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Princípios Gerais dos Contratos

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Princípios Gerais dos Contratos 
 
A validade do contrato exige acordo de vontades, agente capaz, objeto lícito, 
possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei. Incidem 
sobre os contratos três princípios básicos: a) Autonomia da vontade: significa a liberdade 
das partes de contratar, de escolher o tipo e o objeto do contrato e de dispor o conteúdo 
contratual de acordo com os interesses a serem auto-regulados. b) Supremacia da ordem 
pública: significa que a autonomia da vontade é relativa, sujeita à lei e aos princípios da 
moral e da ordem pública. c) Obrigatoriedade do contrato: significa que o contrato faz lei 
entre as partes. Dever da veracidade, pacta sunt servanda. Os contratos devem ser 
cumpridos“Ninguém é obrigado a tratar, mas se o faz, é obrigado a cumprir”. “Pode 
calar-se ou falar. Mas se fala, e falando promete, a lei o constrange a cumprir tal 
promessa”. Não pode ser objeto de contrato herança de pessoa viva. O distrato faz pela 
mesma forma que o contrato. 
 
4. Função Social do Contrato 
Da mesma forma que constitucionalmente previsto para a propriedade, a"liberdade 
de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato" (art. 421, 
CC-02). Trata-se, sem sombra de dúvida, do princípio básico que deve reger todo o 
ordenamento normativo no que diz respeito à matéria contratual. O contrato, embora 
aprioristicamente se refira somente às partes pactuantes (relatividade subjetiva), também 
gera repercussões e - por que não dizer? – deveres jurídicos para terceiros, além da própria 
sociedade, de forma difusa. É importante ressaltar, na esteira do insuperável Orlando 
Gomes quando comentava a função social da propriedade, a autonomia do princípio da 
função social lá da propriedade, aqui do contrato); pois não se constitui em simples 
limitação normativa, mas sim da própria razão de ser de todas as outras regras contratuais, 
que devem gravitar em torno de si, o que justifica a utilização das expressões "razão e 
"limite" do já mencionado dispositivo legal. 
 
5. Boa-Fé Objetiva 
O Código Civil brasileiro também consagrou como princípio básico regente da 
matéria contratual, a boa-fé objetiva. Revista Virtual Direito Brasil – Volume 2 – nº 2 – 
2008 É o que se extrai do novel artigo 422, que preceitua: "Os contratantes são obrigados 
a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de 
probidade e boa-fé." A boa-fé que se procura preservar, prestigiando-se no texto legal, é a 
objetiva, entendida essa como a exigível do homem mediano, numa aplicação específica do 
critério do "reazonable man", do sistema norte-americano. Não se trata, portanto, da boa-fé 
subjetiva, tão cara aos Direitos Reais, na Forma do artigo 1.201 do CC-02. Destaque-se 
que, nesse aspecto, o Código Civil pode ser considerado mais explícito, no prestígio à boa-
fé, que o próprio Código de Defesa do Consumidor, UMADAS LEIS MAIS 
AVANÇADAS DO PAÍS, que consagra, indubitavelmente, o instituto,mas não dessa 
forma tão expressa e genérica. 
 
Vícios Redibitórios 
 
A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou 
defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o 
valor. O adquirente pode no lugar de rejeitar a coisa, redibindo o contrato reclamar 
abatimento no preço. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que 
recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor 
recebido,vmais as despesas do contrato. 
A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do 
alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. 
O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo 
de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva. 
Se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. 
 Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo 
contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta 
dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. 
 
Evicção 
 
A evicção é a perda total, ou parcial, da coisa pelo adquirente, por força de 
 decisão judicial baseada em causa preexistente a contrato. A jurisprudência tem 
reconhecido a evicção mesmo quando a perda da coisa não foi ocasionada por decisão 
judicial, mas por outro motivo, como apreensão judicial, alfandegária ou administrativa. 
Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que 
a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a 
responsabilidade pela evicção. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a 
evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, 
se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. Salvo estipulação em 
contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que 
pagou: a) à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; b) à indenização 
pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; c) às 
custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
 
 
CONTRATOS EM ESPÉCIE 
 
 
 
I – DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA (arts 481 a 532 CC) 
 
1. Definição 
Contrato pelo qual uma pessoa se obriga a transferir a propriedade de um certo objeto a 
outra, mediante recebimento de soma em dinheiro, denominada preço. 
 
