráter permanente, estabelecidos pelo juiz na sentença ou em acordo das partes devidamente homologado, malgrado possam ser revistos (1699, CC)." ATENÇÃO: sempre cabe ação revisional de alimentos (pode aumentar, diminuir ou exonerar o pagamento dos alimentos); eles não fazem coisa julgada. "PROVISÓRIOS: são os fixados liminarmente no despacho inicial proferido na ação de alimentos, de rito especial." "Exigem prova pré-constituída do parentesco, casamento ou companheirismo. Apresentada essa prova, o juiz fixará os alimentos provisórios se requeridos." Assim, os alimentos provisórios vêm quando há prova pré-constituída (ex.: certidão de nascimento do filho); os alimentos provisionais, por sua vez, têm natureza cautelar e não têm prova pré-constituída. obs.: eles podem ser antecipados. "PROVISIONAIS: são os determinados em pedido de tutela provisória, preparatória ou incidental, de ação de separação judicial, de divórcio, de nulidade ou anulação de casamento ou de alimentos. Destinam-se a manter o suplicante durante a tramitação da lide principal, e ao pagamento das despesas judiciais." "A determinação dos provisionais depende da comprovação dos requisitos inerentes à tutela de urgência. Assim estão sujeitos à discrição do juiz. Podem ser fixados, por exemplo, em ação de alimentos cumulada com investigação de paternidade, liminar e excepcionalmente, se houver indícios veementes desta." obs.: no caso da investigação de paternidade, não há prova pré-constituída. "Os alimentos provisionais conservam sua eficácia até o julgamento da ação principal, mas podem, a qualquer tempo, ser revogados ou modificados." Alimentos provisionais é uma classificação já não mais utilizada pela melhor doutrina. Assim, pode-se entender todos como provisórios. (também posso entender assim para a prova) "TRANSITÓRIOS: são admitidos pela jurisprudência do STJ- obrigações prestadas, notadamente entre ex-cônjuges ou ex-companheiros, em que o credor, em regra pessoa com idade apta para o trabalho, necessita dos alimentos apenas até que se projete determinada condição ou ao final de certo tempo, circunstância em que a obrigação extinguir-se-á automaticamente." Observação: QUANTO AO MOMENTO EM QUE SÃO RECLAMADOS: os alimentos podem ser pretéritos, atuais e futuros. "PRETÉRITOS: quando o pedido retroage a período anterior ao ajuizamento da ação." "ATUAIS: quando são postulados a partir do ajuizamento." "FUTUROS: quando são devidos a partir da sentença." O direito brasileiro só admite os atuais e futuros. Os pretéritos, portanto, não são devidos. Isso se dá, pois se o alimentando, bem ou mal, conseguiu sobreviver sem o auxílio do alimentante, não pode pretender o pagamento de alimentos relativos ao passado. "Essa classificação não se amolda perfeitamente ao direito brasileiro, uma vez que os alimentos futuros independem do trânsito em julgado da decisão que os concede, sendo devidos a partir da citação ou do acordo. E, na prática, os alimentos pretéritos têm sido confundidos com prestações pretéritas, que são as fixadas na sentença ou no acordo, estando há muito vencidas e não cobradas, a ponto de não se poder tê-las mais por indispensáveis à própria sobrevivência do alimentado, não significando mais que um crédito como outro qualquer." "Têm os tribunas proclamado que a prisão civil somente poderá ser imposta para compelir o alimentante a suprir as necessidades atuais do alimentário, representadas pelas 3 últimas prestações, devendo as pretéritas ser cobradas em procedimento próprio." "É preciso verificar, contudo, se estas se tornaram antigas devido à má-fé e desídia do devedor ou às dificuldades e carências do credor, não se aplicando o referido critério no primeiro caso." 7. QUANTO À NATUREZA – NATURAIS OU CIVIS QUANTO À NATUREZA: os alimentos podem ser civis (côngruos) ou naturais (necessários). ALIMENTOS CIVIS OU CÔNGRUOS: regra geral para os alimentos. Esses alimentos visam assegurar a condição social do alimentando, ou seja, aquele que vai receber os alimentos, garantindo seu status social (a condição social do alimentando), inclusive para fins educacionais. (VISÃO GERAL DO ESTADO) Esses alimentos podem gerar uma comodidade. Segundo entendimento jurisprudencial, se os alimentos geram acomodação, ociosidade (ex.: filho está no Ceub e reprova 70% das matérias), falta de compromisso, desvirtua-se o entendimento do Estado acerca dos alimentos. Quando isso ocorre, o Estado busca reduzir os alimentos, para que se desconfigure essa realidade e os alimentos são classificados como necessários ou naturais.Essa redução pode se dar até o mínimo indispensável para subsistência do alimentando. Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. ALIMENTOS NATURAIS OU NECESSÁRIOS: são os alimentos resultantes de culpa do pleiteante, podendo alcançar o mínimo necessário a subsistência do alimentando. "Restringem- se ao indispensáveis à satisfação das necessidades primárias da vida (alimentação, cura, vestuário, habitação)." § 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. obs.: culpa: equivale a ociosidade, acomodação. 8. QUANTO À CAUSA JURÍDICA– VOLUNTÁRIOS/ RESSARCITÓRIOS/ LEGÍTIMOS QUANTO À CAUSA JURÍDICA: os alimentos dividem-se em legais (legítimos), voluntários e indenizatórios. "LEGÍTIMOS: são devidos em virtude de uma obrigação legal, que pode decorrer do parentesco, do casamento ou do companheirismo." São os decorrentes quando movida ação do alimentando contra o alimentante. "Somente estes pertencem ao direito de família. Assim, a prisão civil pelo não pagamento de dívida de alimentos permitida na CF só pode ocorrer pelo não pagamento de alimentos legais, não ocorrendo em relação ao não pagamento dos voluntários ou indenizatórios." "VOLUNTÁRIOS: emanam de uma declaração de vontade inter vivos, como na obrigação assumida contratualmente por quem não tinha a obrigação legal de pagar alimentos (obrigacionais), ou causa mortis, manifestada em testamento, em geral sob a forma de legado de alimentos (testamentários)." São os decorrentes da ação de oferecimento de alimentos. "INDENIZATÓRIOS/ RESSARCITÓRIOS: resultam da prática de um ato ilícito e constituem forma de indenização do dano ex delicto." São os decorrentes da prática de atos ilícitos em critério indenizatório. 9. PESSOAS OBRIGADAS A PRESTAR ALIMENTOS (coobrigados) a) Pai e Mãe b) Demais ascendentes c) Descendentes (independente da qualidade de filiação)- isso se dá em face da reciprocidade. d) Colaterais de 2º grau (irmãos germanos ou unilaterais) e) Cônjuges ou companheiro, havendo dissolução da sociedade conjugal ou da união estável. A realidade da culpa na dissolução do casamento perdeu força pelo cenário jurisprudencial. obs.: os alimentos devidos serão os necessários, nesse caso. Pensar sempre em relação ao alimentando. Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais. ALIMENTOS DECORRENTES DA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL E DA UNIÃO ESTÁVEL "Devem ser aplicados aos alimentos devidos em consequência da dissolução da união estável os mesmos princípios e regras aplicáveis à separação judicial ou divórcio." "Prevê-se a fixação de alimentos na dissolução litigiosa da sociedade conjugal mesmo em favor do cônjuge declarado culpado, se deles vier a necessitar e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, limitando-se, todavia, a pensão ao indispensável à sobrevivência deste." "O cônjuge inocente e desprovido de recursos, todavia, terá direito a pensão, a ser paga pelo outro, fixada com obediência aos critérios estabelecidos no aludido art. 1.694 e destinada, portanto, a proporcionar-lhe um modo de vida compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação, e não apenas para suprir o indispensável à sua subsistência (art. 1.702)." "O novo casamento do cônjuge devedor “não extingue a obrigação constante da sentença de divórcio” (art. 1.709). É vedado, portanto, alegar nova união para reduzir o pensionamento anterior. Quer o devedor constitua família, quer estabeleça qualquer relacionamento afetivo ou amoroso, não cessa a obrigação alimentar reconhecida na sentença de divórcio. Todavia, se vem a casar ou a constituir união estável e, desse relacionamento, lhe advêm novos encargos em virtude do nascimento de filhos, é cabível, em tese, a ação revisional para obtenção da redução da pensão alimentícia." "Admite-se a fixação de alimentos transitórios, devidos por prazo certo, a ex-cônjuge. Com efeito, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu válida a fixação de pensão alimentícia mensal por dois anos, a contar do trânsito em julgado da decisão que a fixou, em favor de ex- cônjuge (ex-esposa) que, embora não tenha exercido atividade remunerada durante a constância do casamento, tem idade e condições para o trabalho. Frisou o acórdão que a fixação dos alimentos transitórios, no caso, reveste-se de caráter motivador para que a alimentanda busque efetiva recolocação profissional, e não permaneça indefinidamente à sombra do conforto material propiciado pelos alimentos prestados pelo ex-cônjuge, antes provedor do lar." 10. IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO 11. PROVIDÊNCIAS PARA GARANTIR O ADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR "Para garantir o direito à pensão alimentícia e o adimplemento