Buscar

familia 2 bimestre todas as aulas cristiano

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 71 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 71 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 71 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 13- 18/04/17 e Aula 14- 24/04/17 
PROVA: Duplicidade dos registros de filiação. Como se interpreta o tema, segundo o STF? (essa 
é uma questão que com certeza cairá na segunda prova) 
PODER FAMILIAR 
Ao abordar o tema poder familiar, devemos lembrar, inicialmente, do poder familiar que 
conhecemos da época romana, chamado de pátrio poder (homem como patriarca e detentor 
da hegemonia política). 
No nosso ordenamento, no entanto, tivemos com a lei da adoção a supressão, do 
ordenamento jurídico, do termo poder familiar. (lei 12.010/2009) 
Lei 8.069/90: Estatuto da Criança e do Adolescente: é parte importante da adoção, 
tutela, guarda. Também não fala mais em poder familiar. 
TUTELA X CURATELA X GUARDA X ADOÇÃO X PODER FAMILIAR 
Todos são questões de ordem pública. 
Caso: 1 casal tem um filho menor. A mãe, por uma razão pessoal vai morar na Itália, por 
um tempo. Isso não significa o fim do casamento. O pai é funcionário de um polo 
petroquímico e todo dia ele faz o deslocamento por transporte da empresa até o local de 
trabalho. Um dia há acidente fatal, neste caminho, o qual provoca sua morte. O filho de 5 
anos estava com ele, a mãe do menor na Itália. A tia do menor era que fazia as vezes de 
mãe no país e é ela quem bate à sua porta questionando o que fazer. Há 2 seguros de vida, 
a rescisão do contrato com indenização acidentária e a mãe não tem como voltar agora. 
Como se peticionaria esse caso? 
O pai, vivo, estava no Brasil, a mãe na Itália, quem é o titular do poder 
familiar? O poder familiar é questão de interesse público, logo, os dois 
possuem o poder familiar. A mão não perde o poder familiar por estar longe. 
Os pais são os titulares do poder familiar. 
Quanto à tia, não é hipótese de curatela, nem de adoção. Seria guarda ou 
tutela? No caso concreto, não posso peticionar pela tutela, pois se os pais são 
os detentores do poder familiar, não se pode aplicar uma medida incompatível 
com ele e a tutela é incompatível com o poder familiar. Assim, a tia deve 
peticionar pela GUARDA do menor para suprir a falta dos pais. 
OAB: A tutela é uma medida incompatível com o poder familiar. VERDADEIRO. Assim, a 
primeira conclusão a que podemos chegar é que, se a tutela é incompatível com o poder 
familiar, somente exercem poder familiar os pais e mais ninguém. 
Se os pais forem detentores do poder familiar, a medida jurídica cabível não será uma 
medida considerada incompatível. 
OAB: A tutela implica o dever de guarda. VERDADEIRO. 
 TUTELA: é uma função pública e medida incompatível com o poder familiar. A tutela 
implica o dever de guarda, devendo garantir a assistência material, moral e 
educacional. 
O tutor não exerce poder familiar. 
 
O tutor assegura/ garante os direitos de menores. 
 CURATELA: 
 
O curador assegura direitos de incapazes. 
 GUARDA: é uma medida que visa a proteção do menor, sempre garantindo a 
assistência material, moral e educacional. Todo detentor de guarda deve prestar 
essas assistências. 
 
Ela é sempre provisória, é revogável a qualquer tempo. 
 
Ela pode ser determinada a terceiros que não sejam os pais e esses terceiros inclusive podem 
se opor aos pais, ou seja, é possível uma convivência paralela entra a guarda e o poder 
familiar. 
 
Art. 33, ECA. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à 
criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive 
aos pais. 
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para 
atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, 
podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos determinados. 
Caso: avó é um juiz de direito aposentado, recebe o teto máximo do funcionalismo público. Ele 
pleiteou a guarda de seu neto. Não há problema em se falar isso. Assim, um terceiro pode ser 
titular da guarda. 
O falecimento do avó, detentor da guarda, gera o direito de o neto ter BENEFÍCIO 
PREVIDENCIÁRIO (pensão por morte)? 
Houve discussão: a previdência (em uma visão administrativa) não aceita o 
pagamento do benefício, pois se dizia haver déficit na previdência. Já os 
advogados do outro lado, dizem que a condição deficitária não é problema dos 
menores e, além disso, foi o Estado que disse que eles eram dependentes dos 
avós, assim, como dizer que não irá se pagar? 
Art.33, ECA. § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de 
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários. 
Diante desse cenário, a previdência resolveu que os postos de previdência 
deveriam se abster de negar os pedidos de pensão por morte, quando 
decorrentes de guarda jurídica. 
Para os que possuem guarda de fato, deve ser feita logo a busca pela guarda jurídica. 
obs.: avós devem alimentos aos netos (mas os primeiros que devem são os pais). 
 
 ADOÇÃO: é uma medida extrema. 
 
 PODER FAMILIAR: é questão de interesse público, que reflete obrigações, direitos 
deveres, decorrentes, por exemplo, da filiação. A titularidade é exclusiva dos pais, 
eles são detentores da guarda do filho. 
Os direitos e os deveres vêm para que os pais exerçam os reflexos da filiação. 
 
No poder familiar também tratamos e falamos da própria guarda. 
 
 
 
 
1. CONCEITO DE PODER FAMILIAR 
 
PODER FAMILIAR é um complexo de direitos e obrigações atribuídos aos pais com 
exclusividade para que possam reger a pessoa e bens dos filhos nos termos do artigo 1630,CC. 
Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. 
"A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando o jovem fica habilitado à prática 
de todos os atos da vida civil. 
Até quando dura o poder familiar? Até quando dura o direito a alimentos? Até quando dura o 
direito ao benefício previdenciário? O parâmetro é o poder familiar. Assim, o direito à 
alimentos dura enquanto dura o poder familiar. 
Com a maioridade cessaria a obrigação. 
Diante disso, entra um entendimento jurisprudencial. No Brasil, quantas são as 
pessoas que têm 18 anos e já estão absolutamente independentes? Em entendimento 
jurisprudencial, essa realidade é estendida. 
"Poder familiar é o conjunto de direitos e deveres, imposto pelo Estado e atribuído aos pais, 
no tocante à pessoa e aos bens dos filhos menores." 
"Ele não tem mais o caráter absoluto de que se revestia no direito romano." 
"Outras legislações estrangeiras optaram por denominar o 'poder familiar' como 'autoridade 
parental', tendo em vista que o conceito de autoridade traduz melhor o exercício de função 
legítima fundada no interesse de outro indivíduo, e não em coação física ou psíquica, inerente 
ao poder." 
2. CARACTERÍSTICAS 
"O poder paternal faz parte do estado das pessoas e por isso não pode ser alienado nem 
renunciado, delegado ou substabelecido. Qualquer convenção, em que o pai ou a mãe 
abdiquem desse poder, será nula." 
 
"O instituto constitui um MÚNUS PÚBLICO, pois ao Estado, que fixa normas para seu exercício, 
interessa o seu bom desempenho. É, portanto, IRRENUNCIÁVEL, incompatível com a 
transação, e INDELEGÁVEL, não podendo os pais renunciá-lo, nem transferi-lo a outrem. O 
poder familiar é também IMPRESCRITÍVEL, no sentido de que dele o genitor não decai pelo 
fato de não exercitá-lo, somente podendo perdê-lo na forma e nos casos expressos em lei." 
 
"É ainda incompatível com a tutela, não se podendo nomear tutor a menor cujos pais não 
foram suspensos ou destituídos do poder familiar." 
 O poder familiar, sendo questão de interesse público, é indisponível e irrenunciável. 
 