2. Partes 
Vendedor e comprador 
 
4. Caracteres jurídicos 
 
TIPICO ARTS 481 A 532 
CONSENSUAL OU FORMA 
ONEROSOS 
BILATERAIS 
PRE ESTIMADO OU ALEATORIO 
EXECUÇAO IMEDIATA OU FUTURA 
 
5. Elementos 
 
Objeto, preço e consentimento – res, pretium, consensus 
Objeto bem suscetível de alienação no comércio, passível de ser vendido e adquirido 
Preço – caracteriza a compra e venda diferenciando-a da troca, em principio em dinheiro, 
mas admissível dação em pagamento –substituição por outra coisa. 
Preço – deve ser sério. Ex: se vendido por 1 real será doação e não venda-simulação art. 
167-nulidade 
Consentimento - livre 
 
12. Cláusulas especiais 
Não são comuns, mas podem ocorrer de forma extraordinária, devendo sempre ser 
pactuada por expresso 
 
 
A- Retrovenda 
 
Cláusula pela qual o vendedor se reserva o direito de readquirir a coisa do comprador 
restituindo-lhe o preço mais despesas 
Só é válida, segundo o Código Civil se o objeto do contrato for imóvel 
Prazo de validade de 3 anos, sob pena de se considerar não escrito o tempo que ultrapassá-
lo 
Se o comprador se recusar a revender o vendedor poderá depositar a quantia judicialmente 
O vendedor poderá ceder seu direito de retrato a terceiros e transmiti-lo via hereditária a 
herdeiros e legatários 
 
 Se o comprador dispuser da coisa alienando-a ou transmitindo-a a terceiros poderá o 
vendedor agir contra esses desde que a cláusula esteja averbada junto a matrícula do 
imóvel 
 
B-Venda a contento 
Contrato subordinado à condição de ficar desfeito se a coisa objeto do contrato não for do 
agrado do comprador 
Deve ser sempre expressa para ter validade 
A venda só se reputa celebrado se o comprador aprovar a coisa, isto não impede que a 
coisa seja entregue de imediato 
O comprador que recebe a coisa será considerado comodatário – empréstimo gratuito de 
coisas infungíveis- ate que se manifeste aceitando-a ou não 
Prazo para que se manifeste deve ser fixado no contrato, em sua faltapoderá intimar o 
comprador judicialmente ou não para que exerça seu direito em prazo determinado pelo 
vendedor 
Vencido o prazo o comprador será constituído em mora, respondendo pelos danos que 
sofrer a coisa. 
CDC – em todo contrato celebrado fora do estabelecimento comercial o comprador terá o 
prazo de 7 dias contados do recebimento para se arrepender e restituir o produto recebendo 
seu dinheiro de volta. 
 
C – Venda sujeita a prova 
 
Modalidade da venda sujeita a contento 
Contrato se reputa celebrado depois que o comprador comprovar que a coisa tem as 
qualidades asseguradas pelo vendedor e seja adequada para a finalidade a que destina 
É mais restrita que a venda a contento a rejeição só será possível se a coisa não possuir as 
qualidades asseguradas pelo vendedor ou não for finalidade para que se destina Na venda a 
contento basta que o produto não seja de seu agrado 
Aplica-se as mesmas disposições da venda a contento. 
 
D- Preempção ou preferência 
Cláusula pelo qual o comprador se compromete a oferecer a coisa ao vendedor se algum 
dia resolver vendê-la 
Deve ser pactuada por expresso e o vendedor só terá direito se pagar o preço exigido pelo 
comprador 
Prazo imóvel – 60 dias 
Móvel - 3 dias 
Findo o prazo estará livre o vendedor 
Partes podem fixar prazo maior não superior a 180 dias para móvel e 2 anos para imóvel 
 