da obrigação, dispõe o credor dos seguintes meios: ação de alimentos, para reclamá-los; execução por quantia certa; penhora; desconto em folha de pagamento da pessoa obrigada; reserva de aluguéis de prédios do alimentante; entrega ao cônjuge, mensalmente, para assegurar o pagamento de alimentos provisórios, de parte da renda líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor, se o regime de casamento for o da comunhão universal de bens; constituição de garantia real ou fidejussória e de usufruto; prisão do devedor." AÇÃO DE ALIMENTOS "A legitimidade ativa para propor ação de alimentos é dos filhos, devendo os pais representá- los ou assisti-los, conforme a idade, bem como de todas as pessoas com direito de reclamar alimentos." Na execução dos alimentos, o Estado deve verificar, primeiramente, o perfil do devedor dos alimentos (alimentante). Isso se dá, pois é fator importante para garantir o adimplemento da prestação alimentar. Art. 529, CPC. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. § 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. § 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. ATENÇÃO LIMITE DO DESCONTO NA REMUNERAÇÃO DO ALIMENTANTE: § 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. Limitação: há limite de 50% dos ganhos líquidos. PRISÃO CIVIL: o inadimplemento da obrigação alimentar pode decorrer em prisão civil. No entanto, há possibilidade de haver constrição dos bens em seu lugar. Assim, a prisão civil ocorrerá emcasos de exceção. A jurisprudência tem entendido que: SÚMULA 309, STJ: O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. (3 últimas prestações anteriores à execução) No caso abaixo, só poderia compreender até as prestações de março. Nas de fevereiro deveria haver penhora. I---------------------- F-- M--A--M--J----------------------I Ação de alimentos Sentença Até as 3 últimas prestações podem ensejar prisão civil. Art.528, CPC. § 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. ART. 733 CPC. O fato de a execução ter sido ajuizada visando o recebimento de apenas uma prestação vencida não obsta seu recebimento e determinação de pagamento, sob pena de prisão, visto que a execução sob o rito coercitivo abrange, no máximo, as três últimas parcelas vencidas à data do ajuizamento da ação, além de todas as que se vencerem no curso da lide, conforme enunciado 309 da Súmula do STJ. Máximo não se confunde com mínimo! Ao contrário: são conceitos antagônicos, como óbvio! Basta haver uma parcela em atraso para que se mostre viável executá-la. Não é jurídico e nem razoável impor-se a fome ao credor durante três meses para, somente após, autorizá-lo a ingressar com a cobrança do que lhe é devido! PROVERAM. UNÂNIME. (Processo: AC 70041351115 RS Relator(a): Luiz Felipe Brasil Santos Julgamento: 12/05/2011 Órgão Julgador: Oitava Câmara Cível Publicação: Diário da Justiça do dia 23/05/2011) PROVA: FASE TRIDUOLEGAL. (triduo vem de 3 dias) O juiz determinará que em 3 dias o alimentante se manifeste, ou seja, que ele pague; que ele se diga que já pagou, provando-o; que ele diga que não pode pagar, justificando o motivo; Se não for acolhida a justificativa é possível a escolha do caminho do rito da execução (penhora ou prisão civil). obs.: o desemprego não é justificativa absoluta para o não pagamento de alimentos. Art. 528, CPC. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. PROTESTO JUDICIAL: § 1º Caso o executado, no prazo referido no caput (caso do triduolegal), não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando- se, no que couber, o disposto no art. 517. É a inscrição do nome do alimentante, ficando negativado. (novidade do CPC)- representa uma maior rigidez. obs.: o protesto (nome negativado) não exclui os outros caminhos: penhora, prisão civil. § 2o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. § 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. Se mesmo depois de cumprida a prisão a pessoa não pagar, o débito continua e deve ocorrer penhora do patrimônio. Se a pessoa incidir novamente em 3 prestações, haverá nova prisão civil. Deve-se pagar o débito anterior, mais as que ficarem vincendas durante a execução. § 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. § 5o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. § 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. IMPORTANTE: § 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. (opção do exequente pela prisão civil ou penhora de patrimônio) Art. 532, CPC. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: também passa pela mesma sistemática. Art. 911, CPC. Na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de fazê-lo. Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, os §§ 2o a 7o do art. 528. Art. 912, CPC. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento de pessoal da importância da prestação alimentícia. § 1o Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. § 2o O ofício conterá os nomes e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, a conta na qual deve ser feito o depósito e, se for o caso, o tempo de sua duração. Art. 913, CPC. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo, observar-se-á o disposto no art. 824 e seguintes (penhora), com a ressalva de que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. Assim, não seguindo o rito da prisão civil, segue o rito da penhora. Art. 784, CPC. São títulos executivos extrajudiciais: IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; AÇÕES DE FAMÍLIA (artigos 693 a 699, CPC) Há o caminho da mediação, conciliação. Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica, aplicando- se, no que couber, as disposições deste Capítulo. Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar. Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o disposto no art. 694. § 1º O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direitode examinar seu conteúdo a qualquer tempo. § 2º A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência. § 3º A citação será feita na pessoa do réu. § 4º Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos. Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o perecimento do direito. Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento comum, observado o art. 335. Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo. Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista. ALIMENTOS GRAVÍDICOS (Lei 11.804/2008)- avaliar os vetos Os alimentos gravídicos compreendem valores suficientes para cobrir despesas adicionais do período de gravidez ou que sejam dele decorrentes, da concepção até o parto, inclusive referentes a alimentação especial, assistência médica, exames complementares, internações, partos, medicamentos, outras situações indispensáveis ao juízo do médico e verificadas ao longo da gravidez. São devidos pelo suposto pai e pela mulher gestante. Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes. (CONCEITO) Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos. "A legitimidade passiva foi atribuída exclusivamente ao suposto pai, não se estendendo a outros parentes do nascituro. Compete à gestante o ônus de provar a necessidade de alimentos. O suposto pai não é obrigado a arcar com todas as despesas decorrentes da gravidez, também sendo devidos pela gestante." Art. 6o Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão. Os alimentos gravídicos são irrepetíveis, não podem ser pleiteados retroativamente. “Art. 8º Havendo oposição à paternidade, a procedência do pedido do autor dependerá da realização de exame pericial pertinente.” Razões do veto :“O dispositivo condiciona a sentença de procedência à realização de exame pericial, medida que destoa da sistemática processual atualmente existente, onde a perícia não é colocada como condição para a procedência da demanda, mas sim como elemento prova necessário sempre que ausente outros elementos comprobatórios da situação jurídica objeto da controvérsia.” “Art. 10. Em caso de resultado negativo do exame pericial de paternidade, o autor responderá, objetivamente, pelos danos materiais e morais causados ao réu. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos próprios autos.” Razões do veto :“Trata-se de norma intimidadora, pois cria hipótese de responsabilidade objetiva pelo simples fato de se ingressar em juízo e não obter êxito. O dispositivo pressupõe que o simples exercício do direito de ação pode causar dano a terceiros, impondo ao autor o dever de indenizar, independentemente da existência de culpa, medida que atenta contra o livre exercício do direito de ação.” Há direito de ação e seu livre exercício. “Art. 9º Os alimentos serão devidos desde a data da citação do réu.” Razões do veto: “O art. 9º prevê que os alimentos serão devidos desde a data da citação do réu. Ocorre que a prática judiciária revela que o ato citatório nem sempre pode ser realizado com a velocidade que se espera e nem mesmo com a urgência que o pedido de alimentos requer. Determinar que os alimentos gravídicos sejam devidos a partir da citação do réu é condená-lo, desde já, à não-existência, uma vez que a demora pode ser causada pelo próprio réu, por meio de manobras que visam impedir o ato citatório. Dessa forma, o auxílio financeiro devido à gestante teria início no final da