No entanto, devemos nos ater a uma questão atinente ao PROCESSO DE ADOÇÃO. 
O poder familiare a adoção possuem uma sintonia no sentido de que a adoção 
também é questão de interesse público. Assim, questões que envolvem os dois temas, 
buscam uma fase do processo de adoção, que é a fase procedimental em que há a 
oitiva dos pais biológicos. No entanto, pode haver uma exceção, que se dá no caso de 
infantes expostos. INFANTE EXPOSTO: é aquele que os pais não são encontrados ou 
foram destituídos do poder familiar. Assim, nessa hipótese não haveria a oitiva dos 
pais biológicos. 
Essa fase procedimental, notadamente, não pode ser confundida com disposição, 
nem com renúncia do poder familiar, quando os pais biológicos manifestam a 
vontade, aquiescendo com a adoção dos filhos. 
Se eles manifestam a vontade aquiescendo a adoção do filho, ou não, a decisão está 
submetida ao crivo do Estado, interesse público. Então, pode ser que os pais biológicos 
manifestem positivamente o interesse na adoção do filho, mas o Estado diga que não é 
hipótese de adoção, pois não há interesse público e o poder familiar é questão de 
ordem pública, denegando-se a adoção. 
ATENÇÃO: Não se pode renunciar ou dispor do poder familiar por ato exclusivo de vontade. 
Assim, se há interesse público na questão da adoção, posso considerar que a ADOÇÃO é uma 
causa de extinção do poder familiar em relação aos pais biológicos. Ocorrendo o 
estabelecimento do poder familiar em relação aos pais adotivos. 
Pergunta: cabe ao padrasto pagar alimentos? É possível, de acordo com entendimento 
jurisprudencial. Analisando o código pura e simplesmente, não. 
 IMPORTANTE: O poder familiar é indivisível por ser questão de interesse público, no 
entanto há possibilidade de divisão do exercício do mesmo, tendo-se como exemplo 
a guarda compartilhada. 
 
Guarda: pode ser unilateral e compartilhada. O Estado tem preferência pela guarda 
compartilhada. Guarda compartilhada: é a divisão de atribuições. 
 O poder familiar é imprescritível. 
 
Seu desuso não é hipótese de prescritibilidade. 
 
QUESTÕES DOUTRINÁRIAS: 
Família monoparental X Adoção unilateral 
 FAMÍLIA MONOPARENTAL: é o caso de um solteiro que resolve adotar. Família 
monoparental é a formada ou pelo pai ou pela mãe (ascendente) e filhos. Está 
protegida pela CF como entidade familiar. 
 
 ADOÇÃO UNILATERAL: é quando já há um registro por parte do pai ou da mãe (ex.: 
consta apenas o registro materno na certidão e o padrasto quer prover o registro de 
adoção) e o outro deve prover o registro. 
 
Separação e divórcio: Se houver separação ou divórcio, o poder familiar continuará intacto, 
de titularidade dos pais. 
Nos casos de suspensão e destituição, aquele que não está suspenso exerce com 
exclusividade, assim como aquele que não está destituído. 
Quanto à idade, tecnicamente, o poder familiar vai até a maioridade. 
 
3. TITULARIDADE DO PODER FAMILIAR 
"No código de 16 atribuía-se ao marido a patria potestas. Predominava, no regime por ele 
instituído, o conceito de chefia da família. Só na falta ou impedimento do chefe da sociedade 
conjugal passava o pátrio poder a ser exercido pela mulher. Assim, o exercício não era 
simultâneo, mas sucessivo. Em caso de divergência, prevalecia a decisão do marido, salvo em 
caso de manifesto abuso de direito." 
 
"Isso mudou com a Lei 4.121/62 no Estatuto da Mulher Casada, que passou a determinar que 
o pátrio poder seria exercido pelo marido com a colaboração da mulher. Conservou-se à 
mulher o direito de recorrer ao juiz em caso de divergência entre os cônjuges." 
 
A igualdade completa na titularidade do poder familiar se deu com a CF/88: Art.226. § 5º Os 
direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e 
pela mulher. 
 
Em igualdade de condições estabelece o ECA: Art. 21. O poder familiar será exercido, 
em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a 
legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, 
recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. 
 
No CC/2002: Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos 
pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. 
 
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é 
assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo. 
"Destaca-se que independentemente do vínculo entre os pais, desfeito ou jamais ocorrido, 
ambos os genitores exercem em conjunto o poder familiar. Além disso, o poder familiar 
compete também aos que se identifiquem como pai ou mãe do menor, na família 
monoparental." 
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as 
relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua 
companhia os segundos. 
Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da mãe; se a 
mãe não for conhecida ou capaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor. 
4. CONTEÚDO DO PODER FAMILIAR 
"O poder familiar é representado por um conjunto de regras que engloba direitos e deveres 
atribuídos aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos menores. As concernentes à 
pessoa dos filhos são, naturalmente, as mais importantes." 
a) QUANTO À PESSOA DOS FILHOS 
 
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno 
exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: 
I - dirigir-lhes a criação e a educação; (para que os filhos formem seu espírito e seu 
caráter) 
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584 (podendo 
para tanto reclamá-los de quem ilegalmente os detenha, por meio de ação de busca e 
apreensão, pois lhes incumbe fixar o domicílio); 
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; (o consentimento deve 
ser específico, para o casamento com determinada pessoa, não bastando ser 
manifestado em termos gerais) 
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; (mesmo 
no caso de guarda unilateral, a autorização para viagens de menor ao exterior deve ser 
dada por ambos os pais, uma vez que o não exercício da guarda compartilhada não 
implica, necessariamente, a perda do poder familiar) 
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência 
permanente para outro Município; (a guarda compartilhada assegura a ambos os 
genitores a responsabilidade conjunta e o exercício de direitos e deveres concernentes 
ao poder familiar, na mesma medida e na mesma intensidade) 
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais 
não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; 
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos 
da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-
lhes o consentimento; 
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (por meio de ação de busca e 
apreensão, para exercer o direito e dever de ter os filhos em sua companhia e guarda) 
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e 
condição. 
 
b) QUANTO AO BEM DOS FILHOS 
 
Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: 
I - são usufrutuários dos bens dos filhos; 
II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade. 
"Os pais, em igualdade de condições, são, pois, os administradores legais dos bens dos filhos 
menores sob sua autoridade. Havendo divergência, poderá qualquer deles recorrer ao juiz 
para a solução necessária. Não podem, porém, praticar atos que ultrapassem os limites da 
simples administração." 
"Os pais devem zelar pela preservação dopatrimônio que administram, nã podendo 
praticar atos dos quais possa resultar uma diminuição patrimonial." 
Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar 
os filhos menores de dezesseis anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade ou 
serem emancipados. 
Parágrafo único. Os pais devem decidir em comum as questões relativas aos filhos e a seus 
bens; havendo divergência, poderá qualquer deles recorrer ao juiz para a solução necessária. 
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem 
contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, 
salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz. 
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo: 
I - os filhos; 
II - os herdeiros; 
III - o representante legal. 
 
Art. 1.692. Sempre que no exercício do poder familiar colidir o interesse dos pais com o do 
filho, a requerimento deste ou do Ministério Público o juiz lhe dará curador especial. 
Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e da administração dos pais: 
I - os bens adquiridos pelo filho havido fora do casamento, antes do reconhecimento; 
"Trata-se de hipótese de bens que já se encontravam no patrimônio do menor quando foi 
reconhecido, voluntária ou judicialmente, por um dos pais. A restrição não atinge o outro, que 
tenha eventualmente promovido o registro de nascimento, e tem o fundamento ético de 
evitar o reconhecimento voluntário plo puro interesse em aproveitar-se do acervo patrimonial 
do filho." 
II - os valores auferidos pelo filho maior de dezesseis anos, no exercício de atividade 
profissional e os bens com tais recursos adquiridos; 
III - os bens deixados ou doados ao filho, sob a condição de não serem usufruídos, ou 
administrados, pelos pais; 
"Pode o doador ou testador ser um dos pais, que se encontra separado do outro e não quer 
que os bens sejam administrados e usufruídos por este. Neste caso, terá ele o direito de 
designar terceiro para o ato, ou reservar para si o exercício do encargo, se a liberalidade 
praticada for a doação. Se não o fizer, o juiz deverá nomear o administrador, sob forma de 
curador especial. Pode ainda o doador ou testador ser um terceiro, que veta a administração 
dos bens por um ou ambos os pais. No último caso, será também nomeado administrador, 
pelo juiz." 
IV - os bens que aos filhos couberem na herança, quando os pais forem excluídos da 
sucessão. 
5. EXTINÇÃO E SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR 
 
Suspensão: medida temporária. Destituição: motivação mais grave que, em regra, é definitiva 
(não havendo como retomar o poder familiar). Isso é o que ocorre em regra, devendo-se 
avaliar os casos concretos. 
a) SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR 
 
 SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR: é uma medida temporária estabelecida para evitar 
a prática dos atos constantes do artigo 1637, CC, ou seja, o abuso de autoridade e a 
malversação de bens. Cessada a causa originária da suspensão do poder familiar, 
retomasse o seu exercício. 
 