E – Reserva de domínio 
 
 
Cláusula que garante ao vendedor a propriedade da coisa móvel já entregue ao comprador 
até o pagamento total do preço 
Apesar de já entregue a coisa o vendedor continua seu dono, comum nas vendas a prazo 
Só para móveis 
Para que possa agir contra terceiros adquirentes deve ser o contrato registrado no domicílio 
do comprador – no cartório de títulos e documentos 
Ex: Bruno comprou TV de Paulo com cláusula de reserva de domínio: o objeto deverá ser 
individualizado a fim de que não se confunda com outros congêneres se houver dúvida e o 
bem for vendido a dúvida beneficiará o novo comprador 
Entregue a coisa responde o comprador por todos os danos que sofrer exceção ao res perit 
domino 
 
Não paga a dívida poderá o vendedor executar a cls exigindo a restituição da coisa e 
restituindo o comprador as parcelas já pagas descontados os prejuízos advindos do 
inadimplemento alem da deterioração da coisa 
Pode ser que não haja nada a substituir e mais que tenha que ser paga indenização 
Para tal precisará o vendedor constituir o comprador em mora interpelando-o judicialmente 
ou protestando o título 
O vendedor poderá em vez de resolver o contrato executar o contrato para exigir as 
prestações não pagas 
 
 
F- Venda sobre documentos 
O contrato é executado mediante a entrega de documentos que representam a coisa, ou 
seja, tradição simbólica da coisa 
 
DO MANDATO (arts 653 e ss) 
 
Mandato é espécie de representação. 
 
Haverá representação todas as vezes que uma pessoa for incumbida de realizar declaração 
de vontade em seu lugar. 
 
 
Há três espécies de representação: legal, convencional e judicial. 
 
A representação legal é decorrente de lei. A lei impõe aos pais a representação de seus 
filhos incapazes, ao tutor do pupilo e ao curador do curatelado. 
 
A representação contratual ou convencional decorre de contrato de mandato. A noção de 
representação tem que estar presente no contrato. Se no consentimento não estiver a 
representação se configura locação de serviços e não representação. No mandato, o 
mandatário age em nome do mandante. Na locação de serviços o contratado age em nome 
próprio. 
 
Representação engloba a pratica de atos e a administração de interesses 
 
2.Conceito e Características Gerais: 
Mandato é o contrato pelo qual alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, 
praticar atos ou administrar interesses. 
 
O mandato é uma representação convencional. O representante pratica atos que dão origem 
a direitos e obrigações que repercutem na esfera jurídica do representado. 
 
O mandatário age em nome e por conta do mandante. O mandante contrai as obrigações e 
adquire os direitos decorrentes do ato do mandatário como se os tivesse contraído e 
adquirido pessoalmente. 
 
O mandato possibilita que uma pessoa que não possa ou não saiba realizar determinado ato 
negocial que o realize por meio de outra pessoa. 
 
Consenso: é imprescindível a idéia de representatividade. A representatividade estabelece 
um liame obrigacional entre o representado e terceira pessoa por meio do representante. O 
mandatário é representante por vontade do representado (representação convencional). 
 
Por ser representação, os atos do representante que contrariem as instruções recebidas só 
vincularão o representado se praticados em seu nome dentro dos limites do instrumento, 
isto é, conforme os poderes constantes da procuração. 
Se o mandatário efetuar atos negociais fora dos poderes conferidos pelo mandato, tais atos 
só serão responsabilizados pelos mandante se ele os ratificar. 
 
Da mesma forma os atos praticados após a extinção do mandato. O mandatário que 
exceder os poderes do mandato responde perante os terceiros. 
 
3.Caracteres jurídicos 
 
a. Típico: está tipificado no Código civil- arts. 653 e ss. 
 
b. Consensual: é considerado celebrado pelo mero consenso entre as partes. 
 
c. Presume-se Gratuito, mas pode ser oneroso: 
 
 
Será oneroso se houver estipulação expressa ou seu objeto for profissão do mandatário. 
Ver 658 
Será gratuito nos demais casos. 
Assim, se o objeto do mandato não for profissão do mandatário será presumidamente 
gratuito. 
 
d. Bilateral: gera obrigações e deveres tanto para o mandante como para o mandatário. 
Mesmo que o mandato seja gratuito, o mandante terá sempre duas obrigações: responder 
pelas obrigações licitamente assumidas pelo mandatário e facilitar a execução do mandato. 
 
e. De Execução Futura: é celebrado em um momento e executado em outro. 
 
f. Intuitu personae: é celebrado com base na mútua confiança dos contratantes 
 
 
Mandante: 
 
o mandante deverá ser habilitado para os atos da vida civil. Se for absolutamente incapaz 
não poderá celebrar mandato, uma vez que a lei já prevê a representação legal. 
 