gravidez, ou até mesmo após o nascimento da criança, o que tornaria o dispositivo carente de efetividade.” Os alimentos são devidos desde a ação. 12. CAUSAS DE EXTINÇÃO Morte do alimentando Desaparecimento dos pressupostos Aula 19- 16/05/17 TUTELA 1. CONCEITO A tutela é uma função pública, com caráter protetivo, assistencial para os menores. Ela cessa no momento em que houver maioridade ou emancipação. Não deve se confundir com a curatela, pois esta está destinada aos maiores incapazes; ao nascituro (após o nascimento com vida, a pessoa pode se tornar tutor ao menor). Tutela é um complexo de direitos e obrigações impostos ao tutor para proteção da vida do tutelado e administração do seu patrimônio em decorrência da inexistência de poder familiar. A tutela é incompatível com o poder familiar. "Se os pais recuperarem o poder familiar, ou se este surgir com a adoção ou o reconhecimento do filho havido fora do casamento, cessará o aludido ônus. Se o menor ainda se encontrar sob o poder familiar, só se admitirá a nomeação de tutor depois que os pais forem destituídos de tal encargo." A tutela implica o dever de guarda. Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. "O tutor exerce um múnus público, uma delegação do Estado que, não podendo exercer essa função, transfere a obrigação de zelar pela criação, pela educação e pelos bens do menor a terceira pessoa." 2. MODALIDADES TUTELA TESTAMENTÁRIA: é a instituída por ato de disposição de última vontade, ou seja, testamento ou documento autêntico equivalente nos termos do artigo 1729, CC. A tutela testamentária é prioritária sobre a tutela legítima e dativa. Os pais, em conjunto, determinam quem seriam os tutores de seus filhos, em sua ausência. Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto. Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autêntico. Observação: codicilo: mini-testamento. A nomeação pode constar de codicilo. "Documento autêntico é qualquer documento, público ou particular, em que as assinaturas dos pais estejam reconhecidas por tabelião. Quando o ato requer escritura pública, como única forma admitida, a lei o diz expressamente. Mesmo feita por instrumento particular, a nomeação não deixa de ser testamentária, por somente produzir efeitos após a morte do nomeante." Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha o poder familiar. TUTELA LEGÍTIMA: é a que se dá na falta da tutela testamentária aos parentes determinados pelo artigo 1731, CC, observada,em regra, a ordem preferencial. PROVA Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consangüíneos do menor, por esta ordem: I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto; II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor. Em regra, o juiz segue essa ordem preferencial, mas o juiz pode nomear terceiro que não seja parente como tutor, fundando sua argumentação no interesse público. "Malgrado a intenção demonstrada pelo legislador, de que o tutor seja parente, tem sido acolhida a orientação doutrinária e jurisprudencial de não considerar absoluta a ordem preferencial estabelecida, devendo ser observada se os indicados forem idôneos e capazes. A bem do menor, pode o juiz alterá-la e até não nomear nenhum dos parentes consanguíneos, se comprovadamente inidôneos ou incapacitados, escolhendo pessoa idônea estranha à família, pois se há de dar, sempre, prevalência aos interesses do incapaz." TUTELA DATIVA: é a tutela oriunda de decisão judicial na ausência da tutela legítima e testamentária. Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor: I - na falta de tutor testamentário ou legítimo; II - quando estes forem excluídos ou escusados da tutela; III - quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário. "A tutela é dativa quando não há tutor testamentário, nem a possibilidade de nomear-se parente consanguíneo do menor, ou porque não existe nenhum, ou porque os que existem são inidôneos, foram excluídos ou se escusaram. Neste caso, o juiz nomeará pessoa estranha à família, idônea e residente no domicílio do menor." TUTELA IRREGULAR: é a tutela no campo fático, na qual o tutor figuraria como mero gestor de negócios (Maria Helena Diniz). Observação: "A tutela ad hoc, também chamada de provisória ou especial, ocorre quando uma pessoa é nomeada tutora para a prática de determinado ato, sem destituição dos pais do poder familiar. Muitas vezes, para atender aos interesses do menor, o juiz nomeia-lhe um tutor somente para consentir no seu casamento, por exemplo, porque os pais encontram-se em local ignora- do, ou para permitir que o tutor nomeado inscreva o menor como seu beneficiário no instituto previdenciário." Aula 20- 22/05/17 3. IMPEDIMENTOS PARA O EXERCÍCIO DA TUTELA- artigo 1735, CC A tutela, como função pública, é obrigatória. No entanto, há alguns impedimentos para o exercício da tutela. "Circunstâncias que acarretam impedimentos para assumir o encargo de tutor: quando as pessoas não têm a livre administração de seus bens, ou cujos interesses colidam com os do menor, ou que tenham sido condenados por crime de natureza patrimonial e não sejam probas e honestas, ou ainda que exerçam função pública incompatível com a boa administração da tutela." Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam: I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens; " Obviamente, quem não reúne condições para administrar seus próprios bens não pode cuidar do tutelado e de seu patrimônio." II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor; " Cogita o inciso de hipóteses que, por evidenciarem manifesto conflito de interesses com os do tutelado, desaconselham a nomeação do tutor." III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela; IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena; V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores; VI - aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela. (PROVA) "Há certas funções públicas que, por exigirem dedicação exclusiva do agente, são incompatíveis com o exercício da tutela." 4. GARANTIA E RESPONSABILIDADE DA TUTELA Quando o juiz vai determinar quem será o tutor, ele deve averiguar a realidade patrimonial do menor. Na prática, normalmente, o menor não tem patrimônio. Se o menor tiver patrimônio, o juiz deve pedir garantia do tutor para administração do mesmo (prestação de caução)- garantia da boa gestão do tutor. Nesse caso, o magistrado estaria isento de responsabilidade. Se o magistrado dispensa essa garantia patrimonial, em face da idoneidade do tutor, o juiz assume responsabilidade, respondendo subsidiariamente (juiz juntamente com o tutor). Isso também se dá quando o juiz não remove tutor suspeito. Quando o juiz não nomeia o tutor ou o faz fora do temo: hipótese de responsabilidade direta e pessoal do juiz. Art. 1.744. A responsabilidade do juiz será: I - direta e pessoal, quando não tiver nomeado o tutor, ou não o houver feito oportunamente; II - subsidiária, quando não tiver exigido garantia legal do tutor, nem o removido, tanto que se tornou suspeito. Art. 1.745. Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo especificado deles e seus valores, ainda que os pais o tenham dispensado. Parágrafo único. Se o patrimônio do menor for de valor considerável, poderá o juiz condicionar o exercício da tutela à prestação de caução bastante, podendo dispensá-la se o tutor for de reconhecida idoneidade. (no caso da dispensa poderá ser responsabilizado caso ocorra prejuízo) "Ao assumir o encargo, o tutor receberá, portanto, os bens do pupilo minuciosamente descritos e avaliados. Serão especificados “os bens móveis e imóveis, bem como os ativos e passivos, devendo ser acrescentados os bens adquiridos durante o exercício da tutela, para que o tutor possa entregá-los quando encerrada, ou na hipótese de substituição”. Sendo princípio de ordem pública, não poderá ser dispensada a providência, nem pelo juiz, nem pelos pais se tiverem feito estes a nomeação." 5. CASOS DE ESCUSA DA TUTELA Escusa é uma motivação para não participar da função pública de tutor. Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: I - mulheres casadas; (pessoas casadas) II - maiores de sessenta anos; III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; IV - os impossibilitados por enfermidade; V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; VII - militares em serviço. Art. 1.737. Quem não for parente do menor não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se houver no lugar parente idôneo, consangüíneo ou afim, em condições de exercê-la. Art. 1.738. A escusa apresentar-se-á nos dez dias subseqüentes à designação, sob pena de entender-se renunciado o direito de alegá-la; se o motivo escusatório ocorrer depois de aceita a tutela, os dez dias contar-se-ão do em que ele sobrevier. Art. 1.739. Se o juiz não admitir a escusa, exercerá o nomeado a tutela, enquanto o recurso interposto não tiver provimento, e responderá desde logo pelas perdas e danos que o menor venha a sofrer. 6. EXERCÍCIO DA TUTELA- ASPECTOS a) TUTOR: é a pessoa que exerce função pública sob a fiscalização de um pró-tutor, sendo seu poder uno, indivisível e indelegável. PRÓ-TUTOR: é uma pessoa escolhida pelo juízo (de confiança do juízo) para fiscalizar os atos
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