3 hipóteses de suspensão do poder familiar: malversação de bens, abuso de autoridade, 
crimes praticados com sentenças irrecorríveis, cuja pena exceda 2 anos de prisão. 
Legitimação: Quem pode denunciar essa causa? O poder familiar é questão de interesse 
público e essa causa pode ser requerida por qualquer parente ou MP. 
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes 
ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério 
Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, 
até suspendendo o poder familiar, quando convenha. 
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à 
mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a 
dois anos de prisão. 
"A suspensão do poder familiar constitui sanção aplicada aos pais pelo juiz, não tanto com 
intuito punitivo, mas para proteger o menor." 
"A suspensão é temporária, perdurando somente até quando se mostre necessária. Cessada a 
causa que a motivou, volta a mãe, ou o pai, temporariamente impedido, a exercer o poder 
familiar, pois a sua modificação ou suspensão deixa intacto o direito como tal, excluído apenas 
o exercício. A lei não estabelece o limite de tempo. Será aquele que, na visão do julgador, seja 
conveniente aos interesses do menor." 
"Em vez de suspender o exercício do poder familiar, pode o magistrado, dependendo das 
circunstâncias, limitar-se a estabelecer condições particulares às quais o pai ou à mãe devem 
atender." 
"A suspensão pode ser total, envolvendo todos os poderes inerentes ao poder familiar, ou 
parcial, cingindo-se, por exemplo, à administração dos bens ao à proibição de o genitor ter o 
filho em sua companhia." 
"Suspendendo-se o poder familiar em relação a um dos pais, concentra-se o exercício no 
outro. Se este outro, todavia, não puder exercê-lo, ou tiver falecido, nomeia-se tutor ao 
menor." 
"É facultativa e pode referir-se unicamente a determinado filho." 
b) EXTINÇÃO E PERDA OU DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR 
 
 DESTITUIÇÃO: é uma sanção mais grave que a suspensão por uma das motivações 
constantes do artigo 1638, CC, sendo, em regra, uma medida definitiva. 
 
"A perda ou destituição constitui espécie de extinção do poder familiar, decretada por decisão 
judicial. Assim como a suspensão, constitui sanção aplicada aos pais pela infração ao dever 
genérico de exercer a patria potestas em consonância com as normas regulamentares, que 
visam atender ao melhor interesse do menor." 
"A perda do poder familiar é permanente, mas não se pode dizer que seja definitiva em todos 
os casos, pois o pais podem recuperá-lo em procedimento judicial, de caráter contencioso, 
desde que comprovem a cessação das causas que a determinaram. É imperativa, e não 
facultativa. Abrange toda a prole, por representar um reconhecimento judicial de que o titular 
do poder familiar não está capacitado para o seu exercício." 
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: 
I - castigar imoderadamente o filho; 
"Não se pode conservar sob o poder de pai violento e brutal, o filho que ele aflige com 
excessivos castigos e maus-tratos." 
II - deixar o filho em abandono; 
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; 
"Visa o legislador evitar que o mau exemplo dos pais prejudique a formação moral dos 
infantes. O lar é uma escola onde se forma personalidade dos filhos. Assim, os pais devem 
manter uma postura digna e honrada." 
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. (reiteração na 
prática de malversação de bens, abuso de autoridade) 
 EXTINÇÃO: "A extinção do poder familiar dá-se por fatos naturais, de pleno direito, ou 
por decisão judicial." 
 
 
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: 
I - pela morte dos pais ou do filho; 
"Com a morte dos pais desaparecem os titulares do direito. A de um deles faz concentrar no 
sobrevivente o aludido poder. A de ambos impõe a nomeação de tutor, para se dar sequência 
à proteção dos interesses pessoais e patrimoniais do órfão." 
"A morte do filho, a emancipação e a maioridade fazem desaparecer a razão de ser do 
instituto, que é a proteção do menor." 
II - pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único; (dá-se a emancipação 
por concessão dos pais, homologada pelo juiz, se o menor tiver 16 anos completos) 
III - pela maioridade; (os maiores de 18 anos não mais precisam da proteção conferida 
aos incapazes) 
IV - pela adoção; 
"A adoção extingueo poder familiar na pessoa do pai natural, transferido-o ao adotante. Tal 
circunstância é irreversível, de acordo com o que chancelam os tribunais, sendo ineficaz 
posterior arrependimento daquele se a criança foi entregue em adoção mediante 
procedimento regular." 
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. (a própria causa de perda ou 
destituição) 
 
Aula 14-24/04/17 e Aula 15- 02/05/17 e Aula 16-08/05/17 e Aula 17-09/05/17 e Aula 18-
15/05/17 e Aula 19- 16/05/17 
ALIMENTOS 
O poder familiar é uma cadeia que gera um reflexo de direitos e obrigações. Um dos reflexos é 
a obrigação dos alimentos. 
obs.: o direito a alimentos é um direito de conteúdo patrimonial e finalidade pessoal. 
Alimentos não dizem respeito a uma perspectiva apenas de sobrevivência, eles vão 
além dessa realidade (visão mais ampla no âmbito jurídico). Assim, saímos da ideia dos 
alimentos para uma manutenção básica, alimentar e estendemos para vestuário, 
saúde, educação etc.. 
Qual a visão do Estado para determinar os alimentos? Não é restritiva (garantia dentro de um 
limite/razoabilidade dos pressupostos dos alimentos) mas sim para garantia do status social. 
Caso: 1 casal tem 2 filhos, estudantes do Ceub. A filha faz balé em uma escola de dança 
famosa. O filho faz academia. Os dois fazem curso de inglês na Thomas Jefferson. O 
casal se divorcia. Havendo divórcio, qual a ideia do Estado para os alimentos? A visão 
do Estado não é restritiva, mas pela garantia do status social. 
1. CONCEITO E FINALIDADE 
ALIMENTOS: são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-
los individualmente e que tem por finalidade fornecer a um parente, ex-cônjuge ou ex-
convivente recursos necessários para atendimento de suas condições sociais e para fins 
educacionais. 
Buscam não só atender as necessidades básicas para sobrevivência do alimentando, 
mas também o estado social e educação. 
"Abrangem, assim, o indispensável ao sustento, vestuário, habitação, assistência 
médica, instrução e educação." 
"O dever de prestar alimentos funda-se na solidariedade humana e econômica que 
deve existir entre os membros da família ou os parentes. Há "um dever legal de mútuo 
auxílio familiar, transformado em norma, ou mandamento jurídico." 
"O Estado tem interesse direto no cumprimento das normas que impõem a obrigação legal de 
alimentos, pois a inobservância ao seu comando aumenta o número de pessoas carentes e 
desprotegidas, que devem, em consequência, ser por ele amparadas. Daí a razão por que as 
aludidas normas são consideradas de ordem pública, inderrogáveis por convenção entre os 
particulares e impostas por meio de violenta sanção, como a pena de prisão a que está sujeito 
o infrator." 
"Entre pais e filhos menores, cônjuges e companheiros não existem propriamente obrigação 
alimentar, mas dever familiar, respectivamente de sustento e de mútua assistência. A 
obrigação alimentar também decorre da lei, mas é fundada no parentesco, ficando 
circunscrita aos ascendentes, descendentes e colaterais até o segundo grau, com 
reciprocidade, tendo por fundamento o princípio da solidariedade familiar." 
 
 
2. PRESSUPOSTOS 
 
 Existência de companheirismo, vínculo de parentesco ou conjugal entre alimentando e 
alimentante X aspectos do parentesco por afinidade 
 Necessidade do alimentando 
 Possibilidade econômica do alimentante 
 Proporcionalidade 
Existe um quantum determinado em lei para os alimentos? Há um binômio: necessidade do 
alimentando e possibilidade econômica do alimentante. Assim, não existe uma lei 
determinando um percentual; existem os pressupostos. Destaca-se que o caso concreto deve 
ser analisado. 
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e 
dos recursos da pessoa obrigada. 
"Se o alimentante possui tão somente o indispensável à própria mantença, não é justo seja ele 
compelido a desviar parte de sua renda, a fim de socorrer o parente necessitado. A lei não 
quer o perecimento do alimentando, mas também não deseja o sacrifício do alimentante. 
Assim, não há direito alimentar contra quem possui o estritamente necessário à própria 
subsistência." 
"Além disso, deve haver proporcionalidade, não podendo o juiz fixar pensões de valor 
exagerado, nem por demais reduzido." 
"O quantum fixado não é imutável, pois se houver modificação na situação econômica das 
partes, poderá qualquer delas ajuizar ação revisional de alimentos, para pleitear a exoneração, 
redução ou majoração do encargo. 
3. NATUREZA JURÍDICA 
"No tocante à natureza jurídica do direito à prestação de alimentos prepondera o 
entendimento da natureza mista, qualificando-o como um direito de conteúdo patrimonial e 
finalidade pessoal. 
4. CARACTERES DO DIREITO A ALIMENTOS 
 