Os relativamente incapazes poderão outorgar mandato desde que devidamente assistidos 
pelo representante legal, mesmo assistidos, a procuração deverá ser feita por instrumento 
público. 
 
O analfabeto também terá que se valer da procuração por instrumento público por não 
possuir firma, já que não pode assinar. 
 
O art. 654 do CC prevê que todas as pessoas maiores ou emancipadas, no gozo dos direitos 
civis são aptas a dar procuração por instrumento particular, que valerá desde que tenha a 
assinatura do outorgante. 
Mandatário: 
Maior de 16 e menor de 18 pode ser mandatário, 666 
 
O fundamento para que o relativamente incapaz pode ser mandatário reside no fato de que 
a capacidade do mandatário pouco importa para a execução do mandato, uma vez que 
quem sairá perdendo será o próprio mandante e não o incapaz. Porém, o mandante não terá 
ação contra o mandatário relativamente incapaz, se este lhe causar prejuízo. O mandante 
assume as consequências do ato de nomear mandatário relativamente incapaz. 
 
Quanto aos cônjuges, nenhuma restrição há em que sejam procuradores um do outro. 
 
 
Aceitação: 
 
O mandato é um contrato consensual. Assim, para que seja reputado celebrado deve haver 
o acordo de vontades. Assim, ele só se considerará celebrado se o mandatário aceitá-lo. 
 
A aceitação pode ser expressa, tácita ou presumida. 
 
A aceitaçãoexpressa pode ser verbal ou escrita. Na prática, na maioria das vezes é verbal. 
São raras as ocasiões em que há aceitação escrita. 
 
Deveres do mandatário: 
1. dar execução ao mandato empregando a diligência habitual, ou seja, deve prestar a 
mesma diligência que empregaria se o negócio lhe pertencesse. 
2. Executar o mandato em nome do mandante e nos limites dos poderes conferidos 
3. Manter o mandante informado de tudo o que se passa com os negócios 
(responsabilidades assumidas e vantagens percebidas) sempre que solicitado. 
4. Indenizar o mandante de qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem 
substabelecer. 
Substabelecimento é a substituição do mandatário por outrem na execução do mandato. O 
instrumento de mandato pode permitir o substabelecimento, proibir ou ser silente a este 
respeito. 
 
Se o mandato for silente, nem permite nem proíbe, e o mandatário substabelecer, 
responderá pessoalmente pelos prejuízos se houver culpa do substituto. 
 
Se o mandato proibir o substabelecimento e o mandatário assim mesmo o realizar, 
responderá por todo e qualquer prejuízo causado pelo substituto, ainda que fortuito. Terá 
direito de regresso contra o substituto se houver culpa. 
 
Se o mandato permitir o substabelecimento o mandatário só será responsável pela culpa in 
eligendo, isto é, se escolheu mal. 5. 
 
Apresentar o instrumento de mandato às pessoas com quem tratar em nome do mandante, 
sob pena de responder a elas qualquer ato exorbitante dos poderes conferidos. 
 
6. enviar ao mandante as somas recebidas em função do mandato. Se o mandatário 
empregar as somas recebidas em proveito próprio, deverá ressarcir juros. 
 
7. Não compensar os prejuízos que der causa com os proveitos que tiver auferido ao 
mandante. 
 
8. Concluir o negócio já iniciado no caso de morte do mandante se a demora implicar 
prejuízo. 
 
9. Representar o mandante nos 15 dias seguintes à notificação de sua renúncia ao mandato 
judicial, para evitar-lhe prejuízo 
 
10. Entregar ao novo mandatário, em caso de renúncia, os bens do mandante que estavam 
em seu poder. 
 
11. Obrigações do mandante: 
 
1. Remunerar os serviços do mandatário quando assim ficar convencionado ou quando o 
objeto do mandato for a profissão do mandatário. 
 