I. DIREITO PERSONALÍSSIMO 
O direito a alimentos é questão de interesse público e é direito personalíssimo do 
alimentando. 
"Assim, como os alimentos se destinam à subsistência do alimentando, constituem um direito 
pessoal, intransferível." 
II. DIREITO TRANSMISSÍVEL 
 
O direito a alimentos é direito transmissível aos herdeiros do devedor. 
PROVA: Comente sobre a transmissibilidade da obrigação alimentar. Não confundir com 
coobrigados. 
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na 
forma do art. 1.694 (alimentos devem garantir não só o básico, mas a garantia do status social 
ao alimentando). 
Os princípios da dignidade da pessoa humana e socioafetividade estão ligados a essa 
ideia de transmissibilidade. 
TRANSMISSIBILIDADE (artigo 1700, CC e cenário jurisprudencial) X COOBRIGADO (artigos 
1696, 1697, CC): Não se pode confundir a transmissibilidade de prestação de alimentos com os 
coobrigados dos alimentos. Quando há transmissibilidade, pensa-se em morte do alimentante 
(devedor). Quando se fala em coobrigado, não se fala na morte do alimentante, mas apenas 
que ele não pode pagar. 
Quem é credor dos alimentos? Ele está na condição de herdeiro ou não? É essencial saber 
disso em face dos pressupostos. 
Se está na condição de herdeiro, ele recebe parte da herança, o que não ocorre quando ele 
não está na condição de herdeiro (ex.: caso da pessoa que foi atropelada por outra e recebe 
alimentos). 
o Se o credor está na condição de herdeiro e o quinhão hereditário que ele recebe é capaz 
de suprir todas as suas necessidades, não há que se falar em transmissibilidade das 
obrigações alimentares. 
 
o Se o credor está na condição de herdeiro e o quinhão hereditário não é capaz de suprir 
todas as suas necessidades, fala-se em transmissibilidade aos herdeiros, devendo-se 
complementar a necessidade do credor. 
Limite jurisprudencial (vem do próprio direito das sucessões) : Essa complementação de cada 
herdeiro não pode ultrapassar as forças da herança. 
o Se o credor não é herdeiro e havia um alimentante que faleceu (ex.: foi atropelado pela 
pessoa que presta alimentos indenizatórios a ele) é possível a transmissibilidade da 
obrigação de prestar alimentos. Assim, cada herdeiro da pessoa que pagava os alimentos, 
que for arcar com essa obrigação alimentar, tem o limite no quinhão da herança. 
 
III. DIREITO IRRENUNCIÁVEL (é questão de ordem pública) 
No âmbito dos casos concretos fez-se um questionamento: quais são esses alimentos? Isso 
ocorre no caso dos alimentos aos cônjuges/aos companheiros? Havia quem dissesse que sim e 
havia quem dissesse que não. Diante do conflito, a assunto foi parar nos tribunais. 
O TJSP disse que face à capacidade civil e com a dissolução do vínculo conjugal do 
casal, seria possível que o casal renunciasse a esses alimentos. Só não podendo ocorreressa renúncia no caso dos filhos. Essa ideia começou a preponderar nos tribunais. 
obs.: Não exercer um direito: ele continua existindo, você apenas não o exerce hoje; renunciar 
a um direito: pessoa não faz mais jus a ele. 
Diante do impasse, o código atual deveria resolver essa questão, mas ele não o fez. Ele não 
especificou quem é o credor. Assim, manteve-se o entendimento jurisprudencial anterior. 
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, 
sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. 
 Em relação a menores, os alimentos são irrenunciáveis. Em relação aos cônjuges e 
companheiros são renunciáveis, por ocasião da dissolução da sociedade conjugal ou 
da união estável. 
IV. IMPRESCRITIBILIDADE 
O direito a alimentos é imprescritível, por ser questão de interesse público. 
Caso: Nascimento _____________ ação de alimentos _J_ F_ M_ 
A_M_J_J_A_S_O_N_D_____sentença 
 Alimentos provisórios 
Alimentos regulares 
 ou provisionais ou 
definitivos 
No caso, a mãe não pleiteou os alimentos ao filho em seu nascimento, o fazendo apenas 15 
anos depois em um valor fixado em 2000 reais. 
Caso a pessoa deixe de pagar os alimentos referentes ao mês de maio, a que deveria receber 
pode cobrar depois de 30 anos com juros e correção monetária? Não, deve cobrar até maio de 
2019. O direito a alimentos é imprescritível, mas a pretensão para haver a prestação 
alimentar prescreve em 2 anos. Isso se dá, pois os alimentos são consumíveis, de necessidade 
imediata. 
ATENÇÃO: Art.206. § 2o Prescreve em dois anos, a pretensão para haver prestações 
alimentares, a partir da data em que se vencerem. 
OAB: O direito a alimentos é imprescritível, no entanto, a pretensão para haver a prestação 
alimentar é prescritível. VERDADEIRO. 
ESSES ALIMENTOS PODEM SER PLEITEADOS RETROATIVAMENTE? Ou seja, no caso acima, 
poder-se-ia pleitear os alimentos desde o nascimento até o pedido da ação de alimentos? 
Não posso ingressar com os alimentos antes da ação, assim, não cabem alimentos retroativos, 
pois eles são consumíveis (antes da ação já foram consumidos). Devo alimentos a partir da 
ação ou a partir da citação? 
Para os alimentos a jurisprudência majoritária começou a definir que seriam devidos a partir 
da ação e não da citação. Isso se dá, pois entendendo-se que os alimentos são consumíveis, de 
necessidade imediata, muitas vezes, o alimentante se utilizava do procedimento de citação 
para protelar esse direito. 
Quanto aos alimentos gravídicos: 
“Art. 9º Os alimentos serão devidos desde a data da citação do réu.” 
Razões do veto 
“O art. 9º prevê que os alimentos serão devidos desde a data da citação do réu. Ocorre que a 
prática judiciária revela que o ato citatório nem sempre pode ser realizado com a velocidade 
que se espera e nem mesmo com a urgência que o pedido de alimentos requer. Determinar 
que os alimentos gravídicos sejam devidos a partir da citação do réu é condená-lo, desde já, à 
não-existência, uma vez que a demora pode ser causada pelo próprio réu, por meio de 
manobras que visam impedir o ato citatório. Dessa forma, o auxílio financeiro devido à 
gestante teria início no final da gravidez, ou até mesmo após o nascimento da criança, o que 
tornaria o dispositivo carente de efetividade.” 
CABE REPETIÇÃO DOS ALIMENTOS PAGOS INDEVIDAMENTE? 
QUESTÃO REFERENTE A AÇÃO DE ALIMENTOS CUMULADA COM INVESTIGAÇÃO DE 
PATERNIDADE: 
Ação de investigação de paternidade cumulada com pedido cautelar de alimentos. Havendo 
deferimento provisório de alimentos e ao final a ação julgada improcedente, quais 
possibilidades jurídicas (indicando autor, réu e ação) decorrentes dos alimentos pagos 
indevidamente? 
Nesse caso, não havia prova concreta da paternidade, mas havia presunção. Dentro 
desta e das provas apresentadas o juiz decidiu pelos alimentos provisórios, exercendo 
o poder geral de cautela. No entanto, ao final julgou improcedente a ação. 
Houve erro por parte do Juiz? Não, houve exercício do poder do juiz em seu livre 
convencimento. Assim, a ação decorrente dos alimentos pagos indevidamente poderia ser 
proposta em face do Estado, mas haveria dificuldades. 
Em uma ação proposta contra a mãe: se demonstraria uma sintonia com a ma fé e se falaria 
que ela deveria reparar civilmente aquele que pagou indevidamente. O advogado de defesa 
nesse caso, falaria que a mulher buscava por um reconhecimento de filiação, o que é questão 
de interesse público altamente relevante e realizada perante o judiciário de forma lícita. Então, 
poderia haver ação em face da mãe, mas com dificuldades. 
O entendimento do STJ é de que os ALIMENTOS SÃO IRREPETÍVEIS. " Cinge-se a 
questão à possibilidade de compensação das verbas pagas aos agravantes, incidentes 
sobre o montante recebido pela parte agravada à época da rescisão do seu contrato de 
trabalho, com parcelas do pensionamento dos meses subsequentes. Dispõe o art. 
1.707 do Código Civil que: "Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o 
direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação 
ou penhora.". Importante consignar que os alimentos são irrepetíveis, ou seja, não são 
passíveis de restituição por configurar prestação pecuniária que visa a sobrevivência e 
tem fundamento no princípio da dignidade da pessoa humana. Dessa forma, o bem 
jurídico vida encontra-se acima de qualquer outro posto em confronto. O C. Superior 
Tribunal de Justiça já consolidou entendimento no sentido 
da irrepetibilidade dos alimentos pagos, "como forma de evitar a frustração da 
finalidade primordial desses créditos: a subsistência dos alimentários." (TJ RJ 0068233-
93.2013.8.19.0000) 
 ALIMENTO IRREPETÍVEL/ IRRESTITUÍVEL: "os alimentos, uma vez pagos, 
são irrestituíveis, sejam provisórios, sejam definitivos. Isso se dá, pois a obrigação de 
prestá-los constitui matéria de ordem pública, e só nos casos legais pode ser afastada, 
devendo subsistir até decisão final em contrário. Mesmo que a ação venha a ser julgada 
improcedente, não cabe a restituição dos alimentos provisórios. Quem pagou alimentos, 
pagou uma dívida, não se tratando de simples antecipação ou de empréstimo. Os 
alimentos destinam-se a ser consumidos pela pessoa que deles necessita." 
"O princípio da irrepetibilidade não é, todavia, absoluto e encontra limites no dolo em sua 
obtenção, bem como na hipótese de erro no pagamento dos alimentos. Por isso, tem-se 
deferido pedido de repetição, em caso de cessação automática da obrigação devida ao 
segundo casamento da credora, não tendo cessado o desconto em folha de pagamento por 
demora na comunicação ao empregador, sem culpa do devedor, bem como a compensação 
nas prestações vincendas, porque, em ambas as hipóteses envolve um enriquecimento sem 
causa por parte do alimentado, que não se justifica." 
 
INDENIZAÇÃO POR ABANDONO AFETIVO 
Quais os fundamentos jurídicos para o pleito de indenizações por abandono afetivo? 
O STJ criou divergência, não uniformizou essa questão. Há quem entenda que esse 
abandono afetivo não consiste na prática de um ilícito; outros entendem que cuidar é 
um dever e a ausência desse dever de cuidado é um ilícito no direito civil, que pode 
levar ao pleito de indenizações. 
A lógica que prevalece é a lógica do direito de família, com base nos princípios, a qual 
mostra que cuidar é um dever. A jurisprudência tende a seguir o caminho 
indenizatório. 
Art. 227, CF. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e 
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, aolazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência 
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão. 
Não há previsão legal em face do abandono afetivo. 
PLS 700/2007: aprovado no Senado e encaminhado para a Câmara. Nesta, recebeu o número 
PL 3212/2015. Foi encaminhado para a CCJ (parecer favorável). Altera a Lei nº 8.069, de 13 de 
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para caracterizar o abandono afetivo 
como ilícito civil. 
V. IMPENHORÁVEL 
Os alimentos são insuscetíveis de penhora. "É inconcebível a penhora de um direito destinado 
à mantença de uma pessoa." 
VI. INCOMPENSÁVEL 
Os alimentos são insuscetíveis de compensação. 
"O direito a alimentos não pode ser objeto de compensação, porque seria extinto, total ou 
parcialmente, com prejuízo irreparável para o alimentando, já que os alimentos constituem o 
mínimo necessário à sua subsistência. Assim, por exemplo, o marido não pode deixar de pagar 
a pensão a pretexto de compensá-la com recebimentos indevidos, pela esposa, de alugueis só 
a ele pertencentes." 
VII. INTRANSACIONÁVEL 
Os alimentos são insuscetíveis de transação. 
"Sendo indispensável e personalíssimo, o direito a alimentos não pode ser objeto de 
transação." 
5. ALGUNS ASPECTOS 
 
a) CONDICIONALIDADE 
Os alimentos são condicionados aos seus pressupostos: necessidade e possibilidade 
econômica. 
b) MUTABILIDADE 
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os 
supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as 
circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo. 
Os alimentos podem ser revisados a qualquer tempo. (ação revisional de alimentos) 
c) RECIPROCIDADE 
Quem hoje recebe os alimentos, amanhã poderá pagá-los. 
Art. 229, CF. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos 
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. 
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de 
suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias 
as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos 
respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a 
integrar a lide. 
Há discussão na doutrina se esse dispositivo tem eficácia e a crítica se mostra perante 
o fato de intentada a ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a 
integrar a lide (pessoas que estejam no mesmo grau). Esse dispositivo tem eficácia e o 
cenário jurisprudencial mostra esse chamamento de todos na ação (todos vão arcar na 
medida de seus recursos). 
6. QUANTO À FINALIDADE (PROVISÓRIOS/ REGULARES OU DEFINITIVOS) 
QUANTO À FINALIDADE: os alimentos podem ser definitivos (regulares), provisórios, 
provisionais e transitórios. 
 "DEFINITIVOS: são os de caráter permanente, estabelecidos pelo juiz na sentença ou em 
acordo das partes devidamente homologado, malgrado possam ser revistos (1699, CC)." 
ATENÇÃO: sempre cabe ação revisional de alimentos (pode aumentar, diminuir ou exonerar o 
pagamento dos alimentos); eles não fazem coisa julgada. 
 "PROVISÓRIOS: são os fixados liminarmente no despacho inicial proferido na ação de 
alimentos, de rito especial." 
"Exigem prova pré-constituída do parentesco, casamento ou companheirismo. Apresentada 
essa prova, o juiz fixará os alimentos provisórios se requeridos." 
Assim, os alimentos provisórios vêm quando há prova pré-constituída (ex.: certidão de 
nascimento do filho); os alimentos provisionais, por sua vez, têm natureza cautelar e não têm 
prova pré-constituída. 
obs.: eles podem ser antecipados. 
 "PROVISIONAIS: são os determinados em pedido de tutela provisória, preparatória ou 
incidental, de ação de separação judicial, de divórcio, de nulidade ou anulação de casamento ou 
de alimentos. Destinam-se a manter o suplicante durante a tramitação da lide principal, e ao 
pagamento das despesas judiciais." 
 
"A determinação dos provisionais depende da comprovação dos requisitos inerentes à tutela de urgência. 
Assim estão sujeitos à discrição do juiz. Podem ser fixados, por exemplo, em ação de alimentos 
cumulada com investigação de paternidade, liminar e excepcionalmente, se houver indícios veementes 
desta." 
 
obs.: no caso da investigação de paternidade, não há prova pré-constituída. 
 
"Os alimentos provisionais conservam sua eficácia até o julgamento da ação principal, mas podem, a 
qualquer tempo, ser revogados ou modificados." 
 
Alimentos provisionais é uma classificação já não mais utilizada pela melhor doutrina. Assim, pode-se 
entender todos como provisórios. (também posso entender assim para a prova) 
 
 "TRANSITÓRIOS: são admitidos pela jurisprudência do STJ- obrigações prestadas, 
notadamente entre ex-cônjuges ou ex-companheiros, em que o credor, em regra pessoa com 
idade apta para o trabalho, necessita dos alimentos apenas até que se projete determinada 
condição ou ao final de certo tempo, circunstância em que a obrigação extinguir-se-á 
automaticamente." 
Observação: QUANTO AO MOMENTO EM QUE SÃO RECLAMADOS: os alimentos podem ser 
pretéritos, atuais e futuros. 
 "PRETÉRITOS: quando o pedido retroage a período anterior ao ajuizamento da ação." 
 
 "ATUAIS: quando são postulados a partir do ajuizamento." 
 