2. fornecer os meios para a execução do mandato. Despesas. As partes podem 
convencionar livremente se as despesas serão adiantadas ou reembolsadas. No silêncio, se 
o mandatário quiser o adiantamento terá que requerer ao mandante. Se ele não adiantar os 
valores o mandatário não é obrigado a praticar o ato e pode inclusive renunciar ao 
mandato. Se o mandatário cobrir as despesas terá direito ao reembolso do valor acrescido 
de juros a partir do momento do reembolso independente de notificação. 
 
3. Se o mandatário fizer despesas excessivas só será ressarcido do valor médio, necessário. 
O mandatário poderá exercer o direito de retenção do objeto do mandato até o reembolso 
desde que a despesa efetuada fosse necessária à execução do mandatário. 
 
4. Indenizar o mandatário dos prejuízos sofridos, desde que não haja culpa dele. 
 
 
Conceito: locação é o contrato que se destina a proporcionar a alguém o uso e gozo 
temporários de uma coisa infungível, mediante contraprestação pecuniária. Destaca-se que 
a locação só existe para coisas, e não para serviços, empreitada etc. 
Natureza Jurídica: é contrato bilateral e sinalagmático, envolvendo prestações recíprocas, 
admitindo a exceptio no adimpleti contratus (art. 476, CC). É oneroso, sob pena de se 
transformar em comodato. É consensual, pois existe um acordo de vontades. Não é 
contrato real, pois não exige a tradição para o seu aperfeiçoamento, sendo essa necessária 
apenas na fase de execução ou cumprimento. Não tem caráter personalíssimo, nem para o 
locador nem para o locatário, pois admite cessão e sublocação, e não se extingue com a 
morte. Logicamente, o caráter personalíssimo pode ser convencionado. É comutativo, pois 
a prestações são certas e não aleatórias. É não solene, pois a forma é livre. Atenção: para se 
convencionar uma garantia (ex: fiança), é necessária a forma escrita. É de trato sucessivo 
ou de execução continuada, pois se prolonga no tempo. 
Elementos do contrato de locação: objeto, preço e consentimento. 
Objeto: pode ser coisa móvel ou imóvel. A coisa móvel deve ser infungível, sob pena de 
ser contrato de mútuo. Pode ser fungível quando o uso for cedido, por certo prazo e 
aluguel, ad pompam et ostentationem (ornamentação). Como envolve retorno da coisa, não 
pode ser objeto coisa móvel consumível (ex: energia) nem as que se exaurem 
progressivamente (ex: pedreira). A cláusula de inalienabilidade não impede a locação. 
Pode ser objeto de locação bens incorpóreos ou direitos (ex: patente, marca, usufruto e 
servidões prediais etc). O aluguel pode envolver um bem inteiro ou uma fração (ex: parede 
para fixação de cartaz) e se nada estipular em contrário, o aluguel abrange os acessórios. 
Coisas comuns também podem ser alugadas, desde que por deliberação da maioria (art. 
1323, CC). A locação de imóveis urbanos é regida pela Lei n.º 8245/91 e de imóveis rurais 
pelo Estatuto da Terra (Lei n.º 4.504/64). 
Preço: denomina-se aluguel ou remuneração, e é essencial ao negócio, sob pena de 
configurar-se comodato. Pode ser convencionado pelas partes, arbitramento administrativo 
ou judicial, ou por ato governamental (ex: taxis). Não pode ser deixado ao arbítrio de uma 
das partes. Se estipulado em valor ínfimo, descaracterizará o contrato. O pagamento deve 
ser feito em dinheiro, mas pode ser misto (ex: frutos, benfeitorias etc), mas não pode ser 
feito totalmente em frutos ou produtos, sob pena de transmudar-se em contrato inominado. 
O pagamento pode ser feito em parcelas ou de uma só vez, para todo o período (ex: aluguel 
por temporada). Não pode ser feito em moeda estrangeira, nem vinculado à variação 
cambial ou ao salário mínimo. Em regra, a obrigação locatícia é quesível, sendo paga no 
domicílio do locatário (art. 327, CC), mas é possível a convenção, transformando-se a 
obrigação em portable. Na locação de imóveis urbanos o pagamento se faz, em regra, no 