 "FUTUROS: quando são devidos a partir da sentença." 
O direito brasileiro só admite os atuais e futuros. Os pretéritos, portanto, não são devidos. 
Isso se dá, pois se o alimentando, bem ou mal, conseguiu sobreviver sem o auxílio do 
alimentante, não pode pretender o pagamento de alimentos relativos ao passado. 
"Essa classificação não se amolda perfeitamente ao direito brasileiro, uma vez que os 
alimentos futuros independem do trânsito em julgado da decisão que os concede, sendo 
devidos a partir da citação ou do acordo. E, na prática, os alimentos pretéritos têm sido 
confundidos com prestações pretéritas, que são as fixadas na sentença ou no acordo, estando 
há muito vencidas e não cobradas, a ponto de não se poder tê-las mais por indispensáveis à 
própria sobrevivência do alimentado, não significando mais que um crédito como outro 
qualquer." 
"Têm os tribunas proclamado que a prisão civil somente poderá ser imposta para compelir o 
alimentante a suprir as necessidades atuais do alimentário, representadas pelas 3 últimas 
prestações, devendo as pretéritas ser cobradas em procedimento próprio." 
"É preciso verificar, contudo, se estas se tornaram antigas devido à má-fé e desídia do 
devedor ou às dificuldades e carências do credor, não se aplicando o referido critério 
no primeiro caso." 
7. QUANTO À NATUREZA – NATURAIS OU CIVIS 
QUANTO À NATUREZA: os alimentos podem ser civis (côngruos) ou naturais (necessários). 
 ALIMENTOS CIVIS OU CÔNGRUOS: regra geral para os alimentos. Esses alimentos 
visam assegurar a condição social do alimentando, ou seja, aquele que vai receber os alimentos, 
garantindo seu status social (a condição social do alimentando), inclusive para fins 
educacionais. (VISÃO GERAL DO ESTADO) 
Esses alimentos podem gerar uma comodidade. Segundo entendimento jurisprudencial, se os 
alimentos geram acomodação, ociosidade (ex.: filho está no Ceub e reprova 70% das 
matérias), falta de compromisso, desvirtua-se o entendimento do Estado acerca dos 
alimentos. Quando isso ocorre, o Estado busca reduzir os alimentos, para que se desconfigure 
essa realidade e os alimentos são classificados como necessários ou naturais.Essa redução 
pode se dar até o mínimo indispensável para subsistência do alimentando. 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os 
alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, 
inclusive para atender às necessidades de sua educação. 
 ALIMENTOS NATURAIS OU NECESSÁRIOS: são os alimentos resultantes de culpa do 
pleiteante, podendo alcançar o mínimo necessário a subsistência do alimentando. "Restringem-
se ao indispensáveis à satisfação das necessidades primárias da vida (alimentação, cura, 
vestuário, habitação)." 
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de 
necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. 
obs.: culpa: equivale a ociosidade, acomodação. 
8. QUANTO À CAUSA JURÍDICA– VOLUNTÁRIOS/ RESSARCITÓRIOS/ LEGÍTIMOS 
QUANTO À CAUSA JURÍDICA: os alimentos dividem-se em legais (legítimos), voluntários e 
indenizatórios. 
 "LEGÍTIMOS: são devidos em virtude de uma obrigação legal, que pode decorrer do 
parentesco, do casamento ou do companheirismo." 
São os decorrentes quando movida ação do alimentando contra o alimentante. 
"Somente estes pertencem ao direito de família. Assim, a prisão civil pelo não pagamento de 
dívida de alimentos permitida na CF só pode ocorrer pelo não pagamento de alimentos legais, 
não ocorrendo em relação ao não pagamento dos voluntários ou indenizatórios." 
 "VOLUNTÁRIOS: emanam de uma declaração de vontade inter vivos, como na obrigação 
assumida contratualmente por quem não tinha a obrigação legal de pagar alimentos 
(obrigacionais), ou causa mortis, manifestada em testamento, em geral sob a forma de legado de 
alimentos (testamentários)." 
São os decorrentes da ação de oferecimento de alimentos. 
 "INDENIZATÓRIOS/ RESSARCITÓRIOS: resultam da prática de um ato ilícito e 
constituem forma de indenização do dano ex delicto." 
São os decorrentes da prática de atos ilícitos em critério indenizatório. 
9. PESSOAS OBRIGADAS A PRESTAR ALIMENTOS (coobrigados) 
 
a) Pai e Mãe 
b) Demais ascendentes 
c) Descendentes (independente da qualidade de filiação)- isso se dá em face da reciprocidade. 
d) Colaterais de 2º grau (irmãos germanos ou unilaterais) 
e) Cônjuges ou companheiro, havendo dissolução da sociedade conjugal ou da união estável. 
A realidade da culpa na dissolução do casamento perdeu força pelo cenário jurisprudencial. obs.: 
os alimentos devidos serão os necessários, nesse caso. 
Pensar sempre em relação ao alimentando. 
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a 
todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de 
outros. 
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de 
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais. 
 ALIMENTOS DECORRENTES DA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL E DA 
UNIÃO ESTÁVEL 
"Devem ser aplicados aos alimentos devidos em consequência da dissolução da união estável 
os mesmos princípios e regras aplicáveis à separação judicial ou divórcio." 
"Prevê-se a fixação de alimentos na dissolução litigiosa da sociedade conjugal mesmo 
em favor do cônjuge declarado culpado, se deles vier a necessitar e não tiver parentes 
em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, limitando-se, todavia, a 
pensão ao indispensável à sobrevivência deste." 
"O cônjuge inocente e desprovido de recursos, todavia, terá direito a pensão, a ser 
paga pelo outro, fixada com obediência aos critérios estabelecidos no aludido art. 
1.694 e destinada, portanto, a proporcionar-lhe um modo de vida compatível com a 
sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação, e não 
apenas para suprir o indispensável à sua subsistência (art. 1.702)." 
"O novo casamento do cônjuge devedor “não extingue a obrigação constante da sentença de 
divórcio” (art. 1.709). É vedado, portanto, alegar nova união para reduzir o pensionamento 
anterior. Quer o devedor constitua família, quer estabeleça qualquer relacionamento afetivo 
ou amoroso, não cessa a obrigação alimentar reconhecida na sentença de divórcio. Todavia, se 
vem a casar ou a constituir união estável e, desse relacionamento, lhe advêm novos encargos 
em virtude do nascimento de filhos, é cabível, em tese, a ação revisional para obtenção da 
redução da pensão alimentícia." 
"Admite-se a fixação de alimentos transitórios, devidos por prazo certo, a ex-cônjuge. Com 
efeito, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu válida a fixação de pensão alimentícia 
mensal por dois anos, a contar do trânsito em julgado da decisão que a fixou, em favor de ex-
cônjuge (ex-esposa) que, embora não tenha exercido atividade remunerada durante a 
constância do casamento, tem idade e condições para o trabalho. Frisou o acórdão que a 
fixação dos alimentos transitórios, no caso, reveste-se de caráter motivador para que a 
alimentanda busque efetiva recolocação profissional, e não permaneça indefinidamente à 
sombra do conforto material propiciado pelos alimentos prestados pelo ex-cônjuge, antes 
provedor do lar." 
10. IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO 
 
11. PROVIDÊNCIAS PARA GARANTIR O ADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO 
ALIMENTAR 
"Para garantir o direito à pensão alimentícia e o adimplemento da obrigação, dispõe o credor 
dos seguintes meios: 
 ação de alimentos, para reclamá-los; 
 execução por quantia certa; 
 penhora; 
 desconto em folha de pagamento da pessoa obrigada; 
 reserva de aluguéis de prédios do alimentante; 
 entrega ao cônjuge, mensalmente, para assegurar o pagamento de alimentos provisórios, de 
parte da renda líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor, se o regime de 
casamento for o da comunhão universal de bens; 
 constituição de garantia real ou fidejussória e de usufruto; 
 prisão do devedor." 
 
 AÇÃO DE ALIMENTOS 
"A legitimidade ativa para propor ação de alimentos é dos filhos, devendo os pais representá-
los ou assisti-los, conforme a idade, bem como de todas as pessoas com direito de reclamar 
alimentos." 
Na execução dos alimentos, o Estado deve verificar, primeiramente, o perfil do devedor dos 
alimentos (alimentante). Isso se dá, pois é fator importante para garantir o adimplemento da 
prestação alimentar. 
Art. 529, CPC. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de 
empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o 
desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. 
§ 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, 
determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira 
remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. 
§ 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do 
exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua 
duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. 
ATENÇÃO LIMITE DO DESCONTO NA REMUNERAÇÃO DO ALIMENTANTE: § 3º Sem 
prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode 
ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos 
termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse 
cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. 
Limitação: há limite de 50% dos ganhos líquidos. 
PRISÃO CIVIL: o inadimplemento da obrigação alimentar pode decorrer em prisão civil. No 
entanto, há possibilidade de haver constrição dos bens em seu lugar. Assim, a prisão civil 
ocorrerá emcasos de exceção. 
A jurisprudência tem entendido que: SÚMULA 309, STJ: O débito alimentar que 
autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações 
anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. (3 
últimas prestações anteriores à execução) 
No caso abaixo, só poderia compreender até as prestações de março. Nas de fevereiro deveria 
haver penhora. 
I---------------------- F-- M--A--M--J----------------------I 
Ação de alimentos Sentença 
Até as 3 últimas prestações podem ensejar prisão civil. Art.528, CPC. § 7o O débito alimentar 
que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações 
anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. 
APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. ART. 733 CPC. O fato de a execução ter sido 
ajuizada visando o recebimento de apenas uma prestação vencida não obsta seu recebimento e 
determinação de pagamento, sob pena de prisão, visto que a execução sob o rito coercitivo 
abrange, no máximo, as três últimas parcelas vencidas à data do ajuizamento da ação, além de 
todas as que se vencerem no curso da lide, conforme enunciado 309 da Súmula do 
STJ. Máximo não se confunde com mínimo! Ao contrário: são conceitos antagônicos, como 
óbvio! 
Basta haver uma parcela em atraso para que se mostre viável executá-la. Não é jurídico e nem 
razoável impor-se a fome ao credor durante três meses para, somente após, autorizá-lo a 
ingressar com a cobrança do que lhe é devido! 
PROVERAM. UNÂNIME. 
(Processo: AC 70041351115 RS Relator(a): Luiz Felipe Brasil Santos Julgamento: 12/05/2011 
Órgão Julgador: Oitava Câmara Cível Publicação: Diário da Justiça do dia 23/05/2011) 
PROVA: FASE TRIDUOLEGAL. (triduo vem de 3 dias) 
O juiz determinará que em 3 dias o alimentante se manifeste, ou seja, 
 que ele pague; 
 que ele se diga que já pagou, provando-o; 
 que ele diga que não pode pagar, justificando o motivo; Se não for acolhida a justificativa é 
possível a escolha do caminho do rito da execução (penhora ou prisão civil). 
obs.: o desemprego não é justificativa absoluta para o não pagamento de alimentos. 
Art. 528, CPC. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação 
alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do 
exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, 
provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. 
PROTESTO JUDICIAL: § 1º Caso o executado, no prazo referido no caput (caso do triduolegal), 
não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da 
impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-
se, no que couber, o disposto no art. 517. 
É a inscrição do nome do alimentante, ficando negativado. (novidade do CPC)- 
representa uma maior rigidez. 
obs.: o protesto (nome negativado) não exclui os outros caminhos: penhora, prisão 
civil. 
§ 2o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o 
inadimplemento. 
§ 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de 
mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo 
prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. 
Se mesmo depois de cumprida a prisão a pessoa não pagar, o débito continua e deve 
ocorrer penhora do patrimônio. 
Se a pessoa incidir novamente em 3 prestações, haverá nova prisão civil. Deve-se 
pagar o débito anterior, mais as que ficarem vincendas durante a execução. 
§ 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos 
comuns. 
§ 5o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e 
vincendas. 
§ 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. 
IMPORTANTE: § 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou 
decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não 
será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de 
efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a 
importância da prestação. (opção do exequente pela prisão civil ou penhora de patrimônio) 
Art. 532, CPC. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o 
caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material. 
 TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: também passa pela mesma sistemática. 
Art. 911, CPC. Na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha obrigação 
alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento das 
parcelas anteriores ao início da execução e das que se vencerem no seu curso, provar que o fez 
ou justificar a impossibilidade de fazê-lo. 
Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, os §§ 2o a 7o do art. 528. 
Art. 912, CPC. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de 
empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá 
requerer o desconto em folha de pagamento de pessoal da importância da prestação 
alimentícia. 
§ 1o Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, 
determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira 
remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. 
§ 2o O ofício conterá os nomes e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas 
do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, a conta 
na qual deve ser feito o depósito e, se for o caso, o tempo de sua duração. 
Art. 913, CPC. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo, observar-se-á o disposto 
no art. 824 e seguintes (penhora), com a ressalva de que, recaindo a penhora em dinheiro, a 
concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução não obsta a que o exequente levante 
mensalmente a importância da prestação. 
Assim, não seguindo o rito da prisão civil, segue o rito da penhora. 
Art. 784, CPC. São títulos executivos extrajudiciais: IV - o instrumento de transação 
referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos 
advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; 
 AÇÕES DE FAMÍLIA (artigos 693 a 699, CPC) 
Há o caminho da mediação, conciliação. 
Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, 
separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. 
Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de 
adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica, aplicando-
se, no que couber, as disposições deste Capítulo. 
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução 
consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas 
de conhecimento para a mediação e conciliação. 
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do 
processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a 
atendimento multidisciplinar. 
 
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à 
tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e 
conciliação, observado o disposto no art. 694. 
§ 1º O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá 
estar desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direitode 
examinar seu conteúdo a qualquer tempo. 
§ 2º A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data 
designada para a audiência. 
§ 3º A citação será feita na pessoa do réu. 
§ 4º Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de 
defensores públicos. 
 
Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas 
sejam necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências 
jurisdicionais para evitar o perecimento do direito. 
 
Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do 
procedimento comum, observado o art. 335. 
 
Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver 
interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo. 
 
Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a 
alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por 
especialista. 
 ALIMENTOS GRAVÍDICOS (Lei 11.804/2008)- avaliar os vetos 
Os alimentos gravídicos compreendem valores suficientes para cobrir despesas adicionais do 
período de gravidez ou que sejam dele decorrentes, da concepção até o parto, inclusive 
referentes a alimentação especial, assistência médica, exames complementares, internações, 
partos, medicamentos, outras situações indispensáveis ao juízo do médico e verificadas ao 
longo da gravidez. São devidos pelo suposto pai e pela mulher gestante. 
 Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as 
despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao 
parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames 
complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e 
terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere 
pertinentes. (CONCEITO) 
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das 
despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que 
também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos. 
"A legitimidade passiva foi atribuída exclusivamente ao suposto pai, não se 
estendendo a outros parentes do nascituro. Compete à gestante o ônus de provar a 
necessidade de alimentos. O suposto pai não é obrigado a arcar com todas as despesas 
decorrentes da gravidez, também sendo devidos pela gestante." 
Art. 6o Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos 
que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as 
possibilidades da parte ré. 
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam 
convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes 
solicite a sua revisão. 
Os alimentos gravídicos são irrepetíveis, não podem ser pleiteados retroativamente. 
“Art. 8º Havendo oposição à paternidade, a procedência do pedido do autor dependerá da 
realização de exame pericial pertinente.” 
Razões do veto :“O dispositivo condiciona a sentença de procedência à realização de 
exame pericial, medida que destoa da sistemática processual atualmente existente, 
onde a perícia não é colocada como condição para a procedência da demanda, mas 
sim como elemento prova necessário sempre que ausente outros elementos 
comprobatórios da situação jurídica objeto da controvérsia.” 
 “Art. 10. Em caso de resultado negativo do exame pericial de paternidade, o autor 
responderá, objetivamente, pelos danos materiais e morais causados ao réu. Parágrafo 
único. A indenização será liquidada nos próprios autos.” 
Razões do veto :“Trata-se de norma intimidadora, pois cria hipótese de responsabilidade 
objetiva pelo simples fato de se ingressar em juízo e não obter êxito. O dispositivo pressupõe 
que o simples exercício do direito de ação pode causar dano a terceiros, impondo ao autor o 
dever de indenizar, independentemente da existência de culpa, medida que atenta contra o 
livre exercício do direito de ação.” 
Há direito de ação e seu livre exercício. 
“Art. 9º Os alimentos serão devidos desde a data da citação do réu.” 
Razões do veto: “O art. 9º prevê que os alimentos serão devidos desde a data da citação do 
réu. Ocorre que a prática judiciária revela que o ato citatório nem sempre pode ser realizado 
com a velocidade que se espera e nem mesmo com a urgência que o pedido de alimentos 
requer. Determinar que os alimentos gravídicos sejam devidos a partir da citação do réu é 
condená-lo, desde já, à não-existência, uma vez que a demora pode ser causada pelo próprio 
réu, por meio de manobras que visam impedir o ato citatório. Dessa forma, o auxílio financeiro 
devido à gestante teria início no final da gravidez, ou até mesmo após o nascimento da criança, 
o que tornaria o dispositivo carente de efetividade.” 
Os alimentos são devidos desde a ação. 
12. CAUSAS DE EXTINÇÃO 
 
 Morte do alimentando 
 Desaparecimento dos pressupostos 
Aula 19- 16/05/17 
TUTELA 
1. CONCEITO 
A tutela é uma função pública, com caráter protetivo, assistencial para os menores. Ela cessa 
no momento em que houver maioridade ou emancipação. 
Não deve se confundir com a curatela, pois esta está destinada aos maiores incapazes; 
ao nascituro (após o nascimento com vida, a pessoa pode se tornar tutor ao menor). 
Tutela é um complexo de direitos e obrigações impostos ao tutor para proteção da vida do 
tutelado e administração do seu patrimônio em decorrência da inexistência de poder familiar. 
A tutela é incompatível com o poder familiar. 
"Se os pais recuperarem o poder familiar, ou se este surgir com a adoção ou o reconhecimento 
do filho havido fora do casamento, cessará o aludido ônus. Se o menor ainda se encontrar sob 
o poder familiar, só se admitirá a nomeação de tutor depois que os pais forem destituídos de 
tal encargo." 
A tutela implica o dever de guarda. 
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: 
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; 
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
 
"O tutor exerce um múnus público, uma delegação do Estado que, não podendo exercer essa 
função, transfere a obrigação de zelar pela criação, pela educação e pelos bens do menor a 
terceira pessoa." 
2. MODALIDADES 
 
 TUTELA TESTAMENTÁRIA: é a instituída por ato de disposição de última vontade, ou seja, 
testamento ou documento autêntico equivalente nos termos do artigo 1729, CC. A tutela 
testamentária é prioritária sobre a tutela legítima e dativa. 
Os pais, em conjunto, determinam quem seriam os tutores de seus filhos, em sua ausência. 
Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto. 
Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro 
documento autêntico. 
 