imóvel locado, quando outro local não tiver sido convencionado. O preço é devido mesmo 
que a coisa não esteja sendo efetivamente usada. 
Consentimento: pode ser expresso ou tácito. Não precisa ser proprietário para alugar, a 
simples posse jurídica autoriza o aluguel (ex: administrador, inventariante, usufrutuário, 
pais, representantes, credor anticrético etc). O condômino não pode, sozinho, dar em 
locação coisa comum (nem mesmo parte dela), sem o consentimento dos outros (maioria, 
art. 1323, CC). O CC não estipula prazo, mas a Lei n.º 8245/91, exige vênia conjugal nos 
prazos superiores a 10 anos. 
Obrigações do Locador (art. 566, CC): são 3 espécies de obrigações: 
1) Entregar ao locatário a coisa alugada (inciso I): a não entrega caracteriza 
inadimplência do locador e autoriza a resolução do contrato, bem como perdas e danos. A 
entrega deve envolver as pertenças (bens afetados por forma duradoura ao serviço ou 
ornamentação). O princípio de que o acessório segue o principal não se aplica às pertenças, 
por isso a necessidade de sua inclusão no inciso. 
2) Manter a coisa no mesmo estado, pelo tempo do contrato (inciso I, segunda 
parte): o locador deve realizar reparos para manter a coisa em condições de uso, salvo 
convenção em contrário. O locatário pode até pedir redução proporcional do aluguel ou 
resolver o contrato, caso a coisa se deteriore. Se houver destruição total o contrato se 
resolve, cabendo perdas e danos ao locatário se a coisa de perdeu por culpado locador. 
3) Garantir o uso pacífico da coisa (inciso II): o locador deve abster-se da prática de 
qualquer ato que perturbe o uso e gozo da coisa, inclusive proteger o locatário contra 
embaraços e turbações de terceiros. O locatário é protegido mesmo contra o locador, por 
meio de interditos possessórios (art. 1197, CC). Aplica-se a teoria dos vícios redibitórios, 
responsabilizando-se o locador por vícios ocultos anteriores à locação. Se o locador 
conhecia os vícios ou defeitos, restituirá o valor da locação mais perdas e danos. Se não 
conhecia, restituirá o valor recedido, mais despesas do contrato. 
Obrigações do locatário (art. 569, CC): 
1) Servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou presumidos e tratá-la 
com se sua fosse (inciso I): se o imóvel é residencial, deve ser usado apenas para moradia, 
por exemplo. Em caso de uso indevido, o locador pode rescindir o contrato, bem como 
exigir perdas e danos. 
2) Pagar o aluguel nos prazos ajustados (inciso II): o pagamento, na falta de 
convenção, deve ser feito segundo o costume do lugar, até o 6º dia útil do mês seguinte ao 
vencido. Em regra, a dívida é quérable, sendo paga no domicílio do devedor. O locador 
tem como garantia o penhor legal sobre os bens móveis que guarnecem o prédio (art. 1467, 
II, CC). O débito, comprovado por contrato escrito pode ser objeto de execução. 
3) Levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros fundadas em direito 
(inciso III): o locador deve proteger o locatário contra embaraços e turbações de terceiros, 
mas para fazer isso deve ser cientificado pelo locatário, até mesmo por meio de nomeação 
à autoria (art. 62, CPC). 
4) Restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvo as 
deteriorações naturais (inciso IV): ao receber o imóvel o locatário tem o direito de 
receber relação escrita do estado do imóvel, que pode ser baseada em vistoria. Em caso de 
dano, o locatário indenizará o locador. 
Locação de prédios: o CC não dispõe sobre a locação de prédios, a não ser a de imóveis 
pertencentes à União, Estados, Municípios, vagas de garagem ou espaços em 
estacionamento de veículos, espaços destinados à publicidades, apart-hotéis, hotéis-
residência ou equiparados e arrendamento mercantil. Assim, as norma anteriores aplicam-
se a esses tipos de imóveis.

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