Observação: codicilo: mini-testamento. A nomeação pode constar de codicilo. 
 
"Documento autêntico é qualquer documento, público ou particular, em que as 
assinaturas dos pais estejam reconhecidas por tabelião. Quando o ato requer escritura 
pública, como única forma admitida, a lei o diz expressamente. Mesmo feita por 
instrumento particular, a nomeação não deixa de ser testamentária, por somente 
produzir efeitos após a morte do nomeante." 
Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não 
tinha o poder familiar. 
 TUTELA LEGÍTIMA: é a que se dá na falta da tutela testamentária aos parentes determinados 
pelo artigo 1731, CC, observada,em regra, a ordem preferencial. PROVA 
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consangüíneos 
do menor, por esta ordem: 
I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto; 
II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, 
e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz 
escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor. 
 
Em regra, o juiz segue essa ordem preferencial, mas o juiz pode nomear terceiro que não seja 
parente como tutor, fundando sua argumentação no interesse público. 
"Malgrado a intenção demonstrada pelo legislador, de que o tutor seja parente, tem sido 
acolhida a orientação doutrinária e jurisprudencial de não considerar absoluta a ordem 
preferencial estabelecida, devendo ser observada se os indicados forem idôneos e 
capazes. A bem do menor, pode o juiz alterá-la e até não nomear nenhum dos parentes 
consanguíneos, se comprovadamente inidôneos ou incapacitados, escolhendo pessoa 
idônea estranha à família, pois se há de dar, sempre, prevalência aos interesses do 
incapaz." 
 TUTELA DATIVA: é a tutela oriunda de decisão judicial na ausência da tutela legítima e 
testamentária. 
Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor: 
I - na falta de tutor testamentário ou legítimo; 
II - quando estes forem excluídos ou escusados da tutela; 
III - quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário. 
 
"A tutela é dativa quando não há tutor testamentário, nem a possibilidade de nomear-se 
parente consanguíneo do menor, ou porque não existe nenhum, ou porque os que existem são 
inidôneos, foram excluídos ou se escusaram. Neste caso, o juiz nomeará pessoa estranha à 
família, idônea e residente no domicílio do menor." 
 TUTELA IRREGULAR: é a tutela no campo fático, na qual o tutor figuraria como mero gestor 
de negócios (Maria Helena Diniz). 
 
Observação: "A tutela ad hoc, também chamada de provisória ou especial, ocorre quando uma pessoa é 
nomeada tutora para a prática de determinado ato, sem destituição dos pais do poder familiar. Muitas 
vezes, para atender aos interesses do menor, o juiz nomeia-lhe um tutor somente para consentir no seu 
casamento, por exemplo, porque os pais encontram-se em local ignora- do, ou para permitir que o tutor 
nomeado inscreva o menor como seu beneficiário no instituto previdenciário." 
Aula 20- 22/05/17 
3. IMPEDIMENTOS PARA O EXERCÍCIO DA TUTELA- artigo 1735, CC 
A tutela, como função pública, é obrigatória. No entanto, há alguns impedimentos para o 
exercício da tutela. 
"Circunstâncias que acarretam impedimentos para assumir o encargo de tutor: quando as 
pessoas não têm a livre administração de seus bens, ou cujos interesses colidam com os do 
menor, ou que tenham sido condenados por crime de natureza patrimonial e não sejam 
probas e honestas, ou ainda que exerçam função pública incompatível com a boa 
administração da tutela." 
 
Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam: 
 
I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens; 
 
" Obviamente, quem não reúne condições para administrar seus próprios bens não pode 
cuidar do tutelado e de seu patrimônio." 
II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em 
obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles 
cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor; 
 
" Cogita o inciso de hipóteses que, por evidenciarem manifesto conflito de interesses com os 
do tutelado, desaconselham a nomeação do tutor." 
III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes 
expressamente excluídos da tutela; 
 
IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família 
ou os costumes, tenham ou não cumprido pena; 
 
V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de 
abuso em tutorias anteriores; 
 
VI - aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da 
tutela. (PROVA) 
 
"Há certas funções públicas que, por exigirem dedicação exclusiva do agente, são 
incompatíveis com o exercício da tutela." 
4. GARANTIA E RESPONSABILIDADE DA TUTELA 
Quando o juiz vai determinar quem será o tutor, ele deve averiguar a realidade patrimonial do 
menor. Na prática, normalmente, o menor não tem patrimônio. 
 Se o menor tiver patrimônio, o juiz deve pedir garantia do tutor para administração do mesmo 
(prestação de caução)- garantia da boa gestão do tutor. Nesse caso, o magistrado estaria isento 
de responsabilidade. 
 
 Se o magistrado dispensa essa garantia patrimonial, em face da idoneidade do tutor, o juiz 
assume responsabilidade, respondendo subsidiariamente (juiz juntamente com o tutor). Isso 
também se dá quando o juiz não remove tutor suspeito. 
Quando o juiz não nomeia o tutor ou o faz fora do temo: hipótese de responsabilidade direta 
e pessoal do juiz. 
Art. 1.744. A responsabilidade do juiz será: 
I - direta e pessoal, quando não tiver nomeado o tutor, ou não o houver feito 
oportunamente; 
II - subsidiária, quando não tiver exigido garantia legal do tutor, nem o removido, 
tanto que se tornou suspeito. 
Art. 1.745. Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo especificado deles e 
seus valores, ainda que os pais o tenham dispensado. 
Parágrafo único. Se o patrimônio do menor for de valor considerável, poderá o juiz 
condicionar o exercício da tutela à prestação de caução bastante, podendo dispensá-la 
se o tutor for de reconhecida idoneidade. (no caso da dispensa poderá ser 
responsabilizado caso ocorra prejuízo) 
"Ao assumir o encargo, o tutor receberá, portanto, os bens do pupilo minuciosamente 
descritos e avaliados. Serão especificados “os bens móveis e imóveis, bem como os ativos e 
passivos, devendo ser acrescentados os bens adquiridos durante o exercício da tutela, para 
que o tutor possa entregá-los quando encerrada, ou na hipótese de substituição”. Sendo 
princípio de ordem pública, não poderá ser dispensada a providência, nem pelo juiz, nem pelos 
pais se tiverem feito estes a nomeação." 
5. CASOS DE ESCUSA DA TUTELA 
Escusa é uma motivação para não participar da função pública de tutor. 
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: 
I - mulheres casadas; (pessoas casadas) 
II - maiores de sessenta anos; 
III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; 
IV - os impossibilitados por enfermidade; 
V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; 
VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; 
VII - militares em serviço. 
 
Art. 1.737. Quem não for parente do menor não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se 
houver no lugar parente idôneo, consangüíneo ou afim, em condições de exercê-la. 
Art. 1.738. A escusa apresentar-se-á nos dez dias subseqüentes à designação, sob pena de 
entender-se renunciado o direito de alegá-la; se o motivo escusatório ocorrer depois de aceita 
a tutela, os dez dias contar-se-ão do em que ele sobrevier. 
Art. 1.739. Se o juiz não admitir a escusa, exercerá o nomeado a tutela, enquanto o recurso 
interposto não tiver provimento, e responderá desde logo pelas perdas e danos que o menor 
venha a sofrer. 
6. EXERCÍCIO DA TUTELA- ASPECTOS 
 
a) TUTOR: é a pessoa que exerce função pública sob a fiscalização de um pró-tutor, sendo seu 
poder uno, indivisível e indelegável. 
PRÓ-TUTOR: é uma pessoa escolhida pelo juízo (de confiança do juízo) para fiscalizar os atos

Outros materiais